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revista de ensino de fisica vol. 8 n@1 jun/1986 MEDIDA DE CAPACITANCIA POR MEIO DE CARGAS E DESCARGAS PERIODICAS* ROBERTO HESSEL e ANTONIO J. BUCALON Departamento de Fisica, Instituto de Geociéncias e Ciencias Exatas, UNESP, Rio Claro RESUMO Um mét simples para medir capacitancia consiste em repe- tir, a uma freqiéncia suficientemente alta, a operagao de carregar um capacitor e descarrega-lo através de um medidor de corrente, usan do para isso um comutador apropriado. Tal procedimento permite re~ lacionar capacitancia com frequéncia de comutagao, diferenca de po- tencial e corrente ou entdo capacitancia com frequéncia e resisten- cia. Esse método, conhecido desde o fim do século, foi adotado tan to pelos autores do projeto PSSC quanto por aqueles do projeto Nuffield para medir capacitance A finalidade deste trabalho é descrever uma montagem seme- Ihante aquelas utilizadas nesses projetos e depois, a titulo de apli cacao, mostrar como podemos utiliza-la para medir a permissividade do vacuo a menos de 2%. 1, INTRODUCAO Dentre os diversos métodos disponiveis para medir capacitan cia, existe um que usa a técnica de carregar répida e regularmente um capacitor e descarrega-lo através de um medidor de corrente. Es sa operacao € feita por meio de um dispositivo comutator apropriado. Na montagem esquematizada na Figura 1 0 capacitor de capacitancia C é carregado a uma diferenga de potencial V, quando a chave esta na posicgao p, e descarregado através de um medidor de corrente D.C. (M) quando esta na posicao q. Se essa seqiiéncia de operacces for feita a uma freqiiéncia (f) suficientemente alta, o ponteiro do medidor so frera uma deflexao constante, indicando consequentemente uma corren te média |. Seja Q a carga armazenada pelo capacitor em cada operac Como 1 € numericamente igual 4 carga que passa através do medidor em cada segundo, (agate Qelpes. a) *Trabatho financiado pela Comissao de Projetos Especiais da UNESP. v c Figura 1 - Arranjo experimental para medir capacitancia. Mas como Q «Cv, resulta, tambem, I=sfCV, ou ue at (2) Ws Desta manelra, a capacitancia pode ser obtida através de leituras num voltimetro ¢ num medidor de corrente e da medida da freqiéncia de comutagao. A montagem deserita é simples o bastante para motivar, a at vel de 29 ou 39 grau, a realizagéo de priticas de laboratério que crvolvam medidas de capaciténcia. Ela tem sido empregada, por exen Plo, nos projeros pssc\') o wurticld 2), ambos a utilizen para in- Froduzir 0 conceito de capacitancia ou para estudar associagées de capacitores. 0 projeto Nuffield, num contexto mais avancado, tan- bém a utiliza para determinar a permissividade do vicuo ou para os tudar as propriedades de capacitores de places paralelas. 2, 0 DISPOSITIVO COMUTADOR CATSPOSTTIVO COMUTADOR A peca fundamental na montagem que acabamos de descrever o éIspositive comutador ¢ © ponto erftico no seu projeto € a dura- $40 do contato. Isto porque devemos ter garantia de que o capaci tor esta sendo carregado ou descarregado completamente durante cada Operacao do comutador. Varlos modelos de comutadores ja foram testados (3), os mais recentes sao feitos com transistores(*) oy com uma lamina vibrante encapsulada >). 9 pssc, em particular, utiliza um comutador cons- truldo sobre o eixo de um pequeno motor elétrico alimentado por pi- thas de telefone. A Freqiiéncia de rotagdo do motor, que pode variar 10 em fungao do numero de pilhas empregado para alimenta-lo, é& medida por meio de um estroboscépio. Ja o Nuffield utiliza uma lamina vi- brante encapsulada, conhecida como chave de lamina de polo duplo, que consiste numa capsula de vidro (Figura 2b) contendo em seu inte rior trés laminas, das quais duas, per, sao de material ferromag nético. Um dos contatos & normalmente fechado ¢ o outro sd se fecha quando a capsula esta imersa num campo magnético. A comutacao é fei ta colocando e a capsula no Interior de uma bobina ligada em série com um diodo ¢ uma fonte de corrente alternada (Variac ou gerador de audio). Quando um pulso de corrente suficientemente intenso atra vessa a bobine, as laminas re p magnetizam-se, atraemse e pi =se em contato; quando o diodo bloqueia o pulso, elas se desmagneti zame fr. torna a juntar-se rapidamente com g. Desde que a freqié, cia de pulsos nao exceda o limite estabelecido pelo fabricante (até 900 hertz para alguns modelos), os contatos abrir-se-ao e fechar-se -So na mesma frequéncia da fonte de alimentacao. Figura 2 - Chaves de lamina. a) Chave simples. b) Chave de polo duplo. 