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ORTESE E TECNOLOGIA

ASSISTIVA
Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

C837o Costa, Ana carolina Colulo da


Órtese e tecnologia assistiva / Ana carolina Colulo da Costa.
Paranavaí: EduFatecie, 2023.
63 p.: il. Color.

1. Aparelhos ortopédicos. 2. Prótese. 3 . Amputados -


Reabilitação. 4. Tecnologia de reabilitação. I. Centro
Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a
Distância. III. Título.

CDD: 23. ed. 617.9


Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577

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de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR

Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa

Olá, aluno(a)!
Sou a professora Ana Carolina Coculo da Costa, graduada em Terapia Ocupacional
pela UFPR. Possuo especialização em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce
(IPPEO) e em Terapia da Mão e do Membro Superior (FM USP). Atualmente, estou cur-
sando a especialização em Órtese, Prótese e Meios Auxiliares (FM USP). Além disso,
realizei cursos de capacitação e aperfeiçoamento em Confecção de Órteses para Membros
Superiores, Reabilitação Neurológica, Aplicação do protocolo Interface Cérebro Máquina
(EXOBOTS-Neurobots), Bandagem Neurofuncional Infantil e Bandagem Neurofuncional
Adulto. Também estou em processo de capacitação em Contensão Induzida. Conto com 4
anos de experiência na confecção de órteses e 5 anos de prática em atendimentos ortopé-
dicos e neurológicos a adultos e crianças.

CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8339982101718259

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Nesta disciplina, exploraremos a fundo o conceito de Tecnologia Assistiva, com-
preendendo suas diversas classificações e as formas de aplicação. Abordaremos os
conceitos essenciais relacionados a órteses e próteses, discutindo os tipos existentes, os
critérios para indicação, prescrição e confecção. Além disso, examinaremos como esse
serviço é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através das Oficinas Orto-
pédicas, e quais materiais são empregados na sua confecção. Ademais, observaremos o
tema da amputação, destacando a intervenção do Terapeuta Ocupacional nesse contexto.
Serão abordados aspectos como os cuidados com o coto, as ações e treinos para facilitar a
reintegração do indivíduo à rotina diária, visando proporcionar o máximo de independência
e autonomia possível e melhoramento da qualidade de vida.
Na Unidade I você aprenderá sobre o conceito de tecnologia assistiva, suas classi-
ficações, além de compreender como podem ser usadas. Também, aprenderá que órtese e
prótese são um tipo de tecnologia assistiva.
Na segunda etapa, Unidade II, será apresentado um pouco mais sobre as órteses,
aprendendo como prescrever, indicar e confeccionar, além de ter uma melhor compreensão
dos materiais utilizados para a preparação e os modelos mais populares e quando são
indicados.
Em seguida, na terceira unidade, você aprenderá sobre amputação, quando pode
ocorrer, qual será a ação do terapeuta ocupacional em relação a este caso, como proceder
pré e pós-cirúrgico, e como fazer ações e treinos para possibilitar maior autonomia e inde-
pendência, proporcionando qualidade de vida ao indivíduo.
Por fim, vamos discutir as próteses, apresentando seu conceito, quais os modelos
existentes, quais materiais são usados, onde encontrar pelo SUS este recurso e os treinos
e cuidados necessários.

4
SUMÁRIO

UNIDADE 1
Conceitos de Tecnologia Assistiva,
Órteses e Próteses

UNIDADE 2
Modelos de Órteses

UNIDADE 3
Amputação

UNIDADE 4
Próteses

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1
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UNIDADE

CONCEITOS DE
TECNOLOGIA
ASSISTIVA, ÓRTESES
E PRÓTESES.
Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa

Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Tecnologia Assistiva e os tipos de dis-
positivos tecnológicos de auxílio;
• Órteses;
• Próteses.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar os conceitos de tecnologia assistiva,
órteses e próteses;
• Compreender os tipos de dispositivos auxiliares terapêuticos;
• Estabelecer a importância do uso desses recursos pela Terapia
Ocupacional.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! Seja muito bem-vindo (a)!
Aprenderemos nesta unidade sobre a Tecnologia Assistiva. Você já sabe que faz
parte da prática do terapeuta ocupacional promover o desempenho ocupacional do seu
paciente, certo? Mas você sabia que ele pode fazer isso por meio de adaptações?
Essas adaptações são conhecidas como Tecnologia Assistiva, também conhecidas
por TA. Com a utilização desses recursos, o profissional pode melhorar a funcionalidade
do sujeito com deficiência para ele tenha o maior nível de independência possível, maior
autonomia, proporcionando qualidade de vida e inclusão social.
TA refere-se a uma ampla gama de dispositivos, equipamentos, software e sis-
temas projetados para melhorar a independência e a qualidade de vida de pessoas com
deficiências. Essas tecnologias são especialmente desenvolvidas para superar barreiras
funcionais e promover a inclusão de pessoas com deficiências em diversos aspectos da
vida, como educação, emprego, mobilidade e vida cotidiana.
É importante ressaltar que a tecnologia assistiva desempenha um papel funda-
mental na promoção da inclusão e na melhoria da qualidade de vida de pessoas com
deficiências. À medida que a tecnologia continua a avançar, é provável que mais inovações
em tecnologia assistiva surjam, ampliando as oportunidades e a autonomia para indivíduos
com necessidades especiais.
Ao longo desta unidade, falaremos sobre alguns conceitos como tecnologia assis-
tiva, órteses, próteses, que são uma das classificações de TA, além de suas definições e
contextualizar com a prática da terapia ocupacional.
Bons estudos!

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 7


1
TÓPICO

CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE TECNOLOGIA


ASSISTIVA E OS TIPOS DE DISPOSITIVOS
TECNOLÓGICOS DE AUXÍLIO

O Terapeuta Ocupacional busca o envolvimento do sujeito em casa, na escola, no


trabalho e na vida comunitária, pois reconhece que a saúde é apoiada quando os clientes
são capazes disso. Por meio disso, o terapeuta ocupacional avalia seu cliente para a obten-
ção do projeto terapêutico indicado, visando o aprimoramento das capacidades psico-ocu-
pacionais remanescentes e a melhoria psíquica, social, laborativa e de lazer. Existem casos
que para que se tenha esse equilíbrio e, consequentemente um desempenho ocupacional
adequado, é necessário haver adaptações, ou seja, recursos com o poder de auxiliar o
indivíduo e permitir maior nível de independência possível por parte dele (AOTA, 2015).
Esses recursos são conhecidos como Tecnologia Assistiva (TA).

A Tecnologia Assistiva, conhecida pelo seu termo abreviado como TA, pode
ser definida conforme a portaria n°142 de 2016 como “uma área de conheci-
mento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, me-
todologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcio-
nalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência,
incapacidades ou mobilidade reduzida, visando a autonomia, independência,
qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2008, p. 138).

Como um meio de facilitar a classificação de TA, foi criado uma categoria como
finalidade didática. A tecnologia assistiva busca a melhora da funcionalidade e segundo
a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), o modelo de intervenção deve ser
biopsicossocial. Desse modo, segue abaixo a lista de classificação de tecnologia assistiva:
• Auxílios para a vida diária: todos produtos e materiais auxiliares em tarefas
rotineiras, sendo elas comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar neces-
sidades pessoais, manutenção do lar, entre outros;

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 8


• Comunicação Aumentativa e Alternativa: são aqueles recursos, seja eles,
eletrônicos, ou prancha de comunicação com símbolos, vocalizadores e softwa-
res;
• Recursos de acessibilidade ao computador: podem ser equipamentos de
entrada e saída de voz, ponteiras de cabeça, teclado modificado, acionadores,
software que facilite o acesso da pessoa com deficiência ao computador;
• Sistemas de controle do ambiente: são sistemas eletrônicos que permitem
às pessoas controlar remotamente eletroeletrônicos caso haja limitação na mo-
bilidade do sujeito;
• Projetos arquitetônicos para acessibilidade: são adaptações estruturais e
reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, como rampas, barras, elevadores,
entre outros;
• Órteses e Próteses: todo recurso ortopédico que auxilia no ajuste de alguma
parte do corpo, sendo esse faltante ou com comprometimento funcional;
• Adaptações posturais: adaptações realizadas em cadeira de rodas ou em
algum sistema de sentar, buscando conforto e distribuição adequada da pressão
na superfície da pele;
• Auxílios de mobilidade: pode ser cadeira de rodas, bases móveis, andadores
ou qualquer outro veículo que melhore a mobilidade pessoal;
• Auxílio para cegos ou com visão subnormal: lentes, lupas, recursos de
síntese de voz, telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura,
impressão de pontos de Braille e relevo para publicações, animais adestrados
para acompanhar o sujeito em tarefas do seu dia a dia;
• Auxílios para surdos ou com déficit auditivo: inclui sistemas de alerta tátil-
-visual, campainhas luminosas, infravermelho, aparelhos de surdez, entre outros;
• Adaptação de veículos: qualquer acessório e adaptação veicular que possibi-
litem o acesso e a condução de veículo, como arranjo de pedal, rampa, elevador,
entre outros.

Contextualizando, o terapeuta ocupacional é o profissional responsável pela pres-


crição e implementação de recurso de tecnologia assistiva no Brasil, conforme a resolução
n.° 458 do COFFITO, de novembro de 2015. Ou seja, é de competência do terapeuta
ocupacional a prescrição, orientação, execução e desenvolvimento do produto, recurso,
metodologia, estratégia, prática e serviço de TA visando melhorar o desempenho ocupacio-
nal do sujeito no cotidiano, promovendo qualidade de vida por favorecer a saúde física e
mental, além de promover a participação social (BRASIL, 2015).

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 9


A tecnologia assistiva pode ser do tipo: NO-tech, sendo aquelas sem tecnologias,
utilizando de estratégias do profissional especializado. Temos a Low-tech, ou seja, baixa
tecnologia, que são recursos como colheres adaptadas, alças, tampões de velcros, dis-
positivos de comunicação, entre outros. Existem também as do tipo Medium Tech, os
quais são aqueles dispositivos mais complexos, como cadeira de rodas, por exemplo. E por
último, temos o Hi Tech, recursos com alta tecnologia como eletrônicos e computadores
sofisticados, softwares entre outros (BRASIL, 2007).
A resolução n.º 458 do COFFITO, mencionada anteriormente, estabelece as respon-
sabilidades técnicas dos profissionais, abrangendo o gerenciamento de oficinas ortopédicas,
prescrição, manutenção, confecção, adaptação de órteses e próteses, assim como o uso de
meios auxiliares, entre outras atribuições. De acordo com essa resolução, podem atuar em
oficinas ortopédicas aqueles que possuírem formação e atualização mínimas, além de mais
de dois anos ininterruptos de experiência comprovada nessa atividade. É exigido um conheci-
mento mínimo em anatomia, fisiologia e patologia, bem como familiaridade com os princípios
de biomecânica e física. Além disso, é necessário possuir conhecimento sobre materiais e
equipamentos para confecção, assim como compreensão dos mecanismos de adaptação
(COFFITO, 2015). Mas veremos mais sobre órtese e prótese nos próximos tópicos.

