Professional Documents
Culture Documents
HERMENÊUTICA - Aula 3
HERMENÊUTICA - Aula 3
1. Pré-compreensão
Em tese, ao pegar um texto para ler, você já tem (ou deveria ter) conhecimentos prévios sobre o assunto.
2.Leia muito
Esse é um clichê repetido por todos que falam sobre interpretação de texto. Mas é real!
Aumentar a carga de leitura e diversificar os conteúdos e os autores vai te ajudar a melhorar o processo da pré-
compreensão, te dando conhecimento.
Para interpretar um texto, é essencial concentrar-se no que você está lendo. Caso contrário, ficará lendo e relendo
uma mesma frase e mesmo assim não entenderá nada.
Portanto, é preciso trabalhar a concentração, melhorando sua capacidade de manter-se focado para ler textos
longos.
Especialistas recomendam que você encontre um lugar agradável e reserve de 30 a 45 minutos do seu dia longe de
distrações tecnológicas para ler. Fazendo isso, o seu cérebro poderá recuperar a capacidade de fazer a leitura
linear.
A leitura em voz alta é uma prática que vai muito além de treinar a oratória. Esse exercício deve começar ainda na
infância; e engana-se quem pensa que na fase adulta ele não seja necessário. Quando se exerce tal treino, o leque
de benefícios se abre ainda mais, possibilitando sensações e aprendizados que serão úteis por toda a vida.
Quando lemos a respeito de como Jesus respondeu aos fariseus e herodianos sobre a licitude de se pagar tributos
a César, não fazemos ideia das sérias implicações por trás do assunto. A menos que compreendamos o
desconforto que o ambiente político-religioso oferecia aos habitantes da Palestina nos dias de Cristo, não
poderemos avaliar quanta astúcia há na pergunta feita pelos oponentes de Cristo nem a magnitude de sua
resposta. Tão pouco teríamos este conhecimento se não recorrêssemos aos registros históricos.
Basta dizer que sem conhecimento Histórico e geográfico torna-se muito difícil compreender livros como
Reis, Crônicas, Esdras, Neemias. Os livros históricos e Proféticos exigem para interpretação, uma
compreensão do pano de fundo histórico e geográfico.
É de suma importância que o intérprete conheça a estrutura social e os valores da sociedade a quem os profetas
falaram e em cujo meio Jesus exerceu seu ministério. Seguramente este conhecimento facilitará o trabalho do
pregador, professor ou conselheiro eclesial que tem a Bíblia como ferramenta.
Neste sentido, a analise sociocultural está ligada as diferentes formas de organização e hierarquia social, as
diversas expressões artísticas, a criação de instituições que tiveram como objetivo organizar a vida em
comunidade, a instauração de regras morais de comportamento, o desenvolvimento das religiões e estruturas de
pensamento, a criação de sistemas educativos, etc.
Conhecer o pano de fundo político da Palestina é extremamente importante para a leitura do Novo Testamento.
Sabemos que Jesus foi morto por nossos pecados, por uma perspectiva teológica. Do ponto de vista histórico, a
execução de Jesus se deu por razões políticas. Jesus foi condenado por se declarar rel. Nos dias de Jesus a
Palestina era um país ocupado. Viviam sob a dominação dos romanos que conquistaram a região em 65 a.C.
TÓPICO 3 - POR DENTRO DA CULTURA BÍBLICA O conhecimento dos hábitos culturais do período bíblico pode
também, oferecer excelente recurso para a trabalho exegético. As passagens da Bíblia estão estreitamente
relacionadas com os costumes cotidianos. Observemos alguns exemplos:
1) Quanto à higiene: Sua importância era mais religiosa do que estética. Os judeus costumavam lavar as mãos
diariamente, sobretudo antes das refeições e tomavam banho sempre que iam ao mercado ou qualquer lugar que
os colocasse em contato com a multidão. Isto porque teriam o contato com imundos (estrangeiros, doentes, animais
etc.).
2) Quanto à aparência: Os romanos não usavam barba, mas, para os judeus tê-las era quase uma obrigação.
Gostavam dos cabelos fartos" e insultos como os que Eliseu sofreu soavam como maldição, pois estavam mais
associados à lepra, do que a uma brincadeira de mau gosto. Se para o homem, exibir os cabelos era uma prática
aceitável, com a mulher era diferente. Para as mulheres, o uso do véu trazia um valor moral, significava submissão
ao homem. Era imoral uma mulher deixar os cabelos a mostra. Apenas as prostitutas exibiam seus cabelos. Viúvas
tiravam o véu como forma de comunicar sua nova condição. Quando uma mulher era flagrada em adultério, o véu
lhe era arrancado e os cabelos raspados como meio de expor seu vitupério. Partindo destas informações torna-se
mais compreensível a preocupação de Paulo com as irmãs de Corinto a quem recomendava que não orassem ou
pregassem com a cabeça descoberta. Fica claro também, por que a atitude uma mulher que com lágrima regou os
pés de Jesus e com os cabelos os enxugou, causou tanto desapontamento ao fariseu com quem Jesus estava.
Sobre a religiosidade dos personagens bíblicos, pouco se leva em consideração nos trabalhos exegéticos. Parece
que o perfil religioso do homem bíblico nos é óbvio demais. Contudo não é assim. Na bíblia encontramos vários
tipos de crenças, cultos a vários tipos de deuses e precisamos compreender esse pano de fundo com o qual muitos
profetas tiveram que lidar.