You are on page 1of 104

Módulo de Acolhimento e Avaliação

Projeto Mais Médicos para o Brasil


31° Ciclo do PMMB

ENDEMIAS BRASILEIRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar os aspectos epidemiológicos, agente eAológico e vetor
• Apresentar e discuAr as manifestações clínicas
• DiscuAr o diagnósAco, tratamento, seguimento clínico e reabilitação
• DiscuAr a promoção da saúde e a prevenção
• DiscuAr a noAficação das seguintes doenças infectocontagiosas:
• Malária
• Parasitoses intes.nais (helmin2ases e protozooses)
• Esquistossomose
• Doença de Chagas
• Leptospirose
• Tungíase
Malária
Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes eAológicos são
protozoários transmiAdos por vetores. No Brasil, a magnitude da
malária está relacionada à elevada incidência da doença na região
amazônica e à sua gravidade clínica potencial.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021

(IMAGEM)

https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/11417181-ilustracao-de-termometro-em-estilo-simples-de-desenho-animado-para-design-de-saude-doenca-febre-ilustracao-do-conceito-de-saude
https://www.youtube.com/watch?v=42fuPtrsJWY
Malária
Sinonímia
Paludismo, impaludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã
benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita,
sezão, tremedeira, batedeira ou febre.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021

(IMAGEM)

h>ps://www.bigstockphoto.com/pt/search/picada-mosquito/
Malária
Agente Etiológico no Brasil
Protozoário do gênero Plasmodium.

Plasmodium vivax: mais prevalente.


Plasmodium falciparum: mais grave.
Plasmodium malariae (IMAGEM)
h>p://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=417&sid=32&tpl=printerview

Nos últimos anos no Brasil, a transmissão do P. falciparum tem apresentado


redução importante, enquanto o P. vivax tem contribuído para o aparecimento
de casos considerados complicados, inclusive com mortes associadas.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária
Vetor: Mosquito Anopheles
São abundantes nos horários crepusculares,
ao entardecer e ao amanhecer.
Encontrados picando durante todo o
período noturno.
O horário em que há maior abundância de
mosquitos varia de acordo com cada
espécie, nas diferentes regiões e ao longo
do ano.
Criadouros preferenciais: coleções de água
limpa, quente, sombreada e de baixo fluxo (IMAGEM)

Reservatório: Ser Humano

h>ps://www.to.gov.br/noIcias/casos-de-malaria-no-tocanIns-estao-sob-controle/7iihrvn79xnb
Malária - Transmissão

(IMAGEM)

https://www.tuasaude.com/malaria/
Malária - Epidemiologia
• 99% dos casos são diagnos.cados no contexto
da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas,
Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia,
Roraima e Tocan.ns.

• 01% é diagnos.cado em região extra-


amazônica: Espírito Santo, Minas Gerais, São
Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná.

• Saúde do viajante: a malária é a causa mais


comum de morte evitável entre as doenças
infecciosas em viajantes, e também a causa
mais frequente de febre pós-viagem.
Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020
Malária
• A transmissão: áreas rurais, comunidades ribeirinhas, assentamentos,
áreas indígenas e garimpos, mas também são registrados casos em
áreas urbanas e periurbanas.
Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020

https://oglobo.globo.com/brasil/nas-vilas-ribeirinhas-do-amazonas-37-mil-pessoas-carecem-de-medicos-saneamento-14635488 https://www.brasildefato.com.br/2022/04/18/garimpo-ilegal-provocou-90-das-mortes-por-conflitos-no-campo-em-2021-aponta-cpt
Malária - controle
ObjeAvos:

• Reduzir a mortalidade e a gravidade dos casos;


• Reduzir a incidência;
• Manter a doença ausente em locais onde a
transmissão foi interrompida;
• Eliminar a Malária do Brasil.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021

(IMAGEM)
Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM)
Malária - controle
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável da Organização das
Nações Unidas (ONU):
acabar com as epidemias de
malária até 2030.

- GaranAr acesso universal à prevenção, ao diagnósAco e ao tratamento


da malária;
- Acelerar os esforços para a eliminação e obtenção do status livre de
malária;
- Transformar a vigilância de malária em intervenção essencial.
Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020
Malária
Por que tratar malária?
• Para não progredir para formas
graves ou óbito;
• Para não aumentar a transmissão já
que no Brasil existem 11 gêneros de
importância epidemiológica do
mosquito Anopheles, o vetor da
malária, e transmiAr em áreas que
não são endêmicas.
h>ps://www.cevs.rs.gov.br/malaria-5ad7524d92ec4

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


Malária
Região da Amazônia Legal: NOTIFICAÇÃO
Região extra Amazônica: NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA – em até 24 horas.
Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020

h>ps://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/arquivos/fichanoIficacaomalaria-sinan.pdf
Malária
SusceAbilidade:
Todas as pessoas são suscejveis.

Imunidade:
Indivíduos que apresentaram vários episódios de malária podem aAngir
um estado de imunidade parcial, com quadro oligossintomáAco,
subclínico ou assintomáAco.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária – caso suspeito
• Área Endêmica
Acre, Amapá, Amazonas Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso
e Maranhão.
A presença de FEBRE já é suficiente para suspeitar de Malária.

