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3) Projeto de Recuperação de Voçoroca

I - Das Considerações Iniciais

O empreendimento denominado “Condomínio


Residencial Sumaré II” será implantado no Município
de Sumaré, mais especificamente na Rua Augusta Diogo
Ayala, s/no, Bairro Bom Retiro e ofertará 20 blocos
de edifícios totalizando 320 unidades.

Sua área total é de 36.794,08 m2 e anteriormente


fora utilizada como local de plantio de culturas
agrícolas para fins de subsistência, destacando as
seguintes: milho, feijão e árvores frutíferas
(mangueiras, abacateiros, cajueiros, jabuticabeiras,
entre outras).

O entorno do empreendimento é composto por


várias chácaras residenciais, casas, comércios, sendo
que a mesma já está ofertada por equipamentos
públicos de infra-estrutura urbana, como energia
elétrica, rede de abastecimento de água, asfalto,
transporte público, etc.

O processo de erosão acentuado denominado


Voçoroca se encontra localizado pontualmente em Área
de Preservação Permanente – APP e é fruto de
incorreto manejo e uso de solo, provavelmente
ocasionado pelo pastoreio de animais no local ao
longo dos anos.
II - Da Caracterização Ambiental da Área

i. Do Meio Físico

Solo apresentando mediana fertilidade natural,


silto-argiloso, razoavelmente profundo e com boa
estruturação, apresentando exclusivamente em 01 ponto
da APP processo de erosão acentuado denominado como
Voçoroca.

Na face nordeste do empreendimento ocorre


córrego não denominado, que por sua vez gera Área de
Preservação Permanente de 30 metros conforme Lei
4.771/65, Art. 2º, letra “a”, 1.

A área de preservação permanente sofrerá


intervenção para implantação do projeto de
recuperação de voçoroca, construção de galerias de
águas pluviais e ligação de rede coletora de esgotos
a tronco coletor de esgotos (obra do PAC).

Exceto o ponto onde ocorre voçoroca, nos demais


locais não foram detectados processos erosivos
significativos na área em estudo.

ii. Do Meio Biótico

A área de preservação permanente incidente está


composta por Vegetação Secundária em Estágio Pioneiro
de Regeneração (capim braquiária, renque de
bananeiras e indivíduos de mamoneira), conforme
descrição instituída no parágrafo 4º do art. 2º da
Resolução CONAMA Nº 1 de 31 de Janeiro de 1994.
Cabe destacar que uma parte significativa do
local afetado por processo de erosão acentuado
(voçoroca) se encontra com solo desnudo de vegetação.

No entorno da voçoroca se apresenta capim


braquiária (Brachiaria decumbens) e Mamoneiras
(Ricinus communis) como vegetação espontânea e
preponderante.

Maiores detalhes podem ser observados no item


levantamento fotográfico e planta urbanística
ambiental anexa.

III - Das Intervenções e Recomendações


Necessárias

i. Supressão de Vegetação em APP

Será necessária autorização para intervenção em


aproximadamente 50 metros quadrados de vegetação
secundária em estágio pioneiro de regeneração para
implantação de Projeto de Recuperação de Voçoroca.

Tipo de Vegetação Característica da Obra Área Coordenada Foto


Intervinda UTM
2
Vegetação Secundária em Implantação de Projeto de 50 m 0275759 01, 02,
Estágio Pioneiro de Recuperação de Voçoroca 7471907 03 e 04
Regeneração

Para a perfeita recuperação do local onde

ocorreu processo de erosão acentuado, denominado como


Voçoroca, será necessária a implantação de algumas

medidas de caráter geotécnico e ambiental com vista a

estabilizar os taludes, sendo essas:

- Isolamento total da Área de Preservação

Permanente em questão, no intuito de evitar ateamento

de fogo e/ou intervenções que possam dificultar a

recuperação de vegetação e estabilização do solo;

- Construção de galeria de águas pluviais e

sistema de dissipação de energia. Essas obras

orientarão o caminho e diminuirão a energia das águas

pluviais que desembocam em APP;

- Concomitantemente as recomendações acima

apresentadas, efetuar a construção de paliçada junto

à voçoroca. A paliçada tem como função evitar o

carreamento de solo, através da diminuição da

velocidade da água no interior da erosão. Essas

estruturas podem ser construídas com pedras, madeira,

galhos e ramos de árvores, bambus, entre outros

materiais.

