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TDANDRIA:R. Eu. Ci. Tee, Hlorianpotis, v.12, 1p. 2 Tapio og/ 10 S098 5-225, maio. 2019 201912 p205 ALEXANDRIA Revista de Educagiio em ‘éncia e Teenok Construcéo de Significados na _ Interlocucio entre Contextualizacaio e Atividades Experimentais no Ensino de Quimica Meanings’ Construction in the Dialogue between Contextualization and Experimental Activities in the Chemistry Teaching Gi i Pereira dos Santos’; Rose Mary Latini” ‘Instituto de Cigncias Exatas, Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda, Brasil ~ gi b Departamento de Fisico-Quimica, Universidade Federal Fluminense, Niteréi, Brasil ~ rose »_s@hotmail.com ii @ gmail.com Palayras-chave: Resumo: Neste estudo temos por objetivo analisar como vem sendo estabelecido 0 Ensine de quimica, _-_vinculo entre a contextualizacfo e as atividades experimentais no ensino de Quimica QNEse, tna Educagio Bisica, visando contribuir para as préticas de ensino de Quimica. Conceito cientifice. _- Tomamos como recorte artigos publicados na Revista Quimica Nova na Escola Conceito espontines. (QNESc), a partir de 2006, ano de publicagio das Orientagdes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Para andlise dos dados utilizamos a Andlise Textual Discursiva (ATD) que apontou diferentes entendimentos da comunidade de ensino de Quimica sobre a articulagdo entre contextualizagiio e experimentagio, ‘Keywords: Abstract: This study aims to analyze how the interlocution between Chemistry teaching. contextualization and experimental activities has been established in the Chemistry QNESe. education in elementary school, in order to contribute to the Chemistry teaching Scientific concept, practices. As object of this study, articles were taken from the Revista Quimica Nova Spontaneousconcept, na Escola (QNESc) as of 2006, year of publication of the National Curricular Guidelines for Secondary School. The Discursive Textual Analysis (ATD) was used to analyze the data, which pointed out different understandings of the Chemistry teaching community about the articulation between contextualization and experimentation, sta obr fo conc com uma Licenga Creative Commons Atribuigo 4.0 Inemacional SANTOS, LATINI Introdugio E a partir da discussZo do desenvolvimento de estratégias de ensino fundamentadas na formago da cidadania que muitas pesquisas em Ensino de Ciéncias/Quimica vém se Pes © Gil Pérez (2011), Silva constituindo atualmente. Pesquisadores_ como Vilche € Mortimer (2012) ¢ Santos e Schnetzler (2014) tém apontado a necessidade de superagaio da fragmentagio do ensino de ciéncias e apresentado propostas que promovam a participacao dos estudantes, como cidadios, na vida social. Nesse percurso, a contextualizag’o no ensino de Ciéncias vem sendo apontada como uma abordagem metodolégica capaz de integrar conceitos cientificos com aspectos da vida cotidiana com o intuito de trazer ma ior significagdo para compreensio desses conceitos e também para ampliagdio do conhecimento da realidade na qual o aluno se insere. Entretanto, para se pensar as abordagens metodolégicas no ensino de Quimica hé necessidade de reflexio e aprofundamento tedrico sobre o conceit de contextualizagao para que possa de fato contribu (BRASIL, 2000, 2002, 2006) € o resultado de pesquisas académicas (MALDANER et. al., para a construgdo de conceitos cientificos. Documentos Oficiais 2006) destacam que as priticas de ensino que utilizam aspectos da realidade conereta dos alunos, como contexto para o ensino-aprendizagem de conceitos cientificos tm se apresentado promi oras (BRASIL, 2006). Esta além de ser uma pritica mediadora na construgdo de conceitos cientificos, possibilita a adogio de uma abordagem interdisciplinar na construgdo destes conhecimento: Esta perspectiva dialégica entre contexto e aprendizado cientifico nos aproxima da abordagem hist6rico-cultural. Para Vigotski “o aprendizado escolar induz 0 tipo de percepga0 ‘generalizante, desempenhando assim um papel decisivo na conscientizagiio da crianga dos seus proprios processos mentais” (2008, p. 115). Assim, na escola, em processos dialégicos, 0 conceitos cotidianos construfdos pela crianga no seu dia a dia se tomam mais complexos a partir do conceito cientifico, isto &, se generalizam. Aind: res mai egundo esse autor, é estéril se ensinar conceitos por meio de expli gerais, memorizagio ou repetigao, Para ele, para a aquisigao de novos conceitos 0 que a crianga precisa é compreender esse conceito em um contexto mais compreensivel, pois isto possibilita a extragdo do seu sentido no contexto em que surge. Nesse sentido, © contexto no & importante somente para atribuir significado aos conceitos cientificos. O aprendizado de conceitos cientificos possibilita também a tomada de conscigncia da realidade. “E nossa tese que os rudimentos de sistematizagao primeiro entrem na mente da crianga, por meio de seu contato com os conceitos cientificos, € sio depois transferidos para os conceitos cotidianos, mudando a estrutura psicolégica de cima para baixo (VYGOTSKY, 2008, p. 116) SANTOS, LATINI A mediagio do professor € primordial no estabelecimento de estratégias capazes de dar consciéneia aos sujeitos de 10s. Nesse sentido, & necessirio, portanto, que 0 8 pro professor adote estratégias metodolégicas que permitam relacionar os contetidos de Quimica com contextos reais, de forma a favorecer tanto a construgao de conceitos cientificos quanto a maior compreensao do contexto. Tais estratégias podem envolver diferentes recursos didético-pedagdgicos, tais como a pesquisa, no favorecimento dos processos de investigacdo que permitam a elaboracao de respostas para problemas reais; a utilizagio de temas geradores de problematizagio; a resolugio de exercicios; a realizago de atividades experimentais; a produgao textual com a utilizagao da linguagem quimica; 0 desenvolvimento de trabalhos em grupos como forma de favorecer 0 didlogo na construgio de conceitos, a utilizagio de tecnologia de informaciio, dentre outros. No caso do ensino de Quimica, a realiza de atividades experimentais é um recurso caracteristico da disciplina, na articulagio entre teoria e prética, e bastante presente em disciplinas da Licenciatura, tais como na Instrumentagdo ¢ Metodologia para o Ensino de ic Quimica e na Pesquisa e Pritica de Ensino e, também, bastante desejada na escola b: Entretanto, embora, em geral, alunos e professores de Quimica