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IDADE MÉDIA

- Fim do Império Romano do Ocidente (século V) e o início da Renascença (século XV)

- Teocentrismo – Deus era o centro de tudo.

A liberdade do homem era restrita a vontade de Deus. Deus está presente em tudo, em todos os

lugares, inclusive em nossos pensamentos. Pensar, desta forma, era pecado. O “eu” não era
possível na idade média.

Representação da Terra como uma esfera cujo Deus é o centro.

RENASCIMENTO
- Humanismo:

* O termo humanismo derivado de humanitas, designava a educação do homem enquanto


considerado em sua condição propriamente humana, correspondendo à palavra grega paideia: A
educação por meio das disciplinas liberais, relativas a atividades exclusivas do homem e
que o distinguiam dos animais. As chamadas “humanidades” (poética, retórica, histórica, ética
e política) constituem a base de uma educação que prepara o homem para o exercício da
liberdade.

* Convicção de que o mundo natural é o reino do homem. Esse naturalismo conduziu à


afirmação do valor espiritual do homem e que o torna livre, à exaltação do valor do corpo e dos
seus prazeres. Grande valorização do homem, também a ideia de que ele tem que buscar uma
formação, ele deve se constituir enquanto humano.

* A fé em Deus não foi abalada. Ele agora é entendido como o criador que paira sobre sua
obra, ele está antes e depois como juiz, mas deixou o mundo funcionar por suas próprias leis.

* Conhecimento das leis naturais: A liberdade, dom maior dado ao homem, faz ele tentar
descobrir os caminhos do bem, definir o certo e o errado. Este é o campo da moral.

* Todas as coisas do mundo existem para contemplação e uso do homem. Torna-se natural
matar animais e devastar a natureza na medida do seu interesse. O homem julga-se quase como
Deus, relativamente acima do mundo, e as coisas (incluindo o corpo humano) são como objetos.

* Humanismo moderno: Concepção de subjetividade privada – liberdade do homem e de sua


posição como centro do mundo.

* O humanismo, colocando o home como medida de todas as coisas e centro do mundo, parece
ter tomado a forma que tem hoje no renascimento, surgindo de dentro da idade média.
* As humanidades passam a constituir a base de uma educação destinada a preparar o home para
o exercício da liberdade.

Passagem da idade média para o renascimento: Diminuição do poder da igreja, crise do sistema
feudal, nascimento das cidades e rotas do comércio.

Mudanças nos modos de vida implicadas nessas transformações políticas e econômicas.

Idade Média Renascimento


Ponto de referência externo, não havia Mundo aberto, sem referências absolutas,
liberdade, referência clara de fácil liberdade, solidão e responsabilidade (construir
entendimento. as próprias respostas)  humanismo
Representação da Terra como uma esfera cujo Representação na qual Deus paira sobre a Terra
Deus é o centro. e o centro é o próprio homem.
O homem era instrumento da criação divina Obras assinadas
Deus controla tudo. Continua a fé em Deus – Ele está antes do
mundo como criador e depois como juiz, mas o
deixa funcionar por suas próprias leis
Deus controla o homem, sua natureza, seus O homem tem liberdade e deve definir o que é
atos e até seus pensamentos certo e o que é errado (campo da moral)
Deus acima de tudo. O homem é o centro do mundo, então as coisas
existem para sua contemplação e uso. Homem
acima de tudo.
O caminho do homem era escolhido por O homem deve escolher o seu caminho e a
Deus. escolha implica em construção de identidade, o
que exige esforço, pois deve dominar a
dispersão que o mundo é
Era difícil responsabilizar alguém por pecar, Deus fez o homem livre para que possa ser
pois a pessoa não era livre e cumpria os julgado, o homem pode escolher, mas pode ser
planos de Deus. desviado pelas tentações e dispersões
oferecidas em quantidade no Renascimento.
Como devo ser?
Como devo me formar?
Como construir uma identidade?

- Multiplicidade: Característica do Renascimento. A abertura do mundo trouxe o


conhecimento de civilizações novas, com seus costumes, línguas, hábitos
alimentares, etc. Isto acompanha os novos valores, segundo os quais o homem
(cada um) deve buscar seu caminho.
MODERNIDADE

- A conquista da América Latina: Análise da questão do confronto com o outro, mais do que o
maior genocídio já perpetrado, um acontecimento fundador da Modernidade. (estudo de
Todorov).

