MEI

MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL
Dominando os indicadores macroeconômicos

GLEYVERTON WESLEY FERREIRA OTONI CRUZ - wesleyotoni@hotmail.com - IP: 186.225.181.88

 SUMÁRIO
Introdução....................................................................................................................4

PIB.....................................................................................................................................5

Taxa de desemprego..............................................................................................12

Como a taxa Selic influencia?...........................................................................15

Inflação e o impacto na economia.................................................................21

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).....22

Índice Geral de Preços – Mercado (IGP–M)...................................24

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)....................26

Como, então, a inflação pode afetar o seu negócio?..............28

Política monetária e seus efeitos....................................................................31

Referência bibliográfica.......................................................................................36

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GLEYVERTON WESLEY FERREIRA OTONI CRUZ - wesleyotoni@hotmail.com - IP: 186.225.181.88
 INTRODUÇÃO PIB
Vamos falar sobre economia e sua influência em nos- Vamos falar sobre PIB e taxa de desemprego.
sas vidas, na forma como vemos os cenários, como en- Você deve estar se perguntando:
tendemos os indicadores mais importantes e como re-
agimos no dia a dia de nossa empresa.
Por que eu, como MEI, devo entender o
Administrar uma empresa significa saber lidar com di-
que é o PIB e como o emprego pode im-
versos setores e áreas de atuação, ser capaz de tomar
pactar na economia e em meus negócios?
decisões sob pressão e enxergar as melhores possibili-
dades na hora de resolver um possível problema. Além
disso, você deve ser muito preciso nas negociações de
compra e venda e ter ciência de como as variações do
mercado podem afetar seus negócios.
Muitas pessoas que entram no
ramo do empreendedorismo per-
cebem a importância que a eco- Muito bem. Antes de tudo, você sabe manicure, uma limpeza de pele ou
nomia exerce em cada próximo o que significa PIB? Vamos entender os pneus revendidos na borracharia.
passo que deve ser tomado. mais a fundo. Todos os países calculam o seu PIB
Por isso, para saber buscar me- nas suas respectivas moedas.
lhores condições e traçar estra- PIB (Produto Interno Bruto) é a A soma do PIB é composta pelos se-
tégias que contribuam para o de- soma de todos os bens e serviços fi- guintes itens: consumo das famílias,
senvolvimento da sua empresa, é nais produzidos por um país, estado gastos do governo, investimentos
fundamental entender a fase que ou cidade, geralmente em um ano. do setor privado e saldo da balança
vivem seus concorrentes, clien- E o que seriam esses bens e servi- comercial, entre importações e ex-
tes, fornecedores e a ECONOMIA. ços? Tudo aquilo que você produz, portações.
como por exemplo: um brigadeiro, A partir do desempenho do PIB, po-
um corte de cabelo, um serviço de demos fazer várias análises, como:

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 1. Acompanhar o PIB ano a ano para visualizar se esta-
mos crescendo ou não;
2. Comparar as economias de vários países e cruzar in-
formações com outros que são emergentes;
3. Medir o PIB per capita, que nada mais é que a divisão
do PIB pelo número de habitantes. Este indicador nos
mostra o que caberia do PIB a cada indivíduo de um
país, se todos recebessem partes iguais;
4. O PIB é um indicador que resume a economia. Ele nos
auxilia a entender o país, mas deixa de fora fatores im-
portantes como distribuição de renda, qualidade de
vida, educação e saúde. Um país pode ter um PIB pe-
queno e um padrão de vida muito alto, ou pode ter um
PIB alto e um padrão de vida relativamente baixo.
A pesquisa do SEBRAE constatou que, de 15,3 milhões
de donos de pequenos negócios em atividade no Bra-
sil, 11,5 milhões dependem exclusivamente da ativida-
de empresarial para sobreviver. Em relação aos MEIs,
a proporção chega a 78%. Entre os donos de micro e
pequenas empresas, 71% têm no negócio de pequeno
porte a principal fonte de renda.
Veja o seu impacto na economia do país. Perceba o
peso que você representa para o crescimento de uma
nação. Logo, você vai entender se o PIB pode expandir
ou retrair e impactar diretamente nos seus negócios.
AGORA, VOCÊ como posso saber se o PIB vai cair ou subir?
SE PERGUNTA: E qual a relação com a taxa de juros?

