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4 7 Principios Do Direito Administrativo
4 7 Principios Do Direito Administrativo
CONCEITO
Para doutrina administrativista os PRINCÍPIOS são regras gerais, fontes basilares do Direito. Eles
representam mais do que uma simples orientação, ou seja, sua observância é cogente (é de cumprimento
obrigatório). São os alicerces do Direito Administrativo.
Eles são tão importantes que o professor Celso Antônio Bandeira De Mello afirma uma sua obra que:
“Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio
implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos.
É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado,
porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais,
contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra".
OBS! É um assunto muito cobrado em prova e deve ser analisado com muito carinho por você candidato,
pois, por ser um tópico que vem sendo explorado em concurso público pelas bancas há muito tempo,
devemos nos esforçar ao máximo para não errar nenhuma questão, por isso iremos estudar
profundamente cada Princípio!
Neste momento apresento a você a definição de “Princípio” na visão dos grandes Mestres do Direito
Administrativo.
“Princípio é, pois, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele,
disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de
critério para exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade
do sistema normativo, conferindo-lhes a tônica que lhe dá sentido harmônico”.
“Princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais, típicas que condicionam todas as
estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces da ciência.”
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência...
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
Sua definição é bem concisa, significa que a Administração Pública, seja ela direta ou indireta, só pode
praticar as condutas autorizadas em lei.
É interessante observar neste princípio o fato de que no Brasil temos três poderes: o EXECUTIVO que
administra; o JUDICIÁRIO que julga e o LEGISLATIVO que exerce a chamada função legiferante que
é a de criar as leis. O LEGISLATIVO tem seus representantes eleitos pela população e como eles fazem
as leis é possível afirmar que o princípio da legalidade existe para dizer que a Administração Pública irá
fazer aquilo que o POVO quer. Pois, em suma, é o próprio povo que elege o poder legislativo, sendo o
mesmo o produtor de nossas leis.
Durante um bom tempo a doutrina afirmava existir dois princípios da legalidade dentro da constituição
federal um estampado no artigo 5º inciso II e outro no artigo 37. Caput. Hoje a doutrina moderna batizou
o princípio legalidade do particular (artigo 5º inciso II) como princípio da autonomia da vontade.
Aconselho você candidato a ter um cuidado para não confundir os conceitos em prova, pois o
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE quer dizer que o particular pode fazer tudo aquilo
desde que não haja uma lei proibitiva e o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE para a administração a
obriga a fazer aquilo que está somente em lei.
Extraímos o entendimento de que o particular diante de uma Lacuna legislativa pode FAZER TUDO,
diferente do que está disposto para Administração Pública que diante de uma Lacuna legislativa NÃO
PODERÁ ATUAR.
Quero chamar sua atenção para algo relativamente novo na doutrina, mas que já tem sido cobrado em
prova que é o chamado Princípio da juridicidade ou bloco de legalidade.
Quando falamos em legalidade, a doutrina sempre perguntou se a Administração Pública seria restrita
ou ampla, ou seja, se a administração seria obrigada a observar somente a lei em seu sentido estrito ou
todo arcabouço jurídico do País. O que esse princípio afirma é que deve-se dar observância a totalidade
do ordenamento jurídico e não apenas a determinadas normas.
Sendo assim, o agente público está vinculado não só a lei e os princípios jurídicos, mas também aos
atos administrativos gerais que sejam pertinentes àquela situação concreta com que a própria
administração se encontra, exigindo dela uma atuação ainda mais restrita!
Para corroborar essa visão, temos a lei 9.784/99 em seu artigo 2º Parágrafo único. Inciso I que exige
da Administração “uma atuação conforme a LEI e O DIREITO”
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
O princípio da impessoalidade estabelece um dever de IMPARCIALIDADE, de NEUTRALIDADE
no exercício da função administrativa. Esse princípio impede discriminações negativas e privilégios
oferecidos a particulares quando no exercício da função administrativa. Pois a atuação pública deve ser
objetiva e não subjetiva.