Tanto espanhóis como nativos eram incapazes de entrar em contato com o outro tal como o outro
era. Os espanhóis subjugaram os nativos, mesmo com população quantitativamente maior.
O encontro dos espanhóis com os nativos é, antes de mais nada, um encontro humano.
Ao colocar-se como superior, perde a capacidade de integração com o mundo.
A vitória dos espanhóis se deu por sua maior habilidade em entender o modo de pensar do outro,
tirando proveito disso.
Maior e mais importante fator de dominação: Capacidade de mentir, distanciar ação e intenção.

Modernidade estaria fundada nessa capacidade de auto distanciamento.


Duas questões sobre os europeus:
- Incapaz de entrar em com a alteridade (a alteridade está relacionada à capacidade de se colocar
no lugar do outro, de compreender seus pontos de vista, suas experiências e suas perspectivas,
sem julgá-lo ou tentar impor sua própria visão de mundo), buscando dominar o outro;
- Foi mais capaz que outros povos de sair do seu próprio ponto de vista e compreender o outro,
mesmo que para dominá-lo.

- Charles Taylor – as fontes do self


* Análise profunda do sentimento característico da modernidade: o de que possuímos uma
interioridade

* Ponto de partida: Platão (razão é a percepção de uma ordem absoluta; ver a ordem como ela
é)

* Ser racional é não se enganar com a natureza

* Descartes: A ordem está dentro de nós

* Platão: a ordem reside no absolutamente bom

* Santo Agostinho (séc. IV e V) – grande passagem para a interioridade: interno-externo,


espírito-matéria, alto-baixo, eterno-temporal.

* Desvalorização do corpo e de tudo que é mundano, alma como algo interno, a busca por
Deus passa a ser dentro de nós

* Deus não deve ser procurado no que vemos, mas no próprio olhar, é a própria luz
* Reflexão radical: pessoa como agente da experiência

Ao eu será atribuída uma posição transcendente ao mundo material: com isso, nascerá o
projeto de um conhecimento objetivo, neutro, independente da subjetividade: a ciência.

O século XVII tentou organizar racionalmente a desordem do século anterior, em que os


filósofos procuraram criar um método para compreensão do mundo em sua totalidade
(primeiro Deus, em segundo lugar a alma...)

- Tentativa de controlar a desordem;

- Necessário encontrar algum ponto de referência confiável, sobre o qual edificar a existência;

- A razão humana buscará encontrar a ordem das coisas para dominá-las e sobretudo dominar a
si mesma;

Descartes
Nasceu em 1596, aos 10 anos ingressou em um colégio jesuíta (pensamento de Santo Inácio)

O Discurso do Método foi publicado em 1637 (Século XVII). Descartes passou boa parte da vida
em busca de uma referência confiável e não a encontrou, pois cada filósofo dizia uma coisa,
cada livro informava diferente, cada cultura tinha suas próprias leis, o que era considerado certo
em um lugar, era errado em outro. Onde ele olhasse, ele via desordem e dúvida.

A solução encontrada por Descartes foi iniciar um processo de dúvida metódica, ele se propôs
a refletir sobre cada coisa que há no mundo, procurando saber se ela poderia oferecer uma
verdade segura. O método era o mais semelhante possível com a da matemática e da
geometria. Após firmado o ponto de referência, tudo deverá vir por dedução.

A busca é por ideais claras e distintas.

O que fosse falso, ele consideraria falso;

O que fosse incerto, seria igualmente falso;

Apenas algo seguro passava por seu crivo.

Depois de duvidar de todas as coisas, Descartes diz que, realmente, tudo o que tomou como
objeto de seu pensamento era incerto, mas que algo lhe parecia indubitável: enquanto
duvidava, seguramente existia ao menos a atividade de duvidar e se havia esta ação, ela
deveria ter um sujeito, um "eu pensante". Esta é a conclusão de Descartes: diante de toda a
dúvida do mundo, o único ponto de segurança e referência que temos é o de um "eu", não
enquanto corpo, pois sua existência também foi colocada em dúvida, mas um eu puramente
pensante, uma alma racional. capaz de produzir representações corretas do mundo. Daí a
famosa frase "Je pense, donc je suis" (eu penso, logo existo).
Esse é o ponto máximo do humanismo enquanto valor do homem no mundo e sua posição
enquanto centro. Agora o próprio homem que é o centro do mundo, tem um centro, sua
autoconsciência.

