You are on page 1of 10

Uma noite com a princesa

Jhonatas Nilson
Conforme a a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização do autor da obra.

Prólogo – Dias Antes


Sentada na cama king size do seu quarto, Michelle se imaginava em mundos diversos, como uma
outra pessoa que estava livre para viver o que era de verdade. Sabia que aquilo só podia
acontecer em sua mente e que o que lhe fora destinado desde o berço estava próximo demais
para simplesmente fugir e nunca mais voltar.
Não, ela absolutamente não queria decepcionar o seu pai, o rei Max McField, e iria se casar
assim que a papelada estivesse pronta e a cerimônia arranjada, o grande problema era que por
querer fazer o seu pai feliz a todo custo sempre, acabava por fazer com que ela mesma se
sentisse infeliz e completamente atada ás amarras do reino de Max McField. Mas era
impossível para Michelle viver com a ideia de decepciona-lo algum dia, já que sempre fora ele
quem a amara e lhe dera carinho quando sua própria mãe partira com um dos guardas do reino.
Ela não queria, e não iria, ser covarde igual a mãe, mesmo que aquilo lhe custasse a liberdade
de escolher até mesmo com quem iria se casar. Jason Sietsche, o seu pretendente, estava
contente com a ideia e na verdade muito ansioso para tê-la em seus braços. No auge dos vinte e
poucos anos, cabelos loiros e olhos azuis, com uma conta bancária maior que a maioria dos
homens e o título de príncipe para complementar, Michelle não podia sequer pensar em dizer
que ele era um cara mal. Carinhoso, atencioso e sorridente, eram essas as características
principais de Jason, mas ela não o amava e sempre sonhara em casar-se com alguém que queria
estar ao lado para sempre.
Inspirando profundamente, Michelle levantou-se da grande cama e caminhou até a janela que
dava vista para a cidade. Seu pai estava enfrentando problemas sérios com a economia do país,
viver em monarquia onde o rei realmente controlava tudo e tinha real poder de decisão era
complicado nos dias de hoje, mas mesmo em meio à tamanha crise, as pessoas andavam sempre
felizes e realmente amavam o rei. Na verdade não havia motivos para não gostar da forma como
seu pai lidava com os problemas do país, pois era visível o seu esforço para reerguer o que
antes fora o maior governo monárquico do século XXI. E era exatamente por esse motivo que
Michelle iria se casar, para unir o reino de seu pai com o vizinho, no intuito de fortalecer as
economias de ambos os países.
Seria ela capaz de fugir quando tudo estava em suas mãos? Ela, definitivamente, não era sua
mãe e por isso estava disposta a ajudar o pai no que fosse, mesmo que sua liberdade se
distanciasse ainda mais a cada dia que se passava e o casamento se aproximava.
Mas será que não haveria a possibilidade de ser livre por apenas um dia? Apenas um dia onde
ela pudesse ser outra pessoa, outra mulher, onde todos os limites impostos durante a sua vida de
princesa fossem quebrados e esquecidos? Será que, antes de se entregar por completo a um
homem que não amava, ela não tinha o direito de conhecer um outro que realmente quisesse se
relacionar? Mesmo que por apenas um dia?
Sentindo uma lágrima solitária correr por seu rosto delicado, Michelle passou a mão com certa
violência nas bochechas rosadas no intuito de espantar o choro.
Era uma mulher forte, nunca chorava, e estava decidida a sentir-se bem com aquele futuro
casamento, pois era para o bem de seu país, do seu povo. E por ser uma mulher forte, ela
decidiu que iria se presentear com um dia de princesa. Um dia de princesa aos seus olhos, onde
o palácio seria trocado por uma boate, o príncipe por um homem simples qualquer e em que ela
mesma passaria a ser outra pessoa.
As lágrimas deram lugar a um grande sorriso animado. Virou-se de costas para a janela e olhou
para o baú envelhecido que havia num canto do seu quarto. Ela gostava daquele lugar, sentia-se
segura, onde podia ser Michelle e não Princesa Michelle, os lençóis em tons de salmão
combinavam com a cor das paredes, e os moveis envelhecidos, que haviam passado por
gerações da família McField até chegar a ela, tornava tudo ainda mais elegante. A riqueza era
exposta em cada detalhe ali, desde o chão até o teto e Michelle não podia se imaginar em um
outro quarto, em um outro lugar. Apesar da falta de liberdade, ela gostava da sua vida particular,
sabia que as revoltas eram comuns mesmo para os ricos e famoso e, concluiu com um sorriso,
ela era uma rica e famosa princesa. Caminhou até o baú e o abriu, este estava cheio até a borda
de objetos antigos e ela revirou até encontrar o que queria.
Uma máscara rosa, com duas ou três penas da mesma cor, que fora usado num baile há cerca de
cento e cinquenta anos antes. Seria aquele objeto a chave para sua liberdade por uma noite.
Michelle mal podia esperar.