Toda a atuação da Administração Pública deve ser caracterizada pela impessoalidade, mas é possível
observar sua plenitude em algumas atuações específicas como, por exemplo:
➢ LICITAÇÃO: procedimento formal realizado para escolher a proposta mais vantajosa e casos de
contratação para obras, serviços, compras e alienações.
➢ 1º ASPECTO
Nos termos da Constituição Federal em seu art. 37, § 1º, pode-se dizer que o princípio da impessoalidade
veda a vinculação de atividades da administração à pessoa dos administradores, evitando que os
mesmos utilizem a propaganda oficial para a promoção pessoal.
Para reforçar ainda mais essa proibição, temos a Lei do Processo Administrativo (lei 9.784/99), em seu
artigo 2º Parágrafo único. Inciso III que diz:
Art. 2o Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
➢ 2º ASPECTO
A finalidade de todo e qualquer ato administrativo será sempre o INTERESSE PÚBLICO, portanto,
todo ato que se apartar desse objetivo será NULO por desvio de finalidade.
Resposta: Sua manifestação ocorre quando um ato é praticado por agente ou órgão competente, porém
é evidente na prática do ato que o mesmo não atingiu a verdadeira finalidade pública a que a própria lei
determina.
A lei de ação popular (lei 4.717/65) afirma em seu artigo 2º; parágrafo Único; alínea e o seguinte:
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele
previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência.
O desvio de finalidade é tão sério que é tido como vício insanável, não admitindo convalidação
(conserto do ato). O único caminho a ser tomado diante de sua constatação é a anulação do ato.
• Remoção de policial civil para delegacia no interior a fim de afastá-lo da namorada, filha do
governador;
3º ASPECTO
OBS! A nossa Constituição Federal adotou essa teoria de forma expressa em seu artigo 37 § 6º.
Nesse caso, a impessoalidade existe pelo fato de os atos, apesar de serem praticados pelo agente, não
é dele propriamente dito e sim da pessoa jurídica que ela integra.
Outra peculiaridade que advém da TEORIA DO ÓRGÃO ocorre quando uma pessoa é investida em
cargo público e não possui todos os requisitos necessários para tal. Nesse caso sua investidura foi ilegal
(temos o chamado agente de fato), mas seus atos serão considerados VÁLIDOS pois os atos não são
deles e sim da instituição pública.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Esse princípio exige uma atuação ética, proba, honesta dos agentes da administração pública, tal
atuação é conhecida como moralidade administrativa.
Ela exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade
incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração.
Portanto, não se deve confundir a moral comum com a moral administrativa. Enquanto aquela está
pautada na noção do certo e errado para a sociedade, esta está intrinsecamente ligada com a boa ou
má administração. Para o Direito Administrativo, deve-se analisar a moral administrativa.
Certas condutas, ainda que não obrigatórias pela lei, passam a fazer parte dos comportamentos
socialmente esperados de um bom administrador público, incorporando-se, assim, ao conjunto de
condutas que o Direito torna exigíveis.
Para a moralidade administrativa não basta o agente público cumprir formalmente a lei, ele tem que
observar tanto a letra como o objetivo da lei. Assim, aquilo que é legal se filiará ao que é ético, por
esse motivo a doutrina afirma que o princípio da moralidade complementa o princípio da legalidade.
Como é um assunto muito abordado em provas, vamos memorizar: CRFB/88 art. 37 §4º método
mnemônico (Paris)
➢ A primeira é de que qualquer questão de prova que disser que os atos de improbidade importarão na
cassação de direito políticos, você irá marcar como errada, pois a Constituição proíbe tal medida:
➢ A segunda é a observância em relação a troca de afirmação que as bancas adoram fazer quanto a
suspensão dos direitos políticos e perda da função pública. É muito comum as provas de concurso
público inverterem os termos, por exemplo, afirmarem que é possível a pena de perda dos direitos
políticos e suspensão da função pública.
➢ SÚMULA VINCULANTE 13
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ao editar a referida súmula vinculante no ano de 2008 teve
por objetivo VEDAR O NEPOTISMO que consiste na nomeação de cônjuge companheiro, parentes
em linha reta colateral e inclusive os por afinidade até o terceiro (3º) grau e também vedar as
nomeações e designações recíprocas para cargos comissionados de natureza administrativa, essa
proibição tem amparo jurídico nos princípios da moralidade e impessoalidade!
