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A Colheita - Igor - Revisado
A Colheita - Igor - Revisado
Igor Sales
Pegou a caixa no colo, um envelope caiu no chão. Abriu a carta. [Já é implícito
que leu, além do mais, o “e leu” tira a dramaticidade do ato. Preferir a elipse.]
Era noite e J Madeiro ainda chorava abraçado à farda do filho. As medalhas
brilhando na casaca. O vento trouxe o cheiro do mato e ele lembrou, Dilia tinha
o cheiro do campo e sorria, tinha os olhos castanhos iguais aos do filho Moisés.
[FUI ELOGIAR PRA QUÊ? Que breguice, homem. Muito exagero. O final ficou
muito solto, não gosto da hipótese se suicídio, que teria sido óbvio, e foi a
primeira opção. Mas é preciso amarrar bem o desfecho. Para o que você fez, a
solução mais simples seria parar de dizer que o homem chora. Era noite,
Madeiro entrou no quarto do filho —seria preciso mencionar um —, abriu o
velho guarda-roupa. Retirou a farda do filho e tomou-a nos braços, as medalhas
soavam na casaca. Ele se lembrava, sim, Dilia, ele cheirava a alfazema, aquela
que você colocava nas roupas após engomá-las. E lembrou-se da esposa,
passando ferro, e do menino. Olhos castanhos, os olhos da mãe. Não é o ideal, é
apenas um exemplo. Seria preciso achar um final, nem que seja, feito
Tchekhov, matando o velho de alguma doença. É melhor que o suicídio.]