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—————————Se Usos didaticos de documentos ee As justificativas para a utilizagao de documentos nas aulas de Hist6ria sao varias e nao muito recentes. Muitos professores que os utilizam consideram-nos um instrumento pedagégico eficiente e insubstitufvel, por possibilitar o contato com o “real”, com as situagées concretas de um passado abstrato, ou por favorecer 0 desenvolvimento intelectual dos alunos, em substituigéo de uma forma | pedagégica limitada a simples acumulagao de fatos e de uma histéria linear e global elaborada pelos manuais diddticos. Os documentos também sao materiais mais atrati- | vos e estimulantes para os alunos ¢ estao associados | aos métodos ativos ou ao construtivismo, conforme as | justificativas de algumas das propostas curriculares. Recorrer ao uso de documentos nas aulas de Histé- tia pode ser importante, segundo alguns educadores, por favorecer/a introdug4o ) do aluno no pensamento w hist6rico, a iniciagao aos proprios métodos de trabalho do historiador. Nesse caso, ha certa ambigao em trans- formar o aluno em uma “espécie de historiador”, situa- cao complexa que conduz a problemas de oA Siw Essa pretensao acarreta uma série de ti feu s a0 ensino e contraria os objetivos da disciplina, cuj intengdo maior € desenvolver uma eae ine i lectual capaz de propiciar anilises criticas da s — 327 ——=— © ouuLagos OFPg?SND OUEFING *4q *J04g Uso ante — MAteniats DIDATICOS: CONCEPCOES 328 erspectiva temporal, conforme ja se disse an. one y © Dat a necessidade de se deter em alguns racer do uso de documentos ou de fo aes bistbrica nas aulas de Histéria, comecando pela identificacéo das especificidades desse uso. 1. Analises de documentos 1.1. HISTORIADORES E PROFESSORES: DIFERENTES USOS DAS FONTES HISTORICAS Os documentos tornam-se importantes como um investimento ao mesmo tempo afetivo e intelectual no processo de aprendizagem, mas seu uso serd equivo- cado caso se pretenda que o aluno se transforme em um “pequeno historiador”, uma vez que, para os histo- tiadores, os documentos tém outra finalidade, que nao pode ser confundida com a situacao de ensino de His- t6ria. Para eles, os documentos sao a fonte principal de seu oficio, a matéria-prima por intermédio da qual escrevem a histéria. Henri Moniot resume corretamen- te a funcao do documento para o historiador: ; Saber hist6rico é o produto de fontes, todas elas vindas ° Passado, ¢ de uma critica, vinda do historiador, um SPecialista, que explora seu contetidol (..) Mas nao é pre- cis ; ‘ so advertir que 0 trabalho do historiador ndo pode estar meme @ Isso. Nada € uma fonte por sua propria natu- za e é aaa fae £0 problema colocado pelo historiador que, identi- ;~ aces 0 fraco que fornece uma resposta, transforma um documento em uma reine . fonte historica. Os registros | ~ marcas do Je u 8 ae Passado séo a sua ‘matéria-prima. 0 historia-. ante dessa matéria-prima, das fontes, faz perguntas, \ coloca é is problemas. Mas é preciso, inicialmente, saber 0 | | Usos pipAricos DE DOCUMENTOS que esta fonte dizia antes aos outros, com cates eapaearte te , como era usada para ae a '€)4, € preciso adquirir conhecimento sobre ifica que o historiador jé i i Rete que o historiador jé possui conhecimento ‘a epoca em que o documento foi. ic a partir desses di jc ecm es dados obtidos, talvez essa fonte possa for- necer e acrescentar novas ou algumas informagdes para a pesquisa. Cabe ao historiador, desta forma, selecionar e delimitar as fontes adequadas para sua pesquisa. Fontes que serao organizadas por séries, ou serdio compostas por conjuntos arqueolégicos ou entrevistas orais (...) (1993, p. 26). De maneira categérica, Henri Moniot adverte-nos de que o historiador, ao selecionar suas fontes de pes- quisa, j4 possui um conhecimento histérico sobre o periodo e tem dominio de conceitos e categorias fundamentais para a andlise histérica. Ao usar um do- cumento transformado em fonte de pesquisa, o histo- riador parte, portanto, de referenciais e de objetivos muito diferentes aos de uma situacao em sala de aula. i 4 is os cui \As diferencas so marcantes, € disso decor we i formar dados que o professor precisa ter part trans! ‘ ” jais didaticos. ‘documentos” em materials di , O professor traca objetivos que nao visam & pro ? (DD wsoern podey yr istori inédito ou a uma ducao de um texto historiogréfi inédit Goa fx interpretagao renovada de antigos scone neni As istoricas como 180 dena een Os jovens € as Qe soeannr* 40 utili diferentemente: de aula sio utilizadas ements OS OO)? 