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eee OUTROS LIVROS DE NOSSA EDICAO. | iW quent i Mare Ancel (Prof,, do Institut de France) Utilidade e Métodos do Direito Compurudo i MAURO CAPPELLETTI Mauro Cappelletti (Prof. da Univ © Controle Judicial de Constitu Direito Comparado Mauro Cappelletti Acesso & Justi dtd de Platenya, Wate ‘Mauro Cappelletti Suizes Irresponsiiveis? Elcias F. da Costa (Prof. da Univers. Federal de 1) Analogia Juridica e Decisio Judicial Oy Eduardo Couture-(Prof. da Univers. de Montevieu) ‘Os Mandamentos do Advogado Elicio de Cresci Sobrinho (Advogado) Dever de Veracidade das Partes no Process Cisit Fernando Noal Dorfmann (Prof. la Univers. lev Vine ses Ms ‘As Pequenas Causas no Judiciarios K. Hesse (Prof. da Univers. de Freiburg, i Ws, Alemania ‘A Forga Normativa da Constituigio Galeno Lacerda (Ex-Prof. Catednitieo cla UERGS) Despacho Saneador Boaventura de S. Santos (Prof. dy Univer, de Cesintaes © Discurso © o Poder-Ensaio sobre u Sociolagle da Ketcatea basil Vealecal ke Vem ve dhe Mie tial Cliudio Souto (Prof. Emétito di Universit Ciencia e Etica no Direito — Uma Alt ; I Carlos A. Mota de Souza (Mestre ens Teoria bs Pew Poderes Eticos do Juiz ee | J 2 Kee aes. : A.C. Spota (Prof. chi Univers Bucmy Altes) Sergio Antonio Fabris Editor 0 Saiz, 0 Advogado e u Forman da Dleeto Atvenes 6 it | JUIZES LEGISLADORES? MAURO CAPPELLETTI Professor da Universidade de Florenga ([tilis) da Universidade de Stanford (Estados Unidos) Dontoe Honoris Causa da Universidade de Aix-Marseille (Franga) ¢ da Universidade de Gand (Bélgica) 21,05 3d JUIZES LEGISLADORES? Tradugio de Carlos Alberto Alvaro de Oliveira Prof. da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Sérgio Antonio Fabris Editor Porto Alegre, 1993 / Reimpressio, 1999 (© Mauro Cappelletti Titulo original: Giudici Legislatori? (Esuudo dedicado & memoria de Tullio Ascarelli e Alessandro Pekelis) (0s princgis vadores do dindto (..) podem st, ¢frelentemente slo, 05 juzes, pois ‘presenta a vor final da atoridade, Toda ver que interpreta wn conan, na telagao real () ou as garntns do process eda liberdade,enltem accesaramente no ordenamento juris ‘articulas dm sistema de filosfia social com eas interpetages, de fundamental importa, ‘mprestam dreyio aad atividade de criagio do dit, As decisies dos tinal sobre questbes ‘scondmlea socials dependem da su lost econdmione social, mtv plo gual o progreso ‘ucfco do nosso povo, no curs do século XX, depend em larga medida de que o jizes saibam fazese poradores duma modems fosala sconce « sot antes de que soperda Alostia, por si mesma produto de condies coondmlcas superadts. Da mensagem emiada pelo Presidente THEODORE ROOSEVELT ao Congreso Americano (em 8 de decembro de 1908 (43 Cong. Rec, Pat. pg. 21) Desejo dedicar a tradugo em lingua portuguesa deste livro aos meus ilustres colegas o fratemos amigos José Carlos Barbosa Moreira e Sérgio Bermudes, aos quais devo a fortuna de sentir-me “em casa”neste grande ¢ ‘maravilhoso pais: 0 Brasil. Reservados todos 0s direitos de publicagéo, total ou parcial, a SERGIO ANTONIO FABRIS EDITOR so Mt Cape Ran Miguel Cot, 13 CEP 90850-050 ‘ aca Pst 4001 CrP st 0 Fone (051) 233-2681 —— Bs Porto Alegre - RS PREMISSA © presente estudo comparativo no tem # finalidade de demonstrar a verdade banal, embora infinitas vezes negada ou ocultada, em todas épocas ¢ ‘com inexaurivel perseveranga, da ctiatividade da jurisprudéncia. Ele pretende investigar, sobretuo, as razes pelas quas tal criatividade tem-sc tomado mais necesséria ¢ acentuada nas sociedades contemporineas, ¢ precsar a tipicidade, todavia permanente, do processo jurisdicional, que,no fundamental, permanece distinto do processo legislativo, com todas as conseqiiéncias — “debilidades”™ © “virtudes”, reais ou potenciais — decorrentes de tal diferenga. Mas se este ¢ 0 conteiido da investigaglo cientifica (ou, se se prefere, dda anilise teérica) do discurso desenvolvido nas piginas que seguem, nele cencontra-se implicta uma preoeupagio de ordem pritica (ou, se se prefere, de politica do dircito), concemnente principalmente, embora néo de modo exclusivo, a presente realidade jurdico-cultural italiana, que julgo deve desde logo ser evidenciada. Entei, com efeito, que maior © mais motivada consciéncia cientfica da expansio, ou melhor, da verdadeira © prépria explosio, do papel da ju como fator de adaptagio do direito as profundas tansformagées da nossa realidade s0dlal — uansformagies sem precedentes ¢ ticas de conexdes © convergéncias intemacionais —, pode conduzir a diplice contribuigéo: de um Indo, & superugdo de certos obsticulos, ‘mentais ¢ institucionais, que ainda hoje se opGem, mo nosso pais e em outros lugares, mas muito mais tenazmente na Ilia que alhures, a adequada sbsorgéo desse papel; e, de outro lado, & preservacio de certas caracteristicas essenciais 4a atividade judicial, sem as quais seria inevitivel o tisco de sua perigosa ‘perversio. Mc. SUMARIO Primeica Parte (© Direito Jurisprudencial, tema, método, limites substanciai 1. Delimitagio dos Temas da Investigagio Sobre a Rela- 0 Entre Processo e Dieito Substancial : 2. O “Dirvito Judicidtio”, Método da Investgagio . 