atribuam & experimentago um cariter de motivacio para o aprendizado ou, ainda, apresentem visdes sobre 0 uso de atividades experimentais em sala de aula “cunhadas pelo empirismo do observa para ~teorizar” (GALIAZZI; GONCALVES, 2004, p. 327), entendemos, sob a_perspectiva hist6rico-cultural, que 0 uso de atividades experimentais possa ser um instrumento capaz de favorecer a dialogicidade do processo pedagégico no estabelecimento de relacio entre coneeito cientifico e cotidiano. Os documentos oficiais também apontam para a importincia dessa ferramenta no proceso educacional do pafs. Nas Orientagdes Curriculares do Ensino Médio ~ OCEM (BRASIL, 2006) encontramos discussdes a respeito da incorporagdo da experimentago na construgdo de conceitos cientificos ¢ na compreensao da situagao real: E essencial que as atividades priticas, em vez de se restringirem aos procedimentos experimentais, permitam ricos momentos de estudo e discussio teérico/pratica que, transcendendo os conhecimentos de nivel fenomenoligico ¢ os saberes expressos pelos alunos, ajudem na compreensio teérico-conceitual da situagao real, mediante o uso de Tinguagens & modelos explicativos especificos que, incapazes de serem produzidos de forma direta, dependem de interacdes fecundas a problematizacio e na (re) significagio conceitual pela mediagio do professor (BRASIL, 2006, p. 123- 128. Assim, no tocante as atividades experimentais, entendemos ser necessario superar as abordagens construtivistas; apropriadas pelas pesquisas em Ensino de Ciéneias, sobretudo nos anos de 1980 no Brasil, e que é embasada no modelo kuhniano e nos seus conceitos de Ciéncia Normal ¢ Revolugao Cientifica; nas quais a experi nentagao € utilizada com o intuito de gerar uma insatisfagdo com as concepgdes_prévias a fim de favorecer a SANTOS, LATINI aprendizagem cientifica. No entanto, Mortimer (1996) afirma que este tipo de pritica contribui apenas para a conscientizagdo do aluno sobre suas concepgdes, mas no promove © aprendizado cientifico. Isto porque hé diferengas entre uma teoria cientifica, geral © independente do contexto e os conceitos do senso comum, as concepgdes prévias, que no si0 gerais e so dependentes do contexto Esta abordagem, afirmada por Mortimer, pode nos aproximar da énfase hist6rico- cultural e argumentar em favor das atividades experimentais como um instrumento, do que © autor nomeia de enculturagao, 0 qual “envolve um processo de socializagao das priticas da comunidade cientifica e de suas formas particulares de pensar e de ver 0 mundo” (MORTIMER, 1996, p. 24). No Ambito do Ensino de Quimica as Orientagdes Curriculares para 0 Ensino Médio (BRASIL, 2006 p.117) (ratam a contextualizago como um dos eixos organizadores das dinamicas inter: ivas de ensino “na abordagem de situages reais trazidas do cotidiano ou criadas na sala de aula por meio da experimentagdo” e destacam que a organizagao do trabalho pedagégico em Quimica deve favorecer a articulagdo de conhecimentos cientificos, com os processos de contextualizagio sociocultural e histérica e com os processos de nvestigacio. Assim, ao discutirem a necessidade de ampliacdo de espagos de discussio de como articular teoria e prética, chamam atengdo para a forma de articulagdo entre 0 uso de temas soci: is e a experimentagio: Defende-se uma abordagem de temas sociais (do cotidiano) e uma experimentag30 que, ndo dissociadas da teoria, no sejam pretensos ou meros elementos de motivagio ou de ilustragio, mas efetivas possibilidades de contextualizaglo dos conhecimentos quimicos, tomando-os socialmente mais relevantes (BRASIL, 2006, pl?) Entretanto, a contextualizagio e a experimentagio, conforme muitas vezes empregada na sala de aula e também nos materiais didéticos, surgem como mera ilustrag3o, como se fosse possivel a construgdo de um conceito cientifico somente a partir da experiéncia sensfvel. Esta € uma heranga da filosofia empirista que j4 recebeu varias erfticas da area de Ensino de Ci icias tendo em vista a concepg4o de sujeito a-histérico que atraves priticas (OLIVEIRA et al., 2015) Os estudos de Vigotski sobre a construgiio de conceitos cientificos nos ajudam a refletir sobre os conceitos de contextualizagdo € experimentagao para além da mera ilustragio. Para ele 6 na escola que os conceitos espontineos, aqueles construidos pela crianga no dia a dia, se tornam mais complexos, isto é se generalizam a partir do conceito cientifico Para Vigotski (2008), 0 desenvolvimento de um conceito cientifico & descendente © dos conceitos espontineos ascendente, para uma forma cada vez mais elaborada. Costa-Beber e Maldaner (2011, p. 03), ao dis cutirem sobre a significagao de cone SANTOS, LATINI mais sensfvel, produtiva, se ela trouxer essa referéncia ao contexto. Assim, 0 contexto permite attibuigdo de sentidos que potencializam a significagao conceitual”. Nesse sentido a contextualizagao ganha outro significado, para além do senso comum, pois permite a elaboragdo cada vez mais complexa dos conceitos espont eos _mantendo uma relagio dialética com conhecimento generalizante, necessério para a construgio dos conceitos cientificos. Nesta perspectiva, Galiazzi e Gongalves (2004, p. 331) comentam que a organizagio de atividades experimentais que contemplem a contextualizagio do contetido, pode contribu para “superar uma visdo simplista de cotidiano nos levar a transcender o carater motivador ilustrador dessas praticas e apontar para relagdes sociais, culturais, econdmicas e politicas” Segundo Guimaraes (2009, p. 198), “a experimentagio pode ser uma estratégia cficiente para a criagdo de problemas reais que permitam a contextualizagao e estimulo de questionamentos de investigacio”. Dessa forma, ¢ importante se conhecer as diferentes possibilidades que as atividades experimentais podem trazer para o ensino de coneeitos cientificos e, sobretudo, de que forma estas podem ser introduzidas em sala de aula para que no surjam como atividades meramente ilustrativas e efetivamente contribuam para o aprendizado de Quimica e do contexto social As reflexdes acerca da contextualizagio e da experimentagao no. ensino- aprendizagem de Quimica carecem de aprofundamento te6rico e metodolégico por parte dos sujeitos envolvidos no proceso. Entretanto, sabemos que a pritica da contextualizagao e da experimentagio no so propostas to novas que € recorrente a publicago de resultados de pesquisas ou de relatos de experiéncias que apresentem esses dois