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 10


2
TÓPICO

ÓRTESES

Ao entender o que é Tecnologia Assistiva e quais as suas categorias, entende-se

que dentro dela possui a seguinte categoria: Órtese e Prótese. Órtese é um dispositivo

aplicado externamente ao corpo, usado para modificar as características estruturais ou

funcionais do sistema neuromusculoesquelético. A etimologia da palavra é grega e vem de

ortho, que significa reto, direito ou correto; o termo surgiu após a Segunda Guerra Mundial

(REDFORD, 1995).

Inicialmente, os materiais utilizados eram gesso, metal, madeira, arame, feltro e

couro para a confecção da órtese. Mas, com a evolução da especialidade em Terapia da

Mão, foi impulsionada mudanças na confecção e uso desses dispositivos.

Atualmente, a maioria dos terapeutas utiliza o termoplástico para a confecção de

órteses, podendo ser ele o tipo de alta temperatura e o de baixa temperatura; ou seja, os

de alta temperatura tornam-se maleáveis em uma temperatura muito elevada, normalmente

usam-se fornos para a confecção e não são feitas diretamente na pele, e sim, em moldes

normalmente de gessos, enquanto o de baixa temperatura não necessita de uma tem-

peratura tão elevada para se tornar maleável e pode ser moldado diretamente na pele, o

qual o cliente leva para casa a órtese no mesmo dia da confecção. Dentre esses dois tipos

existem uma variedade enorme de materiais e a cada ano são lançados novos modelos

(FREITAS, 2006).

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 11


As órteses podem ser classificadas conforme: seu propósito de aplicação, confi-

guração externa, característica mecânica, origem da força, materiais e a parte anatômica.

Seus objetivos podem ser para: imobilização e para mobilização, podendo ser classificadas

como Órteses Estáticas, Órteses Estáticas Progressivas, Órteses Estáticas Seriadas e

Órteses Dinâmicas (FREITAS, 2006).

É de extrema importância, ao ser confeccionado, avaliar qual o objetivo que que-

remos para assim analisar, qual modelo confeccionaremos e, a partir disso, considerar a

partes anatômicas como arcos da mão, pregas da mão, proeminências ósseas, a obliqui-

dade, posição funcional da mão e a resposta do tecido humano ao estresse. Deve ser feita

uma análise mecânica para entender as forças, o eixo e a resistência que deve ser aplicada

e, para se confeccionar uma órtese, deve haver conhecimento de princípios básicas de

anatomia, biomecânica, cinesiologia, para que assim o recurso cumpra com o seu objetivo

(FREITAS, 2006).

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 12


3
TÓPICO

PRÓTESES

Diferentemente da órtese, que é um prolongamento do corpo, próteses são os


dispositivos que buscam a substituição de um membro, um órgão ou uma parte dele, como,
por exemplo, prótese dentária, articular, entre outras (HOUAISS, 2001; REY, 1999). Os tipos
de próteses podem variar em: Próteses Estéticas, Próteses Ativas/ Mecânicas, Próteses
Mioelétricas, Próteses Híbridas, Próteses para desarticulação de quadril e joelho, Próteses
Transtibiais, Próteses Transfemorais e Próteses para amputação do pé (FREITAS, 2006).
Deve-se pensar no nível de amputação para indicar uma prótese, como, por
exemplo, se a nível distal ou proximal, a condição física e psíquica do indivíduo também
deve ser considerada. Entendendo tais pontos, posteriormente o terapeuta deve avaliar
o comprimento do coto, espessura, cobertura cutânea, sensibilidade, edema, aspecto da
cicatriz, presença de neuroma, presença de infecção, sensação fantasma, possível alergia
ao plástico ou resinas, amplitude de movimento das articulações restantes, tônus e força
muscular. Assim, o terapeuta poderá indicar a prótese caso haja uso benéfico em todos os
aspectos da vida da pessoa, realizando, em seguida, os treinamentos para adaptação da
prótese. Uma vez indicada, a prótese deve proporcionar as seguintes funções: chamar a
menor atenção, oferecer possibilidades funcionais convenientes, mas não deve incomodar
o sujeito (FREITAS, 2006).
Atualmente, devido ao baixo custo associado, vem sendo realizados estudos de
confecção de próteses em 3D, ampliando a possibilidade de dispensação. A ideia vem, não
para substituir os materiais já usados, mas para agregar mais um recurso, aumentando as
possibilidades, conseguindo ampliar o atendimento à população.
Devemos lembrar também que independentemente do material, é necessário, com
o uso da prótese, a vinculação com a reabilitação, ou seja, deve haver um preparo adequa-
do para que se tenha um objetivo funcional satisfatório no final. (NOGUEIRA, 2020).

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 13


Com o avanço da tecnologia, a utilização de 3D na reabilitação vem aumentando e trazendo novidades para
o meio da tecnologia assistiva.

Fonte: Organização Mundial da Saúde (2017).

A Tecnologia Assistiva tem o objetivo de melhorar a funcionalidade da pessoa com deficiência. Atualmente
existem recursos que vão desde roupas a computadores e diversos outros itens que podem ser
confeccionados ou comprados. Essas tecnologias proporcionam à pessoa com alguma deficiência, maior
independência e com isso uma melhora significativa na sua qualidade de vida, proporcionando a sua
inclusão social.
Dr.ª Ana Carla Nogueira.

Fonte: Nogueira (2020).

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 14


CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tecnologia assistiva desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade de
vida e na promoção da independência de pessoas com deficiências. A gama diversificada
de dispositivos e soluções disponíveis nas diferentes áreas da tecnologia assistiva, como
comunicação, mobilidade, visual, auditiva, cognitiva, motora e tecnologia de leitura, de-
monstra o compromisso contínuo de desenvolver recursos inovadores para atender às
necessidades específicas de cada indivíduo.
Para a prática do terapeuta ocupacional, a utilização de recursos de tecnologia as-
sistiva são assegurados pela resolução 458 do COFFITO e podem auxiliar diversas pessoas
com deficiência. Mas é necessário que o profissional possua conhecimento especializado,
mais pesquisadores envolvidos com a temática e a divulgação do potencial que pode ser a
tecnologia assistiva.
Entendemos que órteses e próteses são recursos de tecnologia assistiva e também
requerem conhecimento especializado do profissional. Quando se trata de órteses e próte-
ses, esses dispositivos desempenham um papel fundamental na restauração da mobilidade
e da funcionalidade para pessoas que enfrentam amputações ou deficiências físicas. As
órteses são dispositivos que oferecem suporte ou correção a partes do corpo, enquanto
as próteses substituem membros ou partes do corpo ausentes. Avanços na fabricação de
órteses e próteses, como o uso de materiais mais leves e resistentes e o desenvolvimento
de sistemas de controle eletrônico, estão melhorando significativamente a qualidade de
vida e a funcionalidade de pessoas com amputações.
Em resumo, a tecnologia assistiva e a área de órteses e próteses desempenham
um papel essencial na criação de um mundo mais inclusivo, onde pessoas com deficiências
podem participar ativamente na sociedade, alcançar seus objetivos e desfrutar de uma vida
mais independente e plena. A constante evolução e inovação nesses campos oferecem
esperança e oportunidades para um futuro mais acessível e inclusivo para todos.

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 15


LEITURA COMPLEMENTAR
MENEZES, V. N.; FELIZARDO, M. G.; GOIA, D. N.; ELUI, V. M. Desenvolvimento
de tecnologia assistiva para escrita e digitação através da impressão 3D. Brazilian
Journals, 2020. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/
article/view/13690. Acesso em: 18 mar. 2023.

BALEOTTI, L. R.; ZAFANI, M. D. Terapia ocupacional e tecnologia assistiva: re-


flexões sobre a experiência em consultoria colaborativa escolar. Cad. Bras. Ter. Ocup.,
São Carlos, v. 25, n. 2, p. 409-416, 2017. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/bibliore-
f/2017/12/876098/1544-7575-2-pb.pdf. Acesso em: 18 mar. 2023.

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 16


MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Terapia Ocupacional para Disfunções Físicas.
• Autor: Catherine A., Trombly Latham, Mary Vining Radomski.
• Editora: Santos Editora.
• Sinopse: Você não só ganha as habilidades necessárias para
prestar serviços eficazes de Terapia Ocupacional com esta sexta
edição, mas também desenvolve uma base teórica para orientar
suas decisões. Essa fundamentação teórica, o Modelo Funcional
Ocupacional, é estabelecida na primeira seção do texto, definindo
o estágio para discussões que o orientam na avaliação inicial do
tratamento até o acompanhamento. Entre os 60 colaboradores
da sexta edição estão terapeutas ocupacionais do mais alto nível
na prática clínica e na academia. Cada capítulo enfatiza a base
científica para a prática, ajudando-o a usar as evidências para
selecionar a avaliação e as ferramentas de intervenção corretas.
Novos recursos para ajudá-lo a ser um terapeuta ocupacional de
sucesso Material Suplementar Online incluído em cada texto, com
recursos em videoclipes dinâmicos que demonstram amplitude de
movimento, testes musculares manuais, construção de órteses
para a mão e para a transferência de pacientes. As tabelas de evi-
dência resumem os estudos clínicos que apresentam as melhores
evidências de eficácia das intervenções apresentadas no texto. As
tabelas de avaliação salientam as propriedades psicométricas e as
vantagens e desvantagens de cada método de avaliação.

FILME/VÍDEO
• Título: Como eu era antes de você.
• Ano: 2016.
• Sinopse: O rico e bem-sucedido Will leva uma vida repleta de
conquistas, viagens e esportes radicais até ser atingido por uma
moto. O acidente o torna tetraplégico, obrigando-o a permanecer
em uma cadeira de rodas. A situação o torna depressivo e extrema-
mente cínico, para a preocupação de seus pais. É neste contexto
que Louisa Clark é contratada para cuidar de Will. De origem mo-
desta, com dificuldades financeiras e sem grandes aspirações na
vida, ela faz o possível para melhorar o estado de espírito de Will
e, aos poucos, acaba se envolvendo com ele.

