You are on page 1of 4
Uma Breve Historia do Arroz Origeme Evolugéo Muito foi esto a respsito da erigem do arroz @ sua aitusso. € conveniente separar fom dua faces a evolugao do arroz: aquela (ue val desde o seu aparecimento sobre 2 ‘upertcie da Terra até que o Homem come- {oa cultivélo.e melhoré-lo,e desta époc: fm diante. Apée, o homer eulivar a ator a ‘volugdo ¢ histoncae sera examinada adiante Uma hipetese que fol abandonada preco- nigavalum ancestral omum a todas ae eepc- fs de arroz, que viveria no supercontinente de Gondwana. Segunde armesma, quando.os con: tine pararambouve as dvereifeagoes que levaram ao nimero atual de especies nat ‘Vas nos diversos contnentes. Acontace que ia ho final do periodo Cretaeeo, ha cerca de 70 rmihes de anos alas, os continentos esiavam ‘eparados @ as gramineas (entre elae 0 atroz) 88 surgi no Terclario, numa ¢poca bastante posterior Durante 08 iitimos anos surgiram inime: +08 rabalhos vinculando genetca ecitoogia ao problema da origem do arroz. As associagdes Secundivias dos cromossomas na merase de Soronter eepécies de aroz fazem supor que © antepassado orginal da génere possuia um rmere base iguala§ (n = 5), 0 que caracter, za\ae Zizanineas. Alem disso, a inbo das Giyane tom grange abrivtaros flogenatens ‘com adas Paniceas, apresentando multas ca facteristioas comune. ‘Atualmonte existem duas hipoteses rmanoflogenéicas que visam expicar a ongem a Oryza sativa L. © a evolugse do género. A ‘escola chinesa e indiana preconiza que a espe: le ancestral a Oryza perennis Moench, planta que encontrada nos Wes contnentes orde ha farraz nate (Asia, Alnca © Aménea do Sul), O Lay Arrozera, Porto Alegre, v 48, n¢ 419, FENARROZ.95, MOOS Ue Ua aC DLT a "O arroz tem uma histéria complicada” René Dubos ‘esquema 1 mostra essa hipétese. Levando-se fom conta oa rasuladas da crusamantns Inerespectcns, 0 esquema T'deve ser aera do, feando cama mostrado no eaquema 2 ‘A outra hpétese @ a de que a Oryza oficinale osse a plantainicial Aevolugdo esta owsquema 3 Persiste a duvida de come © arroz espa: thou-se para os ts continentes onde poset especies propras. A resposta nao faci, po Geraldo Mario Rohde" rar uma das que foram tentadas @ de que 8 fia earregade por passaros migradores (em eus papos) @ dapositados junto com suas fe es em outro contnente. L@ haveria una pos: sibiidade de germinacao e adaptacao.levando assim a existencia de arfoz sivestie em die reniae Blocos continentais, Histérico Mundial Nao se conhece pertetamente a origem do arroz, pois esta se perde em tempos pre hietoneos: provavelmante sau cultvo eomegou Junto com as mais peimitvas formas de agr tura asiaticas, ha 8000 a.©. ( local de origem mais apontado por to dos que se preacuparam cam o problema ¢ 0 sudoeste asiatice: sul da China, Indochina indoncoias Ind '& agrcultura empirica fo! ornando-se cada voz mais efciente's cientica, passando ‘oHomem a ser eedentario fazer ceramica, A ‘expansio da tecnologia agricola para o sul da China e alem (Malasiao Taandla} fo ds impor tancia vital porque trouxe © arfoz para aestera de produgae de alimentos, em umaregiao que vanas formas sivestras cresciam entre ae quais a Oryza sativa L Esta espécie foi esco- thida, por processos de selogio emmacea, para ser acultvada, Um