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14 SUMARIO 10, Repensando a teoria ertca e a pesquisa qualitativa 2st Je L. Kincholoe ¢ Peter McLaren 11, Estudos culturais 31s John Frow e Meaghan Mons 12, As sexualidades a teoria quer ea pesquisa qualitativa 5 Joshua Gamson Parte Ill, © futuro da pesquisa quali 38 13, Investigaco qualitative: tensGese transformacées, 367 “Mary M, Gergen © Kenneth J Gergen 14.0 sétime momento: deixando o passado para tris 389 ‘Ywonna§, Lincoln e Norman K. Denzin Sugesties de letura “7 Indice onoméstico a Indice remissivo 2 1 Introducao A disciplina e a pratica da pesquisa qualitativa* Norman K. Denzin @ Yvonna S. Lincoin fnado pela “escola de Chicago" nas 1990 determinou aimpertincad lita para o esto de vida de grupos humanos Na dos de Boos, Brown e Malinonski, que defniam ram os contomos do métod de ral po (Gupta e Ferguson, 1997; Stocking, 1986, 1989), a clara 0 dbsevador parka para um c2- 5; coloiaists. No ent lidade investigacva que tro de pele escurs no objeto do olhar do etndgrafo no haveria una histria eolonial e, agora, nent uma indo a histiapés-colonia tradicio). Em pouco tempo, a pesqui passou a ser empregada em out tiéncias sociais © comportamen galeria sou cobb thenne Ey. Subtle NdeR Exec cont fern ars seth sobre ees valu, oes deve procur obras i 16 © PLANEJAMENTO DA PESQUISA QUALITATIVE E assim que bell hooks (1990, p. 126-128 terpreta a famoss fotografia que aparece na cap Waking Cature (Clifford e Marcus, 1986), como ceverplo dessa mentalidade A foto retata Stephen Tle fa ode campo na tna. Fler est sen ado uma certs dstncia de ts pesoas de pele es ‘cure, Uma canga aparece dentro de um cesto 36 com a cabeca para fore, Uma mulher esconde-s nas sm bras de uma cabana, Um homer, com um tale xadrez fem pret e branco enrlado nos ombros,apoiando 60 coavelo no elo ¢ 0 rosto sabre wma das mos ola fxamente para Tle. Tle esti fazendo anota- Bes em um eiiro, Tem wma “atrada aos Salo talve2 par proteyt-lo do sal — tum pedago de branqudade que serve para caracer- zar Tyler como @ autor branco do sexo mascolino ‘que etude eses individu pasivos pardos ene [Na verdade,o alhar do sujet pardo comunica lgu- ra vontade, ow alguma Uigacdo com Tyler. Jéo olhar dda mulher é totalmente encoberto peas sombras © pelasleras do slo doi, queatravessam seurosto {hooks 1950, p. 127.6, assim, esa orogafa da capa do lito que telex sea a mais influente obra da ‘etografia da segunda metade do século XK repro~ du das idias que esto bem vvas na imaginagio ‘cist ¢ nogio do indviduo branco do sexo maseu- lino como autarlautoridade .) ea ida do omer. pasivo pardolnegro [e da mulher e ds crianga] que do faz nad, apenas observa” (hooks, 1990, p. 127 ‘Neste capitulo intosuéeia,definiremos o cam> po da pesquisa quiltatva e entio navegarermos na bistéria de pesquss qualita nas discipinas hur ‘manus, tragando e resando~a,o gue nes possibil> tard situar este volume e seus contesdos dentro de ‘seus momentos histéricos. (Tais momentos histri- cos sfo, de cere form, artis; io convengbes ‘constuidas socialmente,quase-histricasesabrepos- tas. Entretanto, permite wma “representa” das ideias em desenvalvimentg faiitando também una senabldadee uma soisticago cada vez mores emt relagio i armadilhas e ds promesses da etnogafa © ‘da pesquse qualitative) Apresentaremos um esque- ‘ma conceiual pata que 0 ato da pesquisa gual ‘vase interpreta como um processo mal ral, marcado pelo ginero,entioforneceremtos uma breve introdugio aos captulos seguintes. De volta ‘as observagies de Vidic e Lyman, asim como ‘de hooks, coneluiemos com uma Breve dscussio respeito da pesquisa qualitativa e da tori erica daraca (ejatamibém neste volume Ladson-Bilings, Capitulo 9; e no Volume 3, Denzin, Capitulo 13). Conform