Professional Documents
Culture Documents
Órtese e Tecnologia Assistiva
Órtese e Tecnologia Assistiva
ASSISTIVA
Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR
Olá, aluno(a)!
Sou a professora Ana Carolina Coculo da Costa, graduada em Terapia Ocupacional
pela UFPR. Possuo especialização em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce
(IPPEO) e em Terapia da Mão e do Membro Superior (FM USP). Atualmente, estou cur-
sando a especialização em Órtese, Prótese e Meios Auxiliares (FM USP). Além disso,
realizei cursos de capacitação e aperfeiçoamento em Confecção de Órteses para Membros
Superiores, Reabilitação Neurológica, Aplicação do protocolo Interface Cérebro Máquina
(EXOBOTS-Neurobots), Bandagem Neurofuncional Infantil e Bandagem Neurofuncional
Adulto. Também estou em processo de capacitação em Contensão Induzida. Conto com 4
anos de experiência na confecção de órteses e 5 anos de prática em atendimentos ortopé-
dicos e neurológicos a adultos e crianças.
3
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Nesta disciplina, exploraremos a fundo o conceito de Tecnologia Assistiva, com-
preendendo suas diversas classificações e as formas de aplicação. Abordaremos os
conceitos essenciais relacionados a órteses e próteses, discutindo os tipos existentes, os
critérios para indicação, prescrição e confecção. Além disso, examinaremos como esse
serviço é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através das Oficinas Orto-
pédicas, e quais materiais são empregados na sua confecção. Ademais, observaremos o
tema da amputação, destacando a intervenção do Terapeuta Ocupacional nesse contexto.
Serão abordados aspectos como os cuidados com o coto, as ações e treinos para facilitar a
reintegração do indivíduo à rotina diária, visando proporcionar o máximo de independência
e autonomia possível e melhoramento da qualidade de vida.
Na Unidade I você aprenderá sobre o conceito de tecnologia assistiva, suas classi-
ficações, além de compreender como podem ser usadas. Também, aprenderá que órtese e
prótese são um tipo de tecnologia assistiva.
Na segunda etapa, Unidade II, será apresentado um pouco mais sobre as órteses,
aprendendo como prescrever, indicar e confeccionar, além de ter uma melhor compreensão
dos materiais utilizados para a preparação e os modelos mais populares e quando são
indicados.
Em seguida, na terceira unidade, você aprenderá sobre amputação, quando pode
ocorrer, qual será a ação do terapeuta ocupacional em relação a este caso, como proceder
pré e pós-cirúrgico, e como fazer ações e treinos para possibilitar maior autonomia e inde-
pendência, proporcionando qualidade de vida ao indivíduo.
Por fim, vamos discutir as próteses, apresentando seu conceito, quais os modelos
existentes, quais materiais são usados, onde encontrar pelo SUS este recurso e os treinos
e cuidados necessários.
4
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Conceitos de Tecnologia Assistiva,
Órteses e Próteses
UNIDADE 2
Modelos de Órteses
UNIDADE 3
Amputação
UNIDADE 4
Próteses
5
1
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
UNIDADE
CONCEITOS DE
TECNOLOGIA
ASSISTIVA, ÓRTESES
E PRÓTESES.
Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa
Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Tecnologia Assistiva e os tipos de dis-
positivos tecnológicos de auxílio;
• Órteses;
• Próteses.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os conceitos de tecnologia assistiva,
órteses e próteses;
• Compreender os tipos de dispositivos auxiliares terapêuticos;
• Estabelecer a importância do uso desses recursos pela Terapia
Ocupacional.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Seja muito bem-vindo (a)!
Aprenderemos nesta unidade sobre a Tecnologia Assistiva. Você já sabe que faz
parte da prática do terapeuta ocupacional promover o desempenho ocupacional do seu
paciente, certo? Mas você sabia que ele pode fazer isso por meio de adaptações?
Essas adaptações são conhecidas como Tecnologia Assistiva, também conhecidas
por TA. Com a utilização desses recursos, o profissional pode melhorar a funcionalidade
do sujeito com deficiência para ele tenha o maior nível de independência possível, maior
autonomia, proporcionando qualidade de vida e inclusão social.
TA refere-se a uma ampla gama de dispositivos, equipamentos, software e sis-
temas projetados para melhorar a independência e a qualidade de vida de pessoas com
deficiências. Essas tecnologias são especialmente desenvolvidas para superar barreiras
funcionais e promover a inclusão de pessoas com deficiências em diversos aspectos da
vida, como educação, emprego, mobilidade e vida cotidiana.
É importante ressaltar que a tecnologia assistiva desempenha um papel funda-
mental na promoção da inclusão e na melhoria da qualidade de vida de pessoas com
deficiências. À medida que a tecnologia continua a avançar, é provável que mais inovações
em tecnologia assistiva surjam, ampliando as oportunidades e a autonomia para indivíduos
com necessidades especiais.
Ao longo desta unidade, falaremos sobre alguns conceitos como tecnologia assis-
tiva, órteses, próteses, que são uma das classificações de TA, além de suas definições e
contextualizar com a prática da terapia ocupacional.
Bons estudos!
A Tecnologia Assistiva, conhecida pelo seu termo abreviado como TA, pode
ser definida conforme a portaria n°142 de 2016 como “uma área de conheci-
mento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, me-
todologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcio-
nalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando a autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2008, p. 138).