fenémeno reigiosoigado & agricul raéofata de o monoteismo ser muta ma pro \Vavei do apareoarem socedades que tern fon tes mais estaveis de aimenlagao, isto uma agricultura estabelecida que produz cereale ‘este fata et observade tanto nahistoria como ra pre-histora, ‘AS excavagios arquectogicat mostraram que arroz ja exsia em forma cultvada 3000, 1 Gedlogo, Peequieador e Escritor (Oryza perenns Moench On2dfanua Oryza breviguata Oryza ausfralensie Oryza eRtva L Oryza glabetrima Steud ESQUEMA 1 - Evolugao do arroz segundo a escola chinesa e indiana, © breviguata (© perennis Moench ©. fatwa + (espiquetas redondas) ©. glaberima, © perennis (espiguetas redondas) ©. bath © glaberrima Stud Oaumralense 0. ofienals ESQUEMA 2 - Modificagao do esquema 1. Oryza oftcinais Oryza aha (Oryza punctata Oryza minuta | Oryza latoia Oryza elchingen | ESQUEMA 3 - Hopétese da Oryza officinalis como planta origem, > ‘A.C. no val do rio Yang-Te6 Eecavadores deacobrram, em Mohenjo- aro (oeste do Paquito), grace Ge aroz em covas de tora ovidenciando que 0 aToz ora almentono vale do ro indo ha 2800 a. ‘Damesma época ado os Tamil Puranae (ormeros escrtos chineses), que contém dea ‘crigbes de varodades paricuares de arez qu tram usadas om coras cariménias, todas de Caraerreigioea ‘Documentos indianos de igual época mencionam a importance do arez na vida 80 ial, reigioea e econdmica da Inia. ‘Os agrutores do Celasto império ou Impatio do Meio (periade Chen-Nung) seguam stexempo a seu mperador que plana (3 ‘meando)aree em uma pequena gieba Ace Iménia parece ter ido erada pelo Imperador Chen-Nung, plo ano 2700 a6. 0 imperador sravaa pequena area esomeavac arroz. Ne fquém o auzilava. A Imperatr, também dando xempl,orava obicho-daseda. Para os prin pes ca Casa imperial cab 9 prviege de catia com suas proprias ma 8, também importantes, porim menos consi- Aeradas do que © arraz’ 0 tigo, © so1go, © rmihete @ a 20) ‘Oarroz na China desenvolveu-se duran- te 08 periodos Hwangtl a Yu e Chi (2600 - 2000 aC), Dessa época datam os tr prime ros ideogramas para a aroz. * (Obras de irigagao foram construldas no ‘ano 2356 aC. para fecltar a cultura do arroz, ‘segundo os livros de Contiicio, (0 aeroz Ja arn eitivarn na Fiipinas om 2000 a.G. Fol introduzide na Indonésia por val ta de 1500 aC., quando os Deutoro-Malaios imigraram para aquela regio. Decumentos provam que 0 arroz ja era ‘cultvado em Java no ano 1080 aC, provavel- mente inoduzido da india ou da indonesia Susrutha (1000 ..) no seu Ayurvédico Matéria Medica’ reconhece as dferengas de arroz que existem na india, separando-os em durapao, exigénesa de ‘agua e valores nuticionsis. Descreve também a8 praticas de cultvo, vaneplante e outros ra bathos Nas covas escavadas em Hastinapur, no estado de Uttar Pradesh (india) foram encon- trados graos de arroz carbonizados, datando do aproxmadamente 750 a.C. Na dinastia chinesa Chow (781-771 .C.) provavelmente foi proparado o livre de Poetry, editado mais alguns anos além e que ddescrevia processos de irigaréo. ‘A historia do arroz também pode ser co- ‘nhecida do paseado nebuioso das lendas, re gidee e magieas, Os orientais, por exemplo, aribuem a0 avtoz uma alma, Tributanthe honras e cero rniae. Procuram dessa forma evitara peda das