UNIDADE 1 CONCEITOS DE TECNOLOGIA ASSISTIVA, ÓRTESES E PRÓTESES 17


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UNIDADE

MODELOS
DE ÓRTESES

Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa

Plano de Estudos
• Modelos de Órteses estáticas e dinâmicas;
• Indicação, Prescrição e Confecção de Órteses;
• Matérias-primas para confecção de órteses;
• Reabilitação através do uso de órtese: patologias.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar sobre o papel do terapeuta
ocupacional na prescrição e confecção de órteses;
• Compreender os tipos de órteses disponíveis no mercado.
INTRODUÇÃO
Sabemos que a utilização de órteses por terapeutas ocupacionais pode ser uma
parte importante do tratamento de uma variedade de patologias e condições médicas.
Neste capítulo veremos mais a respeito sobre órteses e como as órteses são dispositivos
que ajudam a fornecer suporte, estabilização, mobilidade e controle muscular, melhorando
a função e a qualidade de vida dos pacientes.
Falemos como os Terapeutas ocupacionais são especialistas treinados para avaliar
as necessidades individuais de cada paciente e prescrever órteses personalizadas para
atender a essas necessidades. Eles também são responsáveis por ensinar aos pacientes
como usar as órteses corretamente e garantir que elas estejam ajustadas corretamente
para garantir o máximo benefício.
Com o uso de órteses, muitos pacientes podem experimentar melhorias significati-
vas em sua capacidade de realizar atividades cotidianas, aumentando sua independência
e melhorando sua qualidade de vida.
Bons estudos!

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 19


1
TÓPICO

MODELOS DE
ÓRTESES ESTÁTICAS
E DINÂMICAS

A órtese é uma peça ou dispositivo utilizado para corrigir, complementar ou apoiar


membros ou órgãos do corpo. Para começar, é importante compreender que as órteses
têm duas finalidades principais, como definido por Bunnel em 1944: imobilização ou mobili-
zação. Após estabelecer o objetivo, é necessário avaliar qual abordagem será mais eficaz,
considerando as alterações biológicas específicas.
Como modelo de órteses estáticas confeccionadas por terapeutas ocupacionais,
temos a órtese de imobilização, utilizada para manter uma determinada articulação em uma
posição fixa, geralmente após uma lesão ou cirurgia. A órtese pode ser feita de diferentes
materiais, como plástico termomoldável ou gesso, e pode ser personalizada de acordo com
as necessidades do paciente. Já a órtese dinâmica é projetada para auxiliar na reabilitação
de uma articulação, geralmente após uma lesão ou cirurgia. Este tipo de órtese usa meca-
nismos de suporte para restaurar o movimento e a força muscular na articulação afetada.
A órtese dinâmica também pode ser personalizada para cada paciente e pode ser feita de
materiais como plástico, metal e tecidos elásticos (Freitas, 2006).
As Órteses Estáticas Seriadas são utilizadas com o propósito de recuperar a ampli-
tude de movimento. Assim que a amplitude desejada é alcançada, a órtese é reajustada ou
substituída. Outra variante é a Órtese Estática Progressiva, que se assemelha a uma órtese
dinâmica, mas difere no sentido de que a aplicação de força não é contínua. Em vez disso,
a força é aplicada de maneira progressiva por meio de um componente inelástico, ajustado
em pequenas etapas à medida que a contratura diminui (Freitas, 2006).

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 20


Os modelos de órteses de membros inferiores são: palmilhas, órteses suropodá-

licas, órteses de reação ao solo, órteses supramaleolar, órteses cruropodálicas, órteses

pelvicopodálicas, órteses pélvicos-podálica. Elas são indicadas para facilitar/auxiliar o

ortostatismo, imobilizar segmentos articulares durante processos inflamatórios ou após

intervenções cirúrgicas, prevenir/evitar/ corrigir a instalação de deformidades, evitar ou

minimizar a dor e, principalmente, para permitir/facilitar/garantir uma marcha funcional e

segura para a pessoa com deficiência de natureza transitória ou definitiva (Freitas, 2006;

Ministério da Saúde, 2019).

FIGURA 1: ÓRTESE SUROPODALICA

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/design-projeto-visual-engenharia-3912370/.

Outros modelos são do segmento de órteses para coluna vertebral, são dispositi-

vos externos que ao serem aplicados ao corpo buscam auxiliar na recuperação de lesões

sendo elas ósseas e/ou ligamentares, redução de dor, também prevenção de deformidades

progressivas na coluna. Alguns exemplos são: órteses para coluna cervical, colete Boston,

colete Jewet, Lombossacrais, colete Milwaukee (Freitas, 2006; Ministério da Saúde, 2019).

Por fim, os modelos de órteses de membros superiores são: dedeiras (dedeira

de apoio palmar, abdutor de polegar curto, abdutor de polegar longo); estabilizadores de

punho; estabilizadores de punho e dedos; oval 8, entre outros (Freitas, 2006; Ministério da

Saúde, 2019).

Segue abaixo modelo de órtese de posicionamento de punho e órtese de posicio-

namento de punho e dedos:

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 21


FIGURA 2: ÓRTESE DE POSICIONAMENTO DE PUNHO COCK UP

Fonte: A autora (2023).

FIGURA 3: ÓRTESE DE POSICIONAMENTO DE PUNHOS E DEDOS

Fonte: A autora (2023).

Deve estar bem claro que os objetivos do uso das órteses no tratamento de reabi-
litação podem ser: estabilizar/imobilizar, corrigir deformidades, prevenir agravos, proteger
estruturas e articulações, mobilizar e restaurar função (Gradim e Paiva, 2018).

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 22


2
TÓPICO

INDICAÇÃO, PRESCRIÇÃO
E CONFECÇÃO DE ÓRTESES

Os terapeutas ocupacionais desempenham um papel importante na indicação, pres-


crição e confecção de órteses para melhorar a função e a qualidade de vida dos pacientes.
Aqui está uma visão geral de cada uma dessas etapas:
01. Indicação: a indicação de uma órtese geralmente ocorre após uma avalia-
ção cuidadosa do paciente pelo terapeuta ocupacional. Durante a avaliação, o
terapeuta ocupacional avalia a função e o movimento da área afetada, como a
mão, braço, perna ou tronco. Se o terapeuta ocupacional determinar que uma
órtese pode ajudar a melhorar a função ou prevenir uma lesão futura, ele pode
recomendar a utilização de uma órtese.
02. Prescrição: após a indicação, o terapeuta ocupacional fará a prescrição da
órtese. A prescrição inclui informações sobre o tipo de órtese necessária, as di-
mensões e especificações da órtese, bem como as instruções de uso e cuidados
para o paciente. A prescrição é geralmente baseada nas necessidades individuais
do paciente e é personalizada para cada paciente.
03. Confecção: após a prescrição, o terapeuta ocupacional confere as medidas e
especificações para criar uma órtese personalizada para o paciente. O terapeuta
ocupacional pode utilizar diferentes materiais, como plástico termoformável, alu-
mínio, espuma, tecidos elásticos e couro, para criar a órtese. A órtese é criada
com base nas especificações e medidas prescritas pelo terapeuta ocupacional
e pode ser ajustada ao longo do processo de confecção para garantir um ajuste
confortável e eficaz.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 23


Ao se pensar em órteses, deve-se ter conhecimento anatômico, pois pensando em
órteses de membros superiores, deve-se considerar os arcos das mãos, sendo eles: trans-
versal, proximal, transverso, distal e longitudinal. São considerados de extrema importância,
pois devem ser mantidos para evitar o achatamento da mão em uma posição não-funcional.
Outro ponto importante são as pregas da mão, sendo as pregas de flexão divididas em:
prega digital, prega palmar, prega do punho. Elas funcionam como orientação para limites
das órteses, ou seja, se deixá-la para fora aquele movimento permanece preservado, se
caso fique estabilizada pela órtese, aquele movimento permanece imóvel (Freitas, 2006).
As proeminências ósseas possuem tecidos moles sobre elas e, conforme a força
exercida sobre ela, seja para posicionar ou corrigir um movimento por meio de utilização da
órtese, podem gerar isquemias e/ou necrose tecidual; por isso, é de extrema importância
avaliar bem, prescrever corretamente para que, durante a confecção da órtese, não seja
gerada nenhuma pressão sobre essas proeminências ósseas.
Outro aspecto relevante a ser considerado é a posição funcional da mão: se a mão
necessitar permanecer imobilizada, é essencial que seja permitido o movimento de pinça,
se possível. Em situações de imobilização completa da mão ou quando há contraturas pré-
-existentes, é fundamental manter a mão em posicionamento anatômico ou confeccionar
a órtese conforme a amplitude máxima de movimento permitida pelo membro do paciente,
considerando tais restrições (Freitas, 2006).
Por último, com base em princípios de física, ao indicar e confeccionar órteses,
é importante aumentar a vantagem mecânica, já que a órtese age como uma alavanca,
proporcionando maior estabilidade para a mão dentro dela. Além disso, ao aumentar a
área de aplicação da força, é possível reduzir a pressão exercida sobre a superfície do
membro coberto. Isso ocorre porque áreas de contato maiores distribuem a pressão de
forma mais eficaz. Para promover maior conforto e eficiência, as bordas da órtese devem
ser arredondadas e ligeiramente elevadas, contribuindo para uma melhor dissipação das
forças envolvidas no processo (Freitas, 2006).
As órteses para membros inferiores são criadas por meio de um processo que
envolve a utilização de um molde feito diretamente no pé do paciente, com o uso de ata-
duras de gesso. Posteriormente, um segundo molde é criado com base no primeiro, e este
segundo molde é usado como base para a fabricação da órtese, que é feita de polipropileno
em um forno especializado. Por último, são feitos quaisquer ajustes necessários, sendo
adicionados fechos de velcro, conforme ilustrado nas imagens abaixo.

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FIGURA 4: SUROPODALICA

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/avental-uniforme-arte-embarcacao-3913008/.

FIGURA 5: SUROPODALICA

Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arte-embarcacao-habilidade-cortador-3913030/.

O terapeuta ocupacional é o profissional que possui aptidão e capacitação para


realizar órteses de membros superiores. Como comentado anteriormente, é necessário
conhecimento básico da anatomia funcional, sendo o primeiro cuidado necessário descrito
em literatura são os revestimentos cutâneos, entendendo que a pele do dorso da mão é
mais fina e possui mais elasticidade, enquanto a pele da palma da mão é mais espessa e
com pouca elasticidade.
Outro ponto importante são os arcabouços ósseos, que consiste nos oito ossos
do carpo divididos em duas fileiras, sendo uma proximal que tem articulação com o rádio
e outra com a ulna. A mão é composta por vinte e sete ossos ligados por um sistema de
ligamentos e unidades contráteis musculotendíneas, possuindo uma distribuição arquite-
tônica de três arcos, sendo eles o transverso proximal e transverso distal e o longitudinal.
Outro aspecto importante é o sistema muscular, que é dividido em músculos extrínsecos e
os músculos intrínsecos.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 25


É importante entender a função motora da mão, ou seja, as classes do movimento,
sendo elas preênsil e não preênsil. Os tipos de preensão também fazem parte, sendo elas:
preensão palmar, preensão em gancho, pinça polpa, pinça trípode e pinça látero lateral.
Por fim, a função sensitiva da mão é um aspecto de grande importância, ao ser na mão
que temos diversas terminações nervosas com estímulos básicos de dor, temperatura, e
vibração (TEIXEIRA et al., 2003).
Na confecção de órteses para membros superiores, é essencial considerar a anatomia
da mão, incluindo as pregas cutâneas, como a palmar distal, palmar proximal, tenar, punho,
prega da falange distal, prega da falange média, prega da falange proximal, prega do punho
proximal e prega de punho distal. Além disso, é importante considerar os arcos da mão, como o
arco longitudinal, o arco transverso distal e o transverso proximal. Deve-se também ter cuidado
com as proeminências ósseas, pois o contato com a órtese pode gerar feridas. O alinhamento
da mão, incluindo um leve desvio ulnar e o alinhamento do 3º raio com a membrana interóssea,
é um aspecto crítico a ser observado. Esses são cuidados e conhecimentos prévios de anato-
mia e biomecânica fundamentais na confecção de órteses. A seguir, são apresentadas imagens
de moldes de órteses com suas respectivas indicações (TEIXEIRA et al., 2003).
Na sequência, teremos imagens de alguns moldes correspondentes a três tipos de
órteses mais confeccionadas com as suas indicações e o que deve ser analisado durante
a sua confecção.

FIGURA 6: ÓRTESE DE POSICIONAMENTO DE PUNHO COCK UP

Fonte: A autora (2023).

Órtese estabilizadora de punho visa imobilizar o punho. Pode ser feita por meio de
confecção ventral ou dorsal, além de ter como indicação às seguintes patologias: síndrome
do túnel do carpo; fratura de rádio distal; e epicondilite lateral e medial. Durante sua confec-
ção deve haver cuidado quanto aos desvios radial e ulnar e respeitar às pregas, cuidados
com posicionamentos dos velcros.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 26


FIGURA 7: ÓRTESE DE POSICIONAMENTO DE PUNHOS E DEDOS

Fonte: A autora (2023).

Órtese de posicionamento de punho e dedos, visa imobilizar punho e dedos, po-


dendo ser confeccionada ventral ou dorsalmente, suas indicações são: artrite reumatoide,
lesão de plexo braquial, lesão de nervos periféricos, lesão de tendões extensores, lesão
de tendões flexores, fraturas de metacarpos. Deve-se tomar cuidado com o contorno do
polegar, a borda ulnar, a prega do punho, borda radial, quanto maior a espasticidade maior
o comprimento da órtese no antebraço para gerar força suficiente para ter reação adequada
e posicionar o punho.

FIGURA 8: ABDUTOR CURTO DE POLEGAR

Fonte: A autora (2023).

Órtese abdutora curto do polegar, cujo objetivo é imobilização da articulação trapé-


zio metacarpiana, imobilização (ou não) da articulação metacarpofalangeana do polegar,
imobilização (ou não) da articulação interfalangeana do polegar. Suas indicações são:
rizartrose, lesões ligamentares do polegar, fratura de falange, dedo em gatilho.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 27


3
TÓPICO

MATÉRIAS-PRIMAS
PARA CONFECÇÃO
DE ÓRTESES

Atualmente os materiais utilizados são os termoplásticos para a fabricação de órte-


ses para o membro superior. São materiais de plástico que, ao serem aquecidos, se tornam
maleáveis, divididos em duas categorias: alta temperatura e baixa temperatura (Freitas,
2006).
Os termoplásticos de alta temperatura são aqueles que necessitam de fornos de
alta temperatura para saírem do estado rígido para o estado maleável, permitindo a con-
fecção. Nestes casos não podem ser confeccionadas diretamente na pele, então serão
realizados moldes do membro em questão e a confecção acontece diretamente no molde.
Já o termoplástico de baixa temperatura ficam maleáveis em baixa temperatura, comumen-
te confeccionados em panelas elétricas, podendo ser confeccionados diretamente na pele
do paciente (Freitas, 2006).
Outros materiais que podem ser utilizados para confecção de órteses são: gessos,
neoprene, acrílico ou outro material de plástico, polipropileno, aço, velcro, courvin, espuma,
entre outros (Freitas, 2006).

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 28


4
TÓPICO

REABILITAÇÃO
ATRAVÉS DO USO DE
ÓRTESE: PATOLOGIAS

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 2011) define a Reabilitação como um con-


junto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências
a terem e manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu ambiente. O Relatório
Mundial sobre Deficiências recomenda ainda que “os Governos devem desenvolver, implan-
tar e monitorar as políticas, mecanismos regulatórios e padrões de serviços de reabilitação,
assim como promover a igualdade de acessos a esses serviços”. As órteses podem ser
utilizadas em uma variedade de patologias para ajudar a melhorar a função e a qualidade
de vida dos pacientes.
Aqui estão algumas das patologias mais comuns que podem se beneficiar do uso
de órteses:
01. Lesão medular: pacientes com lesões medulares podem ter dificuldades
com a coordenação muscular e a força, e podem se beneficiar de órteses para
melhorar a estabilidade e o controle.
02. Artrite: pacientes com artrite podem ter dor e dificuldade em movimentar as
articulações afetadas, e as órteses podem ajudar a fornecer suporte e estabiliza-
ção, aliviando a dor e melhorando a mobilidade.
03. Acidente vascular cerebral (AVC): pacientes que sofreram um AVC podem
ter problemas com a coordenação muscular e a função motora, e as órteses
podem ajudar a melhorar a estabilidade e a mobilidade.
04. Lesão cerebral traumática: pacientes com lesões cerebrais traumáticas
podem ter problemas com a coordenação e a função motora, e as órteses podem
ajudar a melhorar a estabilidade e o controle muscular.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 29


05. Lesão do plexo braquial: pacientes com lesões do plexo braquial podem
ter fraqueza ou paralisia em um braço, ou mão, e as órteses podem ajudar a
melhorar a estabilidade e a função motora.
06. Síndrome do túnel do carpo: pacientes com síndrome do túnel do carpo
podem ter dor, dormência e fraqueza nas mãos, e as órteses podem ajudar a
aliviar a pressão nos nervos e melhorar a mobilidade.
07. Paralisia cerebral: pacientes com paralisia cerebral podem ter dificuldades
com a coordenação muscular e a função motora, e as órteses podem ajudar a
melhorar a estabilidade e o controle.

Essas são apenas algumas das patologias que podem se beneficiar do uso de ór-
teses. Cada paciente é único e as órteses são prescritas personalizadamente para atender
às suas necessidades específicas. Os objetivos do uso das órteses dentro do tratamento
de reabilitação podem ser: estabilizar/imobilizar, corrigir deformidades, prevenir agravos,
proteger estruturas e articulações, mobilizar e restaurar função (Gradim e Paiva, 2018).

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 30


A resolução n.° 548 de 2021 traz através do artigo 3º Para o exercício da área de atuação, o Fisioterapeu-
ta Ortesista/Protesista Ortopédico e o Terapeuta Ocupacional Ortesista/Protesista Ortopédico deverão ter
o domínio dos seguintes conhecimentos: Anatomia Humana, Fisiologia, Patologia, Biomecânica, além de
conhecimentos sobre os materiais e equipamentos usados na confecção das próteses e órteses e seus
mecanismos de adaptação. Os conhecimentos acima descritos deverão estar contemplados nos cursos de
prótese e órtese, atendendo aos seguintes critérios:
I – cursos de pós-graduação e/ou aperfeiçoamento ministrados e/ou reconhecidos por instituição de ensi-
no superior ou pelo Ministério da Saúde;
II – os cursos de aperfeiçoamento, de no mínimo 180h, ou pós-graduação lato sensu, deverão atender ao
critério mínimo de 40% de atividades práticas presenciais.

Fonte: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2021).

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) publicou a Resolução n.º 548,
trazendo aos profissionais definições específicas quanto à atuação e ao exercício nas oficinas ortopédicas,
responsabilidade técnica, no gerenciamento, na prescrição, manutenção, tomada de medidas, confecção,
adaptação de órteses e próteses e meios auxiliares de locomoção, tecnologia assistiva, palmilhas, calçados
ortopédicos, entre outros, além da realização das respectivas provas e/ou adaptações necessárias.

Fonte: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2021).

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 31


CONSIDERAÇÕES FINAIS
O terapeuta ocupacional desempenha um papel fundamental na prescrição,
confecção e utilização de órteses para seus pacientes. Como especialistas em terapia
ocupacional, eles estão treinados para avaliar as necessidades individuais dos pacientes e
para determinar se o uso de uma órtese pode ser benéfico para ajudá-los a alcançar seus
objetivos de tratamento.
O terapeuta ocupacional é responsável por realizar uma avaliação completa do
paciente, que inclui a análise das habilidades motoras, das atividades de vida diária e das
necessidades ocupacionais. Com base nessas informações, o terapeuta ocupacional pode
determinar se o uso de uma órtese pode ser benéfico para melhorar a função e a qualidade
de vida do paciente.
Além disso, esse profissional é responsável por prescrever e ajustar a órtese de
acordo com as necessidades individuais do paciente, trabalhando em conjunto com um
ortopedista ou um protesista para garantir que a órtese seja fabricada com os materiais
adequados e que se ajuste corretamente para garantir o máximo benefício para o paciente.
O terapeuta ocupacional também é responsável por ensinar ao paciente como usar
a órtese corretamente e garantir que o dispositivo esteja ajustado adequadamente para
fornecer o suporte, a estabilização e a mobilidade necessários para alcançar seus objetivos
de tratamento. Em resumo, o terapeuta ocupacional desempenha um papel importante
na prescrição, confecção e utilização de órteses para auxiliar os pacientes a alcançar a
máxima função e independência em suas atividades diárias.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 32


LEITURA COMPLEMENTAR
Indico para leitura a resolução do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional (COFFITO) n.° 548 de 2021, disponível pelo link: https://www.coffito.gov.br/
nsite/?p=20045.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 33


MATERIAL COMPLEMENTAR

LIVRO
• Título: Reabilitação da mão.
• Autor: Paula Pardini Freitas.
• Editora: Atheneu.
• Sinopse: Esta obra apresenta o seguinte plano didático: revi-
são da anatomia funcional; avaliação clínica e funcional; lesões
traumáticas (fraturas, lesões tendinosas e de nervos periféricos);
lesões não traumáticas (tenossinovites, tendinites, artrite reumáti-
ca, osteoartrose, etc.) princípios básicos na confecção de órteses;
amputação, indicação e uso de próteses.

