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TM eli Ces9 Os meios de comunicacao referem-se constantemente aos direitos humanos, porém, na maioria das vezes, somente para alertar sobre a violagao ou o desrespeitoacles. Mas que direitos so esses que igualam todos os seres humanos? Como eles foram historicamente declarados? Quem elaborou 0s tratados e as convencées internacionais sobre direitos humanos e em que contexto? sie ric SRC ed Cer ne ieee Neste capitulo Dee CC ieee De ee een ® Direitos de quarta e quinta geracdes: Bioética e paz Por que, apesar de aceitos e discutidos por muitas sociedades, os direitos ainda sao vio- lados e, em alguns casos, sumariamente igno- rados? Importante e polémico, esse tema tem sido alvo constante de discussdes nos 4mbitos ro Ptr ea et Cert Preity Porte ener Te nacional internacional. E preciso ter claro que esse assunto e todas as suas acdes concretas afetam a todos os habitantes do planeta tanto individual como questées serao abordadas neste capitulo letivamente. Essas e outras mnie ry ® Direitos humanos: somos todos iguais? Para grande parte das pessoas do século XX, al Buns direitos sio considerados fundamentais, como odireito a vida, aliberdade de escolha e de expressao, a satide e a seguranca, enfim, os direitos que garan- tem a satisfacdo das necessidades basicas de todo ser humano. Sao os chamados direitos humanos, A discussao sobre os direitos humanos, tema debatido nas sociedades contemporineas ¢ nas relagdes entre os paises, nem sempre esteve pre- sente na histéria da humanidade. Na Europa feudal do século X, por exemplo, nao havia a nocdo de direitos individuais e coletivos, Entende-se por direitos humanos o conjunto de principios, de carter universal e universalizan- te, formalizado no contexto do Estado liberal-de- mocritico tal como ele se desenvolveu no mundo ‘ocidental no curso do século XIX, que proclamam. ‘como direitos inaliensveis do homem os direitos & vida e as liberdades civise publicas. Sua efetivacao requer agio dos governos no sentido de protegé- -los contra qualquer espécie de violagao ou abuso, Compreendem prioritariamente os direitos civis, mas também os direitos sociais e politicos. DIA, Nancy; ADORNO, Sergi. Oas andlises socisis 208 direitos humans. In: BROOKE, Nigel WITOSHYNSHY, Mary Org] 0s 40 anos da Fundagdo Ford no Brasil; urna arceria para a mudanea social. S30 Paulo: dus, Rode Janere: Fundacde Ford, 2002 p. 206. j4 que a sociedade feudal mantinha uma ordena- <0 social diferente da que estamos sujeitos atual- ‘mente no Brasil. Naquela época, a Igreja Catdlica e a aristocracia feudal detinham o poder e, portanto, 05 direitos e privilégios. Esses privilégios nao se es- tendiam aos camponeses, que realizavam todos os tipos de trabalho no regime de servido feudal. Historicamente, o tema direitos humanos co- mecou a ser discutido a partir do século XVI, du: rante a transigao do feudalismo para a sociedade burguesa, no periodo de formacao do Estado Na- cional Moderno, No decorrer dos séculos, muitos lutaram morreram pela liberdade de direitos, como votar e ser votado; contra a onipoténcia de reis que se julgavam representantes divinos e, portanto, aci ma de todos, podendo, inclusive, dispor da vida de seus stiditos; também contra a segregacao étnica ou a escravizacao, além de muitos outros motivos que incitaram diversas lutas para que fossem asse guradas as condicdes fundamentais de existéncia e igualdade a todos os seres humanos. Essas lutas, porém, ainda nao terminaram. Necessidades basicas, como moradia, alimen- tasdo e educagio, nao tém sido asseguradas a populacao de forma igualitaria, o que abre pre- cedentes para constantes manifestacoes com 0 objetivo de cobrar dos governantes solugao para esses problemas. Mares de mantstartes segue em deo ao Patamento bic em protest conva as medias ‘austere planeadas palo govero. 0 cartazes dem meres conagbes armarada © educagto, 900 08 migrates. fm 6a svohimer do ais, fem gras, entre autos. ones, late, 2 Organizando ide’ Em dupla, converse com o colega sobre as questies a seguir e depois debatam, em sala de aula, suas conclusées. 4.0 que significa dizer que os direitos humanos foram conquistados por meio de lutas ao longo do tempo? 2, Juntos, pesquisem os principais fatos ocorridos no Brasil eno mundo noticiados pelaimprensa no Ultimo més. De acordo com as noticias que vocés encontraram, é possivel concluir que atualmente 05 direitos humanos sao efetivos para todas as pessoas? Justifiquem sua resposta exemplificando. 3. A charge a seguir foi criada por Angeli no ano de 1998. Analise-a e faca o que se pede. Jae Ne Kolko Ae Ato B ae DY eXISTIRMAIS PERSE- AAOH § GUICOES, TORTURAE Sake] MORTE DE PRESOS POLI- e TICOS; POR NAO HAVER aE\ MAIS CENSURA A IMPREN- 4, SAE MAIS NENHUM INTELECTUAL ‘ol. Decarago cos Dots Humane. charg fi pubcada no joal ola de § Pal 11 oe dezertvo de 1968. ‘al Que critica 8 sociedade brasileira a charge expressa? bb E possivel afirmar que a charge retrata a realidade de parte da populagao brasileira’ Justifique. 1 Elabore um pequeno texto estabelecendo relacdo entre a charge eo titulo “Direitos humanos: somos todos iguais?” ms & Viajando pela historia Direitos na Antiguidade Annogao de direitos humanos, ou direitos na. turais, tal como os concebemos hoje, teve origem 10 século XVI. Isso nao significa, porém, que antes desse perfodo nao houvesse pessoas preocupadas com as condigées minimas para que os seres hu- manos vivessem com dignidade. © mais antigo documento que envolve direi- tos humanos encontrado até agora é 0 Cilindro de Ciro. O texto escrito pelo rei da Pérsia (atual Ira), Ciro Il, foi gravado em um cilindro de barro em 539. a.C. Cn de Oe Acero do Museu rnc, ones, Os decretsescros pl re ro toa ava em gua acacia, em um cio de taro cos, Ese cj htico fo deczbeto em 1879¢ ‘rag om 1971 © documento escrito por Ciro apresentava caracteristicas diferenciadas para a época: decla- rava a liberdade de religido, libertava os escravos e thes dava a oportunidade de participar do corpo de funcionérios do reino. Por suas caracteristicas humanitarias,.