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AULA - 04 - SUPERESTRUTURA Ok OK
AULA - 04 - SUPERESTRUTURA Ok OK
Ementa:
Serviços Preliminares;
Movimento de Terra;
Fundações;
Superestrutura;
Alvenaria;
Cobertura;
Esquadrias;
Revestimentos de Paredes;
Forros;
Impermeabilização;
Piso e Pavimentação;
Controle de qualidade em edificações;
Pintura.
SUPERESTRUTURA
Muitos fatores, sejam eles de caráter ideológicos ou práticos, podem
influenciar um projeto final de arquitetura de um edifício. E a estrutura é de
fundamental importância, pois sua principal finalidade é dar forma e integridade a
um edifício, e sua contribuição pode ser crucial na realização de uma arquitetura
de alto nível.
O conjunto dos elementos da estrutura pode ser dividido em dois
subconjuntos, denominados de SUPERESTRUTURA e INFRA-ESTRUTURA ,
sendo esse último constituído pelos elementos de fundação. No que se
segue, serão descritos os principais elementos ou tipologias, que formam a
superestrutura. LAJE MACIÇA
Elemento estrutural bidimensional, geralmente horizontal, constituindo os
pisos de compartimentos; suporta diretamente as cargas verticais do piso, e é
solicitado predominantemente à flexão (placa).
VIGA
Elemento unidimensional (barra), geralmente horizontal, que vence os vãos
entre os pilares dando apoio às lajes, às alvenarias de tijolos e, eventualmente, a
outras vigas, e é solicitado predominantemente à flexão.
PILAR
Elemento unidimensional (barra), geralmente vertical, que garante o vão
vertical dos compartimentos (pé direito) fornecendo apoio às vigas, e é solicitado
predominantemente à compressão.
FUNDAÇÃO
Elemento estrutural que transfere ao terreno natural as cargas que são
aplicadas à estrutura. Existem dois tipos de fundações; RASAS (Superficiais ou
diretas) PROFUNDAS (Indiretas).
Viga Baldrame e Radier:
Viga Baldrame é uma viga de concreto armado
que sustenta uma parede portante que está no
nível do solo ou próximo a ele, e que transfere as
cargas para sapatas isoladas.
Radier ou fundação flutuante é uma laje de
concreto armado, grossa e com uma
grande armadura como se fosse uma grande sapata monolítica para vários
pelares ou mesmo toda a edificação.
Esse tipo de fundação é utilizada quando o terreno é de baixa resistência (fraco)
e a espessura da camada do solo é relativamente profunda.
Como alternativa de fundação, o
radier mostra-se economicamente
viável, sempre que a área total das
sapatas for superior a 50% da área
de projeção da obra.
COMO FUNCIONA TODO O CONJUNTO:
As lajes são posicionadas nos pisos dos compartimentos para transferir as
cargas dos mesmos para as vigas de apoio; as vigas são utilizadas para transferir
as reações das lajes, juntamente com o peso das alvenarias, para os pilares de
apoio (ou, eventualmente, outras vigas), vencendo os vãos entre os mesmos; e os
pilares são utilizados para transferir as cargas das vigas para as fundações.
Concreto
O que é o concreto ?
O concreto não existe pronto na natureza. É um material composto, feito a
partir da mistura de outros materiais: cimento, areia, pedra (ou brita) e água.
TIPOS DE CIMENTO:
CIMENTO ALUMINOSO:
Para refratários; em ambientes ligeiramente ácido.
RECOMENDAÇÕES PARA ARMAZENAMENTO DO CIMENTO:
Recomenda-se iniciar a pilha de cimento sobre um tablado de madeira,
montado a pelo menos 30 cm do chão ou piso e não formar pilhas maiores do que
10 sacos. Quanto maior a pilha, maior o peso sobre os primeiros sacos. Isso faz
com que seus grãos sejam de tal forma comprimidos que o cimento contido nesses
sacos fique quase endurecido, sendo necessário afofá-lo.
A pilha recomendada de 10 sacos também facilita a contagem, na hora da
entrega e no controle dos estoques ou na aplicação final e está prescrita pelas
normas da ABNT (Associação Brasileira de Norma Técnicas).
AGREGADO MIÚDO E GRAÚDO:
São materiais rochosos na forma granular. Devem possuir dimensões e
propriedades adequadas para o seu uso em construção civil. A areia e pedra são
os chamados “agregados do concreto”.