indicames ers nosso prefco,uizaros a metifora da ponte para estrturar 0 que vem @ ‘seguir Para nds este volume € como uma ponte que lige momentos histéricos, métados de pesquisa, paradigms e comunidades de estudiosos inerpre- tativos ‘Questées conceituais A pesquisa qualtatva é em si mesma, um eam po de invesgacso Ela atravessa discipins, campos 2.1 Bin tomo do temo puss qual, > igada ecomplera de er- nite ees esto a tae to pés-fundacionalismo, a0 pos tscruuraism e s diversas perspectiasefow mito dos de pesquisa qualitativa relacionados aos studos culurase interpretative (os capitlos da Pate It abordam esses paradgmas) ‘dependentesedetalhadas sobre o grande rimero de méiodos ede dbordagenscasiicados como pest fo de cso, pol servagio participant, 05 métodos visu lise interpretative [NaAmérca do Nore. pesquis qual ‘emum campo histrica compexo que atravessa sete ‘momentos hitrcos (esses momentos sero disc tidos detahadamente a seguir. Esses sete momen- perode de etografis novaseexperimentas(1990- 1995}; a invesigasio pés-experimental (1995-2000) eo futur, que é@ aualidade (2000+). O fauro, sé mo momenta, ata do discuso moral, conto desen ‘volvmento das texualidades sagradas O stimo mo~ mento pede que as cléacias soci as humanidades tomers terenos para converss critica em torto da democracia, da raga, do género, da classe, dos Es- tados-nagbes, da glabaliacio, da liberdadee da co- unidade introduc te portum interesse pelos topos reticoseiteriios pla virada marativa pela naragio de hstria, 30v08 processos de composcio de eografias « Bochuer, 1996). Laurel Richardson (1997) observa que esse moment foi iflueniado por uma dade, pela dvi, pea recusa em priv- Ero ou tora (173). Porém ago cio do seul XX, ocoreuavrudanarati- ‘a So muitos 0s que aprenderam a escrever de um modo diferente, e também a situa see seus textos. je no sentido dereacionara pesquisa _qulitava is esperancas, 2s necessidaes, aos objei= vos eas promessas de uma sociedad democrtica lve ‘Ondas sucessvas de teorzagto epstemaligica aravessm eses sete momentos. O perodo traicio- nal éaezocado ao paradigma positivist, fundac nalista, Os momentos moderista ou daeradourada ‘08 gtncrs ests) obscuros esto iados a0 apa resimento de argumtentos pSs-positvstas. Av mes- ro tempo advou-se uma variedade de novasperse interpretatives, inluindo a enol, os estudos fase dos gineros (silos) obscurs, as humanidades ‘omams recursos centas para a teoria etic, recpretativa, «para o projet de pesquisa qual Jmaginado em linkas gras O pesquisador pasou a ser um bre rejaa seguir, aprendendo conto ex- tele conteis de muita dscpinas diferentes. ‘A fase dos gener (estos) obscutos fi respon- svel pela etapa seguinte, a crise da representa, [Nesse ponte, as pesquisadores lutaram pare encon- ‘ear manciras de stuarem asi mesmos ea seus sujei- ‘sem textos reflexive. Ocoreu um tip de diéspo- ra metodoldgics, um exodo de duas vias. Os Fhumanistas migrarim para as citncias sociis, em busca de uma nova teria soci, de novos métodos pata estuda a cultura popular e seus contextos et- ogréfcos e leas. Os cientisas sociais vltaram-se pata as humaniades, na esperanga de aprendetem & tras estrutuais e ps-estrututaiscomple- tists sociis também aprenderam a produir textos te erecusassera se interpetados em temossi ats, nears, incontrovertves.Houve um obsci ‘Nomomento experimental ps-moderno,os esqui- ” sadoresderam continidade a esse process deafis- fun if e Deemer, 38 moras, eins enraizados em compreensbes locals Qualquer dfinigao da pes atuar dentro dese complexo campo bistérica. A pes- use ualitanioa ers um sigaiicada diferente er cada lum desses mementos No entanto,pode-se ofeecer tum defnigdo genér va€ uma atidede situada que fo rho mundo, Cansste em unt co rmateiise inerpretatvas que 