Como um meio de facilitar a classificação de TA, foi criado uma categoria como
finalidade didática. A tecnologia assistiva busca a melhora da funcionalidade e segundo
a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), o modelo de intervenção deve ser
biopsicossocial. Desse modo, segue abaixo a lista de classificação de tecnologia assistiva:
• Auxílios para a vida diária: todos produtos e materiais auxiliares em tarefas
rotineiras, sendo elas comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar neces-
sidades pessoais, manutenção do lar, entre outros;
ÓRTESES
que dentro dela possui a seguinte categoria: Órtese e Prótese. Órtese é um dispositivo
ortho, que significa reto, direito ou correto; o termo surgiu após a Segunda Guerra Mundial
(REDFORD, 1995).
órteses, podendo ser ele o tipo de alta temperatura e o de baixa temperatura; ou seja, os
usam-se fornos para a confecção e não são feitas diretamente na pele, e sim, em moldes
peratura tão elevada para se tornar maleável e pode ser moldado diretamente na pele, o
qual o cliente leva para casa a órtese no mesmo dia da confecção. Dentre esses dois tipos
existem uma variedade enorme de materiais e a cada ano são lançados novos modelos
(FREITAS, 2006).
Seus objetivos podem ser para: imobilização e para mobilização, podendo ser classificadas
remos para assim analisar, qual modelo confeccionaremos e, a partir disso, considerar a
partes anatômicas como arcos da mão, pregas da mão, proeminências ósseas, a obliqui-
dade, posição funcional da mão e a resposta do tecido humano ao estresse. Deve ser feita
uma análise mecânica para entender as forças, o eixo e a resistência que deve ser aplicada
anatomia, biomecânica, cinesiologia, para que assim o recurso cumpra com o seu objetivo
(FREITAS, 2006).
PRÓTESES
A Tecnologia Assistiva tem o objetivo de melhorar a funcionalidade da pessoa com deficiência. Atualmente
existem recursos que vão desde roupas a computadores e diversos outros itens que podem ser
confeccionados ou comprados. Essas tecnologias proporcionam à pessoa com alguma deficiência, maior
independência e com isso uma melhora significativa na sua qualidade de vida, proporcionando a sua
inclusão social.
Dr.ª Ana Carla Nogueira.
FILME/VÍDEO
• Título: Como eu era antes de você.
• Ano: 2016.
• Sinopse: O rico e bem-sucedido Will leva uma vida repleta de
conquistas, viagens e esportes radicais até ser atingido por uma
moto. O acidente o torna tetraplégico, obrigando-o a permanecer
em uma cadeira de rodas. A situação o torna depressivo e extrema-
mente cínico, para a preocupação de seus pais. É neste contexto
que Louisa Clark é contratada para cuidar de Will. De origem mo-
desta, com dificuldades financeiras e sem grandes aspirações na
vida, ela faz o possível para melhorar o estado de espírito de Will
e, aos poucos, acaba se envolvendo com ele.
MODELOS
DE ÓRTESES
Plano de Estudos
• Modelos de Órteses estáticas e dinâmicas;
• Indicação, Prescrição e Confecção de Órteses;
• Matérias-primas para confecção de órteses;
• Reabilitação através do uso de órtese: patologias.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar sobre o papel do terapeuta
ocupacional na prescrição e confecção de órteses;
• Compreender os tipos de órteses disponíveis no mercado.
INTRODUÇÃO
Sabemos que a utilização de órteses por terapeutas ocupacionais pode ser uma
parte importante do tratamento de uma variedade de patologias e condições médicas.
Neste capítulo veremos mais a respeito sobre órteses e como as órteses são dispositivos
que ajudam a fornecer suporte, estabilização, mobilidade e controle muscular, melhorando
a função e a qualidade de vida dos pacientes.
Falemos como os Terapeutas ocupacionais são especialistas treinados para avaliar
as necessidades individuais de cada paciente e prescrever órteses personalizadas para
atender a essas necessidades. Eles também são responsáveis por ensinar aos pacientes
como usar as órteses corretamente e garantir que elas estejam ajustadas corretamente
para garantir o máximo benefício.
Com o uso de órteses, muitos pacientes podem experimentar melhorias significati-
vas em sua capacidade de realizar atividades cotidianas, aumentando sua independência
e melhorando sua qualidade de vida.
Bons estudos!
MODELOS DE
ÓRTESES ESTÁTICAS
E DINÂMICAS
segura para a pessoa com deficiência de natureza transitória ou definitiva (Freitas, 2006;
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/design-projeto-visual-engenharia-3912370/.
Outros modelos são do segmento de órteses para coluna vertebral, são dispositi-
vos externos que ao serem aplicados ao corpo buscam auxiliar na recuperação de lesões
sendo elas ósseas e/ou ligamentares, redução de dor, também prevenção de deformidades
progressivas na coluna. Alguns exemplos são: órteses para coluna cervical, colete Boston,
colete Jewet, Lombossacrais, colete Milwaukee (Freitas, 2006; Ministério da Saúde, 2019).
punho; estabilizadores de punho e dedos; oval 8, entre outros (Freitas, 2006; Ministério da
Saúde, 2019).
Deve estar bem claro que os objetivos do uso das órteses no tratamento de reabi-
litação podem ser: estabilizar/imobilizar, corrigir deformidades, prevenir agravos, proteger
estruturas e articulações, mobilizar e restaurar função (Gradim e Paiva, 2018).
INDICAÇÃO, PRESCRIÇÃO
E CONFECÇÃO DE ÓRTESES
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/avental-uniforme-arte-embarcacao-3913008/.
FIGURA 5: SUROPODALICA
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arte-embarcacao-habilidade-cortador-3913030/.
