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Resumo de Egito e Mesopotâmia
Resumo de Egito e Mesopotâmia
2. A Mesopotâmia
A pintura retrata a convivência dos habitantes da Mesopotâmia com as construções monumentais que
marcavam a paisagem urbana, evidenciando a riqueza e complexidade da sociedade mesopotâmica.
A Mesopotâmia, localizada entre os rios Tigre e Eufrates, foi o berço de uma das
civilizações mais antigas da história. Ao longo de sua história, a região foi ocupada por
diversos povos mesopotâmicos, incluindo sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus,
que se misturaram e travaram guerras entre si. A região é conhecida por sua rica história e
legado cultural que influenciou a arte, a arquitetura, a religião e a ciência. Atualmente é
habitada principalmente pelo povo árabe, com uma minoria de curdos e turcomanos.
Região do Crescente
Fértil, onde os povos
mesopotâmicos habitaram e
expandiram se domínio.
O Crescente Fértil, região entre os rios Tigre e Eufrates, é fundamental para entender a
história da Mesopotâmia, pois seu solo fértil permitiu a agricultura e a sedentarização
humana. Essa região abriga diversos povos e reinos antigos, como os sumérios, acadianos,
assírios e babilônicos, que deixaram importantes legados na geometria e na astronomia.
Povos da mesopotâmia
Os Sumérios eram politeístas e valorizavam muito o culto aos deuses. Eles deixavam
estatuetas de pedra diante dos altares para representar suas orações. Os templos tinham
oficinas para artesãos, que ajudaram a prosperidade da Suméria. Além disso, os sumérios
foram os primeiros a construir veículos com rodas.
As cidades sumérias eram autônomas, cada uma com seu próprio governo
independente. Em 2330 a.C., o rei Sargão I, da cidade de Acad, unificou as cidades e formou
o primeiro império da região. Entretanto, o império acadiano não durou muito tempo e foi
destruído por povos inimigos cerca de cem anos depois.
Eles tinham um calendário preciso para monitorar as cheias do rio Eufrates e facilitar a
agricultura. além de serem excelentes observadores dos astros e terem criado o relógio de
sol. Nabucodonosor, outro imperador babilônico, ficou conhecido por sua administração e
construiu os Jardins Suspensos da Babilônia e a Torre de Babel. Sob seu comando, os
babilônios conquistaram o povo hebreu e a cidade de Jerusalém. Após a morte de Hamurabi,
o império babilônico foi invadido por povos vindos do norte e do leste.
Assurbanipal foi um importante rei assírio que reinou entre 668 e 627 a.C. durante o
qual a Assíria se tornou a primeira potência mundial. O império assírio incluía territórios
como a Babilônia, a Pérsia, a Síria e o Egito. Porém, durante seu reinado, a Babilônia se
libertou e capturou a cidade de Ninive. Com a morte de Assurbanipal, a decadência do
império se acentuou e foi derrubado pelos babilônios e persas uma década mais tarde. Apesar
de ser conhecido por seu poder militar, a cultura assíria também se destacou pela ciência e
matemática, como a divisão do círculo em 360 graus e a criação de sistemas de navegação
geográfica. A ciência médica assíria também influenciou outras regiões, incluindo a Grécia.
A Caldeia é uma região ao sul da Mesopotâmia, formada por depósitos dos rios
Eufrates e Tigre, com cerca de 250km ao longo dos rios e 60km em largura. Os Caldeus
foram uma tribo que se tornou parte do Império da Babilônia e seu mais importante soberano
foi Nabucodonosor, que conquistou Jerusalém em 587 a.C. e construiu grandes edifícios com
tijolos coloridos. Em 539 a.C., o rei dos persas, Ciro, conquistou Babilônia e a transformou
em uma província do império persa.
Uma das obras mais importantes construídas pelos Caldeus foi o Jardim Suspenso da
Babilônia, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Acredita-se que tenha sido
construído por ordem de Nabucodonosor II, por volta de 600 a.C., para sua esposa, que
sentia saudades das montanhas de sua terra natal. Tal Jardim simbolizava o poder e a
riqueza do Império Babilônico e sua construção é um exemplo da habilidade e técnica
avançada dos caldeus na arquitetura e engenharia.