Capitulo 1
Ela só precisava de algumas horas para pensar. Sentia-se sufocada com tantas sutilezas e tudo o
que queria era liberdade, por isso estava naquela festa. O som ribombava em seus ouvidos
fazendo-a estremecer enquanto dançava com um copo de vodca em uma das mãos. Princesa
Michelle McField era apenas Mich naquela noite. Os corpos suados se movimentavam ao redor
e, para ela, só existia a si mesma naqueles breves momentos. Nada mais importava.
Dali duas semanas iria se casar com o príncipe Jason Sietsche e não sentia-se muito animada
com a novidade. Não que casar com um homem poderoso, jovem e rico fosse algo ruim, mas
ela queria mais. Muito mais! Tentando colocar todos os problemas de lado, ela se concentrou na
festa, na música, nas pessoas e sorriu. Sentia-se livre, mesmo que por apenas uma noite.
No auge da música ela gritou a letra, animada, bebeu o resto da vodca que ainda estava no copo
e se dirigiu ao balcão de bebidas quando bateu de frente com um homem alto. A máscara negra
cobria-lhe o rosto e foi necessária certa força de vontade para que ela não levasse sua mão ao
rosto do desconhecido.
-Peço desculpas, loira. -falou ele em uma voz rouca e um pouco engrolada pela bebida. Mich
sorriu em resposta olhando diretamente nos olhos negros e profundos do rapaz. Ela colocou um
dedo no peito dele e fez leves movimentos circulares, para responder em seguida:
-Sem problemas, moreno.
Agora fora a vez de ele sorrir. Os dentes brancos e perfeitos numa boca de lábios grossos que a
chamavam para um beijo.
-Acho que essa é a hora de eu perguntar se você vem sempre aqui. -disse ele pegando um cacho
do seu cabelo loiro e liso.
-Acho que seria a hora de eu ir para um lado e você para o outro e nunca mais nos vermos. -Ao
pronunciar aquelas palavras, Mich congelou por alguns segundos em arrependimento. Ela estava
agindo como Michelle outra vez! A certinha, princesa do povo e virgem puritana ficara no
palácio, ali estava a loira sexy, mulher fatal. Correndo para ajeitar a situação, continuou:
-Mas acho que não é isso que devemos fazer.
-Quero fazer outra coisa. -Falando isso ele colocou a mão em sua nuca e puxou-a para um beijo.
Era voraz, o que a inebriou de forma tentadoramente quente, mas ao mesmo tempo doce como o
mel. A língua tomou posse rapidamente da dela e Mich não pôde deixar de corresponder. Sua
máscara rosa cintilante ameaçou cair, mas ele não permitiu segurando-a com a outra mão contra
o rosto dela. Interrompendo o beijo e fazendo com que ela voltasse, rápido demais a realidade,
ele falou:
-Não quero ver o seu rosto. Prefiro manter o anonimato.
E ela o queria ainda mais.

