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Controlo DEITRA LEO OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM * Analisar os virios métodos de preparagdo para o parto. * Descrever as técnicas do respiragao e relexamento uti: zadas em cada estédio do trabalho de parto. * Identificar estratgias no-tasmacologicas pare fevorecer o relaxemento e diminuir o desconforto durante o traba- tho parto, ‘+ Comparar métodos farmacolégicos de alivio do descon- orto nos diferentes estdaios do trabalho de parto € para 18 diferentes tos de pare, TERMOS-CHAVE E DEFINIGGES analgesia Auséncia de dor sem perda de consciéncia analgesia sistémica Alivio da dor através da administra- G0 do um enalgésico, por via parentérica, (p. ex.. via ssub-cutdnea, intramuscular ou intravenosa) que atra vyessa a barreire hematoencefélica para obter efeitos analgésicos centres, analgésicos opiéceos agonistas Medicamentos que ali- vviam 2 dor por activagso dos receptores opidcaos. analgésicos opiaceos agonistas-antagonistas Meci- camentos que combinam 9 actividade egonista (que activa ou estimula um receptor para realizar uma accéo) com a actividade antagoniste (que bloqueia um recep- tor ou um medicamento cuja accéo é designada para activar um receptor) para aliviar @ dor, som causar de- ressdo respiratora significativa a mae ou fetoftecém- ascido, anestesia Auséncia parcial ou completa de sensibilidade, ‘com ou sem perda de consciéncia, anestesia por infiltragao local no perineo Proceso através do qual um anestésica & depositado no tecido para enestesiar uma regido limitada do corpo, bloqueio dos nerves pudendos Administracdo de um anestésico injectado localmente na raiz dos nervos Pudendos, para produzir anestesia da regiao genital e perianal bloqueio epidural Tipo de anestesia regional realizeda bor injecgao de um anestésico local ou de uma com- binacdo deste com um analgssico opiaceo no espago epidural CapituLo do Desconforto + Analisar a utiizagdo da Naloxona, * Aplicar 0 proceso de entermagem no controlo do des- Cconforto, 8 mulher em trabalho de part. * Descrever as responsabilidades de enfermagem numa ‘mulher submetida @ analgesia ou anestesia durante 0 trabelho de parto, contrapressao Presséo aplicada na regiéo sagrade, du. rante as contreccOes uterinas, effleurage Toque de deslizamento suave usado na mas- sagem, geralmente sobre o abdémen, método de Bradley Método de preparagio do nascimen- to assistido pelo companhelto que utilza técnicas de Fespirazao © modificagao do meio ambiente, durante 0 trabalho de parto, método de Dick-Read Preparacao do nascimento, base. ada na premissa de que 0 medo da dor produz tensa muscular, dor @ aumento do meda; inclui o ensino dos Processos fisiolégicos do trabalha de parto, exercicios ‘para melhorer o tSnus muscular e 0 ensino de técnicas de relaxamento e de prevencao do mecenismo medo- tenséo-dor método (psicoprofilactico) de Lamaze Método do pre- bbaragao nara o nscimento dosenvohido em 1950 por um obstetra francés, Fernand Lamaze, que ganhou po- Pularidade nos Estados Unidos na década de 60. Esto Método requer pratice no domictio © apoio durante o trabalho de parto © parto. Os objectivos s4o: minimi- 2ar o medo ® a percengéo da dor, e promover relagdes familiares positives através de preparacéo mentale sica, incluindo técnices de relaxamento, offleurege e ‘concentracao, ‘narcose neonatal Depressao do sistema nervosa central do recém-nascido causada por um opiéceo: pode ser manifestada por depressao respiratdria, hipotonia, le targia e atraso na requlacéa de temperatuc 355 356 Uwipans Quazao NASCIMENTO TERMOS-CHAVE E DEFINIGOES - continuagao opidceos antagonistas Medicamentos utilzados pare reverter os efeitos depressores do SNC (particularmen- te 05 respiratorios] de um opiéceo. raquianestesia Anestesia regional induida pete adminis ttagio de uma substancia anestésica lecel dentro do fespaco suberacnoideu ao nivel do terceiro, quarto ou uinto espaco intervertebral lombar, ‘tamponamento epidural Tarmoo formed por escassos imilliwos de sangue da mae, que ocluio ariicio ds dura- © recursos ELectROmicos mater em redor da medula espinhal, provocado duran: te a indugdo do bloqueio espinal; a sua finalidade & a de prevenir as cefaleias associadss & perde de liquido cefalorraquidiano, ia de “gate-control” Teoria de controlo da dor uti zada para explicar 0 macanismo neurofisiolégico subja- cente& percepgdo da dor: a capacidadedas terminagoes. nervosas transmitirem dor reduzida ou completamen- te bloqueada usando técnicas de distraccao. 