¢ considerado precursor das decla: rages de direitos humanos. Em Atenas, na Grécia, entre os séculos Ve IVa.C,, ocorreram as primeiras experiéncias demo- craticas relacionadas aos principios que concediam a05 cidadaos o direito de se expressar livremente de participar das decisées da comunidade. Esse ‘exemplo mostra preocupacao com a liberdade de manifestacao e de participacao nas decisées polit as, mas 0 direito era restrito somente aos homens adultos, atenienses e livres. Outro documento que merece destaque ¢ 0 Pacto dos Virtuosos-(Hif-al-fudul), concluido_por tribos arabes por volta de 590 .C., considerado ‘uma das primeiras aliangas em prot dos direitos hu: ‘manos. Ele foi elaborado por cinco tribos da cidade “de Meca apés uma guerra ocorrida na regio, en: tre 586 e 590 d.C., com a finalidade de defender os oprimidos da cidade, além de restaurar seus direitos. Documentos posteriores, como a Carta Mag- nna da Inglaterra, de 1215, a Carta de Mandén, de 1222, também so exemplos de textos relacio: nados aos direitos humanos. A Carta Magna, manuscrita, redigida em latim ‘eassinada pelo rei Joao Sem Terra diante de bares. do alto clero em 1215, foi considerada o primeiro documento ofcial com 0 propdsito expicto de ga- rantir as iberdades e direitos dos siditos e impedir ‘08 abusos de poder real. Em termos gerais, estabe- lecia que nenhum homem esta acima da lei, nem mesmo o rei, por dédiva divina ou favores daigreja, Os 63 artigos exigiam direitos estamentais e limi- tagio do poder real, a partir de um entendimento com a nobreza, prioritariamente com os bards e, em seguida, com 05 demais stiditos. O principio biisico que inspirou a formatagio final do docu: ‘mento foi a sujeigio do poder do rei is liberdades individuais de seus siditos. GUIMARAES, Elisabeth da Fonseca A construgdohistco socioiigica ds dretos humanos. Revista ORG & DEMO, Maria: Unesp/Boterpe 11.9.2 p. 9, juz. 2010 A Carta de Mandén (ou Carta de Kurukan Fuga) € considerada a declaragao constitucional do Império de Mali, fundado no século XI e unifi- cado por Sundiata Keita, em 1222, imperador que a proclamou. Esse documento incorpora um con: junto de praticas cujos pontos principais sao: 0 respeito pela vida humana, a solidariedade com a comunidade, a liberdade individual (em conformi- dade com a comunidade) e a oposigao ao sistema de escraviddo vigente na regio. A carta € consi derada um dos primeiros modelos de constituigao € 0 primeiro documento escrito em territ6rio africano a abordar ireitos humanos, OO _ BA origem dos direitos humanos Entre os séculos XV e XVIII, a Europa passava_ por transformages advindas das Grandes Nave- gages, que incorporaram ao mundo conhecido até entdo as terras que hoje formam o continente americano e parte da Asia. As ideias e a organizacio politico-social pre- dominante, que permaneciam desde a Idade Mé- aren a ser questionadas por pensadores ingleses, como David Hume (1711-1776) eThomas ‘Hoobbes (1588-1679), e por intelectuais chamados de iluministas, como John Locke (1632-1704), Vol- taire (1694-178), Jean-Jacques Rousseau (1712 “1778) e Montesquieu (1689-1755); eles propu- nham uma nova visao de mundo, com base no uso da razdo e na libertacao dos seres humanos de toda forma de opressao. Nesse periodo, a sociedade era estamental, ou seja, nao havia mobilidade entre uma camada social e outra. A nobreza detinha privilégios e 0 poder estava concentrado nas maos dos reis; 0 sistema politico dominance era o absolutismo. Nesse periodo histérico, a caminhada rumo & conquista da liberdade e igualdade entre os seres hhumanos deu um primeiro, mas fundamental, passo por meio da luta pelo reconhecimento dos direitos Civis e politicos, isto é as prerrogativas dos indivi- «duos e grupos de individuos que nao podem sofrer a intervengio despdtica do Estado, podendo competir de maneira igualitaria.(..] ‘A partir de entao, a figura do individuo que s6 tem deveres a prestar em relagio ao principe (siidi- to) comega a ser substituida pela do sujeito que pos- sui direitos que devem ser respeitados pelos gover- nantes (o cidadao).[..] Em suma, estamos tratando agui de uma mu- ‘danga de eras, da substituigio de uma “era dos deve- res” por uma “era dos direitos”, [.] Os trabalhadores (sobretudo os camponeses) € 08 burgueses ~ nova classe relacionada ao co- mércio e a prestagao de servicos e que também nao tinha direitos assegurados, apesar do aci- mulo de capital - passaram a questionar a ar- bitrariedade e as injusticas cometidas pelos no- bres e pelos reis absolutistas, além de agir contra esses desmandos, dando origem as chamadas Revolugdes Burguesas. ~—~"“Coube aos pensadores liberais disseminar e fazer valer mecanismos capazes de frear 0 autori- tarismo estatal dos absolutistas. De acordo com as ideias iluministas, a razio passou a ser o ins- trumento de conhecimento do mundo. Em uma sociedade nao mais baseada no poder da Igreja Catélica Romana, 0 direito divino dos reis come- ou ser questionado. Portanto, os primeiros direitos conquistados por meio das Revolugdes Burguesas foram os di- reitos individuais, ou seja, aqueles considerados raturais Porém, assim como essa nova “era dos direitos” inasce por intermédio da conquista dos direitos civis ¢ politicos, ela também tem uma precisa localizagao ‘espacial, uma geografia propria -, seu bereo encon- tra-se em trés paises precisos: Inglaterra, Estados Unidos e Franga. Sera exatamente no curso dos acontecimentos hist6ricos que levaram esses trés paises & moderni- dade que subirio a tona as primeiras vitrias da luta incessante travada em nome da afirmagio dos direi- tos da cidadania no mundo...) 'MONDAIN|, Marco. Os direitos humanosno periodopré-Re- volugdo Francesa: conquista dos drétes cis e polices In Diritos humans. So Paul: Context, 206.22 PeTeETckue ct Em grupo, pesquise quais eram as propostas dos pensadores David Hume, Thomas Hobbes, John Locke, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau ¢ Montesquieu. Tragam os resultados para a sala de aula e apresentem-nos aos colegas. —_——— Direitos humanos — A Revolucao Inglesa ea Declaracao de Direitos Durante todo o século XVI, Inglaterra passou Ec téxtil mais desenvolvida e 50 icamente, detinha a mani de toda a Europa, al al. Nesse periodo, consolidava-se uma rica ca ser uma poténcia militar e mada de produtores rurais ligada a producio de itura comercial. Esse grupo, aliado a burguesia urbana, opunha-se ao absolutismo, de fendido pelo clero angticano e também pelos no- bres aristocratas, A insatisfacéo da burguesia e da populagio fem geral com a monarquia absolutista aumentava a cada ano. Embora o Parlamento confrontasse 0 rei em dos muitos impostos, por perseguir pessoas que nao aderissem a religiéo oficial do Es- tado e porque participava de guerras era constantemente silenciado, pois o rei o dissolvia quando era de s interesse, Uma su sciment udou esse quadro a partir 30 a lgreja Catélica a Igreja Anglicana Poireeretee ees per one it tenes Cr ete gtr) Cee ees Para assumir a Coroa, o Parlamento obrigou Guilherme de Orange e sua esposa a assinarem um documento de compromisso com os cidadaos de- nominado Declaragdo de Direitos (Bill of Rights, 1689), que inaugurou um novo tipo de Estado, voltado aos cidadaos: um estado de direito, [..Jos ditos lordes espirituais etemporais, ¢ 0s co- runs, respeitando suas respectivas cartas e eleigbes, ‘estando agora reunidos como plenos e livres repre- sentantes desta nagdo, considerando mui seriamente (0s melhores meios de atingir os fins acima ditos, de- claram, em primeiro lugar (como seus antepassados fizeram comumente em caso semelhante), para rei- vindicar e garantir seus antigos direitos eliberdades: 1. Que ¢ ilegal o pretendido poder de suspen- der leis, oua execugio de leis, pela autoridade real, sem o consentimento do Parlamento. 