Capitulo 2

Olhar para ele era um tanto quanto hipnotizante e logo ela começou a sentir o que nunca sentira
com tamanha intensidade ao ver outros homens: desejo. Por não ter tanta prática, ela se odiou
em não saber o que fazer em seguida. Tinha medo de falar algo errado, não beijar bem o
suficiente... Ser chata.

-Que outra coisa gostaria de fazer? -Perguntou ela em um meio sorriso. Mich sabia que o local
era frequentado por solteiros da alta sociedade á procura de diversão e já podia ter uma noção
do que ela queria com ela. Para falar a verdade, ela queria a mesma coisa com ele e por um
instante ela pôde imagina-lo nu em sua cama, seduzindo-a...
Interrompendo seus pensamentos pecaminosos, ele a puxou para mais próximo de si e Mich
sentiu o cheiro amadeirado do seu perfume e o calor da sua respiração, o que fez com que todos
os pelos da sua nuca se arrepiassem.
---
A saia curta vermelha, munida dos saltos altos pretos brilhantes fizeram com que ele a desejasse
no instante em que a vira e por isso fora até ela, mas o que não esperava era que esbarrasse
nele.
Nicolas era um homem solitário e isso ele admitia sem nenhum problema, gostava até, mas
naquela noite ele sentira a necessidade de dividir a cama com alguém e agora que achara aquela
loira, ele queria tê-la em seus braços e enterrar-se profundamente em sua feminilidade. Havia
muito tempo que não desejava uma mulher tão intensamente e, o que mais assustava Nicolas, era
o fato de nem mesmo estar vendo o rosto da misteriosa loira.
Lenta e demoradamente, Nick aproximou a boca da orelha dela, dando leves mordidas e disse:
-Coisas deliciosas e eu sei que você quer também. -Falando isso, ele espalmou a mão nas costas
dela e a aproximou ainda mais, juntando as cinturas. Seu membro latejava na calça jeans e isso
ela percebeu.
-Como você pode saber o que quero?
---
Era quase como um vulcão erupção. Ela já estava úmida só de senti-lo tão próximo e seria
capaz de entregar-se ali mesmo, na festa. Não havia riscos de ser reconhecida, afinal usava a
máscara e não havia motivos para falsos pudores naquela noite, por isso, sem esperar por
resposta, Mich desceu a mão até o abdome sarado do desconhecido, sentindo os músculos, mas
não se demorou, descendo ainda mais e apertando-lhe o membro rijo que pulsava por trás da
calça.
-É isso o que você quer, não é? -Ele murmurou. Todos ao redor não pareciam perceber o jogo
de sedução que se desenrolava de forma tentadoramente pecaminosa, mas mesmo que
percebessem, não ligavam.
Nick tirou a mão das costas dela e tocou a coxa bem torneada, subindo até que sentiu a umidade
no sexo excitado.
-Está molhadinha para mim... Isso é muito bom...
Mich corou, mas logo se recompôs, lembrando-se que ali naquela boate não havia espaço para
vergonha.
-Venha. -Com essa ordem, ele agarrou-lhe a mão e levou-a por entre as pessoas, até que
entraram numa saleta reservada, própria para casais... animados. Colocando o seu cartão-chave
no local indicado, as luzes se acenderam revelando uma cama enorme com panos de seda e
paredes com cores vibrantes. Mich de repente sentiu seu corpo retesar. Era virgem e estava com
medo. Tinha direito a isso, não tinha? Ele era um completo desconhecido, mas ainda sim estava
decida a entregar-se.
Interrompendo qualquer um dos seus medos, ele empurrou-a contra a parede vermelha, e a
máscara dele tocou-lhe a pele mais uma vez quando sentiu a língua sedenta descer por seu
pescoço e os dedos percorrem sua barriga com lentidão.
---
Ouvir a respiração ofegante dela fez com que ele lutasse para se controlar. Queria que tudo
aquilo durasse, pois o desejo que sentia pela loira desconhecida o abalava e já que tinha todo o
corpo delicioso para si, ele queria aproveitar. Tirou a camisa branca que ela vestia e arrancou o
sutiã logo em seguida, expondo os seios brancos com bicos rosados, brancos e extremamente
