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0 ele © 2012 Cosaps Livraria¢ Editors Lido, B prtbidaareprodusto otal ou parcll desta publcaSo, pay = sem autorinagSo por escrito dos edtoreg, AM nay, IsEdigdo 2012 Diretor Geral ‘Ingo Bernd Gantert Editora-chefe Juliana de Villemor A, Garters Gerente Editorial ‘Marcio Coetho Coordenadora Editorial Luciana Vaz Cameira Assistente Editorial ‘Maria Fernanda Moraes Projeto de Capa Alex Cerveny Editoragio EletrOnica e Produgio Grifica Fabio Alves Melo Preparagio de Original Rhamyra Toledo Revisio Lucas Torrisi Gomediano Dados Internacionais de Catalogacio na Publicagio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Fania e:integeracionaldade,equilrio econdmic,longevidade, tepereustes,ntervengbespicouociais, tempo, hos 80 refletir Sobre sua ordem, com Sua metéfora, dos ciclos de feedback, a teoria em erapia familiar Propunh: a Ser o sintoma parte de um ciclo homeostatico QUE estabilizava g famili lia, sendo o terapeuta aquele que tinha habilidades ciclo. Os modelos nas fases iniciais da TF Para quebrar esse eral nae ordem, que baseados na ideia de familia “noma” ans e faziam conn que se sentissem culpados; 9 terapeuta assumis am lugar privilegiado por seu poder de instruir as familias e coloca-las no rumo correto. A partir de 1980 surge o Construtivis; propde a cibernética de segunda ordem, viventes como entidades que, por sua capacidade de auto-organizacio, sdo vistos da perspectiva da criatividade e imprevisibilidade, A ideia de terapia que dai decorre, com base na teoria de Maturana e Varela (1995), € criticada por Hoffman em fungaio do conceito de acopla- mento estrutural. A autora afirma no gostar da ideia de conceber pessoas em isolamento bioldgico, como dois escafandristas tentando se comunicar embaixo da agua. Criticando 0 modelo biolégico do construtivismo, Hoffman volta-se ao construcionismo social, seduzida pela ideia da construgio do conhecimento como um fenémeno social, que se constitui no Processo comunicativo, com énfase maior na interpretacao social €na influéncia da linguagem, familia e cultura e muito esis aa Operagdes do sistema nervoso. Creio ser essa uma questo espinhosa na rea da Psicologia; como Grandesso (2000), acredito com base ie cpistemologia da complexidade, que a construgo do conhecimento faz comunicar fatores bioldgicos e culturais, em historias on Contextualizadas e enredadas em historias de outras vies Co i- kowski, 2004), sem que seja possivel avaliar 0 peso de a A ; A nogio de terapia modificou-se a partir da ci dos modelos segunda ordem, na medida em que a TF pode se libertar mo. Emst von Foerster que aborda os sistemas Hp 200 Capitulo 10. Familia ¢ Leropia famitiag, OFigcas ¢ ia como uma questo de mudanca Toy que tratam a teraP? de segunda ordem, ao invés gsat® °™o to. Na cibernética 7 segu he S do siste, ie Ona, a plema cria o sistema, ou seja, problemas tat g probleme to sistemas linguisti tem, un, existéncia em si, mas enquant ICOS, se Constine 2 Ses. nas a ee de género também sao trazidas por Hottinay ressaltar, da perspectiva de um ideal de justica, a importing Pia terapia de uma sensibilidade para 0 género. A autora NOS alerig osriscos nessa abordagem de sermos levados a outras prescricg torno do que seria uma familia ideal. Assim, para ficar mais de seus proprios textos, Hoffman langou mao do const social, da visio de segunda ordem e das lentes de géner, sua antiga visdo de terapia sistémica para encontros terap metaforas, como textos performaticos, pautam-se na c) da conversagao para criar didlogos emancipatorios, CONSciente TUcionismy 7 © amplioy euticos, cujas titica ena arte As terapias familiares intergeracionais: os enfoques de Murray Bowen e Ivan Bészérményi-Nagy Segundo Hoffman (1994), ao se considerar que os métodos terapéuticos abordados a seguir est’io concentrados em desenredar © individuo ou todos os membros da familia da rede familiar, 0 paciente individual permanece como foco de interesse. A autora categoriza-os dentro de uma orientagao psicodin’- mica, na medida em que sio apresentados conceitos psicanaliticos, traduzidos em termos da TE. Nesse caso, 0 objetivo da terapia seria 4 conquista de uma objetividade madura, semelhante Aquela pt Posta pelas terapias freudianas, apesar dos autores transgredicem™ & abordagem Psicodinamica ao empregarem dados do passild Para consttuir intervengdes intergeracionais. Entretanto, ics aptkowski 201 fd Ke jmportantes foram-nos | saci jegadas a transmissa0 multi - por Bow importancia de ee de sti (1991), especi giferenciagao- Em staal as familias rmidades bearer « é ri ; . Pian Jealdades invisiveis” € crate risen os pees i: impacto nas ae destaca-se may de lias. A. ideia di . A compat las aco el ntre essas duas visdes € o que pode ser observad lo no Qi uadro 1 a segui ir. Nuh a Capitulo 10, Fania € Lerapia fang, ote 7 Pet. — Quadro comparativo entre as visdes de Bo we Cee eee Nagy (1994) (99) Bowen (1991) ea Problema oe Teoria dos Sistemas robin” Familiares : Familia como uni- A diferenciagaio Enfemilade : dade emocional, um entre os membros da | nal de um meni sistema composto de familia: permite ao da familia Se of} 0 subsistemas, inserido | individuo movimen- | nas difeuassn en em sistemas mais tar-se emum sistema | geracges oe que amplos eno quala | de relagdes, como um apresentaram 5. mudanga em uma das | si-mesmo definido, Separarse qe Bm partes afeta as outras. | que nao se dilui em familias de ri . uma relacdo emocio- em, Importincia dos | nal intensa (fusdo). | S€*8l problema, processos triddicos : 7 Se resolve ha a na familia (influen- | Triangulagao rigidas, triangulagag can ciaram Minuchin e que em redes, reagem Beragao segunie Haley), da transmis- | entre si. as difeuldade Sto intergeracional de | Fexibitizagdo de | Aiferenciagig yay padrdes sintomaticos posigéo repercute de | 88°2Vando-se com edo conceito de forma positiva sobre | €™ Uma