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TEORIA GERAL DA PROVA

(NCPC art. 369 a 380)

1. INTRODUÇÃO

A BUSCA DA VERDADE (no processo)

Busca da verdade substancial.

Filosofia tradicional (paradigma do objeto) (princípio da não


contradição)

Princípio da Incerteza de Heizemberg.

ENTÃO QUAL A FUNÇÃO DA PROVA NO PROCESSO?

VERDADE PROCESSUALMENTE VÁLIDA,

2. MEIO, FONTE, OBJETO e ÔNUS DA PROVA.

Meio é técnica

Fonte é elemento externo

Objeto da prova

Ônus da prova

3. ATIVIDADE PROBATÓRIA DO JUIZ


Paradigma privatista – disponibilidade do direito –
imparcialidade

Nova visão (ativismo judicial no CPC)

Art. 125, I (139,I – NCPC – Igualdade de tratamento)


Art. 130 (art. 370 NCPC – poderes probatórios expressos)
Art. 342 (depoimento pessoal de ofício – NCPC art. 385 não
permite ao juiz requerer de ofício)
Art. 418, I,: (inquirimento de ofício de testemunhas referidas
e acareação – NCPC art. 461, I e II)
Art. 437: (Determinação de ofício da segunda perícia – NCPC
art.480)
Art. 440. (Det. De ofício da inspeção judicial – NCPC art 480)

FÓRMULA DESEJÁVEL

4. NATUREZA JURÍDICA DA PROVA

Estrutura BIFRONTE das fontes e do ônus da prova

5. OBJETO DA PROVA

É o conjunto das alegações controvertidas relevantes para a


causa, que não sejam sobre fatos notórios ou presumidos.
5.1. Prova do direito

Art. 337: (NCPC Art. 376: A parte que alegar direito


municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á
o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.)

- somente se o juiz exigir: Resp. 857.614/SP

? trata-se realmente de prova de direito?

Meio

6. ÔNUS DA PROVA

6.1. Dimensão do Ônus da Prova.

“ Probabilidade é a convergência de elementos que conduzem


razoavelmente a crer numa afirmação, superando a força de
convicção dos elementos dela divergentes” (MALATESTA).

Fala-se assim em PROVA SUFICIENTE ou em PROBABILIDAE


SUFICIENTE.

6.2. Distribuição do Ônus da Prova.

Regra básica. Art. 333: REGRA DO INTERESSE. (CHIOVENDA)


x CARGA DINÂMICA – NCPC art. 373, I e II e § 1º - (Jorge
Peyrano e Augusto Morello)
o Argentina
o Concepção de Goldschimdt
o Direito Positivo. CDC art. 6º. VIII, Anteprojeto de
Código de Processo Coletivo, art. 11 p. 1º e NCPC
Art. 358)
 Art. 333 CPC + princípios (igualdade, lealdade e
boa-fé, devido processo legal, acesso à
justiça)
o Jurisprudência: Responsabilidade civil dos
profissionais liberais (médico)

NOVO CPC CPC /1973


Art. 373. O ônus da prova Art. 333. O ônus da prova
incumbe: incumbe:
I – ao autor, quanto ao fato I - ao autor, quanto ao fato
constitutivo de seu direito; constitutivo do seu direito;
II – ao réu, quanto à II - ao réu, quanto à existência
existência de fato impeditivo, de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do modificativo ou extintivo do
direito do autor. direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em Parágrafo único. É nula a
lei ou diante de convenção que distribui de
peculiaridades da causa, maneira diversa o ônus da
relacionadas à prova quando:
impossibilidade ou à I - recair sobre direito
excessiva dificuldade de indisponível da parte;
cumprir o encargo nos II - tornar excessivamente
termos do caput ou à maior difícil a uma parte o exercício
facilidade de obtenção da do direito.
prova do fato contrário,
poderá o juiz atribuir o ônus
da prova de modo diverso,
desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que
deverá dar à parte a
oportunidade de se
desincumbir do ônus que lhe
foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no §
1º deste artigo não pode
gerar situação em que a
desincumbência do encargo
pela parte seja impossível ou
excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do
ônus da prova também pode
ocorrer por convenção das
partes, salvo quando:
I - recair sobre direito
indisponível da parte;
II - tornar excessivamente
difícil a uma parte o exercício
do direito.
§ 4º A convenção de que trata
o § 3º pode ser celebrada
antes ou durante o processo.

