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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
PERCEPÇÃO E CONSCIÊNCIA.
Nome: ISABEL PEDRO BIZEQUE BULACHO - Codigo do estudante: 708225901

Curso: Licenciatura em Ensino de


Lingua Portuguesa
Disciplina: Psicologia Geral
Ano de Frequência: 1º Ano

TETE, OUTUBRO 2022


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 Capa 0.5
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Estrutura Aspectos
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Discrição dos objectivos 1.0
 Metodologia adequada ao 2.0
objectivo do trabalho
 Articulação e diminio do
Conteúdo discurso académico
(expressão escrita cuidada, 2.0
coerência/coesão textual)
Análise e  Revisão bibliográfica
discussão nacional e internacionais
relevantes na área de 2.0
estudo
 Exploração dos dados
2.0
 Contributos teóricos
Conclusão práticos 2.0

Aspectos  Paginação, tipo e tamanho 1.0


gerais Formatação de letra, paragrafo,
espaçamento entre linhas
Referências Normas APA 6ª  Rigor e coerência das 4.0
Bibliográficas edição e citações / referencias
citações e bibliográficas
bibliografia

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Índice
1. Introdução. ............................................................................................................................. 4
2. OBJECTIVOS ........................................................................................................................ 5
2.1. Geral .................................................................................................................................. 5
2.2. Específicos ......................................................................................................................... 5
3. Metodologia ........................................................................................................................... 5
3.1. Tipo de pesquisa. ................................................................................................................ 5
3.1.1. Quanto a abordagem. ...................................................................................................... 5
3.1.2. Quanto aos objectivos. .................................................................................................... 5
3.1.3. Quanto aos procedimentos. ............................................................................................. 5
4. PERCEPÇÃO E CONSCIÊNCIA........................................................................................... 6
4.1. Definição percepção segundo alguns autores. ...................................................................... 6
4.1.1. PROCESSOS PERCEPTIVOS ....................................................................................... 7
4.1.2. Factores que influenciam o processo perceptivo .............................................................. 7
4.1.2.1. O perceptor ................................................................................................................. 7
4.1.2.2. O percebido ................................................................................................................ 7
4.1.2.3. O ambiente ................................................................................................................. 7
4.2. IDADE DE PRODUÇÃO DE PERCEPÇÃO ...................................................................... 8
4.2.1. Os tipos de percepção e sua influência no desenvolvimento de crianças e idosos ............. 8
4.3. ESTRUTURA DAS INFORMAÇÕES RECEBIDAS. ........................................................ 9
4.3.1. Actividades cognitivas .................................................................................................... 9
4.3.2. Actividades cognitivas .................................................................................................... 9
4.3.3. Actividades cognitivas .................................................................................................... 9
4.4. TIPOS DE PERCEPÇÃO ................................................................................................... 9
4.4.1. Percepção social ............................................................................................................. 9
4.4.2. Percepção social ............................................................................................................. 9
4.4.3. Percepção social ........................................................................................................... 10
4.4.4. Percepção social ........................................................................................................... 10
4.5. Subjectividade .................................................................................................................. 10
5. CONSCIÊNCIA ................................................................................................................... 10
5.1. Definição de consciência segundo alguns autores. ............................................................. 10
5.1.1. A formação da consciência em Vygotski ....................................................................... 11
5.1.1.1.Consciência como função de origem social que regula o contacto com outros indivíduos .. 11
5.1.1.2. Consciência e sua relação com sentido e significado .................................................. 12
6. Conclusão ............................................................................................................................ 14
Bibliografia.................................................................................................................................. 15

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1. Introdução.
O objectivo deste trabalho é Conhecer os conceitos percepção e consciência, oriundos da
Neuropsicologia e avaliar como estes elementos influenciam no comportamento do ser
humanoe.
O principa factor motivador desta pesquisa sobre a percepção é o desenvolvimento dos
sentidos da criança, através de estímulos visuais, gustativos, olfativos e táteis, trabalhando a
atenção ligada a esses sentidos. Este trabalho trata prioritariamente das questões referentes às
percepções e consciência, e está fundamentada em teorias como a Teoria da Gestalt entre
outras.

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2. OBJECTIVOS
2.1.Geral
 Conhecer os conceitos percepção e consciência, oriundos da Neuropsicologia e avaliar
como estes elementos influenciam no comportamento do ser humano.
2.2.Específicos
 Explicar o papel da Percepção na construção de conhecimentos e estruturação as
informações recebidas;
 Conhecer os estados da consciência e os diferentes níveis que apresenta;
 Descrever os diferentes nívei da consciência.

3. Metodologia
3.1.Tipo de pesquisa.
3.1.1. Quanto a abordagem.
Quanto a abordagem deste trabalho, o método de pesquisa é do tipo qualitativo, porque “não
se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da
compreensão deumgruposocial,deumaorganização,etc.”Segundo MINAYO & SANCHES
(1993), a investigação qualitativa, trabalha com valores, crenças, representações, hábitos,
atitudes e opiniões.

3.1.2. Quanto aos objectivos.


Quanto aos objectivos trata-se de uma pesquisa explicativa porque preocupa-se em identificar
os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos (GIL,2007).
Ou seja, este tipo de pesquisa explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

3.1.3. Quanto aos procedimentos.


Quanto aos procedimentos trata se de uma pesquisa bibliográfica porque é feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e
electrónicos, com o livros, artigos científicos, páginas de website.

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4. PERCEPÇÃO E CONSCIÊNCIA
4.1.Definição percepção segundo alguns autores.
A percepção é o processo de organizar e interpretar os dados sensoriais recebidos para
desenvolver a consciência de si mesmo e do ambiente (DAVIDOFF , 1976/ 1983). Trata-se de
uma operação activa e complexa.

Percepção é o processo através do qual as pessoas processam as informações que afetam seus
sentimentos e ações e os de outras pessoas. (DUBRIN, 2003)

Percepção, definido por Lamb, Hair e McDaniel (2012) como o processo pelo qual
selecionamos, organizamos e interpretamos estímulos, traduzindo-os em uma imagem
significativa e coerente. “Na essência, a percepção é a forma como vemos o mundo ao nosso
redor e como reconhecemos que precisamos de ajuda na tomada de uma decisão de compra”
(LAMB; HAIR; MCDANIEL, 2012, p.99).

De acordo com Feldman (2015) os estímulos são tudo aquilo que provoca uma resposta ou
alguma reacção no organismo. Eles variam de tipo e intensidade. Existem vários estímulos
como: auditivos, visuais, tácteis, olfactivos, gustativos e esses são chamados de estímulos
sensoriais. As diversas sensações que sentimos são geradas por esses estímulos. O tipo e
intensidade de estímulo faz parte de um estudo, cujo nome é Psicofísica, esse estudo tem
como o objectivo analisar o estímulo físico e sua intensidade, e também foca na percepção do
conhecimento humano. Já a percepção é a interpretação dos estímulos, ou seja, é quando o
indivíduo sabe o que aquele estímulo quer mostrar e assim ele percebe que algo está
ocorrendo a sua volta. Para entendermos mais sobre a percepção, precisamos entender mais
sobre os estímulos, começando com os visuais.
A percepção do bebê é determinada primordialmente por processos sensoriais periférico,
enquanto que na criança mais velha e no adulto os processos nervosos centrais desempenham
o papel principal.” (Elkind, 1972, p. 131).
Para Piaget, a percepção não é uma actividade única, fazendo parte, sim, de processos
diversos como:
 A exploração,
 Reorganização,
 Esquematização,
 Transporte e
 Antecipação.

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4.1.1. PROCESSOS PERCEPTIVOS
Os processos perceptivos podem ser vistos como incorporados em uma espécie lógica. Então
podemos ter a seguinte classificação:
 Exploração Perceptiva – é a capacidade de explorar sistematicamente uma formação ou
figura, de modo a perceber todas as suas particularidades, por exemplo, o jogo dos erros.
 Esquematização Perceptiva – é a capacidade de organizar as partes e o todo de tal forma
que um e outro conservem suas características peculiares, mas sem perder sua
independência.
 Reorganização Perceptiva – é a capacidade de reorganizar mentalmente um modelo ou
formação, sem modificá-la fisicamente. Um exemplo é a figura/fundo citada acima.