0 Poder ser encantrada informaeao complementar elacionada com este Capitulo no CD interactive que acampanha o fo ‘© NCLEX Review Questions © Ciitical Thinking Exercise - Pationt Receiving Epidural Block ‘dot é um fenémeno desagradével, complexo © muito individual com ambos 05 compo- nentes sensorial e emocional. As grévidas preccupam-se, frequentemente, com a dor que iro sentir durante o trabalho de parto e parto e com 0 modo como irdo reagir e lidar com ela. Bxiste uma grande varledade de métodos de preparagao para nascimento que podem ajudar a mulher ou o casal a lidar com o desconforto do trabalho de parto. As intervengSes seleccionadas depen- dem da situagao especifica e das preferéncias da mulher do acompanhante significativo e do prestador de cuidados de saiide. Bate capitulo aborda o desconforto durante o trabalho de parto e apresenta intervengdes farmacoldgicas ni far- ‘macoldgicas adequadas aos diferentes estddis do trabalho de parto. Estas informagdes constituem a base para a com preensio do papel do enfermeiro na gestio do desconforto ‘materno durante o trabalho de parto. DESCONFORTO DURANTE a O TRABALHO DE PARTO E PARTO Gausas neurolégicas Adore o desconforto experienciados durante o trabalho de parto tém duas origens,viscorais e somaticas (Lowe, 2002). Durante © primeizo estédio do trabalho de parto, as contrac: es uterinas provocam dilatacdo e apagamento do colo, Aisquémia uterina (diminuigdo do aporte sanguineo e con- sequente défice de oxigenacéo local) resulta da contracgio das artérias do miométrio durante as contracgées uterinas. Durante primeiro estédio do trabalho de parto, os impulsos dolorosos sio transmitidos através dos segmentos e dos ner vos espinhais TL] e T12 e dos nervos simpaticos acess6rios torcieos inferiores e lombares superiores. Estes nervos tém 2 sua origem no corpo uterina e na colo. ® Plan of Care ~ Nonpharmacologic Mansgament of Discomfort ‘A dor provocada pelas alteragées do colo, distensao do segmento inferior e isquémia uterina que predomina durante © primeiro estadio do trabalho de parto, é uma dor visceral Localiza-se sobre a porpao inferior do abdémen,irradiando para a regido lombo-sagrada,cristasiliacas, regido ghitea e araascoxas, Deuma forma geral,a mulher sé sente este des- ‘conforto durante as contracgbes, nfo se verficando dor nos intervalos das mesmas, embora algumas mulheres tenham dor na regio sagrada, mesmo no intervalo das contracgées (Lowe, 2002). Durante o segundo estidio do trabalho de parto, a dor 6 somtica e & muitas vezes descrita como intensa, aguda, do tipo quelmadura e bem localizada. A dor resulta do esti- ramento dos tecidos perineais e do pavimento pélvico para permitira passagem do feto, da distensioe da tracgio do pe- ritoneu e dos ligamentos ttero-cervicais verifieada durante 1s contracpées e delaceragdes nos tecidos moles (p. ex, colo, vagina perinea). O desconforto também pode ser provocado pelos esforgos expulsives, ou pela presstio exercida pela apresentagio sobre a bexiga, intestino ou outras esteuturas pélvicas sensiveis. Durante 0 segundo estadio do trabalho de parto, os impulsos dolorosos s4o transmitidos via nervo pudendo, através dos segmentos nervosos espinhais de SI-4 «pelo sistema nervoso parassimpatico (Lowe, 2002), ‘dor do terceiro estddio do trabalho de parto,eador do periodo pés-parto imediato, é uterina e idéntica & sentida no info do primeiro estdio do trabalho de parto. As zonas de desconforto durante o trabalho de parto encontram-se ilustradas na Fig. 12-1 Factores que influenciam a reacgdo 4 dor A dor durante o trabalho de parto é especifica para cada mulher e influenciada por uma série de factoresfisiolégicos, psicolégicos e ambientais, fe ore Fig, 1241 Desconiorto durante o trabalho de parto, A, Lo- calizagio da dor durante o primeiro estado do trabalho de arto. B, Localizagéo da dor durante a fase do transigo @ @ fase iniial do segundo estédlo. C, Localizagio da dor na fase tardis do segundo estécio do trabalho de parte/nascimento, [ds zonas de sombreado cinzento indicem areas de dascon- farto ligeiro, as zonas de sombreado claro indicam es éreas de desconforte moderado, as zonas de cor intense indica dasconforto intensol. Factores fisiolégicos A intensidade da dor que é experimentada pelas mu. Iheres durante 0 nascimento pode ser afectada por uma variedade de factores fisiolégicos. As mulheres com histéria de dismenorreia podein sentir aumento da dor durante 0 nnascimento, em resultado de nfvais elevados de prostan: carttuo 72 Controle do Desconiorto 357 slandinas. A dor ne regido lombar associada a menstruagéo pode, também, aumentar a dor naquela regiéo quando ‘corte a contracgao. As posigGes erectas, se assumidas du- ranteo trabalho de parto, resultam na diminuigio da dore ‘no aumento do conforto em comparagao com 2 posigao de dectibito. As mulheres também referem que a capacidade para procurar,livremente, uma posigo confortével é um factor importante na redugao da dor eda tensio muscular ena manutengdo do controlo durante o trabalho de parto. Por tiltimo, a relagio do tamanho da eabeca do feto em relagto as dimensoes da bacia materna podem, também, influenciar @ intensidade da dor (Lowe, 2002; Simkin & (O'Hara, 2002), As endorfinas sio opiéceos endégenos segregados pela hipéfise que actuam sobre os sistemas nervasos central ¢ peritérico, reduzindo a dor. A beta-endorfina é a endorfina mais potente. O papel fisioldgico das endorfinas ainda nfo é totalmente conhecido, Cré-se que, no ser humano, estas aumentem durante a gravidee.e parto, podendo aumentar a capacidade da mulher para tolerar a dor aguda, durante o trabalho de parto, assim como reduzir @ sua ansiedade itritabilidade. Os niveis de beta-endorfina sao mais elevados se o nascimento for espontaneo e natural (Righard, 