430 vis mundo Eseaspritiess ransformamo mundo em uma tie de representages,incuindo as nota de eam- povasentrvistas 3s conversa as fotografia os gr vagbes eos lembretes Nese ni tata envolve uma abordagem nati ‘atv, para mundo o que significa que seus pesqui- adores estudam as cosas et seus cen natura, tentando entender, ou inerpear, os ferdmenas em temas do sgicados qu pessoas des conte- [A pesquisa qualitative enolve 0 estudo da uso acaleta de uma variedade de matrais empticos — cestudo de caso; experitncia pessoal; intospeccio; hstria devia; entrevista artefatos; textos € prod bes cultural; textos obseracioais,histicos, in- {erativsevsuais — que descrevem momentos ig- nfcados rotneiros probleméticos na vida dos ndviduos Portanto os pesqusadores desta ies uti- liza uma ampla varedade de priicas interpetati- vas intertigadas, na esperanca de sempre conse rem compreender melhor 0 assunto que est zo seu aleance. Entende-se, contudo, que cada pitica gee rate uma visbilidede diferente a0 mundo, Logo, geralmente existe um compromisso no sentido do fmprego de mals de uma pritia interpretative qualquer estudo. © pesquisador qual tivo como bricoleur e conteccionador de colchas 18 © PLANEJAMENTO DA PESQUISA QUALITATIVA ss, pesqlsador de campo, jorals,eitico soci, stuador, misico de jaz, produtor de filmes, ‘confecciontdor de colchas ensast. A dveridade de pits metodoldicas da pesquisa quditatva pode 39, enograi, tage, O pes 1ocomo.m brie olchas, cu, como na prorkigo de filmes, uma pessoa que reine imagens transformand-as em montages. (Para saber a tes- cag, confecg de colchas e sador por sua ver, tale et ‘Cook, 1981 p. 1 Sobre esse processa da confecrio de cols, veia hooks, 199, p. 115-122: Woleot, 199, p. 31 [Nelsoa, Treichler ¢ Grossberg (1992), Li Srauss (1966) ¢ Weinstein ¢ Weinstein (1991) esc ecem 0s signifcados de bilge rou um profissio~ narratvo, eérco, poco. © brink interpretative produ uma bralage — ou sea, um conjunto de re- resentagées que reine pecas montadas que se er- ‘air nas especcidades de uma siuagio comple- 1a,"Asolugi [rilag] que €o resulta do metodo fo brine & una construcio emergent” (Weins- tein e Weinsten, 1991, p 161) que sore mudanas e assume novas formas & medida que se eerescentam diferentes instruments, métodos e tcnicas de re= presentasio ede intepretacio a esse quebra-cabeg, ‘Nelson ecolaboradors (1992) descrevea metodolo- gia dos estudos culrurais “como uma brags. Ou ej, sua opgo de privca€ pragma, estratégca © auno-refeiva” 2) nso, com restrgdes& pesquisa qualtativa ‘Como brieur au confecconador de coichas, 0 pesquistdor quatatvo utiliza as feramentasesti- fase materi da se ofc, epregandoefetvamen te qualquer estratgias, todos ou mateiisempi- ‘cos que estejam ao seu aleance Becker, 1998.2) Hovendoanecessiade de que novas ferramnentas ou "Nee. Temog cas de enon que pe tam 9 compra nae nets socal om teem ives canis par as qu € fe ‘sklcererrioe toc Ex psealg,aneplogi = blog técnica sjaminventadas ou reunides asim o pes- quisador ofr. As opgSes de pitas interretativas a serem empregadas nAo so necessriamente det- rides com anocedéncia A "escola das pitas da pesquise depend das perguntas que s80 fies, as ‘erpuntas dependem de seu contexto” (Nelson etal, 1992, p. 2), da que ests dispoatvel no contexta e do ‘que o pesquisador pode fzer naquele cenito. esas prticasimerpretatvasenvolvem questdes ‘sttcas, uma estétca da epresentago gue ex polo pragmtca ou pritica A esta altura, cabe Gefnimmos 0 conceit de monagen (Cook, 1981, p. 323; Monaco, 1981, p. 171-172). A montagem € um tnétoda deeds de imagens cinemiticas Na hist6- tia da einematagrafa, montagem €asociade aotra- balho de Serge! Eisenstein, especialmente de se fil- re O Encurgado Potemkin (1925). Na montagem, diveresimmagens