4.1.2. Factores que influenciam o processo perceptivo


Alguns factores contribuem para a diferença da percepção e do processo perceptivo entre
pessoas no trabalho. Incluem características do perceptor, do percebido e da situação.

4.1.2.1.O perceptor
Experiências anteriores do indivíduo, necessidades, motivos, personalidade, valores e
atitudes podem influenciar no processo perceptivo. Uma pessoa que tenha uma grande
necessidade de realização tende a perceber uma situação em função dessa necessidade.

4.1.2.2.O percebido
As características da pessoa percebida, objecto ou acontecimento são importantes no processo
de percepção. Características essas como, contraste, intensidade, separação da figura com o
chão, tamanho, movimento e repetição ou novidade. A intensidade pode variar em termos de
brilho, cor, profundidade, som, etc. falar cochichando ou gritando contrasta da conversa em
tom normal. O conceito é conhecido como “separação entre figura e chão” e depende da
imagem que é percebida como figura e da que é percebida como fundo de cenário.
Em termos de tamanho, pessoas muito baixas ou muito altas costumam ser percebidas
diferentemente e com mais rapidez que as pessoas de altura média.

4.1.2.3.O ambiente
O contexto físico, social e organizacional do ambiente também pode influir no processo
perceptivo. Uma conversa com a chefia pode ser percebida diferentemente acontecendo na
área de recepção ou na sala dela com as portas fechadas.

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4.2. IDADE DE PRODUÇÃO DE PERCEPÇÃO
A partir dos seis até os nove meses de idade, a nitidez amadurece quase completamente
devido à maturação da rede cortical. Entre seus nove meses e o primeiro ano de vida, nota -se
que a criança observa rostos e tenta imitar expressões. Agora, encontra-se alerta para pessoas,
objectos e ambientes desconhecidos, sabendo diferenciar entre pessoas conhecidas e
desconhecidas. Nesse sentido, Pimenta e Caldas (2014, p. 184),
É nos primeiros anos de vida que surge a estrutura sistémica e semântica da consciência,
enquanto rede complexa de funções interligadas, permeadas por sentidos e significados
sociais. Surge, pela primeira vez, um sistema diferenciado de funções, cujo ponto central é a
percepção.
Os primeiros meses de vida são cruciais para o desenvolvimento do recém - nascido, pois é a
época de rápidas mudanças nas habilidades perceptivas, fato este que interessa muito aos
psicólogos que buscam compreender os processos de desenvolvimento. Ao nascer, o sistema
sensorial do bebé possui limitações devido às imaturidades nos sistemas sensoriais periféricos
ou, como no caso da percepção visual, a retina. Ao conectar-se com o mundo exterior, o
recém-nascido percebe-o de maneira muito simplista e rudimentar, incapaz de realizar
sínteses, interpretações ou abstracções (FELDMAN, 2015).

De acordo com Farroni e Menon (2008), a sensibilidade visual em primatas recém-nascidos é


baixa e se desenvolve gradualmente até os níveis adultos. A sensibilidade ao contraste e
nitidez se desenvolve por volta dos cinco ou seis anos de idade em humanos. Do nascimento
até a maturidade, o tamanho do olho aumenta em até três vezes, processo este que é concluído
até os três anos de idade. Um terço do crescimento do diâmetro ocular ocorre durante o
primeiro ano de vida do bebé.

4.2.1. Os tipos de percepção e sua influência no desenvolvimento de crianças e


idosos
Feldman (2015) sobre a percepção, apresenta os conceitos de processamento descendente e
ascendente. De acordo com o psicólogo, o processamento descendente é a percepção guiada
por conhecimentos, experiências, expectativas e motivações. Já o processamento ascendente
se baseia no reconhecimento e processamento de componentes individuais de um estímulo a
fim de construir a percepção do todo, ambos ocorrem de maneira simultânea, interagindo
entre si para complementar a percepção do indivíduo. A percepção de profundidade é a
capacidade de perceber o mundo em três dimensões e a distância entre o indivíduo e objectos.

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Outro detalhe que auxilia na percepção de distância é o gradiente de textura sobre o objeto.
Quanto mais distantes estão, menos nítidos eles se tornam (FELDMAN, 2015). Outra
perspectiva citada pelo autor é a perspectiva linear. Segundo ela quanto mais longe os
objectos estão, mais próximo um do outro parecem estar. Um exemplo deste fenómeno são
trilhos de trem, nos quais as laterais dos trilhos parecem se encostar umas nas outras.

4.3.ESTRUTURA DAS INFORMAÇÕES RECEBIDAS.


4.3.1. Actividades cognitivas
A percepção envolve várias actividades cognitivas. Exemplos: a atenção (uma enorme
quantidade de estímulos compete por atenção e apenas uma pequena porção deles é
seleccionada, sendo que, no início do processo perceptivo, decide-se para o que direccionar a
atenção).

4.3.2. Actividades cognitivas


A memória (armazenamento momentâneo dos dados que se apresentam, assim como
lembranças de experiências passadas), o processamento de informações (decisão sobre que
dados prestar atenção a seguir, comparação de situações passadas com a presente,
interpretações e avaliações), etc.

4.3.3. Actividades cognitivas


Deve-se ainda destacar que esses processos cognitivos são inter - relacionados e envolvem
outros aspectos como a consciência e a linguagem.

4.4.TIPOS DE PERCEPÇÃO
4.4.1. Percepção social
Uma interacção social começa quando uma pessoa percebe a outra. A percepção de pessoas
(percepção social) envolve julgamento ou juízo avaliativo. Essa avaliação que fazemos dos
outros é importante para ajudar a decidir como se comportar com as outras pessoas.

4.4.2. Percepção social


Assim, para efectuar essas avaliações, todos utilizam diversos indícios, como dados do
contexto, observações do comportamento verbal e não -verbal, informações provenientes de
experiências anteriores, entre outros.

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4.4.3. Percepção social
Além disso, deve-se destacar que o estado do percebedor é um factor determinante na
percepção social. Alguns aspectos como as expectativas, sentimentos e necessidades do
percebedor possuem forte influência na sua percepção, podendo torná-la menos exata.
4.4.4. Percepção social
As pessoas podem, por exemplo, estar mais sensíveis a determinados acontecimentos devido
ao seu estado emocional. Um outro elemento que pode ser citado é a questão do estereótipo,
que é a generalização de uma característica para toda uma categoria ou grupo de pessoas.
Dessa forma, existem várias fontes de erro na percepção social (PISANI et al., 1994).

4.5.Subjectividade
A percepção que as pessoas têm, por exemplo, dos encontros interpessoais é carregada de
subjectividade. Todos possuem uma estrutura de personalidade única e enxergam o mundo
por meio das suas “próprias lentes”. Geralmente, a tendência é a pessoa enfatizar aspectos da
realidade que são congruentes com as suas crenças, com a sua maneira de ver o mundo. Daí,
provavelmente, vem o ditado popular: a gente vê aquilo que quer ver.

5. CONSCIÊNCIA
5.1.Definição de consciência segundo alguns autores.
A consciência ou a tomada de consciência dos nossos actos e estados deve ser interpretada
como sistema de transmissores de uns reflexos a outros que funcionam correctamente em cada
momento consciente. Quanto maior seja o ajuste com que qualquer reflexo interno provoque
uma nova série em outros sistemas, mais capazes seremos de prestar-nos contas de nossas
sensações, comunicá-las aos demais e vivê-las (senti-las, fi xá-las nas palavras etc).
(Vygotski, 1924/1991, p. 3, tradução nossa).
A consciência em Vigotski (1924/2004) é um mecanismo que filtra o mundo, tornando
possível a actuação do sujeito. Ela filtra a realidade e a modifica. Dessa forma, a consciência
reflectiria a realidade, sobre a realidade e sobre si mesma. Além disso, há possibilidade de
mudanças na consciência, não percebidas pelo sujeito. Essa característica estaria relacionada à
ideia de o sujeito poder reflectir sobre a própria actividade e essa reflexão poder transformá-
la. A motivação para actuação no mundo dependeria da percepção do sujeito sobre si. O
carácter selectivo da consciência é assegurado por seus limiares, que têm a função de impedir
o caos (MOLON, 2003).