200), Cuttura ‘A populagto obstétrica reflecte o aumento significative da multiculturalidade existente na sociedade dos Estados, Unidos da América. Dado que os profssionais de enferma- gem cutidam de mulheres e familias com uma enorme vaie- dade cultural é importante conhecerem e compreenderem ‘© modo como cada cultura encara a dor (Mattson, 2000). ‘A compreensao das erencas, dos valores e das priticas de vrias culturas ajuda o profissional de enfermager a propor- cionar cuidados adequados e culturalmente congruentes (ver acaixa Particularidades Culturais)-£ importante reconhecer que embora o comportamento da mulher em reaceao & dor possavvariar de acordo coma sua cultura, ele pode nio reflec tir de forma fidedigna, a intensidade da dor experimentada pela mulher, O profissional de enfermagem deve avaliar 05, efeitos fisioligicos da dorna mulher e estar atento as palavras utilizadas pela mulher para deserever as qualidades afectivas, e sensoriais da sua dor (Lowe, 2002) Ansiedade Habitualmente, a ansiedade esté associada ao aumento dador durante trabalho de parto. A ansiedade moderada é considerada normal; contudo, a ansiedade e meda excessivos causam uma maior secrecio de catecolaminas. Estas aumen- tam o estimulo pélvico ao cérebro, devido & diminuigo do Auxa sanguineo e ¢0 aumento da tensio muscular que, por sua vez, potenciam a dor (Love, 2002). Assim, a medida que ‘omedo a ansiedade aumentam, cleva-se a tensio muscu lar, diminut a eficécia das contracgées uterinas, aumenta a cexperincia de desconforto inicia-se um ciclo de medo e de ansiedade crescente que, no final vaiatrasar aprogressio do trabalho de parto. A auto-eficécia da mulher ou a confianga si a 358 Unrpace Quarno NASCIMENTO Particularidades Culturais i Algumas Crengas Culturais sobre a Dor Apresentem-se, de sequida, alguns exemplos ce como mu- lheres de diferentes cultures pociem raagir& dor. Por sarem ‘generalzacdes, 0 proiissional de enfermagem deve avatar 2 especiticidade de cada mulher que experimenta dor rela cionada com o nascimento. ‘As mulheres chinesas podem néo demonstrar reacc&es & dor. Embora seja aceitével manifestar dor durante o nes cimento, elas considera indelicada aesitar algo quando {nes ¢ oterecido pela primeira vez; deste modo, pode ser nacessirio oferecerintervengdes para alivio da dor mais, do que uma vez, A acununcturs pads ser usads para ali- vio da dor, ‘As mulheres érabes e do Medio Oriente padem manifestar ruidosamente a dar do trabalha de parto. Podom prefer ‘erapéutica medicamentosa para allio da dor. ‘As mulheres japonesas podem manter-se imparturbaveis, esticas, em resposta a dor do trabalho de parto, rmas adem necessitar de terapdutica quando a dor se torna mais tensa, ‘As mulheres do sudaste asiatico podem supartar dor it tensa, antes de soliciterem medidas para o seu alvio, ‘As mulheres de origem hispénica podem sar astoicas até {fases aciantadas do trabalho de parto 8, s6 targiamente, verbalzarem a dor e raquororem o seu alivio, ‘As mulheres nativas americanas podem usar tecapéutica ou medicaments & basa de plantas indigenas, So, com tre uéncia, estdicas porante a dor do trebalho de parto ‘As mulheres atto-americanas podem expressar @ dor aber tamente, A sua utlizacao de terapauties medicamentosa aa alviar a dor & variaval ——— nna sua capacidade pare enfrentar a dor poderao diminuir, resultando numa potencial redugdo da eficdcia das medidas para alivio da dor utilizadas. Experiéncia anterior Nas mulheres com uma experiéncia anterior de nasci- ‘mento dificil edolorosa, a ansiedade e o medo podem cond clonar um aumentoda dot. Por ontro lado, as mulheres que ti veram um trabalho de partoe parto nos quais os mecanismos usados para enfrentar a dor foram bem sucedidos, podem ficar mais ansiosas se esses mecanismos forem ineficazes, durante um trabalho de parto e parto mais dices ‘Ae nuliparas tm, muitas vezes, uma sensibllidade dolo- rose maior do que as multiperas, na fase inicial do primeiro estddio do trabalho de parto (dilatagio inferior a5 em) por- que as estruturas reprodutoras so menos flexivels. Durante 2 fase de transigZo, do primeico estédio eno segundo estédio do trabalho de parto, as multiparas podem ter uma maior sensibilidade dalorosa do que as nuliparas porque a maior flexibilidade dos tecicos aumenta a velocidade da descida fetal e, por conseguinte, a dor pode ser maior. Nes nalparas, 6 tecidos firmes proporcionam uma descida mais lenta e gradual. A dor afectiva & geralmente maiot nas nuliparas durante o primeiro estédio do trabalho de parto, mas diminui tanto nas mulheres nulfparas como nas multfparas durante (© segundo estédio do trabalho de parto (Lowe, 2002). Durante. trabalho de patto, as mulheres com histéria de consumo de substancias aditivas sentem dor idéntica,& das coutras mulheres. Geralmente nfo é necessério suspender a medicagdo analgésica, No entanto, nas mulheres aditas de analgésicos opiaceos (p. ex. opidceos agonistas-antagonis- tas) pode causar sintomas de privagao tanto nas mulheres ‘como nos recém-nascidos. Cada individuo reage de forma inica & dor. Uma pessoa com dor desenvolve virios mecanismos de coping de forma ‘ enfrenté-la. A