pontos como norteadores de seus estudos. Mas, de que maneira a comunidade de Ensino de Quimica vem trabalhando tais questoes? Como essa divulgagdo contribui para a prética de sala de aula? De que maneira as atividades experimentais se relacionam com contextuali Assim sendo, neste estudo temos por objetivo analisar como vem sendo estabelecido o vinculo entre a contextuali io ¢ as atividades experimentais no ensino de Quimica na Educagio Basica, visando contribuir para as priticas de Ensino de Quimica. Tomaremos como recorte artigos publicados na Revista Quimica Nova na Escola (QNESc). tendo em vista que nesta se propde “subsidiar o trabalho, a formagao e a atualizagao da comunidade do Ensino de Quimica brasileiro” (QNEsc, 2017). SANTOS, LATINI Encaminhamentos metodolégicos © estudo foi desenvolvido por meio da pesquisa documental com a intengio de levantar dados para a construgdo de sentidos sobre a articulagdo entre contextualizagdo © atividaces experimentais presentes em artigos publicados na QNEse. Para andlise fizemos uso da Anilise Textual Discursiva~ ATD - (MORAES; GALIAZZI, 2007). A ATD 6 constituida por trés etapas: unitarizagdo, categorizagdo e comunicagao, Na unitarizacdo, examina-se 0 material, 0 corpus, fragmentando-o com objetivo de identificar as unidades constituintes dos fendmenos analisados. Na categorizagio, as unidades de significado so agrupadas com fragmentos que denotam compreensdes de significados semelhantes. Estas podem ser estabelecidas a priori ou a posteriori. E, por conseguinte, na etapa posterior, so construfdos os metatextos interpretativos e descritivos, possibilitando uma lo e nova compreensio das informagdes as quais foram submetidas o material analis estudado. Segundo Moraes e¢ Galiazzi, (2007, p. 114) “A insergao de extratos do corpus os metatextos pode ser uma forma de validar a andlise” Assim, de acordo com os procedimentos da ATD, o corpus da pesquisa, que constitui ‘0 material de andlise, foi retirado dos artigos publicados na revista eletronica Quimica Nova na Escola (QNEsc), que possui publicagao online desde 1995, Com objetivo de compreender como 0 vinculo entre contextualizagao © atividades experimentais aparece nas publicagdes veiculadas na revista, foram —analisadas todas as edigdes publicadas desde 2006, ano do surgimento das Orientagdes Curriculares para © Ensino Médio (OCEM), as quais reafirmam a contextualizagio como um dos eixos organizadores das priticas de ensino na escola bésica, até 0 ano de 2017. Vale destacar que, apesar da contextualizacio ja aparecer nos Pardmetros Curriculares Nacionais/PCN (BRASIL, 2000) ¢ nos PCN+ (BRASIL, 2002) tomamos como referéncia as OCEM (BRASIL, 2006) por ser este um documento resultante da retomada da discussio dos PCN, que incorporam reflexes a partir de demandas apresentadas pelas Secretarias Estaduais de Educagao e também por pesqui relativas ao ensino (BRASIL, 2006 p.8).. ‘A demanda era pela retomada da discussio dos Parimetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, nao s6 no sentido de aprofundar a compreensio sobre pontos que ‘mereciam esclarecimentos, como também, de apontar e desenvolver indicativos que pudessem oferecer alternativas diditico-pedagégicas para a organizagio do trabalho pedagégico, a fim de atender 8s necessidades e as expectativas das escolas e dos professores na estruturacdo do curriculo para o ensino médio (BRASIL, 2006 p.8). \lores que nas universidades vém pesquisando se dedicando a questées Para a busca na revista foram definidos primeiramente critérios de selecZo dos artigos que apresentassem relagdo com a temética em estudo. Levamos em conta como forma de mediagao nas atividades experimentais contextualizadas, a discussio da problemética do entorno dos alunos, trazendo também consigo produtos que estejam presentes na realidade SANTOS, LATINI dos alunos, suas propriedades, aplicagées, beneficios © consequéncias ambientais, culturais, econdmicas e sociais, valorizando também as atividades tematicas de Ciénci -Tecnologia- Sociedade (CTS), juntamente com a busca pelo conhecimento de aspectos presentes no cotidiano dos alunos. Dessa forma, foram selecionados artigos que tivessem no titulo, nas palavras chaves efou no resumo as palavras: experimentago, experimental, experimentos e/ou experiéneia juntamente com uma ou mais das palavras: contextualizago, aproximagio da quimica com realidade, cotidiano, Ciéncia-Tecnologia-Sociedade (CTS), denotando a intencionalidade desses artigos em articular estes saberes ao apresentarem atividades experimentais que contemplem a contextualizagdo. O acesso & revista foi feito através da sua pagina na internet. Na etapa de categorizaco, os artigos separados foram cuidadosamente lidos € relidos na fntegra, na busca de unidades de significado. Assim, as categorias de andlise foram estabelecidas a posteriori, isto é, emergiram dos dados de andlise, com base na capacidade interpretativa do pesquisador. Para tal, concomitantemente, procuramos aprofundar nosso entendimento sobre os principais elementos que compunham a andlise, como vinculo entre conceito espontineo e cientifico, experimentagio, contextualizagio e problematizago no ensino de cigncias para que, no movimento de interpretagiio e compreenstio dos dados, fosse possivel a construgdo de metatextos que apresentem no somente 0 contetido das unidades de . com base na teoria, dos contetidos significados, mas que possibilitem a compreen: expressos nas categorias analiticas emergentes (MORAES, 1999). SANTOS, LATINI Resultados Discussio © Ievantamento do mimero de artigos publicados na revista no periodo analisado, 2006-2017, assim como o ntimero de artigos que apresentam os critérios de andlise © 0 nimero de artigos utilizados na etapa de categorizagio é apresentado na Tabela 1 Tabela 1: Levantamento dos artigos publicados na QNESc no perfodo de andlise 2006-2017 Ano | Total de Artigos | Artigos que apresentam | Artigos utilizados na 08 critérios estabelecidos etapa de para andlise categorizagio 25 02 02 2006 2007 21 1 01 2008 44 00 00 2009 45 o4 04 2010 4B 03 03 2011 37 05 05 2012 a 02 02 2013 40 03 03 2014 36 02 02 2015 65 o1 o1 2016 48 05, 4 2017 a oF 03 Total 486 32 30 Fonte: elaborada pelas autoras Nesse perfodo foram publicadas 44 edigdes com um total de 486 artigos. De modo geral, a revista vem mantendo 0 mimero de artigos publicados por ano. © menor ntimero de artigos nos anos de 2006 ¢ 2007 deve-se ao fato da