7 eo “aprendendo Historia” ¢ 040 a eae — co foi produ- Fo em ue oe ToS) ov context? an rengao a0 momento”) rig? ot . material didatico ¢ @ = propicio de intro condi =) peonants 1s tipos escolha dos tip anos. “~ +e de escolarizagio ©O° = — 3+ PARTE — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPCOES E USOS 0 doc v! -~ Um documento pode ser usado simplesmente como Uncen \d1-2 | ilustragio, para servir como instrumento de reforco . de uma ideia expressa na aula pelo professor ou pelo ia eae A texto do livro didético. Pode também servir como fonte de informacio, explicitando_uma situagio histérica, ) Dp wated on a leterminados sujeitos, etc., ou THERON Sy “| pode servir ai para introduzir o tema de estudo, Ce a) Wald nce assumindo neste caso a condi¢io de sitwagdo-problema, \ para que o aluno identifique 0 objeto de estudo ou o tema histérico a ser pesquisado. Dessa forma, os obje- Spun ) c tivos do uso de documentos s4o bastante diversos para (ue ae © professor e para o historiador, assim como os proble- . wa a que ambos fazem frente. Um desafio para o pro- WWhaduape — qui if i essor € exatamente ter critérios para a selecdo desse Dhde. . $ recurso. Existe o problema de escolher documentos que se- jam atrativos e nao oponham muitos obstdculos para serem compreendidos, tais como vocabulério complexo (textos escritos em outras épocas usam termos desco- nhecidos na atualidade), grande extens4o, considerando © tempo pedagégico das aulas (ntimero de aulas semanais e tempo da hora-aula), e inadequacio a idade dos alunos. Na escolha é necessdrio lembrar que eles - devem ser motivadores-e_ndo se podem constituir em texto de leitura que produza mais dificuldades do que interesse € curiosidade. O objetivo é favorecer sua exploracao pelos alunos de maneira prazerosa e inteli- givel, sem causar muitos obstdculos iniciais. E preciso cuidado para que os documentos fornecam informa- g6es claras, de acordo com os conceitos explorados, e nao tornem dificil a compreens4o das informa- goes. A mé selecio deles compromete os objetivos iniciais propostos no plano de aula, ao Passo que sua 330 Usos DIDATICOs DE DOCUMENTOS complexidade e extensio podem criar uma rejeicd tema ou pelo préprio ti uma recigao pelo Proprio tipo de material. . Podem-se utilizar documentos desde as séries ae em tais situagbes, considerando as diferentes = sroptadee dan maior cautela na escolha dos . , daqueles que efetivamente desper- tem interesse € estejam de acordo com os objetivos especificos para os diferentes niveis de escolarizacao. Ay escolha deles, em qualquer situacao ou nivel escolar, deve favorecer 0 dominio de conceitos histéricos ¢ auxiliar na formulagio da generalizagdo, ou seja, de um acontecimento particular (como o texto da Lei Aurea de 13 de maio de 1888) para o geral (0 processo de abolicgao da escravidao no Brasil). Para que 0 documento se transforme em material didatico significativo € facilitador da compreensio de acontecimentos vividos por diferentes sujeitos em dife- rentes situagdes, € importante haver sensil ilidade ao sentido que Ihe conferimos enqaiit pore do pee sado. Nessa condigio, conver os alunos be cane que tais registros € ms diversos e encontram* uisicas, revistas, quadros, ™ 1.2. METODO! wo“ es sobre 0 or No artigo “Reflex perto Marson mostra oe seo? jstoria + 1acao escolar, rico”, o hist ide d ocumentos € Ss nae tancia do fo arenga0 sobre 0S e a ha a d i . O pr - também cr para sua utilizagao. © Pr docu professor deve t fessor saber como ° avida, € © P 4o do historiadot para» 331 ™~ 3+ PARTE — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPGOES E USOS andlise, tendo em vista outras situagées de €studos histéricos. E importante, para a compreensio do documento, que se faca uma andlise dele como sujeito de uma acio e também como objeto, formulando trés niveis de indagacao: 1*) sobre a existéncia em si do documento: o que vem a ser documento? O que é capaz de dizer? Como podemos recuperar o sentido do seu dizer? Por que tal documento existe? Quem o fez, em que circunstancias e para que finalidade foi feito? 2‘) sobre o significado do documento como objeto: 0 que significa como simples objeto (isto é Sruto do trabalho humano)? Como e por quem foi produzido? Para que e Para quem se fez esta producdo? Qual é a relagéo do documento (como objeto particular) no universo da pro- dugdo? Qual a finalidade e o cardéter necessério que comanda sua existéncia? 