Os MEIs geram R$ 11 bilhões todos os meses, o que sig-

nifica R$ 140 bilhões por ano. As micro e pequenas em-
presas geram, mensalmente, R$ 23 bilhões, movimen-
tando R$ 280 bilhões por ano. Atualmente, os negócios
de menor porte correspondem a 30% do PIB.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a parti-

cipação poderá chegar a 40% do PIB, caso o País cresça
3% ao ano nos próximos anos. “Em países desenvolvidos,
a participação dos pequenos negócios no PIB fica em tor-
no de 40% a 50%. Percebeu como os pequenos negócios
são relevantes para a economia de um país? Certamente,
a sua atividade econômica contribui para o desenvolvi-
mento local, e isso reflete na economia do Brasil.

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 Tanto a taxa de juros, a nossa Selic, PASSO 2: Clique em Publicações e Pesquisas.
quanto o PIB são vistos como termômetros
da economia e estão interligados.

Afinal, a taxa básica de juros é um mecanismo da política monetária para

controlar a inflação, o que impacta a atividade econômica. Falando em
atividade econômica, o PIB envolve o aumento de produção e a demanda
por empregos e investimentos.

Na dúvida se existe algum lugar onde

é possível ver como está a projeção do PIB?
PASSO 3: Clique em Relatório Focus.

A boa notícia é que SIM! No site do Banco Central do Brasil você pode bus-
car essas informações de forma muito simples, rápida e descomplicada.
Acompanhe os passos abaixo.

PASSO 1: Acesse o site do Banco Central: www.bcb.gov.br

Agora faça o download do Relatório Focus (também chamado

de Boletim Focus). Mas antes de abri-lo, entenda o que ele é,
como e quando é gerado.

O Boletim Focus é um relatório elaborado pelo BACEN (Banco Central

do Brasil) com as projeções dos principais indicadores da economia

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 Perceba que, na imagem acima, destacado em vermelho,
brasileira. Por isso, ele nos mostra informações impor-
temos o PIB para o ano corrente e demais anos. Obviamen-
tantes e fundamentais sobre o cenário atual e futuro. A
te, como dissemos acima, os anos vindouros são uma pro-
partir dessas informações, vemos as tendências na eco-
jeção ou expectativa.
nomia e onde devemos ficar atentos.
É importante dizer que os dados apresentados no bole-
Pois bem, olhando especificamente para este relatório, percebemos
tim são expectativas futuras, visto que ele trabalha com
que a expectativa de mercado é POSITIVA tanto para o ano corrente
uma metodologia estatística para sua composição.
como para os próximos anos.
COMO
FUNCIONA? Como sei disso?
Veja que há uma legenda no canto superior direito, indicando:

Por 30 dias, até a data da publicação, o Banco Central realiza uma inves-
tigação com os agentes do mercado. Isso inclui bancos comerciais, banco
E na linha que você está
de investimento, gestoras, empresas de consultoria, associações e outras
analisando, pode ver esses
empresas. Essa coleta pode ser feita por meio de pesquisa especializada
ícones. Vamos dar um zoom
ou análise de dados de negócios.
na linha do PIB.
As informações são coletadas e, a partir desse conjunto, é calculada a me-
diana dos dados. Quanto maior a quantidade de informações coletadas,
mais relevantes serão as informações capturadas.

Agora, vamos ao Relatório?

Na imagem acima, perceba que a seta para cima indica que, em relação
ao ano anterior, a expectativa dos economistas e instituições financei-
ras é que o PIB aumente.

Viu como é simples?

A informação está na palma de nossas mãos.
Em resumo, o MEI que tem uma estimativa ou sabe a expectativa do
mercado em relação ao crescimento da economia pode se planejar em
relação ao investimento no seu negócio ou mesmo se proteger em mo-
mentos mais complexos.

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 TAXA DE
tínua – PNAD Contínua, o estudante e a dona de casa são pessoas que es-
tão fora da força de trabalho; já a empreendedora é considerada ocupada.
A PNAD Contínua é a pesquisa que mostra quantos desempregados há no

DESEMPREGO Brasil. Nela, o que é conhecido popularmente como “desemprego” apare-

ce no conceito de “desocupação”.

