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COCOCCOCOCCOCCCCCOCCCCCOCCCOCCCCECCCECCECEECCECECECECCECCETEEE pdvdvDdDdI”D pdr” PPOPDPP POPPI DD PvP PRD DDD pdv>rod CAAP APROPOSTA DOS PROGRAMAS AUTOGESTIONARIOS HABITACIONAIS. © CENTRO DE ASSESORIA A AUTOGESTAO POPULAR - CAAP 6 uma entidade, constituida nos moldes de uma Organizagéo Nao- Governamental (ONG), ‘destinada a dar sustentagao técnica e politica a iniciativas de comunidades de baixa renda no campo da autogestéo em habitagao, desenvolvimento urbano, economia, informatica e educagao popular. 0 eixo central de atuagao do CAAP e o sentido de sua existencia é transformar comunidades socialmente marginalizadas, em sujeitos ativos © auténomos na resolugo de seus problemas basicos de moradia , bem como o de propiciar 0 desenvolvimento humano dos individuos através de projetos sécio-educativos. A viabilizago dos programas habitacionais junto as comunidades 6 possibilitada pelas gestoes desenvolvidas pelo CAAP para conseguir financiamento junto a varios érgos publicos, como a Caixa Economica Federal (CEF ), a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de Sao Paulo (CDHU), e das Prefeituras dos municipios onde residem as populagées beneficiadas. A filosofia dos Programas Autogestionérios Habitacionais é fundamentalmente 0 protagonismo da comunidade organizada que nuclea as familias que coletivamente irdo construir por mutirao, bem como gerir os recursos financeiros € morar posteriormente nas unidades habitacionais. Trés Agentes ou Atores participam do empreendimento colelivo, a saber: 1) 0 Agente Promotor ou Executor, que ¢ uma Associagao ou Cooperativa, que vai escolher ou reivindicar o terreno, discutir os Projetos com os técnicos, administrar todos os recursos ( materiais, humanos, técnicos, financeiros ) & organiza o convivio posterior das familias. 2) 0 Agente de Assessoria Técnica, constituido por uma equipe multidisciplinar de arquitelos, engenheiros, assistentes sociais e outros profissionais, que executa 08 projetos urbanisticos e arquileténico, acompanha as obras por mutirao e assessora no gerenciamento dos recursos. 3) 0 Agente Financciro @ de supervistio técnica que financia as edificages, a infra-estrutura urbana e 0 terreno ( em algurls casos ) e controla a execugao das obras. A linha do CAAP é obter esses financiamentos a nivel federal, estadual ou municipal. Em alguns projetos conseguimos a participagdo do governo municipal na execugdo da infra-estrutura urbana, sem énus para a populagao ou com redugdo dos custos. Nesse trabalho apresentamos todos os projetos habitacionais desenvolvidos pelo CAAP , bem como , as alividades sécio-educalivas promovidas junto as familias mutirantes que tem por objetivo primordial o resgate da cidadania no ambito dos direitos sociais, economicos e morais. yoo dDdID)D PPDPDPPDIPRD DD RIDD pa”. DPDPIPDPODPDDDDDID ee ee) INDICE © TRABALHO DA ASSESSORIA NA HABITAGAO POPULAR JORNAL DA ASHOKA LEONARDO PESSINA. ASPECTOS TECNICOS-SOCIAIS DA ASSESSORIA DO CAAP COM AS ASSOCIACOES PALESTRA DE ANA LUIZA DE LYRA VAZ NO SEMINARIO “MUTIRAO” DA ESCOLA POLITECNICA DA USP - SAO PAULO A QUESTAO HABITACIONAL NO CONTEXTO DA REGIAO METROPOLITANA DE SAO | PAULO - MARGO/97 CAAP - CENTRO DE ASSESSORIA A AUTOGESTAO POPULAR A DEMOCRACIA PELO MUTIRAO A AUTOGESTAO NOS PROGRAMAS HABITACIONAIS DA PREFEITURA DE SAO PAULO (1989-1992) REVISTA MUTAGOES SOCIAIS - LEONARDO PESSINA PATRIMONIO SOCIETAL E INTERVENGOES URBANAS CAAP - LIVRO EDICIONES SUR A EXPERIENCIA DA POLITICA HABITACIONAL URUGUAIA E A SUA INFLUENCIA NA EXPERIENCIA AUTOGESTIONARIA DE SAO PAULO LEONARDO PESSINA - PALESTRA NO SEMINARIO “MUTIRAO” DA ESCOLA POLITECNICA DA USP - SAO PAULO PPPDPPDPP PPP DAP DIP PDO IAI PIPPI PP DD DD DD DDD PPD PDPDIRDIID O TRABALHO DE ASSESSORIA NA HABITACAO POPULAR PPOPODIPPIPDPP IID ROA PDP PDPPDPDIDOIDPDPO DP PDIP PP IPO POPP DIDO DIDS O TRABALHO DE ASSESSORIA NA HABITACAO POPULAR O onjetivo deste antigo ¢ 0 de relatar meu trabalho no campo dx assessoria as comunidades organizadas para resolver sew problema habitucional, apoiado pelt Ashoka durante 4 anos trabalho Toi desenvolvido na regio metropolitana de Sao Paulo, mas tem uma raz profunda ma minha experiencia junto is Cooperativas Habitacionais por Ajuda Mutua no Urvguai A idéia a do trabalho é fortalecer as comunidades, os grupos humanos, através de um processo comunitirio, autogestionario, que resolva, por um lado, um problema social basic (no Caso 2 habitayo) e, a0 mesmo tempo, promova um crescimento politico-social do. grupo dos inuividuos. Esse processo tem que ser integral ¢ completo, comegando pela escola Wo terreno, pasando pela discussi0 do projet wbanistico © arquitet6nico, a construgio das unidudes habitacionais © — equipamentos comunitérios por mulirioe cominuando com a organizagao do convivio das farnilias © a8 propostas permanentes para melhorar a qualidade de vida e a condigio social das pessoas. Numa cooperativa habitucional ow assovingo de construclo comunitéria, pensa junto, se discute junto ey fundamentalmente, se trabalha junto para conseguir um objetivo. comum para o grupo e para cada uma dus fami Nesse processo de alguns anos, us pessoas vio se descubrindo a si imesinas, entendendo a bigica do poder, conhecendo as autoridates publica, mudando 0 comportamento, compreendendo sua situagio social, er amente dentro de uma experigneia diffeil, sacrificada, mas muito rica © esclarecedora. Juno 3s comunidades organizadas, trabatham as Equipes de Assessoria Técnica, integradas. por protissionais reas (arquitetos, condo politi ve diferentes engenheiros, —téenicos advogados), que prestam assessoria Genica integral a esses grupos, x partir de uma relago de confianga que ¢ fundamental para um trabatho do parceria como est. “As contribuigées dessas equipes assessoras ajudam a consiruir uma proposta mais sGlida, mais elaborada fe mais técnica para ser apresentada aos representantes do poder piiblico, que deverio viabilizar fundamentalmente o financiamento das unidades, a terra e a infra-estrutura do conjunto, Nesse campo, atua o Centro de Assessoria 1 Aulog Popular (CAA), ONG dedicad a assessoria de desenvolvimento urbano, habitagio, cducagio © economia popular, promovendo um trabalho pioneiro no Brasil através ut criagdo de instrumentos tenicos, juridicos & metodolégicos que conttibuem pari a methor organizagio da_popul [AS assoviagtes populares discutem © aprovam — seus estatutos, regulamentos de obras ¢ de convivéneia, organograma di obra, cronogramas fisico-finaneeiros & projetos. arquitetdaico-urbanisticos, baseudus em propostas que apresentadus pela nossa equipe nas diferentes instancias das associugies {assembléias, diretoria, comissiv de ‘obras ou outras comissdes especiticas). = As obras so totalmente geridas © executaihis pelas associagdes, ou Sef, clas se encarregam da orgunizagio dos taballos, contratagan de midiele- obra especializada, compra dos materiais © prestagao de contas & Agente Financeiro, atuando como agentes promotores de empreendimentos. Na regio meiropolitana de Sie Paulo, desenvolveu-se, na déeada de 80, um processo de experigncias pilote que foram demonstrando para as comunidades, 0 poder pablico & a opiniao piblica, que 0 caminho dos mutitdes autogestiondrios era uma das solugéics. para © problema habitacional da populagdo de baixa renda. Esse process culminow com a criagio do. programa “FUNAP'S Comunitirio” da Secretaria Municipal de Habitagdo ¢ Desenvolvimento Urbano de S30 Paulo que signifivou a implantagio de uma politica publica de estimulo € aulogestio. Hm dezembro de 92, desenvolviant se 85 convenios com Associagies Populares, construindo 11 ati unidades habitagionais em todas regides de Sdo Paulo, assessoradas por 25 entidades de assessoria tecnica © muitidiseiplinares, © Movimento de Habitagdo Ue Si Paulo, agrupado na Unitio Movimentos de Moradia, assumiu com forga a bandeira da autogestio ¢ ‘det um Salto EnorME Ho sew prograns politico de Tutus © reivindicagbes. levando & propasta as outras esfera de governo (Federal © Estadual) is mudangas politicas da ilimas eleigdes municipais, a propos: anitogestionaria deve continua avangando, agora enum patamar © a nivel nacional Apesat utr Teomarido R. Pessina Bernini fellow de Sito Paul Projet A Participagde Popularn Solugiiodo Problenia fabitacion. POPP PPDPP PDP PPD POPPA DP P PP DP DODD PPP PO DIA D DODO P PDI DDD DDID ASPECTOS TECNICOS SOCIAIS DA ASSESSORIA DO CAAP COM AS ASSOCIACOES > »dvd 0” ’ PDO DDD DDD pod dvDD ee) POD D DDD DDD Planejamento da Execucao - Aspectos Técnico-Sociais Assistente Social Ana Luiza de Lyra Vaz, membro fundador ¢ Coordenador de Educacio Popular do Centro de Assessoria a Autogestiio Popular - CAAP Apresentaremos nesse item 0 planejamento da execucko do trabalho do CAAP junto as Associacdes de Construcio Comunitiria tanto do aspecto fisico como social, porém, consideramos importante dizer qual € a nossa concepgio acerca da metodologia empregada ¢ também situar a discussio que se faz presente na praticn das assessorias téenicas que