compu, eae os outros membros da triade e anula questdes do passado que restringem as relagdes presentes. = (0, Familia ¢ Lerapio familia: ori Captulo 1 & OFigens ¢ Petcus Ws 202 arativo entre as visdes de Bowe; n (199. o dro comp! qundro 1— O00 Nagy (1994) Ivan poszor" in ee Problema Origem ao on (1998) € 8 bad Problema joria dos sistemas miliares ee ee ai A diferenciag4o Enfermidade a entre os membros da | naldeum ees istemna composto de familia: permite a0 da familia se of} mM os inseri individuo movimen- | nas dificuldad iging seem um sistema | geracdes an ee res subsistemas, em sistemas mais tar- mae x s iS na um | apresentaram para mn ie Bs | eee eet nido, separar-se de suas partes afeta a5 outras. | que nao se diluiem — | familias de or} ancit uma relagdo emocio- igem, i nal intensa (fuséo). Se tal problema nao processos triddicos : a Sel oben oa far (influen- Triangulagdo rigidas, triangulacao com ciaram Minuchin & queem redes, reagem | geracio seguinte a pan ee ee a as dificuldades a diferenciagao vio sao intergeracional de Flexibilizagdo de intomaticos ey padres sinto posigdo repercute de agravando-se como em umia compulsio ceito de iti edo conceit forma positiva sobre diferencia¢ao.. ‘os outros membros da triade e anula questdes do passado que restringem as relagdes presentes. | 6 ublikowaki tar-se mellhor. 203 Opjetive da terapia Sintomas Caracteristicas membros da Constituem-se nas Intergeraci Gridade fale (940 | pautas fusions ori. | go aa (uso mais 0 individuo) ginadas no passado, ae ° adem ser observa- | que se insinuam co. | Orientada ao dos em diferentes mo sintomas na vida _| individuo. pontos do continuum presente, Por pautas | Importincia da que se estabelece telacionais que se objetividade e da entre uma fusdo estabelecem com a Tacionalidade e a con- quase total do euea | familia nuclear e com | sequente diminuigao diferenciagdo. A tera- | a familia extensa, da emocionalidade pia visa a promover que acompanha os adiferenciagao do estados fusionais, individuo da massa Objetivo final: self indiferenciada do ego auténomo. familiar., por meio O terapeuta deve da identificagao de dar aos membros da pautas fusionais. A familia certo grau de pessoa mais diferen- liberdade individual ciada da familia € ante seus desenca- escolhida para iniciar deadores reativos, a terapia e por meio além de enfatizar a de sessbes indivi- futilidade de tentar duais ou conjuntas, influenciar, mudar ou sdo trabalhados os depender de alguém. padrées de relagdo Teoria da mudanga: ea transferéncia hist6rica e de causa € (Beels, Ferber, 1969). efeito. Sua melhora reflete no sistema familiar, Pois as outras partes do sistema passam também a movimen- opto 10. Tania © Lempia fmiian arigen, « pela sobrevivencia do | O sintoma ¢ sig grupo. Com basena | uma acumulagag importancia da aber- | injustigas exorg tura, contraposta negagiio e ao segredo, | é utilizada a metafora | de um livro de contas | familiar, que consiste em um sistema de obrigagdes e dividas | de Ode Siva | 204 _——————— Peto, Cian Boscormény | Frobiene Origens ay Nagy (1994) Problema | As lealdades Os penis 2 Nao impor gaa ort aeal familia impOem seus | ocorrey a injust; indo invisiveis nexos de obrigago Mas s€ 0 ace, liga, | proprios em uma contas demon. de | pseudomutualida- | insuficieme °° | de, que sacrifica o uma cadeia de . interesse individual | buigdes destocags” | | multigeracionais que devem ser pagas com © tempo. Os enfoques estrutural e estratégico em Terapia Familiar Os enfoques abordados a seguir representam, na visio de Hoffman (1994) posigdes menos lineares em TF, cujo significado Tesidiu em um rompimento mais claro com as linhas terapéuticas tradicionais. A abordagem estrutural foi criada por Salvador Minuchin com a colaboracao de Braulio Montalvo. A Terapia Estrutural de Minuchin Minuchin trabalhou por algum tempo com o modelo ecolégie® que se originou em 1962 a partir de seu trabalho com familias | oie ubtikowski a 205 ‘ivo da Terapia Sintomas Caraeteristicas reender melhor A terapia coloca o fo- | tnt ‘ergeracional. Te |. Tera- Comp! vvinculos de lealda- | co em uma cadeia de Q ‘liad A peuta benévolo, de coma familia de acontecimentos que . 1 ¢ equilibrar a] geram os sintomas Teoria da mudanga: autonomia individual | atuais, em uma expli- histérica, pressupde eajustica reci- cago causal e linear, | U4 causalidade roca das relagoes Primeiro é analisada_ | litear através das origet atuais com as contas | a cadeia de injustigas | 8°"#96es. multigeracionais de | que gerouo sintoma. | O perdao éa chave Jealdade familiar, até | A presenga de um da terapia por romper aterceira e quarta terapeuta benévolo a cadeia de injustigas geragao. Desta forma | facilita o perdao. deslocadas. enfrenta-s¢ 0 sinto- i ma considerando a O sintoma assume historia do problema uma conotagio posi- no livro de contas da tiva, pois a lealdade familia. familiar significa 0 sacrificio individual em prol do grupo. Mas por outro lado, tal tipo de interven- do pode gerar culpa e acusagdes. jovens delinquentes. Ao abandonar esse modelo passou a concentrar- “se na familia nuclear e na elaboragao do modelo estrutural pelo qual é hoje intercionalmente conhecido. A longa colaboragao entre Minuchin e Jay Haley (1965-1974) originou outro modelo irmio, mas diferente, denominado modelo estratégico. Para Stanton (apud Elkaim, 1998, p. 227), os dois modelos tém os seguintes pontos em comum: dividuos e suas interagoes em um contexto tos de seus atos; igo do diagnéstico, aescolha Jo de vida da familia e 4 sua * Consideram os in que os influencia ¢ sofre os efei + Eatribuida importancia a defini da estratégia terapéutica, 0 cicl fase no ciclo vital; Capitulo 10. Famdia ¢ Lerepia faniliar, origens ¢ n tog ‘0 concebidos de forma Fecutsiva, no it i i que so mantidos pelo sistema, concor, a em Qs sintomas sii mesmo tempo em erpetud-lo; [ onsierada a inter-relagdo entre a mudanca