You are on page 1of 12

30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

3.1 Propriedades Mecânicas.


UNIDADE 3
Metais
3.1.1. Tensão x Deformação
3.1.2. Deformação elástica
3.1.3. Deformação plástica

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

1.Introdução: 1.Introdução:

Os materiais estão sujeitos a forças ou cargas. