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Profª Elaine Texto de biologia 1 3 º ano /3ºb

DNA: A molécula da vida


DNA é a sigla (em Inglês) para o nome Ácido desoxirribonucléico. As unidades que se associam para formar uma
cadeia de DNA são chamadas de nucleotídeos. Um nucleotídeo é formado por um açúcar (chamado desoxirribose),
uma das quatro bases nitrogenadas (adenina - A, timina - T, citosina - C ou guanina - G) e por grupamentos fosfatos
(átomo de fósforo associado a três de oxigênio).
O DNA guarda toda a informação genética de um indivíduo. Ele é uma molécula enorme, que fica situada dentro do
núcleo da célula, muitas vezes condensada nos cromossomos, sem comunicação direta com o restante da célula e
sem comunicação com os meios extracelulares no corpo (ex: sangue, interior do estômago, etc). Até um gene
expressar uma determinada característica, existem dois processos acontecendo: a transcrição e a tradução . A
transcrição é um processo que transforma pedaços do DNA (genes) em pedaços de um outro tipo de ácido
nucléico, o RNA . O RNA é um ácido nucléico muito mais “versátil” dentro da célula, porque ele é bem menor que o
DNA e consegue sair do núcleo, carregando a informação genética que ela contém. Quando esse RNA sai do núcleo
da célula para sua outra parte, o citoplasma, ele pode ser traduzido em moléculas que, no final das contas, vão ser
as responsáveis pela manifestação das nossas características. Essas são as proteínas.
Transcrição - O RNA é formado por nucleotídeos que, em vez de desoxirribose (como no DNA), apresentam outro
açúcar, a ribose. Outra diferença está nas bases nitrogenadas: em vez de ATCG, no RNA temos AUCG. Estas
pequenas diferenças fazem com que a estrutura das duas moléculas seja diferente: enquanto o DNA é dupla-fita, o
RNA é uma fita simples.
As diferenças na estrutura das moléculas de DNA e RNA acabam significando diferenças na função das duas
moléculas. Enquanto o DNA armazena, de maneira estável, as informações genéticas dos indivíduos, o RNA
possibilita que essa informação seja expressa nas características que compõem o indivíduo.
Tradução - A replicação e a transcrição são processos que acontecem a partir da leitura de um molde (uma fita de
DNA) e adição de nucleotídeos com bases complementares para formar a molécula nova. A sequência de RNAm é
lida para originar as proteínas de três em três bases. Nos outros dois processos, temos uma base complementar à
base original sendo acrescentada na molécula nova. É preciso uma sequência de 3 bases nitrogenadas para originar
a adição de 1 único aminoácido. Essa sequência de 3 bases é chamada de códon, e pode ser composta por
quaisquer das 4 bases, em diferentes posições.
A sequência de 3 bases nitrogenadas de um RNAm (códons) são traduzidas em aminoácidos que, por interações

químicas entre eles formam uma cadeia chamada proteína. A primeira linha é a fita de DNA que dá origem ao
RNAm (segunda fita) através da transcrição. Na última linha, você vê letras minúsculas que são as siglas dos
aminoácidos codificados pelos códons.
Biotecnologia
O que é Biotecnologia?
É qualquer técnica que utiliza organismos vivos ou substâncias desses organismos para produzir ou modificar um
produto, melhoramento de plantas ou animais, ou desenvolvimento de microrganismos para uso específico.

É o uso de métodos científicos com organismos para produzir novos


produtos ou novas formas de organismo.

Áreas da Biotecnologia:
 Biotecnologia orgânica – utiliza organismos intactos; não altera o material genético.
 Biotecnologia molecular – altera o material genético com vistas a atingir objetivos específicos.
Ex: Organismos transgênicos (um organismo com material genético alterado artificialmente).

Quais são os benefícios da Biotecnologia?


 Medicina (Humana, Veterinária, Biofármacos)
 Ambiente
 Agricultura
 Produtos alimentícios
 Indústria e manufaturados.

Etapas de desenvolvimento da Biotecnologia.


