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INTOXICAÇÃO

EXÓGENA
JÉSSICA ANGELO
Enfermeira
Pós graduada em urgência e emergência – UNILEÃO
Pós graduanda em terapia intensiva - UNINASSAU
Intoxicação

 Qualquer substância nociva que, quando introduzida no organismo, provoca alterações em um ou mais
sistemas fisiológicos

 Manifestações:

►Neuropsiquiátricas
►Gastrointestinais
►Respiratórias
►Cardiovasculares

►Renais
Cerca de 1,5% a 3,0% da população mundial é acometida por algum tipo de
intoxicação exógena ao ano, sejam estas acidentais ou intencionais; são
consideradas importantes causas de agravos à saúde (ZAMBOLIM, 2008).

Nas atividades econômicas, a exposição dos trabalhadores a diferentes


substâncias químicas, como poluentes no ar, compostos orgânicos voláteis,
solventes, gases e líquidos (inflamáveis, explosivos, tóxicos), entre outros,
aumenta o risco de intoxicações exógenas.
NOTIFICAÇÃO

A notificação das Intoxicações Exógenas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN)
iniciou-se em 1997;
De acordo com o art. 8º da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 e o Art. 3º da Seção II do Capítulo I da
Portaria de Consolidação Nº 4 a notificação compulsória é obrigatória para os médicos, outros
profissionais de saúde ou responsáveis pelos serviços públicos e privados de saúde, que prestam
assistência ao paciente, não se caracterizando como ato de exclusividade médica. Ainda, segundo o §
1º a notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo, de
acordo com o estabelecido no Anexo 1 do Anexo V (BRASIL, 1975).
 Inalação
Respiratória
 Absorção TIPOS DE INTOXICAÇÃO
Pele e mucosas
 Injetável
Corrente circulatória
INTOXICAÇÃO POR INJESTÃO

Quadro clínico depende da substância


• Lesão ao redor da boca
• Alterações do ritmo cardíaco e
respiratório (Taquicardia ou
Bradicardia)
• Alterações pupilares ( midríase)
• Sintomas neurológicos (rebaixamento
nível de consciência, agitação)
• Sintomas gastrointestinais (náuseas,
vômitos, diarreias, sialorréia)
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR

• Sintomas gastrointestinais;

• Podem ser causados por


contaminação dos alimentos, má
conservação ou alimentos com
prazo de validade vencidos;
• Tratar conforme sintomas;
• Não usar antidiarréicos;
• Prevenir com medidas de
saneamento.
INTOXICAÇÃO POR INGESTÃO EM CRIANÇAS

• As principais vítimas são as crianças de 0 a 4


anos de idade.
• O ambiente domiciliar pode apresentar uma
grande variedade de agentes tóxicos, como:
plantas, medicamentos, pesticidas, produtos de
limpeza e higiene pessoal, que, ao alcance das
crianças, representam risco iminente de
intoxicação.

• Para evitar que essas situações aconteçam, é


muito importante guardar adequadamente os
produtos que possam colocar em risco a vida
da sua família.
SINTOMAS:

• Alteração no nível de consciência: sonolência,


agitação;
• Alteração pupilar: Midriase ou Miose
• Sialorreia:salivação excessiva;
• Nausea, vômitos;
• Alteração na coloração da pele: cianose;
• Alteração nos sinais vitais: hipotensão,
taquicardia, hipotermia, taqui ou bradipneia;
• Paralisia;
• Diarreia
INTOXICAÇÃO POR INALAÇÃO

• SINTOMAS
• Dificuldade respiratória
• Tosse
• Alterações do ritmo cardíaco
• Irritação ocular
(exaustão de
Identificar a Remoção da Manter vias
auto, gás,
causa cena aéreas abertas
aerossóis)
Conduta

Chamar sempre
Suporte básico Ligar para o 193 quando
de vida CEATOX houver inalação
de fumaça
OUTROS TIPOS DE INTOXICAÇÃO POR
INALAÇÃO
ABSORÇÃO