Órtese estabilizadora de punho visa imobilizar o punho. Pode ser feita por meio de
confecção ventral ou dorsal, além de ter como indicação às seguintes patologias: síndrome
do túnel do carpo; fratura de rádio distal; e epicondilite lateral e medial. Durante sua confec-
ção deve haver cuidado quanto aos desvios radial e ulnar e respeitar às pregas, cuidados
com posicionamentos dos velcros.
MATÉRIAS-PRIMAS
PARA CONFECÇÃO
DE ÓRTESES
REABILITAÇÃO
ATRAVÉS DO USO DE
ÓRTESE: PATOLOGIAS
Essas são apenas algumas das patologias que podem se beneficiar do uso de ór-
teses. Cada paciente é único e as órteses são prescritas personalizadamente para atender
às suas necessidades específicas. Os objetivos do uso das órteses dentro do tratamento
de reabilitação podem ser: estabilizar/imobilizar, corrigir deformidades, prevenir agravos,
proteger estruturas e articulações, mobilizar e restaurar função (Gradim e Paiva, 2018).
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) publicou a Resolução n.º 548,
trazendo aos profissionais definições específicas quanto à atuação e ao exercício nas oficinas ortopédicas,
responsabilidade técnica, no gerenciamento, na prescrição, manutenção, tomada de medidas, confecção,
adaptação de órteses e próteses e meios auxiliares de locomoção, tecnologia assistiva, palmilhas, calçados
ortopédicos, entre outros, além da realização das respectivas provas e/ou adaptações necessárias.
LIVRO
• Título: Reabilitação da mão.
• Autor: Paula Pardini Freitas.
• Editora: Atheneu.
• Sinopse: Esta obra apresenta o seguinte plano didático: revi-
são da anatomia funcional; avaliação clínica e funcional; lesões
traumáticas (fraturas, lesões tendinosas e de nervos periféricos);
lesões não traumáticas (tenossinovites, tendinites, artrite reumáti-
ca, osteoartrose, etc.) princípios básicos na confecção de órteses;
amputação, indicação e uso de próteses.
FILME/VÍDEO
• Título: O que te faz mais forte.
• Ano: 2017.
• Sinopse: Conta a história de superação de Jeff Bauman, que en-
quanto esperava sua namorada, Erina, finalizar a participação na
Maratona de Boston, foi atingido por uma das bombas do Atentado
Terrorista, sofrendo amputação transfemoral bilateral.
AMPUTAÇÃO
Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Amputação;
• Níveis de Amputação;
• Cuidados com o coto: dor fantasma, sensibilidade, enfaixamento.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o trabalho da Terapia Ocupacional
frente a amputação;
• Compreender como a terapia ocupacional pode auxiliar o sujeito
amputado;
• Estabelecer a importância da terapia ocupacional frente a essa
nova etapa da vida após a amputação.
INTRODUÇÃO
A amputação é um evento traumático que pode resultar em mudanças físicas, emo-
cionais e funcionais significativas na vida de uma pessoa. A perda de um membro ou parte
dele pode afetar a independência, a mobilidade, as habilidades funcionais e a participação
em atividades diárias. Nesse contexto, a terapia ocupacional desempenha um papel crucial
na reabilitação e no apoio a indivíduos amputados.
A terapia ocupacional é uma disciplina da saúde que se concentra na promoção da
participação ativa e significativa das pessoas em suas atividades cotidianas. Os terapeutas
ocupacionais trabalham em estreita colaboração com os amputados, ajudando-os a superar os
desafios físicos e emocionais associados à amputação e a reintegrar-se em suas vidas diárias.
A abordagem da terapia ocupacional para indivíduos amputados é holística e perso-
nalizada, considerando as necessidades, habilidades, metas e preferências únicas de cada
pessoa. Os terapeutas ocupacionais avaliam as habilidades funcionais dos amputados,
incluindo a mobilidade, a destreza, a coordenação, a força e o equilíbrio. Com base nessa
avaliação, são desenvolvidos planos de tratamento individualizados, visando restaurar e
maximizar a independência e a qualidade de vida dos pacientes.
Nesta unidade analisaremos e aprenderemos mais sobre características da ampu-
tação como os níveis de amputação, dor fantasma, sensibilidade entre outros.
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 36
1
TÓPICO
CONCEITOS E
DEFINIÇÕES DE
AMPUTAÇÃO
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 37
A terapia ocupacional desempenha um papel vital na reabilitação de indivíduos
amputados, proporcionando diversas contribuições valiosas. Primeiramente, os terapeutas
ocupacionais realizam avaliações abrangentes das habilidades funcionais, necessidades
e metas individuais amputada. Com base nessa avaliação, eles desenvolvem estratégias
de reabilitação e adaptam o ambiente para promover a independência e a participação nas
atividades cotidianas.
Além disso, desempenham um papel fundamental no treinamento das pessoas
para o uso adequado de próteses. Os terapeutas ocupacionais auxiliam os amputados a
aprender como colocar, ajustar e utilizar suas próteses de forma segura e eficaz, facilitando
assim a reintegração nas atividades e tarefas significativas.
No que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades motoras, os terapeutas ocu-
pacionais trabalham em estreita colaboração com os amputados para melhorar o equilíbrio,
a coordenação, a destreza, a mobilidade e as habilidades de autocuidado. Eles adaptam as
técnicas e estratégias às necessidades individuais.
Além disso, os terapeutas ocupacionais auxiliam na adaptação do ambiente físico,
tornando-o mais acessível e funcional para os amputados. Isso pode envolver modificações
na residência, no local de trabalho ou em outros locais relevantes, como a instalação de
barras de apoio, rampas de acesso e outras ajudas técnicas que facilitam a participação
nas atividades diárias.
