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Capítulo

4 Bizâncio e o islã

Mehmet Cetin/Shutterstock
▶ Fotografia de Santa Sofia, uma construção monumental erigida há quase 1 500 anos. Ao fundo, observamos a cidade turca de
Istambul.

Santa Sofia é o edifício mais famoso de Istambul, atual capital da Turquia. Sua construção ocorreu por
ordem do imperador Justiniano I, entre 532 e 537. Naquela época, Istambul, conhecida como Bizâncio ou
Constantinopla, era a sede do Império Bizantino. O edifício, que atinge 50 metros de altura, é recoberto exter-
namente apenas com argamassa. Seu interior, todavia, é enfeitado com imensos mosaicos, colunas, abóbadas
e mármores coloridos.
A princípio, Santa Sofia era uma igreja. Seu objetivo era celebrar a fé cristã e, ao mesmo tempo, demons-
trar o poder e a riqueza dos bizantinos. No século XV, os turcos otomanos tomaram o local e o converteram
em uma mesquita (templo muçulmano). Em 1935, o edifício tornou-se um museu. Mais recentemente, em
2020, voltou a ser uma mesquita.
• Por que Santa Sofia foi construída? Quem ordenou sua criação?
• Esse edifício manteve sua função original? Justifique.
• Além dos bizantinos, vamos estudar neste capítulo os povos árabes muçulmanos. Você conhece algu-
ma influência da cultura árabe em nosso país? Qual?

Habilidades
EF06HI15 SEF06HI21 SEF06HI26 SEF06HI27

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História

1. Origens de Bizâncio
Enquanto o continente europeu passava por mudanças que originaram a civilização feudal, a Ásia
e a África testemunharam o surgimento de sociedades variadas. Em comum, essas comunidades
prosperaram graças ao desenvolvimento do comércio e ao intercâmbio de saberes e tradições.
Neste capítulo, vamos conhecer alguns povos que fazem parte da Idade Média oriental, entre eles, os
bizantinos, que fundaram um império milenar, e os árabes muçulmanos, responsáveis pela fundação
da segunda maior religião do mundo hoje em dia, têm um papel fundamental.
A civilização bizantina surgiu em meio ao processo de fragmentação do Império Romano. Ao
contrário do Império Romano do Ocidente, que se dissolveu no século V, o antigo Império Romano
do Oriente converteu-se em uma das principais potências da Idade Média. A existência do Império
Bizantino, como passou a ser chamado, estendeu -se até a metade do século XV.
A capital bizantina era Constantinopla, atual Istambul, na Turquia. A cidade foi fundada por volta
de 660 a.C. por colonos gregos de Mégara e recebeu o nome de Bizâncio em referência a seu rei, o
lendário Bizas. Naquela época, os helênicos buscavam ampliar as áreas de cultivo e expandir as rotas
comerciais marítimas. O local escolhido foi o estreito de Bósforo, um ponto de encontro entre a Euro-
pa e a Ásia, onde ocorre a junção do mar Mediterrâneo com o mar Negro.
Posteriormente, a cidade foi dominada por persas e macedônicos. No século I a.C., os romanos
conquistaram a região. Em 324, o imperador Constantino decidiu mudar a capital latina para Bizâncio.
Enquanto Roma apresentava problemas crescentes, como o aumento da criminalidade e revoltas, a
antiga colônia grega enriquecia-se devido às atividades mercantis.
Constantino contratou arquitetos, engenheiros, artesãos e outros profissionais para realizar uma am-
pla reforma em Bizâncio. Templos, termas, aquedutos, jardins, palácios e outros edifícios foram construí-
dos na cidade, que foi reinaugurada em 330. Os moradores a chamavam de Constantinopla, “a cidade de
Constantino”, em homenagem ao governante.
Em 395, o imperador Teodósio promoveu a divisão do império romano a fim de facilitar a admi-
nistração de seus territórios. Roma permaneceu como capital do Império Romano do Ocidente. Por
sua vez, Constantinopla passou a ser a sede do Império Romano do Oriente. No final da Antiguidade,
a crise econômica, as migrações bárbaras e outros fatores contribuíram para a dissolução das provín-
cias ocidentais latinas.
O lado oriental, todavia, manteve-se fortalecido. As trocas comerciais com outros povos e a de-
fesa constante das fronteiras foram fundamentais para sua sobrevivência. Com a queda de Roma, os
territórios latinos orientais se reorganizaram e deram origem ao Império Bizantino. Gradualmente, sua
sociedade absorveu tradições clássicas e orientais. Devido à proximidade das cidades helênicas, o
grego tornou-se a língua oficial do governo e da religião. A capital voltou a ser chamada de Bizâncio
até 1453, quando foi tomada pelos turcos otomanos.
Bridgeman Images/Easypix Brasil/Biblioteca Nacional, Madri, Espanha.

▶ Os drómons eram
embarcações de guerra
típicas da civilização
bizantina. Para afugentar
inimigos e invasores,
esses barcos eram
dotados de uma arma
conhecida como “fogo
grego”, que lançava um
composto inflamável.