tensdo emocional, devida & ansiedade e ao ‘medo, pode aumentar a dor ea percepeiio da mesma durante trabalho de parto ver andlise do método de Dick-Read mais Afrente neste capitulo).A dor, ou apossibilidade de vir a sen- tila, pode Ievar ao medo e, nesta situagéo, a ansiedade pode conduzir a estados de panico. A fadiga e a privagio de sono potenciam a dor. A paridade pode influenciar a percepydada or do trabalho de parto porque as nuliparas, dado terem tra- balhos de parto mais prolongados e fatigantes, podem entrar ‘num efrculo vicioso de aumento de dor e maior probabilidade denecessidade de utlizacao de tratamento farmacolégico. Preparacao para o nascimento Algumas veves, mesmo os estimnlos dolorasos particu- larmente intensos podem ser ignorados. Certos grupos de células nervosas da mecula espinhal, tronco cerebralecértex ‘cerebral podem ter capacidade de, através de mecanismos de bloqueio, modular o impulso doloraso. A teoria ‘gate control” da dor ¢ iti paraa compreensio das abordagens utilizadas para aliviar a dor nos programas de educagio pré-natal,cu para .utilizago de hipnose durante. trabalho de parto. Segundo esta teoria, as sensagées dolorosas so conduzidas ao longo das vias sensitivas para o cérebro, mas apenas um niimero limitado de sensagdes ou mensagens pode ser transmitido em simultaneo ao longo destas, Com a utilizago de técnicas de distracgéo como massagens, ligeiras percussées, musica e imaginagao guiada, as vias de transmissio nervosa disponiveis para a percepgao da dor ficam bloqueadas ou, pelo menos, reduzidas. Pensa-se que estes factores dedistracro actuam por encerramento de um portdo hipotético situado na medula espinhal, impedindo assim que os sinats dolorosos alcancem 0 oérebro,levando a que a percepeio dos est{imulos dolorosos fique diminuida. Quando a partutiente realiza actividades neuromuscu- lares e motoras, a actividades da mecula espinhal também altera a transmissio da dor. Actividades de caréeter cogni- tivo, de concentragdo nos movimentos respiratdrios e em Lécnicas derelaxamento exigem actividada cortical dirigida e selectiva,o que também provoca aabertura ou encerramento do mecanismo de abertura e encerramento do ‘portac" Ateoria gate-controlacentua a necessidade do parto decorrer ‘em instalagSes préprias para esse efeto. $6 num ambiente adequado, a parturiente poderé relaxar-see permitir aimple- ‘mentaglo de actividades mentais de nivel mais elaborade. Conforto Embora aabordagem clinica considere predominante que ‘a sensagio dolorosa ea dor devam sereliminadas do trabalho de parto, um ponto de vista alternative encara o trabalho de parto como uum proceso natural em que a mulher pode ter ‘ums experiéncia confortével e ser capaz de superar odescon- {orto da dor. Quando as necessidades eos desejos so satistei- tos proporcionam uma sensagdo de conforto. O conforto pode set visto como fortificante o que constitul uma mudanea de paradigma na interpretagio da dor do trabalho de parto (Koehn, 2000), As intervengdes mais itels para aumento do conforto estéo relacionadas com uma abordagem centrada ro cuidar e numa presenca securizante. Apoio ‘A dor que acompanhao nascimento €o controle dessa dor telacionam-se, intimamente, com a forma como @ mulher & vive. O profisional de enfermagem deve desenvolver todos os disposttives para proporcionar& mulher tudo o que necessita para o controlo da sua experiéncia de dor. Esses dispositivos incluem interveng6es farmacol6gicas e nao farmacolégicas. ‘A presenga de uma pessoa (p. ex. doula, familiar, amigo) que proporcione apcio fisico.emacional epsicolégico é uma forma benéfica decuidar que livia a dor significativamente, melhora 0s resultados, diminui as intervengoes (p. ex. utilizagae de medidas farmacol6gicas para. alivio da dor), taxa de com- plicagdes (p. ex. partos por cesariana) associadas ao parto ¢ rmelhora asatisfagao global materna Hodnett, Gates, Hofmeyr & Sakala, 2003; Righaed, 2001; Simkin & O'Hara, 2002) Ambiente De acardo com Lowe (2002), 0 ambiente deve ter em conta as pessoas presentes (p. ex, como elas comunicam, ‘sua filosofia de cuidados, politicas relativas as préticas € qualidade do apoio) e o espaco fisico no qual o trabalho de parto ocorre. A qualidade do ambiente pode influenciar a ‘capacidade da mulher para lidar com a dor do trabelho de parto. As mulheres preferem ser cuidadas por familiares, ‘num local confortével semelhante ao lar (Hodnett, 2002) CO ambiente deve ser seguro e com privacidade, permitindo & mulher sentir-selivre para ser ela mesmaa tentar medidas de conforto, Os estimulos ambientais envolvern o ru‘do, alumi- nosidade ea temperatura que dever ser ajustados de acordo com as suas preferéncias, Deve existir espaco para a mulher se movimentar e 0 equipamento para as varias medidas no farmacolégicas de alfvio da dor deve estar prontamente disponivel, tal como bolas de parto, cadeiras confortaveis, banheiras e chuveiros. O ambiente pode ser mais familiar se 1a mulher trouxer de easa alguns objectos como almoladas, objectos para focalizar, miisicae filmes. CONTROLO NAO-FARMACOLOGICO gy DO DESCONFORTO © alivio da dor é de grande Importancia. Geralmente, 0 ‘que determina e influencta a percepgao da mulher sobre 0 caritere 7.2 Controle do Desconforto 359 parto,classificando-o de “bom’ ot ‘mau’, nfo é tanto a dor sentida, mas sim o facto de ter conseguido ou néo lider com dor de acordo com as suas expectativas. O profissional de cenfermagem atento deve procurar indicios que Ihe permitam identificar se o nfvel de controlo da dor é, ou néo, o desejado pela mulher, A mulher que escolhe lidar com @ dor do nascimento usando métodos nfo farmacolégicos, ou uma combinacao demétodos ndo-farmacolégicos com farmacolégicos, neces: sita de cuidados e do apoio da enfermeiro e de outros pro- fissionais com experiéncia no controls da dor. Os métodos nio-farmacol6gicos de alivio do desconforto sio ensinados em diferentes tipos de cursos de preparagao pré-natal, oua ‘mulher ou casal podem ter lido livros ou artigos de revistas sobre o assunto. Muitos destes métodos requerem pritica para se obterem os melhores resultados (p. ex. a hipnose, resplragto guiada e técnicas de relaxamenta controladas, biofeedback), embora o profissional de enfermagem possa usar algumas destas técnicas com sucesso, sem a mulher ou o casal as conhecerem previamente (p. ex. respiragio lenta, massagem, toque, effleurage, contrapressio). A mu Iher deverd ser encorajada a experimentar vérlos métodos ea procurar alternativas, incluindo os métodos farmacolé- gicos se a medida utilizada ndo for auficientemente eficaz (Caixa 12-1. COUOTEEEI Estratégias Nao-Farmacolégicas para Incentivar 0 Relaxamento e Aliviar a Dor ESTRATEGIAS DE ESTIMULAGAO CUTANEA + Contrapresséo* Effleurage (massager suave)" Toque terapéutico e massagemn* * Deambular” Basculat ‘+ Mudanga de posiggo* + Aplicagéo de calor ou rio” « Estimulagao eléctrica nervosa transcutanes + Acupresséo * Hidroterania [Chuveiro, banheires) * Bloqueio intadérmico com aqua ESTRATEGIAS DE ESTIMULAGAO SENSORIAL ' Aromaterapia + Técnicas respiratérias* Musica” * Visvaizagao* * Urlizagéo de pontos de stangéo* ESTRATEGIAS COGNITIVAS + Preparazo para o nascimento* + Hipnose * Bicfeooback ‘De Enkin, M. eta (200), fective caren pregnancy and chibi A sy toga Sih 230, 51 "Formas de cicadas passiveis dos NASCIMENTO 360 unrpane Quarno Métodos de preparagao para © nascimento ‘Nos BUA, os principais métodos ensinados sfo 0 método de Dick Read ou método de nascimento natural, o método de Lamaze ou 0 método psicoprofilitico e 0 método de Bradley ou método do nascimento assistido/orientado pelo ‘companheiro. Actualmente, 0 método de prepatagdo para © nascimento é menos realgado e, a énfase é colocada na participagdo dos pais nas aulas de preparago para o nas- cimento (US. Department os Health and Human Services (USDHES}, 2000). Ainda néo é completamente compreendido © modo ‘como a preparagao para o nascimento influencia a resposta da mulher & dot. Contudo, os resultados de varios estudos sugerem que a confianga da mulher aumenta néo s6 apds a realizagdo desta formacdo, mas que esta confianga aumenta a capacidade da mulher para lidar com o trabalho de parto e parto (Koehn, 2002), ‘A maioria dos defensores da preparagio para o nasci- mento cr? que as principals causas de dor no trabalho de patto sdo atensdo ¢ o medo. Todos os métodos de preparagdo para o nascimento defendem a redugéo do medo, tenséo e dot através do aumento do conhecimento da mulher sobre ‘ trabalho de parto e parto, aumento da sua auto-confianga sentido de controlo, preparando uma pessoa de supotte e treinando a mulher em condicionamento fisicoe respiragao relaxante, As mulheres, ou os casais, ndo devem esperar um nascimento com auséncia de dor, mas antes um nascimento conde a dor é controlada usando uma variedade de métodos incluindo técnicas de preparegio para 0 nascimento. Ne- ‘nhuma abordagem pode satisfazer todas as necessidades. Método de Dick-Read Para substituir o medo do desconhecido pela compreen- sto ¢ confianca, o método de Diek-Read (Dick Read, 1987) proporciona informagao sobre trabalho de parto e parto, bem como nutrigdo, higiene e exercfcio, O curso inclu pré- tica em trés técnicas: exercicio fisico para preparar 0 corpo pparao trabalho de parto, relaxamento consciente e padres de respiracio, Orelaxamento consciente envolve orelaxamento progres- siva de grupos de miisculos de todo o carpe, Com a prdtica, ‘muitas mulheres s&o capazes de relaxat sob comando, tanto durante, como no intervalo das contracgSes. Algumas mu- lheres chegam mesmo a dormirno intervalo das mesmas. s padrées de respiragao incluem respiragées abdomi nis profundas arealizar na maior parte do trabalho de parto, respiragdo superficial na fase final do primeiro estédio do trabalho de parto e, até hd bem pouco tempo, suster arespi- ago no segunda estédio do trabalho de part. Os defensores do métoda de DickRead consideram que o peso exercido pela musculatura abdominal sobre o vitero contraido aumenta a dor. A mulher é, pois, ensinada a tentar elevar os misculos abdominais durante as contrac- (es libertando, assim, o itero contrafdo da musculatura abdominal Método de Lamaze 0 método (psicoprofilactico) de Lamaze desenvol ‘veu-se partir do trabalho cldssico de Pavioy sobre condicio- nhamento, Segundo