Outra contribuição importante é o gerenciamento da dor e desconforto associados à
amputação. Os terapeutas ocupacionais utilizam diversas técnicas e estratégias para aliviar
a dor e o desconforto, incluindo o treinamento em técnicas de relaxamento, modalidades
de terapia física e aconselhamento para lidar com as emoções relacionadas à amputação.
Por fim, além de prover suporte emocional e psicossocial aos amputados, os tera-
peutas ocupacionais auxiliam-nos a enfrentar as mudanças físicas, emocionais e sociais
decorrentes da amputação. Trabalham com os pacientes para promover a autoestima, re-
siliência e adaptação, bem como auxiliam na reintegração social e no retorno às atividades
significativas (Biffi, 2017).
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 38
2
TÓPICO
NÍVEIS DE
AMPUTAÇÃO
Pensar em níveis de amputação nos deve fazer pensar em fase pré-cirúrgica, que
envolve uma avaliação física da paciente detalhada visando esclarecer o prognóstico fun-
cional do paciente, abordar dor fantasma e membro fantasma, além de estabelecer metas
para reabilitar a curto, médio e longo prazo. Devem ser avaliados a amplitude de movimen-
to, força muscular, o envolvimento de membros contralaterais, nível de independência para
realizar as AVDs, condicionamento físico, suporte social e apoio para o enfrentamento do
paciente pensando na realização da cirurgia (Ministério da Saúde, 2013).
Após a análise detalhada dos processos pré-cirúrgicos, a escolha do nível de
amputação deve ser realizada com cautela, visando preservar o máximo de comprimento
possível, garantir uma cicatrização adequada, proporcionar cobertura eficaz da pele e man-
ter a sensibilidade. Essa decisão individualizada também considera a idade do paciente, a
causa da amputação e suas necessidades específicas, sendo fundamental para a futura
adaptação de uma prótese funcional (Ministério da Saúde, 2013).
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 39
• Níveis de amputação de Membros Inferiores:
01. Hemipelvectomia;
02. Desarticulação do quadril;
03. Transfemural;
04. Desarticulação do joelho;
05. Transtibial;
06. Desarticulação do tornozelo;
07. Syme;
08. Parcial do pé (Ministério da Saúde, 2013).
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 40
3
TÓPICO
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 41
região, massagem e utilização de analgesias com o TENS (Transcutaneous electrical nerve
stimulation) (FREITAS, 2006).
Após a cicatrização, o amputado deve aprender o processo de enfaixamento do
coto, utilizando faixa elástica ou atadura, orientado por um profissional qualificado. É impor-
tante que a pressão seja uniforme em toda faixa, caso não aconteça dessa forma, refaça
o processo até sentir a pressão por todo coto e não haja nenhum incômodo. Lavar sempre
a faixa é importante. O enfaixamento irá reduzir edemas, aumentar metabolismo local, dar
formato ao coto e diminuir a sensação e dor fantasma.
Aqui estão algumas diretrizes gerais para o enfaixamento do coto:
01. Preparação: lave bem as mãos antes de iniciar o processo de enfaixamento.
Certifique-se de que o coto esteja limpo, seco e livre de feridas abertas ou infec-
ções.
02. Utilize materiais adequados: utilize uma bandagem elástica de compres-
são, como uma atadura de crepe ou uma atadura tubular, que seja do tamanho
adequado para envolver o coto de maneira confortável.
03. Técnica de enfaixamento: comece envolvendo a base do coto de maneira
firme, mas não muito apertada, para garantir uma fixação adequada. Continue
enrolando a bandagem em espiral ao redor do coto, sobrepondo cerca de metade
da largura da bandagem a cada volta. Certifique-se de cobrir todo o coto de
maneira uniforme e evitar vincos ou dobras excessivas na bandagem (Smurr,
2009; Simionato, 2018; Smurr, 2008).
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 42
Existe um programa organizado pelo Governo através do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
que atende os pacientes com amputações de membros inferiores e superiores, independente da idade,
esse é o Programa de Atendimento Especializado de Amputados que conta com uma atenção interdiscipli-
nar possuindo terapeuta ocupacional na equipe.
Fonte: https://www.into.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-de-atendimento-especializado-de-
-amputados.
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A amputação é um procedimento cirúrgico no qual uma parte do corpo, como um
membro ou uma extremidade, é removida. Essa intervenção pode ser necessária por di-
ferentes razões, como traumas graves, doenças vasculares, infecções graves, tumores
ou anomalias congênitas. Existem diferentes tipos de amputações, classificadas conforme
a parte do corpo que é removida. Entre elas, estão amputações de membros superiores
(braços) e membros inferiores (pernas). O processo cirúrgico busca remover a área afetada
de maneira a preservar o máximo possível de tecido saudável, visando promover a cicatri-
zação adequada e facilitar a adaptação do paciente à nova condição.
Após a amputação, os pacientes geralmente passam por um período de reabi-
litação, que inclui terapia física e ocupacional, para aprender a lidar com as limitações
físicas resultantes da perda da parte do corpo. Além disso, o uso de próteses pode ser
considerado para melhorar a mobilidade e a funcionalidade. A amputação tem um impacto
significativo na vida dos indivíduos, tanto fisicamente quanto emocionalmente, e requer
uma abordagem holística para garantir o melhor resultado possível na adaptação e na
qualidade de vida pós-cirúrgica.