Colheltas, com 0 uso de praticas magicas en: Volvendo o aroz, Paraestes habilantes do nes: 0 planeta, o arroz ¢ simbelo da abundancia Nas ceriménias tinebres da india o woz @ dado fos corves. Acreditam que assim contribuem para a paz da alma do defunto. Os siameses oferecem arroz as arvores, antes de derrubi Jas. As lendas de Madagastar dizem que o ar- rez feltecundado como sangue do primero Ho- 4% IDEOGRAMA - “Arroz comum” em chi- née, Musou historico de Pequim AE. /02 pogajoeo” em chi- IDEOGRAMA. Fonte: Musou histérico de Pequim IDEOGRAMA -“Alcoo! de arroz" em chi- née. Fonto: Museu histérico de Pequim Existe também uma londa da origem do ‘arrez, que parooo aor eriginia daha de Java (ou da india. Segundo ela 0 Deus Batara Guru (Shiwa, na india) fez uma donzela tao formosa f@ bela que nela pos o nome de Reina Dumia (6a radiante). Deslumbrado com sua formoau- Fa, quis casar-se com ela. Ela nao concordoue Batara Guru apelou para os outros deuses, Estes ordenaram amoga que casasse com seu eriador. A moga exigu, porém, que he satih- ‘e880 tvés desejos, 0 que fol aprovato pelos ‘deuses. A mora pedi, entre eles, um manjar ‘que nunca a enjoasse. Como Batara Guru nto de eatictazéa, viclontou-a com a permis ‘dos deuses. Ela morreu de desgosto. No timulo, quaventa dias apée a sua mote, Ceram plantas desconheci Dizia Batara Guruque encerravam a alma de sua amada. Aos futos, parte do corpo de Retna Dumila, denomincu path. Dietbuives ao ovo, ordenando que fossom o almento pred- foto dos homens. O arroz ora almento sem: pre apetitoso que Retna Dumila haviaexigiso, {tanemitindo nele a vida @ @ alma. A lenda tal vez tenhaorigem om Java, porque la exit um femplo dedicado a uma dauee Indosta (Devi- ‘Sr. Alguns autores afimam que tal londa é de ergem zon-bidiea. ‘Os malaios Contam as estagoas pela c- versas faces do ciclo vegetative doar. A fs: tarmais pomposa e solene ¢ de tua cahata Na Indonésia ha uma espécie de hétia, ‘que consiste num imenso bolo de arroz. Todos ‘comem uma parte enquanto que o8 sacerdotes fexclamam: "Oh génio co arroz, nde nos aban- one!” Em Bornéu conservam-se sels cerimdni- ‘28 distintas para as fasos da coleita do airoz ‘A maiota destas coriménias sao aniguissimas, ‘do se conhecendo perfetamente sua origem (Os povos antgos do Mediterraneo nao ‘conheciam 0 arroz. A Biblia néo ¢¢ refers a0 arroz, nor os monumentos e documentos agip- ios. Mas, preximamente, em 400 a.C. 0 arroz Jira conhecido am Bactnana (atial irs) © no Babiéni. ‘Alexandre Magno. no ana da 200 4 20 invadir a Pérsia @ pare da India lavou o a roz para a Grécia. Os gregos usavam o arraz para preparar romédios estomacais e inst fais, nd o utizando para aimentagao Séfocies (497 - 405 aC), poeta grago, leembra uma planta que talvez cea o artoz. Ae sim também Eusiqulo, pouco conhecide # an ‘90 historader grego, faz mengies a cerine pécies vegetas. Contuda tals informagies 880 tao vagas que nao 88 pode afrmar au a imitrde modo inequivece que se referissem ao Nom todos 08 escritores gregas da ree ‘ida epoca contemporanoa a Alexandre deixa ram escrites sobre o arroz, Um axemplo & Arietételes (384 a 322 a.C.) que eecreveu uma ‘enciclopédiareunind todos os conhecimentas Ge seu tempo na Grecia e nao inclu nenhuma relerancia do cereal