 Biotecnologia antiga – Pré-história: relacionada à alimentação e abrigo; inclui a domesticação.
 Biotecnologia clássica – estabeleceu-se com base na biotecnologia antiga; um exemplo é a fermentação
que promoveu a produção de alimentos (pão, cerveja e vinho), e medicina (remédios).
Métodos da biotecnologia clássica:
o Método de Cruzamento de plantas ou animais; exemplo: melhoria de plantas ou de animais através do
cruzamento de indivíduos desejados;
Pode ocorrer por:
Cruzamento de linhagem: cruzamentos sucessivos entre gerações de plantas de mesma linhagem.
Cruzamento cruzado: cruzamento de plantas de diferentes variedade ou espécies.
Hibridização: cruzamento de indivíduos de duas variedades diferentes.
o Seleção de plantas e de animais.

 Biotecnologia moderna – manipula a informação genética nos organismos (engenharia genética).

O que é Engenharia Genética?


Com o avanço da biotecnologia, surgiram importantes
técnicas de engenharia genética que possibilitaram a
modificação (manipulação) de materiais genéticos.

A engenharia genética, então, consiste na manipulação direta dos genes de um organismo, geralmente através de
técnicas artificiais. Essas técnicas têm como objetivo melhorar ou criar produtos e organismos, procurando
sempre um melhoramento genético.
A descoberta de algumas enzimas (a enzima de restrição e a enzima DNA-ligase) foi essencial para que os
trabalhos em engenharia genética pudessem acontecer.
 Enzimas de Restrição:
São enzimas responsáveis por cortar o DNA em determinados pontos. A enzima é capaz de reconhecer uma
sequência específica de nucleotídeos e faz o corte da molécula naquele ponto específico.
Esquema de como a enzima de restrição EcoR1 atua, cortando o DNA circular entre as bases nitrogenadas A e G.

 Enzima DNA Ligase


São enzimas que unem os fragmentos de DNA, com objetivo de produzir moléculas recombinantes.

Esquema de como a enzima DNA ligase atua conectando segmentos de DNA.

Quando se liga um trecho de uma molécula de DNA em outra molécula, temos um DNA Recombinante.
A partir das enzimas de restrição, é possível cortar pedaços de uma molécula de DNA e, com a DNA ligase, uni-los
a uma outra molécula. Com isto, é possível manipular geneticamente os organismos, criando os organismos
geneticamente modificados (OGMs), também conhecidos como transgênicos.

A clonagem é uma outra técnica de manipulação gênica utilizada pela engenharia genética.

Mapa mental
O que é Clonagem?
Clonagem é uma forma de reprodução assexuada que visa produzir seres com características físicas e biológicas
idênticas, perpetuando características genéticas.
A palavra "clonagem" vem do grego klon, que significa "broto de um vegetal".
A clonagem pode acontecer de forma natural (vegetais, protozoários e fungos) ou induzida. Esta última pode ser
realizada em 3 passos:
1. Retira-se o núcleo de uma célula somática do organismo que se deseja clonar (por exemplo. uma ovelha) e
transfere-se esse núcleo, que contém toda a informação genética do organismo, para um óvulo do qual foi
removido o núcleo original;
2. O óvulo é submetido à ação de determinadas substâncias químicas ou a choques elétricos que estimulam o
processo de divisão, iniciando assim o processo de desenvolvimento embrionário;
3. O embrião é implantado no útero de uma outra ovelha, que dará seguimento à gestação. O ser obtido será um
clone e terá as mesmas características genéticas do doador da célula clonada.
O primeiro animal a ser clonado foi uma rã, em 1952. Em 1997, Ian Wilmut, no Instituto Roslin da Escócia, clonou o
primeiro mamífero: a ovelha Dolly.
Em 1998, James Rohl e Steven Stice clonaram dois bezerros usando células fetais contendo um gene humano. Em
1999, através de uma nova técnica de produção artificial de gêmeos, nasce Tetra, a única sobrevivente de uma
gestação de quatro clones de macaco.
 Clonagem Humana.
Nos humanos, os gêmeos univitelinos (ou gêmeos
idênticos) são clones naturais, ou seja, compartilham o
mesmo DNA, embora haja autores que discordam
dessa definição.
Os gêmeos univitelinos (clones naturais) possuem
genoma idêntico e aparência física semelhante,embora
a estrutura e a conexão nervosa do cérebro, a
estrutura dos sistemas imunitários, a personalidade
psíquica e a influência psicológica do meio (diferenças
ambientais) os diferenciam; além disso, também não
têm as mesmas características como: massa muscular
e aptidão.
Apesar do genoma estar no núcleo, outro aspecto que
os diferencia, são as mitocôndrias que também
possuem seu próprio genoma, no qual é herdada
exclusivamente da mãe. Sendo assim, um clone não
será exatamente igual a sua matriz, pois terá parte do
seu genoma mitocondrial diferente.
 Clonagem Humana Reprodutiva.
A clonagem humana reprodutiva é uma técnica que permite criar um ser humano geneticamente idêntico a
um indivíduo já existente.
 Clonagem Terapêutica.
A clonagem terapêutica teria a vantagem de evitar rejeição se o doador fosse a própria pessoa. Seria o caso, por
exemplo, de reconstituir a medula em alguém que se tornou paraplégico após um acidente ou para substituir o
tecido cardíaco em uma pessoa que sofreu um infarto.