Por isso, a terapia ocupacional é um componente essencial na reabilitação de
indivíduos amputados. Ela se concentra em ajudar essas pessoas a recuperar a indepen-
dência, a retomar suas atividades diárias e a desempenhar papéis significativos em suas
vidas. Por meio de avaliações, intervenções personalizadas e suporte contínuo, a terapia
ocupacional desempenha um papel vital na promoção da funcionalidade, da participação e
da qualidade de vida dos amputados.
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 44
LEITURA COMPLEMENTAR
É importante a leitura do documento do Ministério da Saúde, Diretrizes de Atenção
à Pessoa Amputada, 2013. O documento traz um apanhado de explicações, legislações,
refere a CIF durante o tratamento do amputado, sendo de grande valia a sua leitura.
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 45
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Tratamento de paciente amputado.
• Autor: André Pedrinelli.
• Editora: Roca.
• Sinopse: Importante obra na área da amputação, formulada e
organizada pelo Dr. André Pedrinelli, chefe do Grupo de Próteses e
Órteses do IOT-HC-FMUSP e integrante do Grupo de Medicina Es-
portiva, reúne mais de 40 profissionais das áreas de traumatologia,
ortopedia, reabilitação e oncologia do HC-FMUSP, da Escola Paulista
de Medicina da UNIFESP, do Hospital do Servidor Público Estadual
e do SESI. Tratando desde o atendimento ao paciente que sofrerá
a amputação até a sua readaptação a sua nova imagem corporal e
social. Tendo por temas principais as causas para a amputação, os
tipos de operações, o membro a ser amputado com suas afecções
prévias e posteriores, o apoio e o auxílio da equipe de enfermagem, o
acompanhamento pré-operatório e a fisioterapia imediata e tardia, os
diferentes tipos de próteses, métodos para avaliações, a reabilitação
nos casos especiais e atividades físicas possíveis, cuidados psicológi-
cos, treinamento pré e pós-protetização e a conduta na dor fantasma.
Essa obra é indispensável aos que buscam melhorar o atendimento
ao paciente que sofreu ou sofrerá a amputação de um membro,
fisioterapeutas, cirurgiões, ortopedistas, oncologistas, psicólogos,
enfermeiros, profissionais e residentes. Claro e objetivo também para
aqueles que não possuem domínio ou pouco conhecimento na área.
FILME/VÍDEO
• Título: Coragem de viver.
• Ano: 2011.
• Sinopse: Mostra a biografia da surfista profissional Bethany
Hamilton, que após ser atacada por um tubarão, perdeu o braço
esquerdo na altura do ombro e precisou superar os desafios psico-
lógicos pós-amputação para voltar a competir.
WEB
• Apresentação do link: o vídeo mostra como realizar um enfai-
xamento de coto.
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=fAC37pQGvRs.
UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 46
4
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
.............................................................
UNIDADE
PRÓTESES
Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Próteses;
• Modelos de Próteses;
• Acesso à Órteses e Próteses no Brasil;
• Avaliação e Intervenção do Terapeuta Ocupacional.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a atuação do terapeuta ocupacional
na confecção de próteses;
• Compreender os tipos de próteses disponíveis no mercado;
• Estabelecer a importância da terapia ocupacional em oficinas
ortopédicas.
INTRODUÇÃO
A terapia ocupacional é uma área da saúde que visa ajudar as pessoas a superar
as limitações físicas, mentais ou emocionais que possam afetar sua capacidade de realizar
as atividades do dia a dia. Essa profissão trabalha com indivíduos de todas as idades e com
uma variedade de condições de saúde.
No contexto das próteses, a terapia ocupacional desempenha um papel funda-
mental na reabilitação de pessoas que perderam membros ou que têm deficiências físicas
que requerem o uso de próteses. O terapeuta ocupacional trabalha em conjunto com a
equipe médica, incluindo médicos, fisioterapeutas e ortopedistas, para ajudar o paciente a
se adaptar à prótese e a desenvolver habilidades funcionais para o seu uso efetivo.
As contribuições da terapia ocupacional na utilização de próteses são diversas.
Primeiramente, o terapeuta ocupacional realiza uma avaliação detalhada das necessida-
des e habilidades do paciente, considerando fatores físicos, cognitivos e emocionais. Com
base nessa avaliação, são estabelecidos objetivos terapêuticos individuais para promover
a reabilitação e a independência.
Em seguida, o terapeuta ocupacional trabalha com o paciente para desenvolver ha-
bilidades específicas, como a colocação e remoção da prótese, o equilíbrio, a coordenação,
a força muscular e a destreza necessárias para realizar tarefas diárias com a prótese. Essas
tarefas podem incluir atividades simples, como pentear o cabelo ou escovar os dentes, até
tarefas mais complexas, como cozinhar, dirigir ou praticar esportes.
Além disso, a terapia ocupacional também envolve treinamento para o uso adequado
da prótese em diferentes ambientes, ajudando o paciente a se adaptar a situações cotidia-
nas, como caminhar em terrenos irregulares, subir escadas ou usar ferramentas específicas.
A terapia ocupacional desempenha um papel essencial na reabilitação com próte-
ses, auxiliando os pacientes a adquirir confiança, autonomia e independência. O terapeuta
ocupacional também pode fornecer apoio emocional e psicossocial, ajudando o paciente
a lidar com os desafios físicos e emocionais associados à perda de um membro ou à
adaptação a uma nova prótese.
Ou seja, a terapia ocupacional desempenha um papel crucial na reabilitação com pró-
teses, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, ajudando-os a superar
obstáculos e a alcançar uma participação plena e significativa em suas atividades diárias.