2. Que 6 ilegal 0 pretendido poder de revogar leis, ou a execugio de leis, por autoridade real, como foi assumido e praticado em tem- pos passados. 3. Que a comissio para criaro recente Tribunal de comissérios para as causas eclesidsticas, € todas as outras comissdes e tribunais de igual natureza, sio ilegais e perniciosos. 4. Que é ilegal a arrecadagao de dinheiro para ‘uso da Coroa, sob pretexto de prerrogativa, sem autorizagao do Parlamento, por um pe- riodo de tempo maior, ou de maneira dife rente daquela como é feita ou outorgada. 5. Que constitui um direito dos siiditos apre- sentarem petigdes ao Rei, sendo ilegais to- das as prises ou acusagdes por motivo de tais petigées. 6. Que levantare manter um exército permanen- te dentro do reino em tempo de paz € contra a lei, salvo com permissio do Parlamento, 7. Que 0s siiditos que sio protestantes possam Ahi Glossario ter armas para sua defesa adequadas a suas condigées, ¢ permitidas por lei 8. Que devem ser livres as eleigdes dos membros do Parlamento. 9. Que a liberdade de expresso e debates ou procedimentos no Parlamento nao devem ser impedidos ou questionados por qualquer tri- ‘bunal ou local fora do Parlamento. 10. Que nao deve ser exigida fianga excessiva, nem impostas multas excessivas; tampouco inligidas punigdes cruéis e incomuns. 11. Que os jurados devem ser devidamente convo- ‘ados e nomeados, e deve ser donos de pro- priedade livre e alodial os jurados que decidem sobre as pessoas em julgamentos de alta traigo. 12. Que sio ilegais e nulas todas as concessdes ¢ promessas de multas e confiscos de pessoas particulares antes de condenagao. 13, E que os Parlamentos devem reunir-se com frequéncia para reparar todos os agravos, € ‘para corrigir, reforgar e preservar as leis. Ereclamam, pedem einsistem que todas essas pre- ‘missas constituem seus direitos liberdades inquesti naveis;e que nenhumas declaragdes,jlgamentos,atos ‘ou procedimentos, para prejuizo do povo em alguma das ditas premissas, devem ser, de alguma maneira,to- ‘madas no futuro como precedente ou exemplo. DDeclarado Ingles de Direitos 1489. In:ISHAY, Micheline R {Org Diretos humanes: uma anolog- principas escrtos polices, ensaioe discusos e documentos desde a Biblia ‘até o presente, S30 Paulo: Edusp: Nicleo de Estudos da Volénci, 2006, p. 172-173 Alodial: bern imével livre de vinculos ou pendéncias relacionadas 8 sua posse. Organizando ideias De acordo com seus conhecimentos, respon- da as questées a seguir. 1. Qual é a diferenca entre a monarquia abso- lutista e a proposta da monarquia consti- tucional? 2, Quais so os direitos humanos expressos na Declaracao Inglesa de Direitos? 3. Quais so as disposicdes gerais relacionadas ‘ao governante e & forma de governar presen- tes na Declarago Inglesa de Direitos? _S———— Direitos humanos — mms A Declaracao de Independéncia dos Estados Unidos Na época da Revolusio Inglesa, a Gra-Bre- tanha possula, em parte do territério da América, 13 coldnias. Assim como em todas as colonizagoes americanas, a relagao entre a metrépole e as cold niias era conflituosa, situagao que se intensificou no final da Guerra dos Sete Anos (1756-1763). ‘Apés a vitoria da Inglaterra e a assinatura do Tratado de Paris (1763) - pelo qual a Inglaterra obteve da Franca os territorios do Canada, Nova Escécia, Sdo Vicente, Dominica, Tobago, Grana- da e Minorca -, 0s colonos americanos ainda de- sejavam explorar novas terras, mas seus projetos foram restringidos pela metropole, que tinha uma visio diferente sobre como a ocupacio deveria acontecer. A partir de entao, os desentendimen: tos entre coldnia e metrépole se intensificaram, principalmente por causa das seguidas taxagdes impostas pela Inglaterra as colénias americanas, descritas no quadro a seguir. ‘Aumentava os impostos 'pagos pelos colonos sobre 19 melago.com 0 objeto de brigé-ls a consumir oagicar comercializado pelos ingleses, 176k Lei do Agicar Estabelecia que todas as correspondéneias em eireulara0 na colia devriam receber selos {4a metripole.O seo ra pago. 1785 Leido Selo Reafirmava 0 poder de Partamento inglés sobre as colénas em todos osaspectosincluindo seu dreto, de tributélas. 1765 Lei Declaratéria. Entre outras medidas, umentavom as tarae alfandegivias sobre produtos: britinicos bésico, como iro, papel, tints @ chub. 1767 Leis Townshend Aumentou 6s impostos sobre cha = produ bastante consumido na coldnia -¢instituia seu monopélio comercial 8 Companhia da Indias Orientas, sediada em Londees 1773. Lei do chs Diversas lis foram promuigadas pelo Parlamento britanico com o abjetivo de implantar virias medidas, entre elas 0 fechamento do Porte de Boston ‘ea transferéncia das despesas das foreas briténicas na calénia ara os préprios colonos, Leis Coercitvas 17M Leis intoteréves) A Guerra dos Sete Anos foi travada pela Ingla- terra e pela Prussia contra a Franca e a Austna, e estendeu-se por toda a Europa e América do Norte, A grande rivalidade econémica e colonial en- tre ingleses e franceses, tanto na América quan- tona india, foi a principal motivadora do conflit uma vez que ambos os paises reivindicavam a posse de diversos territérios coloniais na Amé rica do Norte, india e Africa, Apesar de ter vencido 0 conflito, a Inglaterra contraiu uma grande divida, que foi repassada ‘aos colonos americanos. Além de arcar com os custos da guerra pagando altos impostos, os colonas sofreram restricao nas transagées co- merciais e foram proibidos de ocupar as terras francesas conquistadas. Esse panorama incitou 0s colonos a iniciar uma série de contlitos e ba talhas contra a dominacao briténica, Os colonos nao ficaram passives diante des- ses acontecimentos. A principio, reagiram pacifi- camente exigindo o direito de eleger representan- tes para o Parlamento de Londres e assim discutir e votar leis, mas depois passaram a boicotar merca- dorias inglesas e protestar. Essas reacdes forcaram © governo britanico a ndo adotar algumas das me- didas, mas isso nao foi suficiente para satisfazer os colonos. © conflito agravou-se ainda mais quando © governo britanico passou a enviar tropas para conter os protestos. (ue reat rts ds coos cna Lao Oh Como resposta, em 1774 os representantes das coldnias americanas, exceto Gedrgia, envia~ ram seus delegados a Filadélfia (estado da Pen- silvania) para um congresso que tinha 0 objetivo de darvoz politica aos colonos. No Primeiro Con- gresso Continental de Filadélfia, os delegados decidiram no mais comerciar com a Inglaterra enquanto nao fossem restabelecidos todos os di- reitos coloniais anteriores a 1763, ¢ foi redigida e divulgada uma Declaragao de Direitos. Os objetivos desse primeiro congresso nao foram alcancados, e a tensao entre colonias e me- tropole aumentou até que, em 1775, comesaram 08 conflitos militares entre ingleses ¢ americanos. Nesse mesmo ano, os lideres dos colonos se reuni- ram novamente em um segundo congresso, agora