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Por conta de sua localização estratégica, Constantinopla era o ponto de encontro de uma grande
variedade de rotas mercantis. Na Idade Média, a cidade tornou-se um dos maiores centros comerciais
do planeta, chegando a abrigar mais de 1 milhão de pessoas. Seus mercados eram abarrotados de pro-
dutos oriundos de lugares distantes. Nas ruas agitadas, era possível encontrar idiomas, vestimentas e
costumes variados.
A prosperidade econômica de Bizâncio permitiu a construção de edifícios grandiosos e luxuosos. Por
outro lado, despertou a atenção de saqueadores, que a atacavam constantemente. Para protegê-la, os
bizantinos criaram uma poderosa rede de muralhas. Uma extensa tropa de soldados e mercenários (com-
batentes contratados) também cuidava da sua defesa.
O comércio proporcionava muitas riquezas aos bizantinos, todavia, a agricultura era sua atividade
fundamental. A produção agrícola era realizada em grandes propriedades que pertenciam, em sua
maioria, ao clero e à nobreza. O trabalho era realizado por camponeses presos à terra, como no antigo
regime de colonato.
O artesanato e a fabricação de navios e armas também fazia parte da economia bizantina. Tanto os
artesãos quanto os comerciantes locais eram agrupados em corporações subordinadas ao governo. Tudo
era rigorosamente controlado pelo Estado, cujos funcionários fiscalizavam os produtos em circulação.

Viagem no espaço
EF06HI15; SEF06HI26

O mapa abaixo representa a ocupação do estreito de Bósforo pela cidade de Bizâncio na metade do
século VI. Analise-o com atenção, e, depois, responda ao que se pede.

Constantinopla na metade do século VI

Igreja de
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São Salvador
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Fortalezas marítimas
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de Mócio do Boi Hipódromo Grande Palácio
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Arcádio Porto Igreja de
de Eleutério São Sérgio e Baco

Mar de M‡rmara

O L

S
0 640 m

ATLAS de história mundial. Rio de Janeiro: Reader’s Digest do Brasil, 2001. (Adaptado.)

48
História

Viagem no espaço
a) Qual aspecto representado no mapa favoreceu o desenvolvimento do comércio em Bizâncio?

b) Com base nas construções sinalizadas no mapa, é possível afirmar que Bizâncio apresentava uma
mistura de culturas?

c) Que informações do mapa indicam o crescimento da cidade?

2. Disputas, cultura e tradições


Enquanto a Europa feudal sofria um processo de fragmentação política, o Império Bizantino manti-
nha-se fortemente centralizado. O imperador, também chamado de basileu, comandava de maneira ab-
soluta a estrutura do Estado, as forças armadas e a hierarquia cristã. No contexto bizantino, esse modelo
teocrático de governo é conhecido como cesaropapismo. A expressão indica que o governante (césar)
também é o chefe supremo da Igreja (papa).
Justiniano I, que assumiu o poder entre 527 e 565, foi o mais célebre dos basileus bizantinos. Seu
governo foi marcado pela construção de obras monumentais, pela expansão territorial e pela eclosão de
uma gigantesca rebelião. Um dos seus maiores legados foi a reorganização das antigas leis romanas.
Um grupo de juristas experientes foi responsável por essa missão, que resultou na publicação de um
novo conjunto de leis – o Código de Justiniano. Posteriormente, as leis romanas presentes no documento
foram recuperadas pelos povos europeus e utilizadas para a elaboração da legislação de muitos países,
como Portugal, França e Inglaterra.

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No campo militar, Justiniano colocou em prática um antigo sonho dos bizantinos: restaurar o Império
Romano por meio da conquista das regiões que correspondiam às antigas províncias ocidentais. A Igreja
o apoiava, pois almejava reunificar as comunidades cristãs. Para executar o ousado projeto, o governante
obrigou os súditos a pagar altíssimos impostos. A medida provocou insatisfação e favoreceu a eclosão
de um levante de grandes proporções em 532. Conhecida como Revolta de Niké, a rebelião iniciou-se no
hipódromo de Constantinopla e expandiu-se rapidamente. Justiniano cogitou fugir da cidade, mas, orien-
tado pela rainha Teodora, enfrentou o movimento de maneira implacável. Mais de 30 mil pessoas foram
mortas pelas tropas leais ao imperador.
O combate à revolta deu prestígio suficiente ao basileu para colocar em prática a expansão do império.
Em 535, seu exército derrotou os vândalos no norte da África. Em 553, a península Itálica foi reconquistada
após anos de luta contra os ostrogodos. Em 554, os bizantinos tomaram o sul da península Ibérica, em posse
dos visigodos. Apenas a Gália permaneceu sob o domínio dos francos. Todavia, com a morte de Justiniano,
em 565, o sonho de restauração do antigo império acabou. As conquistas territoriais rapidamente se perde-
ram, o que contribuiu para o afastamento da cristandade ocidental e da civilização bizantina.

Império Bizantino na época de Justiniano

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DÁCIA Mar Negro
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Ravena DALMÁCIA

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MACEDÔNIA TRÁCIA

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REINO Ilhas Nápoles IMPÉRIO ROMANO Tarso
VISIGODO EPIRO
Baleares DO ORIENTE Antioquia
Sardenha
Atenas Chipre SÍRIA
Córdoba Corinto
Damasco
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Siracusa
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Jerusalém
NUMÍDIA Mar Mediterrâneo N
Império na ascensão de Justiniano em 527 Alexandria
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Reconquistas de Justiniano até 565 Cirene
Território em disputa S
TRIPOLITÂNIA EGITO 0 305 km
Campanhas importantes de Justiniano

GRANDES impérios e civilizações da Europa medieval. Madri: Edições del Prado, 1997. (Adaptado.)