revista ter publicagiio semestral até 2007, passando a ser trimestral somente a partir de 2008. Jé 0 ano de 2015 apresentou 0 maior niimero de artigos (65), ano em que a revista publica duas edigdes especi: . no més de julho, com dez artigos € no més de dezembro, com quinze artigos. As edigdes especiais, publicadas em 2015, foram comemorativas dos 20 anos da revista. A edigdo de julho/2015 publicou artigos que foram apresentados no XVII ENEQ (Encontro Nacional de Ensino de Quimica), ocorrido em 2014 e que teve, naquele ano, o tema “A integragdo entre pesquisa e escola abrindo possibilidades para um ensino de quimica melhor”. A edigdo de dezembro/2015, por sua vez, publicou artigos de autores convidados da area de ensino de Quimica. Todos os 486 artigos publicados tiveram os seus titulos, resumos ¢ palavras-chaves lidos com a finalidade de identificar, aqueles que apresentavam os critétios jé apresentados na metodologia dese trabalho, Assim, identificamos um total de 32 artigos que apresentam os critérios estabelecidos para anilise. Destacamos 0 artigo, de Queiros e Veras (2015), publicado na edicdo especial de SANTOS, LATINI de Atividades Didaticas, que embora nao apresentassem os descritores utilizados nesse estudo para inclusdo na_andlis j0 de artigos publicados na QNEsc apresentava uma revi relacionados a atividade didatica e, portanto, foi lido. Porém o artigo trata de um levantamento quantitativo separados por segdes da rey quit de quimica; Espaco aberto; Histéria da quimica; Conceitos cientificos em destaque) e no se sta (Experimentagdo no ensino de ica; Quimica © sociedade; Relatos de sala de aula; O aluno em foco; Pesquisa no ensino referiu aos objetos de estudo desse trabalho, Na leitura dos 32 artigos que apresentam os critérios estabelecidos para andlise, dois artigos nao foram considerados no processo seguinte da ATD, a fase de categorizacio, pois, embora apresentassem os critérios definidos nesse estudo ndo apresentavam no corpo do texto questées que se relacionayam com 0 nosso objeto de pesquisa. Um deles foi publicado na edigio de novembro/2016, que tinha como objetivo a claboragio de “textos de divulgacao cientifica, tendo como eixos norteadores a experimentagao, a hist6ria e a natureza da ciéncia e aspectos da interface CTSA.” (GOMES et. al., 2016, p. 387). Neste artigo os autores se atentam ao tema, estilo ¢ composigdo desses textos e investigam sua aplicagZo junto a alunos de Licenciatura em Quimica. O outro trabalho, publicado em fevereiro/2017 e intitulado Reagdes de Oxi-redugao e suas diferentes abordagens (KLEIN; BRAIBANTE, 2017) analisa 52 artigos referentes a esse tema, Os autores ressaltam que com esse estudo perceberam a diversidade de suntos que podem ser utilizados como forma de contextualizagdo para abordagem das reagdes redox e também a variedade de atividades experimentai Assim, embora apresentasse os critérios iniciais, também nao prosseguiu para a etapa de categorizagio, pois se referia a um levantamentoestatfstico de —dados, _categorizando os trabalhos_— por reas (We6rico/experimental), subdteas (orgdnica/inorganica/bioquimica), enfoque, tema, entre outros, onde niio explorava a relagdo entre experimentagdo € 0 contexto. Assim, considerando os elementos principais do nosso estudo, foram utilizados na etapa de categorizagio da ATD um total de 30 artigos. A partir desta etapa, chamada por Moraes (1999) de preparagao da anailise, os artigos foram cuidadosamente lidos com o objetivo de identificar as unidades constituintes dos fenémenos analisados, isto é, as unidades de significado. Essa leitura possibilitou a emergéncia das categorias, nas quais os artigos nelas class na bu ificados passam a ser nosso objeto de anilise. ensio da forma que de compr comunidade de ensino de Quimica tem visto a relagdo entre a experimentagao ligada ao contexto. Desse processo emergiram trés categorias: Experimento como observagio do conhecimento cientifico em situag6es cotidianas; Experimento como possibilidade de discutir temas do cotidiano Experimento como possibilidade de compreensio de um contexto. O niimero de artigos classificados em cada uma dessas categorias & apresentado na Tabela 2. SANTOS, LATINI Tabela 2; Numero de artigos classificados nas categorias emergentes Categorias de Anilise Total Experimento como observagao do conhecimento cientifico em situagdes | 08 cotidianas Experimento como possibilidade de discutir temas do cotidiano i Experimento como possibilidade de compreensao de um contexto i Fonte: claborada pelos autores Os artigos integrantes de cada uma dessas categorias passam agora a serem descritos € discutidos com a intengao de possibilitar uma nova compreensio das informagdes contidas no material analisado e estudado. Das categorias de andlise Nessa etapa da pesquisa, verificamos as sedes da revista onde foram publicados os 108, assim como o ano de publicagdo, Observamos que nao (© relagdo entre as categorias emergentes com segdes especificas da revista. De modo geral, independente da categoria a que pertencem, esses artigos foram publicados em segdes que refletem 0 ensino de Quimica na escola bisica So elas: Relato em Sala de aula (11), que tem por objetivo “divulgar as experiéncias dos professores em sala de aula”; seguida da segao Experimentagao no Ensino de Quimica (10), que tem por propé: a “divulgagio de experimentos que contribuam para o tratamento de conceitos quimicos na escola basica; a seco Quimi Sociedade (6), que se propée a discutir “aspectos quimicos relacionados a tematica e evidenciar as principais dificuldades e alternativas para 0 seu ensino”, a segio Espago Aberto (2) que vi divulgar temas de interesse de professores “de forma a incorporar a diversidade tematica existente hoje na pesquisa e na prética pedagégica da érea de ensino de Quimica” e a segilo Pesquisa em Ensino de Ciéncias (1), que foi substituida pel seco Ensino de Quimic em foco, que publica artigos resultantes de investigagao de problemas no ensino de Quimica Destacamos ainda, que as categorias emergentes também néio possuem relagdio com nenhum ano em espeeffico. Estando distribuidas, de forma aleatéria, no perfodo de andlise. Experimento como observacao do conhecimento cientifico em situagées cotidianas Os ito artigos que integram essa categoria foram publicados nas s Experimentago no Ensino de Quimica (3), Relatos de Sala de Aula (3), Pesquisa em Ensino de Ciénei Jo do (1) e Espago Aberto (1). Independente do objetivo da seco, com ex artigo publicado na segao Espago Aberto, todos apresentam um relato de sala de aula. Nos artigos desta categoria a atividade experimental € utilizada para observagio de fenémenos presentes no dia a dia © que para sua melhor compreensio carecem de SANTOS, LATINI conhecimentos cientificos. O experi nento & entdo utilizado para apresentar um conceito cientifico © a aproximagdo com 0 cotidiano se dé pelo uso, no experimento, de substincia comuns no dia a dia que permitem diferentes discussdes. ‘Tal aspecto pode ser ilustrado pelo artigo de Souza et al. (2007), os quais discutem 0 fenémeno de corrosiio como um fendmeno quimico presente no nosso cotidiano e vio fazer tal discussdo a partir do uso de produtos de limpeza doméstica. No presente trabalho, pretende-se apresentar {és experimentos envolvendo a corrosio de metais por producos de limpeza. O primeiro permite a observagio do fenémeno corrosive e emprega apenas materiais domésticos e de baixo custo. O segundo possibilita a avaliag3o da influéncia do pH sobre o processo corrosivo, Por fim, com 0 auxilio de uma balanga analitica, 0 tltimo experimento permite uma andlise quantitativa (SOUZA, et al, 2007, p. 44) Em seu artigo Oliveira et al. (2006, p. 41) comentam a respeito do teste de Benedict que ja foi “utilizado para identificar portadores de diabetes, através da presenca de agucares redutores na urina” e propde o uso de “experimento simples para identificar produtos que contenham acticares redutores por meio da reacio de redugio do fon Cu** presente no reagente de Benedict”. Ao descrever a aula comentam que: A aula foi iniciada com a abordagem das fungSes orgiinicas aldefdo e cetona, A partir da abordagem da presenca da carbonila nos aguicares, partiu-se para um experimento de identificacdo desses compostos, preparando-se e utilizando-se o reagente de Benedict. Os alunos demonstraram grande interesse e participacio durante a aula, contribuindo com a discussie sobre diabetes e produtos light — alimento de baixo contetido cal6rico e diet ~dietético (OLIVEIRA, et al., 2006, p. 2). Nesses artigos, geralmente, a mediacao € iniciada com o conceito cientifico seguido da experimentagdo. Alguns apresentam a ideia de comprovagdo da teoria a partir dos expel mentos, Outros partem do experi rento € ampliam as possibilidades de discussdes sobre os conceitos cientificos e, apesar de destacarem a importincia do experimento para compreensdo do cotidiano se limitam a apontar o uso de substancias cotidianas que podem ser Utilizadas para se verifiear 0 que foi observado no experimento. Essa proposta de mediagao pode ser observada no trecho abaixo e como também no trecho de Oliveira et al. (2006) anteriormente apresentado. Antes da realizagio do experimento, 0 professor devers ter construfdo, junto com os alunos, alguns conceitos biisicos sobre pH e que sio pertinentes 20 entendimento da atividade pritica. Uma parte desse tempo foi destinada A construgdo de conhecimentos especificos sobre o pH do solo: sua origem; os fatores que influenciam © pH e 0 que & influenciado por ele; e 0 pH ideal para o plantio de determinadas culturas. O tratamento desses assuntos visou inserir 0 conhecimento sobre o pH em situagdes do cotidiano (ANTUNES, et al, 2009, p. 284). Em alguns artigos também observamos 0 uso do experimento como forma de motivagao e incentivo a participagdo nas atividades da sala de aula, onde se acredita contribuir para a melhor compreensio dos contetidos apresentados. © trecho de Oliveira et al. (2011, marem ou terem 127), “a realizagao da aula experimental também permitiu aos alunos confi SANTOS, LATINI conhecimento da aplicagio da Quimica nas atividades humanas, e que as aulas podem ser mais atraentes (motivadoras) do que aquelas trabalhadas em sala de aula. ”, exemplifica tal observagao. Para Gi fazzi e Goncalves (2004, p.328) a ideia de motivacio por parte dos professores relaciona-se com uma visio empirista de Ciéncia, onde a “motivagio é resultado inerente da observagdo do aluno sobre 0 objeto de estudo. Isto é, os alunos se motivam , ou seja, pelo “show” da Souza et al (2013) comentam ainda que muitas vezes esses experimentos sio justamente por “verem” algo que € diferente da sua cigncia considerados, pelos professores, como autossuficientes e chamam atengao para o fato de que: [..1 © potencial pedagégico e a capacidade de despertar interesse e fascinacdo de uma atividade experimental no residem na sua beleza estética, mas na habilidade do mediador (professor, monitor) em problematizar os fendmenos, questionar os estudantes, explorar os dudos, fazer relagdes e contextualizar os contedos aprendidos (SOUZA et al., 2013, p.10-11), Assim, nos artigos dessa categoria, a experimentagio marcada pela pritica do “observar para teorizar” (GALIAZZI; GONCALVES, 2004, p. 327) aponta para uma ‘compreen: 0 de contextualizagio entendida como uma forma de ligar conhecimento cientifico com questdes e/ou materiais do cotidiano, 0 que reforga o carter motivacional ou ilustrativo do contexto. A auséncia da problematizagdo, tendo enfoque voltado para a construgdo do conceito cientifico, reforga 0 que Santos € Mortimer (1999, p.06) classificam como nao sendo contextualizagao, e sim “ensino de ciéncias relacionado com o cotidiano” Nesta categoria, 0 conhecimento espontaneo surge na tentativa de aproximagio com a ciéncia, no sentido de facilitar 0 aprendizado do conceito cientifico. Nesse sentido, o cotidiano serve como facilitador da compreensao do conceito cientifico, ndo sendo os processos interativos, defendidos por Vygotsky (2008) na construgio de conceitos cientificos e espontineos, contemplados nessas prticas. Experimento como possibilidade de discutir temas do cotidiano Esta categoria € constituida de artigos que nao apresentam a forma de medi pretendida, apenas explicam © passo a passo da atividade experimental, os conceitos cientificos inerentes a ela e, a0 final do artigo, alguns propdem formas de aplicagiio dos experimentos relacionando-os com situagdes cotidianas. Estes foram publicados nas segdes ExperimentacZo no Ensino de Quimica (6), Quimica e Sociedade (2), Relatos de Sala de Aula (2) © da segdo Espago Aberto (1). Esta é a categoria que mais tem artigos da segao ica e, embora cientes do objetivo desta segio, ressaltamos que os artigos, que integram essa categoria, assim como todos os outros analisados, explicitam a sua intencionalidade