tentadores. Arrancando as suas próprias roupas, logo ele estava nu e com a boca em um dos
seios dela, enquanto descia a mão de leve pela barriga, ouvindo os espasmos de prazer que ela
emitia. Desceu um pouco mais e fez movimentos circulares no monte úmido por cima da
calcinha, sentindo a abertura dela pronta para ele.
-Você, seu toque... Oh! -Ele não permitiu que ela falasse, pois pegou-a no colo e atirou-a na
cama, para remover a saia e rasgar-lhe a calcinha.
-Essa noite você é minha, loira.
---
Vê-lo completamente nu a sua frente fez com que ela inspirasse profundamente em prazer e logo
o desejo de se tocar para aquele desconhecido a sua frente incendiou-lhe o corpo. Com as duas
mãos, ela acariciou os seios e abriu as pernas, convidando-o e quando sentiu a língua dele
rodopiar por seu clitóris, ela gemeu e sons guturais escaparam-lhe da boca.
-Deliciosa... -murmurou ele quando abriu-lhe os lábios vaginais para inserir a língua mais
profundamente.
-Eu preciso de você dentro de mim. –respondeu ela, ofegante. Sentia-se cega pelo prazer e se o
mundo dependesse de sua força de vontade para sair dali, certamente a humanidade estaria
perdida, pois ela estava presa ao desejo de tê-lo dentro de si.
-Acho que ainda não, loira. –respondeu ele com um sorrisinho sexy que fez com que ela
gemesse baixinho em desacordo. Ele queria que ela implorasse? Ela seria capaz de implorar
com facilidade, desde que ele parasse com o tormento delicioso que lhe infligia e fosse direto
ao ponto.
Levantando-se, ele abriu a gaveta e de lá retirou um vibrador. Se aproximou dela, seu corpo por
cima do dela e sua ereção contra a barriga dela.
-Abra a boca, loira. –E ela, sem nenhum pudor, abriu para senti-lo colocar o objeto em sua
boca. Ela rodopiou a língua, umedecendo, e quando ele viu que já era o suficiente, voltou-se
mais uma vez para a feminilidade de Mich. O coração dela batia acelerado no peito e ela se
perguntou se não iria entrar em combustão em algum momento, tamanho era o calor que sentia,
fervendo seu sangue e fazendo com que as veias latejassem na testa. Fazendo-a revirar os olhos
e passar a língua entre os lábios enquanto gemia baixinho, ele inseriu com delicadeza o
vibrador, que emitia ondas deliciosas. Quando ele aumentou a intensidade, ela passou a se
contorcer e segurar-lhe o braço com força.
-Nossa! –ela exclamou. Nunca sequer imaginara que o sexo poderia ser tão deliciosamente bom
e, um pensamento que para aquele momento era completamente indesejável, ela pediu aos
deuses que Jason Sietsche fosse tão bom na cama quanto o homem mascarado que investia e
pressionava com o vibrador em sua feminilidade.
-Está gostando, não está? Posso ver por trás dessa máscara que está gostando. Quero que você
goze para mim, loira. –Falando isso, ele investiu e rodopiou o vibrador enquanto o pressionava
entre os lábios vaginais, e ela não suportou mais, gritando palavras indescritíveis de prazer e se
entregando a um orgasmo alucinante.
-Agora sim, eu posso preenche-la e fazê-la gritar mais uma vez, e outra, até que a noite se torne
dia e nós estejamos exaustos. -Ele voltou-se a gaveta e retirou de lá um pacotinho prateado.
Mich sorriu e tomou o pacotinho da mão dele, abrindo-o. Nick se aproximou, sabendo o que ela
pretendia fazer, e ela tomou-lhe na boca, fazendo movimentos rápidos com a língua e sentindo-o
latejar por entre seus lábios. Ele era grosso e Mich teve dificuldades de inseri-lo
completamente na boca, ficando sem ar, mas nunca parando de rodar a língua por sob a glande.
Lentamente ele começou a investir contra ela, entrando e saindo de sua boca, enquanto ela
rodopiava cada vez mais rápido a língua fazendo com que ele gemesse sons roucos. Quando viu
que já não podia mais suportar tamanho tesão, ele disse com a voz entrecortada:
-Pare, quero estar dentro de você agora.
Ela parou e colocou a camisinha.