Para ampliar contextos


A Revolta de Niké possivelmente se iniciou devido a uma disputa esportiva. Os bizantinos tinham grande apreço pelas
corridas de bigas, pequenas carruagens puxadas por cavalos. Em 532, uma acirrada competição provocou uma dúvida
em relação ao vencedor. As camadas populares torciam para o corredor que conduzia o cavalo de nome Niké (Vitória, em
grego). Justiniano e membros da elite, por sua vez, torciam para o cavalo rival. Como não havia uma clareza em relação ao
resultado da corrida, o imperador declarou que seu cavalo havia vencido. A decisão provocou grande indignação entre os
populares, que já demonstravam insatisfação em relação ao aumento dos impostos e dos custos de vida.

A cultura bizantina é fruto de uma rica mistura de influências ocidentais e orientais. Dentre elas
cabe destacar as expressões clássicas (greco-romana), o cristianismo e as tradições de povos asiáti-
cos e africanos. As obras artísticas serviam para enaltecer tanto o Estado como os membros do clero.
Os governantes eram retratados de maneira semelhante a figuras sagradas. Essa proximidade era
intencional, pois servia para legitimar o poder político por meio da fé.
A arquitetura era caracterizada pela construção de obras imponentes e ricamente decoradas, a
exemplo da Basílica de Santa Sofia. O interior das construções era adornado com imensos mosaicos.
Esses painéis eram confeccionados por milhares de pedrinhas coloridas, as tesselas. Outra manifestação

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História

hramikona/Shutterstock
artística típica eram os ícones – imagens que representam Jesus Cristo,
a Virgem Maria e outras figuras do cristianismo. As técnicas empregadas
eram a têmpera, que envolvia a mistura de tinta e ovo, e a encáustica,
baseada na adição de cera à tinta.
Como aprendemos, os imperadores bizantinos controlavam de manei-
ra ilimitada as mais variadas instituições, entre elas, a Igreja. Dessa forma,
ao contrário do que ocorria no Ocidente, o clero era subordinado aos ba-
sileus. Cabia ao governante escolher quem seria o patriarca, o líder da hie-
rarquia cristã em Bizâncio. Na condição de guardiães do cristianismo, os
imperadores afirmavam que seu poder tinha uma origem divina. Os cléri-
gos apoiavam essa crença e, em contrapartida, recebiam terras, tesouros e
privilégios do governante.
A parceria entre a Igreja e o Estado, todavia, não impediu o surgimento
de atritos. De um lado, o basileu não admitia perder seu poder absoluto. De
outro, os sacerdotes desejavam aumentar sua interferência nos rumos do ▶ Ícone bizantino representando
Jesus e a Virgem Maria. Hoje
império. O conflito mais famoso entre essas entidades envolveu o caráter em dia, esse tipo de produção
sagrado dos ícones. cultural é encontrado no
interior de igrejas cristãs
Esses objetos religiosos recebiam a devoção da população, pois acre-
ortodoxas.
ditava-se que eles realizavam milagres. Em 730, o imperador Leão III proi-
biu a adoração dos ícones alegando que tal prática se afastava da doutrina cristã. Os monges, por sua
vez, repudiaram a decisão, pois eram responsáveis por sua fabricação e comercialização.
O embate, conhecido como questão iconoclasta, agravou-se ao ponto de o governo ordenar a
destruição dos ícones – a expressão iconoclastia significa “quebrar imagens”, em grego. Com o apoio
do clero, os fiéis não aceitaram a medida, o que desencadeou confrontos entre os iconoclastas e os de-
fensores das imagens. A disputa terminou, apenas em 843 , a favor da manutenção do culto aos ícones.
Os atritos constantes entre o Estado bizantino e a Igreja aprofundaram o afastamento da cristan-
dade ocidental e da oriental. Esse processo, que se iniciou após o reinado de Justiniano, foi se apro-
fundando ao longo do tempo. No século XI, a situação chegou a um ponto irreversível quando o papa
reivindicou o controle total sobre qualquer assunto religioso. Com o apoio do clero local, o Império Bi-
zantino contestou a medida. O patriarca Miguel Cerulário questionou a decisão com base nas sagradas
escrituras. Alegou que não encontrava na Bíblia uma justificativa para apoiá-la.
Em 1054, ocorreu a ruptura formal entre as comunidades religiosas. Por meio do Grande Cisma, fo-
ram criadas duas entidades distintas: a Igreja Católica Apostólica Romana, sediada em Roma, e a Igreja
ortodoxa, cuja sede principal é Constantinopla (atual Istambul). Até o presente, as duas instituições
continuam separadas. Nas últimas décadas, todavia, alguns papas e patriarcas esboçaram iniciativas de
reaproximação. Estima-se que existam atualmente cerca de 250 milhões de cristãos ortodoxos em todo
o mundo. A maioria encontra-se na Europa oriental, na Rússia e no Oriente Médio.

