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HERMENÊUTICA-AULA 24/03

CAP.02- REGRAS FUNDAMENTAIS DA HERMENÊUTICA


Introdução: Definimos hermenêutica como a ciência da interpretação

TÓPICO 1 - A REGRA CAPITAL E SUAS DERIVADAS


1. A INERRÂNCIA DA BÍBLIA
Costuma-se dizer que a principal regra da hermenêutica é a de que a Bíblia é explicada pela própria Bíblia
ou seja, a Escritura é sua própria intérprete. Para se evitar que erros sejam cometidos na interpretação de um texto
bíblico é necessário estudá-lo com humildade sabendo de antemão que, sobre o texto escolhido, seu assunto e
interesse, já existe um parecer prévio emitido por outros textos igualmente bíblicos.
Ora, se a Bíblia é inerrante, logo não pode ser alterada. Não se pode adicionar ou subtrair qualquer coisa que nela
esteja contida.

DELIMITAÇÃO DA PERICOPE
Trata-se do processo pelo qual o texto a ser investigado é selecionado. Perícope em termos gerais extrato de um
livro usado para sustentar uma tese ou para uma finalidade similar. Para a exegese bíblica particular, trata-se do
texto bíblico escolhido para leitura litúrgica ou para a pregação ou estudo. A seleção de um texto deve ser
feita levando-se em consideração seu teor e sua capacidade de prover ao exegeta um eixo temático completo com
início, meio e fim.

ANÁLISE MORFOSSINTÁTICA
Trata-se da análise dos vários elementos gramaticais contidos num texto. Se é relevante arrolar pala de relevância
num texto, é igualmente necessário analisá-las como elementos gramaticais. A morfologia trata da estrutura e
formação das palavras bem como da sua classificação Com o auxílio de um léxico e um dicionário de teologia é
possível realizar um bom trabalho de analise morfossintática.
ANALISANDO OS TERMOS ORIGINAIS
Tanto quanto for possível devemos analisar as palavras na sua forma original.

TÓPICO 3 – OS ESTILOS LITERÁRIOS


Como a Bíblia é uma coletânea de escritos judaicos seus estilos literários são variados. Nas páginas do Antigo e do
Novo Testamentos encontramos formas que vão da poesia aos oráculos, do romance à história de adagios
populares a ensinos doutrinários. Vejamos alguns exemplos e a forma exata de
interpretá-los

PENTATEUCO
Os cinco primeiros livros registram a criação do mundo (essencialmente gênesis) e chamam-se de “Lei” porque
contêm a lei de Deus para os judeus, dada através de Moisés (Deuteronômio 5:3). São também chamados “a Lei
do Senhor” ou “a lei de Moisés” (Josué 23:6-8 e 2 Crônicas 31:3).
Gênesis, que significa “começo”, faz o registro da criação do mundo e do começo da nação judaica da qual Jesus
descenderia.
Êxodo registra o “êxodo” (saída) dos israelitas da escravidão do Egito, contando como eles receberam a lei de
Deus por meio do seu líder, Moisés.
Levítico contém a lei de Deus para os “levitas”, a tribo de Israel dentre cujos membros eram escolhidos os
sacerdotes.
Números registra a história de Israel durante os quarenta anos em que os judeus vagaram pelo deserto e fala da
“contagem” (recenseamento) do povo.
Deuteronômio, que significa “a segunda lei”; é a oração final de Moisés ao povo, na qual ele repete a lei e
aconselha os israelitas a obedecerem.

LIVROS HISTÓRICOS
13-livros E o registro dos eventos ocorridos em um determinado lugar durante um determinado tempo. Tanto o
Antigo como o Novo Testamento trazem textos históricos, Livros como Êxodo, Josué, Reis, os Evangelhos ou Ates
dos Apóstolos possuem características de textos históricos. Seus autores registraram a sequência de fatos que
marcaram sua época. Como os textos históricos pretendem apenas relatar os acontecimentos e bom tomar cuidado
com conclusões doutrinárias ou justificativas litúrgicas ou morais a partir deles.

LIVROS POÉTICOS
5 livros, São textos escritos de forma poética. Não são textos explicativos ou de características didáticas. O
propósito dos textos poéticos é inspirar o leitor ou ouvinte a meditar ou refletir as relações com Deus e seus
semelhantes
Os textos poéticos evocam sentimentos e oferecem auxilio em como nos expressarmos diante de Deus Sua
linguagem é essencialmente emotiva e não didática.

LIVROS PROFÉTICOS
17 livros, Profecias são mensagens proclamadas por mestres chamados para falar com autoridade em nome de
Deus. O objetivo das profecias é a de chamar a atenção do povo para a manutenção da aliança estabelecida entre
Deus e seu povo.
As profecias tratam de situações do presente e do passado, assim como do anuncio prévio de eventos futuros. Não
se tratam de críticas ou opiniões derivadas da experiência humana, mas são revelações vindas diretamente de
Deus, dadas às pessoas que deveriam repassá-las ao povo. O conteúdo geral das profecias é o parecer de Deus
quanto à situação moral e espiritual de Israel, da igreja e do mundo.

EVANGELHOS
4 livros –que são essencialmente relatos da vida e do ministério de Jesus. A tradição indica que eles foram escritos
por apóstolos (Mateus e João) ou por companheiros de apóstolos (Lucas, companheiro de Paulo, e João Marcos,
companheiro tanto de Paulo como de Pedro).Por conta dessa proximidade de Jesus, os evangelistas tiveram acesso
privilegiado a informações do que de fato aconteceu durante a vida d´Ele, especialmente durante os três anos do seu
ministério.

EPISTOLAS21 cartas_ epistolas são cada uma das cartas que compõem o Novo Testamento, enviadas pelos
apóstolos ou com sanção destes, às comunidades eclesiais do primeiro século a.C. ou para indivíduos como as
cartas a Filemom. Timóteo e Tito.

O assunto destas epistolas variam entre questões doutrinárias, morais, litúrgicas, pessoais etc. O objetivo destas
cartas é orientar os cristãos quanto à prática da vida piedosa e o modo de cristão de crer. Para uma boa exegese, o
intérprete deve observar pelo menos três procedimentos fundamentais: identificar o objetivo da epistola, identificar
os destinatários, analisar o desenvolvimento logico da argumentação

APOCALIPSE
Livro atribuído ao apóstolo João (o mesmo que escreveu um dos Evangelhos e três cartas), que fala sobre uma visão
que o apóstolo teve do Cristo Glorificado (Jesus depois que voltou para junto de Deus Pai).O texto contém muitos
símbolos e metáforas, o Apocalipse fala muito do que vai acontecer no final dos tempos e introduz personagens como
a Besta do Apocalipse (o Anti-Cristo), o Falso Profeta, as Duas Testemunhas, etc.

CAPÍTULO 3 – RELAÇÕES TEXTUAIS E SÍNTESE TEOLÓGICA

TÓPICO 1 - RELAÇÕES INTRATEXTUAIS

Relação intratextual é como chamamos a correspondência existente entre o conteúdo da pericope" e o conteúdo
restante do livro em que a mesma está inserida.

Considerando que a Pericope é apenas uma ilha num mar de informações, e preciso identificar quais os elementos
deste mar interferem na vida da ilha. A pericope é sempre um fragmento que, portanto, não pode ser analisado à
parte do livro. Se é preciso estabelecer uma regra, esta seria que: antes de se tentar buscar o sentido do texto, é
preciso identificar o sentido do livro.
Todo estudioso da Bíblia deve, antes de iniciar um trabalho de interpretação, ler o livro todo antes ou ter um
conhecimento prévio de seu conteúdo.

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