• Área Não Endêmica


Pessoa que tenha visitado área endêmica no período de 8 a 30 dias
anterior ao início dos sintomas:
Guia de Vigilância em Saúde, 2021

FEBRE cefaleia calafrio sudorese cansaço mialgia

+
Malária – Manifestações Clínicas
MALÁRIA NÃO COMPLICADA
Pródromo:
náusea vômito astenia fadiga anorexia

Crise aguda da malária ou Acesso Malárico:


Episódios intermitentes de calafrio, febre alta e sudorese,
duração variável de 6 a 12 horas, temperatura igual ou
superior a 40o C.
Contudo, nem sempre se observa o clássico padrão de
febre a cada dois dias (terçã), portanto não se deve
aguardar esse padrão caracterísAco para pensar no
diagnósAco de malária.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
temperatura-calentar-sube-la-temperatura-gif-14099609
https://tenor.com/pt-BR/view/termometro-caliente-
Malária – Manifestações Clínicas
Paroxismo:
náusea vômito astenia fadiga anorexia

ATENÇÃO
• É o retardo no diagnóstico que leva à gravidade da doença.
• Gestantes, crianças e primoinfectados estão sujeitos a maior
gravidade e devem ser acompanhados preferencialmente por um
médico, principalmente se a infecção for por P. falciparum.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária – Manifestações Clínicas
Remissão
Declínio da temperatura (fase de apirexia).
Contudo, novos episódios de febre podem acontecer: febre intermitente.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021

h>ps://br.vexels.com/merch/png/febre/
Malária – Manifestações Clínicas
Malária Complicada

Guia de Vigilância em Saúde, 2021


Malária – Manifestações Clínicas
• Malária Complicada

Quadro clínico da malária depende da espécie do parasito, da quantidade


de parasitos circulantes (parasitemia), do tempo de doença e do nível de
imunidade adquirida pelo paciente.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária - DiagnósKco
Importância de diagnosticar nas 24 horas a partir do início dos
sintomas, a fim de evitar formas graves, óbitos pela doença e contribuir
para a interrupção da transmissão.

A tomada de decisão para o tratamento da malária deve ser sempre


baseada na confirmação laboratorial.

Guia de Vigilância em Saúde, 2021

https://pt.pngtree.com/free-png-vectors/vetor-de-rel%C3%B3gio
Malária - Diagnóstico
GOTA ESPESSA
- Método simples, eficaz, de baixo custo
e de fácil realização.

- Diferenciação específica dos parasitos,


a partir da análise da sua morfologia, e
dos seus estágios de desenvolvimento.

Lâmina para microscopia de gota espessa de sangue, colhida por punção digital.
- Necessidade de microscopista.
Foto: Luis Oliveira/ Ministério da Saúde
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária - Diagnóstico
Teste Rápido
• Praticidade e da facilidade de realização, são úteis
para o diagnóstico em situações em que não é
possível a realização do exame da gota espessa.
• Detecção de antígenos dos parasitos - método
imunocromatográfico.
• Não avaliam a densidade parasitária nem a
presença de outros hemoparasitos e
• Não devem ser usados para controle de cura,
devido à possível persistência de partes do
parasito, após o tratamento, levando a resultado
falso-positivo.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária - Tratamento
O Ministério da Saúde, por intermédio de uma Política Nacional de
Medicamentos para Tratamento da Malária, orienta a terapêutica e
disponibiliza gratuitamente os medicamentos antimaláricos utilizados
em todo o território nacional, em unidades do SUS.

O tratamento adequado e oportuno da Malária é, hoje, o principal


alicerce para o controle da doença.

Guia de Vigilância em Saúde, 2021


Malária - Tratamento
Diversas drogas são uAlizadas
dependendo da espécie do
plasmódio infectante, cada uma
delas agindo de forma específica,
tentando impedir o
desenvolvimento do parasito no
hospedeiro:
Guia de Vigilância em Saúde, 2021

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


Malária - Tratamento

Tratamento das
infecções pelo P. vivax
ou P. ovale com
Cloroquina em 3 dias e
Primaquina em 7 dias.

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


Malária - Tratamento

Tratamento das infecções


pelo P. vivax ou P. ovale para
recorrência entre 5 e 60 dias
com artemeter/lumefantrina
ou artesunato/mefloquina
por 3 dias, conforme a
disponibilidade local, e
primaquina por 14 dias. pode
ter havido falha tanto da
cloroquina quanto da
primaquina, ou ambas.

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


Malária - Tratamento

Tratamento das infecções


pelo P. falciparum com
artemeter/lumefantrina
ou artesunato/mefloquina
por 3 dias, conforme a
disponibilidade local, e
primaquina em dose única
no primeiro dia do
tratamento.

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


Malária - Tratamento

Tratamento da infecção mista


por P. falciparum e P. vivax
com artemerter/lumefantrina
ou artesunato/mefloquina por
3 dias, que são drogas
esquizonticidas sanguíneas
eficazes para todas as
espécies, associando-as à
primaquina por 7 dias (para o
tratamento radical de P. vivax).

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


Malária - Tratamento
• Gestantes, puérperas até um mês de lactação e crianças menores de 6
meses não podem usar a primaquina.
• Pacientes que pesem mais de 120 kg (não contemplados nessa tabela)
devem ter sua dose de primaquina calculada pelo peso.
• Caso surja urina escura, icterícia, pele e olhos amarelos, tontura ou falta
de ar, buscar urgentemente auxílio médico.
• Sempre que possível, supervisionar o tratamento.
• Administrar os medicamentos preferencialmente após as refeições.
Malária - Tratamento
Aplicativo de cálculo para tratamento da malária.
Malária – Eventos Adversos
• Notificar qualquer reação adversa aos antimaláricos à Anvisa, pelo VigiMED
(http://portal.anvisa.gov.br/vigimed). Qualquer pessoa pode notificar um caso nesse
sistema.
• Antimaláricos: pode acontecer hemólise após dois
dias de uso de primaquina em pessoas com
deficiência de G6PD. O primeiro sinal de hemólise
é o escurecimento da urina, sendo que mal-estar,
fadiga, icterícia (pele e olhos amarelados),
ausência de urina e mesmo febre podem aparecer.
Muitas vezes o quadro é confundido com anemia
da malária ou hepatite após malária.