A Mesopotâmia foi habitada por diversos povos, cada um com suas peculiaridades,
como a habilidade guerreira dos assírios e o foco em agricultura dos sumérios. Apesar disso,
é possível encontrar semelhanças em termos de organização social, religião e economia entre
esses povos.
Religião
Política e economia
Stela de Ur-Nammu,
um símbolo da centralização
do poder na Mesopotâmia. A
obra mostra o rei Ur-Nammu
recebendo a lei das mãos do
deus Shamash, evidenciando o
forte controle da religião sobre
a política e o poder divinizado
do rei na região.
As terras, que teoricamente pertenciam aos deuses, eram entregues aos camponeses
pela corporação de sacerdotes que as administrava. Cada família recebia um lote de terra e
devia entregar ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra. As
propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou arrendatários. Embora a
escravidão existisse entre os sumérios, o número de escravos era relativamente pequeno.
Agricultura e comércio
A agricultura de
irrigação era a base da
economia na Mesopotâmia.
Essa técnica permitia o cultivo
de trigo, cevada, linho,
gergelim, frutas, raízes e
legumes em grande escala..
A economia da Baixa Mesopotâmia baseava-se na agricultura de irrigação, cultivando
diversos produtos como trigo, cevada, linho, gergelim, árvores frutíferas, raízes e legumes.
Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, mas a utilização do bronze no final do
segundo milênio a.C. revolucionou a agricultura. Além disso, a criação de animais como
carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida.
As ciências
Sacerdotes babilônicos
observando o céu, a
astronomia e a astrologia na
antiga Mesopotâmia eram
muito valorizadas.
Letras e escrita
A Epopeia de Gilgamesh é um poema
épico sumério que remonta a cerca de 2000 a.C.,
sendo uma narrativa sobre as aventuras do rei
Gilgamesh, de Uruk, em busca da imortalidade. É
considerada a obra literária mais antiga da história
da humanidade
Artes
Representação artística
dos Jardins Suspensos da
Babilônia, uma das Sete
Maravilhas do Mundo Antigo..
A arte mesopotâmica não era tão impressionante quanto a egípcia, mas a arquitetura se
destacou pela construção de templos e palácios luxuosos, considerados cópias das estruturas
celestiais. A região não tinha muita disponibilidade de pedras, então as construções eram
feitas principalmente de tijolos e ladrilhos de argila. O zigurate, uma torre de múltiplos
andares, foi a estrutura mais característica das cidades-estados sumerianas e um exemplo
notável da arquitetura mesopotâmica.
O Direito
O Código de Hamurabi é o mais antigo texto de leis já descoberto, sendo ele uma
coletânea de leis que mescla tradições sumérias e semitas. Contém 282 leis que abrangem
quase todos os aspectos da vida babilônica, incluindo comércio, herança, direitos da mulher,
adultério, escravidão e punições. Suas principais características são a lei de Talião,
desigualdade perante a lei, divisão da sociedade em classes e igualdade de filiação na
distribuição da herança. O código reflete a preocupação em disciplinar a vida econômica e
garantir o regime de propriedade privada da terra, invocando os deuses da justiça na
aplicação das leis.
Legado
3. O Antigo Egito
A imagem que retrata
as estruturas arquitetônicas
imponentes e antigas
construídas há cerca de 4.500
anos, durante a época dos
faraós: as pirâmides.
O Antigo Egito é uma das mais antigas civilizações do mundo, com registros que
datam de aproximadamente 6 mil anos. Sua localização desértica às margens do Rio Nilo
permitiu o desenvolvimento de uma cultura complexa, que se destacou na arte, ciência,
comércio e religião. Apesar de situado numa região desértica, o Vale do Nilo era muito fértil
e teve um papel decisivo na economia do Antigo Egito. Neste contexto, a diferença entre os
que tinham e os que não tinham posses era acentuada, caracterizando a sociedade egípcia
como uma sociedade estratificada. O Egito também se encontrava localizado no crescente
fértil, portanto, as civilizações egípcias e mesopotâmicas tiveram muitos contatos.
Mapa retratando a
extensão do antigo império
egípcio. Repare na
proximidade com a Arábia e a
Mesopotâmia.