em relacionar contextualizagdo com experimentagio SANTOS, LATINI Dessa forma, aqui a maioria dos artigos se dedica a descrever 0 experimento em si, assim como os conhecimentos quimicos relevantes para compreensio dos fendmenos observados, como podemos observar no artigo de Matos et al. (2013) intitulado “A Gota Salina de Evans: Um Experimento Investigativo, Construtivo e Interdisciplinar”, que “trata da adaptagiio do experimento classico da gota salina de Evans com diferentes solug6es salinas que permitem a abordagem de um maior ndimero de conceitos” (p. 238): Para o desenvolvimento do procedimento experimental, © material metilico sugerido € 0 ago carbono por ser uma liga de ferro e carbono, largamente utilizado em estruturss metélicas na construgdo civil (...) O material metélico deve ser finamente lixado com lixa de SiC de granulometria 1200, (..) Como meios eletroliticos, podem ser testadas solugdes aquosas 0,6 mol L de NaCl, 0,6 mol L' de KCI, 0,5 mol L"de Na,SO,e 0.5 mol L'! de CuSO,. (..) Uma gota de cada solucZo salina contendo os indicadores é vertida sobre o substrato metilico. A comparagio entre as transformagées em cada eletrdlito deve ser anotada ¢ fotografada, (..) Apés a realizagio do procedimento experimental, 0 professor pode aplicar um questionério para a verificacio da aprendizagem, que pode ser aplicado de diferentes: maneiras, dependendo do objetivo da atividade (MATOS, et al., 2013 p. 238-239). O mesmo pode ser observado no artigo intitulado Andlise Qualitativa de Proteinas em iprico (ALMEIDA et al., 2013), o de Complexa Alimentos Por Meio de Ri que “prope um experimento simples, baseado na reago classica de complexagao entre cobre (IP e biureto, adaptada para detecgao de proteinas em alimentos, pois utiliza materiais de fécil obtengao” (p. 34). O artigo & iniciado por aspectos tedricos relacionados a proteinas © compostos de coordenagio de fons cpr is e métodos, apresenta o A seguir, em mater procedimento experimental seguido da discussio dos dados obtidos I. Solugdo de referencia (padio de cor do reagente): em um tubo de ensaio, adicionar 20 gotas de gua, 20 gotas de solugio de NaOH e 5 gotas de solugio de (CuSO,. Misturar bem os reagentes e observar a coloracio. 2. Alimentos em p6: tomar uma pitada da amostra (amido de mitho, aticar, sal) e dissolvé-la em 15-20 gotas de dgua, Em seguida, adicionar 20 gotas de solugio de NaOH e 5 gotus de solucdo de CuSO,. Agitar bem a mistura e observar a color 3. Alimentos liquidos: no caso de leite, suco ou leite de soja e extrato (caldo) de care fresca (deixar um pequeno pedago de came vermelha em sigua, SO mL, por alguns minutos e separar 0 caldo), adieionar 10 gotas da amostra em um tubo de ensaio e, a este, 10 gotas de dgua, Misturar 20 gotas de solugio de NaOH e 5 gotas de solugao de CuSO,, Agitar e aguardar. 4. Coloragdes em diferentes concentragdes de extrato de carne: separar 4 tubos de ensaio. Ao primeiro, adicionar 3 gotas de extrato de carne; a0 Segundo, 8 gotas; 20 terceiro, 13 gotas; & 20 quarto, 23 gotas. Sobre cada amostra, adicionar 20 gotas de solugio de NaOH € 5 gotas de solugio de CuSOs. Completar 6 volume com agua (aproximadamente 10 mL). Agitar ¢ aguardar. Transferir aliquotas de cada solugao ppara tubos limpos, evitando a transferéncia de sGlidos formados (ALMEIDA et al., 2013, p. 36), De modo geral a importancia da contextualizacdo é comentada logo na introdugio do 0 como forma de mo far € aproximar © ensino de Quimica do cotidiano dos alunos, Fazem isso referenciando documentos oficiais e/ou pesquisadores da érea de Quimica. 0s temas quimicos sociais desempenham papel fundamental no ensino de Quimica para formar 0 cidadao, pois propiciam a contextualizacao do conhecimento quimico com © cotidiano do aluno, Aliada a isto, @ experimentagio € outra pritica SANTOS, LATINI importante, pois motiva e ajuda os estudantes a compreender ¢ elaborar tanto os pensamentos quanto os conhecimentos cientifieos, prineipalmente devido ao seu carter investigativo (FRANCISCO; DOCHI, 2006, p. 49). Entretanto, nao apresentam ou mesmo discutem como a contextualizagao pode ser realizada em sala de aula. Outros artigos se limitam a apresentar no final do texto uma proposta de atividade a ser realizada em sala de aula utilizando o experimento, Duas placas metiticas do mesmo material € com as mesmas dimensbes. so utilizadas para a sinalizagtio de teinsito e estio posicionadas em uma praia e em uma estrada no meio de uma serra, Para um mesmo intervalo de tempo, qual das du: placas apresentari maior incidéncia de corrosio? Justifique sua resposta (MERCOD et al, 2011, p60), [Na preparagio de uma amostra para andlise de protefnas, pode-se encontrar também aminoscidos livres. E possivel detectar esses aminoicidos pela reagio de biureto? Justifique sua resposta (ALMEIDA, et al, 2013, p. 39) Como podemos observar os artigos que se enquadram nesta categoria trazem uma discussio inicial sobre a importancia da contextualizagdo ¢ das atividades experimentais no ensino de Quimica. Discutem a importancia do contexto para a construcZo de conhecimentos cientificos ¢ formagio de cidadania, porém, trazem os temas cotidianos apenas como sugestiio de abordagem numa tentativa de vinculagdo dos experimentos a um contexto qualquer. Entretanto, como a énfase maior esté no procedi \ento experimental e na construgdo dos conceitos quimicos pode favorecer uma compreensao de utilizagao de contexto também como uma ilustragdo. Para Vigotsk A formagdo de conceitos é 0 resultado de uma atividade complexa, em que todas as fungdes intelectuais bisicas tomam parte, No entanto 0 processo nio pode ser reduzido 2 associagio, 2 atengfio, 2 formagio de imagens, as interferéncias ov tendéncias determinantes. Todas si indispensiveis, porém insuficientes sem 0 uso do signo, ou palavra, como o meio pelo qual conduzimos nossas operacdes mentais, controlamas © seu curso ¢ as canalizamos em diregio & solugio do problema cenfrentado (VYGOTSKI, 2008, p. 72-73). Jem 1988, Mansur Lutfi, entio professor de quimica de uma escola piiblica em Sao Paulo, ao discutir melhorias em suas aulas propde o estabelecimento de relagdo dos contetidos estudados com 0 cotidiano vivido pelos alunos. Para ele, 0 trabalho com o cotidiano & dado jica articulados aos conhecimentos das Ciéncias pelo enfoque nos conhecimentos de Qi Sociais, como os relacionados & economia, hist6r ambiente, dentre outros. E a0 . cultura, discutir