População brasileira, de acordo com

as divisões do mercado de trabalho, 2º trimestre de 2022

40.872 98.269
mil pessoas mil pessoas

Ocupados

Desocupados

Fora da força de trabalho

Segundo o IBGE, “o desemprego, de forma simplificada, se refere às pesso- Abaixo da idade de trabalhar

as com idade para trabalhar (acima de 14 anos) que não estão trabalhan- 64.719
do, mas estão disponíveis e tentam encontrar trabalho. Assim, para alguém mil pessoas As informações em relação à
taxa de desemprego podem
ser facilmente encontradas no
ser considerado desempregado não basta não possuir um emprego. site do IBGE: www.ibge.gov.br/
explica/desemprego.php
10.080 Fonte: https://www.ibge.gov.
mil pessoas br/explica/desemprego.php

Veja alguns exemplos de pessoas que, embora não possuam um emprego,

não podem ser consideradas desempregadas:
• um universitário que dedica seu tempo somente aos estudos;
• uma dona de casa que não trabalha fora;
• uma empreendedora que possui seu próprio negócio”.
De acordo com a metodologia usada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Ge-
ografia e Estatística) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Con-
O gráfico acima nos mostra que há aproximadamente 65 milhões de pes-
soas fora da força de trabalho, o que pode ser visto através de 2 prismas:
Prisma #1: são muitos brasileiros que podem estar com sua renda
comprometida, o que é um dado importante já que afeta o consumo.
Prisma #2: há uma quantidade enorme de pessoas que podem abrir
seus negócios, tornando-se também MEIs.

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 Mas o que afeta a taxa de desemprego na
economia? A resposta é: bastante coisa.

Imagine você, empreendedor, que tem

seu salão de beleza. Lá você realiza os
mais variados serviços, como: corte de
cabelo, maquiagem, massagem, ma-
nicure/pedicure, design de sobrance-
lhas, entre outros serviços.
Com o aumento da taxa de desempre-
go, as pessoas têm menos dinheiro. E
com menos dinheiro, a tendência é di-
minuir o consumo.
Sabe aquele cliente que faz a sobran-

COMO A TAXA
celha, hidrata o cabelo, faz as unhas
e a maquiagem no seu salão? Se ele
deixar de consumir, o seu faturamen-
to, seguramente, será afetado.
Logo, estar atento à taxa de desem-
SELIC INFLUENCIA?
prego é um fator preponderante para Você sabia que tanto a taxa básica de juros, a nossa Selic,
sua tomada de decisão e, consequen- quanto o PIB são vistos como termômetros da economia?
temente, para a perpetuidade do seu Com o aumento da taxa Selic, o consumo diminui, visto
negócio. que o acesso ao crédito fica mais elevado, mais caro. Ao
mesmo tempo, cai a demanda por produção e a gera-
ção de empregos. De modo geral, a atividade econômi-
ca esfria, o que favorece o controle da inflação. Porém,
o controle fiscal também influencia nisso, conforme o
teto de gastos do governo.

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 A Taxa Selic é um índice econômico e é também chamada de taxa básica Na página principal, lado direito, você verá a taxa Selic e a sua respectiva taxa.
de juros. Basicamente, ela é quem serve como norte ou guia para outras ta-
xas de juros cobradas pelas instituições financeiras. A taxa Selic é utilizada
por bancos, sejam eles públicos ou privados, para o cálculo de juros.
Não podemos nos esquecer de que ela também serve como base para os
juros que são praticados em financiamentos, empréstimos e outros produ-
tos bancários.
Do ponto de vista da economia nacional, a Selic tem diversos objetivos,
como: balizar a inflação, garantir o controle de emissão, compra e ven-
da de títulos públicos. Ela pode impactar a rotina dos empreendedores de
diversas formas, seja influenciando a taxa de juros praticada em emprés-
timos ou financiamentos, a rentabilidade de investimentos ou mesmo o
avanço ou a retração da economia. Por exemplo: imagine que você vende
cursos online e deseja comprar um computador mais moderno, com mais
processamento ou uma lousa digital para melhorar a experiência dos seus
Agora que você já sabe o que é a taxa Selic e quem a cria, é importante,
alunos, mas precisa recorrer a um financiamento. Com a alta da taxa de
neste primeiro momento, entendermos qual é o impacto da taxa Selic
juros, o valor desse financiamento ficará mais caro.
na economia.

Mais adiante abordaremos como a taxa influencia nos seus negócios.