Capitulo 3
Nick deitou-se na cama ao lado dela e a puxou para ficar por cima dele, de costas. Mich
começou a sentir-se um tanto nervosa, quando ela se apoiou contra o corpo dele e Nick segurou-
lhe os seios.
Nick a penetrou com uma única estocada e ela sentiu seus músculos se contraírem para recebe-
lo, uma pequena ardência surgiu e Mich se perguntou se aquela dor iria permanecer. Algumas
das suas poucas amigas haviam lhe contado que a primeira vez era horrível e tudo o que ela
menos queria era estragar a noite com aquele... detalhe. Ele começou a fazer movimentos lentos
de vai e vem, e o logo o ardor inicial começou a se transformar em prazer mais uma vez.
---
Ela era virgem, percebeu ele no instante em que a penetrou. Sentiu quando o corpo da loira se
retraiu por cima do seu e isso o surpreendeu. Ela não tinha nenhuma característica que apontasse
sua virgindade. Era completamente sem pudor, ainda mais com um desconhecido, e, para falar a
verdade, aparentava ser bem experiente no assunto.
Para não machuca-la, e evitar estragar o momento, ele passou a preenche-la com lentidão,
sentindo que logo o corpo esbelto voltava a relaxar e aparente dor de antes se esvaia com
rapidez, isso ele pôde perceber. Parou por um momento, retirou-se dela e a deitou na cama, para
logo em seguida deitar-se ao seu lado, unindo os corpos, e preenche-la mais uma vez. Com uma
das mãos ele a tocava, abrindo-a para recebê-lo, e com a outra pressionava o corpo dela contra
si, enquanto beijava-lhe os lábios e sentia o doce sabor da sua boca.
-Você é maravilhosa, loira. –disse ele num sussurro, voltando sua atenção para a orelha dela,
mordiscando-a e sentindo sua pele arrepiar-se.
Minutos se passaram, as estocadas pareceram estar cada vez mais rápidas, e ela gritava
enquanto ele ia e voltava, investindo profundamente contra Mich.
---
Houve um momento em que ela não suportou mais segurar-se e se entregou, caindo num abismo
de sensações intensas, que faziam com que seu corpo estremecesse e seus músculos femininos
pressionassem contra o membro dele, e ao sentir que ela se entregara, mais uma vez a um
delicioso orgasmo, Nick seguiu os caminhos da loira e se entregou também, para logo em
seguida retirar-se de dentro dela e aconchegar-se mais próximo do corpo delicioso.
Mich estava sem palavras. Nunca, em nenhum dos seus sonhos mais loucos, ela pôde sequer
imaginar que sexo fosse tão delicioso, tão prazeroso, mas agora sabia que tudo dependia de com
quem estava fazendo e, decididamente, o homem que estava ao seu lado era um bom parceiro de
cama. Exausta, ela sentiu os olhos pesarem e não se preocupou por nenhum segundo sequer se,
ao dormir, ele iria tirar-lhe a máscara para descobrir sua identidade. Mas fora ele quem lhe
dissera que preferia que permanecessem no anonimato, então, aparentemente, não havia motivos
para se preocupar.
---
Nick gostaria de ter forças para continuar a noite, sentindo que a loira desconhecida se
entregava sempre que ele tocava-lhe a pele, mas o fato era que ele estava exausto e quando
dormiu ao lado dela, ele nem sequer percebeu.
---
As horas passaram e, quando deu por si, Nick acordou e viu em seu relógio que já passava das
cinco da manhã. Olhou para o lado e viu que ela ainda dormia, com a máscara muito bem
amarrada ao rosto. A tentação de tira-la era forte, mas ele nunca faria isso. Era melhor não só
para ela, mas para ambos que tudo que ocorrera naquela noite, continuasse no quarto e nunca
mais fosse citado. Nick preferia continuar solitário, saindo com as mulheres que queria e
quando queria, sem os problemas de um relacionamento. Não saber de onde a loira viera, quem
era ou o seu nome era um pouco estranho, pois não estava acostumado a fazer sexo com
mulheres que nem sequer podia ver o rosto, mas ao mesmo tempo era extremamente excitante
pelo toque de malicia que havia no mistério da desconhecida.
Sabia que logo que o sol raiasse, cada um iria para um lado e nunca mais iriam se ver, saber
noticias um do outro e, para ser bem sincero, ele não queria. Se aprofundar no caráter das
pessoas era complicado, já fora casado uma vez, no inicio era tudo perfeito, assim como fora
naquela noite, mas depois, quando um vai conhecendo o outro melhor e os anos vão passando,
percebe-se os erros, as diferenças e o aparente amor de outrora se torna em raiva e brigas.
Por isso ele preferia parar por ali, para que a amizade iniciada quando se esbarram na festa
fosse encerrada de forma saudável quando saíssem pela porta do quarto e nunca mais ouvissem
sequer falar um do outro. Com um sorriso, ele levantou-se de vagar e caminhou até o banheiro.
Estava satisfeito, feliz até, e agora, com um bom banho para começar o dia, iria aguardar que
ela acordasse para que cada um seguisse seu devido caminho. Trancou a porta, para que a loira
não entrasse, e logo em seguida retirou a máscara negra.
Imerso em seus pensamentos, ele passou vários minutos no banho.
---
Quando ela acordou, ele já estava novamente bem arrumado, os cabelos molhados do banho e
um sorriso no rosto. A máscara bem colocada.
-Bom dia, loira.
Ela não sabia muito bem como reagir, já que o fato era que não conhecia o homem com quem
perdera a virgindade, mas ela sentia-se feliz, realizada, pois conseguira cumprir com o seu
objetivo.
-Bom dia, já tomou banho? Vou tomar o meu então. –respondeu ela, sentindo-se um pouquinho
sem graça. Era normal, não era?
-O banheiro é todo seu. –respondeu ele com um sorriso, sentando-se na cama, enquanto ela
levantava-se envolta em um lençol e pegava suas roupas espalhadas pelo quarto. Entrando no
banheiro, ela trancou a porta, assim como ele, retirou a máscara e deixou com que o pano que a
envolvia caísse no chão. Olhou-se no espelho, os cabelos estavam desgrenhados e os olhos
brilhavam, o rosto parecia feliz. Mich perguntou-se se deveria sentir-se culpada ou usada, mas
de forma nenhuma sentia-se assim. Ele fora gentil e carinhoso, dando-lhe prazer ao máximo e
ela esperava ter feito o mesmo, logo tudo aquilo fora uma troca de favores íntima. Abriu a porta
do box, entrou e ligou o chuveiro, sentindo a água quente descer por seu corpo um tanto
dolorido.
Se fosse em seu país, nunca teria conseguido uma noite como aquelas, mas como estava em Las
Vegas, a cidade da perdição, fora muito fácil encontrar o homem certo para o que ela queria.
Talvez tivesse dado sorte, não sabia, mas agora sabia que podia voltar para sua vida de
princesa Michelle feliz, por ter realizado ao menos um desejo em liberdade.