A história do Egito pode ser dividida em três fases distintas: o Antigo Império, o
Médio Império e o Novo Império. Durante esses períodos, o Egito se destacou em diversos
aspectos, como arte, ciência, comércio e religião. No entanto, a partir do século VII a.C., o
Egito começou a ser invadido por diversos povos e perdeu seu antigo esplendor. Abaixo,
uma breve explicação sobre cada um desses períodos.
Durante o Médio Império do Egito, que durou de cerca de 2050 a.C. até 1750 a.C., os
faraós recuperaram o poder político do império, com a capital sendo transferida para a cidade
de Tebas. Nesse período, houve conquistas territoriais e um aumento da prosperidade
econômica. No entanto, algumas agitações internas enfraqueceram o império novamente, o
que permitiu que os hicsos, um povo nômade de origem asiática, invadissem o Egito em
torno de 1750 a.C. Os hicsos governaram o Egito por cerca de 170 anos.
O período final do Antigo Egito, conhecido como Novo Império, começou com a
expulsão dos hicsos e foi marcado por uma série de conquistas territoriais que trouxeram
grande prosperidade econômica. Entretanto, no final desse período, houve agitações internas
e uma nova onda de invasões, o que resultou no enfraquecimento do Estado. Assim, o Egito
foi conquistado sucessivamente por várias potências estrangeiras, como os assírios em 670
a.C., os persas em 525 a.C., os gregos em 332 a.C. e, finalmente, pelos romanos em 30 a.C.
Esse período de conquistas e invasões marcou significativamente a história do Egito e deixou
um legado cultural e arqueológico valioso.
Política e sociedade
No Egito Antigo, o faraó era o líder supremo que exercia diversas funções, como a
justiça, as funções religiosas, a fiscalização das obras públicas e o comando do exército. O
faraó era considerado um deus vivo e intermediário entre os deuses e a população. Abaixo do
faraó, em ordem de importância, estavam o Vizir do Alto Egito, o do Baixo Egito e o Sumo-
Sacerdote de Amon-Rá. Os nomarcas eram os governadores dos nomos, as comunidades
patriarcais que foram agrupadas em dois reinos rivais e posteriormente unificados pelo faraó
Menés. A centralização política do Egito não foi constante, e em 2300 a.C. o Estado
dissolveu-se devido a contendas internas e invasões, o que marcou o fim do Antigo Império
e o restabelecimento dos nomos como principal unidade de organização sócio-política.
Estátua mortuária do faraó Mentuhotep II,
responsável por reunificar o Antigo Egito durante
o médio império.
Economia
O comércio era realizado principalmente por barcos que navegavam pelo Nilo e pelo
Mar Vermelho, possibilitando o intercâmbio de produtos com outras civilizações, como o
trigo da Síria e o cobre da região do Sinai. A produção artesanal de objetos em cerâmica,
metal, vidro e pedra também era importante para a economia egípcia.
A moeda não era utilizada no Antigo Egito, o comércio era feito através de escambo,
ou seja, troca direta de produtos. O governo centralizado controlava a distribuição de bens e
serviços, além de cobrar impostos em grãos e outros produtos agrícolas.
Religião
As deidades egípcias
eram variadas e apresentavam
variados traços de
antropozoomorfia.
Em resumo, a religião era um elemento central da vida egípcia antiga, fornecendo uma
base para a organização social, política e cultural da sociedade. É a partir dela que podemos
compreender rituais como o da mumificação.
Rituais
O processo de mumificação era uma técnica usada pelos antigos egípcios para preservar o corpo dos
mortos. O processo incluía a remoção dos órgãos internos, a desidratação do corpo com sais e a aplicação de
resinas e óleos para preservação. A mumificação permitia que o corpo fosse colocado em um sarcófago e
enterrado com seus pertences, acreditando-se que a alma continuaria a viver na vida após a morte
A sociedade egípcia possuía diversos rituais que envolviam tanto a vida quanto a
morte. O culto à vida e a busca pela eternidade eram aspectos fundamentais da religião
egípcia.
Na morte, os egípcios acreditavam que a vida continuava em outro plano. Para garantir
uma passagem segura para a vida após a morte, eram realizados rituais funerários e a
mumificação dos corpos. Os rituais incluíam a leitura de fórmulas mágicas e a deposição de
oferendas de alimentos, bebidas e objetos pessoais do falecido em seu túmulo.