3. DESCRICAO DA NOSSA_MONTAGEM 3.1, 0 DISPOSITIVO COMUTADOR Depois de termos trabalhado por alguns anos tanto com a mon tagem do PSSC quanto com a do Nuffield decidimos criar 0 nosso pro- prio dispositive comutador (Figura 3). Ele consta de uma chave de lamina de polo duplo, um pequeno [ma na forma de um U e uma "héli- ce plana" de varias pas de material ferromagnético (Figura 4), como por exemplo chapa de aco zincada, usada na confeccao de calhas (d qui para frente ela sera designada simplesmente de hélice para sim- plificar a linguagem). A hélice & fixada no eixo de um pequeno mo- tor A.C. (motor de indug’o monofasico de polo sombreado), cuja rota- do se mantém razoavelmente constante mesmo quando a tensado que Ihe & aplicada varia (para uma tensio abaixo de um certo valor o motor simplesmente deixa de girar). Figura 3 - Dispositivo comutador. Figura 4 - uma ' lice plana" de seis pas, 12 Enquanto uma das pas da hélice se interpoe entre o ima e a chave, gq © F permanecem em sua posigao normal, isto é, em conta- to, pois a pa atua como uma blindagem para o campo magnético (as li. nhas de fluxo magnético seguem, preferencialmente, pela pa). Quan- do é um Interstfcio que se interpde, pe r & que estardo em con- tato pois agora elas sao magnetizadas uma vez que a blindagem deixa de existir. Se a hélice tiver n pas e€ 0 eixo do motor girar a uma freqiéncia $, a freqiéncia de comutacao (f) sera dada por f= pniéx 3 @) Nosso motor gira a uma freqiiéncia de 29,0 hertz © nossas hélices tém um nimero de pas que varia de 2 a 12. Conseqiientemente podemos ope rar com freqiéncias de comutagao na faixa de 58,0 a 348 hertz. Os resultados mostrados nas Figuras 5 ¢ 6 ilustram o desem- penho da montagem proposta. Para obter os dados da Figura 5 utili- zamos um miliamperfmetro de fundo de escala 1 mA, 1 pilha de 1,5 volts, um capacitor de poliester de 1 microfarad (10%) e hélices de 2, 3, 4, 6, Be 12 pas. A carga armazenada pelo capacitor, dada pela in- clinagdo da reta, € a mesma quer usemos a hélice de 2 ou ade 12 pas. 05 (1 pitho ) of T(ma) of ° 100 200 300 400 f (hertz) Figura 5 - A corrente em fungao da freqiéncia de comutacao. 3 (42 pas) 6 of > 3 2 ° ° 1 2 3 4 8 6 (ne pilhos ) Figura 6 - Aquantidade de carga armazenada pelo capacitor em fun- cio da diferenca de potencial aplicada (numero de pi thas em série). Isto nos mostra que a duragao dos contatos, que @ funcio da freqién cia de rotacao do motor e da largura das pas (ou dos ntersticios) foi suficlente para que o capacitor se carregasse ou se descarregas se completamente durante cada operagao do comutador. Para obter 03 dados da Figura 6 trabalhamos com uma hélice de 12 pas, um capaci- tor de poliester de 1 microfarad (£103), diversas pilhas de 1,5 volts ¢ um miliamperfmetro de fundo de escala de 10mA, Esta experiéncia, em particular, € utilizada pelo PSSC para introduzir o conceito de capacitancia. 3.2, TECNICA PARA HEDIR A FREQUENCTA Para medir a freqi@ncia de rotagao do motor usamos uma cha- ve simples de laminas (Figura 2a), um fm3 e um marcador de tempo, do 6) descrito num trabalho anterior‘), © na outra extremi mesmo tipo j dade do eixo do motor instalamos uma hélice de duas pas (Figura 7). Quando uma das pas esta entre o Ima e a chave, o circuito esta aber to, em caso contrario esta fechado. Assim, a cada rotagao do motor o circuito fecha duas vezes e o marcador registra dois pontos na fi ta, Contando o numero de pontos que séo registrados pelo marcador 1h durante um certo intervalo de tempo At (medido com um cronémetro), podemos determinar a freqiéncia de rotagio ($) do motor pela relacao gi tide. potas py (W) DETALHE ‘a Figura 7 - Arranjo experimental para medir frequéncia. 