3. “Interpretagio” © “Criagio do Direto": conccitos ccontrapostos? se ise eai oy 4. Os Diversos Gmaus ¢ 0s “Limites Substanciais Crintvidade Judiciia Segunda Parte Causas Efeitos da Intensificagio da Criatividade Jurispruden- cial . Causas do Fendmeno Modemo do Creseimento da (nevitivel) Criatividade da Interpretagio Judicidria: a __. “Revolta contra o Formalismo™ ...... . 3 (G Rares da Revolla contra o Formalismo: a Grande Transformagéo do Papel do Direito e do Estado na ‘Modema “Sociedade do Bem-Estar” . : F Bleitos da Grande Transformagéo sobre a Fungo Jutisdicional: Legislagio Social, Dircitos Sociais ¢ 0 Papel Transformado da Magistratura ae 8. Continuagio Sobre os Efeitos da Grande Transformagao da Fungo Judictia: a Ctise do “Big Goverment” e a Afimmagio de um Complexo e Gigantesso “Terceiro Poder” como Necessétio Contrapeso ans. “Poderes Politicos”. Modernas Evolugées nos Sistemas da “Civil Law” e naqueles de “Cammon Law” e a sua Tendéncia uma Reciproca Aproximagdo .... 2... cee 13 13 7 20 23 31 31 40 43 Continuagio, Sobre as Efeitos da Grande Transforma- gio da Fungio Judicidria: Conflitos de Classe ¢ 0 Papel dos Juizes na Protesio dos Intcresses Coletivos eDifusos ........... 10. Continuagéo, Sobre os Efeitos da Grande Transforma- gio da Fungo Judicisria: As Declaragées Nacionais ¢ ‘Transnacionais dos Direitos Fundamentais do homem elo) Ceti] Sormetinents | CITY sat Constitucional das Liberdades” oe ‘Terceira Parte Legislagio © Jurisdiglo: Debilidades © Jurisprudencial ..... 11, Crlagdo Judicitia e Criagdo Legislativa do Direito, A Diferenga Fundamental, Moral ¢ Estrutural da Fungio isdicional em Relagio & Fungo Legislativa: Os idades” Priticas Verdadeiras ou Presumidas da Criagdo Judiciéria do Direito . 13. © Problema da Legitimagio Democritica do Direito Jurisprudencial ... " 2 Quarta Parte Diferengas ¢ Convergéncias nas Grandes Familias Juridicas Conelusses 14, Algumas Diferengas Fundementais Entre os Sistemas de “Civil Law” e os de “Common Law", e Ainda Sobre a Emergente Tendéncia Evolutiva de Conver- ‘géncia 15, Algumas Consideragies Retrospectives. Conclusées sobre a Fiegao da Nao Criatividade da Jurisprudéncia o zoe © Gunde Movimento de apron doe Sistemas Jurfdicas . 56 o B 82 ey m1 M1 mL 128 Primeira Parte O DIREITO JURISPRUDENCIAL, TEMA, METODO, LIMITES SUBSTANCIAIS Primeira Parte O Direito Jurisprudencial, Tema, Método, Limites Substanei 1, Delimitagéo dos Temas da Investi Processo ¢ Direito Substancial Sobre a Relagio Entre © nexo entre processo e direito substancial, que as kimas gerages do Iwocessualismo italiano estio redescobrindo, depois de descurado por longo ‘eimpo em virmde da “excessivamente aclamada autonomia da agéo e da relagio processual™, apresenta dois campos principais de exame. O primeiro, uc setd 0 objeto especifico deste trabalho, conceme a0 problema da ~eriaividade™ da fungio jurisdicional, ou seja da produsio do direito por obra «los juizes. Com temninologia. um poco envelhecida, tata-se de verificar se © juiz é mero intérprete-plicador do direito, ou se participa, Jaro sensi, da stividade legisltiva, vale dizer, mais coretamente da criagao do direito. ‘Que + questio, conquanto antiga ¢ infinitas vezes debatida, cxibe vive atulidade, parece evidenciado, além das repetidas alusées, no nosso e etn oultos paises, tle uma “fungéo supletiva” dos juizes, pelo fato de sua escolba como tema central de discussio no recente congresso que reuniu, na Austria, algumas ‘ventenas de juizes das cortes supremas e de apelagio de numerosas dezenas Ale paises de todos os continentes’. — Assim, V, Den, Un Progeno per le iasisia Civile, Bologna, H Malina, 1982, pe. 12; ver mle pg. 97 ses. ~ 0 presente esidobastin-se, de fat, em larga mei no tere do ratio ger por mien ‘wig paso “Second World Congress of Appelate Cour sudges”, plead cota © Ut The \uowMaking Power of the Judge and ls Limite: A Comparative dnalyss, em Monash Law ‘vin, (1981-25:15-67. Maito se fou na Ria da fungao suplativa dos juzes, em prea 3 No entanto, hi também um segundo campo de exame, que meacionarei ‘aqui npenas brevementee ficaré substaneialmenteexchuido do presente ensaio. Aludo a0 campo que se refere, em terminologia difundida nos paises de iropéia-continental, ao “principio disposiivo™ e em particular tro lugar denominei de principio dispositive, “no sentido préprio oo substaneia™, Este tema foi igualmente objeto de nuimerosos estudos, entre ‘08 qusis talver 0 mais confecido na literatura italiana devesse a Tito Camacini’. Como escrevi alhures’, naquele ensaio Camacini demonstrou definitivamente a necessidade de distinguir, nfo obstante as recfprocas influéncias, as normas, deveres e poderes e, sobretudo, os atos que se referem ‘20 momento do pedido de tutela do interesse material deduzido em juizo, das normas, poderes ¢ deveres © em particular dos atos referentes a técnica e estrutura imerna do procedimento. No primeiro momento (¢ assim particularmente no momento em que lugar, especficamente om rela i Conte constiticonal (ve ukimameate sce 0 ema © meu Imalho La Core Costiucionale nel Sistema ci Governo bliano © nei Rapport con Ondinamerso Comurisario, em Riv. Dir. Proc. 1981, pigs. 613,517 c segs), « depos tandem, no que diz espeito acs jzescomus, tanto odo ghnto adninistvon (ja, fox exe plo, M. Capuno, I Gineici della Repubblica, Milano, Ed, ti Comunisi, 1977, pig 61 segs). Na ‘Apresentagdo do mi ima e espléndia cletnen 8 eatidos, essteve, vg, Vito Dent que "0 ontro grande tema do acesso justia, o ds intresies dfs, ania eth (.) ensiando o Seus primelospassos em nosso pais, os dit eetones que tém sca ns malore exgentag do tutela jrsdicional, « defesn do ambiente a proto do consumidor Também agsi © legsiador enconin-se quase de todo susente,enquanio x magitratva,seja evil, penal ot sdminisintiva, tem sido grande protagonists qic vem deseavelvendo, em conjto. com resultados positives, a fungi supletiva que as lacuras normaivas tiara por invitee por lhe confece”. DENTI nota 1, supra, pips. 13-4; veja tamaém idem, pig. 213 e segs Deveremos tomar 20 assnto, especialmente aot §§ 7-10, infra, Na Aleman falas inchaive, a tendéacia yar pasagem do "Rechistaat” ao “Jusiztat” em azo do “evident incausl escimento da importincia da fungi jurisictonal no dmbte dos pderes pcos” Ve, etre muitos, G. Pines, Poli arch Gece, Audlem Wag zum Juttesaat Line Verdfentichung der Freiherr-von-Sein-Gesslschaft foe fd (KBla, 1978), pigs. 3-24 3 — La Testimoniaren della Parr nl Sistema dell Ora 1, Misno, Giff, 1962, rstampa 1974, pgs, 308-375 4—T. Camacini, Tate Giarsdeionalee Teenea del Processor Stu in Onore ct Enrico eden, I, Milano, Gate, 1951, pigs. 95-772. ‘5 — La Testimonianea, not 3, supra, pigs. 306307. “4 © autor propde a demanda judicial, ov a revoga; o réu reconvém, Jevanta excesio “em sentido proprio", ou recouhece o fundamento dda demanda; 0 vencido interpbe recurs ete.) a parte dispe do set intresse material, © mais precisamente do poder de pedir a tutela Jurisdicional, fazendo depender indiretamente, assim, 0 éxito do processo civil do regime jurdico do proprio interesse. No segundo ‘momento, toma certas iniciativas endoprocessuais, especialmente instrutérias (pede, por exemple, a produgio de tuma prova, ow produz um documento, ou confessa ou jura a verdade de um fato, Sempre que se entenda, como também entendo, scompanhando & doutrina dominante, que confissio e juramento nio sfo negécios dispositivos do direito substancal, mas meios de prova fundados na eclaragio informativa presiada pela parte), © com isto escolhe, asso a passo, a técnica, o iter, os meios processuais que the pparecem mais adequados para perseguiro fim descjado. Da doutrina “separatista” dos dois momentos, assim distinguidos, ”, em vez de meramente “declari-lo™*. Ora, como. Se pode explica a tnica que a nossa epoca colocouna eiatvidadejudiciia? ‘Como primeira aproximagao par uma teapsta ‘eas indagigso dite aus tal nica pode se expliar como un aspeet do Tenomeno stay gel tpico das lias tés ou quato gerayées, qe 0 flésofo Morton G. White descreve como “a revolta contra o formalismo™®, E bem: compreensivel que, tas diferentes parts do saundo, tl rvoltatenha visado a alvos divers, 27 — Tal fendmeno refuse na melhor Hiertum do nosso temp. Um exempo ipico & dado pela. obe d Josef Esser, Grandoe und Norm in der richerlchen Fortidang des Privarechs, ‘TWhinge, Mobr, 1956, 2 ei, 1968, Veja ambi o excelente capitulo “Zar Methods. det {im Commom Law und im Civil Law", em K. Zweget eH. Kika, Eiftang in die Rechsvergleichung, 1. Tibingeo, Mohr, 1971, pags 314328, Dols ous moda ‘xemplos sto Louis L.bffe, English and American Judges as Lavmeers, Oxford, Clarendon Pras, 1969, © RLW. Fos, The Judicial Contribution, ru AES, Kay te E Kamenka, es, Lew Making in Australia, Sydney, Edvard Arvo, 1980, pp. 139 segs. 28 — Lond Reld, The Judge as Law Mater, J. of Soc'y of Public Teachers of Law, raas72.739).22. 