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Índice

1. Introdução..................................................................................................................2

1.1 Objectivos................................................................................................................2

1.1.1 Objectivos Gerais..................................................................................................2

1.1.2 Objectivos específicos..........................................................................................2

2. Psicologia de Personalidade.......................................................................................3

2.1 Personalidade...........................................................................................................3

2.2 Estrutura da personalidade.......................................................................................3

2.3 Factores Gerais Que Influenciam A Personalidade.................................................6

2.3.1 O Factor Extroversão............................................................................................6

2.3.2 O factor Conscienciosidade..................................................................................6

2.3.3 O factor Amabilidade............................................................................................6

2.3.4 O factor Neuroticismo..........................................................................................6

2.3.5 Factor Abertura.....................................................................................................7

2.4 Teorias de personalidade.........................................................................................7

1. Perspectiva Psicanalítica............................................................................................7

2. Perspectiva Neo-analítica..........................................................................................7

4. Perspectiva da Aprendizagem..................................................................................10

5. Perspectiva Cognitiva..............................................................................................10

7. Perspectiva Psicobiológica......................................................................................11

2.5 Propriedades individuais da personalidade............................................................12

2.6 Conclusão...............................................................................................................14

Bibliografia..................................................................................................................15
1. Introdução

Neste presente trabalho iremoos abordar sobre: personalidade e a sua estrutura; factores
gerais que influenciam a personalidade; teorias da personalidade; propriedades
individuais da personalidade.

psicologia de personalidade e a area que se dedica a estudar e explicar as caracteristicas


que influenciam o comportamento de um individuo.

As teorias da personalidade são abordagens que buscam explicar o desenvolvimento e


funcionamento da personalidade humana

1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivos Gerais

 Saber em torno da Psicologia da Personalidade 2


1.1.2 Objectivos específicos

 Avaliar as características físicas e psicológicos;


 Identificar os níveis: o nível consciente, o nível pré-consciente e o nível
inconsciente das características psicológicas;
 Caracterizar os factores que influenciam a personalidade, teorias da
personalidade e as propriedades individuais da personalidade
2. Psicologia de Personalidade

A psicologia de personalidade e a area que se dedica a estudar e explicar as


caracteristicas que influenciam o comportamento de um individuo. Para que esse tipo de
estudo seja feito com eficiência, é preciso que todos os aspectos e particularidades
sejam avaliados, através de uma visão profissional e imparcial.

2.1 Personalidade

Personalidade é o conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das


características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os factores
físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, julgando tendências
inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência. Ele ressalta ainda uma
dimensão essencial do conceito de personalidade, que é o seu duplo aspecto;
relativamente estável ao longo da vida e do indivíduo e relativamente dinâmico, sujeito
a determinadas modificações, dependendo de mudanças existenciais ou alterações
neurobiológicas; a estrutura da personalidade, em sua opinião, mostra-se essencialmente
dinâmica, podendo ser mutável – sem ser necessariamente instável – e encontrar-se em
constante desenvolvimento

De acordo com a definição podemos concluir que não nascemos com a personalidade, e
sim, que esta se constrói com o tempo. Desta forma, teremos como elementos de
constituição da personalidade os factores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais.
É importante que tenhamos uma ideia de como estes factores interferem na formação da
nossa personalidade. Pode ser que você se identifique com algo que será dito aqui.

2.2 Estrutura da personalidade

Corpo: Como pode ser visto pelo material precedente, Freud abordou a personalidade
sob o ponto de vista fisiológico. As pulsões básicas surgem de fontes somáticas; a
energia libidinal deriva da energia física; respostas à tensão determinam os
comportamentos tanto físicos quanto mentais. A excitação e o relaxamento instintivo
existem num limite indefinido entre o orgânico e o mental.

O foco primário da energia libidinal encontra-se nos vários modos de expressão sexual.
A maioria das funções cruciais do corpo está ligada à expressão e diferenciação sexual.
A maturidade plena desenvolve-se a partir da plena sexualidade genital. Uma das muitas
contribuições de Freud foi alertar sua geração, mais uma vez, para a primazia do corpo
como o centro de funcionamento da personalidade.

Relacionamento Social: As interacções e relacionamentos adultos são fortemente


influenciados pelas primeiras experiências infantis. As primeiras relações, aquelas que
ocorrem no núcleo da família, são as determinantes; todos os relacionamentos
posteriores referem-se de várias formas aos modos pelos quais estes relacionamentos
iniciais foram formados e mantidos. Os modelos básicos de criança- -mãe, criança-pai e
criança-irmãos são os protótipos a partir dos quais os encontros posteriores são
inconscientemente avaliados. Os relacionamentos posteriores são, até certo grau,
recapitulações da dinâmica, das tensões e das gratificações que ocorreram na família
original.

