Professional Documents
Culture Documents
5 AULA Sistema Endócrino
5 AULA Sistema Endócrino
AULA 5
1
CONVERSA INICIAL
2
Figura 1 – Organização do sistema endócrino
Créditos: Designua/Shutterstock.
3
se difundem para o sangue no sangue. Contudo, as moléculas que atuam como
hormônios são secretadas não apenas por glândulas endócrinas clássicas, mas
também por células endócrinas isoladas (hormônios do sistema endócrino
difuso), por neurônios (neuro-hormônios) e, ocasionalmente, por células do
sistema imune (citocinas).
Os hormônios podem ser classificados de acordo com a sua origem, com
o tipo de receptor no órgão-alvo ou pela sua classe química, conforme tabela 1,
adaptada de Silverthorn, 2017.
4
adicional, ou seja, o hormônio (ou um de seus produtos) exerce um efeito de
feedback negativo para evitar a secreção excessiva do hormônio ou a
hiperatividade no tecido-alvo. Em alguns casos, ocorre um feedback positivo
quando a ação biológica do hormônio causa sua secreção adicional. Um
exemplo de feedback positivo é o aumento do hormônio ocitocina durante a
contração uterina que promove o parto natural. O aumento das contrações
estimula a liberação de mais ocitocina e esta, por sua vez, promove mais
contrações.
Os hormônios liberados na circulação podem circular em sua forma livre
ou estarem ligados a proteínas de ligação. O hormônio livre constitui a forma
ativa que se liga ao receptor hormonal específico. Sendo assim, a ligação de um
hormônio a sua proteína carreadora serve para regular a atividade hormonal,
estabelecendo a quantidade de hormônio livre para exercer uma ação biológica.
A remoção dos hormônios da circulação também é conhecida como taxa de
depuração metabólica e, normalmente, é feita por enzimas encontradas
principalmente no fígado e nos rins. Os metabólitos são então excretados pela
bile ou na urina. A taxa de degradação hormonal é indicada pela meia-vida do
hormônio na circulação, ou seja, o tempo necessário para reduzir a concentração
do hormônio pela metade. Portanto, a meia-vida é um indicador de quanto tempo
um hormônio fica ativo no corpo.
6
nascimento da criança. A ejeção de leite das mamas também é influenciada por
esse hormônio, pois os mamilos possuem receptores que são estimulados
durante o aleitamento, encaminhando a informação até centros nervosos e ao
hipotálamo, que secreta a ocitocina e esta promove a contração das células
musculares lisas nas mamas.
O hormônio antidiurético (ADH) também pode ser chamado de
vasopressina, pois promove a contração de vasos sanguíneos, aumentando a
pressão arterial em situações de perda do volume sanguíneo. Além disso, esse
hormônio possui propriedades antidiuréticas, pois diminui a perda de água na
urina, retendo líquido no corpo a fim de manter o volume sanguíneo e evitar a
desidratação.
Não existe conexão neural entre o hipotálamo e a adeno-hipófise,
entretanto existe uma conexão vascular importante entre essas suas duas
estruturas, que promove a recepção dos hormônios hipotalâmicos pela adeno-
hipófise, de forma a regular de modo eficiente e específico a liberação de
hormônios por essa porção da glândula hipófise. Os hormônios tróficos
produzidos pela adeno-hipófise são liberados na circulação sistêmica e
alcançam seus órgãos-alvo para produzir uma resposta fisiológica, bem como os
hormônios produzidos pelos órgãos-alvo afetam a função da adeno-hipófise e do
hipotálamo, mantendo um sistema integrado de controle da função endócrina por
retroalimentação. A tabela 2, adaptada de Guyton e Hall (2021), apresenta os
hormônios da adeno-hipófise e suas principais funções.
7
TEMA 3 – TIEROIDE E PARATIREOIDES
Créditos: Designua/Shutterstock.
8
hipotálamo, estimula a liberação do TSH (hormônio tireotrófico) pela adeno-
hipófise, que é transportado pela corrente sanguínea até a glândula tireoide,
estimulando a síntese e liberação dos hormônios T3 e T4. Quase toda a tiroxina
é eventualmente convertida em triiodotironina nos tecidos, estimulando a
absorção de carboidratos pelo intestino delgado e aumentando a liberação de
ácidos graxos dos adipócitos, o que ajuda a manter o metabolismo em uma taxa
elevada.
Para formar quantidades normais de tiroxina, é necessário que iodo seja
ingerido na forma de iodetos e, por esse motivo, o sal comum de cozinha é
suplementado com iodeto de sódio para prevenir a deficiência de iodo. O estado
clínico resultante da diminuição da função tireoidiana é denominado
hipotireoidismo, e os sintomas incluem aumento da sensibilidade ao frio e
tendência a ganhar peso, fadiga e alterações no apetite, função gastrintestinal e
neurológica. A função excessiva da tireoide caracteriza o hipertireoidismo, cujos
pacientes apresentam intolerância ao calor, perda de peso e aumento do apetite,
além de sinais envolvendo o sistema nervoso simpático, como ansiedade,
tremores e aumento da frequência cardíaca.