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


https://br.freepik.com/vetores-premium/mao-segurando-spray-de-controle-de-pragas-lata-de-aerossol-repelente-de-mosquitos-ilustracao-dos-desenhos-
Malária – Prevenção

https://www.who.int/news-room/fact-
sheets/detail/malaria

• Uso de mosquiteiros;

animados-do-conceito-sobre-fundo-branco_8688272.htm
• Uso de repelente;
• Colocar telas nas janelas;
• Uso de roupas que protejam braços e pernas.
Guia de Vigilância em Saúde, 2021
Malária - Quimioprofilaxia

Guia de Tratamento da Malária no Brasil, 2020


PARASITOSES INTESTINAIS

h?ps://br.freepik.com/vetores/dor-de-barriga-crianca/4
Parasitoses IntesKnais
• Na maioria das vezes assintomáticas;
• Alta carga parasitária pode gerar manifestações clínicas severas devido a:
- Má absorção de nutrientes;
- Redução da capacidade de ingestão de alimentos;
- Obstrução das vias aéreas.
•Maior incidência em zonas rurais e periferias de centros urbanos;
•Estima-se que a prevalência varie entre 2 e 36%; 70% desses casos em
escolares.
Parasitoses Intestinais - Epidemiologia

(BRASIL, 2021c)
Parasitoses Intestinais - Prevenção
• Melhoria do nível educacional;
• Acesso a água de boa qualidade, saneamento básico e coleta de lixo;
• Estímulo ao aleitamento materno;
(DUNCAN et al., 2022)
• Uso de calçados;

https://pt.coolclips.com/m/vetores/vc037563/Livros-e-projetos/ https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/garrafa-de-agua_2119009 h>ps://br.freepik.com/fotos-vetores-graIs/amamentacao https://www.istockphoto.com/br/vetor/seguran%C3%A7a-botas-%C3%ADcone-em-fundo-branco-para-gr%C3%A1fico-e-


web-design-sinal-vector-simples-gm1124695462-295355164
Parasitoses Intestinais - Prevenção
• Lavagem das verduras e das frutas;
• Proteção dos alimentos contra poeira e insetos; EDUCAÇÃO EM SAÚDE!
• Fervura e/ou filtração da água para consumo;
• Cocção adequada da carne de bovinos e suínos;
• Lavagem das mão antes das refeições unhas limpas e curtas;
(DUNCAN et al., 2022)

https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/6730612-agua-fervente-em-panela- h?ps://br.freepik.com/vetores-premium/lavar-as-maos-com-sabao-limpar-as-maos-ilustracao-
panela-no-fogao-com-agua-vapor-fogo-design-vetor vetorial_20366973.htm
h?ps://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/4595584-lavar-frutas-e-vegetais-higiene-alimentacao-alimentacao-plana-ilustracao-vetor
Parasitoses Intestinais - Prevenção

vetorial-de-desenhos-animados-de-garrafa-de-vinagre-de-maca
https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/17405547-ilustracao-
• Higiene das mãos; VINAGRE
• Higiene dos alimentos - deixar de molho em solução de ácido acético (2
colheres de sopa em 1 litro de água) ou hipoclorito de sódio (1 colher de
sobremesa em 1 litro de água) durante 15 minutos;
• Desinfecção da água - 2 gotas de hipoclorito por litro de água, deixar descansar
por 30 minutos antes de ingerir.
(DUNCAN et al., 2022)

h?ps://www.to.gov.br/noNcias/secretaria-da-saude-esclarece-sobre-
uNlizacao-do-hipoclorito-de-sodio-25-no-periodo-da-pandemia-da-covid-
19/5auky5uipz9o
Parasitoses Intestinais – Agentes Etiológicos
Modo de transmissão e localização dos principais parasitas intestinais humanos
PARASITA TRANSMISSÃO TRANSMISSÃO LOCALIZAÇÃO DO
PESSOA-PESSOA VERME ADULTO
Ascaris lumbricoides Ingestão de ovos infectantes Não Intestino delgado

Tricuris trichiura Ingestão de ovos infectantes Não Intestino grosso


Ancylostoma duodenale / Penetração de larvas Não Intestino delgado
Necator americanos filarioides pela pele
Strongyloides stercoralis Penetração de larvas Sim Intestino delgado
filarioides pela pele ou
mucosa intestinal
Enterobius vermicularis Ingestão de ovos infectantes Sim Ceco, apêndice e cólon

Taenia saginata / Taenia Ingestão de carne de gado / Não Intestinos


solium porco crua ou mal passada
Giardia lamblia Ingestão de cistos Sim Intestino delgado
Entamoeba hystolitica Ingestão de cistos sim Intestino grosso
(DUNCAN et al., 2022)
Parasitoses Intestinais – Sinais e sintomas
• Diarreia – mais frequente nas infecções por
protozoários intestinais, na tricuríase e na
estrongiloidíase;
• Os enteroparasitas que habitam o intestino
grosso – Entamoeba histolytica, Trichuris
trichiura, Schistossoma mansoni – podem
causar diarreia com muco e sangue;
• Os parasitas que se localizam no intestino
delgado – Strongyloides stercoralis e Giardia
lamblia - provocam diarreia osmótica.
(DUNCAN et al., 2022) https://pt.dreamstime.com/vetor-de-vaso-sanit%C3%A1rio-aberto-tigela-vazio-
fundo-cores-completas-e-arte-linhagem-branca-preta-image242919486
Parasitoses IntesKnais – Sinais e sintomas
• Dor abdominal, náuseas e vômitos – mais comum na giardíase;
• Síndrome dispéptica – associada a anorexia, perda ponderal e diarreia intermitente na
estrongiloidíase;
• Hepatoesplenomegalia – esquistossomose mansônica crônica.