A crença na vida após a morte era tão forte que os egípcios construíam tumbas
suntuosas para seus faraós e nobres, conhecidas como pirâmides. Nessas construções, eram
depositados tesouros, alimentos e objetos pessoais, a fim de garantir uma vida plena e
próspera na vida após a morte.
Os rituais de vida e morte eram considerados fundamentais para a manutenção da
ordem e da harmonia na sociedade egípcia. Eles permitiam a conexão entre o mundo dos
deuses e dos homens, a garantia da proteção divina e a busca pela eternidade da alma. Nem
sempre tais rituais eram feitos com seres humanos, já que animais também eram idolatrados
e os que eram considerados sagrados também sofriam o processo de mumificação.
Conhecimentos e artes
A arte egípcia foi profundamente
influenciada pela religião e pelos faraós, e tinha
como objetivo a glorificação dos deuses e da vida
dos líderes egípcios. A imagem apresentada é um
detalhe do trono de Tutancâmon, que retrata o
faraó com sua esposa Ankhsenamun à direita.
Essa obra foi criada por volta de 1327 a.C..
Escrita e escribas
O papiro era um dos
meios de comunicação mais
utilizado no Antigo Egito.
A escrita egípcia é uma das mais antigas formas de escrita no mundo e foi utilizada
pelos antigos egípcios durante milênios. A escrita hieroglífica egípcia era uma forma de
escrita pictográfica que utilizava imagens para representar objetos e ideias. Essas imagens
eram escritas em linhas horizontais ou verticais e podiam ser lidas da esquerda para a direita
ou da direita para a esquerda, dependendo do objeto representado.
Os escribas eram uma classe privilegiada no antigo Egito, responsáveis por dominar a
escrita hieroglífica e registrar informações importantes para o governo e para a religião. Eles
eram altamente valorizados pela sociedade, e o seu conhecimento era passado de geração em
geração.
Vida cotidiana
A vida cotidiana no
Antigo Egito, para o cidadão
comum, era bastante simples
A vida cotidiana no Antigo Egito era bastante simples para a maioria da população,
que vivia em pequenas cabanas feitas de junco, madeira e barro. Essas casas eram
construídas em locais elevados para evitar as inundações e tempestades de areia. Os
camponeses possuíam poucos móveis e utensílios de cozinha e comiam com as mãos, já que
não havia talheres. A alimentação era baseada em pão, cebola, alho, favas, lentilhas,
rabanetes, pepinos e, às vezes, peixe, regada por cerveja não fermentada. As roupas eram
simples, com os homens e meninos vestindo apenas uma tanga e as mulheres usando uma
longa túnica. Já os ricos possuíam casas confortáveis e bem mobiliadas, com trajes mais
requintados e pesadas joias de ouro, prata e pedras semipreciosas. Além disso, os egípcios
tinham seus jogos e divertimentos, como pesca, caça, luta, natação e jogos de tabuleiro, entre
outros.
Legado
O antigo Egito deixou um legado duradouro para o Ocidente, que se estendeu por
séculos. Desde a arquitetura monumental das pirâmides e templos até a medicina avançada,
matemática e filosofia, os egípcios antigos influenciaram significativamente o
desenvolvimento da civilização ocidental. Um exemplo disso é a arquitetura, que teve um
impacto significativo na Europa e em outras partes do mundo. Os estilos arquitetônicos
egípcios, como as colunas e os entalhes em relevo, foram copiados e adaptados em muitas
outras culturas. As pirâmides, em particular, foram uma fonte de inspiração para muitas
outras construções monumentais, como o Coliseu Romano e a Catedral de Notre-Dame em
Paris.
A matemática egípcia também foi muito avançada para a sua época, com o uso de
frações e números decimais, o sistema de numeração hieroglífica e o cálculo de áreas e
volumes. Esses conhecimentos foram amplamente utilizados em áreas como a astronomia e a
engenharia, e foram fundamentais para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia
ocidentais.
Por fim, a filosofia e a religião egípcia também deixaram uma marca indelével na
cultura ocidental. As ideias de vida após a morte, a moralidade e a ética foram influenciadas
pelas crenças egípcias, e ainda têm impacto na sociedade contemporânea. A arte egípcia, que
muitas vezes retrata cenas da vida após a morte, também influenciou a arte e a literatura
ocidentas.