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Diagnóstico e Classificações Utilizadas em Psiquiatria e Saúde Mental
Diagnóstico e Classificações Utilizadas em Psiquiatria e Saúde Mental
Faculdade de Medicina
Processo Seletivo Simplificado para contratação de Professor Substituto
Edital Nº 01/2024
Área: Ciências da Saúde / Saúde Mental e Saúde Coletiva
DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÕES
UTILIZADAS EM PSIQUIATRIA E SAÚDE
MENTAL
Diamantina - 2024
NA AULA ANTERIOR
• Entrevista e anamnese em
Saúde Mental;
• Estrutura e conteúdo da
anamnese psiquiátrica;
• Itens de uma avaliação
psiquiátrica;
NA AULA ANTERIOR
GERAL ESPECIFICOS
DALGALARRONDO, 2019
DIAGNÓSTICO EM SAÚDE MENTAL
DALGALARRONDO, 2019
DIAGNÓSTICO - DEFINIÇÃO
2. O diagnóstico
1. O diagnóstico de um psicopatológico, com exceção 3. De modo geral, não existem
transtorno psiquiátrico é quase sinais ou sintomas
dos quadros psico-orgânicos,
sempre baseado específicos de determinado
não é baseado em
preponderantemente nos transtorno mental, ou seja, não
mecanismos etiológicos
dados clínicos há sintomas patognomônicos
supostos pelo avaliador.
DALGALARRONDO, 2019
CLASSIFICAÇÕES UTILIZADAS EM
PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL
PERCURSO HISTÓRICO DA
CATEGORIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL
Sex XIX, inicia-se uma nova forma de compreender e lidar com as doenças mentais.
Os delírios, alucinações, atos violentos deixam de ser o foco da atenção e busca-se
elaborar classificações de comportamentos e condutas da vida do sujeito.
Início do Sec XX surge a ideia de substituir uma classificação sintomática por uma
classificação etiológica das doenças mentais, pois somente com a determinação
das causas poderia ser elaborado um sistema classificatório de patologias e
terapêutica adequada.
Obter
Consenso Terapêuticas
informações Acadêmicas
terminológico
estatísticas
Classificação Estatística
Internacional de Doenças e É mais frequente na prática
Problemas Relacionados com a clínica nos Estados Unidos da
Saúde. América e em pesquisa. A
maioria dos outros países
Frequentemente designada pela utilizam o DSM.
sigla CID.
CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA
INTERNACIONAL DE DOENÇAS (CID 10)
OMS, 1993
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DOS
TRANSTORNOS MENTAIS
DSM 1
1950
• Baseado na necessidade de organizar sistemas diagnósticos, de modo
que houvesse uma padronização nas categorias de doenças, a Sociedade
Americana de Psiquiatria (APA) produziu o seu primeiro rascunho
1952
• DSM foi publicado
• Marcou o início da moderna classificação das doenças mentais
• 106 diagnósticos preliminarmente caracterizados como reações
psicopatológicas, sociais e fatores biológicos
• Contando com 130 páginas
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM I
1968
• Publicação do DSM II
• Listou 182 distúrbios
• Contando com 134 páginas
• Bastante similar ao DSM I, com a diferença de que o termo reação foi
abandonado.
1974
• Sétima edição do DSM II
• Não está mais listado homossexualidade como uma categoria de
desordem. O diagnóstico foi substituído com a categoria “distúrbio de
orientação sexual”.
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM II
1980
• Publicação do DSM III
• Listou 265 categorias diagnósticas
• Contando com 494 páginas
• A visão psicodinâmica ou psicofisiológica foi abandonada,
surgindo um modelo regulatório / legislativo
• Um novo sistema multiaxial tentou produzir um quadro
mais aberto a um censo populacional estatístico, em vez
de apenas um simples diagnóstico
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO DOS
TRANSTORNOS MENTAIS
DSM 1II-TR
1987
• Publicado uma nova versão do DSM III-TR
• As categorias foram renomeadas, reorganizadas e foram feitas
mudanças significativas nos critérios
• Seis categorias foram deletadas enquanto outros foram aderidas.
• “Distúrbios de orientação sexual” foi removido e foi incluído
sob a nomenclatura “transtorno sexual sem outra especificação”
• Listou 292 categorias diagnósticas
• Contando com 567 páginas
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM III
Ø Pesquisas demonstraram diferenças significativas entre os diagnósticos psiquiátricos dos Estados Unidos
e dos países europeus;
Ø Na década de 1970, a confusão de línguas na psiquiatria era enorme, foi quando a APA adotou os
critérios da medicina baseada em evidências, considerado como uma revolução científica;
Ø Estabelecia-se assim a divisão bem definida do que eram os problemas do cotidiano e o que era de fato
a doença mental. Agrupamento de sintomas e supressão de histórias de vida, das narrativas dos
pacientes, das causas psicológicas e sociais que possivelmente causaram sofrimento psíquico.