é a interdisciplinaridade no seio das equipes: 1) Concepeao: Partimos de um vi: entendendo que essa realidade ¢ dinamic: por isso mesmo exigindo de quem nela interv reflexio sobre o fazer. Na metodologia que utilizamos os momentos da pratica se interpenetram, exigindo dos técnicos uma postura de envolyimento e compromisso na acio que ¢ desenvolvida conjuntamente com a populacio. global da realidade para explicarmos a prati est4 em constante movimento, m uma postura de agio ¢ 2) Integragao da Area fisica e social ‘A abordagem dessa questi se di em funcio da discussie sobre a divisio social do trabalho no sistema capitalista, entre os que pensam e€ os que fazem", 0 que se reflete profundamente na pratica dos técnicos em geral. A formacio académica , de forma geral, reforea essa divisio na medida em que transmite os conhecimentos a partir de uma visio funcionalista da sociedade, que a explica em partes e mio como um todo. Essa ‘compartimentacio os técnicos trazem para a sa pritica, e por mais que, a partir de uma busca pessoal, aleancem uma visio critica e globalizante da realidade, ainda suas agdes se refletem de forma fragmentada. E, no nosso contexto, como a exigéncia da dimensio do trabalho recai muito mais sobre um produto conereto de carter tecnolégico, que é a construcio de casas, o técnico fisico tende a direcionar a sua pratica, quase que somente, para a consecucio desse fim, ea populacio, que também esta Voltada , num primeiro momento, apenas para esse aspecto, coloca seus anseios muito mais sobre o técnico fisico porque é ele que vai concretizar 0 seu objetivo. Nesse sentido, a formulaciio de uma metodologia de trabalho estabelecida em fungio do planejamento da acio social que os técnicos, no seu conjunto, irfo desempenhar € indispensivel para o controle e avaliacio constante desta priitica, Como também uma correta compreensiio sobre 0 significado dos instrumentos ¢ téenicas, que sio utilizados para o crescimento da consciéncia critica das pessoas, devem ser compartilhados desde 0 inicio do trabalho entre os té€nicos sociais € fisicos, para se apropriarem de seus conhecimentos miituos em funcio do objetivo mais geral que a Assessoria como um todo se coloca, resguardando-se as especificidades de cada um. 2, Fase de Pré-Obra 2.1 Objetivo 0 objetivo precipuo nessa fase, assumir o seu papel de pressio ju reivindicacées, aprofundando a diseu 0s aspectos (econdmicos, sociais, pol teabalho de mobilizagio tanto da populagio quanto da Equipe de Assesso ara a compra de terreno e construciio das casas. busca de financiamento p: 2.2 Atividades = Assessorar no processo buro- critico de regularizacio do estatuto; abertura conta ban- iu ro caixa; atas er t6rios; livro de presenca - Formagio de uma Comissio para escolha de terreno -Vistoria técnica dos terrenos - Estudo de aproveitamento do terreno (n’ de lotes,tipo de construcio etc) ~ Apresentagio dos terrenos ¢ estudo dos técnicos, formulando uma discussio sobre renda, cus- to do terreno, financiamento - Formagiio de uma Comissio de mulheres com vistas 4 discussio da participagao delas em todo 0 proceso do mutirio, e, discussio a respeito das questdes especificas de género e relagdes socinis. - Discussio sobre politica urbana, refor- ma agraria, andlise conjuntural = Orientagio e acompanhamento to- tal no proceso de negociacio de compra do terreno com proprie- tario particular ou com o governo geralmente de maior duragio, é levar 0 grupo a to ao poder iblico para aleancar suas sobre a politica habitacional em todos liticos etc) Essa fase se caracteriza pelo Instrumentos ¢ Técnicos Técnicas As.social ¢ sub-grupo ~ assembléia Engenheiro - visita em grupo Arquiteto Engenheiro = sistematizaciio de Arquiteto dados As. social Engenheiro ~ assembléi Arquiteto As. social - Feunides com As.social grupo especifico ~ encontros - exposicio As.social - sub-grupo Arquiteto = reunidio com As. social comissio -audiéncia ’ DPDDIDPDPPODP DDI PIO DDO DIDDIDIDDD >rvddD”D POOP D DDD DDD - Promover e participar das andiéneias de negociacées - Elaboragiio de projetos € propostas de financiamento para os orgios piiblicos e outras entidades financiadoras - Solicitacio de diretrizes para aprov do loteamento na Prefeitura (tamanho de ote, largura das ruas,declividade,recuo..) - Elaboragio da minuta do projeto de especifica para parcelamento do solo € autorizacio na cimara de vereadores pa- raa Pref. executar a infra-estrutura. = Acompanhamento da tramitagio da lei na Ciimara até a sua aprovacio -Aprovacao definitiva do projeto urbanistico-arquitetdnico pela ACC. - Entrada e acompanhamento na Prefeitura do projeto urbanistico arquiteténico até a aprovacio - Elaboragio do Projeto Urbanistico € arquiteténico ~ Discussio ¢ explicagaio detalhada com 0 grupo sobre projeto (Urbanizagio e casa) - Solicitacio de verba ao Governo Federal ¢ Estadual ( no caso que corresponda ) - Orcamento da Unidade Habitacional - Determinacio da contribuicio da mio de obra ( por mutirio ou por auto construgio ete) = contatos As. social Arquiteto - documentos As. social - relatorios Arquiteto -audiéneia Arquiteto Engenheiro -documentacio Arquiteto -relatérios -Reunifio Arquiteto Assemble Arquiteto = Reunifio em sub- AsSocial grupo -Audiéncia Arquiteto -Reunides -Projetos Arquiteto -Assembléia Geral Arquiteto -Reunides sub-grupo As. Social Engenheiro -Elaboragio de projetoAs.Social -Execugio de planilhas Arquiteto -Estudos especificos _ Arquiteto -Reunides Engenheiro >>> 3. Fase de Obra 3.1. OBJETIVO © objetivo nessa fase é sedimentar a auto-gestio comun mutirantes praticam os principios de solidariedade, unio, ajuda-mitua, que desde o inicio do trabalho sio estimulados. Essa fase exige um acompanhamento estreito dos técnicos que discutem a apropriagio da tecnologia pelos mutirantes, trocando e adaptando os conhecimientos mituos. Exige também um acompanhamento e avaliacio constante das comissées de trabalho. 3.2. ATIVIDADES Instrumentos € Técnicos técnicas - Estruturacio das comissdes de trabath -Treinamento As.Social contribuindo para a formulacao de -Estudo documentos Arquiteto propostas especificas a cada uma = Estabelecimento do cronograma da obra -Mapeamento Arquiteto ~ Acompanhamento e fiscalizagaio -Reunides com comisses Arquiteto permanente no canteiro de obras - Planejamento semanal com comis- -Reunides com comissbes Arquiteto ses de trabalho As.Social -Avaliagio mensal em cima do Arquiteto cronograma de obras = Preparacio da documentagio para -Avaliagio solicitagio da parcela financeira -Elaboragio de docu- mensal do érgio financiador (posi- mentos e planithas io do avanco da obra ; prestago de custos de contas: preparacio da vistoria técnica ) -Capacitagio permanente da mio de obra -Treinamento dos mutirantes Arquiteto -Avaliacio quinzenal com todos 0s associados _ -Assembléias sobre oandamento do trabalho e problemas -Reunides de grupos As.Social eventuais readaptando-se as pessoas as funcBes Arquiteto mais adequadas quando necessirio. ~ Aval - Orientar e acompanhar a comunidade -Projetos Associ nas suas reivindieacbes no Poder Documentos Pablico (transporte ; comércio 5 em sub-grupo escola: posto de satide, etc.) As.Soci -Dar continuidade ao trabalho junto sis mulheres observando € avaliando 0 crescimento individual frente a situacio de opressio e re- -Oficinas lacionamento familiar \¢fio do Processo -Pesquisa As.social Arquiteto 4) Dificuldades gerais em todo 0 processo de trabalho: 4.1 - Reproducao de valores, atitudes, comportamentos J-economico -politico encontramos Analisamos que no atual contexto séci dificuldades bem maiores de alcangarmos alguns dos objetivos ( cooperacio: jariedade: democracia: etc) que ora estabeleciamos. Isto porque sentimos quanto essa mesma populacio de baixa renda foi espolinda de seus direitos, totalmente despolitizada, ficando 4 margem dessa sociedade capitalista de consumo sem acesso a nenhum nivel de participagiio. Todos esses fatores foram e sio cada vez mais nefastos a0 trabalho sécio-educativo que realizamos. Torna-se muito dificil falarmos de solidariedade, igualdade, cooperacio quando 0s modelos dominantes que se apresentam esto forjados no engodo. na corrupsio, na esperteza, na impunidade. Os que roubam nao precisam trabalhar para ganhar um salirio de ‘ome, ¢ ainda se “saem bem”. E, como agravante de todo esse processo, € que essa mesma populacio reproduz esses valores, atitudes e comportamentos, e 0 nosso desafio é como reverté-los frente ao avanco do sistema neo-liberal, no curto espaco de tempo ‘em que se executa a obra ( em média 2 anos ). Nesse tempo procuramos organizar e conscientizar a populacko para uma pratica até entio inédita para eles, forjada em principios de autogestio, solidariedade, democracia, coletividade, decisées comuns, que no fazem parte de suas priticas anteriores, € . em geral, tendem a consideri-los ineficazes para oalcance do objetivo principal que é a construcio da moradia. Nas instancias de reunides, Assembléias, Comissdes de trabalho, Diretoria, Encontros, Seminirios etc, os mutirantes manifestam