Nossas escolhas na vida — pessoas amadas, amigos, chefes, mesmo nossos inimigos —
derivam dos laços criados entre pais e filhos. As rivalidades naturais são recapituladas
em nossas funções sexuais e no modo com que nos adaptamos às exigências dos outros.
Com grande frequência desempenhamos a dinâmica iniciada em nossas casas,
escolhendo, muitas vezes, como companheiros, pessoas que reavivam em nós aspectos
não resolvidos de nossas necessidades originais. Para alguns, estas são escolhas
conscientes, para outros, isto é feito na ignorância da dinâmica subjacente. As pessoas
afastam-se, assustadas, desse aspecto da teoria freudiana, uma vez que ele sugere que as
futuras escolhas de uma pessoa já se acham restringidas.

Vontade: A vontade nunca foi um tópico de maior interesse para Freud. Numa de suas
primeiras obras (1894), escreveu que era através de um esforço de vontade que os
eventos provocadores de ansiedade podiam ser reprimidos, embora a repressão não
fosse sempre totalmente bem-sucedida. “Pelo menos em boa quantidade dos casos, os
próprios pacientes informam-nos que sua fobia ou obsessão apareceu pela primeira vez
depois que um esforço de vontade aparentemente actuou neste sentido. “Aconteceu-me
certa vez uma coisa muito desagradável e tentei arduamente afastá-la de mim, e não
pensar mais nela. Finalmente consegui, mas então contraí essa outra coisa (obsessão),
de que não pude livrar-me desde essa época

Emoções: Que Freud descobriu, numa época em que se venerava a razão e negava-se
tanto o valor quanto o poder da emoção, foi que não somos basicamente animais
racionais, mas somos dirigidos por forças emocionais poderosas cuja fênese é
inconsciente. As emoções são as vias para o alívio da tensão e a apre- acção do prazer.
Elas também podem servir ao ego ajudando-o a evitar a tonada de consciência de certas
lembranças e situações. Por exemplo, é possível que fortes reacções emocionais
escondam, na realidade, um trauma infantil. Uma reacção fóbica, efectivamente, impede
uma pessoa de se aproximar de um objecto ou de uma série de objectos que poderiam
fazer com que uma fonte de sociedade mais ameaçadora ressurgisse

Intelecto: O Intelecto é um dos instrumentos acessíveis ao ego. A pessoa mais livre í


aquela que é capaz de usar a razão sempre que for oportuno, e cuja vida nocional está
aberta à inspecção consciente. Tal pessoa não é levada por resí- á os insaciados de
eventos passados mas pode responder directamente a cada situação, equilibrando suas
preferências individuais e as restrições imposta pela cultura.

Freud percebeu foi que qualquer aspecto da existência inconsciente, levado à luz da
consciência, pode ser abordado racionalmente. “Onde está o id, ali estava o ego” (1933,
livro 28, p. 102 na ed. bras.). Quando as pulsões instintivas e irracionais dominam,
deixem-nas ser expostas, moderadas e dominadas pelo ego. Se a pulsão original não for
reprimida, torna-se incumbência do ego usar o intelecto para planejar modos seguros e
adequados de satisfação. O uso do intelecto depende inteiramente da capacidade e força
do ego. Se o ego for fraco, o intelecto pode ser um meio de sustentar esta fraqueza; se o
ego for forte, o intelecto pode apoiar e favorecer essa mesma força.

Self: A self é o ser total: o corpo, os instintos, os processos conscientes e inconscientes.


Uma self independente do corpo ou separado dele, não tem lugar nas crenças biológicas
de Freud. Quando tais questões metafísicas eram levantadas, Freud declarava que estas
não faziam parte de sua esfera de acção enquanto cientista.

Terapeuta/Terapia: Estivemos particularmente preocupados com a teoria geral da


personalidade de Freud. O próprio Freud, no entanto, envolveu-se com as aplicações
práticas de seu trabalho—a prática da psicanálise. O propósito da psicanálise é ajudar o
paciente a estabelecer o melhor nível possível de funcionamento do ego, dados os
inevitáveis conflitos que emergem do meio externo, do superego, e as inexoráveis
exigências instintivas do id. Kenneth Colby, um antigo analista didáctico, descreve a
meta do procedimento analítico:
2.3 Factores Gerais Que Influenciam A Personalidade

Os cinco grandes factores de personalidade são: extroversão, conscienciosidade,


amabilidade, neuroticismo e abertura.

2.3.1 O Factor Extroversão: diz respeito à forma como os indivíduos interagem com
os demais, indicando o quanto são comunicativos, activos, falantes, assertivos, gregários
e responsivos. Grande parte dos psicólogos, desde Jung, concorda que a extroversão é
uma dimensão-chave da personalidade humana, ou seja, um factor importante para a
compreensão das diferenças individuais (MILLER, 2012).

Indivíduos com baixos escores em extroversão tendem a serem reservados, quietos, a


não gostarem de falar sobre si mesmos, a serem mais humildes, a não terem necessidade
de receber atenção constante, a se sentirem desconfortáveis em situações de exposição
social, a preferirem interacções com poucas pessoas ou sozinhos, a terem o foco em
uma tarefa por vez e a demorarem mais para construir novas relações sociais

2.3.2 O factor Conscienciosidade: (também chamado de realização ou vontade)


caracteriza o grau de organização, planejamento, persistência, motivação e controle dos
sujeitos. Indivíduos com baixos escore em conscienciosidade tendem a ter pouca
disposição para atingir objectivos, desistindo diante dos obstáculos ou da necessidade de
se submeter a sacrifícios. Baixos escores tendem a estar presentes, também, em pessoas
com uma percepção desfavorável a respeito de suas capacidades, que não têm
objectivos bem definidos e que evitam desafios e actividades mais complexas

2.3.3 O factor Amabilidade: (também conhecido como agradabilidade ou socialização)


refere-se à qualidade das relações interpessoais dos indivíduos e aos tipos de interacções
que a pessoa apresenta ao longo de um contínuo que vai desde a empatia e compaixão
ao antagonismo. Indivíduo com baixo escore em amabilidade tendem a apresentar pouca
disponibilidade para com os outros, a ser autocentrados e indiferentes às necessidades
alheias, podendo ser hostis, distantes e frios. Tais indivíduos tendem, também, a se
envolver em situações que podem colocá-los ou colocar os demais em risco, pois
apresentam pouca preocupação em seguir regras, as quais minimizam, ignoram ou
desqualificam sua importância

2.3.4 O factor Neuroticismo: (ou instabilidade emocional) descreve o nível de


ajustamento e instabilidade emocional dos indivíduos e as respostas individuais que
ocorrem em consequência de um desconforto psicológico. Trata-se da dimensão mais
relacionada às características emocionais dos indivíduos. Aqueles com baixos escores
em neuroticismo tendem a ser calmos, relaxados, emocionalmente estáveis e a enfrentar
o estresse de forma mais eficaz. Entretanto, escores muito baixos podem indicar uma
má adaptação, no sentido em que tais indivíduos podem apresentar uma independência
emocional em relação aos demais, chegando a uma frieza, individualismo e
insensibilidade às questões alheias

2.3.5 Factor Abertura se refere aos comportamentos exploratórios das pessoas e ao


reconhecimento da importância de se ter novas experiências. Indivíduos com baixos
índices de abertura tendem a procurar a simplicidade e a previsibilidade, respeitam a
tradição e resistem às mudanças. Geralmente, são mais autoritários, conservadores,
convencionais e fechados (MILLER, 2012). Tais indivíduos tendem a ser pouco
curiosos para conhecer lugares e coisas novas, a não buscar fazer coisas que nunca
fizeram, a ser mais fiéis aos seus gostos artísticos e a ter uma postura mais rígida e
dogmática.

2.4 Teorias de personalidade

As teorias da personalidade são abordagens que buscam explicar o desenvolvimento e


funcionamento da personalidade humana. Existem várias teorias da personalidade
propostas por diferentes psicólogos ao longo da história. Alguns dos principais teóricos
e suas teorias incluem:

1. Perspectiva Psicanalítica

A perspectiva psicanalítica é única, cujo seu autor é Freud. Os elementos mais


importantes desta teoria são: a personalidade é um conjunto dinâmico constituído por
componentes em conflito, dominadas por forças inconscientes e a sexualidade tem um
papel crucial nesta teoria.
Refere também a existência da primeira tópica e da segunda tópica, sendo o
inconsciente, o pré-consciente, consciente e o Eu, Id, Supereu, respectivamente.
Segundo Freud (1964 cit in Hansenne, 2003), existem 5 fases no desenvolvimento da
personalidade, sendo estas a oral, a anal, a fálica, o período de latência e a fase genital.

2. Perspectiva Neo-analítica
Jung rejeita a teoria da sexualidade e realiza uma interpretação dos sonhos de forma
diferente. Um dos pontos essenciais da teoria de Jung é o de o inconsciente ser dividido
em duas entidades diferentes: o inconsciente pessoal e o inconsciente colectivo, sendo
este último constituído por arquétipos.
Segundo Jung (1933, cit in Hansenne, 2003), considerou duas atitudes distintas, a
introversão e a extroversão e paralelamente a isto, definiu 4 funções psicológicas: o
pensamento, as impressões, as sensações e as intuições.

Fomentou também que o desenvolvimento da personalidade é encarado segundo 4


fases: a infância, a juventude, a middle age e a fase old age.
Segundo Adler (1927 cit in Hansenne, 2003), considerava o indivíduo como uma
pessoa inteira, cuja vida passa da imaturidade para a maturidade. O autor refere que os
indivíduos decidem o rumo que as suas vidas vai tomar e que independentemente da
direcção tomada, procuram alcançar a perfeição dentro do que eles próprios
estabeleceram. Um dos aspectos fundamentais da sua teoria, assenta no facto de que o
homem deve cumprir 3 tarefas na vida: inserir-se na sociedade, consagrar tempo a um
trabalho e desenvolver relações amorosas. E sendo assim, é através destas 3 tarefas que
a criança vai desenvolver os seus interesses sociais.

Segundo Horney (1945 cit in Hansenne, 2003), não considerava que a personalidade
fosse exclusivamente determinada por pulsões inconscientes, nem que a líbido
constituísse a fonte energética das pulsões. A autora defende também que o
desenvolvimento normal da personalidade apenas se evidencia se os factores presentes
no ambiente social da criança lhe permitirem adquirir confiança em si mesma e nos
outros. Deste modo, quando as condições não se evidenciam, a criança vai desenvolver
uma ansiedade e poderá apresentar necessidades neuróticas.

Horney descreveu 3 tendências que os indivíduos verificam perante si próprios e diante


dos outros para reduzir a ansiedade. São 3 maneiras de viver, pensar e comportar que
desta maneira constituem 3 tipos de personalidade: o tipo submisso, o tipo agressivo e o
tipo desligado.
Para Sullivan (1953 cit in Hansenne, 2003), a personalidade é constituída pela
configuração duradoira das situações interpessoais recorrentes que caracterizam uma
humana. O conjunto destas relações a “dois” começa com a relação com a mãe e
termina com a escolha do vida parceiro.
Relata também que existem 2 tipos de tensões provenientes das experiências que
vivemos: as necessidades físicas e a ansiedade interpessoal.
Sullivan considerava que a personalidade se desenvolvia segundo 6 estádios de
desenvolvimento da infância à adolescência, encontrando-se cada um centrado numa
relação interpessoal única.

Erikson (1968 cit in Hansenne, 2003), criou a ideia de desenvolvimento da


personalidade segundo 8 estádios psicossociais (relação existente entre o
desenvolvimento psicológico do indivíduo e o contexto social). As referidas etapas
compreendem 4 fases na infância, 1 durante a adolescência e 3 no decorrer da vida
adulta.

Segundo o autor Fromm (1976 cit in Hansenne, 2003), a personalidade resulta da


interacção dinâmica entre necessidades inerentes à natureza humana e as forças
exercidas pelas normas sociais e pelas instituições. Refere que existem 8 necessidades e
atribui relativa importância aos caracteres, que podem ser do tipo individual ou do tipo
social.
3. Perspectiva Humanista
De acordo com Rogers (1961 cit in Hansenne, 2003), considerava o sujeito na sua
totalidade, atribuindo grande importância à criatividade, intencionalidade, livre-arbítrio
e espontaneidade. Rogers concede um lugar importante à noção de “si”, e define o modo
como as experiências são vividas e a forma como se apreende o mundo. Tendo isto
como base, criou um teste intitulando-se Q-sort, e segundo o autor, a personalidade
desenvolve-se se no ambiente constar 3 factores primordiais: a empatia, a visão positiva
e as relações congruentes.
Maslow (1962 cit in Hansenne, 2003), considerava os indivíduos como
fundamentalmente bons, racionais e conscientes. E que estes eram os actores dos seus
próprios destinos e evolução. Para além disso, considerava que existiam factores
motivacionais que sustentam a personalidade. E tendo isto como base, Maslow elaborou
uma hierarquia das necessidades, que são organizadas
em função da sua importância.
4. Perspectiva da Aprendizagem
Skinner considerava que o ambiente determina a maior parte das nossas respostas e que
em função das suas consequências, as mesmas serão ou reproduzidas ou eliminadas.
Refere ainda que os comportamentos respondem a leis: é possível controla-los através
de manipulações do ambiente (Skinner, 1971 cit in Hansenne, 2003).