com a participacao do representante da Georgia, ¢ decidiram declarar as colénias “em rebeldia”, ‘A Coroa britanica reagiu, assim como 0s colonos, até que a tensao continua deu inicio a uma guerra que culminou com a independéncia, A Declaracao de Independéncia, datada de 4 de julho de 1776, representa um manifesto da burguesia americana influenciada claramente pe- los ideais iluministas. NO CONGRESSO, 4 de julho de 1776. DECLARACAO UNANIME DOS TREZE ESTADOS UNIDOS DA AMERICA, Quando, no curso dos acontecimentos hu ‘manos, torna-se necessirio a um povo dissolver ‘06 lagos politicos que o ligam a outro e assumi, entre os poderes da Terra, situagio independen- tee igual a que the dio direito as Leis da Na- tureza e de Deus, 0 correto respeito is opinides dos homens exige que se declarem as aulas que 0 levam a essa separagio. ‘Consideramos estas verdades evidentes por si mesmas, que todos os homens sio criados iguais, que sio dotados pelo Criador de certos Direitos inalienaveis, que entre estes esto a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade. ~ Que AGi Glossario Delegado: ‘para garantir esses direitos sio instituidos entre (os Homens Governos que derivam de seus jus- tos poderes de consentimento dos governados; Que toda vez que uma Forma qualquer de Go- vverno ameace destruir esses fins, cabe a0 Povo © Direito de alteré-la ou aboli-la¢ instituir um novo Governo, assentando sua fundacio sobre tais principios e organizando-Ihes os poderes de forma que parega mais provivel de proporcio- nar Seguranga e Felicidade. (..] DRIVER Stephanie Schwartz A Declararéo da Independéncia dos Estados Unidos. lode Janeiro: orge Zaha Er, 200... A Revolucao Americana nao foi apenas uma luta pela independéncia, pois implicou mudancas sociais e politicas. No perfodo em que ocorreu, significou um grande avango, pois trazia uma con- cepcao politica e uma abordagem inovadoras para (05 conceitos de liberdade e cidadania. A revolucao representou nao s6 a libertagao das colénias in- glesas na América como também a afirmacio de alguns direitos basicos, por exemplo, o direito & vida, @ liberdade e a seguranca, que eram, naquele momento, cerceados e violados pela metropole, contudo, nativos e escravizados nao eram contem- plados com tais direitos. A Revolugao Americana, também conheci- da como Guerra da Independéncia dos Estados Unidos, comecou em 1773 e terminou oficial- mente em 1783. Tinha como intuito inicial pro- testar contra a cobranca abusiva de impostos pela metrépole inglesa, mas com o apoio de diversos pa(ses antagonistas da Inglaterra, desencadeau, depois de muitos episédios, a assinatura do tratado em que a independéncia norte-americana foi reconhecida. guém que recebe autorizaco para representar outra pessoa, comissario. Passivo: aquele que nao reage a algo, indiferente. Direitos humanos — Em dupla, analise a conjuntura da Indepen- déncia dos Estados Unidos da América e juntos facam o que se pede. 1, No texto da Declaracao de Independéncia dos Estados Unidos da América consta a frase: {que todos os homens sao criados iguais, que sao dotados pelo Criador de certos Di- reitos inaliendveis, que entre estes estdo a Vida, a Liberdade e a busca da Felicidade”. Expliquem-na no contexto do periodo, 2.0 trabatho escravo foi mantido nos Estados Unidos ainda aps a independéncia. Esse fato estava de acordo com os preceitos da Declaracao de Independéncia? Expliquem. 8.4 Declaracao deixa claro que os governos 80 instituidos pelo povo, e cabe a este destitui-los em caso de nao agirem em be- neficio dese mesmo povo. Expliquem essa afirmacao e escrevam sua opinigo sobre ela ‘argumentando favoravelmente ou nao. V——————— Liberdade, igualdade e fraternidade: a Revolucao Francesa A Revolucdo Francesa é um dos mais impor: tantes acontecimentos hist6ricos na discussio so- bre os direitos humanos e representou os anseios do povo francés, até entao totalmente desfavore- cido em relagao ao clero e @ nobreza. Ela ocorreu por meio de grandes embates contra as péssimas condigdes de vida das classes mais pobres, a co- branca de altos impostos - diante da grave crise econémica pela qual o pais passava -, 0 absolutis- mo monérquico e 0s privilégios das outras classes -ean-Baptiste allemand. prio da Bastia em 14 dejo de 178, 1789. Oo sobre tl, 80 cr 104 cm, © marco inicial dessa revolucao foi a Tomada da Bastitha - uma antiga prisdo que havia na cidade de Paris -, em 14 de julho de 1789, Em seguida, ocorreu uma série de modificagées na organizacao social e pol A Queda da Bastilha representa até hoje um ‘marco na defesa dos direitos humanos e um dos fa tos da Revolugao Francesa que mais contribuiu para substituir a politica abusiva da monarquia france- sa por uma sociedade menos segmentada. Apesar ica da Franca. A bastilha foi construida para ser um portal de entrada para o bairro parisiense de Saint-Antoine Entretanto, entre 1370 e 1383, foi ampliada para dar espaco a uma prisao e passou também a guar: dar parte do exército e do aparato bélico francés. Em 1789, em raz3o do boato de que a po- pulacdo nao nobre seria atacada pelas tropas, parisienses como represélia as manifestacdes contrarias cobranga abusiva de impostos e as péssimas condigdes de vida, 0 povo invadiu a Bastitha para se armar, jd que ld 0 governo fran és armazenava pélvora e cartuchos. Tor stitha ou Queda da Bastilha, um dos principais eventos da Revolucao France a, levou a discussées que contribuiram para a nstituico da Assembleia Nacional Constituinte e, posterior mente, da Constituigao francesa. Para o povo parisiense, 0 episédio significou 0 \ rompimento com a monarquia, sua politica e os abusos até entao cometidos pela Igreja Catélica, disso, 14 de julho nao € 0 dia comemorativo da Queda da Bastilha. Em 1790, na mesma data, sol- dados federados entraram em Paris ¢ desfilaram da Bastilha ao Campo de Marte. Foi entdio organizada a Festa da Federacao, para celebrar uma deciséo da Assembleia Constituinte, que reunia varias militan- cias de cidadaos presentes na Revolugao Francesa, ratificando-a e celebrando a uniao nacional ‘ARevolucao Francesa ¢ lembrada até hoje por seu slogan: “Liberdade, Igualdade e Fratemidade” Esses preceitos foram decisivos para que as mulhe- res, que até entao nao tinham muito espaco na so- ciedade francesa, participassem ativamente dos mo- vimentos sociais que desencadearam a revolucio, sem, contudo, obterem direitos politicos. Na discussio a respeito dos direitos dos ci dadaos, nao havia distingao hierdrquica (nobres ‘ou nao nobres), econdmica (ricos ou pobres) ou de género (homens ou mulheres), 0 que imprimiu Ag Glossario Aijars im & Revolugao Francesa um papel relevante no pro- cesso de construcao da cidadania. Com 0 propé- sito de sintetizar os principios basicos necessérios a cidadania, foi elaborada a Declaracao dos Di- reitos do Homem e do Cidadao, em 26 de agosto de 1789. Nos 17 artigos desse documento, estdo expressos os direitos considerados