 Divisão do ônus da prova


o Manutenção da regra geral
o Novidades
 Distribuição dinâmica (§ 1o.
 Prova produzida por quem tenha mais
facilidade para fazê-lo.
 De ofício ou a requerimento
 Ao redistribuir, o juiz deve oportunizar a
produção por quem recebeu o encargo
 Não pode gerar prova diabólica
 O Momento deve ser o da decisão de
saneamento (art. 357, III)
o Pergunta-se: pode ser em outro
momento? (circunstâncias que
mudaram). Para nós sim, pois a
decisão saneadora é estável rebus
sic stantibus
 Cabe agravo de instrumento (1.105, XI)
 Pergunta-se: ao carrear o ônus para o
réu, é necessário que haja plausibilidade
das alegações do autor (Como no CDC,
art. 6o.?) Pensamos que sim.
 Convenção
 Pode ser antes ou durante o processo
 No mais, repete CPC/73

6.3. Regras especiais de distribuição

 Falsidade documental: a parte que argüir (389, I).


 Falsidade da ASSINATURA: a parte que o produziu
NCPC: Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
I – se tratar de falsidade de documento ou de
preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
II – se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que
produziu o documento.

 Disposições no Código Civil: QUEM PAGA AO INCAPAZ


tem de provar que não era credor, e que os valores foram
por ele aproveitados (Art. 181 CC); Para não responder
pela impossibilidade da prestação, o credor em mora deve
provar que o caso fortuito ou a força maior acabaria com a
coisa ainda que não estivesse mais com ele. (Art. 399).
Mesma regra vale para o depositário pelos danos sofridos
com a coisa (Art. 642).

SÚMULA n. 514

A CEF é responsável pelo fornecimento dos extratos das


contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos
Trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, inclusive para fins de exibição em juízo,
independentemente do período em discussão.

Súmula 530

Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a


taxa de juros efetivamente contratada – por ausência de
pactuação ou pela falta de juntada do instrumento aos autos –,
aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen,
praticada nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa
cobrada for mais vantajosa para o devedor. Segunda Seção,
aprovada em 13/5/2015, DJe 18/5/2015.

RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA. ACIDENTE DE


TRABALHO. ÔNUS DA PROVA. EMPREGADOR.
JULGAMENTO ULTRA PETITA.

É subjetiva a responsabilidade do empregador por acidente


do trabalho, cabendo ao empregado provar o nexo causal
entre o acidente de que foi vítima e o exercício da atividade
laboral. Porém, comprovado esse nexo de causalidade,
torna-se presumida a culpa do empregador e sobre ele recai
o ônus de provar alguma causa excludente de sua
responsabilidade ou de redução do valor da indenização. No
caso, reconheceu-se a responsabilidade do empregador e da
tomadora de serviços pelo evento ocorrido por não terem
cumprido sua obrigação de preservar a integridade física do
empregado. Assim, a elas cabia comprovar algum fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Quanto
à fixação dos danos materiais, o tribunal a quo, ao proferir
sua decisão, foi além do pedido na inicial. As verbas
indenizatórias de acidente de trabalho têm natureza diversa das
oriundas de benefícios previdenciários; sendo assim, não é
obrigatória a dedução para o cálculo da pensão mensal. Nesse
sentido, o Tribunal de Justiça concedeu a pensão com base
na integralidade do salário do autor na época do acidente e
com caráter vitalício, por entender que os danos eram
irreversíveis. Entretanto, o empregado havia pleiteado o
pagamento da indenização desde o acidente, mas somente
até o dia em que recuperasse a aptidão laborativa e ainda
requereu que essa pensão fosse baseada apenas na diferença
entre a remuneração auferida e o valor a ser recebido do INSS.
Dessa forma, a Turma entendeu que o acórdão recorrido,
quanto ao critério de fixação da pensão mensal e o seu
termo final, proferiu julgamento ultra petita, devendo ser
reformado. Precedentes citados: REsp 316.058-RJ, DJ
7/10/2002, e REsp 1.067.738-GO, DJe 25/6/2009. REsp
876.144-SC, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 3/5/2012.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPROVAÇÃO DA