UNIDADE 4 PRÓTESES 48
1
TÓPICO
CONCEITOS E
DEFINIÇÕES DE
PRÓTESES
O uso da tecnologia assistiva (TA) é uma forma de promoção funcional para que
a pessoa com deficiência possa realizar atividade e ter maior nível de participação, entre
outros benefícios. Dentre os recursos de TA, temos as próteses, órteses e meios auxiliares,
que são recursos que precisam passar pelo processo de avaliação, prescrição, confecção,
dispensação, preparação, treino para o uso, acompanhamento, adequação e manutenção,
e isso deve ser realizado por um profissional capacitado (BRASIL, 2019).
A etimologia da palavra próteses vem do grego thésis, que significa acrescentar, e
seu prefixo “pró”, tem o significado de “junto a”, “sobre”, “próximo”. Na terminologia atual, a
prótese é um dispositivo artificial cujo objetivo é substituir, seja um membro, um órgão, uma
parte do corpo, vale desde uma prótese dentária, a uma prótese articular ou mesmo uma
prótese cardíaca (HOUAISS e VILLAR, 2001).
As próteses são aparelhos de substituição dos membros e órgãos do corpo, poden-
do ser do tipo: interna ou implantada como, por exemplo, as próteses articuladas; próteses
não convencionais para substituição de tumor; coração artificial; válvula cardíaca; ligamento
artificial; entre outros; ou do tipo estética, que busca manter somente a estética e a forma
daquele membro (BRASIL, 2019).
UNIDADE 4 PRÓTESES 49
2
TÓPICO
MODELOS DE
PRÓTESES
UNIDADE 4 PRÓTESES 50
Para indicação do tipo de prótese, deve-se saber o nível de amputação, ele deter-
minará o tipo da prótese, podendo ser em nível de membro inferiores:
Prótese para desarticulação de quadril e joelho: tem frequência menor, existe a
ausência do coto e a posição por ser muito proximal da amputação leva a dificuldades adi-
cionais. Enquanto na desarticulação de joelho o coto é longo e possui formato arredondado,
possuindo um encaixe especial para esse tipo de nível de amputação.
Prótese transtibial: são as mais comuns, existe a preservação do joelho e há
um comprimento adequado do coto, e aqueles que apresentam esse tipo de amputação
conseguem ter uma participação para realização de atividades da sua vida diária com maior
eficiência. Normalmente elas apresentam componentes modulares e pé modular.
Prótese transfemoral: possui o encaixe, sistema de suspensão seguido de com-
ponentes modulares e um pé modular, sendo um tipo de prótese comum e que possui
conforto em seu encaixe, sendo um sucesso em protetização.
Prótese para amputação do pé: amputações nestes níveis podem gerar prejuízo
para marcha, a maioria das pessoas que utilizam desse tipo de órtese possuem boa funcio-
nalidade (CASTANEDA, 2021).
UNIDADE 4 PRÓTESES 51
com a tração de tirantes combinados com a mão mioelétrica e fontes de energia externa
(CASTANEDA, 2021).
UNIDADE 4 PRÓTESES 52
3
TÓPICO
ACESSO A ÓRTESES
E PRÓTESES NO
BRASIL
UNIDADE 4 PRÓTESES 53
4
TÓPICO
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
DO TERAPEUTA OCUPACIONAL
UNIDADE 4 PRÓTESES 54
sentar um encaixe que possibilita ajustes necessários para o período de adaptação. Para se
confeccionar, não pode ser confundido o nível da amputação, a prescrição deve estar correta.
No momento da chegada do usuário, é conduzida uma avaliação abrangente, que
engloba a análise do arco de movimento, a presença de contraturas, o estado de cicatriza-
ção do coto, o volume do coto, bem como a identificação de dores e sensações no mesmo.
Caso qualquer um desses fatores não esteja alinhado adequadamente, é necessária a
implementação de um tratamento pré-protetização. Isso pode envolver procedimentos
como dessensibilização e o controle volumétrico por meio de enfaixamento, entre outros. É
relevante destacar que patologias associadas podem influenciar e impactar o processo de
reabilitação nesses casos (BRASIL, 2019).
Para medição, deve haver cuidado quanto à pressão exercida e a técnica utilizada
para que tudo seja bem demarcado. Deve haver perimetria do coto, comumente a cada 5
centímetros, tendo partida a região mais proximal até a mais distal, que darão referências
aos valores volumétricos. Medir o comprimento do coto, da altura da prótese e também do
tamanho do pé, alturas como a distância da tuberosidade isquiática ao solo, do centro do
joelho ao solo, entre outras. Tomar cuidado com as protuberâncias ósseas é de extrema
importância, além da preservação de tendões (BRASIL, 2019).
No contexto de membros superiores, as regras diferem, uma vez que a escolha das
próteses depende principalmente de sua funcionalidade. Portanto, nesses casos, o proces-
so é subdividido em diversas fases. Inicialmente, há a fase pré-operatória, que envolve a
avaliação das condições físicas do paciente, bem como seu nível de compreensão, além do
planejamento protético no pós-operatório. Em seguida, ocorre a amputação, seguida pela
fase pós-operatória aguda, na qual são prestados cuidados à ferida cirúrgica, controle da
dor, movimentação dos segmentos mais próximos ao coto e apoio emocional.
Posteriormente, avança-se para a fase pré-protética, que compreende a modelagem
do coto, o aprimoramento da força muscular e o gradual retorno do usuário às suas atividades.
Nesse cenário, a escolha das próteses é adaptada às necessidades funcionais do paciente,
tornando essencial um planejamento cuidadoso em cada etapa do processo (BRASIL, 2019).