Strongyloides stercoralis Giardia lamblia (DUNCAN et al., 2022)

https://parasitologiaclinica.ufsc.br/index.php/info/conteudo https://www.microimunounifesp.com.br/giardia-lamblia/
/doencas/helmintoses/estrongiloidiase/
Parasitoses IntesKnais – Sinais e sintomas
• Prurido anal/vulvar – mais frequente na oxiuríase, principalmente noturna;
• Prolapso retal – ocorre na tricuríase maciça;
• Anemia – por espoliação crônica de ferro, na ancilostomíase e na tricuríase;

Tricuríase

https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/oxiurus-enterobius-vermicularis/

https://parasitologiaclinica.ufsc.br/index.php/info/conteudo/doencas/helmintoses/tricuriase/

Oxiuríase https://www.sanarmed.com/caso-clinico-tricuriase-ligas
https://ibapcursos.com.br/enterobiase-enterobius-vermicularis-ciclo-sintomas-diagnostico-
tratamento-e-prevencao/
Parasitoses IntesKnais – Sinais e sintomas
Síndrome de Loeffler

• Tosse, crises asma.formes, com ou sem tradução radiológica


(Sínd. de Löeffler) – nas helmin2ases com ciclo larvário
pulmonar: áscaris, ancilóstomo, estrongiloides e
esquistossoma. Apresenta eosinofilia intensa;

• Ur.cária e/ou edema angioneuró.co – principalmente na


ascaridíase e na estrongiloidíase;

Lopes et al, 2005


Parasitoses Intestinais – Sinais e sintomas
• Eliminação dos parasitas – comum na ascaridíase, na oxiuríase e na teníase;
• Obstrução ou semi-obstrução intestinal – ocorre na super-infestação por ascaris.

Ascaris lumbricoides Taenia saginata / Taenia solium

https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/ascaris-lumbricoides/

h>ps://mundoeducacao.uol.com.br/doencas/teniase.htm
Parasitoses Intestinais - Diagnóstico
• Exame Parasitológico de Fezes (EPF), aliado aos dados clínico-epidemiológicos;
• Avaliar 3 amostras aumenta a sensibilidade do método;
• Coletar 3 amostras em dias separados (consecutivos ou alternados);

https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/exame-de-fezes_9786208
MEDICAMENTO E APRESENTAÇÃO AÇÃO TERAPÊUTICA DOSAGEM
Albendazol Ascaridíase 1-2 anos: 200mg, DU; > 2anos: 400mg, DU
Comprimido de 200mg e 400mg Tricuríase 400mg, DU
Parasitoses Intestinais – Tratamento
Suspensão oral 40mg/ml Ancilostomíase
Enterobíase
1-2 anos: 200mg, DU; >2 anos: 400mg, DU
1-2 anos: 200mg; > 2 anos: 400mg – repetir 14d
Estrogiloidíase 400mg/dia por 3 dias
Teníase <10kg: 200mg/dia; >10kg: 400mg/dia – 3 dias
Giardíase 400mg/dia; criança: 10 – 15mg/kg/dia – 5 dias
Mebendazol Ascaridíase 100mg, 2x/dia – 3 dias
Comprimido de 100mg Tricuríase 100mg, 2x/dia – 3 dias
Suspensão de 100mg/5ml Ancilostomíase 100mg, 2x/dia – 3 dias
Enterobíase 100mg, 2x/dia – 3 dias, repetir após 14 dias
Giardíase 100mg, 2x/dia – 5 dias
Ivermectina Ascaridíase 200mcg/kg, DU
Comprimido de 6mg Tricuríase 200mcg/kg, DU
Enterobíase 200mcg/kg, repetir após 14 dias
Estrogiloidíase 200mcg/kg, DU ou em 2 dias
Metronidazol Giardíase Crianças:15mg/kg/dia: 3x/dia: 5-7dias-max:250mg/dose
Comprimido de 250, 400 e 500mg Adultos: 250mg, 3x/dia – 5-7 dias
Solução de 40mg/ml Colite amebiana VO ou IV, 7-10 dias
Nitazoxanida Ascaridíase 1-3 anos: 100mg, 2x/dia – 3 dias
Comprimido de 500mg Giardíase 4-11 anos: 200mg/kg/dia – 3 dias
Suspensão de 20mg/ml Teníase Adultos: 500mg, 2x/dia – 3 dias
Parasitoses Intestinais – Tratamento
“Doutor(a), eu vim fazer meu exame de sangue, fezes e urina.”

• Parasitológico de fezes tem baixa sensibilidade, principalmente para Giárdia;


• Tratamento empírico está indicado para sintomas sugestivos;

EM ÁREAS ENDÊMICAS

• Possibilidade de vermifugação de rotina (a cada 6 - 12 meses) com anti-helmínticos para


populações de alto risco: pré-escolares e escolares, mulheres em idade fértil e agricultores.
• Não realizar em menores de 1 ano.
ESQUITOSSOMOSE

https://portal.fiocruz.br/video/esquistossomose
https://ares.unasus.gov.br/acervo/
Esquistossomose

html/ARES/1727/1/Unidade1.pdf
• Importante problema de saúde pública no Brasil;

• SINONÍMIA - “Xistose”, “barriga d’água” e “doença dos

https://static.todamateria.com.br/uplo
caramujos”;

ad/es/qu/esquistossomose-og.jpg
• AGENTE ETIOLÓGICO - Schistosoma mansoni;

• HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Humano - Na fase adulta, o


parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino e fígado

• HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Caramujo do gênero


Biomphalaria
https://brasilescola.uol.com.br/doencas/esquistossomose.htm
Esquistossomose - Epidemiologia
Presente em 19 UFs:
Área endêmica (9): MA, AL, BA, PE, PB, RN,
SE, MG e ES.
Área com transmissão focal (10): PA, PI, CE,
RJ, SP, PR, SC, GO, DF e RS.
2009 a 2019: 423.117 casos posi.vos, com
percentual de posi.vidade de 4,29%.
OMS - mais de 95% das pessoas com
esquistossomose das Américas vive no
Brasil.
Esquistossomose:
ciclo reprodutivo
Suspeitas quando:
Indivíduo residente e/ou
procedente de área
endêmica, com quadro
clínico sugestivo, e com
história de contato com
reservatórios de água
onde existam caramujos.