diferentes so sohrepostasparacriar ‘um quadro, uma cera forma, a mantagem 6como fo penitent, no qual algo que havi sido pintado, tas que mio pertencla ao rexato (uma imagem da (qual o pintor“arrependeu-se", ow 2 qual le rejei- tou} ganha navamentevisibildadecriando algo nova. ‘© novo 6a que avi sido obscurecido por umaima- gem anterir ‘A montagem eo pentimenta assim como tz, improvseg,criam a sensagio de que as rando, se sobrepondo formando um compost nova crag. As imagens parecem dat forma e det nigdo umas is utras, avendo a produgio de um feo gestas,emocional. Mut veesesss imagens combinam-se em uma segiénca mica vlor que produ uma colegio de cverss images que gam ‘ertginosemente emt tom de uma seqiéncia ou de sum quadro central ou foalizado; esses efeitos gevelmente emapregads para representarapassager do rempo. “Talvezo mais famoso exemplo de montagem ja a seqignca da Escadara de Odessa em 0 Enuna- de Potonkin O climax do filme €0 momento em que 10s cidadios de Odessa esto sendo massacrados pe- las topas carisas na escadaria de pedra que desce at&-0 porto, Eisenstein desiao olhar para uma jo- vem mae que empurra 0 cartinho com seu bebé no patama ene os lances de escada et fente 85 cro- sd fuslament. Os cidadios passa cortendo por la fazendo sacudi 0 carrnho. Ela fia com medo de descer coms ocarinho ao primo lance de es- insrodugso cada. As tropas encontram-se em um patamar cima tela, trando nos cidados. El ia encuralada en tees tropas ea escadas Ea gra, $6 sevé 2 fumaca ta explosio dos furs apantando para océu. Sua c= bega nclina-se para ts As rodas do carn vac lar bia da escadara. Ela agarra a fielaprateada dese cit, Logo absivo as pessoas esto sendo es pnd pelos soldadosPingos de sangue anc 2 luis brancas da muller O bebé coloca a mito para fora do carsnh. A mulher move-se para frente para tris. AS tropasavancam, A mde cai para tes contro carn Ursa mulher assist & cena horo- rizada ao ver as rods traseiras do caminho desliz- rem cruzando a beira do patamar, O carinho gana ‘elocidade despencando escada abaixo, passando pelos corpos dos cidados. O bebé € jogado de um lada para o ouro dentro do carsnho Sldados is- param seus finis contra um grupo de cidadosfexi- flo. Uma estate grita a0 ver 9 carinho langarse sobre os degraus inciar-se evra (Cook, 198, p. wens ‘A montager empega imagens breves a fim de criar um nogdo bem-defnida de urgénciae de com- plexidade. Ela convide 0s observadores a consrut inceepreragdes que se baseiam mas nas ouras 20 desencolar dt cena. Essas interpretagSes sfo cons- teuidas sobre associagesbaseadas em imagens con- stantes que se combinam entresi Por rds da mon- gem, esta suposigio de que a percepgio e a so das cena, por parte das espectadors, qéncia de montagem, no ocorespien- uma a cada ver, mas sin simltneunente™ ‘ences em um coajunce emocional sg como se angaseos ols sobre O pesqustdor quaitatvo que enprega a mon- tagem € come um confecconador de colehas ou umn nprovisador no jaz, Esse confeccionador costar, rein pedagos da elidade, um processo que (ica eentacional para 19 Quanto aos textos taseados nas metiforas da ‘montage, de confecgo de colchs, eda improvisa- ‘0 do jaz, mites coisas diferentes vém ocorrendo sao meso tempo — diferentes voces diferentes perse pectvas.pontos de vist, Angulos de visio, Assim ‘como os textos de perfraane, os trabalhos que ‘am a montagem conseguem 20 mesmo tempo ctat represen 0 significado moral. Deslocan-se do pesto para 0 police, do local para o istrico © pare cultural. So texts dialdgios Presumem uma audi tvs. Cram espaos para a troca de idias centre o letor eo esritr. Fae mais do que trans formar o outro no objeto do olhar des ciéncias sciis {eja MeCal, Capitulo 4, Volume 2) (0 foca da pesquisa qualtatva poss 1.229). No