Para Bandura, os factores mais importantes são os sociais e cognitivos. Insistindo no


facto de que a maioria dos reforços são de natureza social, como a atenção dos outros, a
aprovação, os sorrisos, o interesse e a aceitação. Ponto fulcral da teoria da aprendizagem
de Bandura é o facto de que com base na observação do comportamento de outrem,
construímos uma ideia de como os novos comportamentos são produzidos (Bandura,
1971 cit in Hansenne, 2003).

A teoria de Rotter (1966 ci in Hansenne, 2003), considerava que o ambiente podia


controlar os comportamentos, sendo um dos aspectos fundamentais na sua teoria a ideia
de expectativa, ou seja, uma situação idêntica não ser considerada pela mesma maneira
por 2 indivíduos. Com isto, o autor demonstrou que os indivíduos manifestam 2 tipos de
expectativas gerais que se podem
qualificar como 2 formas de representar a relaçãoentre comportamentos e reforços:
trata-se do locus of control.

5. Perspectiva Cognitiva
Kelly (1955 cit in Hansenne, 2003), considerava que os processos cognitivos
representam a característica dominante da personalidade. Para tal, o indivíduo formula
expectativas às quais chamou de construtos pessoais. Com base nisto criou o REP Test
que visa apreendê-los.
Mischel (1995 cit in Hansenne, 2003), rejeitou desde logo a noção de traço de
personalidade. Com isto, o autor sugeriu que uma teoria adequada da personalidade
devia ter em conta 5 categorias de variáveis cognitivas: as competências, as estratégias
de codificação, as expectativas, os valores subjectivos e os sistemas de auto-regulação.
No caso da depressão,

Beck (1972 cit in Hansenne, 2003) postulou que os doentes deprimidos têm distorções
cognitivas, que fazem com que eles descodifiquem a realidade de maneira inadequada.
Derivado disto, o autor elaborou a terapia cognitiva para ajudar as pessoas a
modificarem as distorções cognitivas.
6. Perspectiva das Disposições
Allport (1937 cit in Hansenne, 2003), foi o primeiro a utilizar a noção de traço de
personalidade. Na sua opinião, cada indivíduo é único em função de uma configuração
específica de traços. Assim, o autor distingue traços comuns de traços individuais,
definindo 7 fases que terminam no final da adolescência.

Cattell (1965 cit in Hansenne, 2003), baseou-se na observação com principal foco na
predição da personalidade. Na teoria deste autor, os traços constituem a dimensão de
base da personalidade. Estes traços são herdados e desenvolvem-se ao longo da vida do
indivíduo. Com isto, desenvolveu um questionário 16-PF para apreender a
personalidade.
Segundo Eysenck (1990 cit in Hansenne, 2003), bastam 3 super traços ou dimensões
para descrever a personalidade: extroversão versus introversão, neuroticismo versus
estabilidade emocional e psicoticismo versus força do Eu. O autor faz também
referência a 4 níveis: os tipos, os traços, as respostas habituais e as respostas específicas.
Eysenck, desenvolveu assim, o EPQ que permite medir as 3 dimensões desta teoria.
Derivado à longa discussão de um grande número de psicólogos da personalidade,
consideraram que as diferenças individuais podem determinar-se por 5 factores (Big
Five): a extroversão, a agradabilidade, a conscienciosidade, o neuroticismo e a abertura
à experiência. Devido a isto, foi desenvolvido um questionário para avaliar as 5
dimensões fundamentais da personalidade: o NEO PI (Hansenne, 2003).

7. Perspectiva Psicobiológica
De acordo com Gray (1982 cit in Hansenne, 2003), a sua teoria surge a partir de
observações de comportamentos animais, colocados em condições particulares de
recompensa e de punição. Assim sendo, esta teoria fomenta-se em 3 factores: a
ansiedade, a impulsividade e o sistema fight/flight.