fundamentais para toda a humanidade, Quando a Constituigao francesa foi elaborada em 1791, algumasnormas estabelecidas alteraram o conceito de cidadania original da declaracao. Uma das questées era a definicao de cidade ativo: para compor a Assembleia Nacional ou participar da vida politica era preciso preencher certos requisitos que definiam a pessoa como cidadao ativo, incluindo o pagamento de impostos e o actimulo de terras ¢ r: quezas, Dessa forma, muitos foram alijados da con- digao de cidadaos, pois foi estabelecida uma nova classe de privilegiados e outra de excluidos. ntre 1789 e 1791, a vitoriosa burguesia mode: rada, atuando através do que tinha a esta altura se transformado na Assembleia Constituinte, tomou. providéncias para a gigantesca racionalizacio e re- forma da Franga, que era o seu abjetivo. A maioria dos empreendimentos institucionais duradouros da revolugio data deste periodo, assim como os seus mais extraordindrios resultados internacionais, 0 sistema métrico e a emancipagio pioneira dos ju: deus. Economicamente as perspectivas da Assem. bleia Constituinte eram inteiramente liberais: sua politica em relagio aos camponeses incluia 0 cerco das terras comuns e 0 incentivo aos empresirios para a classe trabalhadora, a interdigio dos sindicatos; para 0s pequenos artesios,a aboligo dos grémios e corporagdes. Dava pouca satisagio con- creta a0 povo comum, exceto, a partir de 1790, com 1 secularizagio e venda dos terrenos da Igreja (bem. ‘como dos terrenos da nobreza emigrante) que tinha a tripla vantagem de enfraquecer 0 cericalismo, fortalecer o empresirio rural e provinciano e dar a ‘muitos camponeses uma retribuiclo mensurivel por suas atividades revolucionarias. A Constituicio de 1791 rechacou a democracia excessiva através de uum sistema de monarquia constitucional baseada ‘em um direito de voto censitirio dos “cidadaos ati vos” reconhecidamente bastante amplo.[.) JOBSBAWM, Enc J.A era das revolucoes: 1789-1848, Paulo, Pare Tera, 2011. 113 1 mm 22 Organizando ideias Em dupla, leia 0s textos a seguir e, juntos, facam 0 que se pede Texto 1 Declaragio dos Direitos do Homem e do Cidadao (1789) (Os representantes do Povo Francés, constitui- dos em Assembleia Nacional, considerando que @ importincia, 0 esquecimento ou 0 desprezo dos direitos do Homem sio as tnicas causas das desgracas piblicas ¢ da corrupgio dos Governos, resolveram enunciar, numa Declaracio.solene, (68 direitos naturais, inaliendveis e sagrados do Homem, a fim de que esta Declaragio, constan- temente presente a todos os Membros do corpo social, Ihes lembre incessantemente seus direitos € seus deveres; a fim de que seus atos do poder legislativo, ¢ 0s do poder executivo, podendo sera ‘cada instante comparados com o objetivo de toda instituicgéo politica, sejam por isso mais respeita- dos; a fim de que as reivindicagdes dos cidadios, fundamentadas doravante em principios simples ¢€ incontestiveis, tenham sempre em mira a pre- servagio da Constituigao e a felicidade de todos. Em consequéncia, a Assembleia Nacional re- conhece ¢ declara, na presenca e sob os auspicios do Ser supremo, os seguintes direitos do Homem € do Cidadao: Art. I". Os homens nascem e continuam li- ves ¢ iguais em direitos. As distingdes sociais nao podem ter outro fundamento sendo a utili- dade comum. Art. 25. A finalidade de toda associagao politi- ca éa salvaguarda dos direitos naturais e impres- critiveis do Homem. Esses direitos sio a liber- dade, a propriedade, a seguranga e a resistencia & opressio. Art. 3°, O principio de toda Soberania reside essencialmente na Nagio, Nenhum corpo social, nenhum individuo pode exercer autoridade que dela no emane expressamente. Art. 4°, A liberdade consiste em poder fazer tudo 0 que nao prejudique a outrem: assim, 0 exercicio dos direitos naturais de cada homem Capitulo 1 indo tem outros limites seniio aqueles que asse- {guram aos outros Membros da sociedade 0 goz0 dos mesmos direitos. Somente a Lei pode deter- minar esses limites. Art. 5*. A Lei nao tem 0 direito de pri no 0s atos prejudiciais & Sociedade. Tudo 0 que nao é proibido pela Lei nao pode ser impedido, ‘¢ ninguém pode ser obrigado a fazer o que ela nndo ordena, Art 6%, A Lei é a expressio da vontade geral. Todos 0s cidadios tém o direito de concorrer, pessoalmente ou. por seus Representantes, para 4 sua formagio. Ela deve ser a mesma para to- dos, seja para proteger, seja para punir, Todos os Cidadios, sendo iguais a seus olhos, sio igual- mente admissiveis a todas as dignidades, lugares € empregos puiblicos, segundo a sua capacidade ‘¢ sem outra distingdo sendo a de suas virtudes e de seus talentos. Art. 78. Nenhum homem pode ser acusado, reso ou detido, salvo nos casos determinados pela Lei, e de acordo com as formas que ela pres- ‘ereveu. Aqueles que solicitam, expedem, execu- tam ou mandam executar ordens arbitrérias de- vem ser punidos; mas todo cidadao convocado ou detido em virtude da Lei deve obedecer ime- diatamente: torna-se culpado se resi Art. 8. A Lei deve estabelecer penas estritas eevidentemente necessérias, e ninguém pode ser punido sendo em virtude de uma Let instituida e promulgada anteriormente ao delito e legalmen- te aplicada. Art. 9°, Sendo todo homem presumidamente inocente até que seja declarado culpado, se for julgado indispensavel prendé-lo, todo rigor que indo seja necessério para apoderar-se de sua pes- soa deve ser reprimido severamente pela Lei. Art. 10. Ninguém deve ser incomodado por suas opinides, mesmo religiosas, desde que sua manifestagio nao perturbe a ordem piblica esta- belecida pela Lei. Art. 11, A livre comunicagao dos pensamentos € das opinides é um dos direitos mais preciosos do Homem: todo Cidadao pode, portanto, falar, i se escrever, imprimir livremente, sob condicio de responder pelo abuso dessa liberdade nos casos determinados pela Lei. Art. 12. Para garantir os direitos do Homem e do Cidadao, é necesséria uma forga piblica: essa forca ¢ instituida, portanto, para a vantagem de todos, e nao para a utilidade particular daqueles ‘a quem é confiada. Art. 13. Para a manutengio da forga publica, € para as despesas de administragao, é indispen- sdvel uma contribuigio comum: deve ser distri- buida igualmente entre todos 0s cidadios, pro- porcionalmente as suas possibilidades. ‘Art. 14, Todos os cidadios tém 0 direito de ‘comprovar, por si mesmos ou por representan- tes, a necessidade da contribuigio publica, con- senti-la livremente, acompanhar-Ihe o emprego € determinar-he a proporgio, a distribuigao, a cobranga e a duragio. Art. 15, A Sociedade tem o direito de pedir con- tas todo Agente publico de sua administragio. Art. 16, Toda Sociedade em que a garantia dos Direitos nio seja assegurada, nem a separagaio dos Poderes estabelecida, nao possui Constituigao. Art. 17. Sendo a propriedade um direito in- violivel e sagrado, ninguém pode dela ser priva- do, a nao ser quando a necessidade publica, le- galmente comprovada, o exigir claramente ¢ sob a condigio de justa e prévia indenizagao. (SHAY, Micheline R [Org]. Direitos humnanos: uma antologia. ‘S80 Paulo: Edusp, 2006, p, 269-265, Texto 2 A revolugio que queremos Povo da Franga! Por quinze séculos tu viveste escravo, e con- sequentemente infeliz. Ha seis anos tu mal respi- ras, na espera da independéncia, da felicidade e da igualdade. ‘A igualdade! Primeira promessa da natureza, primeira necessidade do homem, e principal vin- ‘culo de toda associagio legitima [..]