0 detalhe 'A‘ mostra como podemos evitar o faiscamento durante a aber- tura da chave. 4. MEDIDA DA PERNISSIVIDADE DO VACUO A permissividade do vacuo pode ser determinada a partir da capacitancia de um capacitor de dimensdes conhecidas. és escolhe~ mos um capacitor de placas paralelas, cuja capacitancia, ignorando 0 efeito de borda € dada por coe SA, (5) onde A € a area de cada placa, d a distancia entre elas e co a permissividade do vacuo. Em principio, 0 isolante entre as placas deveria ser o vacuo, mas na pratica podemos usar o proprio ar a me- 15 nos que se pretenda fazer uma medida com extrema preciso. Este pro cedimento se justifica porque a permissividade relativa do ar, nas condigées normais de temperatura e pressao, @ Igual a 1,0005. Para construir as placas do capacitor nds colamos, com cola para férmica, chapas quadradas de aco zincado, de 0,4mm de espessu rae area aproximada de 0,25 m?, sobre placas de madeira aglomerada de 3/4 de polegada de espessura. Durante a secagem os conjuntos fo ram mantidos sob uma prensa por algumas horas. Para formar o capacitor montamos as placas, por convenién- cia, na posicao horizontal. A placa superior repousa sobre nove pe quenos espacadores (com area de 10 mm?) de material isolante, como acrflico ou vinil, depositados em cima da inferior. € para que fi- que bem assentada sobre os espagadores alguns pesos foram colocados sobre ela. A tensao aplicada no capacitor fol fornecida por trés pilhas secas de 22,5 volts ligadas em série e a freqiéncia de comutacao es colhida foi a de 348 hertz. Como medidor D.C. utilizamos um microam perfmetro com fundo de escala de 50 microamperes. A capacitancia pode ser determinada pela eq. (2), mas isso nio conduz a um resultado muito satisfatério quando queremos mais pre cisdo, pois é diffcil medir a corrente ¢ a tensao com tanta preci- 30 quanto podemos medir a freqiéncia de comutacao. Mas ha um arti. ficio'7), conhecido como principio da substituigao, que se encontra Justificado no apéndice e cuja aplicagdo permite melhorar sensivelmen te a medida, Esse artificio consiste em desligar 0 comutador @ in- serir entre os pontos p e q do circuito da Figura | um resistor var el de preciso, que devera ser ajustado de tal forma a fazer o microamperfmetro Indicar a mesma corrente que era indicada quando o comutador estava ligado. (Como resistor variavel empregamos al- guns resistores de 1 megaohm com tolerancia de 1%, facilmente encon trados no mercado, e mais uma caixa de resistores de preciso, liga dos em série.) Com isso a eq. (2) assume a forma i C- -: (6) Deste modo podemos obter C. com umerro em torno de 1%, pois a fre qui menos de 1%. cia de comutacgao @ conhecida a menos de 0,5% © a resisténcia a A capacitancia que desejamos medir € aquela entre as pla cas. Entretanto existem, inevitavelmente, capacitancias parasitas - por exemplo, a capacitancia entre as placas e os fios de ligacao. Além d capacitancias parasitas temos que considerar o efeito da 16 borda. Quando se deduz a férmula (5), supde-se que o campo elétri- co & uniforme no espaco entre as placas e cai bruscamento a zero fo ra dele, o que, obviamente, ni € verdade, 0 campo elétrico diminul gradualmente quando nos aproximamos das bordas das placas e conti- nua nio-nulo fora da regido entre elas. Como resultado, a capacitan cia medida sera maior que a prevista. Isto significa que devemos corrigir a area A antes de leva-la para a eq. (5). Ha muitas ex- pressSes que permitom fazer-essa correcéo. Segundo’ Bohn), por e- xemplo, a correcao pode ser feita acrescentando ao lado do quadrado a quantidade a Xn Be (se £>> 4), (7) onde dé a distancia entre as placas e £ © comprimento do lado do quadrado. €ntdo a area corrigida podera ser escrita como Aw (Crd)? = 0? 