Como a Selic é definida?
A taxa Selic, ou seja, a taxa básica de juros, é um mecanis-
mo da política monetária para controlar a inflação, o que
impacta a atividade econômica. A Selic serve como uma
ferramenta de política monetária utilizada pelo Banco
Central do Brasil. O órgão responsável pela definição da
taxa é o Comitê de Política Monetária (Copom).
A cada ano são realizadas oito reuniões deste comitê para definição da taxa.
Então, a cada 45 dias, os responsáveis se unem para definir se a meta da Selic
continuará a mesma, se aumentará ou se será reduzida. Você pode consul-
tar a taxa Selic acessando o website do Banco Central, em: www.bcb.gov.br/.
Como se trata da taxa básica de juros do país, todas as outras taxas pra-
ticadas por instituições financeiras se baseiam na Selic. Isso significa,
por exemplo, que empréstimos e financiamentos podem ser mais caros
ou mais baratos, a depender dela.
O Banco Central trabalha com uma meta de inflação. Quando este li-
mite tende a ser ultrapassado, uma estratégia para conter a inflação é
elevar a taxa básica de juros. É simples de entender.
Quando a Selic sobe, os empréstimos, financiamentos etc. tendem a ficar
mais altos, inibindo o consumo, o que diminui a pressão sobre os preços.
Quando olhamos por outro prisma, ou seja, quando a inflação está sob
controle e o governo quer aquecer a atividade econômica, ele pode fa-
zer o sentido oposto, reduzindo a taxa Selic. Logo, com juros menores, o
crédito fica mais barato e o consumo recebe aquele incentivo.

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 Vamos agora a um exemplo prático:
Imagine que você é um MEI e tem um minimercado. Lá, você vende to-
alhas de banho. Você vende mais toalhas de banho quando elas estão
"em promoção" ou quando estão com o preço elevado? Quando estão
em promoção, certo? É assim que a taxa Selic influencia a economia.
Quando as coisas estão "caras", o consumo diminui. Já quando as coi-
sas estão "baratas", ou “mais acessíveis”, o consumo aumenta.
Fique atento à taxa Selic
A vida do empreendedor também precisa se adaptar aos
movimentos da taxa básica de juros. Com a Selic aumen-
tando, o empreendedor precisa ter mais cautela. Quem
atua no comércio, por exemplo, deve fazer uma gestão
de estoque mais cuidadosa para evitar que o capital fique
“parado” na forma de mercadorias.
As suas compras, ou seja, aquelas que você realiza no seu
negócio, devem ser muito bem calculadas para que seja
possível manter o fluxo de caixa saudável, ou seja, sufi-
ciente para arcar com as despesas e reinvestir no que for
necessário. Podemos concluir que a taxa Selic afeta direta-
mente as empresas de todos os portes e segmentos. Como
falamos, se a taxa de juros sobe, os empréstimos e o crédi-
to como um todo ficam mais caros, fazendo com que haja
uma diminuição no consumo. Em outras palavras, ainda
que a oferta do produto permaneça a mesma, existe uma
diminuição da demanda por determinado produto.
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De forma oposta, se a taxa cai, a demanda aumenta e as
vendas aceleram. Além da oferta e demanda, os emprés-
timos também são afetados pela Selic. Se a taxa for muito
alta, pode ser difícil para a sua empresa tomar crédito, in-
viabilizando investimentos. Em geral, o comércio prefere
taxas mais baixas da Selic. Isso é o que, geralmente, cha-
mamos de lei da oferta e demanda. Igualmente ao PIB, a
taxa SELIC pode ser consultada no Relatório Focus.
Seguindo a mesma lógica, conseguimos verificar a expec-
tativa para o mercado em relação à taxa de juros. Vamos
fazer um exercício?
Perceba que o mercado espera que, em 2022, a Selic che-
gue a 13,75%. Já para o ano de 2023, 11,25%; para 2024, 8%;
e 2025, 7,75%. Logo, estamos percebendo uma perspectiva
de queda da taxa de juros.
E como vimos anteriormente, quando a taxa de juros cai, o
“dinheiro” fica mais barato, já que o juro dos empréstimos
e financiamentos também cai e isso traz um movimento
expansionista na economia, ou seja, consumo e aqueci-
mento econômico.
IMPOR
TANTE! Relatório Focus é um termômetro do
mercado. Ele nos dá uma percepção,
porém não garante que acontecerá no
futuro. Por isso, ao analisá-lo, tenha
senso crítico e cautela!
MEI - Microempreendedor Individual 19
 Acompanhe como a Selic vem se comportando nos últimos anos. Com processos mais estruturados, você pode ter uma visão financeira
adequada do seu negócio, fazê-lo crescer sem se endividar e ter sucesso
com uma gestão eficiente, evitando os impactos negativos das mudan-
ças nos índices econômicos do nosso País. Uma coisa eu posso garantir a
você: a taxa Selic é dinâmica. Sempre mudará.
Em momentos de grande oscilação da taxa SELIC, faça uma análise dos
contratos de médio e longo prazo da sua empresa. Alguns deles, sobre-
tudo os de empréstimo, podem ter seus reajustes previstos com base
nela, até mesmo outros indicadores, que sejam diretamente impacta-
dos pela taxa básica de juros, o que, geralmente, chamamos de "taxa
pós-fixada”.
Nestas situações, uma eventual redução da SELIC poderá refletir em
uma redução do valor das parcelas futuras do seu contrato, caso ele
seja pós-fixado, ou seja, atrelado à taxa básica de juros. Percebeu como
a taxa básica de juros, a Selic, pode afetar no aquecimento ou esfria-
mento dos seus negócios e até mesmo na contratação de empréstimo
ou financiamento?
Note que, em 2020, a taxa Selic chegou ao menor nível: 2% a.a. O crédito
estava fácil, barato e havia uma expansão e aquecimento na economia.
Na sequência, começamos a ver aumento da inflação. E como remédio
para tentar controlá-la, temos a escalada do aumento da taxa de juros, INFLAÇÃO
conforme imagem acima.
E O IMPACTO
Como minha empresa deve se
preparar para as variações da SELIC? NA ECONOMIA
A inflação nada mais é que
Ter um controle financeiro e encontrar novas o índice que representa
e melhores formas de vender produtos ou o aumento de preços de
serviços é a maneira que sua empresa se pre- bens e serviços.
para para qualquer cenário econômico.