Entretanto, esta técnica tem suas limitações. O doador não poderia ser a própria pessoa quando se tratasse de
alguém afetado por doença genética, pois a mutação patogênica causadora da doença estaria presente em todas
as células. No caso de usar-se linhagens de células-tronco embrionárias de outra pessoa, outra técnica que
estudaremos, ter-se-ia também o problema da compatibilidade entre o doador e o receptor.
A técnica de clonagem terapêutica para obtenção de células-tronco.
Se em vez de inserirmos em um útero o óvulo cujo núcleo foi substituído por um de uma célula somática
deixamos que ele se divida no laboratório teremos a possibilidade de usar estas células - que na fase de
blastocistosão pluripotentes - para fabricar diferentes tecidos. Isto abrirá perspectivas fantásticas para futuros
tratamentos, porque hoje só se consegue cultivar em laboratório células com as mesmas características do tecido
do qual foram retiradas. É importante que as pessoas entendam que, na clonagem para fins terapêuticos, serão
gerados só tecidos, em laboratório, sem implantação no útero. Não se trata de clonar um feto até alguns meses
dentro do útero para depois lhe retirar os órgãos como alguns acreditam. Também não há porque chamar esse
óvulo de embrião após a transferência de núcleo porque ele nunca terá esse destino.
 Clonagem de DNA
Clonar um DNA significa produzir inúmeras cópias idênticas de um mesmo trecho da molécula de DNA.

O que é Transgênico?
Com o avanço da tecnologia, o homem desenvolveu a incrível capacidade de fazer modificações nos organismos
vivos para que eles adquiram características vantajosas para nós. Esses organismos são chamados de organismos
geneticamente modificados (OGM). O desenvolvimento dos organismos geneticamente modificados foi possível
graças à Engenharia Genética. Ao desenvolver um OGM, os cientistas conseguem realizar mudanças no material
genético desse organismo que nunca aconteceriam naturalmente. Pela recombinação genética, é possível utilizar
material genético da mesma espécie e até mesmo de espécies diferentes.
O resultado da recombinação genética é um indivíduo geneticamente igual ao utilizado para receber a molécula
de DNA recombinante, porém acrescido de uma nova característica genética, proveniente de outro, que não é da
mesma espécie. Esse indivíduo é chamado transgênico.
Atenção! Transgênicos não são sinônimos de organismos geneticamente modificados. Por exemplo, um diabético
que recebe genes humanos para produção de insulina como forma de tratamento passa a ser um organismo
geneticamente modificado, mas não um transgênico. A transgenia é a técnica de introduzir o DNA de uma espécie
no DNA de outra. Usando o exemplo dos genes humanos para produção de insulina, uma bactéria que recebesse
esses genes e começasse a sintetizar insulina humana seria um exemplo de organismo transgênico.
Inserção de um gene de interesse de uma espécie no plasmídeo de uma bactéria.

As primeiras plantas transgênicas foram utilizadas na China no início da década de 1990. Nos Estados Unidos, a
primeira aprovação de uso comercial de uma planta transgênica ocorreu em 1994. A tecnologia do DNA
recombinante tornou possível romper as barreiras de cruzamento entre espécies.

Uso da Tecnologia do DNA recombinante e os transgênicos.