420.00 = 0? +S en EE Levando esse resultado para a eq. (5) resulta: 2 c= SH, Set [en ane + tn Hl 5 (8) Nessa expresso, a 1? parcela entre os colchetes nao depende de d, ao contrario da 2% que depende mas varia lentamente com ele, devido presenca do logaritmo. Se escolhermos, por exemplo, espacgadores 5 a 5mm, a capacitancia associada ao com espessuras que vao de efeito de borda e dada pelo 29 termo do 29 membro da expressao (8) variara de 11 a 9pF, ao passo que eel*/d variard de 1500 2500 pF, aproximadamente. Isto significa que a variagao da capacitancia as- sociada ao efeito de borda (C,) sera de 2/1000 com relagao & varia- imperceptivel cio da capacitancia sem a correcdo. Esta variagao num grafico de C em fun d. Além da capacitancia associada ao @feito de borda existem as capacitancias parasitas (c,) que es- tao em paralelo com a capacitancia das placas e s30 independentes de d. Oesta forma podemos escrever : c+ Stee onde a correcio Co = C,+C, € praticamente constante, desde que C, independe de de C, varia lentamente com d, se £>>d. Es 7 sa andlise nos sugere um método para eliminar a influéncia, nao so da capaci ncia associada ao efeito de borda como das capacital parasitas, sobre o valor extrafdo para a permissividade. Basta dir a capacitancia para varios espagamentos e levantar um gra de C versus 1/d, que deverd resultar numa reta. A intersec¢ao com o eixo de C daréo valor Cy e a inclinagao sera igual a egh. A Figura 8 ilustra um resultado t{pico. A espessura dos espacadores uti lizados variou de 1,60 a 5,92 mm e a drea de cada placa mediu 0,2515 m?. 1600 1200 C( pF) 8 400. ° oz of 6 a-"( mm) Figura 8 - Variacao da capacitancia com o inverso da separacao en- tre as placas. A permissi dade do vacuo, obtida da inclinacao da reta,resulta iqal a 8,9x107**F/m. Depois de repetir o experimento por mais de uma vez, podemos garantir esse resultado a menos de 0,1x10°? F/m, de modo que o valor de €s determinado pela nossa montagem resulta igual a a2 (8,9+0,1) x 10°'? F/m 5, DISCUSSAO FINAL 0 método para medida de capacitancia que utilizamos é desig (9) nado por alguns!) como "Método de Fleming e Clinton", emboraa con 18 tribuigao deles, como eles mesmo afirmam no seu trabalho!) gacado de 1903, tenha se limitado & construcao de uma chave rotativa que fosse satisfatéria do ponto de vista pritico. Segundo Rosa e Oor- sey!''), 4 matodo ja havia sido empregado em 1881. Esse método é, ainda, uma variagio de um outro conhecido co mo "Ponte D.C. de Maxwell com Dispositivo Comutador" que @ utiliza- (2). Rosa e Dorsey se propuseram a fazer, em 1907, uma nova determinagao a3), do para medir capacitancia com grande precisao Alias, quando da permissividade do vacuo a partir de medidas de capacitancia que se tornou um exemplo classico de trabalho experimental de preci sao!) 5 montagen iescolhids como s melhor, depols ‘de uma andilse cuidadosa''5), foi a ponte de Maxwell. Essa ponte, entretanto, & mais diffcil de ser utilizada num laboratério didatico que a monta- gem de Fleming e Clinton. Tanto 0 método de Maxwell quanto o de Fleming e Clinton tém suas limitagdes. Em principio eles se prestam para determinagao ab (18) ge capacita ou para medir capacitancias de capacito- soluta res com baixo fator de dissipagao, tais como os de ar, de mica ou daqueles construfdos com filmes plasticos metalizados, com por exem plo o poliestireno ou poliester, Além disso, eles podem também ser indlcados para medir fragiancis de rotacso!! 