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Copyright @ 2017 Dudu Haluch Edigao e preparacio de originais Fabio Briiggemann Capa Estudio Letras Contemporaneas Iustragies Dudu Haluch e Carolina Simiao Editores Daniel Mayer e Fabio Briiggemann H197, Dudu Haluch. Hormdnias na fisiculturiseo -histéria, isialogia e fermacologia { Dudu Haluch ~ Floriandpolis : Letras Contempordeieas, 2017, 264 p. ISBN 979-89-66712-33-9 Inclui referénecins 1. Medicina e sade, 2. [larménias ~ farmacalogia. 2. Titulo cDu:60 ‘Nenhuma parte deste livra pode ser reproduzida, no toda ou em parte, por quaisquer meios, sem a autorizagao expressa do autor e dos editores. Todos os direitos desta edicio reservados 4 editora Letras Contemporineas. www letrascontemporaneas.com.br SUMARIO APRESENTAGAO/INTRODUGAO 1. HISTORIA DOS HORMONIOS NO FISICULTURISMO ...... LOVINTRODUGAO- 1.1) OINICIO DO FISICULTURISMO E A DESCOBERTA DA TESTOSTERONA. 1.2) ANOS 60 E 70- MR OLYMPIA, ARNOLD E OS ESTEROIDES... 1.3) ANOS 80 = DAN DUCHAINE, GH ETPC onscreen 1.4) ANOS 90 ATE A ATUALIDADE - ERA FREAK E ABUSO .. 2) POTENCIAL GENETICO E RESPOSTA HORMONAL __ 20} INTRODUGAG .. 2.1) MODELOS DE POTENCIAL GENETICO E LIMITE NATURAL... 30 2.2) GENETICA E RESPOSTA HORMONAL o..ss0rsnsnsnsnenno 3) ESTEROIDES ANDROGENICOS E MECANISMOS DE ACAQ I INTRODUCAG... 11) EFEITOS ANABOLICOS E ANDROGENICOS DA TESTOSTERONA 3.2) CONVERSAG DA TESTOSTERONA EM DHT... 3.3) CONVERSAO Da TESTOSTERONA EM ESTROGENIO. 4) PERFIL DOS ESTEROIDES ANABOLIZANTES......... 4.0) INTRODUCAO - 4.1) ESTEROIDES INJETAVEIS E SEUS ESTERES. 4.2) ESTEROIDES 17 ALFA-ALQUILADOS (17 aa) 4.3)0 INDICE MIOTROFICO-ANDROGENICO ......... 44} PERFIL DOS ESTEROIDES ANABOLIZANTES _ STOSTERONA E SEUS DERIVADOS 44.1) TESTOSTERONA 441-1) TESTOSTERONA AQUOSA (SUSP 41AAyTRSTOSTERONA BM GEL (ANDROGEL) “7 441-5) UNDECANOATO DETESTOSTERONA ORAL (ANDRONUND 7 La) METILTESPOSTERGINA bi 44.2 NOLDESONA (EQUIPO ot (AA METANDIROSTENGILORNA (DIAN ATO cal JONIMESTEROMA (LA OTESTINY a 4.4.5) 4-CLORODI FAMILIA 19 NOK: ___ 4.4.6) NANDROLONA {CA DURABOLIN) 4.4.7) TREMBOLONA (FINAL FINAJECT, FAMILIA DERIVADOS DO DH cote sone 44.8) OXIMIETOLONA (HEMOGENIN) a 4.4.9} ESTANOZOLOL (WINSTROL) 4.4.10) OXANDROLONA (ANAVAR) 4.4.11) METENOLONA (PRIMOBOLAN) ....... sone 44.11-1) ACETATO DE METENOLOWA (PRIMOMOLAN ORAL). 4.4.12) DROSTANOLONA (MASTERON) ...... 4.4.13) MASTEROLONA (PROVIRON) Jd IDROMETILTESTOSTERONA (TURINABOI) RA BOLAND, £SSEGERS BIAS 5) EFEITOS COLATERAIS E EXAMES LABORATORIAIS . SAQVINTRODUGAG 5.1) BEEITOS COLATERAIS ANDROGENICOS: 5.2) EFEITOS COLATERIAS POR, AROMATIZAGAO 5.2.1) GINECOMASTIA 5. CORAGAO, FIGADO ESNC 5.3.1) SISTEMA CARDIOVASCULAR. 5.3.2) PROBLEMAS HEPATICOS 8.3.3) BFETTOS PSICOLOGICOS 5.4) OUTROS EFETTOS COLATERAE 5.5) EXAMES LABORATORIAI 55.1) EMOGRAMA .. 55.2) PERMIL LIPIDICO (COLESTEROL TOTAL HIM, LDL, TIC 55.3) ENZIMAS HEPATICAS 5.5.4) FUNGAQ RENAL. . . 5.5.5) OUTROS EXAMES + +. 6) TERAPIA POS-CICLO (TPC) 6.0) INTRODUGAD 141 6.1) EIXO HIPOTALAMO-PITUITARIA /HIPOFISE-TESTICULAR (HPT). 6.2) TERAPIA POS-CICLO (TPC) 63) TIMING PARA INICIO DA TPC E EXAMES LABORATORIAIS oe 64) PROTOCOLS TPC... wen 6.5) MANTER 05 GANHOS POS-CICLO E POSSIVEL? FARMACOS UTILIZADOS NA TRC 6.6) hCG (GONADOTROFINA CORIONICA H G.7)SERMS ... 67.1) CITRATO DE TAMOXIFLNO (NOLVADEX) 6.7.2) CITRATO DE CLOMIENO (CLOMID) . 67.3) CLORIDRATO DE RALOXIFENO (BVIS 6.8) INIBIDORES DE AROMATASE (iAa) 6.8.1) ANASTROZOL (ARIMIDEX) - 4 6.8.2) LETROZOL (FEMARA) wp 6.8.3) EXEMESTANO(AROMASIN) 0.00 6.9) AGONISTAS DOPAMINERGICOS (CABERGOLINA EDROMOCRIPTINA).152 6.10) INIBIDORESSELITIVOS DA PDES (IADALAPILA, SILDENAFILA) 153 7) ESTEROIDES ANDROGENICOS E MULHERES 20000000.0000000.....157 2O)INTRODUGAG - oo senee ABT + 5 7.2) ESTROGENIO oe 7.) ESTEROIDES ANABOLIZANTES E MULFIERES 162 7.4) ESTEROIDES ANABOLIZANTES E VIRILIZACAQ, . 16e 7.5) DROGAS PARA COMBATER VIRILIZAGAO: AN TTANDROGENOS 168 INSURICIENCIA ANDROGENICA PEMININA 171 7.7) TPC FEMININA . son anaes annem IPD 7.8) ANTICONCEPCIONAL ROIDES ANDROGENICOS 176 8) PEPTIDEOS: GH, INSULINA E OUTROS HORMONIOS .. B.OVINTRODUGAG . 80 B.IJEIKOGH - IGE] oo oo 6.2) EME TOS FI HOLOGICOS DO-GH EDO IGE-1 = ssesamectss 4 8.3) PERL DO GH 8.4) PERFIL DOIGF-1 .... 8.4.1) MECASERMINA (INCRELEX) 4.2) MGE (FATOR DE CRESCIMENTO MECANICO} ... 192 8.5) SECRETAGOGOS DE GHGHRHs EXGHRDS) a 5.6) HGH FRAGMENT 176-191 (AQD-9604) OF 8.7) INSULINA EO. GLUCACON sesennenneenenne 197 HA) PERFIL DA INSULINA on enone BOR 9) TERMOGENICOS 209 4.0) INTRODUGAG- eee a) 9.1) JORMONIOS DA TIREOIDE (74 E73) ~ ce 9.1.1) LEVOTIROXINA SODICA (L-T4) 217 9.1.2) IOTIRONINA SODICA (L-T3}_—— Ne 9.2) CATECOLAMINAS E DROGAS SIMPATOMIMETICAS _-2t RECEP FORES BETA-ADRENERGICOS E ALFA ADRENERGICOS eee BRD 9.2.1) EFEDRINA (MA LIUAN 9.2.2) CLEMBUTEROL —.. 92.3) SALBUTAMOL (AEROLIN) 9.2.4) IOIMBIMA (YOMAX).. 9.3) DNP (2.4-DINITROPENOL) 10) OUTROS FARMACOS UTILIZADOS NO FISICULTURISMO =—-234 10.0) INTRODUGAQ: 10.1) SENSIDILIZADORES DE INSULINA.. 10.1.1) METRORMINA - W.2) PROSTAGLANDINAS 10.2.1) PGF2 ALFA (LUTALYSE, PROLISE) 10.3) DIURETICOS - 103.1) FUROSEMIDA (LASIX) 10.3.2) HIDROCLOROTIAZIDA (DIURIX} 10.3.3) ESPIRONOLACTONA (ALDACTONE) 104) OLEOS DE CRESCIMENTO LOCAL (SYN' 10.5) POTENAY (MEEENTERMINA} 10.6) ARMS (MODUL ADORES SELETIVOS DC 101, ADE} 1) CICLOS E PROTOCOLOS DE FISICULTURISTAS 252 TLOVINTRODUGAO 252 TL) CICLOS .. a ~ ~ 2 112)ESTRUTURA DE CICLOS ENTRE AISICULTURISTAS, 258 1.2.1) OFF SEASON (BULK) .. 11.2.2) PRE-CONTEST (CUTTING) TL3) BLAST & CRUISE “Entre a academia ¢ as livrarias, entre os pe- 508 ¢ 05 livros, inspirado pelos fildsofos de Atenas ¢ polos guerreiras de Esparta. Sou intensamente apaixonado pelo conheci- mentoe pela vida. Sou inspirado por tudo aquile que amo, pela morte e pela dor das minhas perdas e fra- casos. Eu sou aquilo que perdi” Dudu Haluch in memorian Carolina Ferreira Haluch Larissa Barbosa APRESENTACAO/INTRODUCAO 4 faz. algum tempo que tenho vontade de escrever um lie Jin sobre fisiculturismo. Em 2015, tentei comegar um livro completo horménios, Logo percebi que seria muito complicado dar con- tinuidade a esse empreendimento, pois abordar todos esses as- sobre o assunto, abordando treinamento, nutrigéo ¢ suntos em um tnice livre demandaria muito estudo ¢ trabalho, € © projeto acabaria levando muito mais tempo do que eu gos- taria, Escrever sobre treinamento também nado me dava muita seguranca, pois é um assunto que nao domino como o hormé- entio escrever um livro apenas sobre nios ¢ a nulrigao, De horménios, jf que € 0 assunto que estudo ha mais tempo ¢ pelo qual me tornei referéncia no meio do fisiculturismo. No entan- to, minha ideia é dar continuidade ao projeto inicial ¢ continuar escrevendo livros voltados para o fisiculturismo. Inclusive, meu préximo projeto, jd em andamento, é um livro sobre nutrigdo no fisiculturismo e no fitness. ‘Comecei a escrever esse livro em janeiro de 2016 e minha meta era acabar 0 livro e publica-lo em 2017. Espero com esse livro trazer muita informagio para fisiculturistas, profissionais de satide e amantes do esporte, Embora o livro seja direcionado para o pablico praticante de musculagdo, muitas informagdes contidas aqui se aplicam a todos os outros esportes envolvendo uso de drogas para aumento da performance. Mesmo que o fisiculturismo seja um esporte onde existe um use muito disse- minade ¢ indiscriminado de esteroides anabolizantes ¢ oulras drogas, sabemos que o doping esti presente em todo esporte, principalmente quando se trata do alto nivel amador e profis- sional. Algumas modalidades esportivas tém uma larga histé- ria de casos de doping, como é o caso do ciclismo, do MMA e do atletismo. Dessa forma, a intengdo desse livro nao ¢ abordar © uso de drogas apenas no fisiculturismo — embora esse seja 0 foco principal -, mas também discutir os efeitos dessas dre no organismo, seja do atleta, seja do praticante comum de mus- culagiio que visa apenas a estética. Devo alertar desde 0 inicio que esse livro néo tem nenhuma pretensao de ensinar alguém como utilizar esteroides, muito me- nos fazer apologia ao uso. Embora cu tenha uma visio mais libe- ral sobre o assunto, no que conceme a liberdade ¢ respon: dade de quem faz.o uso, entendo que o uso dessas drogas podem prejudicar muito a sadde do usudrio, Minha intengao primordial com esse livro é esclarecer as pessoas sobre os efeitos (na perfor mance, na sadde ¢ na estética) dos esteroides anabolizantes ¢ de outras drogas usadas para fins estéticos. Com base em evidéncias cientfficas ¢ na minha experiéncia observando milhares de atletas nos tiltimos 7 ou 8 anos, pretendo que esse livro seja uma boa re- feréncia para 0 usuidrio de estervides e para © profissional de sau- de que lide com os mesmos. Longe de incentivar o uso, a inten- cao desse livro é esclarecer o atleta, treinador e usudrio comum, de todos as riscos envolvidos com o uso de esteroides. Também busquei explicar em detalhes todo 0 contexto que envolve o uso de horménios no fisiculturismo, focando nos aspectas histdricos, fisioldgicos, farmacolégicos ¢ estéticos. No primeiro capitulo, falo sobre a histéria do uso de hor- ménios no fisiculturismo, um assunto pouco conhecido até mesmo por atletas. O capitulo 2 também é inovador em relagio a outros livros sobre esteroides, Nele, relacione o potencial ge- nético muscular com a resposta genética de um individuo ao uso de esteroides. No capitulo 3 so discutidos as mecanismos de ago da testosterona ¢ dos esteroides anabolizantes no organismo, in- cluindo a aromatizagio ¢ a conversio em DHT. O capitulo 4 ¢ dedicado 4 descrigdo dos principais esteroides anabolizantes zados no fisiculturismo, assunto que esté presente em todas 05 livros bésicos sobre esteroides, No capitulo 5, falo sobre os principais efeitos colaterais dos esteroides anabolizantes ¢ também discuto a importancia dos ioquil edo acompanhamento médico. O capitulo 6, acredito ser 0 mais completo j4 escrito sobre terapia pés-ciclo (TPC). O capitulo 7 também é um dos meus favoritos, pois ele foi dedicado especialmente para as mulheres, e nele apresento muitas informagies originais, decorrentes de minha experiéncia e de anos estudando os efcitos dos esteroides nas mulheres. Particularmente, ndo conhego nenhum livro que s¢ aprofunde nesse assunto e sei que os estudos sobre o mesmo ainda sao escassos. No capitulo 8, discuto es principais hermdnies peptidicos utilizados por fisiculturistas, principalmente o GH e a insulina, No capitulo 9, falo sobre o uso dos termogénicos, drogas que sdo largamente utilizadas nao sé por praticantes de musculacgio que visam estética, mas também por muitas pessoas que dese- jam perder peso/gordura. No capitulo 10, falo sobre outras dro- #as muito utilizadas no fisiculturismo, incluindo a metformina, a PGF 2a, 0 diuréticos e os dleos de crescimento local (SEOs). Finalmente, o ultimo capitulo aborda as principais estraté- gias praticadas por fisiculturistas em rclagiio ao uso de esteroi- des anabolizantes ¢ outras drogas. Sao discutidos protocolos de ciclos nas fases de Olli season e pré-contest « também a popular estratégia de BLAST & CRUISE. ul exames: 1, HISTORIA DOS HORMONIOS. NO FISICULTURISMO 1.0) INTRODUCAG- Quando adolescente eu peguei um grande gosto pelo estu- do dah Foi uma das minhas primeiras paixdes. em rela- Go aos meus estudos ¢ quase foi a minha escolha para cursar faculdade na época (2002). Embora nao tenha hoje 0 mesmo en- tusi passado, ainda tenho um grande interesse em conhecer a histe- ria das minhas dreas de interesse, seja do conhe co ¢ filoséfico (fisica, matematica, biologia, filosofia etc), seja do fisiculturismo. Por isso, nada mais justo que comegar esse livro abordando a historia dos hormGnios no fisiculturismo. Importante deixar claro que muito do que sera aqui nao pretende ser uma histéria fidedigna dos fatos. Até porque o conhecimento sobre a histéria dos horménios no fisiculturis- mo é muito escasso, ¢ muito desse conhecimento se baseia em relatos de usuarios e atletas do passado, relatos que muitas ve- zes nao sao confidveis pelo medo que muitos atletas tm em prejudicar a sua imagem com © publico ¢ a midia. De qualquer forma, deixo claro ao leitor que me propus a escrever esse ca~ pitulo porque acho necessdrio que esse conhecimento histérico ic mo pelo estudo da histéria da humanidade que tive no imento cientifi- nao seja perdido, que seja mais valorizado, jé que ele nos diz muito sobre o desenvelvimento do fisiculturismo, do esporte e dos esteroides anabolizantes no decorrer das décadas. Nao faz muito sentido falar em histéria do fisiculturismo sem falar de horménios anabélicos ¢ drogas para aumento da performance, nem faz sentido falar de esteroides anabolizantes, horménio do erescimento ¢te, sem mencionar © uso dessas sub; porte eseus efeitos colateral cias no es- ede aumento da performance em usudrios ¢ atletas. Como o desenvolvimento do fisiculturismo e do esporte ca- minhou paralclamente ¢ em sinergia com o uso dessas substan- cias durante a maior parte de tempo, resolvi comecar 0 livro fa- lande um pouco sobre essa relagaio ¢ des para depois entrar nos detalhes sobre o perfil das substancias, valvimento histérico seu efeitos ¢ mecanismos de agio. © uso de substincias para aumentar, ou pelo menos ten- tar melhorar, o desempenho no esporte remonta a antiguidade, onde atletas © guerreiros faziam uso de ervas e cogumelose tam- bém acreditavam que se alimentar de Grgaos poderia ter poder afrodisiaco ¢ tratar impoténcia, No entanto, 9 desenvolvimento efetivo de horménivos anabdlicos sintéticos 86 aconteceu nos anos 30 do século passado, com a sintese da testosterona, em 1935, por Ruzica ¢ Welstein, pesquisadores que trabalhavam para os grandes laboratérios que desenvolveram esteroides androgénicos ntese da testosterona foi um marco na histéria da ciéncia ¢ também do fisiculturismo do esporte, pots a partir dessa grande descoberta, que rendeu um prémio Nobel aos dois pesquisadores, uma grande quan- tidade de outros esteroides anabolizantes foi sintetizada para fins terapéuticos. No entanto, muitos atletas e treinadores de diversas modalidades esportivas utilizaram esteroides anabo- lizantes com a finalidade de melhora do rendimento esportivo v da estética. f evidente que os esteroides anabolizantes nao foram comercializados com esse objetivo ¢ sim para finalida- exuais de animais ticos. As de teraptutica, visando inicialmente o tratamento de reposigao hormonal e 0 tratamento de pacientes catabdlicos. A verdade é que logo apés os primeiros experimentos nos anos 30, ficou cla- ro 0 potencial da testosterona e seus derivados para aumentar a forga ea massa muscular em animais ¢ humanos, De qualquer forma, foi s6 no final dos anos 40 © inicio dus anos 50 que os atletas de clite do com uso de esteroides, Mas antes de detalhar o inicio do uso de esteroides no bodybuilding pelos primciros atletas, vou come- icullurismo iriam fazer os primviros testes car relatando as primeiras descubertas ¢ ideias sobre o use de testosterona. 1.1) O INICIO DO FISICULTURISMO E A DESCOBERTA DA TESTOSTERONA Foi em meados do século XIX que © cientista alemao Ar nold Adolf Berthold descobriu que os testiculos influenciam o comportamento masculino através da secregao na corrente san- guinea de uma substancia desconhecida. Décadas mais tarde, 0 fisiologista francés Charles Edouard Brown-Séquard anunciou na Sociedade de Biologia, em Paris, que cle tinha idealizado uma terapia de rejuvenescimento para o corpo e a mente. Ele alegou que a injegdo do extrato liquide, extrafdo dos testicu- los de cachorro-e porquinho da india, poderia aumentar a forga fisica e capacidade intelectual em seres humanos. A pesqui de Brown-Séquard inspirou vdrios cientistas para fazer pesqui- sa com extratos testiculares. Em 1889, o atleta de beisebal Pud Gavin foi o primeiro atleta a testar 0 uso do extrato de Brown- Séquard com a finalidade de aumentar scu desempenho no beisebol. Pode-se dizer que cle foi o primeiro atleta a fazer uso de esteroides androgénicos, mesmo que o efcito nio tenha sido compardvel ao que obtemos com o uso de testosterona sintética. Apesar disso tudo, a estrutura da testosterona no seria eluci- dada até a década de 1930 e os extratos de testiculos de animais estavam longe de fornecer os beneficios dos esteroides analo- lizantes que conhecemos hoje, devido a grande quantidade de testiculos necesséria para extrair uma quantidade de testostero- na da ordem de poucos mg. O fisiculturismo comegou a dar 05 primeiros passos no ini- cio do século XX, gragas a grande influéncia do talentoso Eu- gen Sandow (1867-1925), Sandow se destacou na Europa como um forte levantader de peso, mas se destacou ainda mais pela Stima qualidade estética do scu fisico. Em 1901 ele idealizou a primeira competicao oficial de fisiculturismo, que levou cerca de trés anos para ser planejada, ¢ contou com a participagio de 156 atletas, além de contar com o ilustre Arthur Conan Doyle (famoso criador de Sherlock Holmes) como um dos jurados, Além de Eugen Sandow, muitos outros famosos levantado- res de peso foram responsdveis pelo desenvolvimento do fisi- culturismo na cra pré-cstervides (1900-1950). Importante lem- brar que nesse tempo as competigées de fisiculturismo eram diferentes, pois nfo era valorizado apenas o aspecta estético, mas também a performance do atleta em outras modalidades cxportivas. Mais detalhes sobre a histéria do fisiculturismo po- dem ser encontrados na Enciclopédia de Fisiculturismo e Mus- culagio do Arnold Schwarzenegger. Foi sé nos anos 40 que as competigbes de fisiculturismo co- megaram a mudar, com a criagao do concurso Mister América pela AAU (Amateur Athletic Union), que no decorrer des anos. passou a dar mais Gnfase 4 aparéncia fisica. Com isso, os levan- tadores de peso passaram a gozar de uma maior vantagem nas competigoes contra atletas oriundos de outras modalidades, como nadadores, ginastas ¢ pugilis Um dos primeiros ven- cedores do Mister América foi John Grimek (1910-1998), que um levantador de peso por exceléncia, inclusive competindo nas olfmpiadas de Berlim em 1936. Entre suas faganhas, Grimek nunca foi derrotado no fisiculturismo ¢ derrotou Steve Reeves ne primeiro concurso do Mister Universo NABBA, em 1948. Qu- tro fato importante sobre Grimek ¢ que ele foi um dos primeiros fisiculturistas a usar testosterona nos EUA, sob a supervisdo do famoso médico John Ziegler. Antes de abordar como Ziegler ini- ciou os testes com estendides androgénicos nos fisiculturistas da costa oeste dos Estados Unidos, vamos voltar aos anos 30, onde a testosterona foi sintetizada pela primeira voz. Na década de 1930, aconteceu a grande revolugio dos es- teroides anabolizantes ¢ dos horménios sexuais como um todo, onde os quimicos que trabalhavam para grandes empresas far- macéuticas, como Schering, Organon, Ciba, foram responsdveis pela sintese de uma série de horménios esteroides, entre os quais o mais importante foi a testosterona, em 1935. A sintese da testesterona e de outros esteroides rendeu o prémio Nobel de quimica a Adolf Budenandt (Schering) e Lavoslav Ruzicka (Ciba), em 1939. Nos anos seguintes, vérias outras formulagies de testosterona foram (oral) ¢ o propionato de testosterona, Entre 1936 e 1938, testes em humanos ¢ animais demonstraram os efeitos anabolizantes da testosterona na massa muscular. As alegagées de que os soldados alemaes teriam usado tes- tosterona na Segunda Guerra Mundial sao carentes de evidén- cias. O professor de Estudos Germanicos, John Hoberman, acre- tetizadas, como a metiltestosterona dita que o uso de esteroides por soldados nazistas é um mito. A popularidade da testosterona aumentou com a publica- gdo, em 1945, do livre O Horménio Masculino, do escritor Paul de Kruif. Nesse livro, Kruif exalta o potencial da testostero- Na para causar rejuvenescimento e aumentar produtividade, argumentando que também poderia ser utilizada por atletas como um potente recurso ergogénico. Nio demorou muito para que os fisiculturistas da costa oeste dos EUA vissem gran- de potencial na uso de esteroides androgénicos para ganho de massa muscular. No entanto, tudo indica que nado foram os americanos os primeiros atletas a fazer uso da testosterona, e sim os levanta- dores de peso sovisticos, provavelmente entre os anes de 1952 ¢ 1954. Foi em 1954, no campeonato mundial de levantamento de peso na cidade de Viena, que o dr. John Ziegler (1920-1983), médico da equipe norte-americana, entrou em contato com o médico da equipe soviética, que lhe disse que os atletas soviéti- cos estavam fazendo uso de testosterona. Ao voltar para os Es- tados, Unidos Ziegler convenceu os levantadores de peso John Grimek, Jim Park (Mister Universo em 1954) e Yaz Kuzahara, associados ao York Barbell Club de Bob Hoffman, a testar 0 uso dv testosterona. Os resultados foram decepcionantes, provavel- mente pela forma equivecada do uso, j4 que na época era pouco conhecido a melhor forma de se usar testosterona e controlar scus efeitos colaterais, Mas Ziegler nao desistiu e, em 1955, ele foi trabalhar na , grande inddstria farmacéutica e pioneira na sintese de esteroides, inclusive da testosterona. Trabalhando na Ciba, Ziegler teve acesso a diversos este- roides androgénicos derivados da testosterona para fazer testes em atletas, Porém, foi 36 em 1958 que a Ciba Pharmaccuticals introduziu o Dianabol no mercado e revolucionou o uso de es- teroides no fisiculturismo. Ziegler nao foi responsdvel pelo de- senvalvimento do Dianabol, como dizem muitos sites e féruns. de musculagao, mas foi cle que apresentou © Dianabol para os levantadores de peso do York Barbell Club e para a equipe nor- te-americana de levantamento de peso. No entanto, o primeiro esteroide oral sintético liberado pela FDA (Food and Drug Administration - érgdo governamantal responsivel pelo controle de medicamentes, alimentos e suple- mentos nos EVA) — para comércio nos EUA foi o Nilevar (No- retandrolona), produzido pela Searle em 1956. Bill Pearl foi um dos primeiros fisiculturistas a experimentar o Nilevar em 1958, sob a orientagao de Artur Jones, o criador do High Intensity Training (HIT) e das maquinas Nautilus. Pearl relatou um ga- nho de peso de 11 kg com um ciclo de 12 semanas usando 30 mg por dia de Nilevar. Bill Pearl também admitiu que fez use de esteroides androgénicos na sua preparagio para o Mister Uni- verso NABBA de 1961, onde foi campedo. Nessa época, Pearl, assim como Larry Scott (vencedor do Mr Olympia em 1965 e 1966), relatam que © uso de esteroides anabolizantes jé cra uma prdtica comum entre os principais fisiculturistas. 1.2) ANOS 60 E 70- MR OLYMPIA, ARNOLD E OS ESTEROIDES. Nos anos 60, praticamente todos os esteroides: conheci- dos hoje ja tinham sido desenvolvidos, mas os relatos histé- ricos de atletas, médicos e treinadores da época, indicam que © Dianabol e a Deca Durabolin (Organon) eram os principais esteroides usados em ciclos de fisiculturistas. A testosterona provavelmente era evitada pelos efeitos colaterais, como gine- comastia, ja que naquela época ainda nao se conhecia o trata- mento. Também ainda nao existia a ideia de terapia pés-ciclo (TPC) e muitos atletas simplesmente alternavam periodos de on ¢ offhorménios, sendo que o uso de esteroides era feito pre- ferencialmente nos meses préximos da competigao. Em 1965 foi criado o Mister Olympia e também e¢ famosa academia Gold’s Gym, na California, a Meca do fisiculturismo, onde a elite do bodybuilding se reunia para treinar, incluindo 0 mito Arnold Schwarzenegger. Sergio Oliva confirmou ter usado d-bol ¢ deca, sem men- cionar as dosagens, mas confirmou que todos na época estavam usando. Dave Draper, ator ¢ Mister Universo [FBB em 1966, re- latow como era um ciclo razodvel entre 1965 e 1970, que parece ser mais realista, exccto pelas dosagens baixas em relagdo aos dias de hoje: “Entre 1965 ¢ 1970, um esbogo razodyel consistiria de um ci- elo de 12 semanas de Deca Durabolin injetdvel, 1 ml por se- mana, além de Winstrol {estanozolol), Anavar (oxandrolona), ou Dianabol em forma de pilulas, 4a 6 comprimidos por dia, Dosagens seriam maiores ou menores de acordo com os re- sullados, a necessidade, ou ignordncia do patife, a ousadia, 0 desespero, a disponibilidade dos ingredientes, humor, ¢ assim por diante. A cada seis semanas durante a fase de nao competi- gao, um ciclo curto ¢ leve poderia ser feito para sustentar as ga- nhos musculares ¢ a forga.” A seguir um trecho de uma entrevista que o Mister Olym- pia Sergio Oliva deu a Brian D. Johnston: “Esta é uma drea de grande interesse para as pessoas. Eu nado me importo se alguém quer tomar esteroides, porque isso é uma. escolha pessoal ... ¢ 6 a sua vida. Agora, hoje, todo mundo tem acesso a eles. Eu mesmo viem uma das grandes revistas que Ar- nold nega ter usado eles, mas Arnold foi um dos primeirosa tra- zeresteroides para a América. E todo mundo nos velhos tempos usava: Zane, Columbu, cu mesmo, Arnold, Larry Scott, Harold Poole, Dave Draper, ¢ até mesmo Steve Reeves. Nao hé como: negar. Ngo era muito, nada como hoje. Mas o desenvolvimento de drogas é muito diferente. Eu usci deca c dianabol, ¢ isso era algo realmente grande na época; e deca nao foi considerada tao ruim assim. Foi ainda prescrito por médicos para ajudar a tornar 08 asses fortes, Hoje vocé tem caras que pesam 200 libras, ¢ seis meses depois eles pesam 250-300 libras! Entdo voce sabe que es- ses caras estio tomando algo inacreditével. Quando eles dizem que nao tomaram qualquer coisa, voot sabe que é mentira.” Foi no final dos anos 60 que Arnold comegou a se destacar, vencencdo {rés vezes consecutivas o Mister Universo NABBA (1967/68/69) e tornando-se um dos mais fortes candidatos a ser vo grande campeao do Mister Olympia, onde teria que enfrentar grandes nomes, como Sergio Oliva, Serge Nubret, Dave Draper e¢ Frank Zane. Quando se mudou para a California (1968) cle loge se tornou © centro das atengdes ¢ o queridinho dos irmaos Weider (Joc ¢ Ben), os criadores da IFBB. Nos anos 70,Arnold se tornaria um icone do esporte, vencendo 6 Mister Olympia seis, vezes conseculivas ¢ popularizando ainda mais o esporte com sua participagio no filme Puinping bron, Nos anos de 1970), os fisiculturistas estavam usando os mais variados tipos de esteroides, ¢ 6 comum encontrar relatos na in- ternet de que © combe favorito do Arnold era Deca, Dianabol e Primobolan (Schering). Nao sabemos se de fato isso ¢ verdade, mas todos esses estervides cram de uso comum nesse tempo, as- sim como oxandrolona (Anavar), estanozolol (Winstrol) cox tonolona (Anadrol /Hemogenin). E dificil dizer come fisiculturis- n= tas lidavam com a libido fazendo ciclos sem testosterona, mas é fato que in uos diferentes podem se no desejo sexual. Outros poderiam remediar isso usando alguma testosterona, mesmo nao sendo a prin de um ciclo como nos dias de hoje. Outra caracteristica dos da época eram os populares ciclos em forma de pirdmide, onde as doses de esteroides cram aumentadas lentamente até algum pico ou préximo do pico e em seguida diminuia-se a dose novamente. 1,3) ANOS 60 - DAN DUCHAINE, GH E TPC Depois da retirada de Arnold das competigdes, o Mister Olympia scria dominado por atletas com menos de 90 kg, com Franco Columbu, vencendo em 1976 ¢ Frank Zane, com uma qualidade estética e simetria impressionantes, vencendo nos trés anos seguintes (1977, 1978, 1979). Mas Arnold voltaria em 1980 ¢, como cle mesmo relata, o cendrio do fisiculturismo havia mudado, se tornando muito mais competitivo. A qualidade es- tética de Zane iria influenciar muito os atletas dos anos 80, que foi uma época em que se viu uma grande variedade de fisicos, alguns grandes, outros pequenos, mas todos priorizanda mais definigdo muscular, proporgao ¢ simetria. Nao é por acaso tam- bém que Arnold venceria esse Mister Olympia, talvez 0 resul- tado mais controverso da histéria dessa competicio, principal- mente porque muito se fala que o impressionante Mike Mentzer foi injustigade por ndo ser adepto dos métodos de treinamento Weider, nem fazer parte dos projetos ¢ politica dos irmdos Wei- der. Mentzer era um adepto dos métodos de treinamento de alta intensidade (HIT) de Arthur Jones. O préprio Mentzer criou seu proprio sistema de treinamento adaptando os métodos de Jones t:criando @ método Heavy Duty (HD). Os fisicos dos atletas das anos 80 podem ser explicados nao sé pela influéncia do padrao Zane, mas também pela maior difu- sdu do conhecimento sobre esteroides ¢ outras drogas auxiliares para melhora estética, principalmente o popular horménio do crescimento (GH). Diuréticos e hormdnios da tirevide também parecem ter uma grande parcela na contribuicdo dos fisicos esté- ticos dos anos 80, Zane parece ter sido um pionciro nesse sentido. Foi o guru Dan Duchaine o maior responsdvel pela divul- gagdo do conhecimenty sobre drogas no fisiculturismo, quando, em 1981, publicou seu popular guia Underground Steroid Hande- book, que se tornaria um marco na histéria sobre o conhecimento de drogas no esporte, quebrando as barreiras da hipocrisia, Se atribui a Duchaine a intredugdo de drogas como clembuterol ¢ 0 poderoso DNP no fisiculturismo, assim como o uso do cilrato de tamoxifeno (Nolvadex) para controle dos colaterals pelo ex- cesso de estrogénia (aromatizagaa). No seu livre também apare- cem as primeiras ideias sobre terapia pés ciclo, recomendando o uso da gonadotrofina coriénica humana (HCG) ¢ de tamoxifeno ou clomifene em conjunte para auxiliar no reterne da produgao natural de testosterona apis os ciclos de esteroides. curioso notar que o Franco Columbu venceu © Mister Olympia em 1981 com uma ginecomastia aparente, Outros autores famesos de vro de esteroides da época foram Bill Phillips e o Dr Mauro Di Pasquale. © uso de horménio do crescimento (GH) ja estava bem es- tabelecido entre fisiculturistas no inicio dos anos 80, mas. o GH disponivel nessa época era o Crescorman, retirado da hipéfise de cadaveres, Problema do Crescorman é que ele pode causar a doenga de Creutzfeldt-Jakeb (DC}), uma desordem cerebral de- generativa rara ¢ fatal, caracterizada por répida neurodegene- ragio incapacitante com movimentos involuntirios e 90% dos infectados morrem em menos de 1 ano. Trembolona (Finaject, Parabolan) ¢ boldenona (Equipoise) também entraram em cena nessa época e foram rapidamente difundidas entre os fisi turistas de iculturistas estavam usando combos mais sofisticados de horménios e¢ drogas, principalmente no final da década, onde 0 GH sintético jd estava disponivel, aprova- do para humanos em 1985 (Genentech). Veja o relato de Mike Quinn, que foi Mister Universo em 1984: “Eu nunca tinha os altos e baixos selvagens com o desejo sexual, porgue cu nunca abusei de testosterona. Um monte de caras tem amor a testo porque é barat ¢ vocé terd toda a forca ¢ ganho de peso rapidamente. Eu nunca gostei da forma como a testosterona me fez sentir. Eu sempre usei deca como minha base e combinei com um pouco de Equi- poise ¢ D-bol, passando seis semanas ON, duas semanas OFF. Nas imas seis semanas antes de uma competigao seria apenas Primobolan, Winsteal-V e uma droga oral mais androgénica, como a Halotestin no final”. Claro que muitos fisiculturistas também cstavam fazendo uso de testosterona nessa época. Duchaine relata doses altas como 21100-4000 mg por semana entre atletas de forga ¢ joga- dores de futebol americano. Como o fisiculturisme se tornou um esporte muito competitive nos anos 80, tudo indica que os atletas estariam cm uso mais frequente de horménios, muitos sem periodos OFF horménios. A testosterona se tornou a base do ciclo dos fisiculturistas profissionais provavelmente nessa poca, assim como o GH se tornou de uso comum entre atletas de elite, principalmente no final das anos 80. Lee Haney foi a grande estrela dos anos 80, superando Amold em vitérias no Mister Olympia (8 vezes campeao, de 1984 até 1991). Varios ou- tras bodybuilders brilharam nessa época com fisicos diferencia dos e de impressionante qualidade estética, como Lee Labrada, Rich Gaspari, Mohamed Makkawy, Bob Paris, Albert Beckels, Sammir Bannout, Chris Dickerson, Tom Platz, Mike Ch Zane, entre tantos outros. 1.4) ANOS 90 ATE A ATUALIDADE - ERA FREAK E ABUSO Nos anos de 1990 ini ce também no conhecimento do uso de horménios e outras drogas entre os atletas. Um horménio em particular se tornou o divisor de dguas entre os fisiculturistas do passado e os atuais, a insulina. u-Se uMa nova cra no fisiculturismo Ajinsulina marcou a divisdo entre a nova era frevk e a era de ouro do bodybuilding (os fisicos clissicos que marcaram os anos 70 ¢ 80). Claro que nao foi a insulina, ou melhor dizendo, seu abuse, au atualidade, Em sinergia com a insulina entrou também o abuso: de peptideos, em especial o GH, ¢ também o abuso de dleos de responsdvel por criar os fisicos freaks dos anos 90 e da aplicagao local, como o Esiclene ¢ o famoso Synthol. Além disse, ) preocupadas em se tornarem cada vez. maiores, entdo o abuso de esteroides, princi- palmente testosterona, foi quase uma regra entre os profissionais. os fisiculturistas dos anos 90 estavam muil Desde entao, testosterona sc tornou a base dos ciclos de esteroi- des, em parte porque a informagio sobre controlar scus efeitos colaterais por excesso de estrogénio (aromatizagaa) estava mais difundida. Os medicamentos antiestrogénicos como SERMs (ta- moxifeno, clomifeno) ¢ os inibidores de aromatase (anastrozol, letrozol) passaram a ser de acesso facil nas farmicias. por um lado o acesso a informagdo se tornou mais facil, principalmente com o advente da internet e dos féruns de musculagio, por outro lado surgiram mais restrigdes sobre: a venda de esteroides. Isso deu lugar ao grande crescimento do mercado negro (underground). Até final dos anos 80 © dos anos 90 vocé poderia encontrar a maior parte dos esteroides anabolizantes de forma legal nas farmdécias, até mesmo trembo- lona para uso humano, vendida coma Parabolan. icul- Foi Dorian Yates o principal responsdvel por levar 0 turismo a um outro patamar, principalmente na questo do uso de horménies. Dorian relata que usou esteroides durante toda sua carreira competitiva (1985-1997), sendo campefio do Mis- ter Olympia por seis vezes consecutivas (1992-1997), E particu- larmente notavel a grande evolugdo do seu fisico de 1992 para 1993. Dorian também ¢ conhecido por seguir uma metodologia de treinamento de alta intensidade baseada nos principios do método Heavy Duty, de Mike Mentzer, que Ihe rendeu grandes vitérias, um fisico impressionante, mas também um histérico de lesdes ¢ uma aposentadoria precoce. Para atingir o mesmo nivel competitive de Dorian, os fisiculturistas dos anos 90 pas- saram a fazer abuso de esteroides com insulina ¢e GH, Em mui- tos deles também fica claro o abuso de injegdes locais, coma o popular Synthol. Os fisiculturistas cle elite dessa época estavam usando todo. arsenal de drogas dispaniveis, com objetivo de atingir um fisico volumoso ¢ bem condicionado. Gramas e gramas de esteroides androgénicos, doses elevadas de horménio do crescimento (~20 UI por dia) ¢ insulina (acima de 100 Ul/dia); drogas termogé- nicas podvrosas, como clembuterol, horménios da tireoide (T3, ‘T4), efedrina ¢ DNP; além de uma grande quantidade de diu- réticos, drogas recreativas ¢ outros medicamentos para contro- lar efcitos colaterais. Muitos dos atletas dessa época chegaram a passar dos 120 kg em competigio, como Nasser El Sombaty, Paul Dillett, Markus Rubl ¢ 0 proprio Dorian Yates. Alim disso, muitos atletas dos anos 90 exibiram fisicos de volume, quali- re os dade ¢ simetria impressionantes, mesmo nao estando maiores, como Flex Wheeler, Kevin Levrone e Chris Cormier. Shaw Ray, apesar de ser um fisiculturista leve perto dos seus adversdrios (pesando pouco menos de 100 kg em competicdo), estava sempre entre os primeiros colocados pela sua qualidade estética e simetria diferenciadas, Outro fisiculturista que marcou os anus 90 foi Andreas Mun- zer (1964-1996), nio-s6 por possuir a maior qualidade estética en- tne os profissionais, mas também porque foi vitima desse abuso de drogas. Nao estou falando apenas de horménios, mas de tedo lipo de droga que os fisiculturistas estavam fazendo abuso nes- s¢ tempo, incluinde diuréticos, anfetaminas e anti-inflamatérios. Na autépsia de Munzer foram encontrados mais de 50 tipos de drogas, grandes tumores no figado, desequilibrie cletrolitico por excesso de potdssio (provavelmente por abuso de diurético pou- pador de potissio come espironolactona), Munzer morreu jovem endo fui o-tinico case que demonstrou que os fisiculturistas des- sa época estavam em um nivel de abuso de drogas ¢ horménios que os colocavam em risco de vida. Também é conhecido o caso de Mohammed Benaziza (1959-1992) que morreu logo apés ter participado de uma competicdo, com apenas 33 anos, provavel- mente por desidratacao sevora. Além da morte desses dois jovens fisiculturistas profissionais, o gigante Paul Dillett quase morreu durante o Armold Classic de 1994, ‘Tudo indica que o incidente foi provocado por abuso de diurdticos (furosemida). Todos esses eventos, além de possivelmente outros desconhecidos do pul co, parecem ter influenciado a IFBB: profi: me antidoping apenas para diuréticos (em 1996). Nasser caiu no doping no Mister Olympia de 1996 e foi desclassificado. Markus Ruhl foi desclassificado em 1999 e 2001, quando caiu novamente junto com Jay Culler. Jay ameagou entrar na justiga contra a IFBB por acreditar nao ter sido testado da mesma forma que os outros atletas e ambos foram absolvidos da punigdo, Sem divida nado posso deixar de falar do gigante que rei- nou por 8 anos consccutivos no Mister Olympia, por muitos considerado a maior aberragio genética a pisar no paleo do fi- iculturismo, o grande Ronnie Coleman. Se Dorian havia dado inicio a era freak do bodybuilding ¢ reinado por 6 anos como Mis- ter Olympia, Ronnie Coleman por sua vez consolidou ¢ levou o fisiculturismo de vez a uma era de grandes fisicos massivos, onde um fisiculturista dos anos 80 pareceria um mero amador, sem condiges de competir ao lado dos gigantes de 110, 120, 130 ie jonal a criar um exa- kg. A insulina deixou o fisico dos atletas cada vez maiores € o teinado de Coleman (1998-2005) sé podia significar que qual- quer um que quisesse entrar na disputa teria que estar tao gran- de quanto ele, ou pelo menos tentar ao maximo. Nao hd divida que os érbitros da IFBB estavam dando esse recado aos atletas. Jay Cutler logo comegou a se destacar por perseguir esse ideal freak e rivalizar de igual para igual com Ronnie. Depois de ficar em segundo lugar quatro vezes, Jay Cutler finalmente destituiu Coleman do seu reinado no Olympia de 2006, colocando um fisico muito volumoso (124 kg) para vencer seu adversario, Com o tempo, foi ficando claro que os fisicus volumosos estavam ficando também com um aspecto nao muito agraddvel em termos de proporgao, qualidade estética ¢ simetria, princi- palmente em relagio a linha da cintura de muitos atletas. Era o longo use da insulina ¢ do GE mostrando seu lade perverso. & curioso que a linha de cintura, tio valorizada na era de ouro do fisiculturismo (anos 60, 70 ¢ 80), onde os atletas usavam técnicas como Stomach Vacuum, estava agora dando lugar a cstomagas dilatados, com fisiculturistas extremamente secos, mas aparen- tando estarem gravidos em algumas poses. Essa dilatagio do estémago parece ser resultado sinérgico do abuso de insulina com GH em conjunto com o excesse de comida. E preciso muita comida para um atleta que est4 em 5-7 gramas de testostero- na por semana, 150-200 UI /dia de ir ae 20-30 Ul/dia de |, sem contar as outras drogas em conjunto. O fato é que o trato gastrointestinal tem muitos receptores para o IGF-1 (fator de crescimento semelhante & insulina 1), horménio anabélico secretado pelo ffgado em resposta ao estimulo do GH. A atual elite do bodybuilding pro da IFBB, que inclui nomes como Phil Heath (6 vezes Mister Olympia), Kai Greene, Dennis Wolf, Dexter Jackson, Shawn Rhoden, o super freak Big Ramy, continua seguinde a linha dos mass monsters dos anos 90, mas num grou mais avangado. Parece que o abuso de insu doteriorando a qualidade estética ¢ proporgie dos longo pravo, de forma que os.atletas amadores de alte nivel de hoje j4 comegam a abusar de insu muito antes de se torna tem profissionais ¢ quando atingem o nivel pro Jé estio com uma dilatagao abdominal muito avangada. A opiniao publica ¢ a midia do meio fitness/bodybuilding tm exposto cada v um ponto de vista critico em relagao a esse tipo de fisico, mesmo que atletas como Big Ramy ¢ Kai Greene tenham um certo apelo popular de outra parte. O préprio Amold Schwarzenegyper fer criticas recentes aos fisicos de abdémen dilatado dos fi ristas da elite, com a esperanca de que fisicos como de Dexter ma icultu- Jackson ¢ outros menores ¢ mais estéticos sejam novamente valorizados, Se muitos acreditam que o fisiculturisme dos dias de hoje representa um retrocesso em relagao ao passade, pelo menos podemas tirar algumas ligdes do cendrio atual. Mesmo que fisiculturistas possam atingir niveis cada vez maiores de volume muscular, com coquetéis das drogas mais poderosas; mesmo que ainda possam ter fisicos grandes ¢ secas, a qualida- de estética, a simetria ea proporgao tendem a se perder, O limite dessa forma nao esté na qualidade ¢ poténcia das drogas, mas na capacidade de resposta do nosso organismo. Referéncias bibliograficas BAHIRKE, M.S.; YESALIS, C. E, “History of doping in sport”. In: Performance einen ing substances in parts and evercve. 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Porto Ale- timed, 2001 PEDIA~ Bugen Sandow, John Ziegler, Jobe 2) POTENCIAL GENETICO E RESPOSTA HORMONAL 2.0) INTRODUCAO: ‘esse capitulo, vou discutir um assunto que envolve certa polémica no mundo do fisiculturismo, mas um tema que considero de extrema importincia para compreender os ¢feitos dos horménios anabdélicos no organisme, ou melhor, a resposta do nosso corpo aos horménios. De qualquer forma, esse assunto muito mais abrangente que isso, pois cle envalve a questao do hosso potencial genético muscular méximo, o chamada limite natural, Essa & uma questae muito polémica, porque enquanto alguns individuos que usam horménios mentem sobre sua real condigio, outros individuos que nao fazem uso de horménios so rotulados de mentirosos (fiars). Eu mesmo no passado jd me envolvi nesse tipo de disputa, muitas vezes julgando de forma injusta. O conhecimento ¢ a maturidade me fizeram repensar muitas das minhas atitudes e formas de pensar em relagio a ges assunto e¢ ndo ¢ por acaso que dediquei parte dos meus ¢studos e um capitulo desse livre para tratar sobre essa questa. Mesmo que o foco desse capitulo nao seja a questao do limi- te natural e sim a questdo da resposta hormonal, serd inevitdvel abordar esse assunto, porque ele esta diretamente relacionado a questao do “potencial genético muscular”. Esse tema de poten- lal yenéticn 6 abordado por alguns especialistas em nutrigéo @ (einamento do meio fitness. Entre os principais expecialis- tas que vou discutir aqui estio Casey Butt, Alan Aragon e Lyle Medonald. Esses aulores so os principais especialistas em estu- tlar potencial genético, de certa forma um estudo mais Informal do que cientifico. Porém, a tema a resposta hormonal e nie tanto a questdo do limite natural. Confesso que esse assunto acaba sendo muito especulative pela caréncia de estudos cientificos, mas vou tentar seguir minhas especulagdes me bascando nas informagies ¢ dados coletados pelos autores que citei acima. A resposta de uma pessoa aos horménios & bas dependente de como seus receptores, presentes nas etlulas, se ligam aos horménios (ligantes). Alguns estudos parccem indi- car, pelo menos por casos m: receptores cululares tem uma dependéncia genética, podendo variar de individuo para individuo, mesmo que para a maioria das pessoas podemos assumir um comportamento dentro da media. a principal desse c mente extreimos, que a afinidade dos 2.1) MODELOS DE POTENCIAL GENETICO E LIMITE NATURAL Alguns estudiosos de treinamento e nutrigdo do fitness / bodybuilding criaram modelos tedricos que preveem quanto de massa muscular um individuo pode atingir sem uso de hormé- nis. Segundo Lyle McDonald e Alan Aragon — que criaram mo- delos simples ¢ semelhantes em termos de resultados ~ 0 ganho médio de massa muscular no primeiro ano de treino seria de aproximadamente 7-10 kg (~ 800 g por més). No segundo ano de treino o ganho médio seria de aproximadamente 4-6 kg (~ 0,5 kg por més), no terceiro ano cerca de 2-3 kg (~ 250 g por més) e 10s anos seguintes seria cada vez mais dificil para esse indivi- duo, mesmo experiente em treinamento e nutrigdo, ter ganhos de massa muscular além de 1-2 kg por ano, j4 que estaria prova- velmente préximo de seu limiar genético, No total vocé deveria esperar um ganho de aproximadamente 20 kg de massa muscu- lar em 4-5 anos de t ina. Voc’ pode ganhar 20 kg em um ano de treino, mas pode ter cerleza que uma boa parte desses ganhos serio dgua ¢ gordura. Um individuo que to com 60 kg, 1,72 m de altura ¢ um percentual de gordura de 10% (meu caso quando comecei na musculagdo), apds 5 anus deveria atingir crea de 80 kg com os mesmos 10% de BF (body fat). Isso 6 apenas uma aproximagio, que também varia da ida- de, do potencial genético, niveis hormonais etc. No entanto, sd0. dados bem confidveis, baseados nas estatisticas de trabalho em campo de McDonald e Aragon. Esses modelos sao para homens © para as mulheres ox panhos caem pela metade, até porque elas produzem cerca de 10 vezes menos testosterona que os homens. Outro ponto importante é que vocé pode ter ganhos pifios nos primeiros anos de treino (meu caso quando comecei), simples- mente por ndo ter conhecimento dos métodos de treinamento ¢ nutrigao acequados. Claro que mesmo sem esse conhecimento alguns individuos com genética diferenciada podem ter uma boa evolugao apenas pelos estimulos do treinamento. Polencial avidin dns ganhos par ano 9 115 kg (5480 g por ms) 4.5- 5.5 ky (450 g por més) 2.2- 27 kp (230 g por més) 09- 1.3 kg (no vale pena calcular) iciasse 0 treinamen- Tabela 2.1, Modeto de Lyle Medonald para o maxima potencial genético muscular. (Os modelos de McDonald e Aragon sao um tanto simpli- ficada nao consideram outros Eatores im- © generalistas, poi ites, como idade e¢ individualidade genética. Individuos mais novos tendem a ter ganhos mais répidos ¢ também pode- 0 alingir resullades melhores, mais préximes do seu limite natural. Ini ualidade genética € outro fator extremamente relevante e serd o foco principal desse capitulo, pois ela deter: mina oma: diretamente relacionado a como cada um de nds responde aos nossos horménios anabdlicos (insulina, testosterona, GH, IGP- 1). A testosterona ¢ o principal horménio anabolizante respon- sdvel pela quantidade de massa muscular que atingimos pelos estimulos de tre! androgénicos que conhecemos foram sintetizados a partir dela, entre 1935 ¢ 1965, Vimos ne capitulo anterior que a i o GH foram ox grandes responsdveis pela mutagdo dos fisicul- turistas de elite dos anos 80 para os anos 90 (era freak do bady- duilding). Porém, essa mutagio 86 foi possivel em combinagao com os esteroides anabolizantes, usados pelos bodybuilders om mega doses de 4a 8 gramas por semana. A verdade é que tanto ainsulina como.oGH podem fazer muite pouco quando usados de forma isolada, mas esse é um assunto que vou abordar mais adiante no capitulo sobre peptideos. ino potencial genético de cada individun e isso esté amento © nutrigdo. Os principais estervides nae Casey Bult criou um modelo mais realista, que dos modelos de Alan ¢ Lyle, nao trata de quanto m pode ganhar per ano, mas mais diretamente da quantidade de massa muscular maxima que um individuo pode 0 seu /imite natural, ou melhor dizendo, o seu maximo po- tencial genético muscular. Os modelos de Mcdonald e Ara- gon acabavam por chegar na mesma conclusdo, mesmo que de forma indireta e por outros caminhos. O madelo de Butt « mais completo ¢ realista porque associa a quantidade de massa muscular que um individuo pode atingir com sua es- trutura dssea, que no modelo dele usa como parametro as medidas do pulso e do tornozelo. Butt também usou dados antropométricos de fisiculturistas naturais de elite, muitos campedes de 1947 até 2010, Com esses dados cle criow uma equagao que estipula o maximo potencial genético mus que um individuo pode atingir natural, ou seja, seu limite natural, Para esse cdlculo & preciso conhecer a altura do in- dividuo, as medidas do tornozelo, do pulso ¢ também o per- centual de gordura para o qual vocé deseja encontrar o peso do individu. A equagio de Butt que que prevé sua maxima massa corporal magra (MCM) é: MCM iain in" (wy Ja (a) 22,6670 170104 aM onde, H = altura em polegadas: A=circunferéncia do tornozelo no menor ponto do pulso, logo abaixe do processo es- liloide (processo estiloide é a massa Gssea que fica depois do pulso). A mao deve estar aberta. %BF = percentual de pordura que voce quer prever sua ma- W = circunferénci xima massa corporal magra Além dessa equagao, para achar scu peso corporal maéximo. {massa magra + massa gorda), com esse percentual de gordura, voeé precisa dessa outra equacao auxiliar: PC ran ( MCMyn ) x100 100-% BF Apesar de parecerem um pouco complicadas para quem no se dé bem com a matemiatica, essas equagdes sdo relativa- mente simples de resolver e o trabalho fica ainda mais facil com a ajuda de um programa de computador, No sife de Casey ¢ em outros lugares voce pode encontrar a calculadora que faz a conta automaticamente para vocd, bastando apenas conhecer os valores de H, A, W eo %BF que voc deseja saber para conhe seu limite natural aproximado. interessante do modelo de Butt é que nds podemos e ele est adequado com as medidas dos fisicultu- mastrar q ristas natural do passado. Nao é por acaso, jé que em parte a equagio foi construida com base nos dados antropométricos, desses atletas. De qualquer forma, o mais importante é que cla jculturi sda s¢ mostra consistente quando comparamos os fi era pré-esteroides com os fisiculturistas naturais de elite da atu- alidade (pelo menos os das federagies de naturais cor mais sérias nos EUA). A grande diferenga é que os fisiculturistas de hoje competem com um menor percentual de gordura. sideradas Tabola 2,2, Li ee discutide no capitules 1). Campeao Ae B se referem pedirom para aie serena identificados, Pela tabela 2.2 6 possfvel perceber que os valores previstos sio bem precisos, concordande com os valores reais, pelo me- nos para os atletas selecionados. Mas com a equagdo de Butt voc pode fazer o mesmo calculo para diversos fisiculturistas naturais de todas as épocas (incluindo futuros fisiculturistas) e encontrar resultados previstos que concordam com os valores. reais. Interessante perceber que, mesmo apés 50 anos, o conhe- cimento em termos de nutri¢ao e treinamento nao foi diferen- cial para alterar esses resultados, significando que os aspectos de dedicagao e¢ consisténcia sio mais importantes no resultado final. Nao menosprezando os avangos nas dreas de nutrigdo ¢ treinamento, até porque com as abordagens de hoje ¢ possivel vonhecer métodos ¢ formas mais faiceis para atingir bons re- sultados, principal mente maior qualidade estética, preservando ao maximo sua massa muscular, 7 co objetivo é atingir um fisico com Mesmo com essas provisdes bem sucedidas, muitos podem criticaro modelo de Casey por se basear nos tamanhos de pulso ¢ tornozelo para estimar o potencial genético de um individu, mas alguns estudos corroboram esses resultados. Horménios anabélicos como a testosterona também afetam o crescimento désseo 6 tamanho dos pulsos, entio o potencial genético de um iculturista ndo deixa de estar relacionado aos niveis hormo- nais, mesmo que nao tio diretamente. Esse é um ponto que vou abordar na préxima secdo. A equagaio de Butt ndo pretende ser precisa e ele mesmo alega que podem existir variagdes para al- suns individuos com estruturas Ossvas mais finas nas extremi- dades, E importante salientar também que a equagdio de Casey Butt foi baseada nas medidas antropométricas dos campedies de fisiculturismo natural, uma elite de atletas. Portanto, é de se esperar que seja muito dificil para grande maioria das pessoas alingir esses valores, até mesmo para usuarios de esteroides que nao tem treinamento e nutrigdo adequados, nem consisténcia. Por ultimo temos o modelo de Martin Berkhan, um adepto ¢ divulgador do “jejum intermitente” no meio fitness. Baseado na observagio de fisiculturistas naturais de elite em pré-contest, sua equagao é simplesmente: Altura (em) — 100 = peso miximo em competigio (4-5% de BF) Portanto, para alguém que tem 1,72 m, 0 peso mdxlmo em competigdo seria na faixa de 72 kg. Esse modelo, apesar de bem simplista, tem boa concordancia com o modelo de Casey Butt. No entanto, eu particularmente tenho uma certa desconfianga para esses valores de peso em competigéo, porque cles si base- ados nos fisiculturistas da atualidade, j4 que os do passado nia competiam em pereentuais de gordura tio baixos. Apesar de todos esses modelos oferecerem previsdies inle- ressantes sobre quanto de massa muscular um individue pode atingir sem o uso de horménios, a minha ideia com esse capi- tulo é falar de como esse potencial genctico estd dirctamente relacionado a nossa resposta aos hormdnios anabélicas ¢, con- sequentemente, a como um individue vai responder ao uso de horménios sintéticos, jf que os receptores so os mesmos dos hormanios enddgenos. 2.2) GENETICA E RESPOSTA HORMONAL Esse assunto de potencial genético me despertou um gran- de interesse a alguns anos atrés quando estava pesquisando sobre limite natural ¢ estudando o perfil dos fisiculturistas do passado. Em especial os famosos campedes des anos 40 ¢ 50, wk, Park e Reeves. Embora exista certa suspeita que essas estrelas do bodybuilding tenham usado esteroides (0 que no caso de Grimek ¢ confirmado que ele ao menos fez. alguns testes sob a supervisdo de Ziegler em 1954), é bem provavel que nos anos 40 ¢ inicio dos anos 50 eles ainda estivessem naturais. Escrevi alguns textos inspirados nessas leituras e também nos modelos de potencial genético descritos na segéo anterior. O que sempre me intrigou foi que esses fisiculturistas de elite, as- sim como todos os bodybuilders de elite que usaram horménias depois deles, tém respostas genéticas que parecem ser muito acima da média. No fim das contas, ¢ aquele velho argumento como Gr que os esteroides nade iculturistas adoram usar quando estéo falando sobre nsiva: “sem esteroides os campedes seriam os mesmos”. Eu tenho uma forte tendéncia a concordar com esse argumento, pelo menos parcialmente, assumindo que poderia ler uma certa yariabilidade entre os primeitos colocados. Niio podemos descartar que um planejamento inteligente ¢ estraté- gico de recursos ergogénicos possa fazer uma boa diferenga ¢ parece que alguns campedes como Pearl, Arnold, Zane, Dorian, tenham se destacado por essa manipulagdo inteligente do uso de hormanios ¢ outras drogas auxiliares. Obviamente, o treina- mento ¢ a nutrigdo desses atletas também cram diferenciados. Os campedes mais recentes como Coleman, Jay, Phil, parecem sempre ter tide um bom suporte por tras (coach). Essa segdo & provavelmente a mais especulativa desse li- vro, assim como o argumento de que ‘os campedes seriam os mesmos’, Mesmo sendo um amante da ciéncia baseada em déncias, nao posso negar que muito do conhecimento do fi turismo advém do empirismo de atletas e treinadores. E perfei- tamente normal que atletas e treinadores usem do empirismo quando a ciéncia nao pode oferecer respostas satisfatorias, prin- cipalmente no caso do use de horménios para fins estéticos ¢ para aumento da performance. Mas o ponto que quero chegar ainda nao ¢ sobre o uso de esteroides androgénicos por fisicul- turistas ¢ sim o entendimento de como as pessoas respondem de forma diferente aos esteroides, como também a outros hor- ménios anabdlicos (GH, IGF-1 e insulina). Sea variabilidade de resposta aos andrégenos (testostero- na ¢ seus derivados) ainda nao é um assunto bem clucidado, por outro fado, a resposta 2 insulina (sensibilidade/ tesistén- cia), jf 6 algo bem conhecido e¢ estudado, sendo relacionada ode uma série de patologias interligadas, av desenvolvime como obesidade, diabetes melitus tipo 2, sindrome metabéli- ca, doencas cardiovasculares etc. Essas patologias sao doengas crénicas nao transmissiveis (DCNT), que estao dirctamente li- gadas ac aumento da resisténcia 4 insulina, associada aos maus habites alimentares e estilo de vida da sociedade atual (seden- tarisma, tabagismo, alcoolismo etc). Além diss idia- ded insulina pode ser um diferencial em termos de como um individuo responde ao consumo de carboidratos, sua perda ‘ou ganho de gordura, sua resposta ao exercicio Dp, uso de ios etc. Estudos mostram que a sensibilidade a insuli- na pode ter uma grande variabilidade genctica, sendo a resis- téncia 3 insulina relacionada com mutagdes de varios genes da via da sinalizagio da insulina. Cor diferenciado quando se trata de montar um planejamento de treinamento ¢ dicta para um individuo, mas mesmo sem exa- mes genéticos e de sangue é possivel observar uma grande va- tiedade de respostas das pessoas em relagio A dieta e ao trei- namento para ganho de peso ou perda de gordura. Individuos com insulina em jejum mais baixa parecem responder melhor a dietas com mais carboidratos ¢ individuos com uma insulina em jejum mais alta perdem mais peso com dictas pobres em carboidratos. O médico Paulo Muzy, um estudioso da perfor- mance esportiva, coletou uma grande quantidade de dados de pacientes ¢ considera que uma boa sensibilidade 4 insulina se situa abaixo de 3-4 microU/ mL. Tenho observado isso particu- Jarmente em fisiculturistas e pessoas com facilidade de manter um baixo percentual de gordura, mesmo comendo boas quan- tidades de carboidratos. Nao quero me deter muito nesse ponto (quem sabe para um prdximo livro), mas a sensibilidade a insulina além de estar relacionada ao potencial genético ¢, consequentemente, a forma 2, a sens hormé idero esse conhecimento como as pessoas respondem ao treinamento ¢ a dicta, também pode nos dizer porque as pessoas respondem de forma dife- rente aos esteroides, nao s6 em questio de ganhos de forga ¢ massa muscular, mas. principalmente em relagdo 4 perda de gordura. Tenho observado no decorrer dos anos, com um certo embasamento em estudos, que mulheres ¢ homens podem ter respostas diferentes aos esteroides quando se trata de perda de peso e queima de gordura. Administragio de andrégenos para mulheres saudaveis foi associado com o desenvolvimento de resisténcia & insulina. A consequéncia imediata disso é que o pancreas aumenta a produgao de insulina na tentativa de ven- cer a dificuldade de exercer sua aga, 0 que significa maior re- tengao de sédio e dgua. Por isso é comum algumas mulheres erom grande aumento de retengio e mesmo gordura usando teroides. qi oxandrolona e estanozolol. Isso é agravado quando se usa doses altas e uma dicta hipercalérica, rica cm carboidratos. Por outro lado, foi observado aumento da resisténcia a insulina em ho- Pe : deveriam aumentar queima de gordura, como mens com baixa testasterona (hipogonadismo) ¢ maiores niveis de estrogénio (estradiol), A terapia de reposi¢ao de testosterona reduz a resisténcia a insulina c melhora o controle glicémico em homens com hipegonadismo com diabetes tipo 2. Isso que homens mais resistentes & insulina vio acumular gordura mais facilmente se deixarem seus niveis de estrogénio elevados. Por isso, homens mais sensiveis ao estrogénio vio acumular gordura mais facilmente na fase de OFF season quando usarem drogas que sofrem muita aromatizagdo - conversdo da testos- lerona em estrogénio (testosterona, nandrolona, Dianabol) principalmente com uma dieta rica em carboidratos. Siio os ca ras que sofrem muito para secar e geralmente possuem um pers centual de gordura j4 naturalmente elevado. Esse aumento da resisténcia 4 insulina, devido a baixe homens, ¢ um fator importante qu ra apés um ciclo de esteroides, principalmente se os niveis de estrogénio estdo elevados, o.que é bem comum. Embora a tesposta de um individue ao hormdnio insulina seja muito importante no entendimento do seu metabol © principal assunto que vou discutir nessa seo 6 a resposta de um individuo em relagdo ao uso de esteroides anabolizan- tes, que esta diretamente relacionado ao seu potencial ger ” mo, muscular maximo. Como comentado anteriormente, a testos- terona é 0 principal horménio responsdvel pela quantidade de massa muscular ¢ forga em homens ¢ mulheres ¢, coma qual- quer um pode perceber, homens possuem maior quantidade de im come também ripidos massa muscular em relagio as mulheres, a desenvolvem ganhos de massa muscular muito mais maiores que elas. Isso acontece porque homens preduzem uma quantidade de testosterona cerca de 10 vezes maiores que as mulheres. Os niveis de testosterona variam de 300 a 1000 ng/dl para os homens, enquanto para as mulheres variam de 15 a 75 ng/dl.em media. As consequéncias dessas diferenge tidas no capitulo dedicado 4s mulheres (capitulo 7). Um estudo mostrou que os ganhos com treinamento de forga tém uma grande variabilidade genética, tanto cm termos de ganhos na massa muscular, como em ganhos de forga. Esse estudo considerou 585 individuos entre 18 ¢ 40 anes, homens e mulheres, treinando por 12 semanas, sem uso de horménios ou suplementos, mantendo sua rotina normal, No estudo foi treinado apenas um brago e enquanto alguns poucos individu- os tiveram ganhos acima de 40% (10 pessoas), outra minor: (5-10%) nao