Capitulo 4
Quando ela saiu do quarto, já estava refeita da noite anterior e tão bem arrumada quanto ele, á
exceção da calcinha que ele rasgara. Apesar de sentir um pouquinho desconfortável por não
usar nada por baixo, chegava até a ser excitante também.
-Pronta. –disse ela com um sorriso.
-Você era virgem, não era? –perguntou ele calmamente, como se aquela fosse uma pergunta
comum. Mich sentiu seu rosto corar violentamente e agradeceu aos deuses por estar de máscara.
-Sim, era. –respondeu.
-Eu percebi. –disse ele.
-Estou vendo que percebeu. –rebateu.
-Tivemos uma boa noite juntos. –disse ele. Ela estava desconfortável, Nick sabia, e por isso
estava começando a sentir assim também. Por ser um escritor, era um tanto estranho que ficasse
sem palavras numa conversa.
-Obrigada. –ela se aproximou até onde ele estava em pé, próximo da cama e o abraçou. –Foi a
melhor noite que eu poderia pensar em ter.
-Não agradeça. –disse ele dando-lhe o braço e sorrindo.
-Acho que agora precisamos ir, não é? –perguntou Mich sentindo um aperto no coração que não
esperava sentir. Sabia que depois que cruzassem a porta, nunca mais se veriam.
-Sim, precisamos. –respondeu ele, direto.
Ela uniu seu braço ao dele e sem dizer mais palavra, seguiram para a porta de braços dados.
Nick abriu a porta e ela foi a primeira a sair, entraram no corredor anexo que dava para a saída
e já não ouviam o som ensurdecedor da boate em que se conheceram na noite anterior.
O sol brilhava lá fora, ela olhou para ele e ele olhou para ela. Era a hora da despedida.
-Bom te conhecer. –sussurrou ele, tão baixinho que ela quase não pôde ouvir, e em seguida
beijou-lhe de leve os lábios.
E então deram as costas, cada um seguindo o seu caminho, voltando para as próprias vidas onde
não havia espaço para loiras de rostos invisíveis ou morenos desconhecidos.