(UNASUS, s.d.)
Esquistossomose – Manifestações Agudas
FORMA AGUDA: Assintomática ou Dermatite Cercariana;
- 3 a 7 semanas após o contato pode ocorrer febre, linfadenopatia, anorexia, dor
abdominal e cefaleia. Pode ter também diarreia, náuseas e tosse seca.
(BRASIL, 2014)

DERMATITE CERCARIANA caracterizada por micropápulas “avermelhadas”


semelhantes às picadas de insetos. (BRASIL, 2010)
Esquistossomose – Manifestações Crônicas
Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica.
Gravidade da doença depende diretamente:
• da carga parasitária,
• do estado nutricional do paciente;
• do tempo de parasitismo.

https://www2.ufjf.br/noticias/2018/08/10/tratamento-alternativo-para-a-esquistossomose-conquista-premio-em-evento-internacional/
http://www.ccs.saude.gov.br/portinari/experimento02.php
Esquistossomose – Manifestações Crônicas
HEPATOINTESTINAL
• Assintomática ou sintomas inespecíficos
astenia fadiga tontura cefaleia sintomas distônicos

sensação de plenitude flatulência dor epigástrica hiporexia

diarreia recorrente hepatomegalia fibrose hepática

> áreas de fibrose decorrentes de granulomatose periportal ou fibrose de Symmers.


Esquistossomose – Manifestações Crônicas
HEPÁTICA
- Assintomá`ca ou caracterizada por:

diarreia recorrente hepatomegalia com fibrose

Fibrose hepá;ca: sem hipertensão portal e sem esplenomegalia.

HEPATOESPLÊNICA
(compensada ou descompensada)
hipertensão hepatoesple- varizes sintomas hemorragia
portal nomegalia esofágicas intestinais digestiva
Esquistossomose - Investigação

DIAGNÓSTICO: Pesquisa de ovos de Schistosoma nas fezes

https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/microscopio
(Kato-Katz) – é necessário solicitar como especificação do
Exame Parasitológico de Fezes (EPF).

Outros métodos:
• Sorológico (Imunofluorescência indireta ou ELISA): não faz diagnóstico.
• Ultrassonografia hepática auxilia no diagnóstico da fibrose de Symmers e nos
casos de hepatoesplenomegalia: não faz diagnóstico.
• Biópsia retal ou hepática - não recomendada na rotina, pode ser útil em casos
suspeitos e na presença de exame parasitológico de fezes negativas.
(BRASIL, 2010)
Esquistossomose - Tratamento
• PRAZIQUANTEL
Adultos: 50mg/kg
Crianças: 60mg/kg

Apresentação: 600mg/comprimido;
Dose única, via oral; máximo 7 comprimidos.

Orientar repouso por pelo menos 3 horas após ingestão, para evitar náuseas e tonturas;

• Controle de cura parasitológica: três exames de fezes no quarto mês após o tratamento;
• O índice de cura aproxima-se de 80% para os adultos e de 70% para as crianças;
• Esquistossomose aguda grave - o tratamento deve ser iniciado com a prednisona (1mg/kg de peso/dia) 24 a 48
horas antes do praziquantel.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA! (BRASIL, 2014)


DOENÇA DE CHAGAS

https://www.youtube.com/watch?v=x0pyiV0Pttc
Doença De Chagas

• AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi, protozoário


flagelado.

• VETOR: inseto da subfamília Triatominae, conhecido


popularmente como barbeiro, chupão, furão, procotó, etc.

• RESERVATÓRIOS: centenas de mamíferos, tais como quatis, (BRASIL, 2010)

gambás, tatus, morcegos, etc.


Doença de Chagas – agente etilógico

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas- Epidemiologia nas Américas
• Estima-se que 6 a 8 milhões de pessoas estejam infectadas com o parasita
(Trypanosoma cruzi) que causa a doença.
• 70% das pessoas que vivem com a doença não sabem que estão infectadas, devido
à ausência de sintomas clínicos.
• Mais de 10 mil pessoas morrem a cada ano em consequência de complicações
clínicas da doença de Chagas;
• Cerca de 75 milhões de pessoas nas Américas estão em risco de contraí-la
• Apenas 1% dos infectados são tratados a cada ano.
(OPAS, 2021)
Doença de Chagas - Epidemiologia
• Ocorrência de 2777 casos e surtos de Doença de Chagas Aguda entre 2010 e 2020 em 20
estados brasileiros:
* 84% na região Norte (72% no estado do Pará).
• Sobre a forma de transmissão:
• A grande maioria (aprox. 60%) por transmissão oral;
• Em torno de 10% por transmissão vetorial;
• Pode haver transmissão vertical;
• Em alguns casos não é identificada a forma de transmissão. (BRASIL, 2020)
Doença de Chagas - Epidemiologia

(BRASIL, 2020)
Doença de Chagas - Epidemiologia
• É uma das quatro maiores causas de morte por doenças infecciosas e
parasitárias, além da principal doença negligenciada no Brasil.