Etapas de transferência de genes em bactéria:
1. extração do DNA do doador;
2. corte do DNA em fragmentos (uso da enzima de restrição ou endonuclease);
3. fragmentos de DNA de qualidade;
4. recombinação dos fragmentos DNA;
5. transferência de plasmídios com DNA ligado (uso enzima ligase);
6. crescimento de células transformada.
Muitas pessoas confundem estes dois termos: transgene e transgênico, e consideram sinônimos. Mas, mesmo
estando relacionados, ambos possuem significados distintos.
Transgene se refere ao material genético extraído de determinado ser vivo e que é introduzido em
outro.
Transgênico, por sua vez, se refere ao organismo que foi geneticamente modificado.
Riscos e benefícios dos Organismos Geneticamente Modificados.
Os OGMs são alvos frequentes de críticas, principalmente no que diz respeito aos alimentos transgênicos. Além de
não se conhecer os reais efeitos desses alimentos para o nosso organismo a médio e longo prazo, o cultivo dessas
plantas poderia levar ao surgimento de novas pragas, desaparecimento de plantas menos adaptadas que as
modificadas, perda de biodiversidade, entre outros danos ambientais. Apesar dos danos esperados por alguns
cientistas, as plantas transgênicas também podem trazer alguns benefícios. Entre as vantagens, podemos destacar
o aumento de produtividade, diminuição do uso de agrotóxicos, aumento do valor nutricional de alguns alimentos
e a tolerância das plantas às condições ruins do meio ambiente.
Confira quais são os principais prós e contras dos alimentos transgênicos:
Vantagens:
 Podem evitar ou prevenir o risco de pragas e doenças nas plantações;
 Aumento da produtividade e rendimentos das colheitas;
 Podem ser mais resistentes aos agrotóxicos;
 Produção de alimentos enriquecidos com mais proteínas e vitaminas específicas;
 Retirar características que podem ser nocivas para as pessoas (por exemplo: retirar a lactose presente no leite,
para as pessoas que são alérgicas a este componente).
Desvantagens:
 Desencadeamento de novos tipos de alergias, devido as diferentes proteínas criadas a partir da manipulação
genética;
 Podem criar efeitos inesperados no produto, ou seja, os efeitos podem ser imprevisíveis;
 Podem ser produzidas substâncias tóxicas, quando há uma perda no controle da manipulação dos transgênicos;
 As alterações genéticas podem provocar sérios desequilíbrios ecológicos, afetando a cadeia alimentar de
determinado ecossistema;
 Diminuição da biodiversidade.
Hoje em dia é relativamente comum a produção e a comercialização de plantas transgênicas, como a soja, o milho,
o algodão e o arroz. Os produtos derivados desse tipo de planta possuem em seu rótulo um símbolo indicando a
transgenia, que consiste em um triângulo amarelo com um T maiúsculo em seu interior.
Além das plantas transgênicas, que são os organismos modificados mais citados na mídia, não podemos nos
esquecer de outros importantes OGMs e de seus benefícios, como é o caso das bactérias produtoras de insulina, um
hormônio originalmente produzido pelo pâncreas. Essas bactérias garantem que a insulina seja obtida de maneira
mais rápida e eficiente, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes com diabetes. Outro exemplo de OGM
benéfico é o Aedes aegypti transgênico, que contém um gene que impede o desenvolvimento de seus
descendentes e que causa a morte deles assim que chegam à fase adulta. O desenvolvimento desse organismo pode
ser uma arma importante na luta contra a dengue.

Sugestão de vídeo – tradução e transcrição


https://www.youtube.com/watch?v=VI8KlsKzV0s - DNA: Replicação, Transcrição e Tradução.
https://www.youtube.com/watch?v=lZStH_Be1mw
https://www.youtube.com/watch?v=dRBgmZ8Iozc - Replicação do DNA
https://www.youtube.com/watch?v=TNKWgcFPHqw - Replicação do DNA

Sugestão de vídeo – clonagem


https://www.youtube.com/watch?v=N8oWZHsBsRg
https://www.youtube.com/watch?v=weQsXwXnxdY
https://www.youtube.com/watch?v=EDF_T0t7gN0
https://www.youtube.com/watch?v=nU2xhINuDZA
Sugestão de vídeos - transgênicos
https://www.youtube.com/watch?v=tNlGUrZehxA
https://www.youtube.com/watch?v=shJYZDzf4bg
https://www.youtube.com/watch?v=bR4ceYOu81o
https://www.youtube.com/watch?v=mojvNPBof4s - Como são regulamentados os OGM/Problemas éticos e as vantagens
Sugestão de vídeo – terapia gênica
https://www.youtube.com/watch?v=3PnUTV27RE8 - Introdução à terapia gênica

Sugestão de filme para reflexão sobre os temas abordados.