indivi aquela que se opera no sistema interpessoal; presente € mais valorizado que o passado; Os dois modelos constituem-se na Primeira cibemétig, seja, o terapeuta observa o sistema “de fora”, de forma n dual « a, OU ultra, No Quadro 2a seguir se observa como essa terapia se cong, easeguirno Quadro 3 pode-se observar uma sintese das intervengtee desenvolvidas sob 0 enfoque da Terapia Estrutural, elaborada i Piszezman (2006). A Terapia Estratégica de Haley Na visio de Elkaim (1998), a terapia estratégica se originoy nos trabalhos de Milton Erickson ¢ no projeto de Bateson, que Visava a estudar os paradoxos da comunicagao (1953-1963). Desenvolvida por Jay Haley e Cloé Madanes, esta escola permanece como um dos principais modelos de psicoterapia na area da TF. Trata-se de um modelo pragmatico de intervengdo, segundo o qual o terapeuta deve estabelecer’ sua prética de modo ativo, diretivo e capacitado, Em um tom de cooperacao e respeito 4 cultura do cliente, considerado competente se 0 contexto assim o permitir, a meta basica da terapia é resolver o problema presente. O terapeuta ¢ totalmente responsdvel pelo processo e as resistncias que se apresentam sao consideradas falhas de sua parte. Hoffman (1994) afirma haver sido Jay Haley quem cunhou 0 termo “estratégico” para descrever qualquer terapia na qual o clinico desenha as intervengdes para cada problema. Juntamente com Weak- land, Watzlawick e Fisch, afirmava nao Ihe interessar a estrutura peu sistema familiar, pois ao contrario de Minuchin, que inicia a terap!2 ho nivel abstrato, Haley e os autores citados iniciavam o trabalho ‘erapéautico detalhando o sintoma, j4 que partiam do pressuposto 4 df « 207 jurul jo do sintoma estar ligada ao comportamento que era con- antengao <° juga0”. Por, uma andlise minuciosa do problema na siderado ee ra evidencia que ao mesmo tempo em que o problema revista inic a por comportamentos que se Ihe opéem, também esti sendo ae do de forma encoberta pelos comportamentos que 0 esta sendo Pesan estratégico buscara entio compreender esse raieeaaee autorreforcador, para interrompé-lo, circulo aaa que Haley estabelece de forma enfatica, ao ° do grupo de Palo Alto* que considera que os problemas sao eae arta seen sendo necessirio identificar a sequéncia de es em torno do problema, e nao sé nos Concentrarmos no problema em si. Haley descreve esses ciclos em termos da orga- nizagao familiar, como sequéncias de problemas que podem abarcar triades familiares e pensa a terapia como uma mudanga passo a Passo na forma pela qual a familia se organiza, Quando uma organizacao mais normal € atingida, a familia pode dispensar 0 sintoma, Se Hoffman (1994) coloca Haley como uma figura de transi¢ao entre o enfoque estrutural ¢ 0 estratégico, seus motivos aqui se tornam claros e justificam os intimeros pontos de congruéncia tedrica entre ele Minuchin, anteriormente citados, Acontribuigdo da escola estratégica, ainda na vi consiste em seu elegante modelo de mudanga e na oferece especialmente nos casos em quea sequéncia. de comportamentos toma claro o sintoma. Se os tera modificam as pautas telacionais da familia na terapi Preocupam-se em reenquadrar a Percepgao que o Contexto ¢ comportamento, iso dessa autora, arma clinica que autoperpetuadora ipeutas estruturais ia, os estratégicos cliente tem de seu ‘Jabsco de Palo Alt, na Califia, congzegou os espeilisas da “nova ranean IEtodoassociado aos tabalhos de ‘Gregory Bateson, Para o grupo, toda mensagem ¢qualfcada ane ta mensagem em um nivel superior, sendo que osinfoma representa incongruéniss meted tis de comunicagto (Nichols, M, P; Schwartz, R.C. Terapia familiar: conceitas ¢ étodos.7. ed, Porto Alegre: Artmed, 2007). a Familia ¢ Lerapia familar: oFigcas percursos lS 208 Capitulo 10. Quadro 2— Configuracao do Enfoque Estrutural de Minuchin (2093) a Enfoque Origel Estrutural de Problema proble do Minuchin (2002) ‘Abordagem con- 0 Angulo de Problema se encon- textual, fundada na desvio entre a tra na organizagdo e familia que apre- limites familiares. 0 realidade presente € orientada para a s0- Jugao de problemas (Piszezman, 2006). ‘A familia tem uma estrutura subjacen- te que estabelece limites € organiza a forma de suas interag6es. Familias como of- ganismos, evoluem através do tempo por meio de estagios. Modelo flexivel o suficiente para abarcar a diversi- dade econémica, étnica,etc. Familias funcionais tém uma clara linha entre as geragdes e seus membros tém alto grau de individuagao. senta dificuldades a familia funcional. Os problemas se constituem em torno de trés dimensoes: fronteiras, alinha- mento (coalizio € alianga) e poder, que se refere 4 influéncia de cada membro no resultados de uma atividade. O proble- ma se sustenta pela estrutura corrente da familia e pelo seu ecossistema. Para compreender 0 pro- blema a estrutura € examinada e expeti- mentada em acao na sessdo terapéutica. paciente identificado (Pl) que apresenta ‘o sintoma, organi- za a disposigao da estrutura familiar, a qual o terapeuta ird desestabilizar para permitir 0 desapare- cimento do sintoma. O mapa familiar é um recurso de simplificagao para organizar 0 material obtido, permitindo formular hipéteses sobre areas funcio- nais e disfuncionais na familia. Aborda fronteiras, envolvi- mento, associaga0, conflito, coalizéo € desvio. e gypttoee 209 ia Sintoma ; vjetivo da fora Caracteristicas F ia | Produto de um 7 ponjtivo daterap® | um —_| Modelo normativo. mentar @ fiexibi- | sistema familiar dis- | Familias classifica. ade das estruturas funcional. E mantido | das em: aglutinadas judar @ familiaa | pela estrutura, ao e desligadas, reaproximar-se do mesmo tempo em Te elo funcional. que a mantém. ipeuta é um mo aa estrategista, parte aa en Expressa-se no integrante do siste- terapia d¢ mca modo pelo qual os ma terapéutico, que modificar 0 P ae membros da fami- | visa a modificar 0 Ot aa lia se colocam em sistema