3!) sobre o significado do documento como sujeito: por quem fala tal documento? De que historia particular par- ticipou? Que ago e que pensamento estao contidos em seu significado? O que o fez Perdurar como depésito da meméria? Em que consiste seu ato de poder? (Marson, 1984, p. 52), A compreenséo de um documento em toda a sua complexidade deve também se pautar pelas reflexdes de outro historiador, Elias Saliba, sobre a relacdo entre documento e monumento;: No caso da disciplina histrica, vale a pena refletir um PouCO sobre a férti] distingao entre documento, produzido voluntéria oy involuntariamente pela sociedade segundo for¢a, eo monumento, volunta- determinadas relacées de Tlamente produzido elo poder, ou seja, por quem detém 332 Usos DIDATICos DE DOCUMENTOS © poder d mnento em mon Perpetuacdo. O que transforma 0 docu oni s I~ ¢ao pelo poder, vee €, no fim das contas, a sua utiliza- - Entenda-se: 0 poder da producdo, difuusdo, edi¢ao, manipulaca a0, conservacao, reci te (...) (Saliba, 1999, 4 445). , reciclagem ou descar- O uso de do . ; umencos nas aulas de Histéria justifica- ” -se pelas con icd P tribui¢gdes que pode oferecer para o desen- vo! vimento do Pensamento histérico. Uma delas é facilitar a compreensao do proceso de producao do conhecimento histérico pelo entendimento de que os vestigios do passado se encontram em diferentes luga- Ig res, fazem parte da memoria social precisam ser pre- servados como patriménio da sociedade. Outra exigéncia para o uso de fontes histéricas é 0 cuidado para com suas diferentes linguagens. Os docu- mentos, como foi anteriormente apresentado, s4o re- gistros produzidos sem intengao didatica e criados pr intermédio de diferentes linguagens, que expressam a mas diversas de comunicacio. S40 muito varia is d ort recisam ser analisados de acordo aed ams i em e especificidades com suas caracteristicas de ee be eee oe recursos didaticos, n de comunicagio. Como os oe rerizis (obj¢- -se trés tipos de documento’ Ges...) € visuais do cotidiano, construgdes...) © tos de arte ou do © fixas ou em movimento, «ais (i Ss ou audiovisuais (image™ graficas, musical) se fazer a andlise de um docu- i ral, a0 «atl didati leve-se De ee Be a aterial didatico, di , ‘orm: to. mento trans: artic 4o entre OS met levar em conta riador € 0S PO e sempre # eS esquema 333 escritos, possivel dev . objetivos, conform ES E USOS 3+ Pate — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPCO! Fazer andlise e comentario de um documento ‘az corresponde a: DESCREVER o documento, isto ¢, destacar ¢ indicar as informag6es que ele contém MOBILIZAR os saberes € conhecimentos PARA prévios EXPLICAR o documento, isto é, associar essas informacées aos saberes anteriores SITUAR 0 documento no Contexto e em telacio ao seu autor IDENTIFICAR a natureza desse documento e também explorar esta caracteristica identificar og LIMr TES eg; lo documento, i © interesse St0 €, ctiticd Io, 334 Usos DIDATICOs DE DOCUMENTOS Essa é uma Proposta de anilise vali documento inserido em ae ee para qualquer © pedagégi 5 nee! agdgica. Existem, a ae que atendem as especificidades fe cada Po de documento. As praticas pedagdgicas le acordo com as especificidades das linguagens, € apresentamos a seguir algumas delas, baseando-nos tanto em atividades realizadas em salas de aula como em sugestdes de praticas escolares. 2. Documentos escritos: jornais e literatura Os documentos escritos sio os mais comuns € os que tradicionalmente tém sido usados por historia- dores e professores em suas aulas de Histéria. Nao raro encontramos documentos usados com fins peda- gogicos em muitos livros diddticos ou em coletaneas que selecionam textos escritos de diferente natureza, tais como textos legislativos, artigos de jornais ¢ revis- tas de diferentes épocas, trechos literdrios e, mais recen- temente, poemas € letras de musica. 2.1. IMPRENSA ESCRITA NAS AULAS DE HIsTORIA nite e objeto de estudo | adores. Maria ria do Brasil, assim como A imprensa escrita como fo rca historico foi abordada por varios eo Helena Capelato, em Imprens e ae ressalta que ha varios tipos de ine existem vi dade oe eae ‘ornais como fonte ibilidades za no Fonte hunirien an miultiplas: 2 andlise cea cone ee noticias (politicas, econdmicas, eae icias rors al sao apresentat ne a Je ma pela qua’ rografias, etc. € je com gandas, os aio es esta distribuido nas diversas ee oe eee outras- partes do jor 335 sos {3+ Panre — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPCOFS E ntetido, tem sido importante a reflexao sobre a autoria dos acontecimentos, dando. -se destaque ao papel do jornalista como agente sig- nificativo na criacdo de fatos hist6ricos. O jornal, como veiculo de comunica¢ao fundamental na sociedade moderna, exige igualmente tratamento bastante cuida- doso quanto 4 anilise