limitagdes da visio do trabalho com o cotidiano, comenta que as priticas de ensino a0 serem reduzidas e dissociadas do contexto acabam sendo utilizadas para “motivar os alunos com curiosidades; buscar ilustragdes para 0 assunto que se esta desenvolvendo e dourar a pilula, ou seja, 0 que se julga fundamental é 0 cont si, mas para que ele seja engolido com menos esforgo” (LUTFI, 2005, p. 18-19). SANTOS, LATINI Experimento como possibilidade de compreensio de um contexto Os artigos dessa categoria foram publicados nas segdes Relato de Sala de Aula (6), Quimica © Sociedade (4) ¢ Experimentagdo em Ensino de Quimica (1). Estes se utilizam de uma problemitica criada a partir da realidade a qual os alunos estao inseridos, a fim de investigar os fendmenos corridos no cotidiano dos mesmos, ultrapassando a forma tradicional da pritica pedagégica e possibilitando assim, uma maior compreensdo dos fendmenos que os cercam, Também sio apresentadas aqui, a importancia da discussio e problematizacao de temas para os alunos, acarretando a tomada de valores, consi contribuigo para formagio de cidadania, maior participago e apropriagio de conceitos quimicos e tecnolégicos. Estas caracteristicas podem ser observadas nos trechos a seg © fio condutor de nossas satividades foi um estudo ¢ uma reflexio sobre a degradagio do Rio Cachoeira provocada por esgoros domésticos e a questio do consumo e da producdo de sabes e detergentes na cidade de Itabuna (BA). Na aula, 6s alunos tiveram que identificar os reagentes ¢ as quantidades e comparar esses processos com as encontradlos em livros diditicos ¢ na internet. No laborat6rio, para cada grupo, foi proposta a producdo de sabio com diferentes reagentes e diferentes processos. Foi fabricado sabio a frio com dleo de coco, éleo de soja, sebo de boi gondura de porco e abscate, todos em solugao de hidréxido de sédio e com aumento dda temperatura, Trabalhamos a questi dos céleulos estequiométricos e da solubilidade de determinados compostos em diferentes solventes e em diferentes temperaturss (RIBEIRO, 2010, p. 168). Destaca-se a consisténcia das argumentagdes desenvolvidas/geradas na discussio a respeito da influéncia do regime de chuvas na regio, estagio do ano das amostragens, os efeitos da. ocupago desordenada das margens do cétrego & os impactos decorrentes (desmatamento, grande quantidsde de esgoto doméstico, assoreamento do corpo d°dgua etc.). Algumas falas dos participantes como, por exemplo, “do inicio do ano para ci a nascente do c6rrego, jf mudou, ficou mais suja isso ndio ¢ certo”, “falei para 0 meu pai que posso ver, cientificamente, se a 4 casa é boa para beber”, ou ainda, “que pena que © projeto terminou: nio podemos continuar?”, explicitam o aproveitamento da experiéncia, bem como 0 desejo de realizar novas pesquisas (ZUIN et al., 2009, p. 07-08). Em alguns artigos podemos observar que hé uma preocupagio com temas sécio- ambientais, visto que, os autores apresentam sugestées de priticas pedagégicas a partir de experimentos ligados ao contexto atual, através da abordagem CTSA, como descrito no trecho a seguir: Nessa abordagem, os estudantes foram convidados a formar grupos de 2a 4 integrantes & a participar de todo © desenvolvimento do trabalho, assumindo-se como parceiros ¢ sujeitos do processo de aprender, atuando na caracterizagio da rea estudada; no Ievantamento dos aspectos cientificos, sociais, geogrificos & hist6ricos (entrevistas com antigos moradores da bacia hidrogrstica): na obtengdo de informagoes e documentos jd produzides sobre a regio (mapas, artigos de divulgagio ete); na definigio dos pontos ¢ na coleta de dgua, na calibrago dos equipamentos; na mensuragio, no registro e no tratamento dos dados; bem como na discussio dos resultados obtidos e suas implicagées no contexto investigado (ZUI et al, 2008, p. 04) AS respostas apresentadas pelos estudantes, na semana seguinte, demonstraram 0 entendimento do tema, que em principio era desconhecido por eles. Alguns reconheceram a importincia da quimica a partir de sua utilidade tecnolégica e no pelos contetidos formais do curriculo, Perceberam a dualidade dos efeitos gerados SANTOS, LATINI pela insergo de uma nova tecnologia que pode trazer beneficios, mas também pode ‘ocasionar riscos socioambientais (REBELLO, et al., 2012. p. 7). Os artigos que integram essa categoria utilizam como ponto de partida a preocupagao ambiental, social e econémica, com a possibilidade de andlise do contexto. Os conc os quimicos so apresentados em conjunto com todos esses fatores, buscando uma abordagem sobre os diver problematizadora wvendando a 0s aspectos dos fendmenos que os ceream, de realidade através de uma nova leitura, Aqui se incluem aqueles artigos que partem de um contexto especifico e utilizam a experimentagdo como forma de compreensio da realidade estudada. Aqui o contexto € ponto de partida e ponto de chegada da pritica pedagégica. Como afirmam Galiazzi e Gongalves (2004, p. 328) é preciso compreender a relacio integrada com 0 entomo dos alunos frente as atividades experimentais, buscando vencer as visbes simplistas de que: “pela observagiio se chega as teorias aceitas pela comunidade cientifica; pela experimentacdo em sala de aula se valida ¢ comprova uma teoria; as atividades experimentais so intrinsecamente motivadoras; as atividades experimentais contribuem para captar jovens cientistas”. Os temas sociais e as situagdes reais favorecem que a experimentagao seja ampliada para além da observagdo do fendmeno apresentado e da teoria cientifica correlata, permitindo ao aluno uma melhor interpretagio dos fatos pela nova linguagem e novos significados que sio construfdos proporcionando uma discussio rica © ativa no processo de ensino-aprendizagem. Outro fator inerente nesse processo é a construgao de argumentos, a valorizagaio das opinides, 0 respeito a diferentes pontos de vis 0 fortalecimento de argumentos, maximizando as potencialidades de validagao das ideias tanto fos e transformadores da na sua forma escrita como oral, além da formagdo de cidadaos ati realidade cotidiana através dos conhecimentos adquiridos. Nos artigos dessa categoria, a construgZo dos conceitos cientificos favorece a ascendéncia dos conceitos espontaneos/cotidianos para uma forma cada vez mais elaborada. Segundo Vigotski (2008, p. 136) um aspecto importante para construgdo dos conceitos cientificos refere-se a préticas pedagégicas, a qual & tarefa do professor