familiar. fo familiar s t relagdo aquele que | mais funcional 0 apresenta o sintoma. progresso do trata- sintoma desaparece. mento independe da eae O sintoma de um histori O terapeuta investiga miei istOria, 0 terapeuta ee membro individual visa a reorganizar a Se (Pl) éconsiderado | estrutura da familia, turais em termos de expresstio de um fronteiras, alinha- problema contextual. A familia disfun- mento e poder. Suas cional é um sistema acdes dirigem-se a que responde as construir hipdteses exigéncias internas € sobre o problema externas de mudan- e suas solugdes. O a estereotipando terapeuta une-se & familia para analisar 0 campo transacio- nal no papel de lider. ‘Também descobre e avalia a estrutura fa- miliar, além de criar circunstincias que Permitem a transfor- ma¢ao da estrutura. seu funcionamento. Selecionar um dos membros da familia para ser 0 PI éo método mais simples de manter a estrutura da familia rigida. O resultado da terapia &a transformagao da familia e sua reestruturaga0. Jo 10. Familia ¢ Leropia failior: orgens a0 Capit BENS € Percursc, intervengdes sob o enfoque da Terapia [ dei ro 3 ~ Sintes® | piszezman (2006) ad Seratura, baseada ¢! mrsceman 2000) TERAPIA ESTRUTURAL* TECNICAS Visam ao desenv vimento do processo transacional, sem estabelecimento le limites OU restrigdes. now i ~ Prescrigdo de sintomas Pe - Uso i profecias autorrealizadoras oo - Recolocagao do foco do problema - Sabotagem benevolente de comportamento inadequado - Intervengao paradoxal- prescri¢do de sintoma - Interpretagdo positiva de aspectos do cliente _ Atribuir fungéo nobre: sintoma com fungao ol- adaptativa : ~ Conotagdo positiva: aceitagao do sistema familiar para facilitar ao terapeuta ser aceito no jogo familiar ~ Estruturalizagao — organizar a participagao Transagées do tera- peuta com a familia do terapeuta nas transagdes ~ Indugao a alianga — desenvolver padroes habituais de comportamento na sessao - Tarefas para a familia. ~ Rastreamento — utilizagao de linguagem da Unir-se a familia familia - Acomodago — respeitar & aceitar regras familiares ~ Mimese — associag4o como membro da familia ~ Reestruturagdo — mudangas na estrutura de transagoes. - Conflito sistémico — direcionado ao compor- tamento sintomatico - Insuficiéncia estrutural compreendida na familia - Atengao centrada no sintoma: exagerat, desenfatizar, reenquadrar ¢ alterar 0 afeto do sintoma, *PISZEZMAN, M.L. R. ,M.L.R. M. Famfliae E ; Sto Paulo: Casa do Psicblogo, 20 we Estrutura: a abordagem estrutural e a terapia de familia- is ubikowskl 2 Técnicas para conte tos sistémicos af Modificagao strutural: de: : desm. trucio, Teforco e Teorganizagag, dens io da ~ Efetivagao de adr Reestruurara ~ Delimitagdo de fon ~ Escalonament - Distribuigao de tarefas ~ Utilizagao dos Sintomas — exageracao, desacentuacaio, transferor ee Outro sintoma, reclassi i afeto do Sinan ce Modicarodo - Manipulacao do humor - Apoio, educacio e Orientacao ~ Ator do drama familiar ~ Coalizées transacion; Mm outro nivel de ho; ~ Participa e observa Para realizar diagnéstico transacional - Membro a: terapéutico - Importancia da sintonia com a familia - Conserva a libetdade de ser espontineo, &s tTansacionais teiras 10 de estresse Figura do terapeuta ais para: Tegular o sistema Meostase Bente e reagente do sistema Segundo Mackinnon (1983), ton Institute of Family Therapy, Madané. Seu trabalho reflete a art Breve e a preocupacdo estrutural além do foco no problema e um: volvimento da familia, em 1974, Haley formao Washing- juntamente com sua esposa, Cloé iculacdo entre 0 Modelo de Terapia ista com as coalizées e hierarquias, ‘a sensibilidade ao estagio de desen- No Quadro 4, abaixo, observa-se a sintese do modelo estraté- gico de Haley (1974) e como se Processa essa intervencdo ae em um modelo adaptado de Mackinnom, 1983 (Quadro 5). No Quadro 6, apresenta-se 0 modelo de terapia estratégica elaborado Por Elkain (1998). 22 Copitulo 10. Fania ¢ Lerpia fan origens re Quadro 4 - Sintese do modelo pragmatico da intervengaig estratégica de Haley (1974) © modelo estratégi- co de Haley Problema Origem do problems Foco: Estrutura, conceitos organiza~ cionais, 0 presente. Poder: lutas pelo controle surgem em contextos onde ni- veis de hierarquia se definem e a estrutura é ambigua. O poder no é unilateral, pois todas as pessoas no sistema contribuem com seu comporta- mento para manter a estrutura hierérquica. Problemas emergem quando tentativas erradas sao feitas para lidar com uma dificuldade real ou imaginada. A solu- ao tentada mantém entdo o problema. Os problemas tornam-se crénicos quando a solugdo errada é con- tinuamente aplicada. Ocorrem entao em ciclos autorreforga- dores, que podem ser compreendidos pelo exame da sequéncia no qual ocorrem. Nao ha teoria Sobre a origem do Problema, sucesso do processo terapéutico. O terapeuta interage com a familia por meio de aliangas com subsistemas que facilitam as mudan- Gas desejadas. O terapeuta, quando Possivel, é direti- Vo ao prescrever a mudanga. O terapeuta é Tesponsvel pelas mudangas. js ikon 213 —T onjetivo da terapia | Sintoma Caracteristicas ‘Comportamentos ae Estratégias Pragati que formam uma uma metafora para Cas € diretivas, sequéncia repeti- uma interagao no Ma tivae incluem o contexto corrente, ‘udanga ocorre comportamento O comportamen- Tong O arranjo sintomatico so de | to sintomético é Nerarquico da fami. interesse primario. indicativo de uma lia se modifica, E valorizado 0 que crsanizagao familiar | Uso de intervengdes funciona na efetiva- oseacional, ma qual | © prscrgbes, gio da mudanga. é oes israrquico Intervalos pequenos Sao estabelecidos de tempo entre as objetivos especificos SessOes, jé que as com a familia, que estratégias terapéu- constituem o contra- ticas envolvem um to terapéutico, que Partilhar definido permite avaliar o com o sistema e um longo intervalo de tempo pode desinte- grar 0 trabalho. 214 Quadro ° adaptado de Mackinnon (1983) Capitulo 10. Familia ¢ Lerapia familiar: oigens & Peteurig, 5-Modelo de intervengdo sob o enfoque estratégico TNTERVENGOES" ENFOQUE ESTRATEGICO Na sessdo Reenquadrar: explicacdo diferente para determinado comportamento, Alianga com um subsistema: por exemplo, aliar-se aos pais contra uma crianga “impossivel”, de acordo com a hierarquia familiar, Compromisso com planos: a serem desenvolvidos entre as sessdes Tarefas praticas: tarefa prescrita é praticada na sesso para aumentar a chance de ser desempenhada ou seguida em casa. Prescrigdes Reenquadrar comportamentos especificos (nao necessariamente positivos): objetivo de mudar a percepcao da familia e portanto, sua interagao em torno de um comportamento particular. Tera- peuta prescreve um conjunto de diretivas que um, ou mais mem- bros da familia devem cumprir entre as sessées, para modificar comportamentos especificos. ener MACKINNON, L. Contrasting Strategic and Milan Therapies: the Family Process, V. 22 n. 4, 1983, a Kublikowski 21s jescrigdes paradoxais: uma EA tiva & qualificada pela ona em diferente nivel de itil de forma conflitual al Tarefas Prescricdo de sintoma e Testricao da melhora: prescrever é pedir ao cliente que refreie a mudanga, a “nao mudanga”, Prescrever o sintoma é pedir ao cliente que continue a manter o sintoma, Em Tesposta, o cliente resiste mu- dando de forma a solucionar ° problema presente. Simulagio: é pedido que os clien- tes simulem os sintomas em uma situagao “faz de conta”, o que lhes permite controlar 0 que é conside- tado incontrolavel. Diretivas para efetuar compor- tamentos especificos em um contexto de mudanga ou em con- texto de “nao mudanga”: tarefas ou rituais podem ser usados para criar vinculos intergeracionais ou familiares. Rituais podem mudar as regras do jogo da familia como um contra-jogo. 26 Capitulo 10. Familia ¢ Lerapia familiar: origens ¢ Percursos Quadr (1998) 0 6 - Modelo de Terapia Estratégica elaborado por Elkain A TERAPIA ESTRATEGICA* Primeira entrevista eseus cinco estagios Social: relacionamento cooperativo Exploragao do problema: apresentagao dg problema | Interacional: clientes discutem o problema entre si e suas agdes sdo observadas. Estabelecimento de metas: elaboragao do con. trato terapéutico Atribuigdo de tarefas: terapeuta da diretivas relativas ao problema em questao. Término: clientes sentem-se a vontade em relagdo ao terapeuta e comprometidos com a resolugdo do problema. Estégio de prepara- do para mudanga & cooperacao: preparo do contexto social para amudanga X li- dar diretamente com o problema. ‘Terapeuta cria um relacionamento cooperativo Cliente deve se sentir competente para resolver o problema ¢ o relacionamento entre as pessoas relevantes na trama deve tornar-se cooperativo para arcar com a diretiva terapéutica. Estagio de resolugao do problema Enfoque no problema em si € em sua resolugao por meio de um estilo terapéutico que enfatiza a paciéncia e nao cria expectativas nao realistas de mudanga. Finalizagao Consolidagao: terapeuta e cliente elaboram uma explicagao em torno de como foi solucionado o problema presente, que fortalece o cliente para lidar sozinho com os problemas. Ex: adequacdo anovo estagio de vida. Importancia da utilizagao de termos do cliente. Recaida é prevista para for- talecimento da confianga, o que pode funcionar como uma prescrigéo paradoxal, evitando essa recaida. Terapia se inicia como terapeuta espe- cialista e termina em postura de maior igualdade: a competéncia adquirida dispensa o terapeuta. Podem ser propostas sesses de follow-up para manter a influéncia da terapia e obter informagées sobre resultados alcancados. ELKAIM, M, Panorama das terapias familiares. S80 Paulo: Summus Esltoral, 1998.2 er 27 so sao as Hierarquia: delineagao Beracional da Xpressii CONCEIM de amor, protegdo e poder em uma familia. E cria. da no sé pelo reforco das Tegras, mas também pela capacidade di © proteger e confortar, nais cruzadas: €spera-se coali- Coalizées geracio Seragdes podem limit danga positiva, Sintomacomo ‘metdfora essencial Para 0 plane- jamento das intervencdes, Diretivas: ha uma diretiva implicita em toda icagdo, descrita em termos de método de enunciacao, de fungiio e de Paradoxo, Enunciagao: direta — influéncia do terapeuta é aberta e identificavel ea Meta clara para o pacien- te. Indireta, por meio de digressio, comparagao. Fungao: primaria é a que se volta diretamente ite. Preparatéria: cria o con- texto necessdrio para a resolugao di lo problema presente. Terminal: auxiliao terapeuta a finalizar a terapia. A Terapia dos Associados de Milao Enquanto as abordagens estrutural e estratégica desenvolviam-se nos EUA, em 1968 as ideias de Bateson cruzaram 0 oceano e encon- traram Mara Selvini-Palazzoli, psicanalista em Milao, frustrada com 0 insucesso do atendiment to individual de pacientes com anorexia. aa i a Palazzoli organiza entdo, juntamente com Luigi Boscolo, ae Cecchin e Giuliana Prata, o Instituto de Estudos ee rere ee a desenvolver um, enfoque radicalmente diferente para trabal familias. Tal grupo passou a ser denominado eae as Sob influéncia do Grupo de Palo Alto, os Associa Se an (1994) Criaram uma forma distinta em Terapia Familiar, aaah rs { Considera uma nova escola. Na visio de Mackinnon! i * fer as | Pontos er comum entre o modelo estratégico €o Soca terapéuticas. | um deles representa formas diferentes de criar rea a fleniblidade esta- { Nesse sentido, os Associados de Milo sacrificam metodolégica, uma | tégicaem. ae do rigor e da consisténcia tedrica ¢ pee esees 218, Cay i pitulo 10. Fania © Lerapin famil Hr: Origens ¢ caracteristica europeia, em contraste com o Pragmatis Peter, MO ameri Ti jue i i ; © que permite classificar a abordagem como “sistémjcn» icang Com é « ‘mica’ ‘om énfase no “processo” em vez da “estrutura” ‘ de Mil&o parte do conceito batesoniano de edn j x ~ eC a preocupagdo de nao