Em primeiro lugar, Descartes deduzirá a própria existência de Deus. Deus é deduzido como
uma causa necessária para a existência do homem, mas, se sua existência tem que ser
deduzida do eu, qual dos dois será mais importante?

Em Montaigne temos a incerteza sem fim e a necessidade de construir continuamente um eu;


em Descartes, a dúvida é superada pela suposição da existência prévia de um eu absoluto, um
sujeito que subjaz (a origem dos termos é a mesma) a tudo.

- A Fonte da moral da verdade é interna.

- Deus: garantia para as ideias que tenho em mim. É no eu que tudo se encerra. O lugar da
verdade é o eu e não mais textos ou representações do sagrado.

- Só será verdadeiro aquilo que passar pelo crivo da razão humana.

A evidência do eu como única referência estável dará origem a todo o projeto científico.

O homem passa a acreditar que pode alcançar um conhecimento objetivo do mundo.

- O Discurso do Método: primeiro livro não escrito em latim e sim francês. A racionalidade
estava se difundindo e integrando-se à vida comum;

- Descartes acredita que o caminho para a verdade é acessível a qualquer um, desde que todos
são livres para escolher;

- O caminho para a verdade encontra-se no correto uso da matemática e geometria.

- Seu pensamento associa-se à origem do iluminismo, e posteriormente da ciência.

- Por outro lado, o tomam como o criador de um racionalismo exagerado, distante da


experiência;

- Exclui o corpo e seus impulsos  Causa e efeito

História dos saberes psicológicos

A mente e o corpo segundo Descartes e as raízes conceituais a psicologia moderna.

A POSIÇÃO FILOSÓFICA DE DESCARTES


- Necessidade um novo método de conhecimento para alcançar a certeza, em função da crise
dos sistemas do saber;

- A presença da verdade não é mais um dado adquirido, mas problematizado;

- Método da dúvida metódica: distinguir mentira da verdade e discernir acerca das próprias
ações;

- Análise de todas as ideias, eliminando as dúbias: a única verdade era que ele estava pensando.
O próprio pensamento é a verdade absolutamente firme que constitui o princípio básico da
filosofia;

- Para realizar a constituição do saber, é necessário submeter todos os conhecimentos ao teste da


dúvida, de modo a alcançar os conhecimentos efetivamente verdadeiros, que as dúvidas não
conseguem derrubar;

- Penso, logo existo! O eu existe visto que pensa, mesmo que pense algo falso;

- Reafirma a confiança no homem e no poder da razão como instrumento de busca da verdade;

- Regras para a busca da verdade: novo método de uso da razão baseado no conhecimento
matemático, rigoroso (ordem e medida). As quatro regras são:

1. Regra da evidência: acolher somente o que é evidente;

2. Análise: dividir o problema em partes;

3. Síntese: ordenar os pensamentos (simples para complexos);

4. Enumeração: controlar o percurso do raciocínio.

A mente pode conhecer apenas aquilo que ela mesma produz e retém dentro de si.

O senso comum, entendido como “sentido de ajustamento” de todos ao mundo, passa a ser uma
faculdade interior. Os homens não tem o mundo em comum, mas a estrutura da mente.

A conexão entre pensamento e experiência dos sentidos é substituída pela experimentação


científica.

Alma (mente) distinta do corpo.

Para Descartes, o pensamento é a consciência, e a consciência compreende a vontade, o intelecto,


a imaginação e os sentidos.

PROPOSIÇÃO DE UM NOVO CONHECIMENTO DE MENTE


Do procedimento da dúvida metódica, decorre que o pensamento é sinônimo de mente e pode
ser conhecido anteriormente ao conhecimento do corpo.

Reviravolta da tese tradicional, em que o conhecimento do corpo precede o conhecimento


reflexivo do eu acerca de si mesmo, sendo o conhecimento do eu possível somente a partir do
conhecimento do mundo externo.

A partir da certeza fundamental do eu pensante, é possível conhecer a realidade.

Deus (ele é quem garante as nossas capacidades de conhecimento) e o mundo (máquina


composta de matéria e movimento).