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 É importante destacar, contudo, que esse importante
conceito não diz respeito ao aumento de apenas um
bem ou serviço específico, e sim a uma média da maio-
ria dos produtos e serviços consumidos ao longo de de-
terminado período.
Você já se perguntou como é medida a inflação? O que
se faz é criar uma cesta de produtos. Cada índice de in-
flação usa uma cesta diferente para o cálculo inflacio-
nário. Além disso, cada índice possui um foco diferente.
O cálculo da inflação é feito de forma ponderada, com
relação ao impacto que cada item possui no orçamen-
to das famílias.
Ou seja, os índices não contabilizam somente a varia-
ção dos preços de cada item, mas também a relevância
que cada item possui no consumo da população. Por
exemplo: se apenas o preço do feijão aumentou, isso
quer dizer que temos uma inflação? NÃO.
Mas se o preço do feijão, arroz, óleo, farinha e outros
itens do orçamento familiar tiverem aumentado, aí sim
podemos dizer que temos uma inflação. Vamos falar
agora de uma sopa de letrinhas, mas que é extrema-
mente importante conhecer quais os principais índices
de inflação que usamos no Brasil.
Para chegar ao IPCA, são coletados os preços entre os dias 1º e 30 de
cada mês, em lojas e estabelecimentos de prestação de serviços, con-
cessionárias de serviços públicos (como água ou energia elétrica), além
da internet. Nesta conta entra, por exemplo, o preço do arroz, feijão,
gás, vestuário, produtos de limpeza, além de consulta médica, mensali-
dade escolar, aparelhos eletrônicos e lazer. Logo, cada item representa
um peso maior ou menor conforme estão dispostos na cesta de consu-
mo da população. Geralmente, os itens que estão ligados à alimentação
possuem um peso maior do que, por exemplo, vestuário.
E COMO VERIFICAR O IPCA?
O IPCA pode ser verificado no website do IBGE,
já que é um índice auferido pelo Instituto.
Acesse o site do IBGE (www.ibge.gov.br)
PASSO 1:
e clique em INFLAÇÃO.

ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS

AO CONSUMIDOR AMPLO (IPCA)

É o índice medido mensalmente nas principais regiões

metropolitanas do País, levando em consideração as
famílias que recebem até 40 salários mínimos.