ser apanhado nas armadilhas di "rCular, eg ; lo linear. O foco, segundo Hoffman (1994) é colocado no sopenstmeny descrito de uma forma que recorda elementos da or 80 familigg» chante le u Haley sobre a comunicacao em familias de esquizofrénic Controle de 0S, a qual cada pessoa trata de obter controle das regras da famili Segundo de negar que 0 esteja fazendo. Nesse processo hd entio aaa 5 Si que haja acordo em torno das regras do jogo familiar, caso ae em um eterno ciclo, o metajogo se perpetua. Como tais Jogos na a Po oe : : 10 Si explicitos, so inferidos por meio das comunicagées que se eft =e na familia. am Ainda segundo essa autora, foi a incontestavel competéncia d; 7 - f . la equipe milanesa que inventou um método para acabar com esses jogos, O primeiro passo na terapia € saber que jogo esta sendo jogado com ° j -| je ‘ terapeuta, aprovar 0 jogo e fomentd-lo. Em geral 0 jogo consiste em apresentar o PI, pedindo por sua cura, sem que para isso a familia precise mudar. O terapeuta entra entao no jogo e pede ao membro sintomatico que nao mude, em vez de resolver 0 problema. A pres- crigao do sintoma nfo é a novidade, e sim prescrever a configuragio geral das relagdes que rodeiam o problema, por meio da invengao de uma hipotese que atenda a algumas condigées: A primeira dessas condiges sera oferecer uma conotagao posi- P 9 i tiva que fomente um comportamento sintomatico, por meio de uma interven¢do em consonancia com 0 objetivo da terapia, sem culpar brando a regra da causalidade circular, usando ainda ja familia » 0 teraney a familia, quel uma conotagao positiva para todos os comportamentos di pertencentes ao sintoma. Aconotagao positiva apai uma prescrigao paradoxal, que rompe uma pauta decorre de uma leitura da politica interna ¢ extel rece enredada na intervengao, em geral familiar fixa. Isso ma da familia, do 219 ga fubliorell s coalizdes € equilibrios ¢ desequilibrios de poder, em de sua: estudo o com 0 comportamento sintomético, }agao sua re fundamentais dessa intervencao (Levantar Hipsteses _ sncipios ls nen ~ Neutralidade) Circt As intervencdes pautadas nas ideias acima vidas por meio de Principios findamentais Cae om a familia. Selvini, Boscolo, Cecchin ¢ Prata (1980) oer i er desenvolvido metodologias Precisas para Servir de mei int eutas que se aventuram Na sesso familiar. Para tanto, oa me ee trés principios: hipotetizar, Citcularidade e pak Cujo detalhamento Segue abaixo no Quadro 7, Teferidas foram de Condugo de 220 Quadro 7- Descri Capitulo 10. Familia ¢ Leropia fair o * OFigens © Percy, 0 igfio dos trés principios presentes na interven, Sao do Grupo de Mildo Levantar Hipoteses Formular uma hipétese baseada na informacag © terapeuta possui em relagdo a familia entrevista: « hipotese estabelece um ponto de inicio para a ae vestigacao, assim como para verificagao da validad f dessa hipétese baseada em métodos e habilidag, s especificos. Se se provar falsa, o terapeuta aa * segunda hipétese baseada na informaga propor um obtida durante o teste da primeira. A hipotese € experimental e um guia para a atividade Nao é falsa ou verdadeira, mas util Seu valor funcional reside em garantir a atividade do euta de tracar padrdes relacionais . entropia em um sistema pode ser con- dida do total de informagao e terapt Diminuigao da siderada como uma me poder da organizagao e ser sistémica, incluindo todos os A hipétese dev ilia e oferecendo suposi¢des relativas membros da fam! 4 fungao relacional total. . Circularidade ‘A capacidade do terapeuta de conduzir sua investiga- go com base no feedback da familia em resposta 4 informagao que ele solicita sobre os relacionamentos, e ento, sobre a diferenga € a mudanga. Para obter tal informa¢ao auténtica: considerar que informagao € diferenga e que diferenga é um relacio- namento (ou mudanga no relacionamento). Informagao é obtida em termos de comportamento interativo especifico em circunstancias especificas; diferengas em comportamentos € nao em termos de predicados supostamente intrinsecos 4 pessoa; com: portamentos ¢ interagGes especificas citado por varios membros da familia; mudanga nas relagées antes e depois de evento especifico (investigag4o diacronica) do Kublhowski Neutralidade Efeito pragmatic especifico ree na famportamento total do terapeuta durante a Sessedida do total de infor- mag que aventuram-se na sess que o comportamento total do terapeuta durante a sessiio exerce na familia, Quanto mais ° terapeuta assimilaa epistemologia sis- témica, mais interessado fica em Provocar feedback e coletar informagao e menos a apto a fazer julgamentos morais. Aprovacio ou desaprovacao o alia com um in- dividuo ou grupo dentro da familia. Ao mesmo tempo © terapeuta tenta neutralizar qualquer movimento em membros ou grupos da familia de Coalizao, sedugio ou relacao privilegiada. Como aponta Hoffman (1994) os Associados de Milao nos ofereceram uma expressio pragmatica da epistemologia circular, em uma obra em constante mutagdo, por meio de um método para avaliar e trabalhar com familias dificeis. Langando mao de questdes novas ¢ interessantes somos conduzidos a uma visio mais tigorosa de nossos marcos teéricos e das epistemologias que os suportam. Os Quadros 8 e 9 abaixo visam a oferecer alguns aspectos propostos por essa escola, e uma descrig&o dessa intervengio também elaborada por Mackinnon (1983). 