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A consciência aparece, pois, como um sistema de transmissores, um sistema que adquire a
qualidade de sensações secundárias. Existiriam, basicamente, reflexos internos e externos,
como duas categorias gerais de sistemas de reflexos: um reflexo interno pode tornar-se palavra
falada, e é neste tornar-se que actua o referido sistema. O sistema é regido por leis causais
desta estruturação em complexos, com diferentes tipos, de formas de interacção dentro dos
subsistemas e na totalidade dos sistemas (Vygotski, 1924-1934/1991).
Molon (2003), com base nas ideias de Vygotski, afirma que o pensamento não nasce de si
mesmo ou de outros pensamentos, mas das motivações que compõem nossa consciência,
interesses, afetos e necessidades.
A fala aparece como cadeias de perguntas e respostas, séries capazes de sofrer a influência de
outros sistemas reflexos; trata-se de um meio de comunicação diante do qual a ciência dos
reflexos sofre um impasse teórico e metodológico.
Pavlov, desenvolver uma concepção de linguagem como “segundo sistema de sinalização”,
como novo padrão de sinalização constituído de estímulos verbais, diferentemente da simples
sinalização sensorial (Pavlov, 2005)

5.1.1. A formação da consciência em Vygotski


Segundo Toassa (2006), a maior intimidade com os territórios da Língua, Literatura e
Semiologia possibilitou a Vygotski enxergar no caráter social da linguagem a origem das
interações que compõem a consciência humana. Abraçou a formulação de uma obra
materialista que não se recusasse a estudar a consciência, nem tampouco fosse capturada pelo
introspeccionismo. A proposta de Vygotski, segundo Riviére (1985, p.41), seria a de “evitar o
solipsismo das psicologias presentes em sua época apresentando uma nova visão de Homem
constituído socialmente”, ou ainda, “resultado de uma relação”.

5.1.1.1.Consciência como função de origem social que regula o contacto com outros
indivíduos
Ao considerarmos os seres humanos, encontramos a intenção, a afetividade, o pensamento e a
consciência. Em Vigotski (1924/2004), a consciência pode ser definida como um
entrelaçamento de sistemas reflexos. No entanto, a consciência não se confunde com reflexo,
do mesmo modo que não é um “mecanismo interno”. Segundo o autor, o significado da
palavra seria detentor das propriedades da consciência. Esses significados são convertidos em
sentidos pessoais, de acordo com as necessidades e emoções que motivaram o seu uso. Dessa
forma, o sentido é soma de todos os eventos psicológicos que a palavra desperta na
consciência. A palavra, como detentora de significado, ao mesmo tempo em que desperta
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eventos na consciência, é base para a sua formação. Nesse sentido, a consciência possui
origem social, já que os reflexos reversíveis originados da palavra servem de fundamento para
a comunicação social e para a coordenação coletiva do comportamento.

“Com isto abordamos um aspecto na natureza da palavra cujo significado ultrapassa os limites
do pensamento como tal e em toda a sua plenitude só pode ser estudado em composição com
uma questão mais genérica: a palavra e a consciência. Se a consciência, que sente e pensa,
dispõe de diferentes modos de representação da realidade, estes representam igualmente
diferentes tipos de consciência. Por isso, o pensamento e a linguagem são a chave para a
compreensão da natureza da consciência humana” (VIGOTSKI, 2000, p. 485).
De acordo com Vigotski (1924/2004), a atividade humana está relacionada com o conceito de
mediação, ou, ainda, não significa apenas uma reação ao meio, mas uma transformação
através de instrumentos. A utilização de instrumentos implica na constituição do signo, na
regulação da conduta e construção da consciência, a qual possui uma estrutura semiótica que
regula o contato com os outros indivíduos e consigo mesmo (RIVIÉRE, 1985).