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 PASSO 2: Confira os gráficos e dados sobre o IPCA.
E COMO VERIFICAR O IGP-M?
Como dito acima, o IGP-M é um índice medido pela
FGV. Saiba como verificá-lo neste passo a passo.

PASSO 1: Acesse https://portal.fgv.br/ e clique em ÍNDICES.

Na imagem acima, perceba que há um gráfico mostrando o

comportamento do IPCA, em percentual, nos últimos meses.
Veja como ele se comportou, se houve queda ou crescimen- PASSO 2: Verifique a evolução dos índices.
to. Mais abaixo, destacado no retângulo vermelho, vemos
outros índices que podem ser verificados por curiosidade,
como: custo do metro quadrado, variação do PIB, desempe-
nho da indústria e do comércio, entre outros.

ÍNDICE GERAL DE PREÇOS

– MERCADO (IGP–M)

O IGP-M é medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e é fundamental Na imagem acima, consta a evolução dos índices atrelados ao IGP.
para reajustes de aluguéis. É importante que tanto inquilinos como cor- Você vai notar que temos 3 índices, mas não se assuste. O mais impor-
retores e imobiliárias acompanhem os ajustes do IGP-M. tante, e que acabamos de conhecer, é o IGP-M. Mas fique tranquilo, pois

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 também falaremos do IGP-10 e do IGP-DI, que estão na imagem. O IGP- Neste relatório, também conseguimos ver 2 dos índi-
10 (Índice Geral de Preços 10) é uma das variações do IGP. É medido ces de inflação de que falamos acima.
pela FGV e registra a inflação de preços desde matérias-primas agrí-
colas e industriais até bens e serviços finais. Ele se chama IGP-10 pois
mede os preços entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual.
Já o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), medido
também pela FGV, é uma variação do IGP que tem por objetivo medir
a evolução dos preços de diversos produtos e serviços no Brasil, consi-
derando outros índices. Logo, podemos dizer que o IGP-DI é um índice
Se transformarmos os índices em gráficos (que tam-
derivado de outros.
bém estão no Relatório Focus), vemos que a inflação
medida pelo IPCA e IGP-M entram em declínio a par-
tir de abril/22.
ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS
AO CONSUMIDOR (INPC)

O INPC mede a inflação nas famílias mais pobres. O ín-

dice é geralmente utilizado para reajuste salarial, cor-
reção de aposentadoria e até para definição de salá-
rio mínimo. Ele é medido pelo IBGE, tomando por base
O que isso nos leva a interpretar? Que com a queda
uma faixa salarial de até 5 salários mínimos.
da inflação, não há por que seguir com a alta da taxa
A inflação e a alta dos custos são as maiores preocu-
de juros. Percebe que uma coisa puxa a outra? Infla-
pações para metade dos pequenos negócios. Todos os
ção e taxa de juros andam juntas.
índices listados anteriormente (e outros) são conside-
rados índices de inflação, cada um com uma metodo-
logia própria. Agora, quando alguém comentar sobre
inflação, você saberá que por trás desse assunto tem:
IPCA, IGP-M, INPC... e que cada um tem um papel. Se você gostou dessa sopa de letrinhas, temos uma dica para você:
o Instituto Sicoob lançou o Glossário do Investidor, que traz as defi-
Voltamos novamente nições dos principais índices econômicos.
falando do Boletim Focus. Acesse gratuitamente em: https://institutosicoob.org.br/glossario-do-investidor

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 COMO, ENTÃO, A INFLAÇÃO
PODE AFETAR O SEU NEGÓCIO?
De modo geral, uma empresa é afetada pelo aumento
da inflação em dois principais pontos:
• aumento dos custos de produção;
• gerenciamento e perda no volume de vendas.
O aumento dos custos de produção e gerenciamento
acontecem porque, com a alta da inflação, os preços
de matérias-primas também aumentam. Isso faz com
que a relação entre uma empresa e seus fornecedores
seja mais custosa. Na prática, a empresa vê o seu poder
de compra reduzido, o que pode afetar o seu controle
de estoque, por exemplo.
Vamos a um exemplo prático?
Imagine que com R$ 1.000 você conseguia com-
prar farinha, ovos, margarina, leite e outros pro-
dutos para produzir 300 bolos. Como a inflação
castiga os preços, agora esses R$ 1.000 compram
menos produtos. Logo, seu poder de compra foi
reduzido e, com esse valor, você conseguirá pro-
duzir somente 100 bolos.
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É esse o efeito prático da inflação em nossas vidas. Da
mesma forma, podemos levar para serviços. Imagine
você, professor ou professora, que dá cursos online.
Quando o preço da internet sobe com a inflação, o di-
nheiro que sobrava da sua aula é reduzido, a não ser
que você reajuste sua aula. Mas pense que, quando o
valor é reajustado, pode deixar de ficar competitivo.
Em alguns casos, os custos de frete e gerenciamento
logístico também podem aumentar. A inflação afeta
majoritariamente o aumento dos custos de produção,
e aliada à dificuldade em repassar esses custos ao con-
sumidor, principalmente se estivermos com alta taxa
de desemprego, a tendência é as despesas se elevarem
e o faturamento diminuir. Percebe como a inflação vai
pressionando e achatando as suas margens?
Ao mesmo tempo que os custos se elevam, teoricamen-
te, os negócios poderiam diminuir o impacto do au-
mento da inflação simplesmente repassando os custos
para seus consumidores. Você, como empreendedor,
não consegue corrigir os preços e é praticamente for-
çado a, muitas vezes, diminuir as margens e, em outras
vezes, zerá-las para não perder seu cliente. Em resumo,
o que geralmente acontece na prática é que a empresa
absorve a maioria desses aumentos. Mais importante
do que trazer o problema é buscar a solução, logo, tra-
çar uma estratégia para se proteger da inflação é im-
portantíssimo.
Vamos falar de algumas?
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 Os pequenos negócios tiveram que se virar para com- de contas, aluguel, um funcionário, os boletos de for-
pensar os efeitos negativos da alta dos custos, como necedor, entre outros. Mas, calma! Ainda vamos falar
a redução do estoque, o investimento em inovação, a mais sobre capital de giro e fluxo de caixa. Por ora, é
otimização dos processos, a diversificação do mix de importante que você saiba que uma boa gestão do ca-
produtos/serviços, a redução de despesas cotidianas, pital de giro pode ser uma estratégia para se proteger
procurando reduzir as contas de água e luz, substituin- da inflação.
do matérias-primas e renegociando o aluguel.
Outro ponto que merece destaque são as dívidas. Fique
muito atento ao contrair uma dívida que esteja atre-
lada a um índice de inflação, pois, em caso de alta do
índice, a dívida pode sofrer um aumento considerável.

FIQUE ATENTO AO
CAPITAL DE GIRO
POLÍTICA
Para evitar problemas, preste atenção no estoque e no
MONETÁRIA E
capital de giro, evitando, assim, que a inflação impacte SEUS EFEITOS
no negócio. Quer ver como uma má gestão do estoque
A política monetária é o conjunto de medidas que o
pode impactar?
governo adota e que tem como objetivo o controle da
Se você é um MEI, dono de um minimercado, onde você
quantidade de moeda disponível na economia, ou seja,
compra seus produtos e já os vende nos primeiros dias,
mais ou menos dinheiro circulando. O volume de di-
você está administrando bem esse estoque. Agora, se
nheiro que está nas mãos da população faz com que
vende depois de um mês, por exemplo, concorda que
haja uma maior demanda por consumo de produtos e
a inflação vai impactar seu negócio, já que o dinheiro
serviços. Se houver muito dinheiro circulando e muitas
está parado em forma de produtos?
pessoas dispostas a gastar, logo haverá maior deman-
O capital de giro também é importante porque, em
da para o consumo, e quanto mais gente comprando, a
caso de momentos complicados, ele nada mais é do
tendência é que o preço das coisas suba, certo? É justa-
que o recurso que a empresa tem em caixa para conse-
mente aí que entra a inflação.
guir honrar com seus compromissos, como pagamento