entanto, o uso de miltiplos métodes, ou cla tiangulado,reflete uma rentativa de assegurar ‘uma compreensioem profundidade do fendmenoem ‘questo. A realidad objeiva nunca pode ser cata a, Podemas conhece alg apenas por meio das suas representagdes A tangulagio no é uma ferramen- ‘wou uma estratégia de alidagdo, mas uma alter va para validacdo lick, 1998, p. 230), A melhor manera enti de compreendermos acombinagio de dade de peices metodologias,ma- 3s pespectvs e observadores em um tinico esto € como uma estratéyia que acrescenta gor. folego, complexidads,riquerseprofundiade 2 ‘qualquer investigagio (Flick, 1998, p. 231). [No Capitulo 14 do Volume 3, Richardson con- testa concito de triangulao,declarando que, pare a investigagio quaizativa, a imagem central & a do ais, e aio a do trngula. Os textos de gineros ‘ists do mamento pds-experimental pose de tet lados Assim come of cristal, 2 105 mistos, como observa Richardson, “combina si- variedade de } Os rmetriae substanca com uma infin mesos rida, diferentes cores pa igdes, que se langam em diferentes dte- [No processo de crislizago, 0 autor conta a esis histria a partir de diferentes pontos de vista Poeeremplo,cm A thiol te (1992), Margery Wolk 20 © PLANEJAMENTO DA PESQUISA QUALITATIVA er un relato do mesmo conjunto de ns povoado native. De win modo 1993), da como unt forma cstlina, como ua age, ou sinda como uma perrmane crstiva fem tomo de um tema central, podemos ampli 38- sim a tangulagio como uma forma de vl ‘esta, A uiangulagio € 4 posigio simultinea as, Cada uma das merfoas “age cidade, endo o seqiencal Ietores ¢ as audincias so entio plorarem vises concorentes do ca giem ease fandzem em novas real peta dos dverss paradigms interpetatvos(emi- rismo, marcsm,estudos culturis,construtvismo, teora gua) que pode ser raids para um deter rminado problem, Enretant el talveznfo ache que 0s paadigmas possam ser misturados ou sintetiza- agtacia que denotam ontologies Imetodologiasexpectcas Elesrepesentam sisters 38 usudros a visdes de perspecties so sistemas LO pesquisadorno papel de tei Frilartrabalba dentro de perspctvase para cao pelo genera, sores contam histérias sobre os mundo que est so, pdeposiiisme, construtvs rabalho do rae interpre uma bilge complexa (qu lebra una colcha), uma clagem ou uma montagem efiexiva — um con jumto de imagens e de represenagdes mutes gad, Essa estrutura interpre calcha, um texto de perfrman repeesentagies que liga as partes a0 tod, ‘A pesquisa qualitativa como um ferreno de miltiples praticas interpretativas fu de dscurso Ela no possui ‘ums teora ou um patadigma nitdamente proprio Como revelm as contribuigGes para a Parte I deste volume, hi mkiplos paradigmasteéicos que ale- gam empregat os métedos eas estrtéyus da pesqui- 1 qualiaiva, desde os estudos consiutvstas 20s culuras,passando pelo feminismo, pelo marismo e pelos models fnicos de esquisa qualita empregada em cs guficos e 0s mimes. Também aprovitam wi- lam as abondagens, os métodose as tenis da nomerodologa, da fenomenologa, da hermenéui- Introducao. 21 2, Capitulo 9), Todas 6s fea evidentes nos cap Esstsexaprags e esses humans. Cada um carega os tagos de sua ia dscptinar Sendo assim, hé umalon- dos uso e dos signifcados da einografia gio Tomamos emprestada eparalraseamos 2 tena & da etnoogi na educago ine, Weis, Wesen e tide Neon e claboradores (199, p. 4) de define Wo, no Ca ante eos estudos cultura: da etnogrti na antopologia (Tealock, Volume 2, lo 6; Ryan Benard, Volume 3, Capitulo 7, sranedscilinare, sees essa as humanidades, influeniado por ipa A pesquisa qualia ado Capitulo eda anaise do ciscursoe versacional namedicna, nas comunicagdes ena edu cagio (Miller eCrabre, Volame 2, Capitulo 12; Sil- verman, Volume 3, aptuo 9} A divesidade de histcas envlverlo cada mé- todo ou esratégia de pesquisa evela como cada p= tia recebe smanita natural. Além disso, essa ters po em ser combinadss oo mesmo projet, com sap 22. 