INVALIDEZ PARA FINS DE INDENIZAÇÃO DE SEGURO
PRIVADO.
Para fins de percepção da indenização por incapacidade
total e permanente prevista em contrato de seguro privado,
a concessão de aposentadoria por invalidez pelo INSS não
desobriga o beneficiário de demonstrar que se encontra
efetivamente incapacitado. Isso porque a concessão de
aposentadoria pelo INSS faz prova apenas relativa da invalidez,
daí a possibilidade da realização de nova perícia com vistas a
comprovar, de forma irrefutável, a

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (Lei. 8078/90 Art. 6°,


VIII)

DIREITO AMBIENTAL – DANOS AMBIENTAIS (Resp. 1.060753-


SP: “O princípio da precaução impõe a inversão do ônus da
prova”)

6.4. Ônus da prova nas ações declaratórias negativas

 Prova diabólica, salvo quando decorrente de um fato


extintivo que pode ser provado
 Possibilidade de inversão

7. A PRESUNÇÃO E A PROVA

 Definição de presunção
 Momento inicial: FATO-BASE OU INDÍCIO.
 Momento Final: aceitação de outro fato, sem dele ter
conhecimento direto.
 Objetivo das presunções: Facilitar a prova e,
conseqüentemente, o julgamento

Presunção e probabilidade

 Presunções absolutas.

Onde o legislador sente existir probabilidade qualificada, ele


pode criar as PRESUNÇÕES ABSOLUTAS (VERDADEIRA
FICÇÃO LEGAL). Ex:

NÃO SÃO INSTITUTO DE DIREITO PROBATÓRIO.

Não permitem inversão do ônus da prova

 Presunções relativas

BASTA QUE SE PROVE O INDÍCIO, dispensando-se a prova do


fato presumido.

Permitem inversão do ônus da prova (prova em contrário)

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA


PROVA REFERENTE À IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE
ENTIDADE DE RELIGIOSA.

Para fins de cobrança de ITBI, é do município o ônus da


prova de que imóvel pertencente a entidade religiosa está
desvinculado de sua destinação institucional. De fato, em se
tratando de entidade religiosa, há presunção relativa de que o
imóvel da entidade está vinculado às suas finalidades
essenciais, o que impede a cobrança de impostos sobre aquele
imóvel de acordo com o art. 150, VI, c, da CF. Nesse contexto, a
descaracterização dessa presunção para que incida ITBI sobre
imóvel de entidade religiosa é ônus da Fazenda Pública
municipal, nos termos do art. 333, II, do CPC. Precedentes
citados: AgRg no AREsp 239.268-MG, Segunda Turma, DJe
12.12.2012 e AgRg no AG 849.285-MG, Primeira Turma, DJ
17.5.2007. AgRg no AREsp 444.193-RS, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 4/2/2014.

Terceira Turma

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRESUNÇÃO


RELATIVA DE VERACIDADE DA QUITAÇÃO DADA EM
ESCRITURA PÚBLICA.

A quitação dada em escritura pública gera presunção


relativa do pagamento, admitindo prova em contrário que
evidencie a invalidade do instrumento eivado de vício que o
torne falso. Com efeito, nos termos do art. 215 do CC, a
escritura lavrada em cartório tem fé pública, o que significa
dizer que é documento dotado de presunção de veracidade. O
que ocorre com a presunção legal do referido dispositivo é a
desnecessidade de se provar os fatos contidos na escritura
(à luz do que dispõe o art. 334, IV, do CPC) e também a
inversão do ônus da prova, em desfavor de quem,
eventualmente, suscite a sua invalidade. Outro não é o
motivo pelo qual os arts. 214 e 216 da Lei 6.015/1976 (Lei de
Registros Públicos) assim preveem: “As nulidades de pleno
direito do registro, uma vez provadas, invalidam-no,
independentemente de ação direta” e “O registro poderá também
ser retificado ou anulado por sentença em processo
contencioso, ou por efeito do julgado em ação de anulação ou de
declaração de nulidade de ato jurídico, ou de julgado sobre
fraude à execução”. Portanto, a quitação dada em escritura
pública não é uma “verdade indisputável”, na medida em que
admite a prova de que o pagamento não foi efetivamente
realizado, evidenciando, ao fim, a invalidade do instrumento em
si, porque eivado de vício que o torna falso. Assim, entende-se
que a quitação dada em escritura pública presume o
pagamento, até que se prove o contrário. REsp 1.438.432-GO,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/4/2014.

? presunções mistas?

PRESUNÇÕES JUDICIAIS – MÁXIMA DA EXPERIÊNCIA.

Art. 335 (NCPC 375: Art. 375. O juiz aplicará as regras de


experiência comum subministradas pela observação do que
ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência
técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.

 “experiência comum” x “experiência técnica”

? JUIZ ENGENHEIRO OU MÉDICO, CAPAZ DE APRECIAR


PROVAS TÉCNICAS DE MAOR COMPLEXIDADE, PODE
DISPENSAR O PERITO?

Sum 403 – STJ. Independe de prova do prejuízo, a indenização


pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins
econômicos ou comerciais

O dano moral tem existência presumida com a prova da


indevida inscrição em cadastro de inadimplentes ( STJ AgRg no
Ag 979810/SP)
8. Reexame de prova em recursos de estrito direito (Sum 7
STJ)

Reexame de prova x requalificação dos fatos (exame de


subsunção)

PARTE II

FONTES CONCRETAS E MEIOS DE PROVA

“Correlação entre meios e fontes de prova”

As fontes de prova no CPC.

Ampla liberdade, com pequenas limitações (art. 401 - contratos


> 10 sm- NÃO EXISTE TAL LIMITAÇÃO NO NCPC; art.
405(testemunhas incapazes, impedidas ou suspeitas- NCPC -
447)

Meios de prova no CPC.

Técnicas expressamente previstas no CPC: depoimento pessoal


das partes, prova testemunhal, prova pericial, inspeção
Judicial e confissão (que não é meio de prova), além da prova
documental.

Momentos da prova:

Propositura pela Parte, Admissão pelo juiz, Realização sob


contraditório, Valoração da prova.

A VALORAÇÃO DA PROVA

Sistema da prova legal (prova tarifada)

 Resquícios no nosso sistema (art. 401, Art. 1543 CC,;


Art. 364 e 365 do CPC; Art. 378 e 379 - livros comerciais –
provam contra seu autor, ou a favor, se regularmente
inscritos, em demanda entre comerciantes – art. 378,
379. A escrituração contábil é indivisível – art. 380)

Sistema da íntima convicção ou do convencimento moral

Sistema do livre convencimento motivado (CF.Art. 93, IX e CPC


131)

Peritus peritorum ( art. 436 e 439 do CPC)

NOVO CPC CPC /1973


Art. 371. O juiz apreciará a Art. 131. O juiz apreciará
prova constante dos autos, livremente a prova, atendendo
independentemente do sujeito aos fatos e circunstâncias
que a tiver promovido, e constantes dos autos, ainda
indicará na decisão as razões que não alegados pelas
da formação de seu partes; mas deverá indicar, na
convencimento. sentença, os motivos que Ihe
formaram o convencimento.
(Redação dada pela Lei nº
5.925, de 1º.10.1973)

 Princípio do livre convencimento motivado


o Nova redação
 Não permite mais que o juiz considere fatos
constantes dos autos ainda que não alegados
pelas partes?
 Parece que não, pois a decisão de
saneamento deve delimitar
fatos/direitos, e torna-se estável. (art.
357, IV e § 1º)

Prova Emprestada

São traslados de documentação da prova constituída em outro


processo judicial.