. Pois bem! Nos pretendemos doravante viver e morrer iguais como nascemos: queremos a igualdade real ou a morte; eis, que precisamos ‘A Revolugio Francesa nio passa de mensageira de uma outra revolugio muito maior, muito mais, solene, e que sera a itm [..]. Chegou o momento de fundar a REPUBLICA DOS IGUAIS, esse gran- de asilo aberto a todos os homens. Chegaram os dias da restituigdo geral. Familias gementes, vinde se sentar a mesa comum posta pela natureza para todos os seus filhos [... Jano dia seguinte dessa verdadeira revolugio, eles se dirio muito surpre- sos: Ora essa! A felicidade de todos dependia de tiio pouco? Bastava que a quiséssemos. Ah, por que indo a quisemos mais cedo? MARECHAL, Sian. Manifesto dos iguais, 1796 apud BEAUD, Michel. Histéria do capitalismo. ‘Sho Paulo: Brasiense, 1987. p12. 41. Analisem os preceitos da declaraco. Mesmo tendo sido escrita em 1789, 0s direitos que ela reivindica dizem respeito & nossa realidade social? 2. Expliquem 0 que se entendia por indepen- dncia, felicidade e igualdade no contexto da Revolugo Francesa. 3. 0 que significa a Repiblica dos lguais, citada no texto 27 ‘6. As palavras de ordem na Revolugdo Francesa eram: Liberdade, \gualdade e Fraternidade. Expliquem o que elas representam atualmen- teno Brasil. 5. Elaborem um texto relacionando a Revalucao Francesa & construcao da cidadania com base nos direitos humanos. Agi Glossario ——— - Gemente: que emite gemidos, lamentos, lamiirios. Direitos humanos 2 mms ® A conquista dos direitos sociais 0s direitos conquistados até © século XVIII, que englobam liberdade, igualdade, vida e moradia, sio chamados de direitos humanos de primeira ge- raco e abriram espaco para a conquista de outros direitos, como os sociais, entre eles, as liberdades coletivas e a igualdade politica 3s direitos de primeira geracao referem-se aos individuos, Eles nao traziam as garantias sociais econdmicas necessarias para que a igualdade entre todos fosse efetivada. Percebeu-se, por exemplo, que sem trabalho digno ou vivendo com fome e na mi- séria, 0 direito a vida, que & um dos mais relevantes, estava sendo amplamente desrespeitado. Essa per- cepgao de alguns grupos suscitou novas discusses e lutas em prol dos direitos necessérios para que to- dos os seres hummanos pudessem ter uma vida digna As discussées sobre os direitos humanos de segunda geracdo - que possibilitam 0 acesso da po- Pulacdo aos direitos sociais - tem como objetivo a garantia de cultura e desenvolvimento econdmico e social a todos os governados por regimes democrati- os. Esses direitos fundamentam-se em um preceito de reciprocidade: se a populagdo tem o direito de eleger seus representantes no sistema governamen- tal, também deve ter assegurado o direito aos servi- 503 de educacao, sauide, assistencia social, trabalho, transporte e outros necessarios a assisténcia vital Pesos utzardo tansotepon rata do oe Jno (RI, 204 Nos séculos XVIII e XIX, a exploracio dos ope- rarios nas fabricas suscitou discussdes em busca de solugdes e fez muitas pessoas com ideias humani- ‘arias levantarem a voz para denunciar as contra- digdes do sistema capitalista e do Estado liberal Nesse contexto de critica, alguns pensadores elabo- raram um conjunto de teorias politicas e econdmi: cas que se opunham a ordem social vigente e suge- iam uma sociedade sem classes, verdadeiramente igualitaria. Esse conjunto de teorias recebeu o nome de socialismo. Para esses pensadores, a igualdade 6 se efetivaria quando acabassem as desigualda- des sociais e econémicas criadas pelo capitalismo e pelo liberalismo, Através, principalmente, da reflexio de Karl Marx sobre os direitos fundamentais proclama- dos pelas declaragSes americana e francesa se desenvolveu 0 pensamento critico sobre o alcan- ce dos direitos humanos enquanto produto de enunciados formais de cardter individualista, que, ‘irigindo-se a todos os seres humanos ea todos ‘6s povos, ¢ pretendendo ter um cardter universal, na realidade expressavam anseios ¢ interesses de ‘uma classe que conseguira, em sua luta contra 0 absolutismo feudal, raduzir em um tinico proje- 10.08 sentimentos da ampla maioria do pov. século XIX viu, portanto, nascer um con- fronto que se estende a0 século XX, sobre 0 conteiido dos direitos humanos. Os direitos fandamentais do ser humano seriam os direitos individuais enunciados pelas revolugdes burgue- sas do século XVIII? Ou seriam novos direitos de natureza social que garantiriam coletivamente as ‘condigées de existéncia humana? A duivida e a polémica perduram até os dias de hoje. LDORNELLES, Jodo Ricardo W. 0 que so direitos hhumanos? S30 Pavo: Brasiiense, 2007p. 23-260 28 © movimento socialista buscava a transfor: magao da realidade por meio da discussio de questdes relativas aos direitos sociais, econémicos e culturais. A doutrina proposta por Karl Marx e Friedrich Engels foi a base de formacao dos par- tidos de classe operéria e dos movimentos ope rarios em busca de novas condicdes de vida e de trabalho. O movimento socialista desenvolveu-se progressivamente e principalmente em 1848, com a chamada Primavera dos Povos. (© impulso revolucionério produziria nova € mais formidavel vaga em 1848: a “Primave- ra dos Povos”, como ficou conhecida, devido a seu internacionalismo ¢ forte presenga popu- lar, Uma crise econdmica fizera recrudescer 0 desemprego desde o inicio da década ¢ as clas- ses populares voltaram a se agitar. No primei- ro semestre desse ano, a maioria das regides da Europa central e ocidental ~ Franga, Alemanha, Italia, Austria, Hungria, Polonia e Balcas ~ foi tomada por insurreigdes de contetido naciona- lista, antimonarquico, democritico ou operiio {as vezes tudo isso junto). Todas foram vitorio sas a principio e, logo a seguir, todas foram es ‘magadas com muito sangue. A grande novidade da Primavera dos Povos, destacadamente na Franga, foi a emergéncia dos operérios reivin- dicando uma “epublica democritica e social” = muito além do que estavam dispostos a ir 0 liberais das revolugdes anteriores. TRINDADE, José Damio de Lima. Histria social dos. tireitos humanos. Sto Pavio: Posipolis, 2011p. 128 Podemos afirmar que, depois do movimento socialista, a discussao e a implantagao dos direitos humanos foram ampliadas para o reconhecimento dos direitos sociais. Estes sao essencialmente coleti- vos e de natureza social, como 0 direito ao trabalho € demais direitos trabalhistas (férias, aposentado- ria, greve, seguranca no trabalho, organizacao sin- dical etc.); direito ao lazer; & satide; & moradia; educacao; a seguranca; aos servigos publicos, entre outros direitos econdmicos, sociais ¢ culturais que devem beneficiar toda a sociedade. Oiangas camitham em rere aescoia Sto Pai 2016. Aecucago eum aos ‘retassocais canola. O manifesto a seguir é de Louis Blanc, um socialista que participou da Revolucdo de 1848, na Franca. Leia-o e faca o que se pede. ‘Todos os homens sio irmaos ‘Onde a igualdade nao existe, a liberdade & uma mentira, ‘A sociedade s6 pode sobreviver através da desi- gualdade das aptiddes e da diversidade de fungdes. ‘Mas aptidées superiores nao devem conferir maio- res direitos, Elas impdem deveres maiores. Tal € 0 principio da igualdade: a associagio € a sua forma necessitia.