222 Capitulo 10. Familia ¢ lempia fain, on; *OFigeng « Quadro 8 — Alguns aspectos propostos Associados de Milio O enfoque de Milio* Foco no processo Epistemologia fami- liar rigida impede a mudanga das regras Epistemologia sis- familiares. témica: informagao e redundancia de padrées. Pelo enfoque dos Problema Foco evolutivo Ocorrem em pontos de transformagao quando o sistema Terapeuta e familia nao € capaz de dar 0 como um sistema, salto para outro nivel FE de funcionamento. Relacionamentos na familia nao Na epistemologia sao hierarquicos: corrente da familia e sequéncias de com- nos modos lineares Portamentos emanam | ¢ estereotipados de das regras do jogo. seus membros se Falsa epistemologia: compreenderem, nao supor que alguém ha saida, Ppossa ter controle unilateral em um telacionamento, Foco na informagao € no no comporta- mento, produto da epistemologia da familia. Conhecer a histé- ria permite liberar Mais informagao no sistema para que os membros da familia estabelecam conexdes, SACKINNON, L. Contrasting Strategic and Milan Therapies: The Family Process, ¥: 22. pee ub pubtkowr 223 J onjetive da terapin_| Sintomas Caracteristias | Obj igi i Far as veers do Rigidez de te Mudanga: introdu- eal permitir gras ¢ estreitas Zit informagées ¢ a aed no compor- | possibilidades de evilar a homeostase nao sintomatico. | comportamento, desafiante, tal A comunicagao Atarefa do tera- peuta€introduair nova informagio no | sistema por meio do } processo de entre- vista e uma opiniao | ouritual prescrito ao \ final da sesso. Opiniao: contra- dizas crengas dos Reagdes reciprocas se constituem e | levam a mudanga, A familia encontra entio suas solugdes. membros do sistema. entre os membros da familia mantém as regras do sistema, além das transacdes das quais 0 compor- tamento sintomatico se alimenta. Modelo estético de Bateson: compreen- Sdo das familias se baseia em revelar pa- drdes que conectam, Neutralidade, Nao estabelecimento de objetivos, o que tornaria previsivel © que nfo é. Ho metaobjetivo de transformar padroes telacionais. Contrato por um certo numero de ses- s6es, considerando que 0 movimento de mudanga se constitui na familia. Terapeuta nao direti- vo e complementar. Dificuldade de avaliar 0 processo terapéutico. 224 Capilulo 10, Familia c terapia familiag; origey 1 SESS Perey n hos esneiades de MIO nn PTOPOS Peo envogu gy INTERVENGOES | GRUPO DE MILAO Questionamento Triddico Método de entrevista que por si s6 dispar, Durantelas\sessbes dangas na familia. Perguntaa uma terceira ‘@ my. sobre a rela¢do de outras duas e busca inne ges seguindo hipoteses especificas sistem (levantar hipéteses-circularidade-neutralidade rar le Opinides a Incluem conexées sistémicas e Conotaca, positiva Fao a Prescrever regras do si; Prescrigdo de © os! stema i Sem enquadre de oposi¢ao sintomas - Nao mudanga ou restri¢do Prescrigdes Rituais Introduzem informagao Visam as regras familiares Injung6es simultaneas e incompativeis Em contexto de nao mudanga Tarefas Narrativas e terapia De Vulgari Eloquentia A realidade é coisa delice, De se pegar com a ponta dos dedos Um gesto mais brutal, e pronto: 0 nada. ‘A qualquer fora pode advir fir O mais terrivel de todos os medes ath , Mas, felizmente ndo é bem assitt - or mite Hei uma saida — falar, falar mm nde, Sao as palavras que suportam mu ubthoss ns da Nao os ombros. Sem o “porqué’,o *sim* Todos 0s ombros afundavam juntos, Basta uma boca aberta (ou um rabisco num papel) para salvar o universo Portanto, meus amigos, eu insisto: Falem sem parar. Mesmo sem assunto. Paulo Henrique Britto Fazer aqui a passagem para a abordagem narrativa significa um salto qualitativo, em uma histéria que nao contemplou em detalhes os percursos que © terapeuta familiar trilhou para chegar 4 Pés- -Modernidade. A cibernética de primeira ordem foi substituida pela de segunda ordem ea guinada linguistica assumiu um papel de destaque. A leitura de género se fez presente no campo da terapia familiar, no como uma unanimidade entre os autores, mas articulada com as questdes da diversidade cultural no sefting terapéutico (Macedo, Kublikowski, 2006). Segundo Giddens (1993), a subjetividade, reabilitada e imersa em um mundo social de significados, passou a ser vista por meio de narrativas reflexivamente ordenadas do eu, em autobiografias fiexiveis, que enredadas em historias de outras vidas, aceitam uma multiplicidade de interpretagdes. As terapias ampliaram-se pelas ideias do self que se desenvolve por meio de revisées constantes, nas quais a determinagao do passado envolve projetos futuros. A guinada linguistica, anteriormente apontada, tornou-se um marco nas ciéncias humanas e sociais. A ideia da linguagema desig- nando as coisas de forma cristalina, (Foucault, 1999), foi retomada em muitos momentos da histéria da filosofia, visando a. compreendt as questées em torno da comunicagiio humana. A Se implica a utilizago de signos intersubjetivos que # las am da Do ponto de vista histérico as solugdes rears br propostas sol ee i i jetividade. linguagem surgiram como formas de garantir essa intersubj 226 Capitulo 10, Familia ¢ Lerapia familia: origens © Pereur 805 Dizer que essa origem é natural, significa garantir a relaga signo linguistic e a coisa, dizer que a linguagem tem sua © entre conven¢oes implica em ser a intersubjetividade fruto de eee em entre os homens. E nesse ultimo sentido dado 4 lin; Contrato baseia a abordagem narrativa. Buagem que se ; Assim, toda enunciagéo consiste em uma intengao de signifi implicando em seu objetivo a esperanga de que o interlocut il proponha a reconhecer a intengao do locutor, 0 que torna a co pure cagdo humana um intercmbio de intencionalidades que se basen Estar junto no didlogo é um milagre operado pela significa¢3o aa permite superar a nao comunicabilidade da experiéncia vivida eal be processo no quala experiéncia privada se faz publica (Ricouer, 1976), Esse milagre nao ocorre por uma comunhao misteriosa de almas, mas pela participagéo em um sentido comum (Gadamer, 1998). ; Esse processo, nao implica somente 0 eu e 0 tu, pois nao inven- tamos a linguagem, ja que nascemos em um mundo no qual muito se falou antes de nds ¢ no qual, realidades se constituiram por meio de signos compartilhados. Dessas interagdes emergiram sociedades e culturas, nas quais as narrativas transformam um instante césmico qualquer em um tempo humano, no espago historico da experiéncia comum. No decorrer de minh: clinica, néo passei imune pe