29 — Vela 0 conhecdo ivr de M. Q. White, Social Thought in Ameroa: The Revolt Against Formation, New York, The Viking Pras, 1949 (redigho de 1952) esp. cx cape, 2 © 5. Veja ‘ambém Renato Troves, Ginsiia¢ Gucci nella Societ!Halan, Ba, Latte, 1972, ps 12 A inflagaca dessa “evoia™ pode talver ser medida tar peo fato de que provocou + un conte revola da qual o mais atotzao esaistendoexpocne& prvayelmnte Renala Dworkin Dest ver, de modo espe, 0 ensaio Tati Rights Seriously, London Dacoworh 1977 hevandd & di a oS 31 Enquanto nos Estados Unidos ¢, de forma talvez mais atenuada, em outros cordenamentos de Common Law, cuidou-se essencialmente da revolta contra 0 formalismo do case method, em Franga ¢ nas éreas de influéncia francesa dirigiu-se, pelo contririo, sobretudo contra o positivismo juridico, enquanto nt Alemanha e éreas de influéncia alemi representou principalmente uma insurgéneia contra 0 formalismo “cientifico™ e conceitual”®, 'Em todas as suas expresses, 0 formalismo tendia a acentuar 0 elemento da légica pura ¢ mecanica no processo jurisdicional, gnorando ou encobrindo, 20 contritio, o elemenw voluntaristico, discriciona, da escolha. Tipieo Je todas essas revoltas — representadas por varias escolas de pensamento, como 1 sociological jurisprudence ¢ 0 legal realism nos Estados Unidos, a Interessenjurisprudena ¢ a Freirechtsschule na Alemanha, ¢ 0 método da libre recherche scientifique de Frangois Gény ¢ de sous seguidores em Franga"" — foi, a0 contririo, 0 reconhecimento do eardter ficticio da concepgao da interpretagio, de tradigio justiniana e montesquiniana, como atividade puramente cognescitiva e mecinica e, assim, do juiz. como mera ¢ passiva “inanimada boca da lei" ;Sublinharam essas escolas de pensamento a ilusio da idéia de que o juiz se encontra na posigio de “declarar™ o direito de ‘mancira nio criativa, apenas com os instrumentes da légica dedutiva, sem 30 — Veja Teves, ci, nots 29, supra, pgs (21-122; ef M.Cappllets, JH. Memymman & 3. (M. Peso, The haan Legal Sytem, Stanford, Ca, Stanfon Univenity Piss, 1976 ep cs caps. 5-7, Para incsiva sinter informativa ¢ % erica pungente das” primeins manifedagées ‘eropen-continennis dessa revola, pode ser ldo ainia cor proveito 0 estado, ointments publicado em 1911, de Francesco Femara, Powers del Legtlatore © Furone del indice, ‘epubliado em Seriai Gard, I Milano, Gufet, 1954, pi. 3 segs. 31 — Da ampla erature sobre esta esoola de pensament, Unitar-mec a ctr apenas doas ‘bea 1 Mayda, France Gény and Modern Jurspradenc, Baton Rovge, Louisiana State ‘Univers Pres, 1978 Gob equal veja também a recensio de S. Herman, em Aml.Comp Law '21(1979)730 sepa, L. Lombard, nota 12, supra, pig. 201 e segs. Com particular atenglo 05 esenvolviment nx América veja, por exemplo, Tarifa, aa 7. spr pg. 138 © eps ‘32 — Justiniano procuru proibir todo comeatsi jurdio a seu Corpus Juris, e assim impede ‘gue no faturo os Jars, “com sua verbosidade,cansasscm coafusio a scabada dareza de Iglslapha. Code, 17, 12. Tentatva sila, com proiigso acs jizes de interpreta as leis © Snslgdo do rfid eisai, que de modo vidpio rseevava a lepsiador tal interretaio, fol ‘ealizada pelos legislaores da Revolupio francesa, sob aifuinca, etre outs, dacsaia de FRouscoa ¢ Mortesquiea, Vee a anise e eferénlas const ma grande obra de P. Calamandee, ‘La Cassazione Civile (1920), repblicada em Opere Gisridiche (aos oxidados de M. Cappelet), ‘VI, Napoli, Moran, 1976, pigs. 387-392, 395-096 pare posteroresreferécias Yea Gots, not 12, supra, pg, 270 nota 8, que recana ie outros exemplos stoos de tals profbgtes, Veja também « ata 158, Ife. edlebre passagem de Montesquieu sobre os Jules como "la bouche {go prononce ls paroles de ali des tes animes gui non peuvent raodre mi la fore, la ‘igueur”, encore no vo XI, cap. VI, do De Esprit des Los. Vela Oeuvres Complies de “Montesquieu (aos cidados de A. Masson), I Pais, Les Edtions Nagel, 1950, pig 217. 