Lamaze, ador éum reflexo condicionado, plo que as mulheres também podem ser condicionadas para do sentir dor durante otrabatho de parto, Ométodo Lamaze condiciona a mulher a responder as contracgdes uterinas simuladas, através do relaxamento muscular controlado ede padrées respiratérios adequados, em substituigéo do choro da perda de controlo (Lamaze, 1972). As estratégias de co- ping também incluem técnicas de concentragao em pontos especificos, como uma fotografia ou um padrao do agrado dda mulher, no sentida de manter as vias nervosas ocupadas, impedindo-as de responder aos estimulos dalorosos. A mulher 6 ensinada a contrair um grupo muscular es- pecifico, ao mesma tempo que relaxa os grupos musculares ‘io envolvidos (Fig, 12-2) Ela aplica esta técnica durante o trabalho de parto, relaxando os miisculos néo envolvidos quando o titero se contrai. A perceppio de conseguir manter © controlo esté, fortemente, associada & satisfago com a experiéncia do nascimento. Os professores deste método acreditam que a respica gio torécica afasta 0 diafragma do titera em contracrao, concadendo-Ihe mais espago para se expandir. Os padroes de respiragio tordciea variam de acords com a intensidade das contraog5es e com a evolucéo do parto. Pracura-se também, eliminar o medo, aumentando a compreensio da mulher so- bre.as fungBes do corpoe a neurofisialogiada dor. 0 apoio no trabalho de parto é proporcionado pelo campanheiro, ou ou- tra pessoa significativa ou, ainda, por alguém especialmente treinado para acompanhar o trabalho de parto Método de Bradley 0 método de Bradley, também chamado nascimento assistido pelo compareiro, foi baseado em observagies do ‘comportamento animal, durante o parto, eenfatiza areces- sidade de trabalhar em harmonia com todo 0 corpo, utilizar © controlo da respiragao, a respiracéo abdominal eo relaxa- mento corporal generalizado (Bradley, 1981), Fig. 12-2 Futuros pais aprendando técnicas de relaxamento. (Cortesia de Marorie Pyle, RNC, Lifecircle, Costa Mess, CA} (O marido ou o companheiro participa activamente, auxi- liando 2 mulher a celaxar ea usar correctamente as técnicas respiratérias. Este método acentua que factores ambientais, como ambiente obscurecido, calmo e com privacidade, tor- nam aexperiéncia do parto mais natural Estratégias especificas Concentragao e relaxamento A redugdo da tensio ¢ do stressee, a concentragio da atengo e as técnicas de relaxamento, sao téenicas que permitem & parturiente repousar e conservar energia para © nascimento. A concentracio da atengio e as téenicas de distracgao sao formas de cuidar que tém prababilidade de setem benéficas no controlo da dor durante o trabalho de parto (Enkin etal, 2000). Algumas mulheres levam um ob- jecto favorito, tal como uma fotografia ou um peluche, para sala de partos e focam nele a sua atengio, durante as con- tracyes. Outras,escolhem um objecto da sala de parto para fixaraatenciio. Quando a contracgao se inicia, podem tentar reducira sua perceneto da dor concentrando a sua atengio no objecto escolhido e executando a técnica respiratéria. Com a técnica da visualizagao, a mulher é encorajada, 4 concentrar-se numa imagem agradavel, num local em que se sinta relaxada ou numa actividade que precie. Ela pode imaginar-se a caminhar num jardim tranquilo ou a inspirar luz, energia, uma cor restabelecedora ea expirat preocupagées e tensdes, Se a mulher escolher 0 tema para a visualizagao e praticar a técnica durante a gravidea poder aumentar a sua eficdcia durante o trabalho de parto (Koehn, 2000). Estas técnicas, em conjunto com o relaxamento por feedback, ajudarn a mulher alidar com as contracqdes endo ‘tentar contrarid-las.A pessoa que a apoia. acompanha este processo indicando-lhe quando deve iniciar as técnicas de respiragdo (Fig. 12-3) Durante as aulas de preparacdo para 0 nascimento, 0 companheiro ou o monitor podem aprender como palpar Fig. 12-3 Parturiente que durente a contracgao uterina re- ‘corre & concantragao @ 8s técnicas de respiragdo com 8 gjuda Go companheito. (Cortesia de Marjorie Pyle, ANC. Lifecirce, Costa Mesa, CA) cariture 72 Controle do Desconforto 361 © corpo da mulher para detectar tenséo ou contracgio dos miisculos. A mulher aprende, posteriormente,arelaxar aten- ‘sio muscular em resposta a uma pancada suave no misculo, ¢efectuada pelo monitor (ver Fig. 12-2), Um mecanismo comum de feedback consiste na verbalizagao simulténea, da mulher do monitor, da palavra “relaxa’ no inicio de cada contrac- «oe sempre que necessério. Com a prética, o monitor pode efectivamente proporcionar suporte, feedback e toque pata facilitaro relaxamento da mulher e por conseguinte, reduzit a tensdo eo stresse e aumentar a progressio do trabalho de pparto (Humenick, Schrock, & Libresco, 000), 0 profissional de enfermagem pode ajudar « mulher proporcionando um ambiente calmo e oferecendo sugesties se necessério. Técnicas respiratorias As diferentes abordagens da preparago para 0 nasci- mento realgam varias técnicas respiratérias para propor cionar distraceao e por conseguinte, reduzir a percepgio da dor e ajudar a mulher a manter 0 controlo durante as, contracy5es. No primeiro estidio