Agregados graúdos
Brita 0 4,8 a 9,5 mm
Brita 1 9,5 a 19 mm
Brita 2 19 a 25 mm
Brita 3 25 a 50 mm
Brita 4 50 a 76 mm
Brita 5 76 a 100mm
Agregados miúdos naturais
Brita 1
Alguns tipos de Agregados Graúdos:
Brita 2 Brita 3
MATERIAIS EMPREGADOS EM CONCRETO ARMADO
ÁGUA:
A água de abastecimento público é adequada para o concreto e já vem sendo
utilizada, não necessitando de ensaio. A água potável que atende a Portaria nº 518 do
Ministério da Saúde é considerada dentro dos padrões exigidos pela norma do ABNT/CB-
18 e pode ser utilizada sem restrição para a preparação do concreto.
OBS: A água de esgoto, mesmo com tratamento, não é adequada para uso em
concreto.
Quantidade de cloretos permitida na água de amassamento:
ATENÇÃO
A norma
brasileira
estabelece que
o volume a ser
preparado por
vez
não ultrapas-
se o corres-
pondente a 100
kg de cimento,
que
corresponde a
dois sacos.
Mistura do concreto - Mecânica
A betoneira consiste num tambor, com paletas internas, que gira em
torno de um eixo. O giro do tambor com as paletas proporciona a
mistura dos materiais que encontram-se no seu interior.
Concreto dosado em central
Para a utilização dos concretos dosados em central, o que devemos saber
é programar e receber o concreto.
Programação do concreto: devemos conhecer alguns dados, tais como:
• Localização correta da obra.
• O volume necessário.
• A resistência característica do concreto a compressão (fck) ou o consumo
de cimento por m³ de concreto.
• A dimensão do agregado
graúdo.
• O abatimento adequado
(slump test).
A dosagem do concreto
A forma racional de dosar o concreto baseia-se nos seguintes critérios:
1. Resistência
2. Trabalhabilidade
3. Diâmetro máximo do agregado
1o. critério - Resistência:
A resistência a compressão simples do concreto é, em geral, determinada em corpos de
prova cilíndricos com idade de 28 dias (fck28);
O valor médio dos resultados experimentais, é chamado de resistência à compressão
média do concreto, indicado por fccm = fcm;
A resistência à compressão característica do concreto (fcck = fck), representa um
valor mínimo estatístico acima do qual ficam situados 95% dos resultados experimentais;
1o Critério – Resistência
Unidades usuais: (kgf/cm2) ou (MPa). Lembre-se: 1MPa ≈ 10 kgf/cm2
Para suportar os outros esforços é usado o aço, que é um material que resiste
tanto a esforços de compressão e muito mais, a esforços de tração.
A presença do aço no concreto o transforma de “concreto magro” para “concreto
armado” concreto + aço.
Resistência do Concreto - depende do(a):
• Traço: quanto mais rico em cimento, mais resistente
• Adensamento: quanto mais compacto, mais resistente
• Idade: a resistência dos concretos aumenta com o tempo
• Fator água/cimento: a resistência varia inversamente com o volume de água
empregado.
Concreto traço (A) - 1 : 2 : 4 1 parte de cimento para 6 partes de agregados.
Concreto traço (B) - 1 : 3 : 6 1 parte de cimento para 9 partes de agregados.
Em qual traço o concreto apresenta maior resistência? Por quê?
Traço (A): Geralmente, quanto maior a quantidade de agregados, maior a
quantidade de camadas limite entre o cimento e o agregado, que são regiões
mais frágeis onde podem ocorrer fissuras.
Caso seja adicionado Filler (material carbonático – rochas com CaCO3) e um
plastificante na mistura do concreto, este adquire uma maior resistência mesmo
nas camadas limites entre agregado e aglomerante.
2° Critério -Trabalhabilidade:
É o que faz o concreto ser capaz de preencher a fôrma.
Um concreto com boa trabalhabilidade, ou concreto bom de trabalhar, é aquele que
permite encher a fôrma completamente, com o menor esforço possível.
Quanto mais mole, ou seja, quanto mais água tem o concreto, mais fácil de trabalhar.