32. cenvolver, assim, em tal declaragao a sua valoragéo pessoal: E aplicaram tal cele ods formas de dit, ano dio ensign 20 case law, tanto a0 direito legislative quanto 4s codificagées sistemiticas Desnecesroacttar que ods ess evols candi 3 dears de ‘que, efetivamente, 0 papel do juiz é muito mals dif e complexo, e de que © iz, morale polieamente, 6 bem mals responsével por suas dcisées do ‘que haviam sugerido as doutrinas tradicionas. Escolha significa discricionariedade, embora nfo necessariamente apitrriedade; significa Valoragdo e “balanocamento”; significa tr presenles os resullados priticos ‘ss implicagdes moras da propia escotha;signifiea que devem ser empregados ‘fo apenas os arguments da Logica abstrta, ou tavez. os decorrentes da ‘andlise Tingiistica puramente formal, mas também ¢ sobretudo aqucles da histéria e da economia, da politica e da ética, da sociologia e da psicologia®. E assim 0 juiz nfo pode mais se ocultar, to facilment, detris da figil detest ‘da concepgao do direito como norma preestabelecida,slara e objetiva, na qual pod Basear sun dectsio de forma “neuta”. E envolvifa sua responsabilidade pessoal, moral e politica, tanto quanto juridica, sempre qiie haja ‘no direito abertura para escolha diversa. E a expeiéncia easina que tal abertura sempre gues Seinpre esti presente, Mais uma vez, nas palavras de eminente fuiz Quem poderd negar agora que, para o direito, as decisbes judicidries constituem uma contribuigio criativa, e néo meramente descritiva? \Nao hé outta forma de fazer de modo diverso, na medida em que raro € 0 caso de deciso que no pressuponha a escolha entre diias alternativas ao mesmo tempo admissiveis". Deixo por enquanto em aberto as dificeis questées de se essa “responsabilizagao” acentuada e, assim, a “politicizago” do juiz constituem ‘uma evolugio “boa” ou “mi e se esse desenvolvimento transforma o juiz. em legislador, minando desta mancira a idéia fundamental da separagio dos poderes, ttazendo ameaga talvez mortal & legitimagio democritica da fungao jurisdicional, ¢ definitivamente conduzindo, mais cedo ou mais tarde, “a0 33 — Ver, por exempla,o uminanteenssio de Alessandro Pekais,The Case for@Jurigpradence (of Welfare, reolido no volume Law and Social Acton Selected Eusays of dleander H. Peels (MR Konwitz, ed), Ihaca and New Yor Comell University Pres, 1950 (picasa, New York, Da Capo Pres, 1970), pig. Ie sos, eo. pgs. 815, 34 — Radel, nots 21, supra, pg. 271. 33 BIBL. REITOR JOAQ HED 1 1s estado totalitirio", segundo a tacituma profecia de Lord Devlin, outro insigne juiz inglés". Esses dilemas e previsées de modo nenhum sio destituides de setiedade, e tm sido levantados efetivamente por priticos e estudiosos de provada sabedoria; sobre isto deveremos retomar com o méximo empenho neste ensaio™, Por enquanto, basta a constatagio de que mencionado desenvolvimento constitu indiscutvel dado de fato. Que agrade ou nio tal fato — € que cada um de nés, como jursta ou simples cidadio, ambicione © seu posterior desenvolvimento ou deseje duramente combaté-lo —, permanece a realidade de que nenhurn de n6s pode ignoré-lo, por se tratar de fenémeno que ¢gravou profunds marca em nossa época 6. Razies da Revolta contra o Formalismo: a Grande Transformagio do Papel do Direito e do Estado na Moderna “Sociedade do Bem-Es- tar” £ necessicio retomar a indagagio levantada a0 inicio do parégrafo precedente: quais as razes de se ter acentuado com maior intensidade, em ‘nossa época, na Illia em muitos pales, o cariter (inevitavelmente) erative do papel dos juizes? ‘A revolia contra o formalismo, examinada no parigrfo anterior, em si amesma nada mais foi do que osintoma ou o reflexo de fendmenos muito mais peveirantes. O-pidprio fato de que’ de algum modo os juizes tenham participado dessa revolt pode ser prova da extriordiniia poténcia desses fendmenos. E certo, om efeito, que, Se existe uma categoria que, paticamente em todos os paises, tudo seja menos revolucionira, cota exalamente & Iagistratura, especia mente a 465 ibunais superiones. Como disse, de modo incisivo, embor talvez com cera ponta de exagero, Lord Devlin na “Chorley Lecture” de 1973, (0s juizes, como toda outra categoria de homens idosos, que tenham vivido vidas geralmente no aventurosas, tendem a ser tradicionalistas nas suas idéias. Este é um fato natural”, 35 — Lord Devlin, Judges and Lawmakers, mm Modern Lew Re, 39(1976) 6. | © se. pS. 16 repablleada, com o titulo The Judges as Lawmaker, em Pack Devlin, The Judge, Oxo, Oxford Univenity Pres, 1979, pigs 1-7 (odes as elt serdo etraidas dn publcagso origina cm Moder Law Rew). Veja umbéey, inf, o texto comespondene 4 nots 198. 