externa, devendo ser considerado como objeto cultural, mas também como mercado- ria, como um produto de uma empresa capitalista. Sendo um meio de comunicacdo influente, o jor- nal tem sido analisado em seu papel de formador da opiniao publica ligado a interesses variados e, como 6rgio da denominada “imprensa livre”, faz parte do jogo politico e do poder. Nesse contexto, tem sido analisado em varios momentos da histéria, com des- taque as diferencas entre os jornais de uma mesma época: os de uma grande imprensa jornalistica e os produzidos por grupos sindicais, com tiragens limi- tadas, por exemplo. Outro tema importante abordado nas anilises das fontes jornalisticas refere-se 4 censura. No caso brasi- leiro, © problema da censura em fases de regimes dita- foriais tornou-se explicito tanto em jornais de grande tragem como na imprensa alternativa que surgi, pot apes soc do regime militar de 1964-1985, Na Hisar, paads Pasquim, entre outros. pela andlise de coletinese on aaah ae ao ensino, as noticias de j : i ecumentos ce i Jornais tém servido como ma- terial de aprendizagem em |i ato de selecio e exames veatih — didéticos, em provas temas da historia ec res, principalmente pat 'poranea. Um levantamento Para a andlise do co memes especial; © ensino da histéria mais recen- x mente sobre tegime ditatorial ETE Usos pipinicos vt Documentos de 1964-1985, Constatou que os materiais pedagogi- cos de apoio utilizados com maior frequéncia e1 one noticias de jornais (83,8%) “as ~ Em algumas bibliotecas es . lotecas escolares, também analisa- das nos projetos de estagidrios no decorrer dos anos 90, constatou-se a criacao de hemerotecas, que estdo sendo abandonadas ao ser possfvel consultar noticias de jornal pela internet. De qualquer forma, a pesquisa dos estagidrios demonstrou que h4 uma continuidade do uso de jornais como fonte de informagao para coleta de dados das pesquisas escolares. Entretanto, tais projetos tém identificado que faltam andlises criticas sobre essa fonte de informagao. O importante no uso de textos jornalisticos € con- siderar a noticia como um discurso que jamais € neutro ou imparcial. A veiculacdo das noticias ¢ informa- g6es, com ou sem andlise por parte dos jornalistas, precisa ser apreendida em sua austncia de imparcia lidade, para que se possa realizar uma oes refere ri aos limites do texto ¢ aos interesses de poder imp! eee artigo do jornal “Bolando aula de ino Histéria: apoio didatico para Pes de ensins ° fundamental”, a professora Maria S: le eae z langa proposta inovadora pata a are papel da imprensa na Republica Vel ae ae anilise & produgao literaria de Lima i rtante escritor teh ue esse impo! do centra-se nas Carri da época, desmascarando fazia|ayimmprens Pas alicergavam © revelando os A jetos lamentos que 4 4° 10 aos proje' oe ane dos grandes jornals em arr, mes- icos. iti os econdmicos: ar que eram politicos de cares alguns jornals © a isrid edo "Sedo Paes da burguesia Tit 6 desqua- ings de ron on da adie 0 pose comércio, tal, mas lifica a imprensa CO! —— O levantamento fez parte do projeto Ditadura Militar, Lua Armada e Resisténcia nos Livros Diditicos, realizado em 1997 por alunos estagidrios do curso de Pritica de Ensino de Histéria da FE/USP ‘Além de jornais, os professores ecorriam 20 uso de filmes (80,6%) «e misica (77,49) para ‘ estudo da época do regime militar 337 s 38 PaRre — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPGOES € USO! atual da midia. A autora mostra a Participagio do escritor como colaborador de varios jornais ¢ revistas e sua manifestacao de reptidio & falta de liberdade de imprensa, motivada pela apreensao dos jornais anarquistas Spartacus eA Plebe, em 1920, pela falta de solidariedade entre os érgaos de informacao para assegurar essa liberdade: “Os grandes jornais de todo 0 pais néo protestaram, ao que parece, porque se Pratava de jornais operdrios e apontados como anarquistas, Curioso motivo. Entéo sé doutores ou quase doutores tem pensamento e podem exprimi-lo nos jornais? Entao 56 0s jornais de grande tiragem séo imprensa?” Finalizando o artigo, a professora sugere um roteiro de trabalho escolar que possibilite aos jovens o conhe- cimento sobre esse perfodo histérico e a formacio de uma consciéncia critica sobre os meios de comunica- ¢40, destacando os seguintes pontos de andlise: — © cardter mercantil da imprensa, a produgao da noti- cia como um produto com grande potencial de venda e retorno financeiro garantido; — 4 capacidade da imprensa em promover processos de deslocamentos das tensdes e causas dos problemas, crian- do situacdes em que se desvia a atengdo do fato em si, na medida em que as personalidades das pessoas que os pro- tagonizaram passam a ser 0 foco, fazendo com que as questoes de ordem social e publica sejam vistas como de natureza privada, — @ imprensa como p Pe¢a importante inte- esses privados preval = bea ’sam na esfera publica. 