O modelo proposto por Tellegen (1985 cit in Hansenne, 2003), compreende 3


dimensões preponderantes: a emoção positiva, a emoção negativa e o constrangimento.
Foi desenvolvido um questionário para apreender estas dimensões: o Questionário
Multidimensional da Personalidade. A emoção positiva está relacionada ao sistema de
facilitação comportamental, a emoção negativa está associada com a actividade do locus
coeruleus e o constrangimento com a serotoninérgica.

Zuckerman (1994 cit in Hansenne, 2003), substituiu o modelo dos 5 factores por um
modelo alternativo. Modelo este de 3 factores compreendendo os factores de
sociabilidade, de emocionalidade e de procura impulsiva de sensações de carácter anti-
social.
Cloninger (1988 cit in Hansenne, 2003), propõe um modelo biossocial da
personalidade, que se articula com temperamentos e caracteres. Cujos temperamentos
são geneticamente determinados, estando associados a variáveis biológicas específicas,
ao passo que os caracteres correspondem à aprendizagem e aos efeitos do ambiente.
Com tudo isto, os temperamentos são: procura da novidade (activação), o evitamento do
perigo (inibição), a dependência da recompensa (manutenção) e a persistência. Por
outro lado, os caracteres são: a autodeterminação (maturidade individual), a cooperação
(maturidade social) e a transcendência (maturidade espiritual). Foi desenvolvido o
questionário TCI com 226 itens que permite medir as 7 dimensões do modelo. Hoje em
dia existe o TCI-R que veio substituir o anterior para diagnosticar perturbações da
personalidade.

2.5 Propriedades individuais da personalidade

Extroversão: tendência a buscar interacções sociais, ser sociável e animado.

Introversão: preferência por estar sozinho ou em ambientes calmos e tranquilos.

Conscienciosidade: grau de organização, responsabilidade e disciplina.

Abertura à experiência: disposição para novas ideias, experiências e aventuras.

Amabilidade: disposição para ser gentil, prestativo e cooperativo com os outros.

Estabilidade emocional: capacidade de lidar com o estresse, manter a calma e ser


resiliente em situações desafiadoras.
Atitude positiva: capacidade de ver o lado bom das situações, ter esperança e
optimismo.

Empatia: capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros.

Assertividade: capacidade de expressar suas opiniões e necessidades de forma clara e


confiante.

Espiritualidade: conexão com algo maior, crença em valores e princípios além do


material.
2.6 Conclusão

Com este trabalho pode-se constatar e avançar na ideia que a personalidade é um


conjunto de processos cognitivos e automáticos que nos fazem reagir sobre uma
determinada forma, tendo em conta os diversos contextos. Penso que actualmente, a
personalidade deve ser entendida como um misto de factores biológicos e ambientais,
estando ambos intimamente relacionados.

É não menos importante de referir que ao longo dos tempos a personalidade começa a
ser considerada importante noutros domínios da psicologia, como na inteligência e nas
emoções (Hansenne, 2003).

É também necessário promover a formação universitária neste âmbito, para que se tenha

uma maior preocupação relativamente ao tema de avaliação, associando-o a uma


abordagem do counselling, tendo por objectivo o respeito do homem em todos os seus
componentes (Bernaud, 1998).

Pretendo com este trabalho apelar a todos os possíveis interessados nesta temática a
avançar deste modo num estudo mais extenso e profundo
Bibliografia

"Personalidade: Teoria e Pesquisa" de Lawrence A. Pervin e Oliver P . John

"Introdução à Psicologia da Personalidade" de Jerry M. Burger

"Personalidade: Uma Perspectiva Individual e Comportamental" de Jeffrey J.


Sherman e American Psychological Association

Feist, J., & Feist, G. J. (2008). Teorias da Personalidade. São Paulo: Harbra.

Freud, S. (1923). The ego and the id. Norton. Asendorpf, Jens B. (2004).
Psychologie der Persönlichkeit (3. Aufl.). Berlin: Springer. ISBN 978-3-540-71684-
6 Carver, Charles S. & Scheier, Michael F. (2000). Perspectives on personality.

Boston: Allyn and Bacon. ISBN 0 2055 2262 9 Dalgalarrondo, Paulo (2000).
Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes médicas.
ISBN 85-7307-595-3 Friedman, Howard S. & Schustack, Miriam (2003). Teorias
Da Personalidade. Prentice Hall Brasil. ISBN 8587918508 (No artigo citado da
versão alemã: (2004). Persönlichkeitspsychologie und Differentielle Psychologie (2.
akt. Aufl.). München: Pearson. ISBN 3-8273-71058)

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