• A doença apresentava elevada incidência no país, entretanto, hoje,


encontra-se sob controle graças à realização de estratégias como:

BRASIL, 2020
Doença de Chagas Fase Aguda – Manifestações
Clínicas
Febre persistente (>7 dias)

https://gifs.eco.br/gifs-de-coracao-humano-pulsando/
•Edema de face ou de membros; +
•Exantema;
•Adenomegalia;
•Hepatomegalia;
•Esplenomegalia;
•Cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca);
•Manifestações hemorrágicas (hematêmese, hematoquezia ou melena);
•Icterícia;
•Manifestações digestivas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são mais
comuns em casos por transmissão oral. (BRASIL, 2010)
Doença de Chagas –Diagnóstico Forma Aguda
• PARASITOLÓGICO – T. cruzi circulante no

https://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
sangue periférico identificado por meio de
exame parasitológico direto.

• SOROLÓGICO – IgM anti-T. cruzi.


As setas indicam T. cruzi entre as hemácias, em gota de sangue.

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas – Formas Crônicas

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas crônica – Diagnóstico
forma crônica

• Sorologia para Chagas - Importante na fase crônica.

• Anticorpos IgG anti-T. cruzi - indica doença crônica.

(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas - Tratamento
•Benznidazol: (adulto = 5 mg/kg/dia, 1 a 3x/dia, 60 dias; criança = 5 a
10 mg/kg/dia, 2x/dia, 60 dias)

• Tratar: forma aguda, congênita e crônica recente

Nos casos leves, sem complicações, e nas formas indeterminadas, o tratamento


pode ser realizado na atenção básica, por médico generalista que conheça as
particularidades do medicamento e da doença de Chagas.
(BRASIL, 2010)
Doença de Chagas - Tratamento
Orientações e aKvidades educaKvas
• Manter quintais limpos, evitando acúmulo de materiais e manter criações de animais
afastadas da residência;
• Não confeccionar coberturas para as casas com folhas de palmeiras;
• Vedar frestas e rachaduras e usar telas em portas e janelas;

(BRASIL, 2010)
Orientações e atividades educativas

• Proteção individual: uso de repelentes e uso de roupas de mangas longas durante a


realização de atividades noturnas; uso de mosquiteiros ao dormir;
• Cuidados de higiene na produção e manipulação artesanal de alimentos de origem
vegetal.

(BRASIL, 2010)
LEPTOSPIROSE
Leptospirose
● É uma zoonose, causada por leptospiras patogênicas, transmiAdas pelo
contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas
pela bactéria.
• Reservatório: amplo espectro de animais domésAcos e selvagens. No
meio urbano: roedores (especialmente o rato-de-esgoto); outros
reservatórios são os suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães.
• Seres humanos - hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de
transmissão.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose - Epidemiologia

(BRASIL, 2023)
Leptospirose - Manifestações Clínicas
Fase precoce (fase leptospirêmica)
• Instalação abrupta de febre, acompanhada de cefaleia e mialgia, anorexia,
náuseas e vômitos;
• Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival,
fotofobia, dor ocular e tosse;
• Pode ser acompanhada de exantema;
• Difícil diferenciação de outras doenças febris agudas;
• A fase precoce tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar
sequelas.
(BRASIL, 2010)
Leptospirose - Manifestações Clínicas
Fase tardia (fase imune)
• Aproximadamente 15% dos pacientes evoluem para manifestações
clínicas graves, em geral, após a primeira semana de doença.
• Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias,
mais comumente pulmonar.
• Hemorragia pulmonar cursa com letalidade superior a 50%.
• Icterícia: é um sinal caracterísAco, possuindo uma tonalidade alaranjada
muito intensa (icterícia rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º
dia da doença - preditor de pior prognósAco.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose - Agente etiológico

• Bactéria helicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira,


do qual se conhecem atualmente 14 espécies patogênicas, sendo a mais
importante a L. interrogans.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose - Transmissão
• Exposição direta ou indireta à urina de animais infectados.

• Penetração do microrganismo ocorre através da pele com presença de


lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada
ou através de mucosas.

• A água é importante na transmissão da doença ao homem.

• Período de incubação - De 1 a 30 dias (em média, de 5 e 14 dias).


(BRASIL, 2010)
Leptospirose - DiagnósKco

• Métodos sorológicos - teste ELISA-IgM e a microaglutinação (MAT).

• Exames como hemograma e bioquímica (ureia, creatinina, bilirrubina total e


frações, TGO, TGP, gama-GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+), devem ser
monitorados.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose - Tratamento

FASE PRECOCE

• Amoxicilina, em adultos na dose de 500mg, VO, de 8/8 horas, durante 5 a 7 dias.


Crianças, administrar 50mg/kg/dia, VO, a cada 6/8 horas, durante 5 a 7 dias;

• Doxiciclina: 100mg, VO, de 12 em 12 horas, durante 5 a 7 dias.

(BRASIL, 2010)
Leptospirose - Tratamento
FASE TARDIA
• Penicilina G Cristalina: 1.5 milhões UI, IV, de 6/6 horas; ou,
• Ampicilina: 1g, IV, 6/6 horas; ou,
• Ceftriaxona: 1 a 2g, IV, 24/24h; ou,
• Cefotaxima 1g, IV, de 6/6 horas.
• Para crianças utiliza-se Penicilina cristalina: 50 a 100.000U/kg/dia, IV, em 4 ou 6
doses; ou Ampicilina: 50 a 100mg/kg/dia, IV, dividido em 4 doses; ou Ceftriaxona: 80
a 100mg/kg/dia, em 1 ou 2 doses; ou Cefotaxima: 50 a 100mg/kg/dia, em 2 a 4
doses.

• Duração do tratamento com antibióticos intravenosos: pelo menos, 7 dias.


(BRASIL, 2010)
TUNGÍASE

https://grupomedcof.com.br/blog/tungiase-bicho-de-pe-tudo-o-que-voce-precisa-saber/
Tungíase
● É uma doença ectoparasitária causada por fêmeas grávidas de uma
espécie de pulga, Tunga penetrans, que habita o solo de zonas
arenosas.