atitudes e comportamentos autoritirios, repressivos, discriminatérios. e também onde se estabelecem as posigdes de cada um numa determinada escala de hierarquia, quase sempre reproduzindo priticas anteriores vividas por eles em seus reduzidos espacos de participacio (escola; fabrica; sindicato; igreja etc. ): em que esse tipo de valores so exercidos e até mesmo assimilados_como positivos ¢ necessirios para o alcance de determinados objetivos ( como por exemplo na Fabrica em que consideram que se produz mais se houver chefes autoritai hierarquias bem definidas e com forte sistema de repressio para quem nio obedecer as regras. Esses siio modelos valores que a grande maioria dos ee) > >rv dD” > 5) Uma forma de favorecer o trabalho de formacio € a de aumentar a percentagem de mio de obra contratada, aliviando a carga hordria dos mutirantes ¢ a presenca direta dos técnicos na obra, dando maior espaco para a reflexao de uma acho edu Enfim .sio muitos os obstaculos com que nos deparamos para realizar um trabalho sécio-educativo de maior profundidade, sabemos que o total de mutirantes nio dominara todo 0 processo mas pelos menos temos que garantir espagos para que eles participem , entendam e decidam coletivamente. Conclusdes sobre 0 processo de trabalho em mutirio autogestionado = O processo da Autoges produgio das unidades habitacionais é ainda embrionario ¢ tropeca com dificuldades, derivadas das caracteristicas sociais € politicas do povo brasileiro ¢ das liderangas dos movimentos sociais . ‘A participagio ainda ¢ limitada no gerenciamento das obras, na administracio dos recursos, nas atividades mais intelectuais, que sio desenvolvidas maioria dos casos por um pequeno grupo de liderancas junto As Assessori téenicas. Porém. nas atividades de execuciio fi sas, a participacio € muito maior ¢ as formas de organizacio da producio sio ricas ¢ diversificadas. De qualquer forma 0 balanco é extremamente positivo. 0 processo de trabalho coletivo faz crescer os grupos € pessoas, a participacio tende a aumentar, a responsabilidade individual sobre o produto ( a casa e 0 bairro ) € cada vez maior. - Na medida em que o mutirante se organiza para resolver um problema social concreto, e, 0 vé solucionado de forma positiva, di a cle ¢ aos demais uma autoconfianca muito importante para abordar outros problemas sociais, tais como: emprego, satide, alimentacho, meio educacao, ete. A construcio comunitiria cria Iacos de solidariedade concretos entre os participantes que constituem 0 grupo, tornando-o mais apto para outras mudaneas sociais. - Por vezes nos impomos a idéia de alcancarmos grandes objetivos junto ao universo do grupo € nos frustramos por nio vé-los realizados, por isso repensamos 2 nossa atuacio ¢ reconsideramos que esses mesmos objetivos de cooperacio, solidariedade podem ser praticados com um grupo menor ( por exemplo a vivéncia das mulheres de se ajudarem mutuamente com os filhos; a socializagio do conhecimento dos especializados para outros ete.). Consideramos que o mais importante é as pessoas vivenciarem os valores para que fiquem mareados como uma pratica que leva A transformacio da visio individualista, fragmentada para a compreensio do todo.E, apontamos como, através de valores antes negados e desconhecidos o trabalho caminha com mais eficigncia ¢ harmonia. Os valores mudam quando se transforma a pritica, 0 papel da Assessoria seria 0 de problematizar os valores que ja existem para se enxergar outros. = © proceso de trabalho do mutirio se difere de outros modelos na sociedade, 0 fazer junto é por si sé educativo, ele se torna politizador na medida em que as pessoas entendam o mutirao como resultado de luta € organizagio da sociedade civil na conquista de seus direitos. Entendemos que esse ¢ um processo natural e positivo ao andamento do trabalho, 0 que tentamos evitar ¢ que a especializagio venha a se tornar wm instrumento de dominagao ao outro. Nesse sentido, apontamos durante todo 0 processo educative que fn especializagio & uma decorréncia da complexidade da nossa sociedade que transforma todas as diferencas em desigualdades: 0 que queremos ¢ acabar com as desigualdades ¢ nao com as diferencas; nio queremos acabar com a especializacio, mas sim discutir quais sio as vantagens na sociedade de ser especializado. Para amenizar essa questio, e, quando cabe dentro da estrutura da obra, partimos para a organizagio de grupos de traballio por setores geogrificos que sio variiveis de Reordo com as fases da obra, 0 que permite um rodizio de atividades em que se garantem uma grande maioria participando dos mais diversos trabalhos necessirios to mutirio. Tentamos romper com a compartimentagio das etapas de um processo produtivo, conhecida como Taylorismo ¢ que faz com que 0 trabalhador manual Conheca uma infima parte desse proceso, facilitando a dominagio dos que sabem mais. E, naturalmente durante 0 processo da obra, hii momentos em que se exige a presenca de especializados para ministrarem seus conhecimentos, socializando-os, ¢ com isso neelerando o trabalho da obra, e, em outros momentos buscando a participacio igual de todos para o desenvolvimento de tarefas especificas que necessitam de maior volume de mao de obra. ( que tentamos garantir é uma metodologia que contemple a discussio de todos esses aspectos durante a rotina concreta da obra, Em muitos casos, os Movimentos jd trazem pronto uma divisio daqueles que administram, que pensam a luta, que administram as financas, enfim que ditam as Tegras, ¢, aqucles que jé vem preparados apenas para executar a obra e que dificilmente penetram nas discussdes daqueles que dirigem ¢, por isso mesmo nio se sentem tio participantes e como conseqiiéncia tampouco responsiveis pelas decisdes. Mesmo com essas situngdes de hierarquia ja dadas € possivel estabelecer novas formas de relagio durante todo o proceso educativo. Anexo 2 © Regulamento de obra E um instrumento rico de discussie sobre todos os aspectos que levantamos anteriormente, principalmente no tocante aos valores. Ele deve ser abordado junto 20 grupo de mutirantes antes do inicio da obra com o objetivo de fazer o grupo definir as regras do jogo antes dele comecar, ainda que sera passivel de_mudangas no decorrer da obra. 4 Como metodologia de trabalho dividimos 0 total de associados por grupos de no maximo de 20 pessoas que levantam os pontos que consideram indispensiveis constar do regulamento, provocando uma ampla discussio sobre 0 significado que querem dar a cada dircito, dever, proibigio,punicio ete, Cada pequeno grupo sistematiza suas idéias, garantindo a opiniio de todos mesmo as divergentes, que posteriormente serio apresentadas na plendria geral para aprovacdo € votacio final, ‘Antes de abrir a discussio com os grupos é importante haver uma discussio entre os téenicos da Area fisica ¢ social que iro atuar no respectivo projeto a fim de defin 2) Objetivos do CAP enquanto Assessoria Técnica aos Movimentos Populares de Habitacao Objective Geral © objetivo que permeia todas as agdes do CAP é a “transformacio social”, entendida como um proceso e como tal, algo que ocorre permanentemente, em Constante movimento, numa sociedade concreta, determinada que ¢ a sociedade brasileira, Ja que estamos tratando de uma sociedade capitalista, esse movimento (transformagio) tem suas leis condicionadas pelas contradigdes desse modo de producio ou mais particularmente pela sua contradicio fundamental antagénica, purguesia /proletariado, as duas classes fundamentais do capitalismo, As classes sociais sfio assim, a propria esséncia da transformacio social. Podemos portanto, estabelecer mais concretamente que ‘transforma ser entendida em 1° lugar, como processo social (conflitivo ¢ centradité subentende a acio permanente das classes que compéem, no caso # brasileira, onde cada uma delas possuindo uma inser¢io material determinada, um poder politico determinado ¢ uma ideologia idem, pretendem a hegemonin (ow a Uireedo do processo) ou seja, uma situagio (economica-politica-ideolbgica que seja vilida e aceita para todo 0 conjunto da sociedade. Em 2° lugar podemos entender Stransformagio social”como objetivo de grupos (ou segmentos ou setores) com pertencimneto de classe determinado. Neste ultimo caso, trata-se de sctores ou grupos que possuem um projeto de transformacio ¢ pretendem, simpatizam, falam e¢ tomam partido do interesse fundamental de uma classe social. Como obviamente pertencemos a essa sociedade, também, obviamente partilhamos de uma concep¢io de “como"e para onde esta sociedade devera caminhar. Os objetivos do trabalho do grupo profissional subentendem uma ton da de posicio (sempre medida pela sua inser¢io de classe) frente a essa sociedade concreta em que vive e atua, Posicao ideolbgica que significa tomar partido a grosso modo, de uma das classes fundamentais, no caso, 0 do bloco das dominadas. Significa tomar partido no todo seja a nivel epistemol6gico, tedrico, politico do setor dominado. ‘A esfera ow instancia onde se da nossa atuacio, enquanto um dos muitos grupos que possuem similar