LINHA RETA
PARENTES COLATERAIS
Conclusão, posso nomear meu primo (a) para um cargo comissionado de natureza administrativa!
Mas professor estou estudando Direito Administrativo porque preciso saber a linha de parentesco do
código Civil? Simples, porque temos a sumula vinculante nº 13.
O importante agora é saber quais são os tipos de cargos comissionados que nós temos no ordenamento
jurídico brasileiro. Nós temos duas naturezas nos cargos comissionados, eles podem ser de natureza
política ou de natureza administrativa.
IMPORTANTÍSSIMO
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda,
de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas, viola a Constituição Federal.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade pode ser definido como o dever de divulgação oficial dos atos
administrativos. A Administração pública tem dever de informar à sociedade sobre a prática dos atos
administrativos, garantindo, assim, uma atuação transparente por parte do Poder Público.
É por conta desse princípio que os atos administrativos são publicados em órgãos de imprensa ou
afixados em determinado local das repartições administrativas, ou, ainda, mais modernamente,
divulgados nos sites oficiais dos órgãos públicos na Internet.
IMPORTANTE
➢ PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE NÃO É ABSOLUTO.
Ao ser indagado por uma questão de prova que afirma que TODOS OS ATOS são publicados, o
candidato deverá marcar tal opção como errada, pois o princípio da publicidade não é absoluto!
Podemos afirmar como exceção à regra, o sigilo das propostas exigido na lei de licitações (Lei
8.666/93), podemos também falar do sigilo exigido no procedimento administrativo conhecido como
inquérito policial nos termos do código de processo Penal vigente no país, esses são atos de natureza
administrativa, porém serão sigilosos justamente para garantir a eficácia dos mesmos. A própria
Constituição Federal e a lei de processo administrativo no âmbito federal respaldam essa exceção.
A doutrina afirma também que o princípio da publicidade engloba dois subprincípios do Direito
Administrativo:
➢ Princípio da transparência: dever de prestar informações de interesse dos cidadãos e de não praticar
condutas sigilosas, via de regra;
➢ Princípio da divulgação oficial: exige a publicação do conteúdo dos atos praticados atentando-se
para o meio de publicidade definido pelo ordenamento ou consagrado pela prática administrativa.
Para finalizarmos o estudo do princípio da publicidade ainda precisamos falar que o mesmo possui duas
vertentes no ordenamento jurídico, a primeira já estudamos que é de dar TRANSPARÊNCIA aos atos
da administração e a segunda é a de dar EFICÁCIA aos atos administrativos.
Podemos citar como exemplo a homologação de concurso público que, de acordo com a Constituição
Federal, é de até 2 anos o prazo de validade podendo ser prorrogado por igual período, mas lembre-se
esse prazo começa a contar da homologação que é feita em Diário Oficial.
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
Acrescentado no art. 37, caput, da CF pela Emenda n. 19/98, o princípio da eficiência foi um dos pontos
principais da Reforma Administrativa que teve por objetivo implementar o modelo de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA “GERENCIAL” voltada para alcançar melhores resultados na
atuação estatal. Antes da supracitada emenda nossa Administração Pública possuía uma visão
burocrática.
1ª ÓTICA
• Temos também a chamada avaliação periódica de desempenho a qual o servidor será submetido
após ganhar a sua estabilidade, caso o servidor não continue sendo eficiente a Constituição Federal
respalda ao respectivo órgão público a possibilidade de exonerar tal servidor.
• Como regra, a Constituição Federal veda o acúmulo de cargos públicos, porém a própria Carta
Maior traz exceções quais sejam, para dois cargos de professor, a de um cargo de professor com
outro técnico ou científico e a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde,
com profissões regulamentadas, DESDE QUE haja compatibilidade de horário, justamente para se
manter a eficiência no desempenho das atribuições do cargo.
2ª ÓTICA
Para finalizarmos o estudo deste princípio tão importante precisamos dizer a você que ele está ligado
diretamente como o princípio da economicidade (CF art. 70) onde deve-se buscar a prestação do
serviço público de modo mais simples, mais rápido e mais econômico melhorando o conhecido
“melhor custo/benefícios” da atividade da administração.