● A contaminação ocorre quando o paciente pisa neste solo sem


proteção nos seus pés.

● A fêmea grávida penetra na pele humana com a sua cabeça e libera


seus ovos para o exterior.
(SBD, 2023)
Tungíase
Existe um desconhecimento por parte dos profissionais de saúde e
acadêmicos sobre a epidemiologia, tratamento individual e ambiental da
tungíase.

Considerada uma doença negligenciada, ainda hoje, é causa de patologia


grave em comunidades urbanas e rurais com baixos indicadores de
desenvolvimento humano.

Nessas condições essa ectoparasitose precisa ser considerada um importante


problema de saúde pública.
(ARIZA et al., 2007)
Tungíase - Manifestações clínicas e
diagnóstico
• A maioria das lesões aparece nos pés, e em alguns casos, nas mãos;
• Podem ser únicas ou bastante numerosas, dependendo da
infestação do solo;
• A lesão surge como uma pequena pápula marrom escura com um
halo fino e claro ao seu redor;
• Pode causar dor ou coceira;
• Pode ocorrer infecção secundária e até abscessos no local;
• O diagnóstico é clínico-epidemiológico;
• Diagnóstico diferencial: verrugas virais.

(OLIVEIRA, 2014)
Tungíase - Manifestações clínicas
• É autolimitada com duração de quatro a seis semanas;
• Nas áreas endêmicas - re-infestação é constante e os indivíduos afetados
podem apresentar algumas dezenas de parasitos em diferentes estágios de
desenvolvimento, gerando complicações graves e sequelas.

(ARIZA et al., 2007)


Tungíase - Manifestações clínicas

• Onde as condições de higiene são precárias e a remoção da pulga não é


realizada em condições de assepsia ocorre superinfecção com bactérias
patogênicas
• A lesão causada pela penetração da pulga pode servir como porta de
entrada para Clostridium tetani.
• Sequelas de infestação grave documentadas incluem dificuldade de andar,
deformação e perda de unhas de dedo do pé, como também deformação e
autoamputação de dígitos, além de sepse e óbito;
• Considerada uma doença negligenciada.
(ARIZA et al., 2007)
Tungíase - Tratamento
• Extração manual do parasito, com assepsia e materiais estéreis;
• Nos casos com infecção secundária, antibioticoterapia;
• Uso de eletrocautério ou a eletrocirurgia com anestesia local são
tratamentos alternativos para a destruição do parasita;
• Infestação: tiabendazol, 25mg/kg, em uma ou duas doses diárias de três a
cinco dias;
• Realizar profilaxia antitetânica, conforme esquemas preconizados pelo
Ministério da Saúde.

(OLIVEIRA, 2014)
Tungíase – Tratamento Procedimento

1 2 3 4 5

Deve ser realizada depois de adequada desinfecção da pele e com a utilização de agulhas estéreis. O uso de
eletrocautério ou a eletrocirurgia com anestesia local são tratamentos alternativos para a destruição do
parasita.
(OLIVEIRA, 2014)
VIDEO: https://www.youtube.com/watch?v=yMWHg3SU94A
Tungíase - Prevenção
• Evitar contato com solo contaminado e
usar sapatos;
• Medidas sanitárias para a
descontaminação do local infestado,
incluindo inseticidas;
• Medidas de educação em saúde,
educando a população para a
realização de autoexames periódicos,
visando à retirada das pulgas com https://www.freeimages.com/pt/photo/child-standing-in-dirt-1428312

material estéril adequado.


(OLIVEIRA, 2014)
REFERÊNCIAS
70% das pessoas com Chagas não sabem que estão infectadas. PAHO Pan-American Health Organization, 2021. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/13-4-2021-opas-70-das-pessoas-com-chagas-nao-sabem-que-estao-infectadas.

ARIZA, L. et al. Tungíase: doença negligenciada causando patologia grave em uma favela de Fortaleza, Ceará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, v. 40, p. 63-67, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/QGMZbd4HC3QhKMYSTBByhNd/?format=pdf&lang=pt

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8.
ed. rev. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 444 p. : Il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pd

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Vigilância da Esquistossomose Mansoni: diretrizes
técnicas. 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 144p. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_esquistossome_mansoni_diretrizes_tecnicas.pdf

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doença de Chagas: 14 de abril – Dia Mundial. Bol Epidemiol [Internet]. 2020, n. 51, p. 1-43.
Disponível em: http://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doença de Chagas: 14 de abril – Dia Mundial. Bol Epidemiol [Internet]. 2021 abr; n.esp.:1-36.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_chagas_14abr21_b.pdf

_____. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mapa de risco por município de infecção. Ministério da Saúde., 2021a. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/malaria/situacao-epidemiologica-da-malaria-1/mapa-de-risco/mapa-de-risco-2021-site.png/view.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Guia de tratamento da malária no Brasil –
2. ed. atual. Brasília: Ministério da Saúde, 2021b.
REFERÊNCIAS
_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças tropicais negligenciadas. Bol Epidemiol [Internet]. 2021c março; n. esp.: 1-74.
Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2021/boletim_especial_doencas_negligenciadas.pdf

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis. Guia de tratamento da malária no
Brasil – 2. ed. atual. – Brasília: Ministério da Saúde, 2021d. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/svsa/malaria/tratamento/guia_tratamento_malaria_2nov21_isbn_site.pdf/view

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Panorama epidemiológico da malária em 2021: buscando o caminho para a eliminação da
malária no Brasil. Bol Epidemiol [Internet]. 2022 maio; v. 53: 1-29. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/m/malaria/situacao-epidemiologica-da-malaria-1/boletins-epidemiologicos-de-malaria/boletim-epidemiologico-vol-53-no17-2022-panorama-epidemiologico-
da-malaria-em-2021-buscando-o-caminho-para-a-eliminacao-da-malaria-no-brasil

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Territorialização e vulnerabilidade para doença de Chagas crônica: 14 de abril – Dia Mundial
de Combate à Doença de Chagas. Bol Epidemiol [Internet]. 2022 abr; n.esp.:1-51. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-especial-de-doenca-de-chagas-numero-especial-abril-de-2022

_____. Ministério da Saúde. Grupo Técnico de Doenças Relacionadas a Roedores. Situação Epidemiológica da Leptospirose. 2023. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/leptospirose/arquivos/situacao-epidemiologica-dos-casos-de-leptospirose-no-brasil-2010-a-2023.