Entrotano, Teotrasto (327 4287 a.C.)na sua histéri das plantas fez uma cuidadosa re feréncia que nao deixa nenhuma divida ares- peito do sua dentidade. Ele releris'se a0 modo do vegetagdo da planta, aespécie da produto © (0 Japéo fi famoso por longo tempo pela oxcoléncia de seu arox, O pals tia, tnlunive, Conhecido com onome de “Terra dos kuosos ros de arroz™ O historiador chinds Ssu-ma Ch'len ee: croveu, em 148 a.C., sobre ae condigdee do culo no vale do Vang-Te. Estrabto (66 0. a 24), considerado 0 primeiro ge6grafo na Historia tatou da cultura ‘enatureza da planta e do produte ainda pouco ‘conhocido em seu tempo diese que os inca ‘nos se amontavam de arroz e que dele chega. vam a extrair uma espécie de vinho. Na época dos romanos, a cultura do ar- oz ainda nde chegara a lak’ Plinlo, a velho, falecido numa erupgao do Vestvio em 79, de ou referéncia ao arroz.€ provavel que nunca tenha visto arroz em sua vida, pois odescreve come uma plartade fohas camosaa, semelhan tos a do alho por, embora mais largas e de flores purpireas, Conhecia arroz apenas de ‘outras referéncias. Isto leva a crer que em sua {6p0ca 0 arro2 era importado da ind, No Império Romano © arroz era de um prego elevadissimo, senda. alimento reserva: do aos rics; untamante com 0 artoz os aba tados toham outros alimentos e vantagens ji ridicas que s¢ a sua classe eocial possuia No tempo de Augusto e Tiberio, quando viveuocélebre gastrénome Apicio, pagavase por arroz alguns mihares de sestoros (dine ‘o.da época). Galeno (121 - 201) refere-e6 ao arroz abuindoshe quaidades medicinals. Twn bm ee deveterconhecidearoz mporado da india, ‘A expansio da cultura fi devida as init: sivas dos comerciantes enavogaderes arabes, {que a tornaram conhecida no lavante, na baci mediterranea e na Anca, Os arabes atrbviam a _eritorrint 0 na Aticn Os arabes atria TRATORES FORD SERIE 30 SUPERFORCA. e>- = = A MAIOR FORCA DA TERRA. & Lav. Arrozeira, Porto Alegre, v. 48, n# 419, FENARROZ-95 ‘a matira ‘mater do arroz uma gota de suor de ‘Maomé, que este leia deixado cairno paraiso. No século | 8 arabes introduziram 9 ar- +02 no Egito. Desde o século Vill ao século X dedicaram-se a introduziona costa oriental da ‘Aficaetalvez no rorooste de Madagastar. Alem isso levaram a cana-de-agicar @ outras plan- tas, Quando invadram peninsula iba les intodutkam o arez, 0 algodso, 0 ani.o inho, @ cana-de-agicar ¢ allarebora. Ja oxistam ftrozais inipontes om Portugal no reinado de Dom Diniz (1279 - 1825). Os terrenos slagadigos de Montomor-o-Velho, aredores de Grindola« outros locals an au do Too ram ce locals produtores de aroz Imigaram nas proximidades do Soviha Valéncia Marcia © Granada. Da Espanha oar” 102 80 espalhou poo sul da Europa ‘O agrénomo chamado Pai Crescenti so relay 0 arrox no ano de 1201. Chamavéco fosoure dos pantanos. Lasimava que o cult assem ato em terras que mais vantajosamen- te poderam produzr autras cufuras que nao prolsicaszem a saide pdblica, Nao deveriam Plantile porto de cidadoe, pois aimigagao pro- ‘ocava 0 local apropriado para a reprodugao 408 pomiongos e deles Vinha oimpalusismo. ‘No ano de 1355, ra Republica de Veneza, legislaveso eobre a dstibuigdo das Sguaa, Em 1904 ora proibida a expanedo da orziculira, Acredtae quo oarroz|aexistana