Gattaca – 1997 • EUA • 106 min
https://baurutv.com/2016/11/14/gattaca-1997-%e2%80%a2-eua-%e2%80%a2-106-min/
A Ilha - 2005. EUA
O Teste de Paternidade ou Teste de DNA ou Impressão Digital Genética ou
DNA figerprint

A história de cada um de nós começa com a fusão de dois


gametas, o óvulo materno e o espermatozóide paterno,
que irão reunir em uma nova célula suas informações
genéticas, criando um indivíduo com características
próprias.
Esta é a primeira célula formada
após a fecundação...

...e após a primeira divisão celular, estas são as duas células


resultantes.

No núcleo desta primeira


célula, está o DNA ( ácido
desoxirribonucleico). Esta
molécula, que herdamos de
nossos pais, é tão grande que
se encontra enrolada e
compactada no interior do
núcleo, na forma
denominada cromossomo.
Nossa espécie possui 23 pares
de cromossomos.

Nos cromossomos está


gravada a nossa identidade,
que pode ser lida através das
sequências de bases do DNA,
como um código, o código
genético.

Quando a primeira célula iniciar seu processo de divisão celular, a informação contida no código genético,
herdada de cada um nossos pais, será transmitida para todas as novas células formadas. Isto significa que o
DNA que existe no núcleo de cada uma dessas novas células é sempre igual.
O código genético está contido em regiões denominadas genes, responsáveis por determinar as
características de cada indivíduo. Além do código genético, o DNA possui, também, regiões que não são
responsáveis pelo desenvolvimento de características, estas regiões que aparentemente sem
função, são denominadas de DNA silencioso.
Estas regiões estão presentes ao longo de toda a molécula de DNA. Na verdade, existem em maior número
que as regiões gênicas e, curiosamente, apresentam sequências polimórficas, isto é, que apresentam
diferenças, variando de um indivíduo para outro. O conjunto destas regiões polimórficas nos faz únicos,
funcionando como impressões digitais do DNA e, portanto, servem para nos identificar e identificar nossa
origem, tanto materna como paterna, uma vez que são herdadas e transmitidas de pais para filhos, da
mesma forma que os genes.
A partir desta descoberta, foram criados os testes de investigação de paternidade. Através do estudo das
regiões polimórficas do DNA de um filho e da comparação destas com as mesmas regiões de um suposto
pai, é possível afirmar se a criança herdou daquele suposto pai seu DNA.

Regiões polimórficas maternas


(azuis) e paternas (amarelas)
são transmitidas para os filhos
F1 e F3 de sua prole.
F2 recebeu as regiões azuis da
mesma mãe que F1 e F3
porém, seu DNA paterno foi
herdado de outro indivíduo
(vermelho) que não é o pai de
F1 e F3.
F4 seria um filho adotivo,
tanto seu DNA materno
quanto o paterno são
diferentes de Mãe e Pai.

Este mesmo método nos


permite determinar todos os
possíveis filhos de um casal,
como mostrado na figura ao
lado:
E mesmo na ausência do suposto pai, podemos
determinar a herança de um indivíduo a partir do
DNA de seus ancestrais e/ou colaterais, examinando
o DNA dos filhos legítimos dos pais ou dos irmãos
desse suposto pai ausente.

Para possibilitar o estudo destas regiões o DNA é quebrado em pequenos fragmentos, chamados alelos, e
examinado em soluções gelatinosas, onde a avaliação é feita a partir da identificação do tamanho dos
alelos gerados, maternos e paternos:

O resultado de uma eletroforese (ao lado)


mostra, na primeira raia F1, a Mãe na 2 a raia, na
3a raia, F2, na 4a raia F3, na 5araia, o suposto pai,
e na 6a raia F4. Observamos que o primeiro
alelo de F1 é coincidente com o primeiro alelo
de Mãe (a primeira linha preta de F1 no gel
acima) - esse é, portanto, denominado alelo
materno.
Seu 2o alelo, que por exclusão é seu alelo
paterno, é coincidente com o 2o alelo paterno
de suposto pai, na raia 5. Em F2 o 1 oalelo é o
paterno, comigrando com o 1o alelo de suposto
pai e seu 2o alelo, o materno, comigra com o
2o alelo de Mãe. Então F2 é filho desse suposto
pai.
Pelo mesmo critério podemos dizer que
também F3 e F4 possuem alelos paternos
compatíveis com suposto pai. Isto configura
uma inclusão de paternidade, ou seja, o
indivíduo em investigação, não pode ser
excluído como pai de F1, F2, F3 e F4.
Na eletroforese à direita, podemos observar que o
2o alelo do filho (F) comigra com o 2 o alelo de mãe; esse
é, portanto, seu alelo materno.
Por consequência, seu 1o alelo é seu alelo paterno e não
comigra com nenhum dos alelos do suposto pai em
exame. Neste caso, podemos configurar uma exclusão de
paternidade, ou seja, o indivíduo em investigação está
excluído como pai de F.

Desta mesma maneira, podemos através das regiões polimórficas do DNA, identificar pessoas, restos
mortais, descobrir material genético de um suspeito em um determinado local e muito mais. Podemos
estudar a evolução e as migrações populacionais, identificar as origens de um povo e até identificar a
origem do homem.

O DNA conta a nossa história.


O teste de paternidade pode ser feito através da comparação do DNA encontrado no sangue, saliva ou fio
de cabelo da mãe, do pai e do filho. O resultado do teste de paternidade é 99,99% correto e sai entre 6 e
20 dias dependendo do tipo de teste e do laboratório onde ele será realizado.
Com exceção dos clones, todos os seres possuem diferenças em seu DNA, e estas diferenças aparecem.

A eletroforese é a técnica aplicada para a identificação dos fragmentos de DNA.

Resumo de como funciona a eletroforese.


A eletroforese em gel é uma técnica usada para visualizar os fragmentos de DNA (exame direto). Por exemplo, os
pesquisadores podem analisar os resultados da PCR examinando os fragmentos de DNA que ela produz na reação
em um gel. A eletroforese em gel separa os fragmentos de DNA com base em seu tamanho, em seguida os
fragmentos são pigmentados com um corante que possibilita a visualização pelo pesquisador.
Os fragmentos de DNA migram pelo gel do eletrodo negativo para o positivo. Depois de corrido o gel, os
fragmentos são separados por tamanho, com os menores mais perto da parte inferior (eletrodo positivo) e os
maiores perto do topo (eletrodo negativo).
O sequenciamento de DNA
O sequenciamento de DNA consiste em determinar a sequência das bases dos nucleotídeos (Adeninas - A, Timinas -
T, Citosinas - C e Guaninas - G) na molécula de DNA. Em alguns casos, apenas um fragmento de DNA é sequenciado
por vez, enquanto em outros casos muitos fragmentos de DNA (como um genoma inteiro) podem ser sequenciados
conjuntamente.

A importância do Mapeamento Genético


Realizar o mapeamento genético, na raiz técnica do nome, possibilita entender o surgimento de doenças de origem
genética. Também impacta em diferentes frentes de pesquisa, como a que investiga a hereditariedade, ou seja, a
transmissão dos genes dos pais para os filhos.
Além disso, permite o desenvolvimento de novos métodos genéticos para diagnóstico, cujo objetivo é a identificação
de patologias para tomadas de decisão quanto à conduta clínica a se seguir. Um exemplo é o teste do pezinho (para
recém-nascidos), que tem em sua lista a identificação de pelo menos 6 doenças genéticas, entre elas a anemia
falciforme e o hipotiroidismo congênito. Identificada qualquer anormalidade nessa fase, é muito mais provável que o
tratamento correto se resulte eficaz.
Está muito comum também ouvir sobre o teste genético (usando PCR) para a COVID-19. A PCR é uma técnica
laboratorial de genética molecular usada para identificar partes de qualquer material genético. Nesse caso, usa-se a
técnica para verificar a presença do coronavírus na amostra coletada do paciente. Se for detectado o material
genético do vírus, isso quer dizer que a pessoa está infectada e passível de transmiti-lo aos outros. Assim fica mais
seguro direcionar esse indivíduo à quarentena e que siga as recomendações médicas determinadas.
Mas não é só isso: os testes genéticos desenvolvidos atualmente auxiliam profissionais de saúde a identificar
carências do organismo, sensibilidades alimentares, propensão a doenças e até a determinados comportamentos…
Logo, tornou-se um importante instrumento para elaboração de procedimentos clínicos.

Projeto Genoma Humano


O genoma é o conjunto de genes que caracteriza uma determinada espécie.
O projeto genoma humano trata do mapeamento dos genes dos seres humanos, buscou a compreensão sobre
quais informações estão contidas no DNA humano. Dentre os mais de 100 trilhões de células que compõem
nosso organismo, cada uma delas carrega 46 cromossomos, 23 vindos do nosso pai e 23 de nossa mãe; é aí
onde, está concentrado todo o nosso DNA, com as instruções de como construir e fazer funcionar o corpo
humano. Composto por mais de 3 bilhões de nucleotídeos, o desafio de “ler” tudo isso era algo bastante
desafiador. Contou com centenas de laboratórios e milhares de pesquisadores do mundo todo, inclusive do
Brasil. Importante mencionar que enquanto o Projeto Genoma Humano aconteceu (1990 a 2003), outras
espécies também tiveram seu genoma desvendado, entre elas, os vírus, fungos, bactérias, plantas e animais.

Mapa
Sugestão de vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=6nxRxoGME_I
https://www.youtube.com/watch?v=giGxk2bBb-Y - Como é feito um Teste de DNA.
https://www.youtube.com/watch?v=9luJbDwlnRQ - Teste de paternidade.
https://www.youtube.com/watch?v=lIR5o6ebZzw
https://www.youtube.com/watch?v=qCKmtBXrdj0
https://www.youtube.com/watch?v=B2KLuzD_suQ
https://www.youtube.com/watch?v=ibjzZbdXCng - Projeto Genoma Humano
https://www.youtube.com/watch?v=QD4fuVay3eI - Como é feito o sequenciamento de genoma?
https://www.youtube.com/watch?v=p7eDdgPvK_c - O projeto genoma humano – entrevista (histórico)

Células – Tronco
As células-tronco destacam-se pela capacidade de se transformar em diferentes tipos celulares, ou seja, são células
com grande capacidade de diferenciação. Essas células encontram-se em um estágio em que não estão completamente
especializadas, o que permite que elas sejam programadas para desempenhar qualquer função.
Além de sua capacidade de diferenciação, as células-tronco destacam-se por sua capacidade de autorrenovação. Isso
quer dizer que essas células são capazes de proliferar-se e gerar outras células-tronco idênticas.

 Diferentes tipos de células-tronco


Costuma-se classificar as células-tronco em diferentes tipos: células-tronco totipotentes, células-tronco
embrionárias, células-tronco adultas e células pluripotentes induzidas.
 Células-tronco totipotentes: são capazes de formar células de qualquer tecido do corpo, inclusive tecidos
embrionários e extraembrionários. Costuma-se dizer que esse tipo de célula é capaz de originar um organismo
por inteiro. Como exemplo de células-tronco totipotentes, podemos citar o zigoto e as células provenientes de
seu desenvolvimento até a fase de mórula;
 Células-tronco embrionárias: Essas células são também chamadas de pluripotentes, pois são capazes de
transformar-se em qualquer tipo celular de um indivíduo adulto. As células-tronco embrionárias não podem
gerar tecidos extraembrionários, sendo esse um critério para diferenciação. Essas células são obtidas do
embrião em uma fase de desenvolvimento chamada de blastocisto. Nessa etapa do desenvolvimento, ainda
não ocorreu diferenciação celular;
 Células-tronco adultas: Essas células são também denominadas de células-tronco multipotentes, pois,
diferentemente das células-tronco embrionárias e totipotentes, elas não são capazes de se diferenciar em todos
os tipos celulares existentes. As células-tronco adultas são capazes apenas de gerar células do tecido que
originaram. Esse tipo de célula é obtido, por exemplo, na medula óssea humana e no sangue do cordão
umbilical;
 Células pluripotentes induzidas: Essas células são criadas em laboratório a partir da reprogramação do
código genético. Após ser reprogramada, uma célula adulta é capaz de voltar ao seu estágio de célula-tronco
embrionária.
 Terapia celular com outras fontes de células-tronco
a) Indivíduos adultos - Existem células-tronco em vários tecidos (como medula óssea, sangue, fígado) de crianças e
adultos. Entretanto, a quantidade é pequena e não sabemos ainda em que tecidos são capazes de se diferenciar.
Pesquisas recentes mostraram que células-tronco retiradas da medula de indivíduos com problemas cardíacos foram
capazes de reconstituir o músculo do seu coração, o que abre perspectivas fantásticas de tratamento para pessoas
com problemas cardíacos. Mas a maior limitação da técnica, do autotransplante é que ela não serviria para
portadores de doenças genéticas.
b) Cordão umbilical e placenta - Pesquisas recentes vêm mostrando que o sangue do cordão umbilical e da
placenta são ricos em células-tronco. Entretanto, também não sabemos ainda qual é o potencial de diferenciação
dessas células em diferentes tecidos. Se as pesquisas com células-tronco de cordão umbilical proporcionarem os
resultados esperados, isto é, se forem realmente capazes de regenerar tecidos ou órgãos, esta será certamente uma
notícia fantástica, porque não envolveria questões éticas. Teríamos que resolver então o problema de
compatibilidade entre as células-tronco do cordão doador e do receptor.
c) Células embrionárias - Se as células-tronco de cordão tiverem a potencialidade desejada, a alternativa será o
uso de células-tronco embrionárias.