FILME/VÍDEO
• Título: O que te faz mais forte.
• Ano: 2017.
• Sinopse: Conta a história de superação de Jeff Bauman, que en-
quanto esperava sua namorada, Erina, finalizar a participação na
Maratona de Boston, foi atingido por uma das bombas do Atentado
Terrorista, sofrendo amputação transfemoral bilateral.

UNIDADE 2 MODELOS DE ÓRTESES 34


3
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UNIDADE

AMPUTAÇÃO

Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa

Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Amputação;
• Níveis de Amputação;
• Cuidados com o coto: dor fantasma, sensibilidade, enfaixamento.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o trabalho da Terapia Ocupacional
frente a amputação;
• Compreender como a terapia ocupacional pode auxiliar o sujeito
amputado;
• Estabelecer a importância da terapia ocupacional frente a essa
nova etapa da vida após a amputação.
INTRODUÇÃO
A amputação é um evento traumático que pode resultar em mudanças físicas, emo-
cionais e funcionais significativas na vida de uma pessoa. A perda de um membro ou parte
dele pode afetar a independência, a mobilidade, as habilidades funcionais e a participação
em atividades diárias. Nesse contexto, a terapia ocupacional desempenha um papel crucial
na reabilitação e no apoio a indivíduos amputados.
A terapia ocupacional é uma disciplina da saúde que se concentra na promoção da
participação ativa e significativa das pessoas em suas atividades cotidianas. Os terapeutas
ocupacionais trabalham em estreita colaboração com os amputados, ajudando-os a superar os
desafios físicos e emocionais associados à amputação e a reintegrar-se em suas vidas diárias.
A abordagem da terapia ocupacional para indivíduos amputados é holística e perso-
nalizada, considerando as necessidades, habilidades, metas e preferências únicas de cada
pessoa. Os terapeutas ocupacionais avaliam as habilidades funcionais dos amputados,
incluindo a mobilidade, a destreza, a coordenação, a força e o equilíbrio. Com base nessa
avaliação, são desenvolvidos planos de tratamento individualizados, visando restaurar e
maximizar a independência e a qualidade de vida dos pacientes.
Nesta unidade analisaremos e aprenderemos mais sobre características da ampu-
tação como os níveis de amputação, dor fantasma, sensibilidade entre outros.

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 36
1
TÓPICO

CONCEITOS E
DEFINIÇÕES DE
AMPUTAÇÃO

Amputação é um termo utilizado referente à retirada total ou parcial de um membro.


Estima-se que haja mais amputações em membros inferiores, sendo que as causas podem
ser diversas, desde doenças vasculares periféricas, diabetes, traumas, infecções, neuro-
mas, sequelas de esmagamento, entre outros (Ministério da Saúde, 2013).
Aqui estão algumas definições e conceitos relacionados à amputação:
01. Amputação: a remoção cirúrgica total ou parcial de um membro, ou parte
dele. A amputação pode ser classificada como amputação de membro superior,
amputação de membro inferior ou amputação de outro membro específico, de-
pendendo da localização da remoção.
02. Amputação Traumática: amputação resultante de lesões traumáticas, como
acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho ou ferimentos de guerra.
03. Amputação devido à Doença Vascular: amputação realizada devido a
complicações graves de doenças vasculares, como aterosclerose ou trombose
arterial, que levam à insuficiência circulatória e danos irreversíveis aos tecidos.
04. Amputação por Câncer: remoção cirúrgica de uma parte do membro ou do
membro inteiro devido à presença de um tumor maligno ósseo, ou tecidual.

A amputação conduz a uma mudança no estilo de vida, alterando a capaci-


dade do sistema músculo esquelético, limitando o envolvimento em ativida-
des, restringindo a participação social e gerando dificuldades no desempenho
funcional. É necessário adaptar-se a esta nova condição incapacitante que
provoca alterações sociais, econômicas e familiares. A incapacidade funcio-
nal relacionada à amputação de membros inferiores implica em perda de
autonomia e independência para a mobilidade. Há uma redução na capacida-
de do amputado para realizar suas ocupações, isto é, as diferentes atividades
cotidianas que ele necessita ou deseja se envolver (BIFFI et al., 2017, p. 47).

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 37
A terapia ocupacional desempenha um papel vital na reabilitação de indivíduos
amputados, proporcionando diversas contribuições valiosas. Primeiramente, os terapeutas
ocupacionais realizam avaliações abrangentes das habilidades funcionais, necessidades
e metas individuais amputada. Com base nessa avaliação, eles desenvolvem estratégias
de reabilitação e adaptam o ambiente para promover a independência e a participação nas
atividades cotidianas.
Além disso, desempenham um papel fundamental no treinamento das pessoas
para o uso adequado de próteses. Os terapeutas ocupacionais auxiliam os amputados a
aprender como colocar, ajustar e utilizar suas próteses de forma segura e eficaz, facilitando
assim a reintegração nas atividades e tarefas significativas.
No que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades motoras, os terapeutas ocu-
pacionais trabalham em estreita colaboração com os amputados para melhorar o equilíbrio,
a coordenação, a destreza, a mobilidade e as habilidades de autocuidado. Eles adaptam as
técnicas e estratégias às necessidades individuais.
Além disso, os terapeutas ocupacionais auxiliam na adaptação do ambiente físico,
tornando-o mais acessível e funcional para os amputados. Isso pode envolver modificações
na residência, no local de trabalho ou em outros locais relevantes, como a instalação de
barras de apoio, rampas de acesso e outras ajudas técnicas que facilitam a participação
nas atividades diárias.
Outra contribuição importante é o gerenciamento da dor e desconforto associados à
amputação. Os terapeutas ocupacionais utilizam diversas técnicas e estratégias para aliviar
a dor e o desconforto, incluindo o treinamento em técnicas de relaxamento, modalidades
de terapia física e aconselhamento para lidar com as emoções relacionadas à amputação.
Por fim, além de prover suporte emocional e psicossocial aos amputados, os tera-
peutas ocupacionais auxiliam-nos a enfrentar as mudanças físicas, emocionais e sociais
decorrentes da amputação. Trabalham com os pacientes para promover a autoestima, re-
siliência e adaptação, bem como auxiliam na reintegração social e no retorno às atividades
significativas (Biffi, 2017).

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 38
2
TÓPICO

NÍVEIS DE
AMPUTAÇÃO

Pensar em níveis de amputação nos deve fazer pensar em fase pré-cirúrgica, que
envolve uma avaliação física da paciente detalhada visando esclarecer o prognóstico fun-
cional do paciente, abordar dor fantasma e membro fantasma, além de estabelecer metas
para reabilitar a curto, médio e longo prazo. Devem ser avaliados a amplitude de movimen-
to, força muscular, o envolvimento de membros contralaterais, nível de independência para
realizar as AVDs, condicionamento físico, suporte social e apoio para o enfrentamento do
paciente pensando na realização da cirurgia (Ministério da Saúde, 2013).
Após a análise detalhada dos processos pré-cirúrgicos, a escolha do nível de
amputação deve ser realizada com cautela, visando preservar o máximo de comprimento
possível, garantir uma cicatrização adequada, proporcionar cobertura eficaz da pele e man-
ter a sensibilidade. Essa decisão individualizada também considera a idade do paciente, a
causa da amputação e suas necessidades específicas, sendo fundamental para a futura
adaptação de uma prótese funcional (Ministério da Saúde, 2013).

• Os níveis de amputação de Membros Superiores:


01. Desarticulação do ombro;
02. Transumeral;
03. Desarticulação do cotovelo;
04. Transradial;
05. Desarticulação do Punho;
06. Transcarpiana (Ministério da Saúde, 2013).

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 39
• Níveis de amputação de Membros Inferiores:
01. Hemipelvectomia;
02. Desarticulação do quadril;
03. Transfemural;
04. Desarticulação do joelho;
05. Transtibial;
06. Desarticulação do tornozelo;
07. Syme;
08. Parcial do pé (Ministério da Saúde, 2013).

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 40
3
TÓPICO

CUIDADOS COM O COTO: DOR


FANTASMA, SENSIBILIDADE,
ENFAIXAMENTO

Cabe ao profissional orientar o paciente sobre como realizar a dessensibilização do


coto por meio de massagens, lembrando sempre da necessidade de cuidados com a ferida
cirúrgica. Isso inclui o uso de água quente e fria, bem como a experimentação de diferentes
texturas como estímulos sensoriais. Além disso, o profissional deve conduzir exercícios
com terapia espelho, visando aprimorar a imagética e aproveitando a sensação do membro
fantasma em benefício do processo de reabilitação. Também são recomendados exercícios
de contração (Ministério da Saúde, 2013).
O paciente deve observar diversos cuidados com o coto, incluindo a inspeção diária
e após atividades intensas ou prolongadas. Se o coto apresentar formigamento ou lateja-
mento, deve ser reenfaixado. Durante o repouso, é aconselhável evitar o uso de almofadas
sob o membro amputado. A higiene é crucial, portanto, o coto deve ser lavado regularmente
com água e sabão, seguido de uma secagem cuidadosa antes de colocar a prótese. Manter
um programa de exercícios é igualmente importante, pois contribui para a capacidade fun-
cional (Ministério da Saúde, 2013).
O membro fantasma é uma sensação presente na maioria dos amputados, comu-
mente acontece logo após o pós-operatório e diminui com o passar do tempo. É por meio
dessa sensação que se é feito o treino e fortalecimento da musculatura, porém há casos
que persiste a sensação e quando isso acontece chamamos de dor fantasma, tornando
uma sensação crônica e dolorosa. Para a reabilitação adequada da dor, vale avaliar a
causa da dor, neurológica ou vascular; o indicado para o tratamento é dessensibilização da

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 41
região, massagem e utilização de analgesias com o TENS (Transcutaneous electrical nerve
stimulation) (FREITAS, 2006).
Após a cicatrização, o amputado deve aprender o processo de enfaixamento do
coto, utilizando faixa elástica ou atadura, orientado por um profissional qualificado. É impor-
tante que a pressão seja uniforme em toda faixa, caso não aconteça dessa forma, refaça
o processo até sentir a pressão por todo coto e não haja nenhum incômodo. Lavar sempre
a faixa é importante. O enfaixamento irá reduzir edemas, aumentar metabolismo local, dar
formato ao coto e diminuir a sensação e dor fantasma.
Aqui estão algumas diretrizes gerais para o enfaixamento do coto:
01. Preparação: lave bem as mãos antes de iniciar o processo de enfaixamento.
Certifique-se de que o coto esteja limpo, seco e livre de feridas abertas ou infec-
ções.
02. Utilize materiais adequados: utilize uma bandagem elástica de compres-
são, como uma atadura de crepe ou uma atadura tubular, que seja do tamanho
adequado para envolver o coto de maneira confortável.
03. Técnica de enfaixamento: comece envolvendo a base do coto de maneira
firme, mas não muito apertada, para garantir uma fixação adequada. Continue
enrolando a bandagem em espiral ao redor do coto, sobrepondo cerca de metade
da largura da bandagem a cada volta. Certifique-se de cobrir todo o coto de
maneira uniforme e evitar vincos ou dobras excessivas na bandagem (Smurr,
2009; Simionato, 2018; Smurr, 2008).