Sha eno sul da penineia talana, nos séculos XK eX ‘A primeira noticia precisa de arora ta lia do século XV, no ano de 1475 0 estareg ‘rada numa carta do duque de Mido. Os por= Ripoiee. Teodoro Teivulaio propagou o civ em egumas Zonas do solo taro, pe pamente-na pero setentonal © fo acor- rower 1522. No ano de 1853 foi tentado 0 culivo do aroz na Franga, na Lorena.ena Alemanha. Em meados do seculo XVI a sua cuftura fol exper mmentadana Provenga.e no Delinado. A cura fovabandonada porque acrediou'ee que 08a Jo algunas epidemiaa. (Os holandeses introdusam o arroz na ‘Austria ita do Pacifico no ebculo XVI Rumphive (1687 » 1707) faz releréncia ao aroz no arqupelago insane Nos Estados Unido o arr fi intro: dona Virginia, om 1647 e a inditiatve in 0, pea tengo dada por Sr Willam Berkley, Em 1663 fol entada a agacultura no Camargue. Os resultados ndo foram animado- res. Figora-s0 ouras expenéncias om trras pantanoeas do centro © su da Franga, Todas ‘las foram sem sucesso. Em 1694-0 arroz era levado até a Ccaifomia (Estados Unidos) vido provay tonto de Madagecter. Em 1718 ja havie aro na Lousiana, Tm Ceimbra (Portugal) a cultura 06 +0 dosonvotvau « pari de 1883. A cultura oar. to2lelinoduzida om 1853 0 Hawai em 1851, ‘@m Cuba em 1875, no Congo. Nos maedos do sbculo XIX novas tenta vas foram feites nos departamentos de Charente © Gronda e no dela do Fie Adare, Faharam por fata de enica, “0 primero “cereal comercivel’ nos Es i ee TrclsSss> TADEI a 2 — tados Unidos foi o do vale do Sacramento, em 1912. ‘Atualmente o& estados malores produto- ras de arroz nos Estados Unidos elo a Caro fa, Arkansas, Califéria, Lousiana, Mississipi, Missouri Texas. Os errozais no Camargue (Franga) datam do 1946. Hiat6rico Braaiieira ‘Consta que no Brasil existiarn, bem an- tes da época do descobrimento,algumas es: de arroz nativo: Oryza Jongiglumis, Oryza grandighumis @ Oryza-alta. €, pois, razo- ‘vol que tals espécies tenhem sido cultvadas pelos habitantes pré-histonicas braaleiras (in: toe), om época anterior & chegada dos porty- ‘Américo Vespticio, o navegador de Pedro Alvares Cabral, excreve em suas car- tas (1804) que quando.oe navios de Cabral aqui aportaram, alguns homens, caminhando até uma povoagdo onde habitavam indi, foram polos mesmos obsequuados com vanas cotsas, ‘ire as quais também o aroz. Riedel 6 outros boténicos vajantes men: cionaram @ cultvo de arroz native nos panta- fais do Mato Grosso e Bolivia, No Mato Gros- so eracultvadonos &x-lagos de Xaraéa.O fato {oi esento por Rledel (botirico russe) C. A. “Taunnay no "Manual do Agricutor Brasileira” (1830). No mesmo trabalho ha anda a reforén- Cia 20 cultvo no Park 6 a expicagae de como tram feitas as colheitas: em canoas, condo as Paniculas sacudidas dentro da embercagso, Estas afrmagSes s20 anda corroboradas por um ivre de autora de Joes Gongalves da Fonseca, cuo titulo ¢ enorme: "Navagacto ta da cidade de Grao-Para até a boca do ro ‘Madeira, pla que por este subiu &s minas de Mato Grosso por ordem mui recomendada ‘sua Majestade Fidelissima, no ano de 1749, Nolo é afirmado que nessa época ainda exist- fam grandes arrozais nativos nos lagos 8 pan- tanot da Amazénia. ‘Alice Prodoehl no sou liro, “Oryzeae Monographice” (1922), faz as mesmas alma ses, de 1925, O mesmo relata Andréae Sprecher von Bernegg na sua obra *Tropiche und ‘Subptropiche Weltwirsschatepflanzen’. © ‘arroz cultivado atualmente (Oryza ‘sativa L,) fo introduzido antes de 1550 na Co- Pitania de Séo Vicents. Nesta data seu prego ‘ra do 50 réis uma arroba, segundo um lo do Frel Gaspar Madre de Deus, chamado °Me- mérias para a histéria da Cepitania de Séo Vicente. 