concepgio de transformacao desse mundo, é uma esfera especifica, determinada, que define a clareza da nossa atuacio e seus limites. Nossa atuagao € a nivel da moradia destinada a um segmento da sociedade, (que em determinado nivel de abstracio pode ser denominado de proletariado urbano), que envolve a nossa a¢io em varios patamares que se cruzam, se dependem e que se concretizam através de objetivos especificos, quais sejam: a) no apoio a autogestao no proceso comunitirio ~ nesse patamar 0 nosso objetivo é fortalecer as comunidades, os grupos humanos, através de um processo comunitirio, autogestiondrio, que resolva, por um lado, um problema social bisico (no caso a habitago) e, ao mesmo tempo, promova um crescimento politico-social dos grupos e dos individuos. ‘A Equipe de Assessoria técnica constituida por profissionais de diferentes jireas colocam seus conhecimentos a servico da populagio construindo junto com ela um modelo de gestio em que pensam, executam e refletem uma pritica A luz de uma visio transformadora da sociedade. PPPPOPIPI PPP PIP PD DII API IDO DIP DPA DD PPP PDP DODO DODPDDO DODD DIDI A QUESTAO HABITACIONAL NO CONTEXTO DA REGIAO METROPOLITANA DE SAO PAULO (RMSP) Este texto é uma elaboragao de alguns membros do CAAP (Arquiteto Leonardo Pessina; Assistente Social Ana Luiza de Lyra Vaz; Economista Mario Bastos Pereira Régo) em que apresenta uma andlise da questao habitacional no contexto da regiio metropolitana de Sao Paulo; os problemas econémicos ¢ sociais, os aspectos culturais ¢ politicos, e, como nasceram os Movimentos de luta pela Moradia. , PPP PIDP PAPA DDIPPRP PDO DAP DPD PPP DD DODO PP DIDI DD DIDIDIIDDIDIDI ITEM 4 : A QUESTAO HABITACIONAL NO CONTEXTO DA REG! METROPOLITANA DE SAO PAULO (RMSP) RMSP - POPULAGAO E CRESCIMENTO DEMOGRAFICO ao Paulo (RMSP) ¢ © maior aglomerado urbano “do Brasil ¢ un dos: isio cominua do niicleo A Regido Meiropolituna de do mundo, reunindo 38 municipios que resultaram de uma expe ado. A RMSP registrade nos Censos de 1970, 1980 © ‘alizados. pele maiores inigial da cidade de Si Paulo, capital do Ui Nas dltimas déeadas, o numero de habitantes di TOOL e na Pesquisa Nacional de Amostra de Domicilios (PNAD) de 1995, Fundagdo Instituto Brasileiro de Geowralia © Fstatistiea (IBGE), orate do Gov ‘no Federal, foi seguinte: 1970 8 400 000 1980. 12 600.000 1991» 15.400 000 1995. 16420000 so, segundo dados da PNAD-1995, ¢ composta de imigrantes, em Quase « metade desta popul sua grande maioria proveniente de outros Estados Brasileiros, segundo a niinte distribui Nascidos na RMSP 8.376.000 511% Imigrantes do Estado de SP 2.884 000 17.6% de outros Estados 5 140.000 313% TOTAL 16 400 000 100.0% [As taxas de crescimento anual da RMSP nos periodos intercensitartos ¢ entre @ filtimo eenso © a PNAD-1995, foram as seguintes, 1970 a 1980 3,755 % 1980a 1991 1,686 % 1991 a 1995 1,266 % Petes resultados mostram que vem deerescendo progressivamente as taxas de creseineny populacional e estes decréscimos, segundo dados confirmados nos censos de | SPD FM PNAD ps resuliam de redugdes tanto no movimento migratorio, quanto ras taxas de natalidade ‘CONOMICOS: PROBLEMAS SOCIAIS E condmico do pais, exercendo lideranga impar em todos os selores Trata-se do principal centro & danividade econamica, Esta posigdo foi naturalmente adquiida, como consequcncia de ter sido, ie final do século XIX, o centro urbano da economia eafeeira, que colocou © Brasil na condigie Ue lider absoluto no fornecimento do produto no mercado internacional AAs duas guerras mundiais © a erise de entre-guerras obrigaram os eapitals aeumutados ¢ oclants de oligarquia ‘eafeeira x se deslocarem para aplicagdes em indistias substituidoras de importagdes. Estas aplicagdes se concentraram inicialmente nos ramos industriais leves © de Consumny ndo-duravel, como alimentos, bebidas, perfumarias, grils, textes, culgados ele Sculo, a instalagie 6 dinamismo destes setores, incentivon, ainda na primeira metade do presente de uma incipiente indiastria de bens de capital PrODDDDDDI >> PPDDPDIPPPDDI DP DPII PDO DDD DDIDDDD pd” prod” ‘a partir da década de 50 que uma combinagao de vullosos investimentos publicos & ndes empresas multinacionais ¢ de empresas macionals de porte medio, que definitivamente na lideranga coondmica, politica ¢ cultural do pais Entretanto, privados de colocou a regi Os investimentos. publicos criaram a infia-estrutura minima de comunicagdes © energin © aprimoraram a oferta de malérias primas indispensiveis instalagao © sustentagio de uma industria de bens de capital c de bens de consumo duraveis jo, mer Lntre as indastrias que mais transformaram 0 perfil econdmiico dar destaque a industria automobilistica e um complexo metal-mecdnico, cletroelctrénico, farmaccutico, quitnico € petroquimico que projetaram um perfil de modernidade ¢ dinamismo sem paralclo no conjunte das demais regides do pais. ste processo de modemizagio, entretanto, se fez através da wansferéneia de padroe: {cenologicos de produgao e consumo com reduzida possibilidade de difussio nas camadas medias da soviedade ¢ proibitivas para amplas camadas da populagdio pobre © marginalizada fa carateristica reforgou a desigualdade ¢ a exclusio social herdada de nosso passado oligarquico e escravocrata. A concentragdo da propriedade terrritorial urbana agravou-se com as concessdes, privilégios e incentives que beneficiaram particularmente as grandes enpre tmultinacionais das indistrias automobilistica © do complexo cletrocietrdnico, quimico © farmacéutico, Estas empresas foram beneliciadas por eoncesses de terrenos, de infiaestrutura, isengoes de impostos ¢ por um mercado protegido da concorréncia internacional sem nenhuna conlrapatida do ponto de vista da oferta ce condigaes de habitabilidade, satile © educagio para a unio de obra atraida para a periferia de suas instalagoes industrials. A ansia por atrair estes investimentos provocou dois efeitos complementares na estrutura dos tzastos publicos, De um lado, o aumento nas despesas pablieas para eriar a infraestrutura ue beneficlava as empresas que se instalavam na RMSP e, de outro, a reduyiio das receitas publicas presentes ¢ futuras que os incentivos e beneficios fiseaisimplicavam. A eombinacao destes efeitos torava ainda mais escassa a disponibilidade de recursos pablicos para habitagdo, saneamento, saiide e educagio, rial da RMSP aracterizada 1a miriade de ializadas, Estas circunstancias historicas que conformaram o proceso de modernizagio indu propiciaram uma diversificada e heterogénea estrutara de atividades econéimicas, por uni singular dinamismo que contrapde um sctor moderno concentrado © ut pquuenas ¢ microempresas, hoje cada ver. menos integradas e crescentemente mary As presentes mudangas na produgio, na cultura ¢ no mundo politico ¢ social, estimuladas pelo dominio crescente de tecnologias’flexiveis que poupam trabalho © pela revolugio nas comunicagdes, vieram tornar mais dramaticos os desajustes historicos que vimos abordando de forma sumiaria. Segundo a PNAD-1 995, 0 total de pessoas que exercem atividades economicas na RMSP, por setor de alividade, esta assim distribuido: Agricultura 118000 1,6% Industria 2.205000 30,5 % 1168000 16.2% 3455000 47,8 % 283000 3,9% 7229000 100,0% PPPDPPPRPPPPPDPP PPI PDP PP DP PP POP DDDDPPDDODID DDO DODD RdDDD O Sector Servigos vem aumentande nos iltimes anos sua participagaio na absorgao de emprevos nat quanto a Industria vem reduzindo, nfo apenas sua participagae, mas também 0 volume de emprego que absorve. Este comportamento do emprego rellete a incorporagao © alesio de setores modernos da regio aos processos de globalizagdo e restruturagde produtivas que vartent mundo Quanto a posigio que ocupam € quanto as caracteristicas do trabalho exercido por estas pessoas em suas atividades econdimieas, sua distribuigho €a seguinte, ainda segundo & PNAD-95 Assalariados Com Carteita 3-498 000 484% Assalariados Sem Carteira 801 000 119% Estatutarios da Administragae Péiblica 421 000 Domesticos 505 000 Auténomos 1.354 000 Empregadores, 354 000 Sem Remuneragio 236 000 TOTAL 7.229 000 100,0% a reflete Aqui, a presenga de uni contingente significative «le auténomos e assalariados sem carte pio apenas a precarizagio das relagoes de trabalho, mas também processos crescemtes de terceirizagio de atividades nas grandes empresas ‘A forca de trabalho da RMSP, segundo a PNAD-95, esta distribuida nas seguintes faisas de rendimentos, em termos de Salario Minimo (SM), hoje equivalente a RS 112,00. até ISM 795.000 98% entre fe SSM 4283000 53,0% entre Se10SM 1697000 210% entre 10.