Verifique a circulação sanguínea: durante o processo de enfaixamento, examine


regularmente a circulação sanguínea no coto, observando se há sinais de dormência, for-
migamento, palidez ou frieza excessiva. Se ocorrerem esses sintomas, solte a bandagem
imediatamente (Smurr, 2009, Simionato, 2018, Smurr, 2008).

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 42
Existe um programa organizado pelo Governo através do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
que atende os pacientes com amputações de membros inferiores e superiores, independente da idade,
esse é o Programa de Atendimento Especializado de Amputados que conta com uma atenção interdiscipli-
nar possuindo terapeuta ocupacional na equipe.

Fonte: https://www.into.saude.gov.br/acoes-e-programas/programa-de-atendimento-especializado-de-
-amputados.

Terapeuta ocupacional trabalhará no desenvolvimento da capacidade do paciente em lidar com atividades


cotidianas, e auxiliará na organização do ambiente doméstico e de trabalho a fim de torná-los mais
acessíveis e seguros.

Fonte: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2023).

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A amputação é um procedimento cirúrgico no qual uma parte do corpo, como um
membro ou uma extremidade, é removida. Essa intervenção pode ser necessária por di-
ferentes razões, como traumas graves, doenças vasculares, infecções graves, tumores
ou anomalias congênitas. Existem diferentes tipos de amputações, classificadas conforme
a parte do corpo que é removida. Entre elas, estão amputações de membros superiores
(braços) e membros inferiores (pernas). O processo cirúrgico busca remover a área afetada
de maneira a preservar o máximo possível de tecido saudável, visando promover a cicatri-
zação adequada e facilitar a adaptação do paciente à nova condição.
Após a amputação, os pacientes geralmente passam por um período de reabi-
litação, que inclui terapia física e ocupacional, para aprender a lidar com as limitações
físicas resultantes da perda da parte do corpo. Além disso, o uso de próteses pode ser
considerado para melhorar a mobilidade e a funcionalidade. A amputação tem um impacto
significativo na vida dos indivíduos, tanto fisicamente quanto emocionalmente, e requer
uma abordagem holística para garantir o melhor resultado possível na adaptação e na
qualidade de vida pós-cirúrgica.
Por isso, a terapia ocupacional é um componente essencial na reabilitação de
indivíduos amputados. Ela se concentra em ajudar essas pessoas a recuperar a indepen-
dência, a retomar suas atividades diárias e a desempenhar papéis significativos em suas
vidas. Por meio de avaliações, intervenções personalizadas e suporte contínuo, a terapia
ocupacional desempenha um papel vital na promoção da funcionalidade, da participação e
da qualidade de vida dos amputados.

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 44
LEITURA COMPLEMENTAR
É importante a leitura do documento do Ministério da Saúde, Diretrizes de Atenção
à Pessoa Amputada, 2013. O documento traz um apanhado de explicações, legislações,
refere a CIF durante o tratamento do amputado, sendo de grande valia a sua leitura.

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 45
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Tratamento de paciente amputado.
• Autor: André Pedrinelli.
• Editora: Roca.
• Sinopse: Importante obra na área da amputação, formulada e
organizada pelo Dr. André Pedrinelli, chefe do Grupo de Próteses e
Órteses do IOT-HC-FMUSP e integrante do Grupo de Medicina Es-
portiva, reúne mais de 40 profissionais das áreas de traumatologia,
ortopedia, reabilitação e oncologia do HC-FMUSP, da Escola Paulista
de Medicina da UNIFESP, do Hospital do Servidor Público Estadual
e do SESI. Tratando desde o atendimento ao paciente que sofrerá
a amputação até a sua readaptação a sua nova imagem corporal e
social. Tendo por temas principais as causas para a amputação, os
tipos de operações, o membro a ser amputado com suas afecções
prévias e posteriores, o apoio e o auxílio da equipe de enfermagem, o
acompanhamento pré-operatório e a fisioterapia imediata e tardia, os
diferentes tipos de próteses, métodos para avaliações, a reabilitação
nos casos especiais e atividades físicas possíveis, cuidados psicológi-
cos, treinamento pré e pós-protetização e a conduta na dor fantasma.
Essa obra é indispensável aos que buscam melhorar o atendimento
ao paciente que sofreu ou sofrerá a amputação de um membro,
fisioterapeutas, cirurgiões, ortopedistas, oncologistas, psicólogos,
enfermeiros, profissionais e residentes. Claro e objetivo também para
aqueles que não possuem domínio ou pouco conhecimento na área.

FILME/VÍDEO
• Título: Coragem de viver.
• Ano: 2011.
• Sinopse: Mostra a biografia da surfista profissional Bethany
Hamilton, que após ser atacada por um tubarão, perdeu o braço
esquerdo na altura do ombro e precisou superar os desafios psico-
lógicos pós-amputação para voltar a competir.

WEB
• Apresentação do link: o vídeo mostra como realizar um enfai-
xamento de coto.
• Link do site: https://www.youtube.com/watch?v=fAC37pQGvRs.

UNIDADE 3 AMPUTAÇÃO 46
4
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UNIDADE

PRÓTESES

Professor(a) Esp. Ana Carolina Coculo da Costa

Plano de Estudos
• Conceitos e Definições de Próteses;
• Modelos de Próteses;
• Acesso à Órteses e Próteses no Brasil;
• Avaliação e Intervenção do Terapeuta Ocupacional.

Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a atuação do terapeuta ocupacional
na confecção de próteses;
• Compreender os tipos de próteses disponíveis no mercado;
• Estabelecer a importância da terapia ocupacional em oficinas
ortopédicas.
INTRODUÇÃO
A terapia ocupacional é uma área da saúde que visa ajudar as pessoas a superar
as limitações físicas, mentais ou emocionais que possam afetar sua capacidade de realizar
as atividades do dia a dia. Essa profissão trabalha com indivíduos de todas as idades e com
uma variedade de condições de saúde.
No contexto das próteses, a terapia ocupacional desempenha um papel funda-
mental na reabilitação de pessoas que perderam membros ou que têm deficiências físicas
que requerem o uso de próteses. O terapeuta ocupacional trabalha em conjunto com a
equipe médica, incluindo médicos, fisioterapeutas e ortopedistas, para ajudar o paciente a
se adaptar à prótese e a desenvolver habilidades funcionais para o seu uso efetivo.
As contribuições da terapia ocupacional na utilização de próteses são diversas.
Primeiramente, o terapeuta ocupacional realiza uma avaliação detalhada das necessida-
des e habilidades do paciente, considerando fatores físicos, cognitivos e emocionais. Com
base nessa avaliação, são estabelecidos objetivos terapêuticos individuais para promover
a reabilitação e a independência.
Em seguida, o terapeuta ocupacional trabalha com o paciente para desenvolver ha-
bilidades específicas, como a colocação e remoção da prótese, o equilíbrio, a coordenação,
a força muscular e a destreza necessárias para realizar tarefas diárias com a prótese. Essas
tarefas podem incluir atividades simples, como pentear o cabelo ou escovar os dentes, até
tarefas mais complexas, como cozinhar, dirigir ou praticar esportes.
Além disso, a terapia ocupacional também envolve treinamento para o uso adequado
da prótese em diferentes ambientes, ajudando o paciente a se adaptar a situações cotidia-
nas, como caminhar em terrenos irregulares, subir escadas ou usar ferramentas específicas.
A terapia ocupacional desempenha um papel essencial na reabilitação com próte-
ses, auxiliando os pacientes a adquirir confiança, autonomia e independência. O terapeuta
ocupacional também pode fornecer apoio emocional e psicossocial, ajudando o paciente
a lidar com os desafios físicos e emocionais associados à perda de um membro ou à
adaptação a uma nova prótese.
Ou seja, a terapia ocupacional desempenha um papel crucial na reabilitação com pró-
teses, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, ajudando-os a superar
obstáculos e a alcançar uma participação plena e significativa em suas atividades diárias.

UNIDADE 4 PRÓTESES 48
1
TÓPICO

CONCEITOS E
DEFINIÇÕES DE
PRÓTESES

O uso da tecnologia assistiva (TA) é uma forma de promoção funcional para que
a pessoa com deficiência possa realizar atividade e ter maior nível de participação, entre
outros benefícios. Dentre os recursos de TA, temos as próteses, órteses e meios auxiliares,
que são recursos que precisam passar pelo processo de avaliação, prescrição, confecção,
dispensação, preparação, treino para o uso, acompanhamento, adequação e manutenção,
e isso deve ser realizado por um profissional capacitado (BRASIL, 2019).
A etimologia da palavra próteses vem do grego thésis, que significa acrescentar, e
seu prefixo “pró”, tem o significado de “junto a”, “sobre”, “próximo”. Na terminologia atual, a
prótese é um dispositivo artificial cujo objetivo é substituir, seja um membro, um órgão, uma
parte do corpo, vale desde uma prótese dentária, a uma prótese articular ou mesmo uma
prótese cardíaca (HOUAISS e VILLAR, 2001).
As próteses são aparelhos de substituição dos membros e órgãos do corpo, poden-
do ser do tipo: interna ou implantada como, por exemplo, as próteses articuladas; próteses
não convencionais para substituição de tumor; coração artificial; válvula cardíaca; ligamento
artificial; entre outros; ou do tipo estética, que busca manter somente a estética e a forma
daquele membro (BRASIL, 2019).