3. O declínio bizantino
A civilização bizantina chegou à sua máxima extensão durante o governo de Justiniano. Seus suces-
sores, todavia, abandonaram o projeto expansionista e deram prioridade à solução de problemas internos.
Entre os séculos VII e VIII, regiões ocupadas pelos bizantinos na Pérsia, Israel e Egito foram conquistadas
por guerreiros muçulmanos. Os territórios da Europa, por sua vez, foram tomados por povos germânicos.
Apesar de sucessivas derrotas, os bizantinos mantiveram seu império graças às riquezas oriundas do
comércio. No final da Idade Média, entretanto, seu tamanho havia sido reduzido de maneira significativa.
Em 1204, um grupo de cruzados (guerreiros cristãos) invadiu Bizâncio e provocou enorme destruição:
obras de arte foram saqueadas, tesouros foram roubados, e um incêndio consumiu grande parte da cidade.
No século XV, turcos otomanos tomaram quase todas as regiões sob domínio bizantino. A capital
resistiu durante certo tempo até ser conquistada em 1453. O evento é um dos marcos do final da Idade
Média, segundo a periodização tradicional. A partir de então, a cidade passou a se chamar Istambul e
converteu-se na sede do Império Turco Otomano por quase 500 anos.

51
Para construir
SEF06HI26

1 Observe a imagem a seguir e responda ao que se pede.

VladyslaV Travel photo/Shutterstock


▶ Esse mosaico foi elaborado em um painel da antiga igreja de Santa Sofia, no século VI.
À direita, o imperador romano Constantino oferece a cidade de Bizâncio reformada à
Virgem e ao menino Jesus. Do outro lado, Justiniano I lhes oferece o templo de Santa Sofia.

a) Onde esse mosaico se encontra? Quais são as figuras representadas?

b) Qual é a mensagem que ele pretende transmitir?

c) É possível afirmar que esse mosaico simboliza a civilização bizantina? Justifique.

52
História

Para construir

2 Imagine que uma empresa de jogos convidou você para produzir um videogame sobre a civilização
bizantina. O personagem principal deve ser um imperador ou uma imperatriz (real ou imaginário). No
espaço a seguir, escreva um texto descrevendo as características desse jogo fictício: cenários, objeti-
vos, missões, personagens secundários, nível de dificuldade, entre outras características.

4. Origens do islã
Nos dias atuais, com mais de 1,6 bilhão de fiéis, o islamismo é a segunda maior religião do mundo
(o cristianismo é a primeira). Seu adepto é chamado de muçulmano – em árabe, o termo significa “sub-
misso a Deus”, assim como a palavra islã. Essa fé monoteísta surgiu na península Arábica no começo do
século VII. Os muçulmanos seguem os ensinamentos do profeta Maomé e o Alcorão, seu livro sagrado.

Compreendendo o conceito
O termo árabe refere-se aos povos que se originaram na península Arábica ou que apresentam tradições dessa região.
Islâmico ou muçulmano, por sua vez, é aquele que segue a religião fundada por Maomé. Nem todos os árabes são
muçulmanos. Existem países com grandes comunidades islâmicas fora da Arábia, como a Índia, o Paquistão e a Indonésia.

Situada no Oriente Médio, a península Arábica é banha- tocaktocak/Shutterstock

da pelo mar Vermelho, oceano Índico e golfo Pérsico. Em


seu interior, encontra-se um imenso deserto montanhoso.
Há milênios, viviam nessa região árida tribos seminômades
– os beduínos –, que se organizavam em clãs. Esses povos
realizavam frequentemente trocas com as cidades do lito-
ral, de perfil comercial. Os conflitos também eram comuns.
Antes da fundação do islamismo, as sociedades do
deserto e da costa seguiam tradições politeístas. Não
havia um Estado unificado, e cada comunidade contava
com autonomia política. Apesar de suas diferenças, um
elemento as unia: a peregrinação a Meca, principal centro
comercial árabe. O destino dos peregrinos era a Caaba,
um antigo templo em formato de cubo. Além de contar ▶ Os beduínos vivem em comunidades seminômades
nos desertos da Arábia há milênios. Antes da
com estátuas de várias divindades, o local abrigava a fundação do islã, seguiam tradições politeístas e
Pedra Negra, possivelmente um antigo meteorito. organizavam-se em clãs.