Epílogo 1
Deitado no sofá aconchegante numa tarde de domingo, Nicolas Hunter ligou a televisão
enquanto afagava seu cachorro que se encontrava esparramado ao seu lado. Acabara de concluir
o seu último livro e decidira descansar um pouco até que iniciasse as intermináveis noites de
autógrafos e eventos de publicidade.
-Olhe só, Max, a princesa está se casando. –disse, ao ver o que a tv exibia. Uma loira, bonita
por sinal, dava o braço para que um homem também loiro a levasse caminhando lentamente pelo
tapete vermelho do chão de uma igreja imponente. Os dois sorriam, pareciam satisfeitos um com
o outro.
E por um segundo, ao olhar bem para o rosto da princesa, ele decidiu que podia jurar que a
princesa se parecia muito com a loira desconhecida de dias atrás, mas logo em seguida sorriu,
descartando a ideia. Estava ficando louco, isso sim!
---
Enquanto caminhava lentamente de braços dados com Jason Sietsche pelo tapete vermelho, ela
sorria com sinceridade. Olhou para o seu pai, que mantinha um olhar de orgulho e amor, e
Michelle sentiu seu coração se inundar de felicidade.
Aquela noite houvera sido maravilhosa, mas a certeza do casamento e a alegria de ver seu pai
feliz era ainda mais maravilhoso para ela. Ela iria aprender a amar Jason, ele era um cara legal.
Iriam se dar bem, sabia disso.

Epílogo 2 – Anos depois.


Enquanto corria de um lado para o outro no intuito de acertas os últimos detalhes do aniversário
do seu segundo filho, Michelle esbarrou num homem alto e sério. Ela sentiu sua pele se arrepiar
tão rápido quanto raios caem em tempestades. Olhou-o bem nos olhos e sussurrou:
-Desculpe, quem é você?
-Não há problema. Sou Nicolas Hunter e estou procurando Max McField. Irei ficar aqui por uns
tempos para escrever a biografia do rei. Muito prazer! –disse ele, estendendo a mão para
cumprimenta-la.
-Prazer o meu, Nicolas. Sou Michelle, filha dele. –disse ela, correspondendo ao cumprimento e
sentindo as pernas tremerem.
-Sim, eu sei. Parece loucura, mas sempre que te vejo na televisão, tenho a impressão que te
conheço, pessoalmente, de algum lugar...

FIM

You might also like