¢20SM 796 000 98% acimade 20SM 456 000 5.0% TOTAL 8.087 000 100.0% Esta estrutura de rendimento concentrida em aiveis salariais reduzidos vem atualmente se agravando por um persistente © progressivo processo de redugio ce pessoal nas empresas do Selor mais moderno ¢ organizado da economia. Este processo se acelerou a partir de 1990, quando as taxas de desemprego na RMSP atingiram 0 patamar de 10 % ¢ eresceram continuamente até se estabilizarem em 14 % no periode da implantagde do Real, em 1994, com pequena redugio em 1995, Esta mudanga de patamar do desemprego na RMSP esti registrada nas médias anuais das 1axas de desemprego da Fundagao SEADE, que transerevemos abaixo: ‘Ano Taxa de Desemprego (%) 1988, 90 1939 97 1990 10.0 1991 ne 1992 149 1993 147 1994 143 195 13,2 Pov” ee) ASPECTOS CULTURAIS E POLITICOS Historicamente constituida através de um intenso movimento de imigrantes, a RMSP_abrigou niicleos populacionais de varias partes da Europa, do Oriente Médio e do Lxtremo Oriente que nela passaram a conviver com imigrantes nacionais das regides mais pobres ¢ subdesenvolvidas do Norte e Nordeste do Brasil. Este componente nacional de imigrantes foi mais intense a partir dos anos 50 quando a regido se consolida como lideranga econdmica ¢ politica do Brasil ‘© convivio destas diferentes populagdes foi possibilitada pelo denominador comum do trabalho © das exigéncias de sobrevivencia fumiliar ¢ individual. O nimero elevado de imi diferentes origens e a intensidade com que se cfetuou o poyoamento nao encontrou uM proce cultural local forte o suficiente para se impor como padiao hegem@nico. antes de 0 Esta cireunstancia produziu uma diversificada resistencia cultural, uma disposigao para aprendizay ‘atividade c iniciativa exigidas por necessidades sociais © materiais de sobrevivéncia. A paisagem social ¢ cultural da regiao espelha esta realidade, com a reprodugie 90 cu espago urbano de comportamentos, simbolos, estas © expresses artisticas de diversas regides do mundo e das regides Norte © Nordeste do Brasil A falta de instituigdcs cullurais integradoras ¢ a debilidade das instituigdes de ensino para excteer sozinhas este papel, explica 0 destacado papel desempenhado pela Igreja Catdlica na oryinizagio, apoio, promogdo € capacitagio de liderangas do movimento popular por moraia e sade que se multiplicou em diferentes areas da RMSP ngiram sobremaneira a vida politica da 10 sindical que As extraordindrias (ransformagdes dos dias aluais al RMSP. A fragmentagiio econdmica ¢ produtiva debilitou o novo ¢ forte movimer nasceu na regio, € os movimentos e partidos politicos que cresceram na ascensdo do movimento popular estao sendo forgados a redefinirem suas proposias ¢ formas de lula Entretanto, permanece vivo cresce na regido os moyimentos por moradia ¢ terra, desafi alguns pressupostos de correntes neoliberais que, a0 desalio das transfirmagdes tecnologieas € produtivas e frente ao desmoronamento de um pretenso socialismo sustentade pelo autoritarismo estatal, declaram a morte das iniciativas sociais ¢ eomunitarias. Estas correntes neoliberais passaram a desfiutar de crescente hegemonia politica ¢ ideologica no Brasil, com efeitos mais imediatos © amplos na RMSP, beneficiando partidos ¢ liderangas politicas de corte conservador que foram eleitas para a prineipais prefeituras da regivo. {Em suas linhas gerais este contexto politico ¢ ideolbgico domina, desde 0 inicio desta décad plano nacional ¢ estadual onde predominam iniciativas de desmonte do Estado, de estimulos a processos de privatizagao e de abertura e estimulo 4 competigao internacional. Este processo se aprofundou com a implantagio do Plano Real em 1994, que promoveu um proceso de estabilizagio econdmica com reduzidos nivcis inflacioniries © pequenas melhorias nos rendimentos do sctor pobre da populagde com ocupagdes mais integradas ¢ estiveis no sistema econdinico. Estes efeitos positives, entretanto, vem sendo largamente suplantados pelos clevados niveis de desemprego que alingiram patamares superiores a 16 % na RMSP, nos altimos meses, indicando que a regio possui hoje um contingente recorde de 1,5 milhdes de desempregados. Por outro lado, os rendimentos médios da regio que vinham subindo a taxas crescentes a partir da implantagao do Plano Real, passaram a crescer a taxas eada vor. menores a partir de finais do ano passado. ste quadro de dificuldades se completa com a acentuada ¢ continua redugao ne montane de salirios pagos na indistria brasileira, a partir de malo allimo, os nivcis erescentes dle informalizagao nas relagdes de trabalho, deficits fiscais © persistente desequilibrio externo eaanido por clevadas epery g par un alluxo de capitals extemnos cujo controle é ineerto numa Onjunturd micrmactonal de globallzagio. PPPPFFPOFOP PPP PPP PPP PP FP OPPPPFOP POF OP PFE O RID ee) A QUESTAO HABITACIONAL |, durante todo @ decorrer do presente seculo. adias ¢ de um Sisters os eontratos de A aceleragio do proceso de urbanizayae no Bras apenas em 1964 provocou a formulayao de um plano de construgio de mor Hinanceiro de Habitagdo. Enirctanto, em seus mais de 20 anos de existenci financiamento aprovados resullaram na consirugio de apenas 3,5 milhies de anidades ciais, destinadas em mais de 90 % a mutuarios de renda média e alta 1a dos contratos que beneficiaram as populagdes mais carentes, uuma_ parte signifieativa repassou o financiamento ¢ os seus antigos beneficiarios passaram i engrossar 0 contingente dos que residem cm morudias precirias ituadas, em conhecidas como de alto risco (Ver matéria em anexo da Gazeta Mer 1, mesmo entre a pequena pate ‘A elevada coneentragao de renda na RMSP, 0s baixos salarios, niveis de desemprego alios © caréncia de investimentos em infraestrutura compoem um Conjunto de fatores que produziram um erence deficit habitacional de imediata percepgao, mas de dificil mensuraglo. Um estudo recente sobre 2 questo habitacional em todo o pais, patrocinado pelo Govern Federal, estima ut deficit HMbitacienal de 5,6 milhdes de moradias © em mais de 13 miles @ mimero de moradias viequadas por curéneia de inlraestrutura e audensamenio exeessivo de moradores ia de planos habitacionais que beneficiassem amplas camadas ca populagio pobre vlitica brasileira, fez com que a questio dt moradia teal sido lade dos recursos econdmicos ¢ tecnicos de A total aust marginalizada om toda a historia p sempre eniventada nos limites © ni precar unidade familiar nos dads censitirios Este quadro nacional & particularmente critico na RMSP, onde os ul aretataram um erescimenlo anual de 7 % no namero de residéncias om favolas, entra | OBO-9 na RMSP. enquanto uma pesquisa da Fundacio SEADE revelou que 37.2 % das familias da rewito residem em condigdes preciias ¢ insatistatérias ¢ da RMSP, conhecida como ABC ¢ onde o CAAP iniciou suas: mil 6 numero de favelados. Liste contingente reside em 42 885 _ representando nyais de 10% di Apenas na Sub-Regidio Sudest atividades, estima-se em 220 barracos, s ‘as oficiais das prefeituras da subr populagio. OS MOVIMENTOS AS ORGANIZACOES DE BAS! cimento acclerado da RMSP a partir dos anos 50 foi imposto por uma conuplena ¢ dindmica reuniao de interesses privados que resistiam # qualquer plangjamento e racionalizagio em tenes tle paliticas pablicas locais, Sob o lena “Siio Paulo no pode parur”. a cidade ereseta sem AU tlites poltieas se preocupassem com o impacto que as avoes desordenadas de poderoses interesses privadis pudessem trazer para os contingeates papulacionais que para cl alluiamn Ook © os o urbano, estimulou a especulagao imobiliar sta siluagio sancionavi os 9 na ocupagio do espi 0 legal ou irregular de terreno 4 propriedade historicamente prosentes na estrutura Esta desordenagi expedientes de apropria mecanismos de concentragio da renda © d ce mareado pela injusti | a populaga icios dos anos 70, movimentos de resisténcia gdes de Num contesto politico limitado pela ditadura militar dos bairros periféricos da RMSP promoveu, em it que se expressavam através de mobilizagdes espontineas que envolviam as organi bairros, denominadas Sociedades Aniigos de Bairos (SABs), com © apoio das Comunidade clesiais de Base (CEBs), organizadas pelo setor progressista da Igreja Catdlica pro aD DODD DDD DD > i) »rvd”D titucional © cavolvimento de sctores ¢ orgios da Igreja Catdlica resullou num apoio i importante em termos de espago, protegdo © seguranga para organizagao de varios moyimenlos de resisténcia, que acabaram por assumir um perfil politico independente das SABs ¢, algumas vezes, contririo a elas Os movimentos de resisténeia nos bairros se organizaram a principio em torno de reivindicacdes inais imediatas como a luta pelo congelamento nos pregos dos yéneros de primeira necessidade, que mais tarde incorporaram reivindicagdes mais amplas como aumento geral de salirios e abono de emergéncia, Na ocasido, ovortia o primeiro efeito da crise internacional na economia bra ‘em decorréncia de grandes aumentos nos pregos internacionais do petroleo em 1973, ¢ a primeira manifestagao de fraqueza c fracasso da ditadura militar, apos quase 10 anos do éxitos sucessivos ‘no campo politico e de “milagres” econdinicos, 0 ein que a ditadura militar no conseguia mais exibit ondmicos ¢ dificuldade: imulavam a manifestagao Estes movimentos se ampliavam na propor as altas taxas de crescimento econdmico ¢ os sucessivos fracassos © externas provocavam continuas perdas de apoio nos setores médios & de camadas populares cujas vozes foram até entao abafadas. Em 1975, estrutura-se @ Movimento