7), No passado, a maior dificuldade do método sempre esteve as- sociada a0 dispositivo comutador. Na montagem proposta no PSSC es- sa dificuldade ainda permanece j que 0 contato é do tipo escova a- tritando com eixo de motor. A utilizaca’o da chave de lamina encap- sulada, da forma como o faz o projeto Nuffield, resolve o problema mas nos obriga a usar um gerador de audio, se quisermos trabalhar com varias freqiéncias. Por sua vez, o dispositivo comutador que proje tamos elimina o uso do gerador de audio, garante um contato seguro (j4 que também usamos a chave de laminas encapsulada) e permite e- xercer controle sobre a duragao do contato de forma simples e coémo- da, desde que esta duragao & proporcional apenas @ largura das pas (ou intersticios), se a rotacdo do motor & constante. Além disso, com a montagem proposta, o motor trabalha de forma praticamente li- vre (sem esforgo), 0 que garante uma freqiéncia de rotagdo bastante estavel. Com relagao a experiéncia para determinar a permissividade do vacuo, poderfamos ter trabalhado com ane! de guarda para eliminar © problema causado pelo efeito de borda. Embora Isso seja possivel ™), aa Ise que fizemos nos mostra que obterfamos um resultado me Ihor por isso, de modo que a utilizacao do ane! de guarda complica- ria desnecessariamente a montagem proposta (6 claro que a situacao seria diferente se pretendéssemos medir a permissividade do v uo 19 com uma tolerancia da ordem de 0,12). Finalmente, a idéia de variar a fregiiéncia de comutacao, ma tendo a rotagao do motor e utilizando hélices intercambiaveis, com diferentes nameros de pas, facilita o trabalho do aluno ja que bas- ta medir a freqiéncia uma dnica vez. E isto ele pode fazer, com a técnica descrita, de forma direta e precisa, no sentido de que medi das com tolerancia de 0,5% sao facilmente conseguidas. Além do mais, adotando essa idéia, podemos escolher um motor de rotagao baixa, cu ja freqiiéncia pode ser medida com técnicas relativamente simples, co mo por exemplo, a que propusemos (0 nosso marcador responde bem até a uma freqiéncia em torno de 80 hertz). (CPE) da UNESP pela ajuda financeira recebida e ao Sr. Vitor H. Zumpano pelas con- Agradecemos Comissao de Projetos Especi tribuigées de ordem técnica. Agradecemos, também, aos professores Alfredo P.N.R. Galeado, Fernando D. Prado e Rene A.M. Alfaro, quer pe las discussdes que mantiveram conosco, em diferentes fases do proje to, quer pela leitura do manuscrito. APENDICE* A seguir damos uma explicacao bastante idealizada da respos ta de um microamperimetro a uma excitacao periddica de pulsos de cor rente e também uma justificativa da validade do método da substitui cao. Em primeiro lugar vamos supor que as descargas do capacitor através do microamperimetro possam ser consideradas como uma série de pulsos de corrente de curtfssima duragao, mas de modo que a area abaixo de cada pulso seja igual & carga do capacitor. £m outras pa lavras: teat Qa - ide! , deo . (a) t Suponhamos, ainda, que a resposta do microamperfmetro a ca- da excitagao seja da forma Bede wes ee8l Ths (2a) Mas deduces apresentadas neste apéndice goram desemoluidas pelo pros. René A.M. A€§aro, UNESP, Rio Claro. 20 onde 6(t) € a deflexao do ponteiro em fungao do tempo, sua de flexdo maxima imediatamente apds o pulso e t © tempo caracterfsti co que di uma medida do tempo necessario para que o microamper{me- tro se recupere da excita Finalmente, facamos a hipétese de que a amplitude maxima, 6,, proporcional & area abaixo do pulso excitador, ou seja, que 5, = = aQ, onde a € uma constante caracterfstica do medidor em questa. Quando oumedidor & submetido a uma série de excitacdes,a res posta, num determinado momento, sera a soma das respostas a cada ex acgao individual conforme ela esteja evoluindo naquele momento. Es ta é a base da teoria da resposta linear. A Figura 9 mostra uma su cessao de excitagoes e a resposta a cada excitacao. Por exemplo, no instante tj, tomado no intervalo nT < tj < (n+1)T, a resposta observada sera a soma das amplitudes de cada excitacao nesse instante. (a) Figura 9 - a) Sucessio de excitacdes. b) Resposta a cada excitacao. Assim 2 Fazendo t! = nT+t © rearranjando os termos, resulta psa Breve vena ANing hens ae errs] i (a) onde as parcelas entre os colchetes formam uma série geométrica de razao e7'/T <1. 