Sintomas:
• Irritações na pele;
• Prurido;
• Irritação ocular;
• Aumento da temperatura no local;
• Reações alérgicas graves.
Bolhas produzidas pelo contato com planta venenosa
INJETADOS

Picada de insetos, overdose de drogas


Identificar a causa
Avaliar porta de entrada
Sinais de reação alérgica
Dificuldade respiratória
Instabilidade hemodinâmica
Nesta situação é importante avaliar três variáveis:

O USUÁRIO: personalidade, fisiologia, motivação para o uso


da droga, expectativa quanto ao efeito, medo, etc.

Intoxicação
por Drogas O CENÁRIO: se o local é seguro ou ameaçador, estranho ou
familiar, acolhedor ou apertado, tranqüilo ou agitado, quente
ou frio, barulhento ou quieto, o que está ocorrendo em volta,
hora do dia, etc.

A DROGA: tipo de droga, quantidade, quantas vezes foi


usada, como foi administrada (fumada, aspirada, ingerida,
injetada), se já era usada antes, durante quanto tempo, grau
de pureza da droga, se misturou algo com a droga, etc.
CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS

DEPRESSORAS: Benzodiazepínicos (tranqüilizantes,


indutores ao sono, etc.); Barbitúricos (anestésicos,
sedativos, anti-convulsivantes, etc.); Ópio e
derivados (morfina, heroína, codeína de alguns xaropes,
etc.).

ESTIMULANTES: Anfetaminas (inibidores do


apetite); Nicotina (cigarro); Cafeína (café, chá,
etc.); Efedrina(descongestionantes); Atropina.

DESPERSONALIZANTES: Euforizante (cocaína,


etc.); Deprimentes (álcool, inalantes,
etc.); Alucinantes (maconha, haxixe, LSD, cogumelo, etc.)
SINTOMAS
 Pupilas de tamanho anormal ou pupilas não reativas
(não contraem quando uma luz brilha diante delas).
 Agitação.
 Confusão, alucinações.
 Dificuldade para respirar.
 Sonolência.
 Náusea.
 Paranoia.
 Falta de estabilidade.
 Transpiração.
 Inconsciência.
 Comportamento violento.
 Vômito.
ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
MANEJO DO PACIENTE VÍTIMA
DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA

c.Hemodiálise
1.Reconhecer uma intoxicação d. Administração de diurético
2. Identificar o tóxico e. Alcalinização ou acidificação do
3. Avaliar gravidade meio
4. Diminuir a absorção e 5. Estabilização clínica
aumentar a eliminação do 6. Administração de antídotos
7. Administração de soros em casos
tóxico:
de animais peçonhentos.
a. Lavagem gástrica 8. Notificação do fato no SINAN
b. Carvão ativado 9. Apoio da equipe multiprofissional
ABORDAGEM INICIAL

• Identificar o agente toxico; Medidas:


• Não provocar vômito em caso de ingestão Oximetria de pulso
de produtos cáusticos; Monitorização multiparamétrica
 Exame físico: Puncionar acesso venoso calibroso
• Observar sinais de queimadura em região Suporte de oxigênio
oral Glicemia capilar*
• Aferição de sinais vitais *Todo paciente com alteração do nível de
• Avaliação pupilar e nível de consciência ( consciência deve ter a glicemia capilar
Escala de Glasgow) testada para afastar hipoglicemia.
LAVAGEM GÁSTRICA
• Lavagem gástrica é um procedimento terapêutico
que consiste na irrigação e aspiração do conteúdo
gástrico por meio de cateter permitindo retirar do
estômago todo o conteúdo que ainda não foi
absorvido pelo organismo
• Idealmente, a lavagem estomacal deve ser feita até
2 horas após a ingestão da substância
• Realizar a inserção da sonda nasogástrica
lubrificada com Xilocaína gel;
• Posicionar o paciente em decúbito lateral esquerdo
para facilitar o esvaziamento gástrico;
• Conectar o cateter ao equipo com soro fisiológico
0,9% e infundir o volume prescrito lentamente;
• Remover o conteúdo do estômago utilizando a
seringa;
• Repetir estes a infusão de soro fisiológico pelo
cateter e a aspiração do conteúdo do estômago até
que o conteúdo esteja transparente;
Lavagem Gástrica