0 PLANEJAMENTO DA PESQUISA QUALITATIVA fscas Sous praticantes tim compro com idades modernas pos-modern ‘asltatives sto dent tas das areas das sf sims. Seu tal ‘do no-centiia, ou apenas explratri, ou sub- jetivo, E chamado de crc, e nfo de teria, ov € interpretado policamente corto uma versio cada do marsismo ou do huma 995; Denn, 1997, p. 2 sas resists efletem uma toda de que as trades da pesquisa ‘prometem o pesquisdr com um critica do projeto a, Poem, 2 resiséncla postvsta& pesquisa a Sempre presente de manter uma dst ard cea" c 0 saber das sft cee (Cs Capt 7; no Volume 12), As citnia (posits) ex a como um atagu 2 esa radian, cos, 3s geralmenterefugant-se em um modelo de *cin- ita livre de valores” (Cate, 1989, prépria trabalho contngente” (Carey, 2 tarabém Lineoin Gubs, no Capi= a slegarm que os chamados reverse, e no cléncia, e que res do dispaem de nenhum método para vericar © aque & decarado como verdad A pocsi ¢ a fogio Srnogrficas indicam 0 fim da ciéncia epic, eh tanto 0 mid da experiencia vs fa, pos nele que a renga individual ea agio ea e, Dentro desse modelo, io so com o diseuso e com ‘ométodo como priicasinerpretativas materia que onstuetn arepresentago ea descrgo, Dessa fr- ima, a virada nara, textual, & ceed pelos posi- pore fo entio como um staque 8 cazio ¢ & verdad. Ao mest tempo, stague da ci2ncia positvsta& pes- (quis qualitative € consierado uma tenativa de le- sar uma versio da vendade acima de outa eteno poltico complexo define «diversi- radigdes ede linhas de desenvolvimento da pesquisa qualtatva: 2 tadigo brtiica © sua pee~ as tradigdes 305 05 estudos que, os estudos das cultura ‘eras eaborigenes. A politica da pesquisa qualtativa fia uma tensio que invade cada unta desestadi- (bes ctadas acima, Essa tensio propriamente dita ada 3 me mundo bistro inc lectuais suas pip Res rues coisas para malas pessoas, Tem ura dupla tsséncia: wm comprometimento con alguma versio da abordager it do: a pesquise qualitativa representa tema umd erica dugio 5 do pés-postvisma. Voltremos nossa atencéo agora para uma breve discussio das principais diferengas nie as abordagens qual quis, pa eno dscuirmos as esque ocorem dentro da investigacio qualia Essas das tradigBes da citnciapositivistadefendem Pesquisa qui quantitative, iva versus pesquisa A palavea quite implica uma Enfase sobre as. qualidades das entidades e sobre os processos os sigtlicados que nio so examinados ou medidos ‘expatimentalmente (se & que sio medidesdealguma que contam com o aux computacional 0s quais pemitem as contagens de reqinci, as tabulagBes satura replea de slug ‘qual os pesquisadoresqulitatvos estar reat m ic boa qualidade usizando modes e proedimentos menos rigoresos Alguns dlegim que se trabalho € eco a partir de um mma livre de valores Estilos de pesquisa: Fazendo as mesmas coisas de um modo diferente? [Nao I diidas de que tanto os pesquisadores 0 os quantiativos “imaginam que ito da sociedace que vale & pena contar para os outros, ¢ empeegam wma vati= ul ede mos de comunt cabertas” (Becker, 1986, p. 122) encaiavam-se automaticamente posivita ou pés-postvist quem tem o poder de legisla as solugbes coretas ara esses problemas 24 © PLANEJAMENTO DA PESQUISA QUALITATIVA ea conspete diesticario ds manos de wide auisa€ cada vex mas obrigada a ulizar estrus indutvas em vez de partir de tov tes Jo Ho estudados como co insrumentagio © 8 qu procedimentos empregados para aplare refore ide dados interpretagBes «para testa péteses stravés de amostas, Ambas devem see ma lugar Conto um mesanismo de “Anda que muitos pesquisedores g teadigio pds-postvisa venham a utilzar