Ressalvas e preservação do contraditório

Prova documental ou documentada? (traslado por meio de


certidão)

Eficácia (equivale às precatórias)


NOVO CPC CPC /1973
Art. 372. O juiz poderá Sem artigo correspondente.
admitir a utilização de prova
produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que
considerar adequado,
observado o contraditório.

 Prova emprestada
o Novidade importante
 “Positiva” a jurisprudência
 Observância do contraditório
 OBS: a lei não diz como!
 Doutrina x Jurisprudência: dilema não
resolvido!

Corte Especial

DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROVA EMPRESTADA ENTRE


PROCESSOS COM PARTES DIFERENTES.

É admissível, assegurado o contraditório, prova emprestada


de processo do qual não participaram as partes do processo
para o qual a prova será trasladada. A grande valia da prova
emprestada reside na economia processual que proporciona,
tendo em vista que se evita a repetição desnecessária da
produção de prova de idêntico conteúdo. Igualmente, a
economia processual decorrente da utilização da prova
emprestada importa em incremento de eficiência, na medida
em que garante a obtenção do mesmo resultado útil, em menor
período de tempo, em consonância com a garantia
constitucional da duração razoável do processo, inserida na
CF pela EC 45/2004. Assim, é recomendável que a prova
emprestada seja utilizada sempre que possível, desde que
se mantenha hígida a garantia do contraditório. Porém, a
prova emprestada não pode se restringir a processos em que
figurem partes idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente
sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso.
Assegurado às partes o contraditório sobre a prova, isto é,
o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la
adequadamente, o empréstimo será válido. EREsp 617.428-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2014.
 ATENÇÃO: PROVA EMPRESTADA!
o A CORTE ESPECIAL muda o paradigma
o De “ultima ratio” à medida preferencial
o Fundamento: de garantia da ampla defesa a
princípio da economia processual
o Contraditório: não na produção da prova, mas
após o empréstimo!!

? empréstimo de prova de processo que tramitou sob segredo


de justiça? (necessidade de que sejam as mesmas partes,
sem a presença de terceiros).

?empréstimo de interceptação telefônica feita no processo


penal? (Talamini x Barbosa Moreira > “arrombar um cofre já
aberto”; Sentença Penal condenatória é título executivo
judicial).

? prova emprestada de processo administrativo?

STF - Supremo Tribunal Federal


RMS 25485
II - Além de peças extraídas de inquérito policial, o
processo disciplinar contém provas produzidas no âmbito
da própria Administração, com o exercício do
contraditório.

Outras normas do NCPC

NOVO CPC CPC /1973


Art. 379. Preservado o direito Art. 340. Além dos deveres
de não produzir prova contra enumerados no art. 14,
si própria, incumbe à parte: compete à parte:
I – comparecer em juízo, I - comparecer em juízo,
respondendo ao que lhe for respondendo ao que Ihe for
interrogado; interrogado;
II – colaborar com o juízo na II - submeter-se à inspeção
realização de inspeção judicial judicial, que for julgada
que for considerada necessária; necessária;
III – praticar o ato que lhe for III - praticar o ato que Ihe for
determinado. determinado.

 Deveres probatórios das partes


o Novidades
 Expresso direito de não produzir provas contra
sí (interrogatório e inspeção judicial, inclusive)
 No mas, repetição, reforçada sistemicamente
pelo ever de colaboração! (art. 6o.)

