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Revista de Educacaio CEAP ISSN 1413-6880 O Centro de Estudos e Assessoria Pedagigica — CEAP — é uma associagio sem fins lucrativos, findada em 1993 por um grupo de educadores, jesuitas ¢ leigos. Dedica-se & formagao de professores, através de assessoria técnico-pedagégica ¢ formativa a instituigdes educativas, sendo, a0 mesmo tempo, um espago para o estudo € a pesquisa em educasao. Diretor Domingos Mianulli Assistente editorial Zulamar Auritio Equipe Editorial Dilza Maria Andrade Atta; Maria Eunice Carvalho de Oliveira; Maria Madalena Ferreira Santos; Maria Nadja Nunes Bittencourt; Maria Ornélia da Silveira Mar- ques; Mary de Andrade Arapiraca; Rosenilda Paraiso Costa Santa Rosa. Consultores Awpréa CEciLIA RAMAL — Centro Pedagégico Pedro Arrupe — CPPA — RJ Cecitia Osowskt — UNISINOS — RS José Cercet Fusar — USP — SP Junot Cornétio Matos — UNICAP — PE Vera Mania Ferro Canpau — PUC — RJ Servigo de Atendimento ao Leitor — SAL Maria do Carmo Pinheiro Jornalista responsavel Edla Maria Lula Moreira de Oliveira — DRT-1667 eee, Ay. Leovigildo Filgueiras, 683 — Garcia 40100-000 — Salvador — BA Fone/Fax: (0**71) 328-3783/328-3784 Em Capa Manoel Evangelista Junior Diagramacio ACEITAMOS Paula Regina Rossi Cassan Impressao: Edigdes Loyola — Sio Paulo — SP PERMUTA Revista de Educagio CEAP — a. 8. n. 4 (1993- ) Salvador: Centro de Estudos ¢ Assessoria Pedagdgica, a. 8, n. 31 Nota: do néimero 1-7 era CEAP Informa Trimestral ISSN 1413-6880 1, Educagio Pedagégica. 2. I. Centro de Estudos ¢ Assessoria Pedagégica CDD 371981 CDU 370013 (814) REFLETINDO O Fazer Pedagogia de projetos: (re)significando a praxis pedagogica Edoucs Olina des Sears” A estratégia é a arte de utilizar as informacées que aparecem na aco, de integré-las, de formular es- quemas de acdo, e de estar apto para reunir o maximo de certezas para enfrentar a incerteza Eocar Morin debate sobre o didlogo entre ensino ¢ pesquisa na formagio de professores(as) nao é novo. Contudo, em pleno fim de milénio, a desarticulagdo destes elementos se constitui um grande proble- ma encontrado no curriculo ¢ consequentemente no processo identitério desses profissionais da Educagio. Na maioria dos cursos de formagio de docentes, seja nos cursos de Lincenciatura das diversas areas de conhe cimentos, seja nos cursos de Pedagogia, a dicotomia entre teoria ¢ pra- Uca, ensino ¢ pesquisa é uma realidade insuportavel. * Professora substituta da UEFS — Universidade Estadual de Feira de Santana, Professora formadora convidada pelo Projeto Rede UNEB 2000 ¢ mestranda em educa- So do NEPEC/FACED/UEBA. E-mail: mea2@uol.com.br ation = 76 REVISTA DE EDUCAGHO CEAP ~ ANO Vi - N31 = SALVADOR, DEZ/FEY 2000/2001 as Pedagogia de projetos: (re)significando a praxis pedagégica * Nao contempla a diversidade religiosa do grupo local. As hipoteses listadas acima, nao esgotaram outras possibilidades nem foram “camisas de forga” na tentativa de leitura da realidade, apenas Ros inspiraram. Os elementos dos projetos (justificativa, objetivos, indi- cadores para cada area de conhecimento, atividades, avaliagio, auto- avaliagio, recursos, culminancia do projeto, bibliografia) foram construidos individualmente por cada professora, pois cada sala de aula é uma sala de aula, Contudo, a socializagao das idéias e informagoes aconteceu de forma bastante parceira e solidéria. Afinal de contas, aprender é um ato comunicativo! Notei que a maior dificuldade, por parte das professoras/estudantes, na claboragio da proposta “A maior do projeto foi a criagio de atividades de globalizacio dificuldade foi das dreas de conhecimentos, Tal dficuldade ¢ feuto g pyigefio de de uma educagio fiagmentada pela historia da espe- cializagio das reas do conhecimento cientifico. Por. "#”#dlades de tanto, precisamos mais do que nunca mudar esta Jlobalizagio realidade buscando o didlogo entre os diversos sabe- das dreas de res. Segundo Hernandez: conhecimentos, A posigéo interdisciplinar se fundamenta na fruto de uma crenga de que 0 aluno possa estabelecer conexdes educagio pelo simples fato de rem evidenciadas pelo pro- fragmentada fessor, € em que 0 somatirio de aproximagées a we . pe . pela historia da um tema permita, por si proprio, resolver os pro- eal Dlemas de conbecimento de uma forma integra- espectalizagio da e relacional. (Hernandez, 1998:54). das areas do Cada proposta de trabalho ganhou vida pro- canhecimento pria transformando:se em Projetos de Trabalhos. A cientifico” culminancia