0 arrez vei, provavelmante do Cabo Verde. © Brasilf, portant, o primer pals das ‘Américas a culver o error da China. Male Morale, om sua "Cronioa do Bra I", excroveu que “por alvara de 12 de fevere ‘0 de 1677 dotormina Sua Ateza que ee dé ‘cada um dos padres da companhia, em cada ‘ano, a custa da Fazenda Real daa Capitanias Condo eles estverem, quatro paneiros de man- dca e um alqueire de srroz, © quando no hhouverartoz se he dé um alquoire de miho da. terra e.um eruzade’. ae Lav. Arazeira, Porto Alegre, v.48, 1419, FENARROZ-95 Na*Histria da Provincia de Santa Cruz”, do 1876, Gandavo escreve quo, além de muita mandioca, ha milho ¢ muito aroz. No trabalho de Gabriel Soares de Sou- za, "Tratado Descrtivo do Brasi (1587), esta ragistrado que ‘arroz se da naBatia melhor que fem nenhuma parte conhecida, porque ta De cada alqueire de serneadura se retra de ‘quarerta a sessenta alqueires No fim do século XVIi a cultura foi introduzida em Iguape (So Paulo) porjapone- ‘Sebaatiéo daRocha Fita em"Histovia da ‘América Portuguesa, desde 0 ano de 1500 do ‘descobrmento aié 1724", arma na pagina 25:"A produgao ¢ imensa ne Brasi, No Bahia, (08 alqueires que se colhem ndo tem numero’. ‘Em 1745 0 arroz foi introduzido no Maranhéo, com excelentes resultados. No ano de 1750 foi plantado em Garanhuns (Pernambuco) a aquele local é hoje conhecido como “serra do arroz”. "Ao longo do periodo Colonial (1502-1821) «© do Império (1822 - 1889) a mandioca, 0 mi- tho, a batata doce e o aroz eram 08 principale eres aimenticios consumides pola popula ‘go brasileira. ‘A expansiio do arroz para todos o: osta- dos tave como aiados a criagao de pastagens rnovas @ cullvo de café, Assim, ainglu Goias, Parana, Santa Catarina @0 Nor- No inicio deste século a cultura nacional ‘no atendia ao consumo interno. O govern ta Not dias atuais o Brasil tem uma dae maiores lavouras orizicolas do mundo. Na produpio de aroz (no importando o sistoma) 0 Brasil oscla ene 0 8&0 9 lugar, dependendo da sua colheita ea dos outros pa ise. O Brasil 6 0 maior produtor do Hemisterio Ocidental © Brasil comparece, entretanto, muito ‘eporadicamante nos mereados mundiais, por- que as disponibildades de arroz para exporta- (0 sao muito instivers, havendo anos em quo toda a produgio 6 absorvida pela demanda in- tema. (© arroz, no Brasil, 6 um dos principais Ccoresis de importincia tindamental na alimen- tagio do pove brasileiro, sendo que écultvado ‘econsumido om todas ae unidados da Feds io. Hlstérico Gaicho [As primeiras noticias de arroz no Rio Grande do Sul sito dadas por Hipéliio José da, Costa. Referem-se as crises das lavouras triticale e canavisira, plantadas polos ayoriarioe © pauiistas no Estado. O fato se deu antes de +1800 @ onto owve o inicio de culive de lavou- ‘as de centei, fejéo, miho, mandioea » are Estas lvouras eram caseiras @ empricas ‘© mesmo autor refere-se