NOVO CPC CPC /1973


Art. 380. Incumbe ao terceiro, Art. 341. Compete ao terceiro,
em relação a qualquer causa: em relação a qualquer pleito:
I – informar ao juiz os fatos e as I - informar ao juiz os fatos e
circunstâncias de que tenha as circunstâncias, de que
conhecimento; tenha conhecimento;
II – exibir coisa ou documento II - exibir coisa ou documento,
que esteja em seu poder. que esteja em seu poder.
Parágrafo único. Poderá o
juiz, em caso de
descumprimento, determinar,
além da imposição de multa,
outras medidas indutivas,
coercitivas, mandamentais
ou sub-rogatórias.

 Deveres probatórios dos terceiros


o Novidades
 Reforço do que já era possível por interpretação
do art. 14 p. único do NCPC.

Seção II
Da Produção Antecipada da Prova

Art. 381
NOVO CPC CPC /1973
Art. 381. A produção Art. 846. A produção
antecipada da prova será antecipada da prova pode
admitida nos casos em que: consistir em interrogatório da
I – haja fundado receio de que parte, inquirição de
venha a tornar-se impossível testemunhas e exame pericial.
ou muito difícil a verificação de Art. 847. Far-se-á o
certos fatos na pendência da interrogatório da parte ou a
ação; inquirição das testemunhas
II – a prova a ser produzida antes da propositura da ação,
seja suscetível de viabilizar a ou na pendência desta, mas
autocomposição ou outro antes da audiência de
meio adequado de solução de instrução:
conflito; I - se tiver de ausentar-se;
III – o prévio conhecimento II - se, por motivo de idade ou
dos fatos possa justificar ou de moléstia grave, houver
evitar o ajuizamento de ação. justo receio de que ao tempo
§ 1º O arrolamento de bens da prova já não exista, ou
observará o disposto nesta esteja impossibilitada de
Seção quando tiver por depor.
finalidade apenas a realização Art. 849. Havendo fundado
de documentação e não a receio de que venha a tornar-
prática de atos de apreensão. se impossível ou muito difícil a
§ 2º A produção antecipada da verificação de certos fatos na
prova é da competência do pendência da ação, é
juízo do foro onde esta deva admissível o exame pericial.
ser produzida ou do foro de Art. 855. Procede-se ao
domicílio do réu. arrolamento sempre que há
§ 3º A produção antecipada da fundado receio de extravio ou
prova não previne a de dissipação de bens.
competência do juízo para a Art. 856. Pode requerer o
ação que venha a ser proposta. arrolamento todo aquele que
§ 4º O juízo estadual tem tem interesse na conservação
competência para produção dos bens.
antecipada de prova § 1o O interesse do requerente
requerida em face da União, pode resultar de direito já
de entidade autárquica ou de constituído ou que deva ser
empresa pública federal se, declarado em ação própria.
na localidade, não houver § 2o Aos credores só é
vara federal. permitido requerer
§ 5º Aplica-se o disposto arrolamento nos casos em que
nesta Seção àquele que tenha lugar a arrecadação de
pretender justificar a herança.
existência de algum fato ou Art. 857. Na petição inicial
relação jurídica para simples exporá o requerente:
documento e sem caráter I – o seu direito aos bens;
contencioso, que exporá, em II – os fatos em que funda o
petição circunstanciada, a receio de extravio ou de
sua intenção. dissipação dos bens.
Art. 858. Produzidas as provas
em justificação prévia, o juiz,
convencendo-se de que o
interesse do requerente corre
sério risco, deferirá a medida,
nomeando depositário dos
bens.
Parágrafo único. O possuidor
ou detentor dos bens será
ouvido se a audiência não
comprometer a finalidade da
medida.
Art. 859. O depositário lavrará
auto, descrevendo
minuciosamente todos os bens
e registrando quaisquer
ocorrências que tenham
interesse para sua
conservação.
Art. 860. Não sendo possível
efetuar desde logo o
arrolamento ou concluí-lo no
dia em que foi iniciado, apor-
se-ão selos nas portas da casa
ou nos móveis em que estejam
os bens, continuando-se a
diligência no dia que for
designado.
Art. 861. Quem pretender
justificar a existência de
algum fato ou relação jurídica,
seja para simples documento e
sem caráter contencioso, seja
para servir de prova em
processo regular, exporá, em
petição circunstanciada, a sua
intenção.
Art. 862. Salvo nos casos
expressos em lei, é essencial a
citação dos interessados.
Parágrafo único. Se o
interessado não puder ser
citado pessoalmente, intervirá
no processo o Ministério
Público.
Art. 863. A justificação
consistirá na inquirição de
testemunhas sobre os fatos
alegados, sendo facultado ao
requerente juntar documentos.
Art. 864. Ao interessado é
lícito contraditar as
testemunhas, reinquiri-las e
manifestar-se sobre os
documentos, dos quais terá
vista em cartório por 24 (vinte
e quatro) horas.
Art. 865. No processo de
justificação não se admite
defesa nem recurso.
Art. 866. A justificação será
afinal julgada por sentença e
os autos serão entregues ao
requerente independentemente
de traslado, decorridas 48
(quarenta e oito) horas da
decisão.
Parágrafo único. O juiz não se
pronunciará sobre o mérito da
prova, limitando-se a verificar
se foram observadas as
formalidades legais.