- Após a construção da paliçada, sugere-se que o

solo livre de materiais contaminantes seja compactado

de maneira manual, promovendo inclusive uma

suavização do talude de erosão, no intuito de

favorecer a estabilização do talude, reduzindo a ação

gravitacional das águas pluviais, além de facilitar o


plantio de vegetação protetora para o solo exposto.

Essa medida, assim como as outras anteriormente

apresentadas, devem ser implementadas no período de

estiagem de chuvas;

- Para alcançar resultados num curto prazo, é necessário o plantio de

vegetação de rápido estabelecimento, com boa cobertura e promotora de

estabilização de solo. Para tanto, recomenda-se, primeiramente, a introdução de

gramíneas. As espécies mais utilizadas para revegetação de taludes são

apresentadas abaixo:

Nome Popular Nome Científico

Grama Bermuda (Cynodon dactylon [L.] Pers)

Grama Forquilha (Paspalum notatum Fluegg, var. latiflorum)

Grama de Jardim (Stenotaphrum secundatum [Walther] Kuntz)

Capim Chorão (Eragrostis curvula [Schrad] Nees)

Capim Pangola (Digitaria decumbens Stent.)

Capim barba-de-bode (Aristida jubata [Arech] Herter

- No mesmo viés, recomenda-se a utilização de

algumas espécies de leguminosas que possuem a

capacidade de fixar nitrogênio no solo, além de

apresentar elevada produção de biomassa, favorecendo

a formação de litter e, conseqüentemente, a ciclagem


de nutrientes no solo. Destaca-se entre essas,

Schrankia spp, Mucuna Preta, Milheto, Aveia Preta;

- Enquanto não ocorrer a formação de vegetação

protetora de solo, sugere-se a colocação de material

vegetativo seco (capim seco, resíduos de jardinagem,

cavaco ou serragem, entre outros) no intuito de

mitigar o impacto da gota de chuva sobre o solo

exposto;

- Após a implantação das referidas medidas,

recomenda-se o monitoramento da estrutura geotécnica

(paliçada) e formação de vegetação protetora e

estabilizadora de solo;

- Assim que as medidas propostas apresentarem o

resultado esperado, pode se iniciar a execução do

projeto de recuperação de área de preservação

permanente com plantio de 736 mudas de espécies

arbóreas nativas, conforme item 2 “Projeto de

Revegetação/Restauração de Área Verde e Área de

Preservação Permanente – APP” acima apresentado.


IV – Do Levantamento Fotográfico

Foto 01: Foto mostrando Voçoroca junto a indivíduos de mamoneiras. A seta


(amarela) indica o local por onde passa córrego não denominado.

Foto 02: Foto mostrando outra vista da Voçoroca. Evidencia-se a necessidade


de feitura de paliçada no local.
Foto 03: Foto mostrando outra vista da Voçoroca. A seta (amarela) indica o
local por onde passa o córrego junto ao limite de divisa do Condomínio Sumaré II.

Foto 04: Foto mostrando córrego junto ao limite de divisa do Condomínio


Sumaré II. Nota-se a presença de cavalo no local afetado por processo de erosão
acentuado denominado Voçoroca.
V- Das Considerações Finais

Concluindo, trata-se de Projeto de Recuperação


de Voçoroca presente em Área de Preservação
Permanente – APP do Condomínio Residencial Sumaré II.

Para as intervenções em Área de Preservação


Permanente priorizou a escolha da melhor técnica e
opção locacional, minimizando assim os impactos
ambientais decorrentes da implantação das estruturas
de infra-estrutura pública.

Atendeu-se, portanto, os ditames do Decreto


Estadual nº 49.566 de 25 de Abril de 2005 e Resolução
CONAMA nº 369 de 28 de Março de 2006.

Não menos importante, destaca-se que as


intervenções supracitadas atuarão positivamente no
que tange as questões de uso e conservação do solo,
preservação da qualidade dos recursos hídricos
existentes, além de favorecer a implantação do
projeto de recuperação ambiental através do plantio
de mudas de espécies nativas.

Concluindo, consideram-se as intervenções em APP


para implantação desta obra como de baixo impacto
ambiental.

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