dos trabalhos, permitiu a socializagio das produgées dos alunos tanto no Ambito da propria escola quanto na comunidade onde a escola est inserida. E importante que o(a) professor(a) além de refletir-na-agio possa também refletir-sobre-a-agao, esta fase consiste numa andlise realizada a “posteriori” sobre os processos de ago (pritica) permitindo repensar ¢ construir novas estratégias para uma nova acao. Nas praticas tradicionais das atividades de Estgio Supervisionado as professoras costumam escre ver os conhecidos Relatérios de Estagios, na maioria das vezes textos sees CLT paves oe covcacio cae — ano tne a sano Deze anoyn0n) 77 Edméa Oliveira dos Santos fragmentados, descontextualizados com a experiéncia, Nesse sentido, orientei que cada professora adotasse o instrumento do caderno de cam- po, registrando ¢ avaliando todo 0 processo de aprendizagem. De posse dos registros, solicitei a reflexdo-sobre-a-agdo de forma sistematizada, produzindo assim © relato da experiencia. O relato de experiéncia ganhou forma através de um texto dissertativo onde as professoras puderam articular a experiéncia concreta do projeto com todo o referencial tedrico estudado nas diversas disciplinas da for- ma¢io, inclusive os estudos da nossa atividade de Estagio Supervisiona- do. A socializagio dos relatos aconteceu de forma que cada professora apresentasse através da linguagem oral seu trabalho. Nesse momento, pude avaliar os trabalhos, cujos critérios foram discutidos coletivamente: linguagem escrita (coeréncia, coesao, grafia, ortografia, estrutura € esté- tica), articulagdo tedrico/pratica, criatividade, anilise critica € linguagem oral (clareza, objetividade). Vale ressaltar que os processos de conhecimento-na-agio, reflexito- na-agao e reflexio-sobre-agio nao so estanques. Estas categorias se com- pletam ¢ interrelacionam-se, tendo como objetivo garantir que o(a) professor(a) seja sujeito de sua propria praxis. Tal perspectiva poder garantir novas estratégias de ages pedagdgicas mais conscientes e de qualidade. Segundo a professora/estudante Elenilda Suzart: A Pedaggia de Projetos tem uma perspectiva globalizante, pois é centrada na resolugéo de problemas ¢ 0 conhecimento passa a ser um instrumento de compreensio e intervengio na realidade. (...) Senti mais firmesa ainda, quando li nas fichns de auto-avaliagéo dos alu- nos as opiniies que eles deram sobre o Projeto. Exemplos: “foi maravi- Ihoso, pois aprendi mais”; “eu quero que a senhora trabalhe mais desse Jjeito”; “o tempo passou e eu nico vi”. “O tempo nao para”, jé dizia poeta Cazuza. Portanto, apesar das dificuldades estruturais causadas por um excludente sistema capitalista de politica neoliberal, nés, sujeitos que produzimos saberes ¢ conhecimen- tos, mio podemos nos acomodar. O comodismo pode proclamar a nossa morte na Historia. Concluindo temporariamente, com o mestre Paulo Freire: A proclamada morte da Histéria que significa, em iltima andlise, a morte da utopia e do sonho, reforca, indiscutivelmente, os mecanismos de asfivia da liberdade, Dai que a briga pelo regate do sentido da eee 78 EVSIADE DUCAGiO CEAP—ANO Vit NBT ~ SANAOOR DET FEY ‘2000/2001 acs Pedagogia de projetos: (re)significando a praxis pedagégica utopia de que a pratica cducativa humanizante nao pode deixar de estar impregnada tenha de ser uma sua constante. (Freire, 1996:130). REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS BURNHAM, Teresinha Froes. Complexidade, multirreferencialidade, sub- rencins polémicas para compreensio do curriculo esco- lar: In: Reflexes em torno da abordagem multirreferencial — Sio Carlos, SP, 1998 (35-55). FREIRE, Paulo — Pedagogia da autonomia: saberes necessdrios a pratica educativa — Sio Paulo: Paz, ¢ Terra,1996. HERNANDEZ, Fernando — A oxganizagio do curricula por projetos de trabatho/Fernando Hernandez ¢ Montserrat Ventura, 54 ed, — Porto Alegre: artes Médicas, 1998. LEVY, Pierre — Cibereultura, Sto Paulo, Ed. 34, 1999. MORIN, Edgar — Ciéncia com consciéncia, 3% ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. Revista de Educacio CEAP Valor da assinatura normal: R$28,00 Valor da assinatura especial: R$34,00 CoLasore CoM AS ATIVIDADES Do CEAP JUNTO AS ESCOLAS POPULARES Assinatura Presente: R$25,00 PRESENTEIE UM AMIGO(A) COM UMA ASSINATURA ESSE PRESENTE VALE © ANO INTEIRO Assinatura instituigées (minimo de seis): R$25,00 Nameros avulsos: R$8,00 STS evra ok eovcacho cue ao wt weak —SaVADOR DeTFEVaI0O1 «79

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