as medi- 3¢ métodes € 0s documentos es de localiza cs grupos de populagdes mals ample, raramente relatario suas Alescoberas em srmos ds ios de medidas ou me quisadores qua hos, regress ou andes lo. 1 Capitulo 2: 14), Esses pesquisadores angumentam que 06 méto- dos postvistas so apenas uma forma de contr bis- tires sobre a scciedae ou sobre o mundo social Es- sesmétoos avez no jam nen melhores neta piores do que quasquer outros méodos; ces apenas con tam dierentes tips de hist, ‘Nem todos tém essa mesma vsdo ber, 195). Mai rembos das escolas de pensa- sea tablho afirmam que ti certo tipo de ciénci, uma cigncia {que silencia um enorme nmero de vozes. Esse pes- agulsedoresprocuram meétodosalteratvos para ava~ balho incluindo 2 verossimilhanea, ‘Como se pide obser moderismo e no pés-estraturalismo ata oe verdad Lima fora de capa o pons de te do india “Tanto os pesquisderes qualitatvos quanto os quan- ‘preocupatn-se com o ponto de vista do in 1. No entanto, os investigadores qualtatves imaginam que tenham condigdes de st aproximar nai da perspctva do ator através da entrevista eda ‘bservaco detlhadas Els argumentam qué 08 pes- (quisedores quantitatvos raramenteconseguem ca tar as perspectivas das sujitos que esudam, pois precise confar em mates e métodos empiric uisedores qual frentar ¢a deparar-se cont as limitagdes do mundo social cotdana, Eles veer esse mundo em agio © inserem suas descobertas, Os pesquisadores ivos desviam sua atengio desse mundo © mente. les Bustam baseada em proba bildadesresuliantes do estudo de grandes nimeres de casos selecionadosaleatoramente Essestipes de declaragbes encontram-se acima e fora ¢ os, por outro lado, te postu basead em casos idiogritica, reciona sua stengdo para os aspectasexpecicos de determinados css, dares quantiativos, com seus compro ‘nomotios, preocupam-se menos com esse Inteodugao 25 doa ato de que qualquer histria ésempredecerta forma arbitra e, ao menos parcalmente sempre ‘uma construcio sci 1986, p 134-135). Os pesquisadores qualiaivos progam a pros emogrtc, em primeira pessoa. tras de vida, 05 “fats” transformados em igo ‘materi bogricos esutobiogrifics, entre ou- teas Os pesquisdores utlaa os mo- dels materiics 2s abe egerlmenteempregam um pessoa, ao escreverer sobre sua pesca Ahistéria da pesquisa qualitativa ogo de que essa tres poderia ser executada pres- supurta a habilidade dos cents socias de ebse- varem o mundo objeivament- Os métodos quate tvs foram uma das princi feramentas paraessas cobservages As tensoes dentro da pesquisa qualitative um ero presume que too uals tenham as mesmas Sup «fo aos cinco patos de diverge Como revelari a dscussio ase seo rearal de Vidich e rman abrange 03 segun- (de cera forma) sobrepostos:aprimeis o século XVI: a etmografa cefonial, que eleva o experimental 20 (Siverman, 1997, p. 248) ‘Ourros ainda argumentam que a experincia vie vida €ignorada por aqueles que seguem a vrada da 26 © PLANEJAMENTO DA PESQUISA QUALITATIVA a etmograia do “outro civeo" 1 os ests da €9- Thunidade, e as etnografas dos imigrantes america nos (inicio do sécula NX até a década de 1960}; 05 tsudos da eticidade e da assiilagio (meados do feulo XX até a déeade de 1980); 2 atualidade, a {qual denorsinamos de ime mora. Em cada una dessas eras os pesqustdares foram ‘econtiauam sendo infuenciads mndgrafs confirm a diver de racial e cultural dos pavosem roo gobo e tent ram fazer coma que esa dversidade se encszasse em ‘uma tora sobre as origens da hist, das apa das clvzagdes Anes da profsionlizago da ezograia no século XX, os eundgrafos colons promoveram 10 colonial que deizou os nativs por sua desde que seus lideres pudessem ser propria ooptados pela administragio colonia. (Os etndgafos europe esudaram os atcanos, os alice e outros povas