 Produção antecipada da prova (ação autônoma)


o Novidades
 Agrupa 3 procedimentos cautelares nominados
do CPC/73
 Produção antecipada de provas
 Arrolamento de bens
 Justificação
 Produção antecipada de provas
 Urgência (CPC/73)
 Viabilizar solução de conflito
 Justificar ou evitar propositura de
demanda (interesse)
 Arrolamento
 Somente para documentar, nunca para
bloquear (tutela cautelar)
 Justificação
 De fato ou relação jurídica (como no
CPC/73)
 Competência
 Não previne (Sum 263 do TFR)
 Delegação: para justiça estadual, nos
casos de justificação para fazer prova
perante União e seus entes (Lei 5.010,
art. 15, II)
NOVO CPC CPC /1973
Art. 382. Na petição, o Art. 848. O requerente
requerente apresentará as justificará sumariamente a
razões que justificam a necessidade da antecipação e
necessidade de antecipação da mencionará com precisão os
prova e mencionará com fatos sobre que há de recair a
precisão os fatos sobre os quais prova.
a prova há de recair. Parágrafo único. Tratando-se
§ 1º O juiz determinará, de de inquirição de testemunhas,
ofício ou a requerimento da serão intimados os
parte, a citação de interessados a comparecer à
interessados na produção da audiência em que prestará o
prova ou no fato a ser depoimento.
provado, salvo se inexistente
caráter contencioso.
§ 2º O juiz não se pronunciará
sobre a ocorrência ou a
inocorrência do fato, nem sobre
as respectivas consequências
jurídicas.
§ 3º Os interessados poderão
requerer a produção de
qualquer prova no mesmo
procedimento, desde que
relacionada ao mesmo fato,
salvo se a sua produção
conjunta acarretar excessiva
demora.
§ 4º Neste procedimento, não
se admitirá defesa ou
recurso, salvo contra decisão
que indeferir totalmente a
produção da prova pleiteada
pelo requerente originário.

 Procedimento
o Via de regra não contencioso, semelhante à
jurisdição voluntária
 Possibilidade de o juiz citar de ofício os
interessados (salvo se não houver possibilidade
contenciosa futura)
 Aproveitamento do procedimento para produzir
outras provas pedidas pelos demais
interessados (natureza dúplice)
 Impossibilidade de defesa ou recurso (salvo
denegação do procedimento)

NOVO CPC CPC /1973


Art. 383. Os autos Art. 851. Tomado o
permanecerão em cartório depoimento ou feito exame
durante 1 (um) mês para pericial, os autos
extração de cópias e certidões permanecerão em cartório,
pelos interessados. sendo lícito aos interessados
Parágrafo único. Findo o prazo, solicitar as certidões que
os autos serão entregues ao quiserem.
promovente da medida.

 Término e posse dos autos


o Novidade
 Ficam em cartório apenas 1 mês
 Após, posse dos requerentes
 Curiosidade: não deveriam ser eletrônicos?