ainda ao incen- tivo dado pelo Ministro Pombal, aravée das Inatrugdes recebides por Luis de Vasconce- foe e Souza (vice-ri do Bras, 178): acuitura das terras, a navegagii e © comércio deveri ‘am eer sous objetvos principals. No “Almanaque de Porte Alegre" (1808), ‘do autoria de Antonio Manco! de Magalhsos, ‘esta registrado: “O arroz 6 muito bor @ de ex telente gosto, produz muito bem, mas no chide dale a, antes, a8 compra o defor ‘Segundo Dante de Laytano, na "Historia dda Repablica Rio Grandense”,o Pio Grande do Sul produzia bom o arvoz ate 1822, quando se deu'a decadéncia da agrcutura do Estado. Lule do Amaral em sua obra "Histéria da Agrcuitira Braseira’ faz mengao a0 arroz de ‘sequeirocultvado empincamente no Fio Grar {de do Sul. A cultura 96 tomou increment sign fica depois do inicio da cultura irigada. (0 colono Mathias Franzen iniciou 0 co mércio do arroz, fxando pregos para o arroz ‘com casea(arroz sacaeo"), em 1832. Ele mes: ‘mo, numa carta de 8 de agosto de 1832, escre “Todas as eemanas temas alguma rece’ taccom a venda de manteiga, que vale 13 cru 2zados, das galirhas que custam © mesmo pre 9 dos eves, que dao dez cruzados. Vendemos foijao, custando 8 francos a variedade branca, seis francos a preta; arroz descascado cust 16 francoe © o canteio 20 frances 0 eaco ‘A plantagao de arroz de sequairo, em 1832, continuava a ter preferéncia nas zonas colonias, Em 1895 a produgdo estadual ia de 50.880 toneladas, (Os dados oficiais mais antigos que so conhecidos datam de 1858 » 1859, constando de um mapa estatistico das plantagoes da \incia do'Sao Pedro do Rio Grande do Sul Nele © arraz aparece com a produgao de 4953 alqueires (ou 2072 sacos), dados estes rete rentes apenas aos municipios de Sao Leopoldo, Taquari, Triunfo, Osério, Rio Pardo @ Passo Funds, pio demas munis aparecem « ‘Da mesma época é, segundo a atirmat: va ded. Ribeiro Tacquee, acuitura em Taquara, Na colénia de Santo Angelo existiam 18 tengenhos de arroz em 1875, sendo provavel que acultura ja exists se, portato, bem anten: ormente a essa data, Na Bxposigdo Brasileira Alema inaugura dda em Porto Alegre, a 4 de outubro de 1881 fom mostruari de Teuténia (coléna ne munici pio de Estrela, fundada em 1858), o Sr. Fran. lace Knobel expée arroz com casea que re: eebeu destacado promo. Kugler, um colone com engenho insta lado nas margens do rio Santa Maria, em “Taquara, fomecia dariamente 60 sacos de ar *02 para o consumo no ano de 1890. Em 1895 Montenegro exportou 74.540, quilos de arvoz Em 1904, Pelotas iniciou o cuitivo com lavoura migada. A primazia coube a lavoura dos irmaoe Lang. ‘Cachosira do Sul, um dos maiores cen {tos arrozeros,inciou a irigagao mecanizada, Existiam nessa época duas lavouras de arroz fem Cachoeira, sendo que uma delas possuia levante mecirico, acionado por locomével vapor e bombas centritigas. Também nesse ‘ano Oscar Loeven semeou 100 hectares de terra na granja "Progresso", localizada em Gravatt ’S colBnia.Jaquari em 1907; produziv 8600 aces de arroz descascado. No mesmo ano Borges de Medeiros escreveu em sua men- sagem a Assembléia de Representantes: "Em relaglo Ae culturas, sio dignas de releréncia fas da mandioca e do aroz. O plantio do arroz, ‘come Vos anunciei em 1902, assume etetva: mente proporgdes