2.2. Lr ITERATURA COMO DOCUMENTO INTERDISCIPLINAR Romances, Poemas, contos ua propria nature » O uso de textos Parte de uma lon Sdo textos que contri- » para trabalhos inter- literétios por outras ia “tradicao escolar” Usos bivknicos DE DocuMENTos hun remonta ao periodo em que dominava 0 curri umanistico. Atualmente a literatura i pee teidos das aulas de Lingua Portu; ra integra os con- utilizada por outras disciplinas oe 5 tem sido muitos exemplos de atividades i Laas pee anaeheat ote integradas entre duas Ne extos literdrios. Para 0 caso de Histéria, como no artigo anteriormente citado, 0 enlace com 0 ensino de literatura é sempre desejavel. Muitas praticas de ensino optam pelo relato de len- das a alunos das séries iniciais do ensino fundamental como meio de introduzir conhecimentos histéricos, além de procurar favorecer 0 gosto pela leitura por intermédio de uma literatura adequada a essa faixa etaria. Uma publicagio de 1985 relata a experiéncia de integragao entre os contetidos de Lingua Portuguesa e Geografia feita com alunos do ensino médio (entéo segundo grau) em torno da anilise do livro Bom dia para os defuntos, de Manuel Scorza. O autor, em um texto caracteristico do universo latino-americano do género fantastico, expée a luta € os confrontos Sry camponeses € proprietarios de uma empresa mul Fina cional, a qual, no altiplano andino, passou a €xP vies minas de cobre e outros minerais. A conivéncia autoridades peruanas auxilia a Sea eid tantes da regiao, situada a mais de 4. Dee altura e composta majoritariamente ee descendentes das pop revoltam contra uma situagas destruigéo de sua cultura ¢ valores. As professoras envolvidas 10 ¢ do ecem 1 tram como a8 formas’ Br, rida dos Andes! livro, como o cendrio de uma regi ‘ povoado de pessoas coca indicam as dificuldades cional com a tetra, mas 339 38 PARTE — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPGOES E USOS SCORZA, Manuel. Bom dia para os defuntos. So Paulo: Civilizagao Brasileira, 1984. Manuel Scorza, um indio que vviveu na regiéo em que a trama ocort, foi escritor ‘comprometido com a forma de expressar essa cultura diferentemente dos escritores seguidores dos padrées europeus. 340 de compreender os interesses empresariais que, na rea- | lidade, nada oferecem para a melhoria das condicées sociais do local. As paisagens dos Andes vio sendo | apresentadas ndo de maneira meramente descritiva, mas de forma que sejam apreendidas como um espago geografico em processo de mudangas decorrentes das |__agies de personagens que lutam, softem, sonham, Para a andlise do romance, oferecem aos alunos ou- tros textos de apoio, especialmente mapas, dicion4- rios, informagées complementares sobre o autor e sua obra. Os estudos de teoria literdria aliam-se aos de car- tografia, entre outros, para a compreensio do texto literdrio, e hd, nessa articulacao de saberes, o aprofun- damento de informagées sobre 0 contexto em que ocorre a trama vivida pelos personagens. No artigo “A literatura de cordel na sala de aula’, a historiadora Maria Angela de Faria Grillo propoe para o ensino de Histéria o uso de uma arte literdria especial, produzida no Nordeste brasileiro. A /iteratu- ra de cordel foi criada Por poetas, narradores de histé- rias apresentadas Por cantadores em saraus, reunides e feiras, € €escrita em folhetos que se espalham entre eee ean ma terras nordestinas, embora ae proceso Para outras Partes do Pais, tina no decorrer do Rear da populasao nordes- tado pela autora vers, a ae Uinicseny Io) me males a sobre a vida de cangaceitos, +, tbresentado sempre com limitacé la pro- dug4o didatica, g0es pela PI Os estu objetivo mas de textos literétios tém assim como entre oe entees desenvolver “o gosto pela Jeitura” anilisee co 0s, cineunbém fornecer condigoes de ges entre contetid va © estabelecimento de rela ne lo e for verte Varios pesquisador ma. As contribuigées de e i A, S da literatura e sua histéria tem — Usos pipinicos Dé Documentos g4o da anilise de Se Naan ‘patos literatios destaca-se Mikhail akhi 80, linguista e especialista em andlises Em sua Idade Média e no Renate Ctr epilar na Rabelais, & possivel apreender com meee le Frangois tural de homens e mulheres da é Precisio a vida cul- crencas, alegri ' €poca medieval, suas as, alegrias, seus ritos da vida civil