Indicação Contra indicação

• Agitação, convulsão, coma;


• Mais invasivo
• Grandes partículas do produto;
• Não remove bem cápsulas e plantas
• Cáustico: risco de perfuração
• Atrasa o uso de carvão ativado
• Pós-operatório
• Ambiente hospitalar
• Instabilidade clínica
• Pessoal habilitado
• Arritmias cardíacas (↑ risco de resposta
• Emocionalmente lesiva
vagal e PCR)
• Fratura da base de crânio: SOG
CARVÃO ATIVADO
É mais provável que o CA beneficie os pacientes
quando administrado enquanto a toxina permanece no
estômago.

CARVÃO Tradicionalmente, acredita-se que esse período esteja


dentro de uma hora após a ingestão de veneno.
ATIVADO

O carvão reduz, em média, em 69% a absorção de


substâncias tóxicas quando administrado até trinta
minutos após a ingestão. Essa redução foi de 34%
quando o carvão foi usado na primeira hora da
ingestão. Geralmente, após duas horas da ingestão, o
carvão é ineficaz.
CARVÃO ATIVADO

• O carvão ativado tem sido administrado com


maior frequência em uma dose de 25 a 100
gramas (10 a 25 gramas ou 0,5 a 1,0 g/kg em
crianças menores).
• Deve-se diluir o carvão em água, soro
fisiológico ou catárticos (manitol ou sorbitol),
geralmente 8 mL de solução para cada grama
de carvão.
• Este último é o mais recomendado, não por
aumentar a eficácia do carvão, mas por evitar
constipação
Carvão Ativado

Contra-indicações Complicações
• Cáusticos • Distenção gástrica
• Hidrocarbonetos Broncoaspiração
• Antídoto oral (NAC) • Constipação
• Íleo paralítico
• Cirurgia abdominal
intestinal /
recente Fecaloma
ANTÍDOTO

• Medicamento ou produto químico que


age sobre o veneno, ou
concomitantemente, opondo-se aos seus
efeitos, através de diferentes
mecanismos.

• Infelizmente, em relação ao número de


venenos quase ilimitado, dispõe-se de um
reduzido número de antídotos
REFERÊNCIAS
• Brasil. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Picadas de
insetos e animais peçonhentos. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/picadas-de-insetos-e-
animaispeconhentos-parte-1/>. Acesso em: 07 mai. 2022.
CIAVE.Centro de Informações Antiveneno. Disponível
em:https://www.saude.ba.gov.br/wp-
content/uploads/2017/08/Antidotos_2017.pdf

• Ministério da Saúde. Portaria GM/MS n.º 777/GM, de 28 de abril de


2004. Dispõe sobre os procedimentos técnicos para a notificação
compulsória de agravos à saúde do trabalhador em rede de serviços
sentinela específica, no Sistema Único de Saúde – SUS. Diário
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, nº 81, 29 abr.2004.
Seção 1, p. 37-38
• Sanarmed. SANARFLIX. Intoxicação Exógena: definição, tipo,
sintomas, diagnóstico e mais! Disponível em:
<https://www.sanarmed.com/intoxicacoes-exogenas>. Acesso em 08
mai. 2022.
• ZAMBOLIM CM, OLIVEIRA TP, HOFFMANN AN, VILELA CEB,
NEVES D, ANJOS FR, et al.Perfil das intoxicações exógenas em um
hospital universitário. Rev Médica Minas Gerais. 2008. Disponível
em:https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/panorama
OBRIGADA

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