As glândulas paratireoides estão localizadas no pescoço, inseridas na
superfície posterior da glândula tireoide e produzem o paratormônio (PTH),
importante para a regulação dos níveis plasmáticos de Ca2+ e consequente
função normal das células, transmissão dos impulsos nervosos, contração
muscular, estrutura óssea, coagulação sanguínea e sinalização intracelular. Na
verdade, essa regulação depende das interações entre o PTH, a vitamina D e a
calcitonina produzida pela glândula tireoide (figura 4). O PTH é responsável pela
elevação dos níveis plasmáticos de cálcio por meio do aumento da reabsorção
renal desse íon, da mobilização do Ca2+ dos ossos e da absorção intestinal de
Ca2+ (indiretamente pela vitamina D). Ao mesmo tempo, o PTH aumenta a
secreção tubular de fosfato, fazendo com este seja eliminado na urina e não haja
a formação de cristais indesejados. A calcitonina, de forma contrária, inibe a
reabsorção óssea e aumenta a excreção renal de Ca2+.
9
Figura 4 – Metabolismo do cálcio
Créditos: Designua/Shutterstock.
10
produção e consumo de energia, como a musculatura, bem como o fígado e o
tecido adiposo.
A maior parte da glicose ingerida é independente da insulina e chega
rapidamente a tecidos, como o nervoso, para suprir suas necessidades
energéticas. Porém, a insulina produzida pelas células β do pâncreas
desempenha um papel importante no armazenamento do excesso de energia,
no caso, excesso de carboidratos, fazendo com que eles sejam armazenados
sob a forma de glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos. Quando
não há mais a possibilidade do armazenamento de glicose sob a forma de
glicogênio, a insulina converte seu excesso em gorduras que serão
armazenadas no tecido adiposo. A insulina também exerce um efeito importante
na formação das proteínas, promovendo a captação de aminoácidos pelas
células. Ao chegar nos tecidos, a glicose se desloca para o interior da célula por
meio de receptores da família GLUT e, no caso da musculatura esquelética e do
tecido adiposo, o mediador GLUT 4 é o principal transportador de glicose
responsivo a insulina
O glucagon possui efeito antagonista à insulina na homeostasia da glicose
sanguínea. Produzido pelas células α do pâncreas, sua liberação é inibida pela
hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue) e estimulada pela
hipoglicemia (níveis baixos de glicose no sangue). O fígado é o principal órgão-
alvo do glucagon e nele acontece a degradação do glicogênio em glicose,
aumentando a glicemia. Outros estímulos para a liberação do glucagon são
refeições ricas em aminoácidos e não em carboidratos, além das ações do
sistema nervoso parassimpático. No tecido adiposo, o glucagon estimula a
degradação dos triglicerídeos, e os ácidos graxos livres resultantes podem servir
como fonte de energia para o fígado e o músculo esquelético.
11
Figura 5 – Regulação dos níveis de glicose no sangue
Créditos: Designua/Shutterstock.
12
prolongando o período em que os nutrientes são assimilados pelo sangue, o que
evita o consumo imediato desses nutrientes.
Alterações nas secreções endócrinas do pâncreas, especialmente da
insulina, estão relacionadas a doenças de alta prevalência e atualmente
consideradas endêmicas, como o diabetes melito (DM), a obesidade e a
síndrome metabólica (SM). O diabetes melito tipo 1 é uma síndrome autoimune
causada pela ausência de secreção de insulina, enquanto o diabetes melito tipo
2 é causado pela diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito
metabólico da insulina (resistência à insulina). Nos dois casos, a glicemia se
eleva, o que provoca perda de glicose na urina, desidratação, lesão nos vasos
sanguíneos, o aumento da utilização dos lipídios e consequente acidose
metabólica, que pode levar ao coma e a morte.
Créditos: Designua/Shutterstock.
14
A medula adrenal secreta adrenalina e noradrenalina, hormônios que
também estão envolvidos na resposta ao perigo e ao estresse, juntamente ao
sistema nervoso simpático, visto que o hipotálamo produz uma descarga
simpática por ativação do neurônio pré-ganglionar que chega à medula adrenal
para a liberação da adrenalina, que promove, entre outras, as seguintes
adaptações: ativação geral do estado de vigília; lipólise e aumento da glicemia,
a fim de fornecer combustível para o músculo; sudorese, para possibilitar melhor
eliminação de calor diante do estresse; vasoconstrição cutânea, a fim de
redistribuir o fluxo sanguíneo para a musculatura.
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
15
inibidas ou estimuladas dependendo do hormônio hipotalâmico ou hipofisário
recebido, no mecanismo de retroalimentação ou feedback negativo, na maioria
das vezes. Todos os hormônios da hipófise foram listados, bem como a ação de
cada um deles no organismo.
Os hormônios tireoidianos, T3 e T4, foram relacionados ao controle do
metabolismo corporal, enquanto o equilíbrio na concentração plasmática de
cálcio é de responsabilidade da calcitonina e do paratormônio produzido pelas
paratireoides. Alterações na concentração dos hormônios da tireoide podem
trazer distúrbios conhecidos como hipertireoidismo e hipotireoidismo.
A concentração sanguínea de glicose é controlada pelos hormônios
insulina, glucagon e somatostatina, produzidos pelo pâncreas endócrino, e a
diminuição da produção de insulina ou a resistência a esse hormônio estão
relacionadas ao diabetes tipo 1 e tipo 2, respectivamente.
Por fim, aprendemos que as glândulas adrenais produzem hormônios
mineralocorticoides, glicocorticoides e androgênios, responsáveis,
principalmente, pela resposta ao estresse e equilíbrio nas concentrações de
água e sais, com consequente controle da pressão arterial.
16
REFERÊNCIAS
17