e religiosa, os conflitos expressos em festas, como o carnaval. A con- tribuicéo desse autor néo se limita aos que estudam literatura, mas é preciosa para historiadores ¢ outros cientistas sociais. De maneira semelhante 4 concep- ao de Carlo Ginzburg sobre a circularidade cultural, Bakhtin explicita como a denominada cultura popu- lar ea erudita esto em constante integracao tanto no ato da produg¢ao quanto no ato de sua circulagao € apropriacao pelos leitores. Existe uma relagdo dialo- gica entre 0 autor € 0 leitor da obra, ¢ essa relagdo possibilita sempre um encontro entre /ugares € épocas diferentes. Essa relagao dialégica fornece entéo as premissas para que se facam comentarios sobre uma obra artis- tica qualquer — um romance, um conto, a poss um quadro —; € esses comentarios serao 0 corr dependentes do leitor ¢ da época em que eae i tura (ou a visualizaca0 de uma icon Tusadas peca de teatro de Shakespeare» © Pooh . - ado de Assis tem de Camées, um 10! spocas € S40 objeto sobre a literatura. ance de Mac i 6 101 sido lidos em diversas situagdes © €P de interpretagoes, pendem da propria inicial com que el€ pretendia es 341 3 PARTE — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPGOES E USOS. Ctoasigo Para a Historia, esse referencial torna possivel anali- “Hi eo i ‘ i Historia edialogime’> | 5+ textos literdrios como documentos de época, Cujos Sein ae autores (os criadores das obras) pertencem a determina- Osaberhitirio nt Yo eontexto histérico ¢ s4o portadores de uma cultura oe exposta em suas criag6es, seguidores de determinada Neseanigo, | corrente artistica e representantes de seu tempo, erase cs Do mesmo modo, as obras, a0 ser lidas na época voneciws de | contemporanea — no caso, por alunos —, estio impregnadas das muitas leituras que jé se fizeram sobre elas. O poema Os Lusiadas de Camées, por exemplo, no decorrer de sua histéria, foi objeto de cet me ici, | Muitas leituras, tendo-se transformado em livro dida- ‘comosleitores | tico, ao ser devidamente apresentado e comentado | coo om | por outros leitores e estudiosos com essa finalidade. como no caso dos. alunos das nossas cscolas. temporalidades para © dominio de uma obra artistic e do didlogo permanente entre | | | ‘autor da obra e | 3. Os documentos escritos canénicos 3.1. DOCUMENTOS OFICIAIS E CIDADANIA Entre os documentos escritos, os produzidos pelo poder institucional séo bastante usuais na pesquisa historiogréfica, notadamente naquela afinada com a tradigao de uma histéria politica que se preocupa com © poder institucional ¢ privilegia o papel do Estado nas transformacées histéricas. O ensino de Historia pautado por essa linha historiogrdfica nao se utilizou, no entanto, de documentos legislativos. Em livros did4- Ucos nao € comum encontrar documentos provenien- tes do poder institucional para serem explorados do ae fs vista Pedagégico, S40 excegdes alguns artic a Fs Sato dos Direitos do Homem e do Cida- » NOs capitulos destinados a Revolugi Francesa, e al > ‘SUNS Outros arti ituigdes dos Estados modernos igos de Constitui¢ direito, éti ‘ 8 ¢ » €tica e poder que se manifestam no cotidiano das Pessoas tem provocade ae ee ee documentos institucionais. ; le documentos pessoais dos alunos, tais como Certidio de Nascimento, Carteira de Trabalho, Carteira de Motorista, materiais que favorecem debates acerca dos direitos do cidadao nas sociedades contemporaneas. As abordagens em torno do uso de documentos escritos sio muito varidveis, e o exemplo a seguir corresponde apenas a uma das possibilidades de fazer uso de fontes candnicas da producio historiogréfica em uma situacao escolar. 3.2. PROPOSTA DE TRABALHO COM DOSSIES TEMATICOS Uma das demandas dos professores de Histéria nos cursos de formacdo continuada é a constituicéo de coletaneas de documentos sobre determinados temas. A sugestio de atividade pedagdgica que erred tamos é a constituigao de dossié de documentos sobre um tema de estudo. A elaboracao de dossiés € uma forma de selecionar documentos variados sobre a mesmo tema, a fim de fornecer aos alunos a série de dados que possam set confrontados ou ea a dos. Ha dossiés compostos de ane °s ae Be sentam linguagens diversas sol sy a nceros da incluindo textos joel on Fo ade slesi0 literatura, graficos ou tees dsiticos epuin aaa pode ser encontrada em A os edo entre 1. modelo francés bastante & O exemplo ceu textos escritos PI vial 6 apresentat nal. O objetivo primor 343 32 Pante — MATERIAIS DIDATICOS: CO! 344 INCEPGOES E USOS selecio dos documentos, etapa essencial para o pro- fessor, sem a preocupacao em detalhar 0 método de andlise a ser realizado pelos alunos, cujas referéncias foram fornecidas no inicio do capitulo. Dossié sobre 0 tema : “Poder mondrquico no século XVIII Este dossié é composto de trés documentos produ- zidos por representantes do poder estatal, os quais, portanto, sao de carater oficial. Eles foram escolhidos com 0 propésito de fornecer dados, informagées ¢ pistas para o desenvolvimento do conceito de poder associado ao de Estado, nagdo e monarquia absoluta. Esses conceitos s4o trabalhados como tema de estudo tradicional de Histéria, sendo associados, em geral, & formagio e funcionamento dos Estados modernos sob o regime das monarquias absolutistas. Apesar de o tema ser convencional, a preocupagio € possibilitar um estudo que amplie 0 conceito de simultaneidade ou tempo sincrénico. Esse objetivo Provocou novas op¢ées de escolha. Um critério foi, entao, escolher documentos de épocas préximas (em torno do século XVIII) e de patses diferentes, para assim trabalhar com tempos simultaneos em espagos diferentes, Normalmente se estuda a co: 1 pean amento do poder monarquico absolutista do caso owe oe referencias aos demais Estados, problematin Spanha, so desvinculadas e n40 as ¢m Conjunto, o mesmo acontecendo no caso das colénias submeti 40 fica limitada as prati dos documentos, enti objetivo teforcar um nstituicdo e o funcio- ‘icas mercantilistas). A escolha ‘©, passou a ter também como Usos pipAricos vt Documentos Foram escolhidos trés docume: oe ni abranger os objetivos ligado, ne ae Ea mas também ene Xs ov fodan ie Gree ; exigéncias das condicé6 reais das aulas, sobretudo as ligadas a0 tempo es gio. SIM, S40 excertos curtos, passiveis de ser ae na os em ume hora-aula, de acordo com o tempo ee ico qué i i pedagégico que determina o ritmo de trabalho dos alu- nos. Sao eles: *Documento 1 — Memérias de Luis XIV para a ins- trugdo do delfim, série de documentos de 1700; *Documento 2 — Cartilha real que circulou na segun- da metade do século XVIII na provincia do Paraguai, regido sob o dominio da Espanha; *Documento 3 — Alvard de 1785 assinado pela rainha D. Maria I de Portugal, referente as coldnias por- tuguesas. Documento 1: Memérias do rei Luis XIV “Nao se deixe governar, seja 0 senhor; nao tenhas favoritos nem Primeiro-Ministro; escute, consulte vos- so conselho, mas é vocé quem decide: Deus, que te tornou rei, te dard as luzes necessatias. Todo poder € toda autoridade estéo na mao do Rei e nao pode haver outro poder a nao ser 0 que ele determina Tudo o que se encontra dentro do nosso Estado, ji ertence.. de qualquer natureza que s<}% nos p' em A vontade de Deus € que todos devem n' cer, sem discernimento.-- ‘or E preciso entender que, Poy - principe, a revolta das pessoas € S iP! te eee D abre as pessoas d as este po ° estar a servico da que seja um infinitamen- jeve sua felicidad” pute XIV {do das Memo ee ‘a instrugao a0 delfim, 1700- 345 3+ PARTE — 6 Materials DIDATICOS: CONCEPGOES E USOS Essa carta do rei Luis XIV para seu filho primo. génito (delfim) e futuro rei da Franga foi escolhida com 0 objetivo de atender aos problemas de contetidos ¢ de procedimentos didaticos: 1) introduzir 0 tema de estudo — o poder real nas monarquias absolutistas da Europa — € os conceitos- -chave — poder e Estado; 2) analisar o texto integralmente no decorrer de uma aula, obedecendo ao tempo pedagégico. Documento 2: Cartilha real para os jovens da provincia do Paraguai “P. — Quem sois vés? R.— Sou um fiel Vassalo do rei da Espanha. P. — Quem é 0 rei da Espanha? R.— E um Senhor tao absoluto que nao existe ou- tro que lhe seja superior na Terra. P. — Como se chama? R.— O Senhor Dom Carlos IV. P. — De onde vem seu Poder Real? R.— Do préprio Deus. P. — Sua pessoa é sagrada? R.— Sim, Padre. P. — Por que é sagrada? R.— Por causa do seu cargo. P. — Por que o Rei representa Deus? R— Porque € escolhido por sua Providéncia pata a execucao de seus planos. a= Quais sao as caracteristicas da autoridade Real? — Primeira: ser sagrada; segunda: ser paternals fe Rh an Set absoluta; quarta: ser racional. , Rei trabalha como Ministro de Deus ¢ se Representante? R— Sim, Porque } Por meio d erna seu Império, le Deus gov Usos piDAnicos De estos PB — Que P. — Por que é sacrilégio? R. denne orale ees com os dleos sagra- Sc seu Poder Soberano do proprio Deus. P. — E conveniente respeitar o Rei? R.— Sim, como coisa sagrada. P. — O que merece quem nio age assim? R.— E digno de morte. P. — Quais sao os outros a quem estamos subordi- nados? R.