mediador, que interceda por esses conhecimentos de forma a levar os estudantes, partindo do particular para a forma mais generalizada, a ser capaz de perceber que situagdes e conceitos apresentados, esto em comunhao com outros conceitos e diversas situagdes do cotidiano, pois quando nao conseguem generalizar esses conceitos novos, ainda esto no estégio anterior, chamado pelo autor de pseudo-conceitos, ¢ que ndo elaboraram conceito cientifico ainda. O autor ressalta que “os conceitos cientificos se desenvolvem para baixo por meio dos conceitos espontaneo: 0s conceitos esponténeos se desenvolvem para cima por meio dos conceitos cientificos” Em um contexto, a palavra & enriquecida pelo sentido que the € conferido, constituindo a dinmica do significado das palavras. A significagio dos conceitos cientificos ocorre em processos interativos e & mais sensivel, produtiva, se ela SANTOS, LATINI que potencializam a significago conceitual (COSTA-BEBER; MALDANER, 2011, p.2). Pensando em formas de contribuir para o ensino de Quimica nas escolas, deve-se romper com préticas pedagégicas que ndo favoregam a interlocugao entre conceitos espontineos € cientificos, de modo que professor procure atuar juntamente com 0 contexto dos alunos, valorizando suas particularidades sociais e identidade cultural. Consideragées finais Os artigos integrantes das categorias, Experimento como observaciio do conhecimento cientifico e Experimentos como possibilidade de discutir temas do cotidiano, apontam para 0 entendimento sobre 0 uso da experimentagiio ¢ contextualizagio no ensino de Quimica, na qual a motivagdo e facilitago para compreensio dos contetidos cientificos sao os principais objetivos da atividade experimental, sendo, portanto, 0 contexto utilizado para exemplificar/ilustrar a aplicagao do conceito cientifico ¢ nao para a compreensao do contexto, Assim, embora esses artigos tragam um reconhecimento da importincia da contextualizagio e da experimentagao nas priticas de ensino de Quimica e apresentem caracteristicas distintas, caminham no sentido da utilizag janas apenas para o entendimento do contetido cientifico. Identificamos ainda nos artigos da categoria Experimento como observagio do conhecimento cientifico em situagées cotidianas, um caminho tnico na construgio de conceitos cientifico, nela 0 cotidiano € trazido na atividade experimental para dar significado a esses conceitos abordados. Assim como, na categoria em que os experimentos eram trabalhados de forma a dar possibilidade de discutir temas do cotidiano, a importincia da contextualizago 6 discutida apenas de forma teérica, na introdugdo dos artigos, com o intuito de apontar para a importéncia da Ciéncia Quimica para a vida de todos nés, num discurso que tenta mostrar a necessidade, por parte dos alunos, de entendimento de conceitos cientificos. Nos artigos da categoria, o Experimento como possibilidade de compreensaio de um contexto, identificamos que as atividades experimentais 0 contexto favorecem a construgdo de conhecimentos nos dois sentidos, isto 6, os conceitos cientificos ¢ espontineos surgem dialeticamente nas propostas apresentadas. Onde a preocupagdo ndo ¢ somente com a construco de conceitos cientificos, mas também com a tomada de consciéneia de conceitos espontaneos Na perspectiva hist6rico-cultural, a contextualizagdo pode ser compreendia como uma forma de mediagiio docente que dialoga com o cotidiano do aluno (conceitos espontaneos) io da 0 de conceitos cientifi para a construc s de modo a contribuir para a compreens realidade. Assim sendo, ao valorizar ¢ destacar os conhecimentos espontaneos dos alunos, SANTOS, LATINI entendemos que situagdes problematizadoras levam os discentes a questionamentos, que de forma conjunta, planejada e orientada pelos docentes, favorecem a resolugio des as situiag problemas em didlogo permanente com conceitos cientificos, os quais contribuem para a organiza 10 do seu pensamento. Assim, 0s resultados apontam para diferentes entendimentos da comunidade de Quimica sobre a articulagio entre contextualizagdo e experimentagdo. E, pensando nas finalidades atuais do Ensino de Ciéncias(Quimica, que tentam aliar conhecimento cientifico como forma de ampliagio do conhecimento para vida e também como possibilidade de participacao da sociedade, na cultura cientifica do seu tempo, entendemos ser a discussio sobre contextualizaglo € experimentago, estratégias to caras ao ensino da Quimica, necessdria na formacao inicial e também continuada de professores, no sentido de contribuir para préticas de ensino que tomem 0 contexto € a experimentagao, ndo pelo viés utilitario do conhecimento cientifico, mas que de forma dialética contribua para compreensao de conceitos cientificos e do mundo da vida, determinado histérica e culturalmente. Agradecimento Agradecemos a Fundagio de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Jan (FAPER)) pelo apoio financeiro. Referéncias ALMEIDA, V. V.; CANESIN, E. A.; SUZUKI, R. M.; PALIOTO, G. F. Anélise Qualitativa de Protefnas em Alimentos por meio de Reacdo de Complexagio do fon Ciiprico. 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Integra 0 Grupo de Pesquisa Abordagem Histérico Cultural ¢ as Praticas Sociais, cadastrado no Diretério de Grupos/CNPq. Atualmente € professora de Quimica do Vestibular Social da UNIPO/Volta Redonda/RJ. MARY LATINI. E Licenciada em Quimica (1987) ¢ possui graduagdo em Quimica Industrial (1983). Possui doutorado (1998) e mestrado (1989) em Geociéncias-Geoguimic Ambiental. Todos os titulos obtidos pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é professora do Departamento de Fisico-Quimica/UFF e do Mestrado Profissional em Ensino de Ciéncias da Natureza/PPECN (UFF), estando ligada a linha de pesquisa Ensino de Quimica. Na Universidade Federal Fluminense desenvolve pesquisas na drea de Ensino de Quimica e Fisico-Quimica Nuclear. Editora da Revista Ensino, Saiide e Ambiente. Lidera, com a Profa. Luiza Rodrigues de Oliveira, 0 Grupo de Pesquisa Abordagem Histérico Cultural e as Priticas Sociais, cadastrado no Diret6rio de Grupos/CNPg, Na area de Ensino de SANTOS, LATINI ica e Quimica os principais inte de pesquisa so Metodologias Participativas; Qi Educacdo Ambiental e Abordagem Histérico-Cultural. Recebido: 31 de janeiro de 2018. Revisado: 11 de julho de 2018. Revisado: 08 de outubro de 2018. Aceito: 29 de novembro de 2018

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