5.1.1.2.Consciência e sua relação com sentido e significado


Retomando a ideia de Vigotski (1924/2004) sobre a importância da linguagem, ele aponta
que, mediante a palavra, surgem diversos significados, os quais são convertidos em sentidos
pessoais, de acordo com as necessidades e emoções que motivaram o seu uso. Dessa forma,
sentido é soma de todos os eventos psicológicos que a palavra desperta na consciência. A
ação e o pensamento são motivados, ou seja, são desencadeados por valores emocionais
estáveis, os quais, por sua vez, são configurados pela conexão entre processos psicológicos, as
relações exteriores e o organismo.
Dessa forma, a unidade de análise do comportamento humano que pode incluir todas as
manifestações psicológicas seria o signo. Barros et al. (2009) afirmam que existe uma
implicação do conceito de sentido à investigação psicológica ao poder contribuir para o
alargamento das possibilidades de estudos das interacções sociais e dos processos de
significação nelas inscritos.
Essa perspectiva trazida por Vygotski será útil como base para a formulação de uma
metodologia que possa ter acesso aos conteúdos da consciência, fundamentando, assim, uma
importante contribuição para a Psicologia no que diz respeito a uma perspectiva teórica que
traga em seu bojo uma proposta metodológica coerente com seu estudo. Para Vigotski
(1924/2004), a consciência se reflecte na palavra, a qual poderia ser considerada como um

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microcosmo daquela. Góes (2000) apresenta a análise micro genética, a partir dos estudos de
Vygotski, como uma forma de construção de dados que requer o recorte de episódios
interactivos, com ênfase nas relações intersubjectivas e um relato minucioso do processo.
Esse estudo denomina-se micro, porque está pautado em minúcias, e é genético ou
sociogenético, pois relaciona os eventos observados com outros planos da cultura, buscando
sua génese.

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6. Conclusão
Entender sobre estímulo e também sobre percepção nos dá a saber de aspectos extremamente
importantes relacionados ao desenvolvimento do ser humano. Os órgãos do sentido, portanto,
são basais no sentido da percepção, pelo homem, da realidade que o circunda. Tais sentidos
são extremamente importantes e influentes para o desenvolvimento do ser humano.
Compreender esses fenómenos, mostra-se vital a todos aqueles que estudam, pesquisam ou
que tenham interesse ao desenvolvimento do ser humano.
Os órgãos do sentido, responsáveis pelos estímulos e pela percepção dos seres humanos passa
por um desenvolvimento que perpassa a infância e vai até a velhice. Nesse processo, na
infância, os órgãos do sentido vão sendo aprimorados e, dessa maneira, as possibilidades de
percepção da criança vai sendo ampliado. Já na velhice vemos que os órgãos do sentido
mudam, podendo perder sua potencialidade e influenciado tanto a percepção como o
desenvolvimento do ser humano e sua relação com a realidade na qual estão inseridos. Em
ambos casos a percepção e o desenvolvimento dos órgãos do sentido também recebe a
influência do ambiente no qual crianças e idosos vivem.
Consideramos por fim que estudos teóricos como o que realizamos é basal para compreender
e aprimorar nosso saber sobre a percepção e desenvolvimento humano. Porém, também
analisamos que estudos de campo, sobre percepção, também são extremamente necessários e
podem colaborar, ainda mais, com os estudos sobre o tema. De tal forma, o presente texto é
também um convite para que outros estudiosos também possam empreender e desenvolver
outros tipos de estudo sobre o assunto.

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Bibliografia
MATOS, D. A. S. A percepção dos alunos do comportamento comunicativo do professor de
ciências. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney E. História da Psicologia Moderna . São
Paulo: Editora Cultrix, 1992, 5ª edição. SIMÕES, Edda A. Q.; TIEDEMANN, Klau s B.
Psicologia da Percepção . São Paulo: EPU, 1985. Temas básicos de psicologia; v. 10 p.
I, II ELKIND, David. Crianças e Adolescentes: Ensaios Interpretativos Sobre Jean Piaget
Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1972. Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa. Rio
de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986
DUBRIN, Andrew J. Fundamentos do Comportamento Organizacional. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003

MULLINS, Laurie J. Gestão da hospitalidade e comportamento organizacional. 4ed. Porto


Alegre: Bookman, 2004

SCHERMERHORN, Jr., John R.;HUNT,James G.;OSBORN, Richard N. Trad. Sara Rivka


Gedanke. Fundamentos de Comportamento Organizacional.2ed. Porto Alegre: Bookman,
1999.

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