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Luisa Ricciarini/Leemage/Bridgeman Images;Easypix Brasil/
Museu Sarayi, Topkapi, Istambul.
Maomé nasceu em Meca, em 571. Sua família pertencia aos coraixi-
tas, um clã influente na cidade. Ainda criança, ficou órfão e foi criado por
seu tio Abu-Talib, um cobrador de impostos que lhe ensinou a “arte” do
comércio. Aos vinte e poucos anos, quando já era um hábil comerciante,
casou-se com Cadija, uma rica viúva. Em razão das viagens comerciais
que realizava, Maomé conheceu diversas culturas. Entre elas, comunida-
des judaicas e cristãs da Arábia, que exerceram grande influência em sua
vida. Dessas tradições, absorveu o monoteísmo e um conjunto variado de
crenças, valores e histórias. Ele admirava o judaísmo e o cristianismo, mas
afirmava que essas religiões não compreenderam de maneira correta a
palavra de Alá (Deus).
Em 610, Maomé tomou uma ousada decisão: passou a realizar retiros
nas montanhas a fim de encontrar a verdadeira mensagem de Alá. Segun-
do a tradição, foi nesse momento que o anjo Gabriel informou-lhe que ele
se tornaria o último dos profetas e que Alá falaria por ele. Foi a partir desse
evento, conhecido como “Noite do Destino”, que o Alcorão começou a ser
▶ Gravura da “Noite do Destino”,
redigido. Nascia assim o islamismo. momento em que Maomé, à
esquerda, é avisado pelo anjo
Pouco tempo depois, Maomé iniciou a pregação em sua cidade
Gabriel de que seria o último
natal. Os primeiros convertidos foram parentes e membros dos seg- profeta de Alá. Muitas correntes
mentos mais pobres. Naquela época, os grandes mercadores de Meca do islamismo proíbem a produção
temiam que a nova religião monoteísta afastasse os peregrinos que de imagens de Maomé. Por esse
motivo, ele é representado com o
visitavam a Caaba. Por esse motivo, perseguiram o profeta, que se refu- rosto coberto por um véu.
giou na cidade de Yatreb, em 622. A fuga de Maomé, conhecida como
Hégira (“migração”, em árabe), é considerada o marco inicial do calendário muçulmano.
Em Yatreb, Maomé tornou-se popular e transformou-se em líder político e religioso. A fé islâmica se espalhou
rapidamente na cidade, que foi rebatizada como Medina, a “cidade do profeta”. Em seguida, centros urbanos
vizinhos também foram convertidos. Maomé percebeu que poderia enfrentar a cidade de Meca e extinguir suas
tradições politeístas. Em 630, com o apoio de 10 mil combatentes, o profeta conseguiu submeter a cidade.
A Caaba transformou-se em um santuário muçulmano, ao passo que suas estátuas foram destruídas.
A Pedra Negra, por outro lado, foi preservada e passou a simbolizar a aliança entre Alá e a humanidade. Meca,
que hoje se localiza na Arábia Saudita, foi alçada a “cidade santa do islã”. Maomé seguiu adiante e expandiu a
fé islâmica para outros territórios. Quando morreu, em 632, grande parte da Arábia estava unificada sob um
mesmo credo e uma força política centralizada.

hikrcn/Shutterstock

▶ A Caaba se encontra atualmente na Grande Mesquita de Meca, na Arábia Saudita. Para os muçulmanos, o antigo templo em forma
de cubo é a construção mais sagrada do mundo. A Pedra Negra, no interior da Caaba, representa o elo entre Alá e a humanidade.

Para ampliar contextos


Os pilares do islã envolvem regras fundamentais que todos os crentes devem cumprir. São eles: reconhecer Alá como única
divindade e aceitar Maomé como seu profeta; orar cinco vezes ao dia voltado a Meca; praticar a caridade; jejuar de manhã
e à tarde durante o Ramadã (nono mês do calendário muçulmano); para aqueles que podem pagar e têm condições físicas,
peregrinar a Meca ao menos uma vez.

54
História

5. O esforço permanente
Após a morte de Maomé, o islamismo difundiu-se pelos demais territórios da Arábia e chegou a outras
regiões. Entre 632 e 732, a religião muçulmana espalhou-se pelo Oriente Médio, Ásia central, norte da
África e península Ibérica, constituindo um império teocrático.
A expansão, considerada uma das mais rápidas da história, foi liderada pelos califas – líderes políticos
e religiosos que sucederam o profeta. O principal motivo do seu êxito foi o surgimento da ideia de jihad.
Essa expressão pode ser compreendida como o esforço permanente que todo fiel deve realizar para
disseminar a palavra de Alá, tanto pelo exemplo pessoal como pela pregação ou por meio do combate.
Como a maioria das comunidades árabes tinha um perfil guerreiro, o aspecto bélico da jihad acabou
se destacando. Todavia, ao contrário do que ocorria anteriormente, essas comunidades deixaram de lutar
entre si e passaram a defender um único credo.
Além da fé, outros motivos inspiraram os guerreiros muçulmanos. As conquistas territoriais rendiam
premiações, como lotes de terras, riquezas e objetos valiosos. A morte em batalha, por sua vez, não era
temida. Caso morressem, os combatentes acreditavam que seu destino seria o paraíso, onde poderiam
desfrutar de muitos prazeres. Os comerciantes árabes também incentivaram a expansão do islamismo,
pois as regiões conquistadas poderiam oferecer novas oportunidades para seus negócios.
Em geral, os muçulmanos tratavam os povos subordinados de maneira tolerante, permitindo que
preservassem seus costumes e religião. Entretanto, aqueles que se convertessem ao islamismo recebiam
vantagens, como o não pagamento de impostos, o acesso a cargos políticos e a proibição da escraviza-
ção. Tais benefícios levaram inúmeras comunidades a aderir à fé islâmica em um curto intervalo de tempo.