A prescrição, que é a próxima fase, acontece por tomada de decisão de uma equipe
multiprofissional, seguido pela fase de fabricação e treino com a prótese, até o seu retorno
na comunidade e de seus papéis ocupacionais (BRASIL, 2019).
Além disso, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel crucial na educação
e no suporte ao paciente e à família durante todo o processo. Eles podem oferecer orientações
sobre o uso correto da prótese, a prevenção de complicações e cuidados gerais. Também
podem fornecer apoio emocional e psicossocial, auxiliando o paciente a lidar com os desafios
emocionais associados à perda de um membro e ao processo de adaptação à prótese.
Por fim, o treinamento com a prótese será determinado pelo nível e tipo de amputa-
ção, ou seja, transradial 5 horas de treino; transfemural serão 10 horas de treino; transradial
bilateral serão 12 horas e transfemural bilateral serão 20 horas; sendo que deve ser realiza-
do diariamente e não exceder 2 horas por dia (BRASIL, 2019).
UNIDADE 4 PRÓTESES 55
O terapeuta ocupacional desempenha um papel crucial na reabilitação, oferecendo uma série de contribui-
ções significativas. Eles realizam avaliações abrangentes, estabelecem metas terapêuticas personalizadas
e trabalham no desenvolvimento de habilidades funcionais para atividades diárias. Além disso, adaptam
o ambiente, prescrevem dispositivos de assistência, oferecem treinamento cognitivo, fornecem suporte
emocional e psicossocial. A abordagem centrada no paciente e a expertise em atividades ocupacionais são
fundamentais para promover a independência e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos em processo
de reabilitação.
Não podemos esquecer que a perda de um membro é uma mudança significativa na vida de alguém, e
pode levar tempo para que o indivíduo se acostume às mudanças físicas e emocionais que isso implica.
Portanto, os Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais desempenham um papel fundamental no apoio e
encorajamento dos pacientes para enfrentar os desafios e superar as dificuldades relacionadas à limitação
funcional. O sistema COFFITO/CREFITOs atua constantemente para garantir a qualidade de toda assistência
à população brasileira.
UNIDADE 4 PRÓTESES 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição dos terapeutas ocupacionais em oficinas ortopédicas na confecção
de próteses é de grande importância. Esses profissionais desempenham um papel fun-
damental ao trabalhar em equipe com ortopedistas, engenheiros biomédicos e técnicos
especializados para garantir que as próteses sejam projetadas e adaptadas conforme as
necessidades individuais dos pacientes.
A presença de terapeutas ocupacionais nessas oficinas permite uma abordagem
mais holística na confecção das próteses, considerando não apenas os aspectos técnicos
e biomecânicos, mas também as necessidades funcionais, cognitivas e emocionais dos pa-
cientes. Isso resulta em próteses mais personalizadas e adequadas às atividades e metas
específicas de cada indivíduo.
Os terapeutas ocupacionais podem contribuir na fase de avaliação, colaborando
na análise detalhada das habilidades funcionais e necessidades do paciente. Com base
nessa avaliação, eles podem fornecer informações valiosas para a equipe responsável pela
confecção da prótese, auxiliando na seleção dos materiais e no design mais adequado para
atender às necessidades individuais do paciente.
Durante o processo de fabricação, os terapeutas ocupacionais podem fornecer
orientações sobre a ergonomia e a biomecânica da prótese, garantindo que ela seja proje-
tada para maximizar a funcionalidade e a conforto do paciente. Eles também podem cola-
borar na definição de estratégias de treinamento e reabilitação que serão necessárias após
a entrega da prótese, auxiliando o paciente a adaptar-se à nova prótese e a desenvolver as
habilidades necessárias para seu uso efetivo.
Além disso, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel crucial na edu-
cação e no suporte ao paciente e à família durante todo o processo. Eles podem oferecer
orientações sobre o uso correto da prótese, a prevenção de complicações e cuidados
gerais. Também podem fornecer apoio emocional e psicossocial, auxiliando o paciente a
lidar com os desafios emocionais associados à perda de um membro e ao processo de
adaptação à prótese.
Em suma, a presença de terapeutas ocupacionais em oficinas ortopédicas na con-
fecção de próteses traz um valioso conjunto de habilidades e conhecimentos para garantir
que as próteses sejam personalizadas, funcionais e adaptadas às necessidades e metas
individuais dos pacientes. Essa colaboração multidisciplinar promove uma reabilitação mais
completa e uma melhor qualidade de vida para as pessoas que utilizam próteses.
UNIDADE 4 PRÓTESES 57
LEITURA COMPLEMENTAR
Sugiro a leitura na íntegra da resolução n°548 do COFFITO que nos coloca como
centro para confecção de órteses, próteses e meios auxiliares.
COFFITO. Resolução n°548, de 22 de dezembro de 2021. Atuação em oficinas
ortopédicas. Publicado em 17 nov. 2022, ed. 11, seção 1, p. 87, 2021.
UNIDADE 4 PRÓTESES 58
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Órteses e próteses: indicação e tratamento.
• Autor: Marisa C. Registro Fonseca, Alexandre M. Marcolino,
Rafael Barbosa, Valéria Flui.
• Editora: Águia dourada.
• Sinopse: O livro conta com uma equipe de profissionais de refe-
rência nacional na especialidade órteses e próteses e que reuniu
seus conhecimentos visando ao desenvolvimento de um material
que pudesse atender a todas as áreas da reabilitação física. A obra,
composta de 14 capítulos, aborda desde a importância da Equipe
Multiprofissional, Órteses e Próteses para membros inferiores e
superiores até as Tecnologias Assistivas e seu desenvolvimento.