nlo-brancos do Tercero Mundo. Os dain o imeitos etnégrafos americanos est i americano a partir da perspeciva do cod século XX até dada de ttabalho de E. Franklin Fazer, Robert Park e de Ro- bert Reel seus unos, bea como de Wiliam Fote ‘Wire, dos Lynd de August Gans, Stendord Lyman, Arthuc ‘Bensman. Os esis da eticidadeapés a década de 1960 contestaraahipstese do “ming po” de Parke seus seuidores, comesponderam 20 sugimento dos programas destdos micas que vam os nativo-ame- Ficanos, os ltinos, 0s dsio-amercanos eos afto-ame- Ficanostenfaer assum o controle sobre oestuda seus prprios poves. (0 desafo pés-modemo e ‘emmeatas dos anos de 1980. Ques sgbes que haviam orgunizado esse ich e Lyman no Capitulo que aravess 0 “divisor de Aguas pés-modema" erie “oabandono de todas as todas 0s valores estabele- o pesquseder qu historia ele desempenha um pape! nessa hist Comeeames coin 0 12 dos britinicos ed 9, Columbia, Harvard, Berkeley c das escoas briti- rica de socologia e de antropologa. Esse primero perodo fundacionalisa esabeleceu as normas da pesquise enogrficee da pesquisa g a (Gupta e Ferguson, 1997; Rosado, 1989; Stocking, 1989), Qs sete momentos da pesquisa qualitative CConforme sugsritnas anterormente,noss is a qualtatva na América do Norte cecada uma de- © periodo tradicional CChamamos este primeiro momento de periodo teadicional(o qual abrange a segunda ea erceira ses de Vidich e Lym). Comega no inicio do su XX, contnuando até a Segunda Gi trangeioe “Temos aquia discuss de Malinowski bre as experincias de campo na Nova Gi anos de 19141915 e em toca de dados de introdugac Niohéablur a que me aia os est ‘svano empon Emalguns momentos fiquifureso com ls expe- almente quando, depos de eu thes ds oes Gera, 1988,p. 73-78) Em outro aba, esse pesquisor de campo soli, isola, frusrado, desereve seus métodos ‘com as sepuines paris: (Quando se exter citpo, preciso erent ua aed cn rere ierpeag a ede 2 sbi a eg ea tess p38 sida em Ger, guage da cincia, com leis egeneralzagbes mol- dadas a parr dessa mesma experiéncia ate esse perodo, © pesqisador de campo {ei tata como uma celbridde,transformado emt figura exagerada que ia para o campo e dee re- is esranhas dro, ahistria de um homer cen rocura do nativo que i estudar wm pels disante. Lf essa figura “encontrou 0 bjeto de sua busea(.) fl enfrentou seu rial de passagem suportanda a provagio definva do ‘tra- bale de campo" (p30), Apds rerorarparacasacom seas dacs, Embgraf Salto redig um relato 27 etnogeatia cae rato camo o de um museu para regsvar a ‘cultura estudada) e uma crengz no intemporal o que foi estado munce muda). O outro era um “obje- to" a ser mantido em um arquivo, Esse modelo do pesquisedor, © qul também podis escrever tories Complents, dens, sabre o que era estudado ainda Bateson anda so cuidadosemente examinados emt relagi is informagSes que podem passat a0 norato notas de campo de escrevera tata, ls etndgafoselsscos como relguas do passado colonial (Rosaldo 1989, . 4. Exibora mui- tos stam uma nostalgia por esse passado, outros ‘elebram sua passegem. Rosado (1989) citaCora Du Bois uma profssora aposentada de antropoloia da arverd, que lamencou essa passagem er un con és 1980, que refetia sobre arise rai para urn bazar de gage” Pare Du Bois, as emo do incemporl acero de seu. Ela se sente desconor for: [0 bazar de gar 10 pos-colonial na qual os atefitos cul ula entre lugares impeovéveis,e nada € sagrado, permanent, ou lcrado, A. imagen twopologia coma um bana de garagem represent tuago global”. 44).Na verde, mi {os esouros valosos podem ser encontrados haven doo dejo de se realizar uma longa e dua busce tem lugares inexperados.Osvelhos padrées no mais se mantém, As etnograis nfo produzen verdades

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