36 — Veja copecialnent os §§ 11 13, inf, 37 — Lord Devin ct, now 35, ype, pag. 34 Por isso que os juizes profissionais tendem a ser_nawraliter cconservadores, quietos ¢ respeitosos da le, si0 também naturaliter contririos a evoluges que tendam a pdr em evidéncia c exaltar clemento votuntaistico das suas decisées, colocando em perigo a mistics da sua objetividade e neutralidade, Quais foram, entio, os potentes fendmenos que, nos wiltimos decénios, forgaram a categoria dos juizes até a sair,em alguma medida, da concha protetora do “formalism”? -Essobretudo important, segundo entendo, a madieal mudanga ocortida no _priprio papel do direio ¢ do estado na sociedade odema. Como eserevet Teccntemente egrégio constitucionalista holandés (agora juiz da Corte de Tustiga da Comunidade Européi), rinente ao direiio do trabulho, da sade ¢ seguranca social; mas gradualmente as intervenyées se estenderam 4 esfera da economia, mediante Icis de carder anlimonopolistico, sobre a concorréneia, ttanspories e agriculture; c, finalmente, chegamos A presente sitacéo, com a éxtensio do setor piblico, 0 exercicio de generalizado controle do estado sobre a economia, a assunglo da responsabilidade do estado em quesives de empreto. a elaboragdo de planos de assisténcia social o finanelamento dé atividades sem Fins Incrativos, como, por exemplo, no campo das artes, obras piblicas © renovagio dos centros urbanos em decadéncia™. Este formidvel crescimento do papel d ju Jegislativa em particular, parece constitur na vs Tonge de estar concluido, Sio de prever expansées ulteriores e importantes, embora ‘possamt parecer petigosas a muitos de nés, nada obstante os desenvolvimentos Tecentes, em sentido contritio, verficados em virios paises. Faz alguns anos, cssas previsiveis expansdes foram analisadas por ilustre economista americano (na epoca, 0 chief economic adviser do entio Presidente Carter, dos Estados Unidos). Falando do “ambiente” em sentido lato — “nio apenas ar © gua Poluidos, mas estétca ambiental, sade e seguranga no lugar de trabalho, ¢ as caracteristicas dos produtos que consumimes” — Charles L. Schulte afirmou 38 — T, Koopmans, Lepslamre and Juticlary — Present Trends, en New Perspectives ota 13, supra, pig. 309 ees, pigs. 313-314, 35 ‘exatamente que 0 papel do “governo™ esti constrangido a se estendet ainda mais a uma esfera de atividade muito ampla © até agora indefinida”. problema das “externaliries*, ou seja, “de encontrar 0 modo de controlar 0s efeitos colaternis (side effects) e nfo desejados, das nossas decisdes em matéria de produeso ¢ consumo", vem se tornando cada ver. mais urgente © nao pode ser ignorado pelos estados modernos. Embora Schultze tenha se referido 0s Estados Unidos, muito do que escreveu vale também para o resto do ‘mundo industrialmente desenvolvido. Dele menciono algumas das passagens mais relevantes: Nos EE.UU. (.) o papel do govemo, até recentemente, era limitado & restritaesfera de atividades. Incluiam essas a produto, ow a ajuda 4 produgio de bens, que a empresa privada nlo podia ot nfo devi ccuidar, © controle de observancia de certs “regras do jogo”, ‘mediante regulagdo normativa em matéria contatuale de anttruste, 6 reajustamento da ma distrbuiglo da renda, mediante impostos ¢ outras tansferéncias de recursos, e a tegulamentagio, por uma out outta razio, de esfern altamente selecionada de atividades privadas, cconcementes aos transportes, & distibuigio da energia eltrca, ¢ is insttuigdes financeiras, Mas a principal caracteristica dos efeitos colaterais, ambientats ¢ de outra natureza, relativos a sade © & seguranga, € que nio so Jimitam a um grape bem definido de aividedes, Els so expandet 4 todas lugares, incluindo as decistes em matéria de produgao ¢ consumo de milhdes de empresas privadas de centenas de milhces de consumidores*, Quanto mais a sociedade se toma “préspera, urbana, teenologicamente avangada, cconomicamente dinimica, ¢ inovadora no campo da quimica™®, mais complexo ¢ urgente se toma o problema das externalities, pelo que se acentua a necessidade de intervencio ¢ controle governamental. No que cconceme & prosperidade, 39 — A palavrs 6 aqulempregaa, cbviament, no sentido de government, que Inhi nio 85 0 poder exceuive mat tanbein 0 lepisltivo eo judas, 40 — CL. Schultze, Emvronment and the Economy: Managing the Relationship, em Chatles . itch ed, Resources for an Uncenain Faure, Baltimore f& London, John Hopiins Unive Press, 1978, pigs. #7-102 (as palavns refed no texto encontm-se a pig. 87), 41 — Idem, pig. 88 43 — 0b. elon ots 36 a quando o homem consegue o proprio pio cotidiano com 0 suor do ‘Seu rosio, as amenidades