— A todos aqueles a quem Ele delega sua autori- dade, como os seus enviados para a aprovac4o das boas agées e castigos das ms.” Dom Lazaro de Ribera. Assuncién del Paraguay, 17 de maio de 1796. Os objetivos principais da escolha desse documen- to sao: 1) estabelecer a relagéo entre o regime absolutista do pais de origem (Espanha) ¢ as dreas coloniaiss 2) reforgar 0 conceito de monarquia absolutista e identificar 0 poder politico da Igreja Catélica. Documento 3: Alvard da rainha de Portugal “Hei por bem ordenar que todas as fabricas, manu- faturas ou teares de tecidos, ou de bordados de ouro ¢ prata, de veludo, brilhantes, cetins e tafetd (...)3 ae tuando tio somente aqueles ditos teares ¢ aos i fas que tecem ou manufaturam fazendas gros aan para enfardar e empacotar (...)5 to aS de AS ae extintas e abolidas em ie B rem nos meus dominios I, rainha de Portugal. Alvard de 1785; 4. Maria ~ Te 3* PARTE — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPGOES E USOS. 348 Os objetivos especificos desse documento = ; 1) identificar 0 funcionamento do poder absolu- tista nas colénias americanas no que diz eae aos aspectos econdmicos, particularmente ng ia 5 2) ampliar o conceito de coldnia, metropole, depen- déncia politica e nogéo de tempo sincrdnico por inter- médio das relagdes de poder exercidas em espacos diferentes. Os documentos escritos em sua variedade de estilos, lugares e formas de producao precisam assim de cuida- dos em sua selecéo para uso pedagégico, nao sendo aconselhaveis textos longos ou com vocabulédrio que exija do aluno consulta constante ao dicionério. Além desses cuidados, é importante desenvolver os passos das atividades de leitura, de maneira que sejam relacionados debates orais (socializagao do conheci- mento entre os alunos) e atividades para o desenvol- vimento da escrita, criando condigées para o aluno aprender a fazer resumos, sinteses, reelaborar textos ou simples frases que conduzam 4 utilizagdo dos con- ceitos (forma adequada de verificar se um conceito foi apreendido). Um trabalho com documento Pressupée, além dos erento dog dolSeicos de andlise interna ¢ verbalizacio e escrta, @s qa ‘te habilidades ¢ seguintes etapas, » aS quais podem obedecer as * iniciar por uma leitura j ura integral fio do Problema ou tema central; esa tlas, dicionario, ete,); Usos piwaticos pe DOCUMENTOS, « identificar a forma pela qual as informacée itos sa $ € con- ceitos so apresentados; IGOes © con. . estabelecer uma hierarquia dessas informagées, com destaque as mais importantes e relevantes (etapa que pode desenvolver no aluno a capacidade em tomar notas, destacar tdpicos, fazer esquemas, etc.); * finalmente, depois da exploragio em etapas suces- sivas, retomar o texto na sua integralidade para uma Ultima leitura, na qual os alunos ¢ o professor possam perceber as mudangas ocorridas no percurso, ou seja, acompanhar juntos 0 processo percorrido da leitura inicial A leitura final, verificando as transformag6es ocorridas depois de passar pelas atividades de decom- posicdo e reestruturacao do documento. Bibliografia AUDIGIER, Frangois. Documents: des moyens pour quelles fins? In: COLLOQUE DES DIDACTIQUES DE HISTOIRE, DE LA GEOGRAPHL as SCIENCES SOCIALES, 7. 1992, Paris. 47 Paris: INRP, 1993- Idade Média e no BAKHTIN, M. Cultura popular a See de Renascimento. 0 contexto Paulo: Hucitecs Brasilia: UnB, 1987. eas istorit CAPELATO, Maria Helena. Imprensa e Histo 89. Brasil, S40 Paulo: Context» 19) cme tos € recursos no ensino A out. 2000- a 3? Pate — MATERIAIS DIDATICOS: CONCEPGOES E USOS 350 O, Maria Angela de Faria. Literatura de cordel ae aula. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel, Ensino de Historia: conceitos, tematicas e metodologia, Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003. MARSON, Adalberto. Reflexes sobre o procedimen- to historico. In: SILVA, Marcos (Org.). Repensando a historia. Rio de Janeiro: Marco Zero: Anpuh, 1984, MONIOT, Henri. Lusage du document face A ses rationalisations savantes, en histoire. In: AUDIGIER, E (Org,). Documents: des moyens pour quelles fins? Actes du Colloque. Paris: INRP, 1993. p. 25-29. SALIBA, Elias Thomé. As imagens canénicas e 0 en- sino de Histéria. In: SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene (Org,). III Encontro Perspectiva do Ensino de Historia. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. p. 434-452, SUPPORTS informatifs et documents dans Penseigne- ment de Phistoire et de la géographie. Equipe didac- tique des Sciences Humaines, Paris: INRP, 1989. ome Hist6ria e dialogismo. In: BITTEN: » Circe M, Fey di ee co na sala de aula, Si tnandes (Org.). O saber histéri 'o Paulo: Contexto, 1997.

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