Formação do Império Islâmico

REINO DOS
OCEANO
FRANCOS
ATLÂNTICO Poitiers

Toulouse
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ITÁLIA Mar Negro
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Constantinopla Cáspio
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Meca ARÁBIA
Império Islâmico na época de Maomé (622-632)
Rio N

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Primeiras conquistas árabes (até 661)


Conquistas posteriores (até 750) O L
OCEANO
Limite máximo de penetração árabe na França (732) ÍNDICO
S
Estreito de Gibraltar, passagem para a Europa 0 430 km

LEONE, Alba Rosa. Orientarsi nella storia. Milão: Sansoni, 1995. v. 1, p. 301. (Adaptado.)

A difusão do islamismo provocou disputas pelo poder, que desencadearam o surgimento de diferentes
correntes religiosas. As mais expressivas são o sunismo e o xiismo. Os sunitas são assim chamados porque,
além do Alcorão, também seguem a Suna, um livro com relatos sobre a vida e as ações de Maomé. De acordo
com esse grupo, qualquer pessoa poderia assumir a condição de califa, desde que fosse um indivíduo digno.

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Os xiitas, por outro lado, acreditam apenas no Alcorão. Além disso, defendem que um governante mu-
çulmano deve pertencer obrigatoriamente à família do profeta. Seu nome deriva da expressão “partidários
de Ali”, um antigo califa que era primo e genro de Maomé. Atualmente, os sunitas constituem a maioria dos
muçulmanos em todo o mundo. Os xiitas são a segunda corrente mais numerosa do islamismo.
O Império Muçulmano foi fundado no início do século VII e estendeu-se até meados do século XIII. Ao
contrário de outras civilizações, todavia, esse império não era politicamente centralizado, mas composto
de califados – reinos que seguiam as leis do islã. Os califas, por sua vez, pertenciam a diferentes dinastias.
Moáuia I, cunhado de Maomé, fundou a dinastia Omíada, responsável pela expansão do islã para além da
península Arábica. Sua capital era a cidade de Damasco, na Síria.
Em 750, a dinastia Omíada deu lugar aos Abássidas, cuja capital era Bagdá, fundada no atual Iraque.
Seus governantes incentivaram a promoção do comércio, das artes e das ciências. Outras dinastias famo-
sas foram os Almorávidas e Almóadas, que dominaram extensas regiões no oeste da África e na península
Ibérica. Já os Fatímidas comandaram o norte da África e parte do Oriente Médio.
No século XIII, o Império Muçulmano sofreu um processo de fragmentação em razão de conflitos
internos e do avanço de outros povos. Os califados que restaram tornaram-se Estados independentes, e
o islamismo permaneceu como um elemento cultural até os dias atuais.

6. Tradições e saberes
Além de elaborar uma grande variedade de tradições e saberes, os árabes muçulmanos também
promoveram a difusão de produções culturais de outros povos. Invenções e descobertas de sociedades
orientais, como a bússola, o papel e a pólvora, chegaram ao Ocidente por seu intermédio. Os estudiosos
do mundo islâmico também foram responsáveis por preservar obras de civilizações antigas, como textos
filosóficos da Grécia antiga.
No início do século IX, o califa Almamune ordenou a fundação de um centro de estudos em Bagdá, a
Casa da Sabedoria (Bayt al-Hikma). Para lá foram levadas obras sobre assuntos diversos, de poesias a es-
tudos militares. Qualquer estudioso poderia frequentar a Casa da Sabedoria, não importando sua origem
ou credo. Veja, a seguir, alguns exemplos do seu imenso legado.
• Matemática: os numerais hindus, criados na Índia, foram adaptados por matemáticos islâmicos, dando
origem aos algarismos arábicos.
• Arquitetura: as mesquitas, templos reservados à fé islâmica, são ricamente decoradas com figuras
geométricas, os arabescos. Em suas torres, conhecidas como minaretes, os sacerdotes chamam os
fiéis para realizar as orações em direção a Meca.

Dmitry Erokhin/Shutterstock

▶ Arabescos (figuras
geométricas) elaborados
em uma casa de estudos
muçulmanos no Uzbequistão.
No mundo islâmico,
mesquitas, palácios e
mercados são outras
construções enfeitadas com
arabescos.

56
História

• Astronomia: estima-se que os astrônomos muçulmanos elaboraram mais de 10 mil manuscritos, quase
todos na língua árabe. Vem também desse idioma o nome de algumas estrelas, como Aldebarã, Altair
e Deneb.
• Medicina: os médicos árabes descobriram que algumas doenças são infecciosas, ou seja, que podem
ser transmitidas por homens ou animais.
• Idioma: a língua árabe influenciou os idiomas das regiões islamizadas. Em português, contamos com
muitas palavras de origem árabe, como almofada, arroz, azeite, frango, garrafa, jarra, sorvete, talco,
tambor, etc.

7. Islamismo na África
A presença árabe na África é anterior à fundação do Império Muçulmano. Desde a Antiguidade,
mercadores árabes estabeleceram contato com sociedades africanas por meio de extensas redes co-
merciais. Na Idade Média, essas rotas facilitaram a disseminação da fé islâmica pelo continente. Entre
os principais responsáveis por esse processo estavam os beduínos. Oriundos da Arábia, esses viajantes
migraram para o norte da África e passaram a viver de maneira nômade no deserto do Saara.
A conversão ao islamismo também contou com a atuação de líderes locais. É o caso de Mansa
Muça, que comandou o Império do Mali, uma rica civilização estabelecida no oeste do continente. Em
1324, o governante organizou uma enorme comitiva para viajar até Meca. Aproximadamente 15 mil pes-
soas acompanharam o monarca, que também levou uma grande quantidade de ouro.
Ao retornar ao Mali, Mansa Muça trouxe sacerdotes e estudiosos que ajudaram a propagar a religião
muçulmana. Mesquitas, escolas e bibliotecas islâmicas foram erigidas para estimular a conversão dos
súditos. Tombuctu, a cidade mais próspera do Mali, tornou-se o símbolo desse processo. A população
do império absorveu o credo islâmico, mas não abandou as antigas crenças politeístas, dando origem
a uma mistura religiosa. À exceção do islã, o continente africano não sofreu nenhuma grande onda de
conquista até o final da Idade Média. Posteriormente, países europeus promoveram a exploração de
seu território.

Alamy/Fotoarena

▶ Mesquita de Sancoré, em Tombuctu, no Mali. O templo muçulmano transformou-se em um influente centro de ensino durante
o governo de Mansa Muça, no começo do século XIV. As três mesquitas da cidade, que funcionavam como uma espécie de
escola islâmica, chegaram a abrigar 25 mil alunos e entre 400 mil e 700 mil obras escritas.

57
Só encontro onde moro
SEF06HI27
Sobre a influência da cultura árabe no Brasil, leia o texto abaixo.
Embora pouca gente saiba, pimenta, noz-moscada, cravo e canela que ressaltam o sabor na culinária
brasileira, o uso do azeite no lugar da banha de porco e até o sagrado cafezinho são marcas da cultura
árabe, uma influência que vai muito além das esfirras e quibes, totalmente incorporadas em nossa mesa.
Os primeiros traços culturais árabes no Brasil chegaram com os portugueses, resultado da influência que
absorveram em quase oito séculos de dominação árabe na península Ibérica.
[...] Técnicas de construção, como a taipa de pilão, largamente utilizada na arquitetura colonial brasilei-
ra, são de influência nitidamente árabe [...]. Os arcos em forma de ferradura, cúpulas em forma de gota e os
mosaicos de azulejo também são elementos introduzidos por esses povos do Oriente Médio. O cavaquinho
brasileiro é um descendente do alaúde, que em árabe significa “a madeira”. [...] A partir do século XIX, no
entanto, essa influência foi mais direta, marcada pela presença de grande número de imigrantes do Líbano,
da Síria e Palestina em solo brasileiro.
MARIUZZO, Patrícia. Árabes no Brasil. Ciência e Cultura. São Paulo, v. 63, n. 3, p. 58-59, jul. 2011.
Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0009-67252011000300022&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 maio 2021. (Adaptado.)

1 Em grupo, realize uma pesquisa sobre uma tradição de origem árabe presente na cidade ou
no estado em que você vive. Entre as possibilidades, citamos: gastronomia, arquitetura, danças,
músicas, atividades profissionais, festas, vestimentas, expressões linguísticas, entre outros. Para
coletar informações sobre essa tradição, consulte fontes locais de pesquisa: arquivos públicos,
bibliotecas, sede de jornais, coleções privadas, etc. É também possível utilizar acervos digitais ou
registrar o testemunho de pessoas que tenham algum conhecimento sobre o tema escolhido.

2 Com base nos dados coletados, todos os grupos devem se envolver na elaboração de um grande
painel sobre a influência árabe em sua cidade ou estado.

3 Por fim, exponha o painel em um local acessível a todos os membros da comunidade escolar. Cite
as fontes que forem consultadas e os nomes dos participantes do projeto.

Para construir
SEF06HI27

1 Leia o texto abaixo de maneira atenta a para responder aos itens a seguir.
Um ano depois de terem saído das fronteiras da Arábia, em 633, os árabes já tinham atravessado o
deserto e derrotado o imperador bizantino Heráclio, nas margens do rio Yarmuk; em três anos tinham
tomado Damasco; cinco anos mais, Jerusalém; passados oito anos, controlavam totalmente a Síria, a
Palestina e o Egito. Em 20 anos, todo o Império Persa, até ao Oxus, tinha caído sob a espada árabe; em 30,
eram o Afeganistão e a maior parte do Punjab.
PINTO, Jaime Nogueira. O islão e o Ocidente: a grande discórdia. Alfragide: Leya, 2015. p. 54.

a) Qual é o fenômeno histórico descrito pelo texto?

58
História

Para construir

b) Indique os principais fatores que estimularam esse fenômeno.

2 Islamofobia é o nome dado ao desprezo, medo ou ódio ao islamismo e a fiéis que seguem essa religião.
Esse sentimento, resultado de afirmações vagas ou preconceituosas, vem ganhando força em vários
países nas últimas décadas. Muitas pessoas que cometem islamofobia acreditam, por exemplo, que
todos os seguidores do islamismo são violentos ou querem destruir a cultura dos povos ocidentais. Em
uma roda de conversa, discuta o que podemos fazer para combater a islamofobia. Depois, escreva um
texto coletivo sobre o tema.

Faça você mesmo


EF06HI15; SEF06HI26; SEF06HI27

1 Quem fundou a cidade de Bizâncio? Quando e por que isso aconteceu?

2 Indique algumas características da cultura bizantina.

3 Com suas palavras, explique o que foi a questão iconoclasta.

4 Como era a península Arábica antes do surgimento do islã?

5 Quais são os cinco pilares da religião muçulmana?

6 Qual é a diferença entre os sunitas e os xiitas?

7 Indique uma contribuição dos árabes muçulmanos no campo da Matemática, da Astronomia e da Medicina.

59
Faça uma selfie
Chegou a hora de avaliar seu desempenho. Levando em Avancei,
consideração as afirmativas, marque um X no quadro da Compreendi mas posso Preciso
avaliação que mais combina com você. Nas linhas em branco da bem. melhorar rever.
tabela, elabore perguntas para você avaliar-se. ainda mais.

Analisei como ocorreu a passagem da Antiguidade para a Idade


Média na Europa.

Compreendi que o feudalismo era baseado em vínculos


pessoais e orais de dependência.

Compreendi que a sociedade feudal era dividida em três


ordens: clero, nobreza e trabalhadores.

Identifiquei as semelhanças e as diferenças entre as sociedades


da Idade Média oriental.

Para a selfie ficar completa, converse com os colegas a respeito do desempenho de todos. Assim, vocês
conseguirão melhorá-lo e avançar nos estudos.

60
CompetenciAÇÃO História

6
Caderno 4
Escola:
Nome:
Data: Turma:

Competência específica de História


Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados e eventos
ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.

Habilidade
SEF06HI21: Contextualizar e compreender historicamente o que foi o período medieval e a cristanda-
de ocidental.

Situação-problema
Nas últimas décadas, o estudo de diferentes tipos

Album/Fotoarena/Cole•‹o particular
de documentos ampliou nosso conhecimento sobre a
Idade Média europeia. Por meio da análise cuidadosa
dessas fontes históricas, é possível compreender as-
pectos variados sobre essa conjuntura. Sobre isso, leia
o texto a seguir.
Como sabemos sobre a vida na Idade Média? Uma
enorme variedade de objetos e registros sobreviveu por
toda a Europa. Mas apenas olhar para esses objetos ou do-
cumentos não é suficiente [...]. Eles têm de ser interpreta-
dos e, algumas vezes, restaurados e reconstruídos.
Alguns objetos são razoavelmente fáceis de entender.
Por exemplo, as moedas nos chegaram em grande número. ▶ Livro de Orações da duquesa de Luxemburgo, exemplar
As armas e as armaduras medievais estão bem-conservadas bem-conservado de uma iluminura medieval.

também. Elas foram colecionadas por serem bem-acabadas,


e não é difícil dizer por que foram feitas.
Os arqueólogos podem reconstruir potes de cerâmica a partir de fragmentos encontrados em escavações.
Os potes podem nos dar indícios de quando um lugar foi ocupado e, talvez, dos contatos comerciais entre pro-
dutores e usuários.
Recorte aqui e entregue ao professor.

Há construções que datam do final do período medieval em quase todas as partes da Europa e em algumas
aldeias completas do final da Idade Média, como Siena, na Itália, e Carcassonne, na França. Mas todas elas
contêm construções que foram acrescentadas ao edifício original ou que foram reconstruídas nos séculos poste-
riores e que devem ser estudadas com cuidado.
Manuscritos, pinturas e todos os tipos de arte também precisam ser cautelosamente estudados.
As ideias medievais sobre arte eram diferentes das posteriores – poucos artistas retratavam como a vida
era realmente. Eles muitas vezes estavam mais interessados em usar a arte para transmitir ideias religio-
sas ou filosóficas.
O mesmo acontece com os documentos medievais, das poesias até os registros de impostos. Nós deve-
mos perguntar por que foram produzidos antes de podermos entendê-los.
MACDONALD, Fiona. Como seria sua vida na Idade MŽdia?
São Paulo: Scipione, 1997.

61
Em grupo, escolha um tema associado à civilização medieval europeia. Por exemplo: relações de
poder, atividades econômicas, formas de trabalho, práticas militares, expressões culturais, tradições
religiosas, tecnologias desenvolvidas, entre outros. Depois, consulte fontes embasadas de pesquisa
(enciclopédias, endereços eletrônicos, documentários, séries e podcasts) e reúna informações perti-
nentes sobre esse tópico. Os dados coletados vão ser usados para a montagem de uma apresentação
em uma feira cultural. Nesse evento, aberto à comunidade escolar, cada grupo vai apresentar o tema
pesquisado de maneira criativa e curiosa. Durante a realização da feira, ofereça explicações aos visi-
tantes sobre a sua pesquisa e auxilie-os em caso de dúvida.
Antes de iniciar sua pesquisa, responda ao que se pede a seguir.

1 Segundo o texto, basta olhar para objetos e registros produzidos na Idade Média para compreender
essa época? Justifique sua resposta.

2 Por que construções arquitetônicas erigidas na Idade Média, como a cidadela de Carcassonne, devem
ser estudadas com cuidado?

3 Com suas palavras, explique o seguinte trecho do texto: “As ideias medievais sobre arte eram diferen-
tes das posteriores”.

Recorte aqui e entregue ao professor.

62
Serviço Social da Indústria
PELO FUTURO DO TRABALHO

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