PROPOSIÇÃO DE UM NOVO CONCEITO DE CORPO

Descartes propõe o modelo da máquina como recurso para conhecer o corpo humano e o mundo
material e biológico. O mundo é uma máquina, cujos componentes são matéria e movimento.

Não é necessário postular a existência de uma alma ou princípio vital.

O movimento pode ser imitado pelas máquinas. O corpo é comparado a um relógio, o principio
de seu funcionamento não é a alma, e sim o movimento mecânico.

RELAÇÃO MENTE-CORPO

Metafísica de Descartes: o homem é composto pelo corpo e pela mente (dualismo). Explicação
metafísica.

Como é possível a unidade entre mente e corpo? A comunicação entre os dois se dá na glândula
pineal (no meio do cérebro: irradiando ao corpo inteiro por meio dos espíritos, nervos e do
sangue que, ao participar das impressões dos espíritos, pode leva-los pelas artérias a todos os
membros).

O conceito cartesiano de homem está na origem da psicologia moderna. Descartes substitui o


conceito clássico de homem como unidade psicossomática de espiro, alma e corpo, pelo conceito
dualista de corpo e mente.

Divisão mente-corpo está na imortalidade da alma.

Para conhecer o corpo, meu pensamento deve desfazê-lo em partes, já quando considero o
espírito, sou uma coisa que pensa, sem distinguir partes (coisa uma e inteira).

O corpo é divisível, a mente é indivisível.

“Quando considero o espírito, isto é, a mim mesmo, enquanto sou apenas uma coisa que pensa,
não posso distinguir em mim partes, pelo contrário, conheço e concebo muito claramente que sou
uma coisa absolutamente uma e inteira”.
Descartes modifica profundamente a visão de homem e o método de seu conhecimento,
descarta a definição do homem enquanto animal racional e afirma que o pensamento é o
único atributo que não pode ser separado do eu.

THOMAS HOBBES
Filósofo inglês, autor de Leviathan (1651)

- Projeto semelhante ao de Descartes, em sua obra Leviathan (1651);

- Tentou sistematizar ideias a respeito da natureza humana e do Estado;

- Acredita que o homem deve seguir o caminho da racionalidade;

- O eu social impõe-se sobre a natureza humana, que deve ser dominada;

- Visão naturalista e assustadora sobre a natureza humana;

- Em “Do cidadão”, ele traça um perfil do que seria o homem fora da sociedade, em um estado
de natureza, sem um poder constituído e sem compromissos, esse homem teria o direito de fazer
e ter tudo o que quisesse;

- Nesse caso o homem buscaria o que seria bom para ele. “Um bem para si”;

- Não há mais referência externa, então não se trata de um bem comum;

- O homem é visto como um ser egoísta, movido pela busca do prazer e pela fuga dos perigos da
morte, assim ele é um ser violento e entra em guerra para se impor sobre os demais.

Alguns homens se contentariam em ter apenas o que lhes fosse necessário, permitindo aos outros
o mesmo. Outros, porém, movidos pela vangloria, procurariam sobrepor-se aos demais, surgindo
assim inevitavelmente o conflito e a vontade de ferir. O homem teria uma eterna inclinação para
ampliar seu poder: no primeiro homem, esta inclinação serviria à sua autodefesa, à qual tem todo
o direito; no segundo, ela serviria à sua vangloria.

Hobbes conclui que, desse estado de coisas, resultaria uma eterna guerra de todos contra
todos. Nenhum homem poderia se sentir seguro em poder manter seu bem maior; sua vida. Há,
assim, um paradoxo fundamental entre as duas máximas da natureza humana; sobreviver e o
desejo de apropriar-se de tudo por vangloria.

Na obra Do cidadão, existe uma série de referências ao homem vulgar, que é imprudente,
procura sempre tirar proveito dos outros. Hobbes convida-nos a encarar de frente os motivos que
levam os homes ao convívio social. A primeira conclusão fundamental é que a sociabilidade
não faz parte da natureza humana.

Síntese:
O homem é desconectado das leis naturais, aquilo que mais o caracteriza – sua razão – é o que
mais o fasta (mau uso);

Esse excesso é marcado pelo uso da vanglória (prazer supérfluo e nocivo).

Esse ser inapto para o convívio é compelido pelo medo de ser morto, por isso se une a outros
homens, então não há mais espaço para vontades particulares.