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, ECONOMICIDADE,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
Este princípio tem uma incidência enorme em provas de concurso, ele se manifesta quando a máquina
pública tem a capacidade de rever os seus próprios atos. O mesmo irá consagrar o controle interno que
a Administração Pública exerce sobre seus próprios atos.
Tutelar é proteger, zelar. Quando o Direito outorga poder de autotutela é, em suma, porque prescinde
a obrigatoriedade de intervenção judicial para proteção de direitos. É que doutrina administrativista
chama de autotutela administrativa.
Entendimento esse que se encontra estampado nas súmulas 346 e 473 do SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL.
SÚMULA 346
SÚMULA 473
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
Para entendermos melhor este princípio precisamos diferenciar dois questionamentos relacionados ao
estudo dos atos administrativos.
• Os ATOS VINCULADOS são aqueles onde a lei estabelece condições e requisitos legais para a
sua realização, a Administração Pública atuará sem liberdade, mas dentro dos limites legais impostos
por lei.
Ex: Aposentadoria e licença para o particular.
• Os ATOS DISCRICIONÁRIOS são aqueles nos quais a Administração Pública tem liberdade
de ação. É ela que escolhe seu mérito, seu conteúdo, seus destinatários no momento de sua
conveniência e oportunidade e o modo de sua realização.
Ex: Permissões e autorizações.
Pode ser feita pela própria ADMINISTRAÇÃO através do controle de legalidade pautado no poder
de autotutela do Estado. É uma justiça interna, exercida para a defesa da instituição e da legalidade de
seus atos.
Também pode ser feita pelo PODER JUDICIÁRIO, através do controle de legalidade, DESDE QUE
haja provocação, ou seja, desde que sejam levados à sua apreciação pelos meios processuais cabíveis.
Aqui não existe a autotutela, pois o ato está sendo anulado por outro Poder.
IMPORTANTE
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
O princípio da motivação impõe à Administração Pública o dever de indicar os pressupostos de fato e
de direito que determinaram a prática do ato administrativo. Assim, a validade do ato administrativo está
condicionada à apresentação por escrito dos fundamentos que justifiquem a decisão adotada.
Para simplificar o entendimento sobre o princípio da motivação é interessante que o candidato troque a
palavra motivação por justificativa. Pense que toda vez que a Administração Pública precisar praticar
algum ato administrativo ela precisa, via de regra, justificar para a sociedade e para quem de direito os
motivos pelos quais a mesma está tomando aquela devida atitude. Lembrando que, apesar desse princípio
não estar expresso na Constituição Federal, o mesmo se encontra positivado na lei 9.784/99.
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos
jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais;
Tal princípio é na verdade um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões
da Administração Pública.
➢ MOTIVAÇÃO DISPENSADA
É importante saber que a maioria dos atos administrativos ao serem praticados deverão obedecer a
necessidade de motivação, pois ela integra a forma do ato. A lei 9.784/99 em seu artigo 50 afirma que
os atos ao serem praticados deverão ser motivados, porém o nosso ordenamento jurídico dispensa essa
motivação em alguns atos como, por exemplo, quando estamos diante das nomeações e exonerações
dos CARGOS COMISSIONADOS.
Por isso qualquer afirmativa de prova que disser que TODOS os atos serão motivados estará
consequentemente ERRADA por conta dessa exceção.
Portanto, partindo da premissa de que não preciso motivar a nomeação nem a exoneração de alguém
para um cargo comissionado, fico à vontade para motivá-la caso queira sabendo que, caso minha
motivação seja falsa, fará com que essa nomeação ou exoneração seja nula, impossível de ser
convalidada por consequência da TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES.
➢ EXEMPLO: Quando um agente público aplica uma pena ao particular de uma maneira não
razoável ao caso concreto que se encontra em seu estabelecimento comercial.
IMPORTANTE!
Uma observação muito importante é que quanto AO REGRAMENTO poderá ser vinculado ou
discricionário, como já estudamos nos atos vinculados não há margem de escolha, portanto a
razoabilidade será um requisito intrínseco dos atos discricionários, pois é neles que o agente poderá
escolher a melhor decisão ao caso concreto.