[..] (0s trabalhadores foram escravos, foram servos, ‘io hoje assalariados: ¢ preciso esforgar-se para faze- -los passar categoria de associados. Esse resultado s6 pode ser atingido pela acio de tum poder democritico. ‘Um poder democratico é o que tem a soberania popular por principio, o suftigio universal por ori- ‘gem e por objetivo a realizagio da formula: Liberda- de, Igualdade e Fraternidade. (Os governantes, numa democracia bem consti- tuida, sio apenas os mandatirios do povo: devem ser responsiveis e sujeitos & demissio. As fungies puiblicas nao sio distingdes e nio de- ‘vem se constituir em privilégios:sio deveres [..] ‘A educacio dos cidadaos deve ser comum e gra- tuita. £ ao Estado que compete fornecé-I. [..] ‘Ao cidadio vigoroso e apto, o Estado deve o tra- balho; a0 velho e ao enfermo, deve ajuda e protecio, BLANC, Luis apud FALCON, Francisco; MOURA, Gerson 'Aformagie do mundo contemporaneo Rio de aneir Campus, 1989. p69 41. Segundo Louis Blanc, qual é a relacao entre democracia e direitos humanos? 2. Qual deve ser o papel dos governantes em um Estado democrittico? Vocé concorda com a opiniao do autor? Justifique. Explique a afirmaco de que 05 governantes, emum Estado democratico, esto “sujeitos & demissio" —— [= mm 26 BA terceira geracao dos direitos humanos Aterceira fase na luta pela ampliacao dos di reitos humanos ocorreu nos anos que se seguiram & Segunda Guerra Mundial (1939-1945), na se gunda metade do século XX. Apés a guerra, surgiu tum inconformismo com o fato de que, efetivamente 0 direitos humanos conquistados historicamente ainda nao se estendiam a todos. Foi um perfodo de busca pelos direitos dos povos, também cha- mados de direitos da solidariedade, que s40, a0 mesmo tempo, direitos individuais e coletivos, com 0 objetivo de beneficiar toda a humanidade. Historicamente, o periodo que antecedeu a Segunda Guerra Mundial foi caracterizado pela ascensao dos estados totalitarios, como 0 nazis- mo de Hitler, na Alemanha, eo fascismo de Mus. na Itdlia, Essas ditaduras foram marcadas por violagdes constantes dos direitos humanos, por exemplo, nos campos de concentragio nazis- tas onde foram massacrados cerca de 6 milhdes de judeus, além de outros grupos, como os de ci ganos, homossexuais e deficientes mentais. No fim da Segunda Guerra Mundial, o sal- do foi aproximadamente 60 milhdes de mortos € uma nova realidade mundial: a divisio do mundo ‘Sete de pessoas darts para cimara de gs mo campo de conerrao de Auschwtz, 1953 sem de Jey Poirzebomsky exon em dois blocos de poder: de um lado, os Estados Unidos - capitalista - e de outro, a Uniao Soviéti ca (URSS) nhecido como Guerra Fria, em que a ameaca de socialista. Iniciou-se um perfodo co: uma guerra nuclear era constante; acreditava-se na possibilidade concreta de destruicio de todo 0 planeta. A Guerra Fria era velada, disputada por meio da aquisigao de armamentos, do desenvolvimento de tecnologia nuclear e da disputa pela influén- cia em paises ainda nao aliados a cada bloco de Poder. Nesse ambiente de tensio, surgiram novas discusses a respeito dos direitos a ser garanti: dos em conjunto pelo Estado e pelos individuos representantes dos diferentes setores das socieda- des e também das diferentes nacdes. As questdes incluiam 0 direito a paz, a autodeterminagio dos Povos, a0 meio ambiente saudavel e a utilizagio do patriménio comum da humanidade (por exem plo, 0 uso do mar - seja a superficie ou 0 fundo dele -, 0 espaco extra-atmosférico e a Antartica), Em suma, eram discutidos os direitos dos povos, que complementavam os direitos individuais e so- ciais, j4 estabelecidos anteriormente. Nessa frente de luta pelos direitos humanos, surgiu 0 conceito de crime contra a humanidade, que so os crimes caracterizados por ages de per seguicao e exterminio, praticados contra grupos =, e considera: dos crimes contra a populacao mundial. O novo especificas - étnicos, religiosos et ciclo de debates, lutas e propostas de expansao dos direitos humanos estava focado na exigéncia de estender a democracia a toda a humanidade ‘Apés a Segunda Guerra Mundial, formulou-se um conjunto de leis, conhecido como Direito Interna: cional, que valeria para varios paises. [..] Os crimes aqui enunciados sio puniveis como crimes perante o Direito Internacional. a) Crimes contra a paz: planejar, preparar, in- citar ou contribuir para a guerra de agres- so ou para a guerra, em violagao aos trata dos e acordos internacionais, ou participar de um plano comum ou conspiragao para a realizagao das referidas agbes; b) Crimes de guerra: violagdes a0 Direito € ao Direito costumeiro da guerra. Tas vio- lagdes devem incluir ~ mas no devem ser limitadas a esses atos ~ assassinato, trata mento cruel, deportagao de populagdes civis que estejam ou nio em territérios ocupados, para trabalho escravo ott para i] US Shere our Washington EA, 3. juno de 1986. ‘Ue comisso de manfestantesarpaniaram um protest conta sla de concerto no qualquer outro propésito, assassinato ou tratamento cruel de prisioneiros de guer- ra ou de pessoas em alto-mar, assassinato de reféns, saques a propriedade pablica ou privada, destruigao de vilas ou cidades, de- vastagio injustificada por ordem militar, 6) Crimes contra a humanidade: assassinato, exterminio, escravidio, deportagio ou ou: tro ato desumano cometido contra a po: pulagao civil, antes ou durante a guerra, ou perseguigdes baseadas em critérios raciais, politicos e religiosos, para a execugio de crime ou em conexio com crime de juris digio do Tribunal, independentemente se «em violagio ou nao do Direito Doméstico de determinado pais em que foi perpetrado. ‘nt. 6 do Estatuto do Tribunal de Nuremberg apud VASCONCELOS NETO, José Ramos de. Demoeracia no terceira miléio, io Paulo: Nobel, 002. p. 142 Um dos fatos marcantes do periodo pés: guerra foi a tentativa de universalizagio dos di reitos humanos, o que estabeleceu compromissos internacionais expressos em declaracdes, pactos fe convengdes que vém sendo constantemente as sinados, reiterados e expostos a todas as nagdes, visando ao cumprimento das deliberaces referen- tes aos direitos de todos os povos do mundo. so Negro Chal que no pernita rags em sus depends. 