 Importância do uso de células-tronco na Medicina


Na Medicina, as células-tronco apresentam grande utilidade, pois podem ser utilizadas para substituir as células
doentes. Com essa técnica, conhecida como terapia celular, é possível tratar diferentes doenças. Diversos estudos
têm mostrado a eficiência das células-tronco na reconstituição de tecido cardíaco após infarto e no tratamento de
doenças neurológicas, por exemplo. Assim sendo, são fundamentais estudos na área para que se conheça melhor o
funcionamento dos diferentes tipos de células-tronco e em que doenças elas são mais eficientes.
É importante salientar que transplantes de células-tronco adultas são feitos desde a década de 1950 pela técnica
de transplante de medula óssea. Essa técnica, consideravelmente eficiente, têm sido utilizada para tratar doenças
que afetam o sistema hematopoiético, responsável pela produção de células sanguíneas.

 Legislação brasileira a respeito das células-tronco


A lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, regulamenta no Brasil as normas que regem os estudos com células-
tronco. De acordo com essa lei, “é permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco
embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo
procedimento, atendidas as seguintes condições: sejam embriões inviáveis; ou sejam embriões congelados há 3 (três)
anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de
completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.” Vale frisar que, em qualquer um dos casos,
faz-se necessário o consentimento dos genitores

 Aspectos éticos
Apesar de todos esses argumentos, o uso de células-tronco embrionárias para fins terapêuticos, obtidas tanto pela
transferência de núcleo como de embriões descartados em clínicas de fertilização, é defendido pelas inúmeras
pessoas que poderão se beneficiar por esta técnica e pela maioria dos cientistas. As 63 academias de ciência do
mundo que se posicionaram contra a clonagem reprodutiva defendem as pesquisas com células embrionárias para
fins terapêuticos. Em relação aos que acham que a clonagem terapêutica pode abrir caminho para clonagem
reprodutiva devemos lembrar que existe uma diferença intransponível entre os dois procedimentos: a implantação
ou não em um útero humano. Basta proibir a implantação no útero! Se pensarmos que qualquer célula humana
pode ser teoricamente clonada e gerar um novo ser, poderemos chegar ao exagero de achar que toda vez que
tiramos a cutícula ou arrancamos um fio de cabelo, estamos destruindo uma vida humana em potencial. Afinal, o
núcleo de uma célula da cutícula poderia ser colocada em um óvulo enucleado, inserido em um útero e gerar uma
nova vida!

Sugestão de vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=xiEALKjf6uE - O que são células-tronco?
https://www.youtube.com/watch?v=xiEALKjf6uE&t=24s - O que são células-tronco?
https://www.youtube.com/watch?v=3u7hNYFA6Iw -
https://www.youtube.com/watch?v=inbfCVNa1Uk - Células Tronco Objetivo
https://www.youtube.com/watch?v=gjSXupv4f2w - Células tronco embrionárias

Ética:
https://www.youtube.com/watch?v=W8OFiGiKeZw&t=114s - Devemos modificar o genoma de embriões?

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