IMMANUEL KANT
A autocrítica da razão

No interior da própria racionalidade iluminista, a razão será objeto de investigação e suas


pretensões quanto à possibilidade de alcançar a verdade plena será posta em cheque.

No século XVIII, inicia-se uma crise da noção de subjetividade afirmada até o século anterior.
Descartes havia debruçado sua razão sobre os objetos do mundo e tinha chegado à conclusão de
que todos eram incertos, restando como único ponto fixo e absoluto, o próprio eu, enquanto ser
pensante.

Com Immanuel Kant, o próprio pensamento será objeto de investigação.

Neste movimento reflexivo (a razão pensa sobre si própria), trata-se de investigar as


possibilidades, os limites da razão, impostos por sua própria constituição.

Kant chega à conclusão de que o pensar é organizado por categorias, estruturas que organizam
tudo o que nos chega do mundo. Por exemplo, a categoria da relação “causa e efeito”, leva o
pensamento a crer que, quando um evento segue-se a outro, o primeiro é a causa do
segundo, mesmo que eles sejam independentes.

Neste sentido, todo o nosso conhecimento sobre o mundo seria condicionado e “formatado” por
nossas estruturas cognitivas. Assim, chega-se à conclusão de que nunca temos acesso a coisas
em si, mas ao mundo tal como somos capazes de apreendê-lo.

Kant não duvida da existência das coisas em si, exteriores ao homem, mas o eu pensante
jamais poderia ter acesso a elas.

Isto não significa que a razão é inútil ou que devesse deixar de procurar compreender o mundo,
mas ela deve aprender a manter-se em seus limites, dentro dos quais poderá produzir um
conhecimento confiável.

A razão deve abster-se de questões transcendentais, que ultrapassam em muito seu alcance, tais
como a existência de Deus, da alma ou da liberdade.

Toda teoria é uma criação humana provisória, que pode ser superada por outra que a abarque.
O pensamento de Kant, na sequência das ideias de Descartes, será uma das principais influências
no modo de se produzir ciência no século XIX.

Mesmo que eu não enxergue, não quer dizer que não existe, só não consigo entender na
totalidade.

O que você consegue comprovar, existe, mas o que não consegue, também existe, só não
consegue explicar.

Contribuições:

- Criticismo: Estabelecer limites de conhecimento humano com base em um intenso exercício


filosófico;

- Idealismo transcendental: Doutrina filosófica voltada para entender como ocorre o


conhecimento humano com base no juízo analítico;

- Iluminismo: O conhecimento é a base para a formação da mente autônoma;

- Imperativo Categórico: A ética e a máxima para formação da lei moral.


A LOUCURA
O Eu e o não Eu

A referência chave da loucura é a obra de Michel Foucault, dos anos 60: A histórica da loucura.

- A loucura surgiu no século XVII

Antes do séc. XVII:

- Não havia medo do louco, nem a ideia de fosse uma doença ou de que devesse ser afastado.
Podia ser um visionário que transcende a experiência imediata, possuído pelo demônio ou um
bobo.

- No mundo medieval, se um homem perdia a razão era um problema dele que não afetava os
demais, pois deveria estar tomado pelo demônio. As pessoas tinham medo de serem tomadas
também, mas isso não afetava a fé em Deus, nem as verdades aceitas.

Depois de Descartes:

- O único ponto de referência é a sua crença em um “eu pensante”, então qualquer coisa que
coloque em questão a lucidez é altamente ameaçadora.

- A estabilidade do mundo está em jogo na identidade do eu. É preciso criar mecanismos para
afirma-la e defende-la.

- O afastamento do louco é para proteger os outros e não ele.

- No séc. XVII não há qualquer perspectiva de tratamento, apenas isolamento por medo de
contágio.

- Focault mostra que os primeiros hospícios eram os antigos leprosários remanescentes da Idade
Média.

- O louco é tratado como um animal, alguém que perdeu a alma, pois a alma identifica-se com o
eu e a racionalidade.

- Não se pode pensar em um eu louco, pois se há loucura, o eu submergiu.

- Não há razão relativa, ou se é são e dono do seu eu, ou se é louco e alienado.


Representação Moderna da Loucura

- O nascimento da nossa representação moderna de loucura é contemporâneo e relacionado ao


momento de maior afirmação do eu, enquanto sujeito consciente e livre para conhecer a verdade.

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