abordagem narrativa uma metdfora valiosa para (a) minha pratica tera- péutica. Considero, com base na epistemologia da complexidade de Edgar Morin (1998) ena hermenéutica de Paul Ricoeur ( 1976), que as experiéncias mediante as quais nos constituimos ¢ construimos nosso mundo, formatadas em linguagem, se traduzem em historias de vida. Tais historias s4o enredadas em historias de outras vidas, de mulheres e homens que pretendem protagonizar sua propria exis- téncia. Constantemente reinterrogadas & reconstruidas, organizam-se jo tempo em configuragoes previsiveis ‘ou nao, como as idoscépio, com as cores herdadas, tomadas, hadas, inventadas nos diversos contextos nos Iheres estéo inseridos ( a carreita como profissional em psicologia Jo “linguistic turn”, pois encontrei na através d imagens de um cale' emprestadas, compartil quais estes homens ¢ mu Kublikowski, 2001). ida ublikowski 207 Essas historias, atualizadas em narrativas de Vida, transformam rivado em publico, eo serem compreendidas € interpretadas por meio de sua significacao, Para Ricoeur (1976), a tnica forma de superar a impossibilidade radical de comunicar a experiéncia vivida enquanto tal. Esse processo Tepresenta uma dupla hermenéutica, pois go mesmo tempo em que permite A pessoa compreender-se, contar a propria historia possibilita abrir-se 4 compreensio do outro, Entretanto, se essa possibilidade de retificagio é vetada, as narrativas se veem coagidas por mecanismos de poder sedimentados, que restringem possibilidades. As alternativas narrativas emergem do conflito que se estabelece entre os significados propostos em ideais culturais e os do si mesmo, construidos na rede simbélica da acdo, em diferentes pontos de um continuum, no jogo entre a sedimentagao e ainovagdo. Esta tensao oferece 4 voz narrativa o espago para a apro- priagdo de significados, que evita a violéncia do texto na constitui¢io da subjetividade. Assim, 0 espago do encontro terapéutico narrativo vai-se deli- neando. Epston, White e Murray (1998, p. 119) apontam que, no trabalho orientado pelo método interpretativo, a narrativa “oferece a estrutura dominante para a experiéncia viva e para a organizagao ea padronizagao da experiéncia vivida”. As historias que nossos clientes contam sao unidades que dao sentido as suas experiéncias, pelas interpretagdes que delas sao feitas. Enredadas no mundo fisico, nas historias dos outros e no transcurso social da atividade humana, as narrativas organizam as agGes, estabelecem inicios € finais de eventos no fluxo da experiéncia e circunscrevem 0 tempo vivido, além de permitirem a percepgao de mudangas. . A partir dessas ideias, como aponta Grandesso (2006), praticas distintas floresceram no campo da TF, pautadas em pressupostos comuns oriundos do referencial pos-moderno. Fi i istorias. + As pessoas vivem suas vidas por meio de hist6 ae + Essas histérias, além de organizar a experienc! 3 dao-Ihe sentido. Copitulo 10. Familia ¢ Lerapia familar: origens © Percursc, 28 Pe Tem também efeitos sobre a vida das pessoas pelo significadg 7 ome paar ibuido 4 experiéncia. : peace constituem-se na linguagem, se expressam em historias dominantes que as pessoas constroem em seus contextos ¢ veiculam valores culturais e ideologias. A visio de “terapia narrativa”, da qual compartilho, descrita Por essa autora esta em consonancia coma proposta de Michael White e Epston, cuja abordagem terapéutica bine a desconstruir histériag dominantes saturadas de problemas e praticas que atam 0 self, cons. ) truidas e mantidas nos contextos de vida. ; Epston, White e Murray (1998) oferecem-nos uma visdo muito | clara do que seria a pratica da terapia sob essa perspectiva, e creig ser esse aspecto seu grande trunfo. ; Ao se partir da afirmacao de que vidas e relacionamentos tomam forma por conhecimentos e pelas histérias usadas para dar sentido 4 experiéncia e por praticas de relacionamentos, associadas Com essas historias e conhecimentos, a terapia de reautoria propde ajudar as pessoas a resolverem problemas (Epston; White; Murray, 1998). Esse processo se da: * Capacitando as pessoas a separarem suas vidas e relaciona- mentos de histrias/conhecimentos pobres; + Ajudando-as a desafiarem praticas e relacionamentos sub- jugantes; + Encorajando as pessoas a recontarem suas vidas a luz de hist6rias/conhecimentos alternativos, praticas de selfe rela- cionamentos cujos efeitos sejam mais desejaveis. Para tanto, Michael White (s/d) afirma que a terapia narrativa envolve contar e recontar as historias preferidas na vida das pessoas. _ Por vezes, no siio as historias preferidas as priorizadas, ¢ Sim eventos extraordinarios que emergem como alternativas e si0 trazidos juntamente com experiéncias passadas também alternativas. 29 cp tikowski yo as comuns. Envolve t: m torno de tem «tos el nido* hecimentos ¢ habilidades Propicia novos be de propésitos de vida, que sao ssi aa alternativo adquirido, conheci forme afirmam White e Epston ( a terapia, um desfecho aceitave] ets historias alternativas, que [ee igo possibi peat das — novos significados que as pessoas irio Vivenciar & 7 = 5 2, a ie ccna mais satisfatérios e com final aberto” (White; Epston, 1S ” como ma 0 p. 15). Aa y ret entdo no contexto terapéutico uy ma descrigao daquilo as explicagdes das pessoas do Porqué elas fazem 9 que ie oe como essas hist6rias alternativas €st&o ligadas com as fazem, de drias alternativas do passado e com as historias da vida de outros, aa de como as pessoas estruturam contextos para contar e em aoe ie ir € para, 0 recontar do recontar dessas historias, 7 a terapia narrativa de White e Epston pode ser caracteriza la er do com a visdo de Grandesso (2006) que se explicita no Quadro acor 10a seguir: ambém a aquisicao de dos por essa emersio, alterados mediante 9 1990); “quando as Pessoas seria a identificagao oua trazem Consigo possibifi-

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