UNIDADE 4 PRÓTESES 49
2
TÓPICO

MODELOS DE
PRÓTESES

As próteses como conhecemos são as externas e não implantadas, classificadas


como de membro superior e membro inferior, podendo ter características como convencio-
nais ou exoesquelética e modular ou endoesquelética (BRASIL, 2019).
As próteses convencionais, também conhecidas como exoesqueléticas, são ca-
racterizadas por sua estrutura rígida que oferece suporte funcional e um bom acabamento
estético. Inicialmente, essas próteses eram fabricadas em madeira, mas atualmente, são
produzidas com espuma rígida leve e cobertas com resina plástica reforçada de vidro e
carbono. Esses modelos podem ser empregados em diversos tipos de amputações, em-
bora sejam mais comuns em membros superiores, enquanto para membros inferiores, as
próteses modulares são geralmente recomendadas. As próteses convencionais oferecem
vantagens notáveis, como resistência, durabilidade e baixa necessidade de manutenção.
No entanto, sua estética pode ser menos agradável e a realinhamento pode ser mais desa-
fiador (BRASIL, 2019).
As próteses modulares e endoesqueléticas se distinguem pela estrutura interna
que sustenta o membro artificial. As próteses modulares incorporam componentes in-
dustriais ajustáveis, disponíveis em várias configurações para permitir diversos ajustes e
realinhamentos, geralmente fabricados em aço, alumínio e titânio. As de aço, embora mais
pesadas, oferecem maior resistência, enquanto as de alumínio reduzem o peso total, mas
possuem limitações de carga devido à menor resistência mecânica. Por outro lado, as
próteses de titânio não apresentam as limitações das outras, sendo mais leves, resistentes
e com melhores propriedades mecânicas, mas têm um custo mais elevado (BRASIL, 2019).

UNIDADE 4 PRÓTESES 50
Para indicação do tipo de prótese, deve-se saber o nível de amputação, ele deter-
minará o tipo da prótese, podendo ser em nível de membro inferiores:
Prótese para desarticulação de quadril e joelho: tem frequência menor, existe a
ausência do coto e a posição por ser muito proximal da amputação leva a dificuldades adi-
cionais. Enquanto na desarticulação de joelho o coto é longo e possui formato arredondado,
possuindo um encaixe especial para esse tipo de nível de amputação.
Prótese transtibial: são as mais comuns, existe a preservação do joelho e há
um comprimento adequado do coto, e aqueles que apresentam esse tipo de amputação
conseguem ter uma participação para realização de atividades da sua vida diária com maior
eficiência. Normalmente elas apresentam componentes modulares e pé modular.
Prótese transfemoral: possui o encaixe, sistema de suspensão seguido de com-
ponentes modulares e um pé modular, sendo um tipo de prótese comum e que possui
conforto em seu encaixe, sendo um sucesso em protetização.
Prótese para amputação do pé: amputações nestes níveis podem gerar prejuízo
para marcha, a maioria das pessoas que utilizam desse tipo de órtese possuem boa funcio-
nalidade (CASTANEDA, 2021).

Enquanto as próteses de membro inferior são classificadas pelo nível de amputa-


ção, as de membro superior são classificadas conforme sua funcionalidade, confecção e
tipo de fonte que se utiliza para que ela funcione, sendo elas:
Próteses estéticas ou passivas: seu objetivo não é o movimento, e sim, restabe-
lecer a morfologia do membro afetado, sendo de alumínio normalmente, o que as fazem
mais leves e de fácil manejo e servem para qualquer tipo de amputação.
Prótese ativa: são aquelas acionadas pelo próprio sujeito através dos movimentos
da ação dos músculos do coto e da articulação. Isso faz com que quanto mais alto o nível
da amputação, mais difícil de controlar e elas não são prescritas para amputação parcial
da mão.
Próteses mioelétricas: possuem ativação por meio de fontes de energia externas
e sistemas de eletrodos que ficam acoplados a pele e detectam a contração do músculo
do coto que levam a prótese realizar o movimento de abrir e fechar a mão, sendo indicada
para qualquer nível de amputação, contudo é necessário que o sujeito realize treinos para
ter um bom controle da contração muscular do coto.
Próteses híbridas: indicadas para amputações localizadas acima do cotovelo,
possuindo um sistema de articulação por meio de um cotovelo mecânico que se aciona

UNIDADE 4 PRÓTESES 51
com a tração de tirantes combinados com a mão mioelétrica e fontes de energia externa
(CASTANEDA, 2021).

As órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM) são produzidas em


oficinas ortopédicas; há aproximadamente 45 oficinas em todo o país, sendo um facilita-
dor na reabilitação via SUS. O Governo Federal investe todo ano milhões na fabricação
desses dispositivos, incluindo cadeiras de rodas. Para se ter acesso deve-se em primeiro
lugar buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), lá será encaminhado para um Centro
Especializado em Reabilitação (CER), o atendimento passará acontecer nesta unidade e o
usuário passará a participar de um programa de tratamento, sendo avaliado a necessidade
de uma órtese, prótese e meio auxiliar, e se assim for necessário será encaminhado para
uma oficina ortopédica (BRASIL, 2020).
Esse direito de acesso a tais recursos é preconizado pela Portaria MS/GM n°793,
de 24 de abril de 2012, que garante o acesso de qualidade dos serviços e oferta cuidado
integral e multiprofissional (COFFITO, 2021).
A resolução n°. 548, de dezembro de 2021, traz a atuação em oficinas ortopédicas,
apresentando que o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional dentro das oficinas devem ser
os responsáveis técnicos, gerenciando, prescrevendo, na manutenção, confeccionando,
nas tomadas de medidas, na adaptação de órteses e próteses e meios auxiliares, entre ou-
tros. Ou seja, os terapeutas ocupacionais, assim como os fisioterapeutas com experiência
necessária para atuação em tal serviço, serão os responsáveis técnicos do setor através
dos técnicos ortesistas e protesistas (COFFITO, 2021).

UNIDADE 4 PRÓTESES 52
3
TÓPICO

ACESSO A ÓRTESES
E PRÓTESES NO
BRASIL

As órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM) são produzidas em


oficinas ortopédicas; há aproximadamente 45 oficinas em todo o país, sendo um facilita-
dor na reabilitação via SUS. O Governo Federal investe todo ano milhões na fabricação
desses dispositivos, incluindo cadeiras de rodas. Para se ter acesso deve-se em primeiro
lugar buscar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), lá será encaminhado para um Centro
Especializado em Reabilitação (CER), o atendimento passará acontecer nesta unidade e o
usuário passará a participar de um programa de tratamento, sendo avaliado a necessidade
de uma órtese, prótese e meio auxiliar, e se assim for necessário será encaminhado para
uma oficina ortopédica (BRASIL, 2020).
Esse direito de acesso a tais recursos é preconizado pela Portaria MS/GM n°793,
de 24 de abril de 2012, que garante o acesso de qualidade dos serviços e oferta cuidado
integral e multiprofissional (COFFITO, 2021).
A resolução n°548, de dezembro de 2021, traz a atuação em oficinas ortopédicas,
apresentando que o fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional dentro das oficinas devem ser
os responsáveis técnicos, gerenciando, prescrevendo, na manutenção, confeccionando,
nas tomadas de medidas, na adaptação de órteses e próteses e meios auxiliares, entre ou-
tros. Ou seja, os terapeutas ocupacionais, assim como os fisioterapeutas com experiência
necessária para atuação em tal serviço, serão os responsáveis técnicos do setor através
dos técnicos ortesistas e protesistas (COFFITO, 2021).

UNIDADE 4 PRÓTESES 53
4
TÓPICO

AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO
DO TERAPEUTA OCUPACIONAL

O terapeuta ocupacional possui papel ativo na reabilitação. Em uma equipe multi-


disciplinar, o T.O utiliza da tecnologia assistiva como um recurso terapêutico. (GRADIM e
PAIVA, 2018).
Conforme a resolução n°548, para o terapeuta ocupacional atuar como T.O ortesis-
ta e protesista, ele deve apresentar conhecimentos anatômicos, fisiológicos, patológicos e
biomecânicos, além de ter conhecimento em relação ao material utilizado e os mecanismos
de adaptação. Mas não é somente isso, o profissional deve:

I – interpretar e/ou prescrever aparelho ou peça e proceder à tomada de me-


didas e moldes para a devida confecção;
II – confeccionar e adaptar as próteses ou órteses de acordo com a sua pres-
crição ou de colega de profissão devidamente habilitado;
III – instruir pacientes e cuidadores quanto aos cuidados de higiene, manu-
tenção e uso correto de órteses e próteses ortopédicas externas;
IV – acompanhar, supervisionar, gerenciar e manter registro de todos os téc-
nicos em órteses e próteses ortopédicas e demais profissionais que atuem no
serviço, assim como a comprovação de capacitação e dados sobre aparelhos
ou peças, de seu uso ou de uso de técnico ortesista/protesista ortopédico
sob sua responsabilidade técnica, em prontuário próprio e no CREFITO da
respectiva jurisdição (COFFITO, 2021, p. 87).

Pensando na prescrição de próteses para membros inferiores, deve haver equilíbrio


entre estabilidade, segurança, mobilidade, durabilidade e estética. Para isso a avaliação
minuciosa da amputação e do coto deve acontecer, lembrando que o nível da amputação
em membros inferiores é critério para a prescrição da prótese.
Avaliado e prescrito, para a confecção deve acontecer mediante a solicitação inicial
e aprovação, se estamos pensando em SUS, em relação à primeira prótese, ela deve apre-

UNIDADE 4 PRÓTESES 54
sentar um encaixe que possibilita ajustes necessários para o período de adaptação. Para se
confeccionar, não pode ser confundido o nível da amputação, a prescrição deve estar correta.
No momento da chegada do usuário, é conduzida uma avaliação abrangente, que
engloba a análise do arco de movimento, a presença de contraturas, o estado de cicatriza-
ção do coto, o volume do coto, bem como a identificação de dores e sensações no mesmo.
Caso qualquer um desses fatores não esteja alinhado adequadamente, é necessária a
implementação de um tratamento pré-protetização. Isso pode envolver procedimentos
como dessensibilização e o controle volumétrico por meio de enfaixamento, entre outros. É
relevante destacar que patologias associadas podem influenciar e impactar o processo de
reabilitação nesses casos (BRASIL, 2019).
Para medição, deve haver cuidado quanto à pressão exercida e a técnica utilizada
para que tudo seja bem demarcado. Deve haver perimetria do coto, comumente a cada 5
centímetros, tendo partida a região mais proximal até a mais distal, que darão referências
aos valores volumétricos. Medir o comprimento do coto, da altura da prótese e também do
tamanho do pé, alturas como a distância da tuberosidade isquiática ao solo, do centro do
joelho ao solo, entre outras. Tomar cuidado com as protuberâncias ósseas é de extrema
importância, além da preservação de tendões (BRASIL, 2019).
No contexto de membros superiores, as regras diferem, uma vez que a escolha das
próteses depende principalmente de sua funcionalidade. Portanto, nesses casos, o proces-
so é subdividido em diversas fases. Inicialmente, há a fase pré-operatória, que envolve a
avaliação das condições físicas do paciente, bem como seu nível de compreensão, além do
planejamento protético no pós-operatório. Em seguida, ocorre a amputação, seguida pela
fase pós-operatória aguda, na qual são prestados cuidados à ferida cirúrgica, controle da
dor, movimentação dos segmentos mais próximos ao coto e apoio emocional.
Posteriormente, avança-se para a fase pré-protética, que compreende a modelagem
do coto, o aprimoramento da força muscular e o gradual retorno do usuário às suas atividades.
Nesse cenário, a escolha das próteses é adaptada às necessidades funcionais do paciente,
tornando essencial um planejamento cuidadoso em cada etapa do processo (BRASIL, 2019).
A prescrição, que é a próxima fase, acontece por tomada de decisão de uma equipe
multiprofissional, seguido pela fase de fabricação e treino com a prótese, até o seu retorno
na comunidade e de seus papéis ocupacionais (BRASIL, 2019).
Além disso, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel crucial na educação
e no suporte ao paciente e à família durante todo o processo. Eles podem oferecer orientações
sobre o uso correto da prótese, a prevenção de complicações e cuidados gerais. Também
podem fornecer apoio emocional e psicossocial, auxiliando o paciente a lidar com os desafios
emocionais associados à perda de um membro e ao processo de adaptação à prótese.
Por fim, o treinamento com a prótese será determinado pelo nível e tipo de amputa-
ção, ou seja, transradial 5 horas de treino; transfemural serão 10 horas de treino; transradial
bilateral serão 12 horas e transfemural bilateral serão 20 horas; sendo que deve ser realiza-
do diariamente e não exceder 2 horas por dia (BRASIL, 2019).