do Custo de Vida, centralizado na RMSP ¢ com ramificagdes em outras importantes capitais do pais, que chega a reunir I millwio © 250 mil assinaturas exigindo congelamento de pregos € mellhorias salariais Em 1.977, um Ministro em exercicio do Governo Militar revcla em entrevista nos LEUU que os indices de pregos, que serviam de base para os reajustes salariais, de 1973 ¢ 1974, foram maiores que os divulgados e utilizados oficialmente em cerca de 34,1 %, confirmando denincias do Departamento Intersindical de Estatistica ¢ Estudos Socio-Lcondmicos (DIEESE), orga de pesquisa e assessoria vinculado entio apenas a Sindicatos de Trabalhadores da RMSP. A confirmagao das deniincias inadvertidamente Feitas por um membro autorizado do Governo, embora no Exterior, teve grande repercussiio nos meios sindicais da RMSP, particularmente na sub-regiio do ABC, onde se concentra © primciro ¢ ainda hoje o maior parque autoniobilistico do pais. Foi o estopim para que se desencadcasse imediatamente uma campanha pela reposicio salarial que resultou na cclosio de varias greves iniciadas nas montadoras da industria automobilisticas, com adestio quase simultnea de outras grandes ¢ médias empresas da sub regido. Em 1 979, os principais sindicatos metalirgicos do ABC organizam uma greve que atinge todas as fabricas do setor na sub-regidio, conquistando a primeira vit6ria politica sobre 0 regime militar, ‘obrigando-o a mudar a politica salarial, introduzindo os reajustes scmestrais e aumentos maiores de salirios para os que pereebem até 3 salirios minimos, superiores em 10 % aos indices oficiais faixas salariais, aplicaveis as demais A partir de entio, organiza-se um movimento sindical independente no centro da indisiria automobilistica brasileira, que enfrenta a ditadura militar e sua politica de arrocho salarial, em ifestaydes que conquistam apoio ¢ simpatia de amplas maiorias da sociedade brasileira. Em 1 980, uma grove profongada no ABC provoca grandes manifestagdes de solidariedade aos metaliirgicos da sub-regiio ¢ estimula uma onda greves em varias regides do pais e em diferentes calegorias profissionais. O impasse da greve metaliargica no ABC em | 980 se aprofunda com a intervengio inilitar nos sindicalos € prisio de scus principais lideres. Com suas principais Tiderangas presas ¢ seus sindicatos sob intervengao, os metalurgicos se refugiam nos Lemplos ¢ espagos cedidos pela Iyreja Catolica, de onde se organiza 0 Fundo de Greve dos metalirgicos que iria desempenhar un importante papel na sequéncia e no desenrolat do movimento popular no decorrer dos anos 80. ‘Ao tempo em que a luta dos metalirgicos do ABC batia de frente com os limites especificos de scu movimento, amadurecia em toda a RMSP o movimento por moradia, que desde finais dos »d>” >> PdvaOdvOPraP ROR DD DoDD DODD DDD pdr”? »>d>dD?D anos 70, vinha promovendo ocupaydes de terrenos vazios, lovalizados em areas tanto de dominio publico como privado, A espontancidade ¢ falta de coordenagao © de objetives na realizagie estas ocupagdes vinha também exigindo destes movimentos uma rellexde que criasse nov formas de atuagdo ¢ objetivos realistas, diante da repressio que comegava a se abater sobre 0 movimento € seus lideres encontro das liderangas do movimento de moradias ¢ do movimento sindical metalirgico do ABC ocorrcu no processo de organizagio do Fundo de Greve, que engajou um contingente de lideres sindicais que se haviam politizado no enfrentamento com a ditadura ¢ buscavam formas de extensio ¢ continuidade de suas lutas. O cruzamento de suas experiGncias fui efetuando-se durante os primeiros anos da década de 80, quando 0 pais sofria novos desdobramentos em suit crise econdmica agora sob impacto mais imediato das transformayées tcenologicas produlivas ‘que nos principais centros econdmicos da Europa, Estados Unidos ¢ Japiio, comegayam a definir 65 contornos do mundo neste final de século. Em seus efeitos mais imediatos, esta crise manifestava-se no agravamento de nossas diliculdades externas, depressio ccondmica interna, taxas de desemprego nunca antes experimentadas c crescentes niveis inflacionarios. Politicamente, esta crise se expressava no desgaste do governo militar, perda de controle de sua base parlamentar € derrotas eleitorais nos Estados de maior importincia econdmica ¢ nos grandes centros urbanos, inclusive nos principais municipios da MSP. Eniretanto, o fato politico mais importante foi formagio do Partido dos Trabalhadores (PP) para ‘6 qual confluiram a todos estes movimentos (sindicais, profissionais, de pastorais catolieas, de Comunicades Eclesiais de Base, de bairros, por moradia, saiide etc) que, em inicios dos anos 80. a partir da RMSP, viviam © impasse derivado da auséncia de um projeto © de um instrumento politico-partidario. vviam no Foi para o interior do PT que convergiram as discussOes fragmentarias que enlao se interior dos movimentos, em torno dos direitos coletivos, da énfase na autonomia dos movimentos sociais como condigzio para construir mecanismos capazes de ampliar © espago demoeratico no pais O intercdmbio deste debate politico com as discussdes que ecorriam no interior dos movimentos uniram diferentes movimentos urbanos que antes promoviam lulas separadas pela posse cla Lerrenos, por instalagdo ou melhorias na inffaestrutura de agua, luz ¢ saneamento bisico ¢ pelt criagdo de politicas publicas que possibililassem a construgio de moradias populares. Neste intercdmbio teve papel destacado as liderangas sindieais que participaram do Fundo de Greve dos 9s do ABC, com algumas experiéncias na 2 de associagies de compras na perspectiva da organizagdo e conscientizago popular A partir de entdo, estas discusses passaram a contar com o subsidio do CAAP, alm da participagao de outros técnicos (arquitelos, engenhciros, assistentes sociais, advogados ete.); ‘ando a realizagdo, em 1984, do Primeiro Encontro de Moyimentos de Moradia por Um Cooperativismo de Ajuda Mutua ¢ Aulogestio, com a participagao de 7 movimentos da Regitio Sul do Municipio de Sao Paulo, Capital, da Associagao Comunitatia de Sao Bernardo ¢ do Movimento Cooperativista Uruguaio. Na ocasiio, estendia-se por todo o pais um amplo movimento popular pela imediata realizagao de cleigdes para Presidente da Republica, 0 qual resultou no estabelecimento de um governo civil em inicios de 1985 com o compromisso de convocar uma Assembléia Constituinte © administrar processo de transigio para a democracia, Em novembro de 1985 tealiza-se 0 Segundo Encontro de Movimentos de Moradia por um Cooperativismo de Ajuda Mutua ¢ Autgestio, com participagaio de 12 movimentos da RMSP, onde se define os principios orientadores de sua pratica, sintetizados na autogest@o, na ajuda DOOD PPD DRDDdDD >>> DDD DDD DDD PODODDODDDDIDDD POD DOD DPD IID sete popular. Este evento marca inicio da formulagio de iliza no momento EM que comegava i ssorado pelo CAAP, na Vila matua, na solidariedade © na particip: uma politica habitacional de carater popular © se & construgio do te Mutirio Autos sestionado do Brasil, ass Comunitaria de Sao Berardo do Campo. Em 1987, quando ocorrem grandes ocupagdes de ter zona leste de Sao Paulo. capital, cetiniio des Movimentos de Moradia (UMM) da RMSP e de algumas cidades do organiz interior, que reune os movimeatos dos sem teto, de favekis © de cortigos, ao Paulo, elcita pelo Partido dos abitagao ¢ Desenvolvimento: Com a posse de Luiza Erundina na Prefeitura de seetathadores, organiza-se, no ambito da Secretaria Municipal de Ut Teno uma politica de estinnlo & autogestio na urbanizagio de favelas, mi promogio de Mutogestionirio ¢ de condigdes de habitabilidade nes Corticns A concepgio © @ partantes aspectos das propostas do CAAP mutirdes conteido desta politica ineorporou in rojoto de Lei de Iniciativa Popular para Em 1991, 0g movimentos de moradia elaboram um Pi para isso, se avticulam criagio de tum Fundo Nacional de Moradia Popular (ENMP) acionalmente através de um Comité Nacional Pro-Fundo, Imegrade pela Unido dos Movimentos the Moral (SP), a Pro-Ceniral de Movimentos Populares, 0 € ‘omité Pro-Fundo de Minas Gerais, ‘© Movimento Nacional de Luta por Mor 9 Nacional de Associagoes de Moradores (CONAM) ia ¢ a Confede iste Projeto foi entregue & Camara dos Deputados em Brasilin, 60m 800 mil assinaturas, em a presenga de uma caravana de 4 mil Uabalhadores de todo 0 pais solenidade que contou cont se Entre os principios basicos do Projeto, destaca lagdo de baixa render, 1. prioridade de financiamento para popul recursos a fundo perdido c de recursos 2 A dotagdo do Fundo sera constituida d FGTS, 3, criagao de um Conselho Nacional de moraclia, P Tepreseniagao dos movimentos de moradia ¢ das ccentrais. sindivais prioridades da politica e dos programas habitacions Peconhecimento das comunidades organizadas como A Habitacionais, na linha de estimulo a autogestio, 5. um leque aniplo de programas que ataque todas as siluagoes onde prevalegam habitagdes subhumanes. onerosos do Jopular de cariter deliberative, com ample para definir diretrizes © entes Promotores