do trabalho de parto, as, técnicas de respiracdo podem promover orelaxamento dos misculos abdominais e, assim, aumentar o tamanho da cavidade abdominal. Isto diminui a friegao e o desconforto entre o tero e a parede abdominal. Dado que os miisculos da regiéo genital também ficam mais relaxados, ndo difi- cultam a descida do feto. No sogundo estédio, a respiragiéo usada para aumentara pressio abdominal e assim, ojudar tna expulsio do feto. Também é utilizada para relaxar 05 ‘misculos pudendos, no sentido de evitar aexpulsio abrupta, da cabega do feto, Pode ser nocessério fazer algumas recomendagies aos casais que se prepararam para o trabalho de parto prati- cando estas técnicas, Para os que nao efectuaram qualquer preparagio, podem ser dadas as indicagées sobre padres esplratdrios e relaxamento no inicio do trabalho de parto e, &s vezes, proporcionam resultados satisfatérios. A moti- vagio¢ eleveda ea capacidade de aprendizagem éreforgada pela situagao real do trabalho de parto, Respiragdo ritmada. Existem varias técnicas de res- piragdo para controlo da dor durante as contracgdes (Caixa 12.2), O profissional de enfermagem deve certificar-se se 0 casal tem algum tipo de informagSes sobre o assunto, antes de proporcionar qualquer indicagao. Os padrées simples slo apreendidos com maior facilidade. A respiragio ritmada éa técnica mais usada na preparagdo paraoo parto. Incl técn- ‘eas como a respiracdo ritmada lenta ritmada modificada e ritmada padronizada, assumindo que cada trabalho de parto 6 diferente e que os casais necessitam de adaptaras técnicas, respiratérias & sua experiéncia individual. ‘Todos 0s padres comegam com uma inspiragéo pro funda de limpeza para “receber a contracgao” e terminam ‘com uma expiragdo lenta “sopro suave para acabar suave- mente com a contracgao". Em geral, so iniciadas respiragdes ritmadas lentas a, aproximadamente, metade da frequéncia, respiratéria normal da mulher, quando esta jd ndo consegue andar ou falar durante as contracgées. A mulher deve usar NASCIMENTO 362 Uwroaos Quarta cesta téonica até que ela soja eficaz na redugo da percepcio a dor ena manutengdo do controle. Quando as contracgées aumentam em frequéncia eintensidade, a mulher necesita frequentemente de mudar para uma técnica de respiragao mais complexa e mais superficial, aumentando para quase © dobro e sua frequéncia respiratéria habitual. Este padrao respiratério modificado requer maior concentragdo e por conseguinte, pade bloquear mais estimulos dolorosos que um padrio respiratério ritmade lento (Nichols, 2000; Perinatal Education Associates, 208). © perfodo de maior dificuldade para e manutengao do controlo durante as contracg6es, verifica-se quando a dilatagao do colo atinge 8 « 10 cm, Este perfodo também se designa por fase de transigdo do primeito estddio do tra- balho de parto, Mesmo para a mulher que fez preparagéo para o parto, é dificil manter a concentragéo nas técnicas de respiragao. 0 tipo utilizado nesta fase pode ser o padréo de 4a: respira, respira respivar, respira, soprar (como se estivesse a apagar uma vela) Esta relagio pode aumentar Estratégias Nao-Farmacolégicas para Incentivar 0 Relaxamento e Aliviar a Dor RESPIRAGAO DE LIMPEZA Inspiragdes pelo nariz @ expiracbes pela boce de forma rela- ada, Utiizada no inicio @ no final de cade contreccao. RESPIRAGAO RITMADA LENTA (APROXIMADAMENTE 6-8 RESPIRACOES POR MINUTO) ‘Nunca inferior @ metede da frequéncia raspirateria normal (nximero de respiragdes por minuto divide por 2) INSP-23-4/ EXP. 2.9-4/INSP-2-3-4/ EXP2-3-4 RESPIRAGAO RITMADA MODIFICADA (APROXIMADA- MENTE 32-40 RESPIRAGOES POR MINUTO} Nunca superior 20 dobro da trequéncia raspitateria normal (nimero de respirazdes por minuto multiplicado por 2) INSP-EXP/INSP-EXP/INSP-EXPY, ara permit mais variedsde @ flexibilidade, a mulher pode combinar a respirecdo lenta e modificads utilzando a as. Piragao lenta no inicio e no final das contracgoas @ ares. Pirago maailicada nos picos de maior intensidade, Esta tecnica conserva a enero, irminua fagige ereduzo tisco Ue hiperventiagdo. RESPIRAGAO RITMADA PADRONIZADA (MESMA FRE- ‘QUENCIA QUE NA MODIFICADA) ‘Aumenta @ cancentragao 2, 3:1 Padréo respiratério INSP-EXP/INSP-EXPJINSP-EXPY INSP-SOPRO (repetir duranta a contraccéo) , 8:1 Padréo respiraterio INSP-EXP/INSP-EXP/INSP-EXP) INSP-EXPIINSP-SOPRO (repetir durante a contracyo} Fonta, Nichols, F (2000), Paced breathing techngues. In F Nichols &S. Humenick (Eds), Chicbirn eduezton:Pasction, mceorch ard teary (rd ‘3, Phindos: Saunders, Perinatal Edicaion Assovetes (2003) Sse ‘hing though labor ana Bi. Inlernet document vetse bh fra Drmsourea comfanistafia/Avile39 Nil accosted Oetaber 27 93a, Para 6:1 ou Bil. A hiperventilacio é um efeito indesejado deste tipo de respiragao, A mulher e @ pessoa que a apoia devem estar atentas aos sintomas de alcalose respirator: cabeca pesada, tonturas, tremores dos dedos e torpor. A alcalose respiratéria pode ser resolvida fazendo a mulher respirar para um saco de papel bem adaptado & boca ¢ a0 nariz, Este procedimento permite-lhe voltar a respirar did- ‘xido de carbone e repor o io bicarbonato. Sendo for possivel providenciar um