obteve nenhum ganho de volume muscular. No entanto, a grande maioria das pessoas obteve ganhos em hi- sao dis pertrofia de 15 a 25%. Esses resultados sao interessantes, no 86 porque mostram que a grande maioria das pessoas pode ter ganhos com treinamento, mas porque mostra uma prande va- ciabilidade de respostas aos estimulos do treinamento, ou seja, Potenciais enéticos diferenciados. Nos sabemos que os hormé- nies anabdlicos (testosterona, GH, IGF-1 ¢ insulina) desempe- nham um importante papel nas adaptagdes do treinamento de fora, mediando parle da s hipertrofia. ‘lambém sabemos que o uso de esteroides anabo- lizantes em doses suprafisiolégicas promove um aumento de massa muscular que ¢ dose-dependente (o mesmo nfo ocorre com GH, IGF-1, ins principal receptor da testasterona ¢ seus derivados sintéticos é © receptor androgénico (AR) e é principalmente através desse nalizagdo celular responsdvel pela sulina, pelo menos nao de forma isolada). O receptor que os estervides androgénicos atuam no organisme, promovende efeitos anabdlicos ¢ androgénicas. Mutagées do gene do receptor andragénico tém sido as- sociadas a um amplo espectro de anormalidades fenotipicas (caracteristicas observaveis do individuo). Pacientes com sensibilidade completa ao androgénio apresentam pscudo- hermafroditismo caracterizado por um aspecto feminino, com mamas bem desenvolvidas, genital um fundo de saco cego e auséncia de pilificagdo (pelos) cm dre- as sensiveis ao androgénio. Alguns pacientes com insensil dade parcial ao androgénio apresentam um fenétipo masculi- ia externa ferninina, vagina no © anormalidades leves tais como hipospédia (malfarmacao congénita da genitalia masculina), ginecomastia e infertilida- de, Mutagaes do receptor androgénico também foram descritas em homens inférteis que ¢ clos: e que apresentavam perfis hormonais normais. Pessaas com ca- ridlipo 46XY (cromossomos) ¢ mutagdes do AR apresentam ti- im completamente masculir picamente niveis clevacos de testosterona, LH e estradiol, mas as proporgées séricas de testosterona em relagdo } DHT ¢ de testosterona em relagio ao estradiol s40 normais, Dessa forma, niveis de testosterona elevados nao podem ser garantia de me- thor potencial genético. Apesar de incomum, essa anormalidade no receptor andro- génico nos faz acreditar que existe uma grande variabilidade de respostas: genélicas em termos de sensibilidade a esse receptor. Isso fica muito claro em individuos que desenvolvem musculos muito acima da media da populagio, apenas com treinamento de hipertrofia, Ou seja, alguns individuos ttm muito mais facilidade para ganhar massa muscular e queimar gordura, porque so mui- to sensiveis a horménios anabdlicos como testosterona e insulina. Isso fica ainda mais claro quando essas pessoas de maior potencial genético tomam esteruides, pois a evolugi delas com as doses su- pralisiolégicas é muito superior a evolugao de pessoas comuns. Por outro lado, & de se esperar que alguns individuos pos- suam menos sensibilidade aos andrdégenos, assim como é bem conhecido diferentes niveis de resisténcia a i da resisténcia 4 insulina esté associado ao desenvolvimento de sulina (¢ o aumenty diabetes melitus tipo 2), Nesse caso, um desenvolvimento mus- cular abaixo da média da populagdo é esperado ¢ mesmo com o uso de esteroides androgénicos a evolugdo nao tende a ser satis: fatéria, 0 que acaba frustrando essas pessoas (chamada popular- mente no meio underground da musculagdo de teoria do “shape anticiclo”), E importante lembrar que, em geral, as pessoas po- dem evoluir muito com treinamento e dieta, mesmo nao possuin- do um potencial genético fora do comum. Assim como nie é tio comum ter uma resposta to ruim aos androgénios, como visto no estudo citado acima, Mas isso serve de ligao para aqueles que pretendem usar esteroides anabolizantes com a justificativa de Possuirem uma genética ruim, o que muilas vezes nao é verdade (pode ser apenas um metabolismo acelerado, que pode ser muito bom na verdade), ‘Tudo depende de seus receptores ¢ ter niveis elevados de testosterona ndo significa ter uma boa resposta ge- nética aos androgénius; pode ser justamente o contrério. Estou especulando aqui que existam variagis gGes na sensibilidade do re- ceptor androgénicy, bas ‘ado nas sindromes de resisténcia total ¢ parcial aos androgénios ¢ também me baseando no fato de que esse ¢ o principal receptor da testosterona ¢ seus derivados sin- téticos (esteroides anabolizantes). No entanto, esta claro hoje que os esteroides androgénicos nao atuam apenas pela via do recep- tor androgénico, que é um receptor intracelular, mas também por vias nao-gendmicas, através de receptores localizados na super- ficie da célula. Se voce nio consegue creseer com dita ¢ treine ¢ acha que isso 6 uma desculpa para usar horménios anabélicos = porque fa ¢ ao treina- credita que seu corpo nao responde mais a di mento -, ndo vai adiantar usar estervides anabolizantes, pelo simples fato que o ganho de massa muscular est diretamente velacionado as adaptagies: metabélicas ¢ hormonais. Isso sig- nifica uma resposta mais eficiente acs hormdénios anabdlicos (principalmente testosterona) conforme vocé evolui. Mais mas- sa muscular, melhor resposta hormonal anabélica, maior adap- lagdo, maior otimizagao metabdlica. Se vocé nio cvolui assim naturalmente ¢ acha que jé fez de tudo, entio isso significa que seu curpo ndo responde bem aos prdprios horménios anabé- licos (testosterona) ¢ se scus receptores nao respondem bem a sua prépria testosterona, entéo néo poderd responder bem a nenhum estervide androgénico, Os receptores sao os mesmos! Os fisiculluristas da era pré-esteroides silo verdadeiros. exemplos de que nosso potencial genético para ganhos de massa muscular e forga pode ser muito acima do que esperamos. Ness sentido, nao preciso especular que a quase totalidade das pesse- as, que praticam musculagao e iniciam o uso de esteroides, fazem isso de forma muito precipitada ¢ cquivocada, achando que ja estio no scu limite natural, ou, que podem manter os resultados. conquistados pelo uso de estersides. Acho que todos devem ser livres para fazer suas escolhas, mas ¢ importante ter consciéncia do prego que voc pode pagar por essas escolhas. E quando se trata do uso de esteroides, na grande maioria das vezes o usuario em algum momento vai concluir que niio valeu 4 pena, infeli mente por uma decisdo precipitada ¢ equivocada. Essa questio problemdtica é discutida com mais detalhes nos préximos capt tulus ¢ espero que © presente capitulo também seja uma gio para quem nao deseja usar estoroides ¢ os que pensam em parar o uso. Esse livro é reflexo da minha maturidade e consci- spira- éncia critica em relagao ao uso de hormanios para fins estéticns, jamais uma apologia ou critica extremista contra 0 uso. Referéncias bibliogrificas BUTT, C. The Weigh Trainer, Your Maximum Muscular Bodyweight and Measure ments, hitp://wwew.weightrainer.nel / potential. hind. CORNIER, M. A. et al lin sensitivity determines the effectiveness af dietary ma- cronutricnt composition on weight lors in alse women, Obes Res Aprl.M8):703- 9, 201 HALUCIL D. 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E MECANISMOS DE ACAO 3.0) INTRODUCAD ‘esse capitulo, pretendo discutir as mecanismos de agio dos esteroides androgénicos no organism, os efeitos da testosterona em particular, o principal esteroide androgénico produzido pelo nosso corpe e do qual todos os outros esteroi- des anabolizantes sintéticos s30 derivados, B. twraides andragénices sint vias de agao da testosterona endégena c, como dito no final do capi mesmos da nossa testosterona endégena. Ex’ camente, os cle- ‘ticos vio aluar pelas mesmas » anterior, ox receptores dos horménios sintéticos siio os tem cerias parti- cularidades ¢ diferengas nos mecanism us dos esteroides, associadas as diferengas na estrutura molecular de cada esteroide. Porém, as principais vias de agdo c receptores 830 0s mesmos do nosso principal horménia androgénico. Além de atuar em varios tecidos do organismo para exercer diversas efeitos anabdlicos ¢ androgénicos, mediante sua ligagao com 0 receptor androgénico (AR - androgen receptor), a testostero- na pode exercer parte dos scus efeitos através da sua conversio em estropénio (aromatizagao) e também pela sua conversa em di-hidrotestosterona (DHT), um horménio androgénice que pos- sui o dobro da afinidade da testosterona com o AR. As agdes da testosterona séo mediadas por esses dois metabdlites em muitos tecidos ¢ muitos dos colaterais dos esteroides anabolizantes sao associados ao aumento das concentragées de estrogénio e DHT. Nos homens, quase toda a testosterona (95%) ¢ produvida tetizada a partir do colesteral), estimulada ic agio el nos testiculos

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