nao so muito importantes. Mas, na ‘medida em que suamos menos e dispomos de mais pies, as amenidades ambientais passam a ser terrivelmente importantes. ‘A urbanizagio, “pelo simples fato da vizinhanca fisica”® de tantas ‘Pessons, naturalmente constitui causa de problemas, tensées e danos ambien- luis. E, enfim, exatamente porque progredimos tecnologicamente, criamos (. Sempre novas fontes ¢ instrumentos de poluigéo ambiental (. Justamente porque temos uma economia dindmica, as atividades empresariais © os processos de produpio encontram-se em constante movimento, de tal maneira que 0s standards ambientais, de toda localidade (..) sio constrangidos a mudar, para se adaptar ‘0 permanente nascer e morrer de empresas ¢ estabelecimentas. E exatamente por causa de nossa inventividade no campo da quimica, continuamente aumen amos o niimero de eompasios quimicos, cujos efeitos colaterais, até enti ignorados, podem revelar-se danosos"®, E evidente, em suma, que o problema das externalities ambientais imp6e .as sociedsdes modems ¢ Para resolver tio titinico desafio, os modemes sistemas de governo no podem confiar exclusivamente na “invisible hand" de Adam Smith, na livre Ici do meteado, ditada pela maximalizagao do lucro. A tendéncia recente, que fencontra o seu “grito de guerra” na condenacéo do “Big Government”, derivado do welfare state e no invocado retomo & livre iniciativa privada ¢ as leis do “livre” mercado, atraente para muitos como os cesultados eleitorais dos 44 — Idem, pig 89. 45— Ob.0 bos ci. 46— 0b. e los cits, 47 — Idem, pig, 90. 37 tiltimos anos tém demonstrado, na Inglaterra, Suécia, Estados Unidos, Noruega ‘© em oulras partes, pode certamente ter muitas justficagdes; todavia, se levada as suas extremas conseqiiéncias, parece destinada a segura faléncia". Na verdade, a insuficiéncia da orientagao da maximalizago dos lucros, fem particular no campo da “poluigio” e do “congestionamento™, foi demonstrada de maneira muito convincente, entre outros, pelo premio Nobel de economia Kenneth J. Arrow”, Jé em 1973 escrevia ele que nfo possuitmos qualquer mecanismo por forga do qual os custos da poluigio, despejados por uma empresa na rea vizinha possam se compensados por esta. Els ters, portant, a tendéncia a produzir mais poluigio do que desejével (..) Dado que nio pega esses ceustos, nao existe para ela qualquet incentivo, baseado em eéleulos de lucro, para observar limites. O mesmo raciocinio vale em Imatéria de congestionamento do tafico, quando no € imposto falgum énus para o aumento do mimero de automéveis ou de ‘amines em transito nas estradas. Tal aumento acarreta atrasos © ‘aumenta a possibilidade de acidentes; impée, em resumo, um custo fs expensas de amplo nimero de membros da sociedade, custo que nfo € suportado por quem o ocasiona (..) Existem muitos outtos ‘exemplos do mesmo género, mas bastam esses dois para ilustrar 0 ‘Ponto que aqui interessa, ou Sea, que &necessitio fazer um esforgo, 2 fim de modificar 0 comporamento empresarial bascado a tmaximalizagio do luero, naqueles cases em que tal comportamento feflita-se sobre cusios de terceiros, nfo faciimente compensavels mediante apropriado sistema de pregos®. 48 — Vein vg, Keaneth 1 Aro, Two Chers for Government Realation. The Inevitable Freire of Roa Reagan erm Harpers Mogi, March 198 pig. 18-22. Para slr porto A vn, cxposo por storado procsnalists american, veja Arh 5. Mil, dela Actoem ‘tnd Amorcon Consinslonalo Some Nate on Reflection em. Peanck fe). W Chap, da, Consitutonatzm(Nomos XX), Now Yark Univesity Pres, 197, pip 33 aa (2 SS¥o pote Mile, flando Jo "lg Govemric!”—~ mas ann ds finance celts do “Big Busines, Big Labor, Big Pounaons, Big Fares Orato, Bip Voern's eel, Bip. Chuche, Big Univers” — ina goo “atm amples opanngser (-) ‘cattcmo wpa sdminstatv do “estado corpotivo"(.) Ede toto improvivel qe poss ‘St akotvany 0 contr, mo povivel que coninem ses braun no ma) ‘mas o mando?) {9 — Veja por diimo o ecto de Aro cia na nota ate 50 — Kenna J. Ano, Socal Respouiiliy nd Economic Efiincy, em Public Polley 21ci12), pg 903 esos ep pps. 306307. Outro mondo cmmomina ms da Stator ‘Univers em route dsc como peste da "Anedan Boom Amon’ ae o> ‘jutlegiorcional om moss sconomla mist, iin expresso de welore stare, ete 38 Toma-se inevitivel, portanto, para 0 govemo de todo estado ‘economicamente avangado, intervir em todos esses dominios, por mais diffeeis, € até ariscadas que possam ser essas intervengées. E de fato os estados ‘moderos, justamente por isto caracterizados como estados sociais ou welfare States ¢ como “economias mistas”,tém experimentado eestio experimentando, ‘com sucesso varidvel, ampla gama de métodos ¢ instrumentas no sentido de resolver 0 extremamente complexo problema das exernalities ambientais. “Métodos que vio das normas legislativas aos regulamentes, da determinago {de prioridade mediante planos a cuto¢ longo prazo & elaboracio de principios « diretivas limitadoras, da imposigio de taxas e oultos énus & criagio de incentives indiretos".” Thiciamente, as intervengSes estataistinham principalmente natureza de preceitos legislativos, do que decorreu o fenémeno, ccaracterizado incisivamente pelo conhecido jurista americano Grant Gilmore, ‘como “orgia de leis“. Obviamente, contudo, um aparelho administrativo sempre mais complexo foi e deve ser criado, com o fim de integrar © dar ‘atuagio pritica a tais intervengdes legisativas. O welfare state, na origem cessencialmente um “estado legislative", transformou:se, assim, ¢ continua petmanentemente se transformando, em “estado administrative”, na verdade cm “estado burocritico™®, nfo sem 0 perigo de sua perverséo em “estado de policia™*. rela se ver um compromlsso prgedtco ene as vinudes © of defor do descentrlizado ‘aptlism de mereado edo socalismoivasor A Fiaidade da economia mista ¢bter uma cor ‘medida de json distibtiva,sequanga e depo socal ra vida econdmica, sem perder rio (bn efictncin edinamismo da empresa pada oda onganizagBee de mereado~ M. Abramowitz, Welfre Quandaries and Productivity Concern, era American Esin. Rev, (1981), pag. | © sees, pag. 13. 51 — Veja Schutze, nota 4, supra, pigs 959% também Amow, acta 50 pra, pigs. 310-317 52 — Gran Gilmore, The Ages of American Law, New Haven, Yale Universty Pr, 1977, pig. 95. Veja também a andlise (Ue inicnustamente coma defniio de Gilmore) de Guo Calabes no volume das suas “Holmes Lecture", ltimlado A Common Law for the Age of Stantes, (Cambie, Mass, Harvard Univesity Press, 1982, pig. Do mesmo Calabres,vejasinda x ob sikomn ota 13, supra, pg. 299. 53.— Veja, por exemplo Miler, na 48, supra pg. 358; Lawrence Fedman, Clans Disputes, Confcs and the Modern Welfare Ste, xt M. Cappelli, ed, Aces 10 Justice andthe Welfare Ste, Ain nan den Rije-Brullas- Stage rene, Siti? Broyant Kiet Cota-Le Monaier. 1981, pig, 251 segs, pl 257 54 — Veja Andeé Tans, The Ques for Justice, em M. Capello, nota $3, supra, pig. 315 ‘ses, pp. 349. Sublinks-e, po oat indo, que o “tad te pic” pod bem ee 9 lor aco, ‘ua cevamentendooreulada nessa, 60 Bit Prvidene ou welfare state, Cami, eee tants, o eonheido estudo de Chaes Reich, The New Property, em Yale Law J, 73(1974), em 39 0s efeitos de tio grande transformagio do papel do estado € do dieito nas Soeiedades modemas, ja amplitude ¢ profuadade sssimem enone impertania, Examinaremos nos parégrafos seguintes os que tiveram influéncia mais rclevante sobre o papel dos juizes no mundo ccontemporineo. (7 eitos da Grande Transtormagio sobre a Fungéo Jurisicional Teglslacio Social, Direitos Sociais © 0 Papel ‘Transformado. da Magistratura ‘Antes de tudo, deve-se notar que a legislagio com finalidade social (a legislagio de welfare) é muito diferente, usualmente, da legislagio tradicional. Como escreveu o professor (agora juiz) Koopmans © carter dessa legislagdo, que tpicamente se destina a produzir transformagées, (..) mudou de forma muito acentuada © quase impereeptiveimente. As lis mais velhas, em tema de tabalho, pot ‘exemplo, cram feitas ainda de acondo ‘com a técnica legislativa tradicional. Elas formulavam, efetivamente, certs regras de conduta, sobre vitios temas, como o da seguranga e da higiene nas fbrieas, da proibigio do tabatho das ctlangas, dat obrigngoes financeiras dos empregados ou dos efeitos juidicos dos acondos coletivos. Esse método, porém, manifestou-se inadequado quando se tratou de formular esquemas de seguranga social ou Ieis em matéria de investimentos e de concorréncia. Nesses dominios, 3 leis possivelmente fixaram também certas regras de conduta, mas no se detiveram ai: dispuseram, além disso, sobre a eriagio de entes sociis ¢ instituigses, © concedetam av poder executive ou a ‘ulras entidades, em determinadas casos, certos poderes de decisio © também de regulamentagio ¢ delegagio legislativa. Com 0 aumento do imbito e intensidade das intervengGes piiblicas, a ‘nica da atividade legislative deslocou-se progressivamente das rogras de conduta para a5 medidas © acomodagGes instinucionais, Pouco a pouco, emergiu um novo tipo de legislaglo: as leis indicum

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