7 mms Entre os documentos que visam a protegio dos direitos humanos, um merece destaque por ser © mais expressivo: a Declaracdo Universal dos Di- reitos Humanos, elaborada por uma comissio da ‘Organizagio das Nagées Unidas (ONU) e aprova- da pela Assembleia Geral das Nagées Unidas em 10 de dezembro de 1948. Esse documento serviu, e ainda serve, de base e de referéncia para a pro- mogio dos direitos humanos em todo 0 mundo, A. Declaragao_Universal_dos_Direitos Humanos de 1948 inicia-se com um preimbulo contendo sete consideragoes, a primeira das quais aponta o espirito geral do documento: “o reconhe- cimento da dignidade inerente a todos os mem- bros da familia humana e de seus direitos iguais e inaliendveis é 0 fundamento da liberdade, da justi sada paz no mundo”. Nas consideracies seguintes, o predmbulo de- plora os “atos bairbaros” que resultaram do desres- ppito esses direitos; proclama a aspiragio humana Aliberdade ea vida sem temor; clama pela protegio dos direitos sob o “império da lei”, admitindo, po- rém, “como tiltimo recurso, a rebelido contra tira- nia ea opressio”; defende a amizade entre as agdes; reafirma o primado da dignidade da pessoa huma- na esustentaa igualdade entre homens e mulheres; anuncia 0 compromisso dos Estados-membros da ONU de respeitar os direitos humanos; e sustenta ‘aimportincia de uma compreensio comum desses direitos ¢ liberdades. Seguem-se, entdo, os trinta artigos da Declaracio propriamente dita. Os vinte ‘eum primeiros artigos arrolam e atualizam, segun- do acompreensio da época,os tradicionais direitos civis e politicos (direitos e garantias do individuo).. Entre 0s artigos 22 ¢ 28 sio enunciados os direitos econdmicos, sociais ¢ culturais de modo abran- gente, O artigo 29 registra a responsabilidade do individuo em relagio & sua comunidade e as con- digdes de exercicio de seus direitos. Por fim, 0 ar- tigo 30 veda qualquer interpretagio da Declaragio de modo a “destruir” 0s direitos e liberdades nela estabelecidos. Assim, [...], @ Declaragio Universal dos Di- reitos Humanos de 1948 inaugurou o direito in- fternacional dos direitos humanos (até entio nio havia nenhum documento internacional que se dedicasse ao assunto com tanta abrangéncia e im- portincia)[..) TRINDADE, José Damio de Lima. Mistéria social dos tos humanos. So Paulo; Peirpals, 2011p. 192-193 Capitulo 1 A Declaragao de 1948 ja foi complementa- da com outros pactos aprovados posteriormente, pois nao é estanque, ou seja, continua sendo de- batida com o objetivo de buscar uma forma glo- bal de evitar atrocidades similares as cometidas contra a humanidade em diferentes momentos histéricos, e que continuam acontecendo contra alguns grupos. © ponto mais significative da Declaracio Universal € que o estado de direito, preconizado nto documento, fornece aos individuos os instru- mentos juridicos que thes garantem protegao e apelagao contra as violagdes cometidas pelo pré- Prio sistema estatal ou por qualquer outro grupo ‘ou entidade. Dessa forma, a contestagio dos atos arbitrérios cometidos contra os cidadaos na esfera Privada ou puiblica tem respaldo internacional. A todos 0s cidadaos sdo assegurados os direitos e as condigdes legais de apelagao internacional contra a violagao dos direitos humanos. O direito de ter direitos Os direitos humanos, além de contemplarem © contetidos moral e ético, tém conteudo polit £0, pois sto parte da realidade das sociedades e esto imbuidos de componentes historicos, sociais € econémicos. Portanto, essa nao é apenas uma questo tedrica, expressa em preambulos, docu- ‘mentos e tratados: 0s direitos sao, essencialmente, de natureza pratica, porque devem ser efetivados no cotidiano das sociedades e vigorar plenamente entre as pessoas. s direitos humanos também tém um sen- tido de universalidade, pois contemplam, prin- cipalmente depois da Declaragao Universal dos Direitos Humanos, todos os seres humanos, sem distingdo, seja a de cardter bioldgico (natural), seja a de cardter cultural, econémico e social. A universalidade parte da premissa de que todos so iguais perante a lei, portanto, nenhum individuo pode softer qualquer tipo de discrimina- sao érnica, cultural, econdmica, politica, ideol6gi- ‘ca, de género, de orientacao sexual ou religiosa Essas garantias estdo presentes na Declara- ‘s40 Universal dos Direitos Humanos, porém isso no € suficiente para que elas sejam realmente efe- tivas, pois, nos diferentes paises, hd desigualdades que se revelam em formas diversas de vio: lagao desses direitos. Por isso, a luta por direitos deve ser percebida e entendida como um instru- mento de transformacao social, que visa a uma sociedade mais justa. A defesa dos direitos humanos ocor- re de forma mais efetiva em paises onde vigora 0 regime democratico de governo. Nos paises com regimes ditatoriais nao ha liberdade de expressao e a violéncia pode partir do Estado, impedindo que os direi tos humanos sejam realmente efetivados para a populacao. Além disso, as questdes referentes aos direitos humanos envolvem numerosos fatores, entre eles, os culturais, que sio especificos em cada pais. Manfestarts faze um minuto de snc plas cians iris em rere 0 Porte de Srandembuga. Beri, Nera, 20 Forme um grupo com alguns colegas e, juntos, leiam os textos e fagam 0 que se pede. Texto 1 A quem pretenda fazer um exame despreconcei ‘tuoso do desenvolvimento dos direitos humanos de pois da Segunda Guerra Mundial, aconselharia este salutar exercicio: ler a Declaragio Universal e depois olhar em torno de si. Sera obrigado a reconhecer que, apesar das an- tecipagées iluminadas dos fildsofos, das corajosas formulagoes dos juristas, dos esforgos dos polit os de boa vontade, o caminho a percorrer ainda é longo. E ele tera a impressio de que a histéria humana, embora velha de parada as enormes tarefas que estao diante de n6s, talver tenha apenas comecado. lénios, quando com- ‘BOBBIO, Norberto. A ara dos direitos. Ro de Jane lever, 200 p. Texto2 Os direitos humanos permanecem no topo da agenda de luta pelo progresso da humanidade. E in dispensivel defender 0 que jé se conquistou e avan- ‘arem diresio de objetivos mais altos CGORENDER, Jacob Direitos humanos: 0 que so (ou devem se), So Paula: Senac, 2004p. 32 1. Analisem os dois textos. O que eles tém em comum? 2.Leiam a Declaracdo Universal dos Direitos Humanos disponivel em: (acesso em: mar. 20141. ‘al Apés a leitura, dividam os artigos da de- claracao em partes para fazer o exercicio proposto na primeira frase do texto 1 bl Cada grupo deve apresentar sua conclusio sobre se esté acontecendo, na pratica, 0 que foi proposto na parte do texto que the coube. €1 Apresentem sugestdes de como essa si- tuago pode ser transformada. 3. Quais so os “objetivos mais altos” a que o autor do texto 2 faz referéncia? Como vocé imagina que € possivel alcanca-los? eee 7

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