dos. Programas pial por Popular, forma-se a Unido Nac {do na construgio de moridias giro © Parani, Na esteira da articulagio do Fundo Nacional de Moradia Moradia Popular (UNMP) em cima das bandeiras de tuloss populares, com vinculagdes nos Estados de So Paulo, Minas Gerais, Rio de J onde os movimentos sio mais organzados ¢ aluantes. Jo demonstrada pelos movimentos de de alguma forma vinewladas & ‘alternativas ao Congresso Nacional pacidade de articulagio © moblizag Em decorréneia desta ca noradia, diversas instituigdes.publicas ¢ privadas do pals cconstrugao ¢ finaneiamento habit ‘onde um grupo de pari \ ional, dirigiram propostas Free ares interessados tonou a iniciativa de evar, no abito do Poder ‘lative Federal, o Forum Nacional de Habitagio ve Forum era composto de parlamentares ¢ representantes dos mo, meio de moradia, de cmpresirios da construgao civil, da Caixa Beandmics Federal ¢ das Secretarias Fstaduais: de Habitagao, Sua Comissio Coordenadora ¢ respectiva Plenaria reuririt-" reauarmente em 193, an abjeliva de estabelocer dialogo entre os diversos patrocinadlores dos projetos habitacionais ereaminhados, © negociar uma reformulagae do Sistema Financeiro de Habitagio de Interesse Social que defina as reponsabilidades ¢ Tungies di Unite, dos Estados ¢ dos Municipios salmente o Governo FIC tenta criar® Listas propostas de reformulago nfo vingaram alé agora © utd aprovar no Congreso Nacional por medida provisoria o Conselho Nacional de Politica Urbana {um Projeto de Lei de Desenvolvimento Urbano, suite genérico, PODD PIPPI APD DA DPDIDI PPP DO DPDP PPP DOD ADPO POP DODD APD D DD DODODDDIDD MUTACOES SOCIAIS PPODPDDPDP DPD DPD IPO DID PPP PPA DODO DP DOOD PDO DDI DIODAO DDO DDD DIDDDD A democracia pelo mutirao Aautogestio nos programas habitacionais da Profeitura de S40 Paulo (1989-1992) LEONARDO PESSINA O texto afirma a autogestio como possibilidade concrota de intervengdo dos trabalhadores na esfera da politica publica da habitagdo. Essa intervengao nao produz apenas moradias mais baratas ¢ de melhor qualidade. Produz, sobretudo, cidadas e cidadaos dispostos a construir sua propria historia, com as raizes solidamente plantadas no chao da realidade brasileira Na gestio municipal demo- cratica e popular da Prefeita Luiza Erundina, do PT, na cidade de Sao Paulo, se de~ senvolveram programas ha- bitacionais de estimulo a au- togestao Implementou-se uma po- litica publica de apoio a au- togestio ¢ as iniciativas da sociedade civil organizada que pretendiam resolver 0 problema habitacional de for- ma comunitaria ¢ solidaria Essa politica piiblica foi possivel porque existiram uma vontade politica clara, um movimento forte e orga- nizado que tinha propostas € experigncia nesse campo, & um grupo de técnicos que assessoravam esse movimen- to ¢ que foi chamado a ocu- para diregao da Superinten- déncia de Habitagao Popular (HABI) da Secretaria Muni- cipal de Habitago ¢ Desen- HasitacAo yolvimento Urbano da Pre- feitura de Sao Paulo. Foi criado 0 programa denominado ‘*FUNAPS CO- MUNITARIO”, em 10/89, sendo que em dezembro de 92 desenvolviam-se 85 con- vénios com Associagdes P pulares, construindo 11 mil unidades habitacionais em todas as regides de So Pau- lo, assessoradas por 25 enti- dades de assessoria técnica c multi-disciplinares © Movimento de Habita- go de Sao Paulo, agrupado na Unio dos Movimentos de Moradia, assumiu coma ban- deira da autogestdo ¢ dou um salto enorme no seu progra~ ma politico de lutas ¢ reivin- dicagdes, levando a proposta fis outras esferas de governo (Federal ¢ Estadual). Antecedentes Histricos Na década de 80, os Mo- vimentos Populares ¢ as As- sessorias Técnicas ligadas a cles desenvolvem projetos © obras de Habitagdo Popular com uma ampla participagao popular, inclusive na execu- go das unidades habitacio- nais por mutirao, Os Movimentos de Habi- tagio da regido metropolita- na de Sao Paulo, que tém fortes lagos com a Pastoral da Moradia da Igreja Catéli- ‘ca, juntam, em 1986/87, duas vertentes que se desenvolvem simultancamente’ a) uma vertente de quali- dade, de proposta autogesti- onaria, de pequenos projetos piloto com gerenciamento comunitirio e construgo por mutirio, localizada mais na regido sul de So Paulo € no ABCD paulista; b) uma outra, mais de qua- lidade, de massa, das reivin- dicagdes a0 poder piblico por terrae moradia, das ocupa- goes dos Sem Terra ¢ da uta dos Favelados ¢ Encortiga- dos, localizados mais nas regides leste, norte, sudeste e centro da capital © movimento juntou as duas linhas, amadurecendo cnormemente sua Iuta © 0 contetido da mesma, ¢ foi 0 parceiro decisivo da Prefei- tura de Si Paulo que apos- tou na Participagdo Popular ena Autogestio ‘A Unio dos Movimentos de Moradia de Sao Paulo, MUTAGOES SOCIAS. 3 PEDO EDS >r>ODdOD ED? PPP PRO PED DDD DD ORD POR RR RD aglutina esses Movimentos Regionais e Setoriais, ¢ pas- saa ter uma atuagdo de gran- de influgncia na Politica Ha- bitacional construida pelo povo organizado na auséneia de propostas das elites brasi- leiras: Por seu turno, a experién- cia das Cooperativas Habi- tacionais por ajuda mitua no Uruguai tem uma influéneia muito importante no avango do Movimento numa propos- ta autogestionaria de quali- dade ¢ nfo simplesmente rei- vindicatéria A proposta do trabalho autogestionario na Habitagao Popular ‘Aidéia basica do trabalho é fortalecer as comunicagses, ‘0s grupos humanos, através de um processo comunitario, autogestionario, que resolva, por um lado, um problema social basico (no caso a ha~ bitagtio) e, ao mesmo tempo, promova um crescimento politico-social do grupo e dos individuos Esse proceso tem que ser integral © completo, come- gando pela escolha do terre- no, passando pela discusstio do projeto urbanistico © ar- quiteténico, aconstrugao das unidades habitacionais ¢ equipamentos comunitarios por mutirio, ¢ continuando com a organizagao do convi- vio das familias ¢ as propos- tas permanentes para melho- rar a qualidade de vida ¢ a condigao social das pessoas Numa cooperativa habi tacional ou associagio de construgao comunitaria, pen~ sa-se junto, discute-se junto ¢, fundamentalmente, traba- Iha-se junto para conseguir um objetivo comum para 0 grupo ¢ para cada uma das familias. Nesse processo de alguns anos, as pessoas vao se des- cobrindo a si mesmas, enter dendo a logica do poder, co- nhecendo as autoridades pii- blicas, mudando © compor- tamento, compreendendo sua situagio social, crescendo politicamente dentro de uma experiéncia dificil, sacrifica- da, mas muito rica e esclare~ cedora Junto as comunidades or- sganizadas trabalham as Equi- pes de Assessoria Técnica, integradas por profissionais de diferentes areas (arquite- air Aves tos, engenheiros, técnicos sociais, advogados), que prestam assessoria técnica integral a esses grupos, a partir de uma relagao de con- fianga que € fundamental para um trabalho de pareeria como este As contribuigses dessas equipes assessoras ajudam a construir uma proposta mais sdlida, mais elaborada e mais técnica para ser apresentada aos representantes do poder piblico que deverio viabili- zar fundamentaimente 0 fi- nanciamento das unidades, terra ca infra-estrutura do conjunte As associagbes populares discutem ¢ aprovam seus es- tatutos, regulamentos de obras de convivineia, orga nograma da obra, cronogra- ma fisico-financeiro ¢ proje- tos arquiteténico-urbanisti- cos, baseados em propostas que sao apresentadas pelas 10 HUTACOESSOCIAS. ‘equipes técnicas nas diferen- tes instancias das associa- ges (assembléias, diretoria, comissio de obras ou outras comissdes especificas). As obras sio totalmente geridas ¢ executadas pelas associagdes, ou seja, clas se encarregam da organizagao dos trabalhos, contratagao de mio-de-obra especializada, compra dos materiais ¢ pres- tagio de contas ao Agente Financeiro, atuando como agentes promotores de em- preendimentos, Aspectos Sociais, Politicos e Ideolégicos Na construgio comunita- ria por mutirao, 0 futuro mo- rador participa do processo total de sua moradia, E res- ponsavel, junto com os ou- tros, do projeto arquiteténi- c0¢ urbanistico; da adminis tragdo do projeto ¢ dos re- cursos; da construgdio das ca~ sas ¢ da organizagio do co! vivio posterior Essa participagdo integral rompe com a compartimen- tagio das ctapas de um pro- cesso produtivo capitalista, conhecido como taylorismo, e que faz com queo trabalha- dor manual conhega uma in- fima parte desse proceso 0 futuro morador se apro- pria da casa ¢ do contexto urbano pelo uso ¢ pelo traba- Iho. Por outro lado, cle se organiza para resolver um problema social concreto, que, solucionado de forma positiva, di & comunidade uma auto-confianga muito importante para abordar ou- tros problemas sociais, tais como: emprego, satide, ali- mentagio, meio ambiente, educagao ete. Aconstrucio comunitiria cria lagos de solidariedade coneretos entre os participan- tes que constituem 0 grupo, tornando-o mais apto para outras mudangas sociais. Osistema de financiamen to, que necessariamente tera relagao com o salario ¢ com prazos longos, vincula 0 