Ø Grupo de psiquiatras americanos, autodenominados neokraepelianos que, fundamentados nos novos
avanços científicos, apresentavam estudos populacionais, bancos de dados quantitativos, descobertas da
neurologia, anatomopatologia cerebral e da genética para constituir o DSM III.
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM III
1984
• Publicação do DSM IV
• Listou 297 desordens
• Contando com 886 páginas
• Foi a maior mudança de versões prévias com a inclusão de
critérios clínicos significativos para quase metade de todas as
categorias, cujos sintomas necessários causam "sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
ocupacional ou em outras áreas importantes do funcionamento”
• Alguns diagnósticos de transtorno de personalidade foram
excluídos ou movidos para o apêndice
MANUAL DIAGNÓSTICO E ESTATÍSTICO
DOS TRANSTORNOS MENTAIS
DSM IV-TR
2000
• Revisão de texto do DSM IV-TR
• Categorias diagnósticas e uma vasta maioria de critérios específicos para
diagnósticos permaneceram inalterados
• Seções de texto que fornecem informações extras sobre cada diagnóstico
foram atualizadas, assim como alguns dos códigos de diagnóstico
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM IV E IV-TR
2013
• Publicação do DSM 5
• Listou mais de 300 diagnósticos
• Contando com 947 páginas
• Organizado em três seções:
üI apresenta as orientações para o uso clínico e forense;
üII descreve os critérios e códigos diagnósticos dos transtornos;
üIII estão os instrumentos para avaliação dos sintomas, critérios
sobre a formulação cultural dos transtornos de personalidade e
descrição das condições clínicas para estudos posteriores.
DSM 5
2006 • Presidentes e membros de grupos de trabalho são nomeados e anunciados para constituição do DSM-5
2008
• Lançamento do DSM V
2013
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM 5
Ø Com o avanço das pesquisas em neurociência e a necessidade de otimização dos critérios diagnósticos, o DSM-5
traz importantes mudanças no modo de classificar, catalogar e diagnosticar as doenças mentais em relação às
versões anteriores;
Ø Mudança do sistema de classificação multiaxial para dimensional, a fim de melhor abordar os sintomas como um
continuum de intensidade, e a elaboração de critérios com maior especificidade para reduzir os diagnósticos sem
outra especificação;
Ø Na avaliação de especialistas, a abordagem dimensional de alguns transtornos mentais e o reconhecimento de que
os limites entre eles são mais permeáveis do que se percebia anteriormente representam avanços importantes;
Ø Embora alguns transtornos possam exibir limites bem-definidos, demarcando grupos de sintomas, a evidência
científica recente já demonstrava que vários deles faziam parte de um espectro e apresentavam sintomas, fatores de
risco ambientais e genéticos e possivelmente substratos neuronais compartilhados.
EXEMPLO DA MUDANÇA DE
CLASSIFIC AÇÃO MULTIAXIAL PARA
DIMENSIONAL
Eliminado como um
Síndrome de Asperger
transtorno separado
Fundido em transtornos
do espectro autista
Classificarão a gravidade
da apresentação do
TEA
Graduação variada em
grave, moderada ou leve
COMENTÁRIOS SOBRE O DSM 5
Ø Os capítulos foram organizados de modo que consideraram mais o ciclo de vida, em relação às edições anteriores,
ou seja, no início do Manual estão os quadros clínicos que se manifestam nas primeiras fases do desenvolvimento,
como os transtornos de desenvolvimento; na parte central, estão os transtornos que geralmente aparecem na
adolescência e na vida adulta, como os transtornos de ansiedade, depressão ou do espectro da esquizofrenia; no
final, estão os transtornos neurocognitivos, relacionados à velhice.;
Ø Traz uma lista de questões sociais que passam a ser consideradas como patologia, como por exemplo: problemas de
relacionamento, negligência ou abuso parental, situações de falta de domicílio, exposição a desastres, exposição a
terrorismo, não aderência a tratamento médico, entre outros.
PRINCIPAIS MUDANÇAS DO DSM IV
PARA O DSM 5 (FUSÃO)
Transtorno de Pânico e
Agorofobia foram separados
Os pacientes com Transtorno como diagnósticos
Bipolar tipo 2 também não são
independentes, reconhecendo a
mais considerados portadores
existência de casos em que a
de uma condição mais leve que
Agorofobia ocorre sem a
os do tipo 1. presença de sintomas de
pânico.
v Validade e confiabilidade
v Sintomas superficiais
v Linhas divisórias
v Viés cultural
v Medicalização e conflitos de interesse
v Políticas controversas
v Rotular indivíduos causando estigmas sociais ou discriminação
DSM COMPARADO