BURKI, T. Re-emergence of neglected tropical diseases in Venezuela. The Lancet. Infectious Diseases, v. 15, n. 6, p. 641-642, 2015. Disponível em:
https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(15)00011-0/fulltext.
REFERÊNCIAS
CERRONI, M. D. P., CARMO, E. H. Magnitude das doenças de notificação compulsória e avaliação dos indicadores de vigilância epidemiológica em municípios da
linha de fronteira do Brasil, 2007 a 2009. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, p. 617-628, 2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ress/a/JMHmVK6xPgGJ7tQpP76h67y/abstract/?lang=pt.

DUNCAN, B. B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2022. 2424p.

EPIDEMIOLOGIA e controle das doenças transmissíveis no Brasil. UNASUS. Disponível em:


https://moodle.unasus.gov.br/vitrine29/pluginfile.php/8950/mod_resource/content/3/ebook/19.html.

FRAIA, M. Resumo de Malária: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Sanar, 2021. Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-de-malaria-
epidemiologia-fisiopatologia-diagnostico-e-tratamento-colunistas.

FICHA de investigação malária. SINAN, 2019. Disponível em: http://portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Malaria/Malaria_v5.pdf.

INTERACTIVE Malaria Statistics. PAHO Pan-American Health Organization, 2022. Disponível em:
http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_topics&view=readall&cid=2149&Itemid =40757&lang=es.

LUNA, E. J. A.; SILVA JR., J. B. Doenças transmissíveis, endemias, epidemias e pandemias. In FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. A saúde no Brasil em 2030 -
prospecção estratégica do sistema de saúde brasileiro: população e perfil sanitário [online]. Rio de Janeiro: Fiocruz/Ipea/Ministério da Saúde/Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República, 2013. Vol. 2. pp. 123-176. Disponível em: https://saudeamanha.fiocruz.br/wp-content/uploads/2016/07/41.pdf

MARTINS, R. Cientista confirma OMS: malária controlada em 2030. Correio do Brasil, 2016. Disponível em: https://www.correiodobrasil.com.br/malaria-sob-controle-
ate-2030/URL.
REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, I. S. et al. Tungíase atualidades clínicas. J. bras. med, v. 102, n. 6, 2014. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2015/v102n6/a4554.pdf.

ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Guía para el diagnóstico y el tratamiento de la enfermedad de Chagas. Washington, D.C.: OPS; 2018.
Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/49653/9789275320433_spa.pdf?sequence=9&isAllowed=y

SABOYÁ-DÍAZ, M. I. et al. Situação atual do conhecimento sobre a epidemiologia da tungíase nas Américas. Rev Panam Salud Publica. 2022. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/documentos/situacao-atual-do-conhecimento-sobre-epidemiologia-da-tungiase-nas-americas

LOPES, A. J et al. Síndrome de Löffler, Relato de Caso. Pulmão RJ 2005;14(4):325-327. Disponível em: http://www.sopterj.com.br/wp-
content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2005/n_04/11.pdf

TUNGÍASE. Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2023. Disponível em:


https://www.sbd.org.br/doencas/tungiase/#:~:text=Tung%C3%ADase%20%C3%A9%20uma%20parasitose%20causada,seus%20ovos%20para%20o%20exterior.
OBRIGADO(A)!
COORDENAÇÃO GERAL
FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES
NILSON MASSAKAZU ANDO

POLO SÃO PAULO


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
GUSTAVO EMANUEL FARIAS GONÇALVES
MARIANA TOMASI SCARDUA

SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
MARIZÉLIA GOIS MONTEIRO
DANIEL DE MEDEIROS GONZAGA

APOIO INSTITUCIONAL DO MEC


MÁRCIA CRISTINA NÉSPOLI ANDO
JONAS NERIS FILHO
POLO SALVADOR
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
MARINA ABREU CORRADI CRUZ
SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
CLARISSA SANTOS LAGES
APOIO INTITUCIONAL DO MEC
JOÃO PEREIRA DE LIMA NETO

POLO BELO HORIZONTE


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
AUGUSTO CEZAR DAL CHIAVÓN
APOIO INTITUCIONAL DO MEC
LILIAN PATRÍCIA SILVA DE SOUZA
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
CAMILO SOBREIRA DE SANTANA
SECRETÁRIA DE ENSINO SUPERIOR
DENISE PIRES DE CARVALHO
DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
GISELE VIANA PIRES
COORDENADOR GERAL DE EXPANSÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES
REFERÊNCIAS CENTRAIS DO MEC/PMMB
ANA LUÍSA DOS SANTOS AZEVEDO
ANA LUIZA FEITOZA NEVES SANTOS COSTA
GABRIELA CARVALHO DA ROCHA
HUMBERTO BATISTA BORGES DA SILVEIRA
LEONARDO SOUSA ARAÚJO
LUCAS DE SOUZA PORFIRIO
MAÉZIA MARIA MEDEIROS COSTA MIGUEL
TATIANA RIBEIRO

You might also like