Por outro lado, quanto mais água tem o concreto, maior deve ser a quantidade de
cimento para se ter a resistência necessária e, portanto, mais caro será o concreto.
devemos achar um traço com a menor quantidade de água possível, mas suficiente
para garantir a trabalhabilidade do concreto.
Esse ponto de equilíbrio depende do tipo de estrutura que será concretada.
Na sapata , a
No caso do pilar o fôrma é mais larga
concreto deverá ter o concreto poderá
uma maior ser mais seco,
trabalhabilidade menor
trabalhabilidade
Trabalhabilidade:
A Norma Brasileira define um teste, denominado slump-test ou teste de
abatimento para de determinar a trabalhabilidade do concreto:
1 2 3 4
TIPO DE PEÇA A SER CONCRETADA A (SLUMP OU ABATIMENTO, EM cm)
5,00m 1. Sapata:
Vs = 1,20 . 0,80 . 0,30 = 0,288 m3
0,30m
P 10 sapatas VS(total) = 2,88 m3
SAPATA I 3,60m
L 2. Pilar:
1,20m A
R Vp = 0,40 . 0,20 . 3,60 = 0,288 m3
10 pilares VP(total) = 2,88 m3
0,40m
0,20m 3. Viga:
VX – volume de água mX
VX = ρX
1 m3 de concreto (1.000 ℓ)
mA
VA – volume de areia VA = ρA
VB – volume de brita mB
VB = ρB
mX = 1.X kg (ou ℓ) de água para 1 kg de cimento
mc = 1 kg
mc mX mA mB
1.000 ℓ = ρc + ρX + ρA + ρB
mc = C mX = C. X mA = C. A mB = C. B
985 985
C= =
1 + X +
A +
B 1 + X +
A +
B
ρc ρx ρA ρB 3,125 1 2,60 2,75
Consumo de cimento em kg
985
C=
0,32 + X + 0,384.A + 0,364.B
Número que representa a Número que representa a
Fator água/cimento participação da areia no traço participação da brita no traço
985 985
C= =
0,32 + X + 0,384.A + 0,364.B 0,32+0,61+0,384.2+0,364.3
22
Lata 14
14 184,8
184,8 umidade, e a massa específica
AREIA Lata 28
28 369,6
369,6 da brita varia com a forma das
BRITA Lata 42
42 554,4
554,4 partículas e do recipiente
ÁGUA ℓ 215,33
215,3 2.842,35
2.842,35 usado para medir o volume.
35 cm
medido.
Recomenda-se que a altura da padiola não
exceda 0,35 m a fim de facilitar o manuseio do
V = 43 litros operário na obra, não as tornando extremamente
pesadas.
A norma ABNT especifica que o volume de concreto
a ser amassado por vez não deverá exceder o que se
consegue com 100 kg de cimento (2 sacos de 50 kg).
Nos pilares
Nas vigas
Nas Lajes
Detalhe da colocação de
caranguejos no
posicionamento das armaduras
das lajes
Cobrimento da armadura
A importância do Cobrimento de concreto na armadura é de vital
importância na durabilidade, mas também pelos benefícios adicionais, como por
exemplo, a resistência ao fogo. É preocupante ao constatar que esse ponto é
freqüentemente negligenciado.
Cobrimento das armaduras
Cura
A cura é um processo mediante o qual mantém-se um teor de umidade
satisfatório, evitando a evaporação da água da mistura, garantindo ainda, uma
temperatura favorável ao concreto, durante o processo de hidratação dos materiais
aglomerantes.
A cura é essencial para a obtenção de um concreto de boa qualidade. A
resistência potencial, bem como a durabilidade do concreto, somente serão
desenvolvidas totalmente, se a cura for realizada adequadamente.
Tempo de Cura
Para definir o prazo de cura, motivo de constante preocupação de
engenheiros e construtores nacionais, é necessário considerar dois aspectos
fundamentais:
- A relação a/c e o grau de hidratação do concreto;
- Tipo de cimento.
FATOR X (ÁGUA/CIMENTO) EM FUNÇÃO DA RESISTÊNCIA
a)Fôrma e Escoramento
b)Armadura
c)Lançamento
d)Adensamento
e)Cura
Desforma
A desforma deve ser realizada de forma criteriosa. Em estruturas
com vãos grandes ou com balanços, deve-se pedir ao calculista um
programa de desforma progressiva, para evitar tensões internas não
previstas no concreto, que podem provocar fissuras e até trincas.