UNIDADE 4 PRÓTESES 55
O terapeuta ocupacional desempenha um papel crucial na reabilitação, oferecendo uma série de contribui-
ções significativas. Eles realizam avaliações abrangentes, estabelecem metas terapêuticas personalizadas
e trabalham no desenvolvimento de habilidades funcionais para atividades diárias. Além disso, adaptam
o ambiente, prescrevem dispositivos de assistência, oferecem treinamento cognitivo, fornecem suporte
emocional e psicossocial. A abordagem centrada no paciente e a expertise em atividades ocupacionais são
fundamentais para promover a independência e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos em processo
de reabilitação.

Fonte: A autora (2023).

Não podemos esquecer que a perda de um membro é uma mudança significativa na vida de alguém, e
pode levar tempo para que o indivíduo se acostume às mudanças físicas e emocionais que isso implica.
Portanto, os Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais desempenham um papel fundamental no apoio e
encorajamento dos pacientes para enfrentar os desafios e superar as dificuldades relacionadas à limitação
funcional. O sistema COFFITO/CREFITOs atua constantemente para garantir a qualidade de toda assistência
à população brasileira.

Fonte: Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO, 2023).

UNIDADE 4 PRÓTESES 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição dos terapeutas ocupacionais em oficinas ortopédicas na confecção
de próteses é de grande importância. Esses profissionais desempenham um papel fun-
damental ao trabalhar em equipe com ortopedistas, engenheiros biomédicos e técnicos
especializados para garantir que as próteses sejam projetadas e adaptadas conforme as
necessidades individuais dos pacientes.
A presença de terapeutas ocupacionais nessas oficinas permite uma abordagem
mais holística na confecção das próteses, considerando não apenas os aspectos técnicos
e biomecânicos, mas também as necessidades funcionais, cognitivas e emocionais dos pa-
cientes. Isso resulta em próteses mais personalizadas e adequadas às atividades e metas
específicas de cada indivíduo.
Os terapeutas ocupacionais podem contribuir na fase de avaliação, colaborando
na análise detalhada das habilidades funcionais e necessidades do paciente. Com base
nessa avaliação, eles podem fornecer informações valiosas para a equipe responsável pela
confecção da prótese, auxiliando na seleção dos materiais e no design mais adequado para
atender às necessidades individuais do paciente.
Durante o processo de fabricação, os terapeutas ocupacionais podem fornecer
orientações sobre a ergonomia e a biomecânica da prótese, garantindo que ela seja proje-
tada para maximizar a funcionalidade e a conforto do paciente. Eles também podem cola-
borar na definição de estratégias de treinamento e reabilitação que serão necessárias após
a entrega da prótese, auxiliando o paciente a adaptar-se à nova prótese e a desenvolver as
habilidades necessárias para seu uso efetivo.
Além disso, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel crucial na edu-
cação e no suporte ao paciente e à família durante todo o processo. Eles podem oferecer
orientações sobre o uso correto da prótese, a prevenção de complicações e cuidados
gerais. Também podem fornecer apoio emocional e psicossocial, auxiliando o paciente a
lidar com os desafios emocionais associados à perda de um membro e ao processo de
adaptação à prótese.
Em suma, a presença de terapeutas ocupacionais em oficinas ortopédicas na con-
fecção de próteses traz um valioso conjunto de habilidades e conhecimentos para garantir
que as próteses sejam personalizadas, funcionais e adaptadas às necessidades e metas
individuais dos pacientes. Essa colaboração multidisciplinar promove uma reabilitação mais
completa e uma melhor qualidade de vida para as pessoas que utilizam próteses.

UNIDADE 4 PRÓTESES 57
LEITURA COMPLEMENTAR
Sugiro a leitura na íntegra da resolução n°548 do COFFITO que nos coloca como
centro para confecção de órteses, próteses e meios auxiliares.
COFFITO. Resolução n°548, de 22 de dezembro de 2021. Atuação em oficinas
ortopédicas. Publicado em 17 nov. 2022, ed. 11, seção 1, p. 87, 2021.

UNIDADE 4 PRÓTESES 58
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Órteses e próteses: indicação e tratamento.
• Autor: Marisa C. Registro Fonseca, Alexandre M. Marcolino,
Rafael Barbosa, Valéria Flui.
• Editora: Águia dourada.
• Sinopse: O livro conta com uma equipe de profissionais de refe-
rência nacional na especialidade órteses e próteses e que reuniu
seus conhecimentos visando ao desenvolvimento de um material
que pudesse atender a todas as áreas da reabilitação física. A obra,
composta de 14 capítulos, aborda desde a importância da Equipe
Multiprofissional, Órteses e Próteses para membros inferiores e
superiores até as Tecnologias Assistivas e seu desenvolvimento.
Destinado aos profissionais e estudantes de reabilitação física, o
livro tem como objetivo capacitar e valorizar a reabilitação corporal
a fim de proporcionar uma melhora na qualidade de vida dos pa-
cientes que necessitam desses suportes em sua rotina.

FILME/VÍDEO
• Título: O que te faz mais forte.
• Ano: 2018.
• Sinopse: O Que te Faz Mais Forte é um filme conta a história
real de Jeff Bauman, um sobrevivente dos atentados da Maratona
de Boston em 15 de abril de 2013. Enquanto esperava seu grande
amor, Erin, finalizar a participação na maratona, ele é atingido por
uma bomba de um atentado terrorista e perde as duas pernas. A
história de uma batalha pessoal que dura meses e de uma recupe-
ração física e emocional que inspirou o mundo e criou um símbolo
de coragem em torno do homem que sobreviveu aos ataques e
conseguiu identificar um dos terroristas.

UNIDADE 4 PRÓTESES 59
CONCLUSÃO GERAL
Olá, caro(a) aluno(a)!
Nesta disciplina, aprendemos sobre um tema super importante e sempre presente
na prática terapêutica ocupacional. O tema em questão é a tecnologia assistiva, que se
refere a uma ampla gama de dispositivos, equipamentos, serviços e estratégias desenvol-
vidos para melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida de pessoas com deficiências.
Seu objetivo é proporcionar maior autonomia, independência e inclusão social, utilizando a
tecnologia para superar barreiras físicas, cognitivas ou sensoriais.
Como foi aprendido, órteses são dispositivos de tecnologia assistiva. As órteses
são dispositivos ortopédicos projetados para oferecer suporte, corrigir deformidades, me-
lhorar a função ou prevenir lesões no sistema musculoesquelético. Podem ser utilizadas
em diversas partes do corpo, como tornozelos, joelhos, mãos e coluna, proporcionando
estabilidade, alinhamento adequado e facilitando a mobilidade. Na unidade em questão,
aprendemos sobre modelos de membros superiores, sendo apresentados os modelos mais
utilizados, como indicar, prescrever e confeccionar, além de qual material podemos utilizar
na confecção.
Na terceira unidade, vimos sobre as amputações, que são a remoção cirúrgica
de uma parte ou membro do corpo devido a lesões, doenças ou anomalias congênitas.
A amputação de membros inferiores, superiores ou outras partes do corpo pode impactar
significativamente a funcionalidade e a qualidade de vida. A reabilitação após a amputação
muitas vezes envolve o uso de órteses, próteses e outros recursos de tecnologia assistiva
para auxiliar na adaptação e na restauração da independência do indivíduo. Vimos como o
terapeuta ocupacional pode intervir nesses casos, não somente na reabilitação física, mas
também auxiliando no treino do dia a dia para reabilitação, buscando um maior nível de
independência possível, além de auxílio em relação ao estado emocional do sujeito após
uma alteração de imagem corporal e sobre a retomada de suas atividades do cotidiano.
Em sequência, aprendemos também sobre as próteses, que também são disposi-
tivos de tecnologia assistiva. As próteses são dispositivos projetados para substituir/com-
pensar a ausência de um membro ou órgão do corpo. Na área de membros amputados, as
próteses buscam restaurar funções perdidas, como caminhar, agarrar objetos ou até mesmo
sentir sensações. Vimos as contribuições que o terapeuta ocupacional pode realizar para
auxiliar o indivíduo amputado, proporcionando um maior nível de independência possível.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AOTA. American Occupational Therapy Association. Domínio e Processos. Revista de
Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 26 ed., p. 1-49, 2015.

BIFFI, R. F. et al. Levantamento dos problemas do dia a dia de um grupo de amputados e


dos dispositivos de auxílio que utilizam. Rev. Ter. Ocup. USP, p.46-53, 2017.

BRASIL, Ministério da Saúde. Guia para prescrição, concessão, adaptação e manuten-


ção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. Brasília, 2019.

BRASIL. Ata VII Reunião do Comitê de Ajudas Técnicas – CAT CORDE/ SEDH/ PR,
realizada nos dias 13 e 14 de dezembro de 2007. Disponível em: https://www.assistiva.com.
br/Ata_VII_Reuni%C3%A3o_do_Comite_de_Ajudas_T%C3%A9cnicas.pdf. Acesso em: 05
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BRASIL. Ministério da Saúde. Guia para prescrição, concessão, adaptação e manuten-


ção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção. Brasília-DF: editora MS,
2019.

CASTANEDA, L. Próteses de membros superiores e inferiores: indicações e confecção.


In: Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Atenção à pessoa com deficiência I: trans-
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