extaordinarias; basta con- tignar que, ae invés de sua importaglo super ‘or ainda a milcontos em 1901, ja consegumos ‘exporta, em 1905, 78.340 quis. Por toda par- te, e especialmente nos vales do rio Jacui © Camaquia, mutipiear-se as plantagées, cvjo resultados s0 cada vez maiores Também nosse ano 0 engenheiro cv Manoel Lulz Osério aprecantou ao 1® Congres: {80 Fra! do Rio Grande do Sul realizado em Pelotas, uma monografiaittulada"O arrez",O ccongressa se deu a 12 de outubro Noano sequinte (1908) Cachosira do Sul contava com 11 lavouras com levante moean: 0, produzindo cerca de 51.000 sacos de 50 quis de arroz em casca, Ainda neste ano fo- ram colhidos 12800 sacos de arfoz no 2° die tito de Pelotas © 9000 no 5* distnto; o Dr. Cipriano Barcelos (intendente de Pelotas) rmandou fazer um inguérito sobre a cultura do farroz no muricipie. O engenheiro civil ja men- cionade apresentou no 1* Congresse Agricola, também realizado om Pelotas a 12 de setem: bro, uma tese sobre 0 cultva do arroz no esta co, Cachoeira do Sul. em 1912 produziu 350,000 sacar de aroz, om 1946 este mun- po ja possuia 129 lavouras de arroz insta ‘das com levantes mecanicos, utlizando 180 locoméveis. Nesse ano a produgéo foi de 402,500 sacos, (De 1900 a 1920 a fate em que se encon: trava aorizicutuxa ora de experiéncia e expan- sic, Passada essa fase, grapas @ existencia de areas apropriadas para a cultura do avtoz, 08 agricultores passaram a investr grandes somas de captais nesse setor. Eram atraldos elas Stimas perspectvas do mercado naco- ‘hal Fm 1028 hve wma eriaa nn sate Importante marco na orzicultra gaicha foi a crag do Insttuto Riograndense do Ar- rz -IRGA, em 20 de junho de 1940, que - ao longo de mais de meio sécuio -teve @ mantem atuagae destacada em diversoe aspectos, des: do a pesquisa basica, o foment, legislagio © retizes polos deste importante setor necessirnoque se fagajuz aqueles que ‘mais contribuiram, pelo seu dnamismo e capa- Cidade, aonzicutura do Estado, Dentre os mais signficativos situam-se Frederico Treptow, Pedro Osério, Jorge H. Franke, Vitos Kessler, Luciana Cunha, Alberto Bine, Reinaldo. Roech, Joes Berta, Jodo Fonseca, lemacl Chaves, irmaos Krebs, Edmundo Dreher, ir- maos Holler, José Correia, lrmios Poetto, G. Treptow, Jo80 Jillo Caatagnino, Reinaldo ‘Teixeira, Anténio M. Alves de Olvolra,irmaos ‘Wunderlich, mos Begnis, Nabor Salgado, Oscar Chaves, Alfredo A. Treichel e Francie: ‘c0 Pedro de Souza, ‘Atualmente, as estatisticas mostram que © Rio Grande do Sul produz quace do arroz brasiro (cerca de 45%) matade ateyate AGA, en gn ie Se Pa, Con ‘A JOETT nen Ear Bena Bue, 4.69 RCE wg Cnt 4 Sts Cn Pn ee Chagunen 7 i294 os 964 a Pete, Seven tha see ST GEDRIECO BO RO GRINOE UTED SU Pot Mee, (Grits Connect ote grad “CHIRORARATNA MF Gana bg ee Lenton Lang OED Ohemamen roan StoFae Papin 22 Carga tosh 107 Hep & tng 7) 1053 10 024 48 ei 1 8 (Wa 29 mae 8, ap 7. a ak 1,28 hig Th fe 038 6 ae PMECTEL font hapa pm catin r8 RG {LTE Tey Atmore cin Rose seer Foe Ae, Taser 1 S0FOAY PEDRO open Bae 074 Lares nes pin os TOPOL ine Aso Maree nats UOT, a Goer Ours pms Lari: Magi, Ine ete Assman Mea 68 MOO CLC CUD O@ ae eee Da % rewHOUND SS Lav. Arrozera, Porto Alagre, v.48, n# 419, FENARROZ-95,

You might also like