mo- rador de forma permanente a problemas estruturais como © emprego, o salario real, a especulagao imobilidria cte. Por iiltimo, as familias moradoras num bairro cons- truido por mutirdo se enfren- tam com a discussao da pro- priedade do lote ¢ da casa, analisando solugdes de pro- pricdade cooperativa ou co- munitiria que evitam a esp culagao imobiliaria, lutando por clas na legislagao. Sao frequentes, no Brasil © no exterior, criticas de di- versas indoles a auto-cons- truco e 4 construgdo comu- nitéria por muti Amais importante provem daqueles que sustentam que numa sociedade organizada, uma familia deve poder obter sua moradia como fruto nor- mal de sua atividade labutal de 8 horas por dia, seja cor prando-a, alugando-a, dist buindo-a, através de organi- zagoes do Estado. Essa critica contém dois aspectos a) O primeiro diz respeito a sobre-exploragio a que se- ria submetido o trabalhador que resolve 0 problema da MUTAGOES SOCIAS 1 DvOdvOaO Da aOR DD POP PPP PPPPPPDAPDRDRPPPPODRPDOIRDD casa por cle mesmo ou junto com os outros. E verdade que a familia que auto-constréi ou que par- ticipa de um projeto de muti- ro organizado se vé subme- tida a uma sobrecarga de tra- balho por um periodo de tem- po de sua vida e que teorica- mente esta gastando 0 seu tempo de lazer na construgao da casa, Mas, se se observar as demais alternativas que 0 sistema capitalista oferece, é inevitavel que esta sobrecar- ga recaia sobre as costas do trabalhador de qualquer for~ ma, pela propria necessidade de servigos extras para aten- der ao pagamento do aluguel ou das prestagdes do sistema financeiro sem critério soci- al Aconstrugio comunitaria por mutirdo ndo foge a essa sobrecarga, mas cla é limita- da no tempo, racionalizada e suavizada por pro: tos construtivos ¢ adminis- trativos tecnicamenteestuda~ dos para esse tipo de progra- ma, ¢ tem como contrapart da 0 exercicio conereto de valores de solidaricdade © ajuda miitua no proceso do grupo. b) O segundo é que os pro jetos habitacionais por muti io colaboram com 0 gover- no anti-popular no poder, so- lucionando um problema de responsabilidade do Estado. Na minha experigncia, as comunidades que transitaram pelo caminho do mutirao ba- bitacional, reivindicando ao poder piblico condigdes que viabilizem suas propostas, esto na sua grande maioria empenhadas na luta contra governos anti-populares, ou foram ou sio pareciros de governos, ¢, mais ainda, U- veram a chance de conhecer o funcionamento da maquina burocratica ¢ os procedimen- tos necessarios para uma ne- gociagdo com o poder piibli- co, desmistificando-o ¢ en- tendendo o seu correto papel de servidor da populagio. E correta essa concepea politica de que 0 movimento popular nio fica esperando do Estado solugdes magicas, pelo contrario, de forma or- ganizada se dispdc a contri- buir com scu proprio esforgo para a solugdo do problema habitacional, ao mesmo tem- po que exige do Estado agoes concretas que viabilizem os problemas (financiamento com eritério social; politica de uso de solo urbano, esti- mulo a tecnologias alternati- vas; infra-estrutura cte), Essa participacdo ativa ¢ funda- mental em qualquer tipo de regime politico, ainda que as formas possam ser diferen- tes n exemplo concrete s0- bre este tema & a postura da Unido dos Movimentos de Moradia de So Paulo frente & continuidade do programa FUNAPS COMUNITARIO na administragao de Paulo Maluf. O movimento, que borou a proposta do progra- ma junto 4 Prefeitura da Lu- iza Erundina, luta com todas as suas forgas pela manuten- do ¢ ampliagao do progra- ma que sente como proprio ¢ no qual exercita plenamente a sua cidadania Aautogestao 0 processo da autogestio na produgdo das unidades 12 MUTACOESSOCIAS habitacionais é ainda embri- onario ¢ tropega com dificul- dades derivadas das caract risticas sociais ¢ politicas do povo brasileiro, ¢ das lide- rangas dos Movimentos So- ciais A participagao ainda ¢ li- mitada no gerenciamento das obras, na administragio dos recursos, nas atividades mais intelectuais, que so desen- volvidas na maioria dos ca- 0s por um pequeno grupo de liderangas junto as Assesso- rias Técnicas Porém, nas atividades de execugiio fisica das casas, a participagao é muito maior ¢ as formas de organizagio da produgio sio ricas ¢ diversi- ficadas. De qualquer forma, 0 ba- lango € extremamente positi~ vo; 0 proceso de trabalho coletivo faz crescer os gru- pos c as pessoas, a participa- do tende a aumentar, a res~ ponsabilidade individual so- bre 0 produto (a casa ¢ 0 bairro) é cada vez maior. Politica e programas habitacionais da Prefeitura de Sao Paulo A partir de um Fundo Municipal de Habitagio ja ‘existente (FUNAPS) implat tam-se programas que esti mulam a autogesta — Urbanizagiio de fave- las; — Intervengao em corti- 908; —Mutirdes autogestiona- rios — FUNAPS Comunita- rio. Esses programas, além de estimular a participagdo po- pular, sio bastante descen- tralizados, ageis, evitando 0 cemperramento burocratico da maquina pablica Participam varios agentes (Promotores, Assessoria Técnica, Escritérios de Ar quitetura) em uma agao co- ordenada pela Superinten- déncia de Habitagio Popular da Sceretaria Municipal de Habitagdo c Desenvolvimen to Urbano. * 0 FUNAPS Comunitirio 6 um programa que financia Associagdes organizadas como Agentes Promotores (Executores), que por sua vez contratam equipes técnicas multi-disciplinares que atu- am como agentes de Asse: soria Técnica. 0 financiamento se desti- naa — Mio-de-obra especi- alizada (10%); — Materiais de constru- go (82%); — Assessoria técnica (4%); — Canteiro de obras de equipamentos (4%). O limite de financiamento é de 900 UPFs (USS 6.000) por unidade habitacional, bascado em uma media de 60 m2 de area construida a 15 UPFs/m2 (USS 100) Os resultados obtidos sio muito positivos, produzindo projetos diversificados e que respeitam 0 meio fisico, d senhos urbanos adaptados & habitagao de interesse so al, unidades habitacionais de dois ¢ trés dormitorios adap- tadas as necessidades dos futuros moradores, densida~ de habitacional compativel MUTAGOES SOCIAS 13 com a localizagdo na cidade © 0 custo da terra ete, Os custos das unidades habitacionais por mutirao so de 40% a 50% mais baratas que os praticados pelas en preiteiras da construgde ci- vil As politicas de estimulo a autogestéo © processo dos progra- mas habitacionais autogesti- onarios na Regido Metropo- litana de SA0 Paulo mostra muito claramente a impor- tancia das Politicas Publicas de carater social Enquanto os movimentos populares ligados a habitagao e suas assessorias conseguiram, de 1982 a 1989, construir me- nos de mil unidades habitacio- nais ¢ atingir uma parcela pe- quenada populagao, comasidci- as © a filosofia da autogestio, entre 1990-1992 (com 0 apoio da PMSP), comecam a constru- a0 de 11,000 UH, ecolocam a proposta participativa © auto- gestiondria em outro patamar, tanto a nivel dos movimentos quanto da opiniao publica ¢ das autoridades brasileiras. poder piblico cumpre seu verdadeiro papel de incentiva~ dor e viabilizador de propostas da sociedade civil organizada, de intervengao que potencializa as capacidades dos grupos hu- manos. Esse é um papel “‘moder- no” de um estado latino-ame~ ricano ou do Terceiro Mun- do, ¢ nao o tradicional de finaneiar grandes obras para grandes empreiteiras que ge ram grandes comissdes para andes fisicos c/ou morais que ocupam vergonhosamente cargos piblicos pagos pelos impostos dos cidadios, como o Brasil conhece hoje através das CPls, do trabalho da im- prensa c da vigéncia do regi- me democritico, A Prefeitura de Sao Paulo Viabilizou terra, infra-estru- tura © recursos financeiros para a construgio das unida- des habitacionais; a comuni- dade administrou e gerenciou 08 recursos, contribuiu com a sua mio-de-obra por muti- Ho gratuita € os tesultados est8o ai para quem quiser enxergar: as casas de melhor qualidade, as mais baratas © as mais adequadas as neces~ sidades de seus moradores A parceria de um movi mento organizado ¢ dindi ‘coc uma Prefeitura com von- {ade politica, que conhece seu papel ¢ acredita na partici- pagao popular, so podia dar samba da melhor qualidade © FUNAPS Comunitario um Programa Publico de apoio ¢ estimulo a autoges- to que tornou irr avango das propostas parti cipativas ¢ de baixo para a, em Sao Paulo eno Bra- sil todo E um programa que trans- forma as comunidades orga- nizadas de ‘grupos alyo™ (ou objetos) das politicas tradi- cionais em grupos motores, protagonistas (ou sujeitos) dos programas habitacionais, Leonardo Pessina é arquiteto uru- puaio radicado no Brasil Foi assessor do gabinete da Sup rintendéneia de Habitagdo Pop lar da Secretaria Municipal de Mabitayto ¢ Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Sa0 Pau- ona gestdo Luiza Erundina (19891 92), Atwalmente € coordenador geral do Centro de Assessoria ai Auto gesidio Popular (CAP) de Santo 14 MUTAGOESSOCIAS PPDDPIPDPPPDP DIDI III IDA II APDIP IPI ADI D>O DIDI DOI DAO DDO DODO DDIDDI PATRIMONIO SOCIETAL E INTERVENCIONES URBANAS

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