Destinado aos profissionais e estudantes de reabilitação física, o
livro tem como objetivo capacitar e valorizar a reabilitação corporal
a fim de proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos pa-
cientes que necessitam desses suportes em sua rotina.
FILME/VÍDEO
• Título: O que te faz mais forte.
• Ano: 2018.
• Sinopse: O Que te Faz Mais Forte é um filme conta a história
real de Jeff Bauman, um sobrevivente dos atentados da Maratona
de Boston em 15 de abril de 2013. Enquanto esperava seu grande
amor, Erin, finalizar a participação na maratona, ele é atingido por
uma bomba de um atentado terrorista e perde as duas pernas. A
história de uma batalha pessoal que dura meses e de uma recupe-
ração física e emocional que inspirou o mundo e criou um símbolo
de coragem em torno do homem que sobreviveu aos ataques e
conseguiu identificar um dos terroristas.
UNIDADE 4 PRÓTESES 59
CONCLUSÃO GERAL
Olá, caro(a) aluno(a)!
Nesta disciplina, aprendemos sobre um tema super importante e sempre presente
na prática terapêutica ocupacional. O tema em questão é a tecnologia assistiva, que se
refere a uma ampla gama de dispositivos, equipamentos, serviços e estratégias desenvol-
vidos para melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida de pessoas com deficiências.
Seu objetivo é proporcionar maior autonomia, independência e inclusão social, utilizando a
tecnologia para superar barreiras físicas, cognitivas ou sensoriais.
Como foi aprendido, órteses são dispositivos de tecnologia assistiva. As órteses
são dispositivos ortopédicos projetados para oferecer suporte, corrigir deformidades, me-
lhorar a função ou prevenir lesões no sistema musculoesquelético. Podem ser utilizadas
em diversas partes do corpo, como tornozelos, joelhos, mãos e coluna, proporcionando
estabilidade, alinhamento adequado e facilitando a mobilidade. Na unidade em questão,
aprendemos sobre modelos de membros superiores, sendo apresentados os modelos mais
utilizados, como indicar, prescrever e confeccionar, além de qual material podemos utilizar
na confecção.
Na terceira unidade, vimos sobre as amputações, que são a remoção cirúrgica
de uma parte ou membro do corpo devido a lesões, doenças ou anomalias congênitas.
A amputação de membros inferiores, superiores ou outras partes do corpo pode impactar
significativamente a funcionalidade e a qualidade de vida. A reabilitação após a amputação
muitas vezes envolve o uso de órteses, próteses e outros recursos de tecnologia assistiva
para auxiliar na adaptação e na restauração da independência do indivíduo. Vimos como o
terapeuta ocupacional pode intervir nesses casos, não somente na reabilitação física, mas
também auxiliando no treino do dia a dia para reabilitação, buscando um maior nível de
independência possível, além de auxílio em relação ao estado emocional do sujeito após
uma alteração de imagem corporal e sobre a retomada de suas atividades do cotidiano.
Em sequência, aprendemos também sobre as próteses, que também são disposi-
tivos de tecnologia assistiva. As próteses são dispositivos projetados para substituir/com-
pensar a ausência de um membro ou órgão do corpo. Na área de membros amputados, as
próteses buscam restaurar funções perdidas, como caminhar, agarrar objetos ou até mesmo
sentir sensações. Vimos as contribuições que o terapeuta ocupacional pode realizar para
auxiliar o indivíduo amputado, proporcionando um maior nível de independência possível.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AOTA. American Occupational Therapy Association. Domínio e Processos. Revista de
Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 26 ed., p. 1-49, 2015.
BRASIL. Ata VII Reunião do Comitê de Ajudas Técnicas – CAT CORDE/ SEDH/ PR,
realizada nos dias 13 e 14 de dezembro de 2007. Disponível em: https://www.assistiva.com.
br/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.pdf. Acesso em: 05
mar. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Acessibilidade: órteses e próteses sob medida são ofe-
recidas gratuitamente no SUS, 23 out. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/casacivil/
pt-br/assuntos/noticias/2020/outubro/acessibilidade-ortes r%20acesso,Especializados%20
em%20Reabilita%C3%A7%C3%A3o%20(CER). Acesso em: 25 out. 2023.
61
Adaptação e Manutenção de Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção. São
Luís: UNA-SUS; UFMA, 2021.
GRADIM, L. C. C.; Paiva, G. Modelos de órteses para membros superiores: uma revisão da
literatura. Cad. Bras. Ter. Ocup., São Carlos, v. 26, n. 2, p. 479-488, 2018.
62
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de Atenção à Pessoa Amputada. Brasília: DF, 1° ed.,
2013.
OMS - Organização Mundial da Saúde. Standards for prosthetics and orthotics. Geneva:
World Health Organization, 2017.
OMS - Organização Mundial da Saúde. World Report on Disability. The World Bank,
2011, 349 p. Disponível em: www.who.int/disabilities/world_report/2011/report.pdf. Acesso
em: 12 nov. 2018.
SMURR, L. M. et al. Managing the upper extremity amputee: a protocol for success. Journal
of Hand Therapy, v. 21, n. 2, p. 160-176, 2008.
TEIXEIRA et al. Terapia Ocupacional na reabilitação física. São Paulo: Roca, 2003, p.
265-296.
63
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
Praça Brasil , 250 - Centro
CEP 87702 - 320
Paranavaí - PR - Brasil
TELEFONE (44) 3045 - 9898