Então, ainda que esteja diante de um ato discricionário, o administrador deverá selecionar a opção mais
vantajosa à satisfação do interesse público, ou seja, o princípio da razoabilidade é um dos limitadores
da discricionariedade administrativa.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Segundo a doutrina dominante, a proporcionalidade é um aspecto da razoabilidade, esse princípio está
voltado à aferição DA JUSTA MEDIDA da reação administrativa diante da situação concreta, ou seja,
constitui vedação de excessos no exercício da função administrativa tanto no âmbito interno quanto no
âmbito externo.
Podemos afirmar que deve haver uma ADEQUAÇÃO ENTRE OS MEIOS E OS FINS, sendo vedado
a adoção de medidas superiores ao que for estritamente necessário ao interesse público.
Para finalizar o estudo sobre esse princípio, vale a pena apresentar o entendimento do Supremo Tribunal
Federal no julgamento do RE 466.343-1 que afirmou que a proporcionalidade se subdivide em três
subprincípios:
➢ ADEQUAÇÃO: (análise do meio empregado)
A segurança jurídica tem muita relação com a ideia de respeito à boa-fé nas relações jurídicas, por conta
disso sua finalidade é proporcionar segurança e estabilidade no convívio social.
Assim, ele constitui um elemento conservador posto na ordem normativa com o objetivo de evitar que
as pessoas sejam surpreendidas por modificações do direito positivo ou na conduta do Estado, mesmo
quando manifestadas em atos ilegais.
Na maioria das vezes que esse princípio é cobrado em provas de concurso, o principal alvo das bancas
é a exigência do conhecimento do artigo 2º; parágrafo único; XIII da lei 9.784/99 que diz:
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, VEDADA aplicação retroativa de nova interpretação.
ATENÇÃO!
NÃO existe proibição para a Administração Pública realizar alterações de suas normas e interpretações,
o que é vedado é a aplicação retroativa dessas interpretações.
A lição da professora Maria Silvia Zanella di Pietro (participante da Comissão de juristas que elaborou
o anteprojeto de que resultou na edição da lei 9.784/99) faz a seguinte observação sobre esse princípio:
“O princípio se justifica pelo fato de ser comum, na esfera administrativa, haver mudança de
interpretação de determinadas normas legais, com a consequente mudança de orientação, em caráter
normativo, afetando situações já reconhecidas e consolidadas na vigência de orientação anterior. Essa
possibilidade de mudança de orientação é inevitável, porém gera insegurança jurídica, pois os
É com base nesse princípio que frequentemente os tribunais superiores vêm mantendo os efeitos de um
ato ainda que este seja ilegal, isso ocorre para respeitar à boa-fé depositada pelos particulares em
relação às atuações estatais.
Em suma, o aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica analisa a visão dos particulares, os
quais não poderão ser prejudicados por novas interpretações administrativas.
“II – A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o
TCU assegure a ampla defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo de legalidade
exercido pela Corte de Contas, para registro de aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco
anos, sob pena de ofensa AO PRINCÍPIO DA CONFIANÇA – face subjetiva do princípio da
segurança jurídica. Precedentes.
III – Nesses casos, conforme o entendimento fixado no presente julgado, o prazo de 5 (cinco) anos deve
ser contado a partir da data de chegada ao TCU do processo administrativo de aposentadoria ou
pensão encaminhado pelo órgão de origem para julgamento da legalidade do ato concessivo de
aposentadoria ou pensão e posterior registro pela Corte de Contas”
1- Dos princípios que regem a administração pública, aquele que tem como base a exigência da ampla
divulgação dos atos praticados denomina-se:
A) impessoalidade
B) especialidade
C) publicidade
D) legalidade
2- Na Administração Pública, quando um órgão público está subordinado a outro órgão público, o
controle exercido pelo órgão superior em relação ao que está subordinado chama-se:
A) autotutela.
B) controle finalístico.
C) tutela administrativa.
D) supervisão ministerial.
A) finalidade
B) legalidade
C) moralidade
D) razoabilidade
Gabarito:
1- C / 2- A / 3- D