PROVAS ILÍCITAS.

Projeto 166/2010

Art. 257 - (...) Parágrafo único. A inadmissibilidade das provas


obtidas por meio ilícito será apreciada pelo juiz à luz da
ponderação dos princípios e dos direitos fundamentais
envolvidos.

CPP

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas


do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela
Lei nº 11.690, de 2008)

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das


ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade
entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser
obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si


só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao
fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova


declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído
pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)

Provas ilícitas (documento furtado - momento da colheita) x


provas ilegítimas (quebra de sigilo sem fundamentação -
momento da produção)

Proibição: CF 5º. LVI e CPC art. 332

Conflito (princípio da proporcionalidade)

 Valoração e autorização prévia (Eduardo Cambi)

 Esfera íntima x esfera privada x esfera pública (gravações


de câmeras em local público)

 Gravação clandestina (possível divulgação


com justa causa. Valendo para gravação
ou correspondência). RE 583937
 Interceptação telefônica: Não. Lei 9.296/96 e
CF art. 5º. , XII. STF RE. 85.439/RJ
 Interceptação “emprestada”.

Fruit of the poisonous tree (CPP Art. 157, p. 1o.)

 Inevitable Discovery exception: prova que seria


inevitavelmente obtida por meios lícitos (ex. Havia gravação
autorizada que captaria a confissão do fato comprovado
com documento obtido por invasão de domicílio)

 Independence Souce: O nexo de causalidade tem de ser


imediato
RHC 90376
Se, no entanto, o órgão da persecução penal
demonstrar que obteve, legitimamente, novos elementos de
informação a partir de uma fonte autônoma de prova - que
não
guarde qualquer relação de dependência nem decorra da
prova
originariamente ilícita, com esta não mantendo vinculação
causal
-, tais dados probatórios revelar-se-ão plenamente
admissíveis,
porque não contaminados pela mácula da ilicitude
originária.
-
A QUESTÃO DA FONTE AUTÔNOMA DE PROVA ("AN
INDEPENDENT SOURCE") E
A SUA DESVINCULAÇÃO CAUSAL DA PROVA
ILICITAMENTE OBTIDA -
DOUTRINA - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL -
JURISPRUDÊNCIA COMPARADA (A EXPERIÊNCIA DA
SUPREMA CORTE
AMERICANA): CASOS "SILVERTHORNE LUMBER CO. V.
UNITED STATES
(1920); SEGURA V. UNITED STATES (1984); NIX V.
WILLIAMS (1984);
MURRAY V. UNITED STATES (1988)", v.g..

HC 29174/STJ
A teoria "dos frutos da árvore envenenada" não é incindível
in
casu, posto que as gravações telefônicas não foram obtidas
ilicitamente. Mesmo assim, tais elementos probatórios não
constituem
o único material probante que embasa a exordial acusatória.
Ademais,
as provas testemunhais não foram obtidas por derivação da
conversa
telefônica, não havendo que se falar em "contaminação pelo
veneno".
- O trancamento da ação penal por falta de justa causa
somente deve
ocorrer em situações excepcionais, ou seja, apenas quando
se
constata, prima facie, a atipicidade da conduta, a incidência
de
causa de extinção da punibilidade, a ausência de indícios de
autoria
ou de prova da materialidade do delito, ou, ainda, a
indiscutível
deficiência da peça vestibular. Hipóteses inocorrentes no
caso sub
examen.
- Ordem denegada.

? documentos apreendidos em escritório de advocacia?


Art. 7o. II e p. 6o.
- inviolabilidade como regra
- excecao: indícios de autoria e materialidade da prática de
crime por parte do advogado.
- Requisite: mandado de busca e apreensão, por decisão
fundamentada e com cumprimento acompanhado de
representante da OAB.

Teoria da descontaminação do julgado.


O vetado § 4º do art. 157 da nova Lei 11.690/ 2008 dispunha
que "o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão".

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