0 estado estacionario, alcangado quando n+", sera dado entao por S(t) = 8 . a6 SEF fey (4a) Se a freqiéncia de excitagao @ tal que T << t, a eq. (4a) pode ser substitulda pela expressao = 4 om S(t) z= 16 Ff. (-2) c 0 sor Cary onde fel/T & a freqi@ncia de excitagdo. 0 valor médio da defle- T S(t) dt sera, entao, Se 15 f. (1-3) ow xao dado por B= + o B= (at) f.a , (Sa) se levarmos em conta a hipotese feita de que 6 =aQ e 1 >> T/2r. Este resultado explica o grafico da Figura 5. Ele evidencia, tam- bém, a importancia do papel representado pela inércia do ponteiro, pois a relagao (Sa) so é valida se T << Tt. Para entendermos o método da substitui¢ao devemos encontrar a resposta do microamperfmetro a uma excitacao constante, como a que esta mostrada na Figura 10. Una excitacdo desse tipo pode ser considerada como uma combinagio de pequenos pulsos de corrente que se sucedem continuamente. Figura 10 Uma excitacgao constante. 7 A Figura 10 mostra um desses pulsos acontecendo no instante t'. A resposta do microamperimetro a esse pulso sera dada por rot! dé = ae * ag onde dQ = Iodt'. Disto segue que © valor dessa expressdo para t,*-®, que corresponde ao estado es tacionario, € entao 6 = Ibat . (6a) Suponhamos agora que se ajuste Io de modo que a deflexao sofrida pelo ponteiro seja a mesma que havia sofrido quando pelo me didor passou uma sucessao de excitagdes. Entao de (6a) e (5a), re- sulta Ipat = atQf ou le = f.Q = fF.cv. (7a) Has no caso da método da substituicgao, como vimos, o ajuste de ty se dava pela variago de uma resisténcia R inserida entre os pon- tos pe g do circuito da Figura 1, de modo que 19 =V/R. Com- parando este resultado com a expressdo (7a), obtemos finalmente, que onde pretendiamos chegar. REFERENCIAS (1) PSSC, Fisica: Guia del Laboratorio, 3? ed., Barcelona, Editorial Reverté, S.A., 1973. Expe 8s. (2) a) Nuffield Advanced Science, Physics: Students’ Laboratory Book, England, Penguin Books, 1972, p. 17-9, 59-61 e 99-100. b) Nuffield Advanced Science, Physics: Teachers Guide - Unit 3, ento 39, Field and Potential, England, Penguin Books, 1971, p. 22-4, 28-9 © 32. 23 c) Nuffield Advanced Science, Physics: Teachers’ Handbook, England, Penguin Books, 1971, p. 175. (3) J.A. Fleming & W.C. Clinton,"On the Measurement of Small Capacities and Inductances", Phil. Mag. S.6, 5(29), 493-511, 1903, (4) R.G. Martin, "An Electronic ‘Reed Switch'", S.S.R., 62(218), 117-8, 1980. (5) a) G.A.G. Bennet, "Electricity and Modern Physics", 2? ed., Lon don, Edward Arnold, 1981, p. 167-8. b) Ver ref. 2a. (6) R. Hessel, "Descrigao e Uso de um Aparelho para o Estudo da Di- namica da Rotagdo", Rev. Ens. Fis. 5(2), 21-32, 1983. (7) Advanced Undergraduate Laboratory Experiments in Physics, Lloyd W. Taylor Manual, Massachusetts, Addison-Wesley, 1961, p. 332. (8) E.V. Bohn, “Introduction to Electromagnetic Field and Waves", Massachusetts, Addison-Wesley Publishing Company, 1968, p. 131. (9) a) Ver ref. 7,p. 331. b) D.S. Ainslie, "Motor-Driven Vibrator Units for the Measurement of Capacitance", Am. J. Phys. 20, 52-3, 1952. (10) Ver ref. 3. (11) E.B. Rosa & N.E. Dorsey, "A Comparison of the Various Methods of Determining the Ratio of Electromagnetic to the Electrostatic of Electricity", Bulletin N.B.S. 3(4), 605-22, 1907. (12) BLM. Stout, “Curso Basico de Medidas Elétricas", Tradugao de A. B. de Lima, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Cientifics, 1975, Vol. 2, p. 273-4. (13) E.B. Rosa & N.E. Dorsey, "A New Determination of ratio of the Electromagnetic to Electrostatic Unit of Electricity", Bulletin N.B.S. 3(3,4), 433-604, 1907. i (1h) E.R. Cohen et al., "The Fundamental Constants of Physics", New York, Interscience Publishers, Inc., 1957, p. 112. (5) Ver, ref. 11. (16) Para a defini¢gao do que vem a ser uma medida absoluta, ver ref. 7, p. 327. (17) D.M. Considine (ed.), "Process Instruments and Controls Handbook'', 22 ed., New York, McGraw-Hill Book Company, 1974, Secao 9-48, (18) Ver ref. 7, p. 332. ah

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