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 Agora, vamos olhar na via contrária. Se há pouco di-
nheiro circulando, ou seja, escassez de moeda, logo a
demanda será menor para uma determinada oferta de
bens e serviços. Quando a oferta é maior que a deman-
da, temos um movimento contrário, que é de estag-
nação ou esfriamento da economia. Assim, o governo
aplica a tal política monetária, seja injetando dinheiro
na economia, seja retirando esse dinheiro. Então, po-
demos basicamente classificar a política monetária em
duas categorias:
• política contracionista – ou seja, aquela que será
mais severa, diminuindo a liquidez de moeda e
freando o consumo. Quando falamos em políti-
ca contracionista significa que o governo quer
esfriar o consumo. Você deve estar se pergun-
tando: mas por que o governo estaria interessa-
do em frear o consumo? Justamente pelo que
explicamos acima, quando falamos de inflação.
A inflação é algo terrível e prejudica nosso po-
der de consumo. Logo, para freá-la, o governo
usa alguns instrumentos para segurar a inflação,
como aumento da taxa básica de juros, aumento
do compulsório e até a venda de títulos públi-
cos.
• política expansionista – é aquela mais branda,
cujo objetivo é aumentar a liquidez e incentivar
o consumo. Segue a mesma lógica, só que agora
o governo quer estimular o consumo e esquen-
tar a economia. Suponhamos que ele, o governo,
perceba que as coisas estão paradas, que a ativi-
dade econômica está fria, sem giro, e a inflação
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controlada. É aí que ele entra com instrumentos
para aquecer a atividade, e alguns deles são: re-
dução da taxa básica de juros, redução do com-
pulsório e até a compra de títulos públicos.
O principal objetivo da política monetária, então, é con-
trolar a inflação. E nosso país possui uma meta de in-
flação, ou seja, um número estipulado pelo Banco Cen-
tral e que é constantemente monitorado. Caso as coisas
saiam do controle, há uma intervenção monetária.
O aumento da taxa de juros, a Selic, é uma maneira de
frear a inflação, logo, é um instrumento de política mo-
netária. Mas o grande ponto é que vamos apresentar
outros mecanismos que não só o aumento ou redução
da taxa Selic.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS
INSTRUMENTOS?
Há, basicamente, três principais tipos de instrumentos
usados no Brasil através da sua política monetária:
OPEN TAXA DE DEPÓSITO
1 2 3
MARKET; REDESCONTO; COMPULSÓRIO.
Open Market
Então vamos ao primeiro! Open Market é o mercado
aberto no qual, por meio do Banco Central, o governo
compra e vende títulos públicos federais. Vale ressaltar
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 que esta é a ferramenta mais ágil e eficaz, por isso cos- ela afeta também a decisão de
tuma gerar efeitos de curto prazo. A compra de títulos consumo das famílias e empresas,
públicos pelo próprio governo é uma injeção de dinhei- o preço dos ativos, o preço do cré-
ro na economia que promove políticas expansionistas. dito, entre outros.
O oposto acontece quando os títulos são vendidos pelo
governo, já que essa é uma forma dele retirar a moeda
na economia.
Por exemplo: se ao acompanhar a política monetária do País per-
Taxa de redesconto
cebo que existe uma tendência à política contracionista, aquela
É uma espécie de empréstimo do Banco Central para as mais severa, que freia o consumo e que, como consequência, afeta
instituições financeiras. Imagine que quando o gover- a decisão de consumo das famílias e o preço dos produtos e do
no quer restringir a moeda em circulação, ele sobe essa crédito, seria um bom momento para investir na expansão do meu
taxa de redesconto, e se uma instituição financeira quer negócio sem um criterioso planejamento financeiro?
pegar dinheiro emprestado do Banco Central, pagará
mais caro por isso. Obviamente este custo será repas- Acho que não, né?
sado à população que quiser um empréstimo ou finan-
ciamento. No movimento oposto, basta baixar a taxa de
redesconto que haverá um estímulo econômico. Por isso, é importante estar antenado no que acontece na economia,
assim, você consegue se planejar e ajustar sua estratégia de negócio.
Depósito compulsório Além disso, entende qual direção adotar para os seus investimentos,
O depósito compulsório nada mais é que um percentu- se é um momento de mais cautela ou até mesmo se é um bom mo-
al que o Banco Central exige que os bancos retenham mento para renegociar suas dívidas.
sobre os valores depositados. Ou seja, um dinheiro que
não pode ser emprestado. Logo, para restringir a circu-
lação de moeda, basta aumentar o depósito compulsó-
rio. No sentido contrário, desejando impulsionar o con-
sumo, diminui-se o depósito compulsório.
Agora, vamos
Tenho certeza de que agora você, MEI, entendeu por avançar ao próximo
que é importante aprender sobre a política monetária
conteúdo!
do País. As consequências da política monetária não se
resumem apenas à variação da inflação ou dos juros,

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