saco, « mulher pode respirar colocando as ‘mos em concha sobre a boca e nariz. Mantendo a frequén- cia respiratéria nao excedendo o dobro da habitual haverd menos probabilidade de hiperventilagéo. O compankeiro Pode ajudar a mulher a manter a frequéncia respiratéria avaliando a sua respiragao através da visio, audicéo ou tacto (Nichols, 2000), Durante os esforgos expulsives do segundo estédio do trabalho de parto, a mulher deve encontrar um padrio res- piratério que lhe proporcione relaxamento e bem-star, bem como ao bebé. Uma respiraco regular durante 08 esforeos, expulsivos deve manter um bom aporte de oxigénio para o feto (Perinatal Education Associates, 2003), Effleurage e contrapresséo A efflearage (massager suave) ea contrapresedo (pressdo da regido sagrada) sio dois métodos que tém proporcionado conforto a muitas mulheres, durante 0 primeizo estédio do trabalho de parto. A teoria gate-cantrol pode estar na base da eficécia destas medidas. A efflenrage consiste numa ‘massagem com ligeiras percursées habitualmente no ab- émen, sineronizada com o ritmo da respiragio durante as contraceées. & efectuade para distrair a mulher da dor pprovocada pela contracgio. Muitas vezes,o cinto do monitor dificulta a realizacio da eflearage no abdémen podendo esta ser efectuada na coxa ou no térax. A medida que o trabalho de parto progride a hiperestesia pode tornar a afleurage desconfortével e menos eficaz A contrapressio é a pressio constante aplicada na regio sagrada, com o apoio de uma pessoa, com o punho ow com as costas da mao, para ajudar a mulher a suportar a sensacio de pressdo interna e de dor na parte inferior da regido lombar.# especialmente itil quando a dor é causada, Pela pressio do occipicio contra as nervos espinhals, quando a cabeca do feto se encontra numa variedade posterior. Acontrapressia eleva ooccipticio das terminagées nervosas, roporcionando alvio da dor. Embora néo tenha sia cien- tificamente avaliada, a pressdo também pode ser aplicada bilateralmente, na anca ou joelhos para reduziradorlombar (Simkin & Ancheta, 2000). A pessoa que executa a pressio deve ser substitufda com frequéncia, dado que este cuidado éfisicamente exigente. Musica A musica, gravada ou a0 vivo, aumenta o relaxamento durante o trabalho de parto e, por conseguinte, redue 0 stresse, a ansiedade ee percepgio da dor. Pode ser utilizada para promover relaxamento na fase inicial do trabalho de pparto e para estimular a mobilizagao para a sua progressto (Browning, 2000). As mulheres devem ser informadas sobre 2 eficdcia da misica para relaxar e reduair a dor durante o trabalho de parto. Dever ser incentivadas @ levar a sua mi siva preferida para a maternidade ou local de nascimento.O ‘uso deauscultadores pode aumontar a sua eficécia porque os ‘outros sons sero exclufdos, A miisica ao vivo junto dautente, proporcionada por uma figura de suporte, pode também ser util para transmitir energia, diminuir a tenséo ¢ elevar 0 humor (Gentz, 2001). Pode facilitar uma frequéncia de res- piragao correcta, alterar o tempo da misica para coincidir com a frequéncia e a cadéncia de cada técnica respiratéria ritmada (Gentz, 2001). Hidroterapia Os banhos de banheira, chuveiro ou com jacto de égua (banhos de hidromassagem), com Agua quente (p. ex. & temperatura corporal ow inferior) so medidas no far- macolégicas que podem ser utilizadas para aumentar 0 conforto eo relaxamento durante o trabalho de parto (Fig, 12-4), Sentar-se numa banheira com égua até aos ombros, ou abaixo destes, durante 1 a2 horas tem intimeros beneficios, imediatos. A flutuagdo provocada pela Agua. proporciona relaxamento generalizado do corpo e alivio temporiio do desconforto e da dor (Nikodem, 2003). Reduz, também, a ansiedade da mulher e aumentaobem-estar. A produgio de catecolaminas diminui, o que eva a um aumento dos niveis, de ocitocina (para estimular as contracgdes uterinas) e de endorfinas (para reduzir @ percepgéo de dor). Além disso, as bothas de agua e o contacto com a mesma estimulam os mamilos o que também aumenta a produgdo de ocitocina, no tendo sido observado que cause uma hiperestimulago uterina. Verifica-se, com frequéncia, queadilatagéo da colo em 2.3 om se processa em 30 minutos com a hidroterapia, ‘Tem sido observado que, a hidroterapia durante o trabalho de parto tem também efeitos positives na diminuigio da necessidade de analgesia, na diminuicao da instrumenta- lizagdo do parto, na condigéo do perineo e na satisfagio pessoal da mulher com o parto (Simkin & O'Hara, 2002). Contudo, ndo existe evideéncia que esses efeitos possam ser atribuidos somente a hidroterapia (Benfield, 2002), Se a mulher estiver a sentir dor na regio dorsal, secun- dria uma variedade occipito-posterior ou transversa, pode ser aconselhade a colocat-se em decubito lateral ou apoiada ‘nas maos ¢oethos dentro da banheira. Esta posigdo diminui a dore favorece o relaxamento e a produgdo de ocitocina, 0 {eto pode rode, espontaneamente, pare avariedade occipito- anterior. £, ainda, necessdrio menor esforgo quando a mae muda de posigao. Em alguns locais, a hidroterapia com jacto de égua ne~

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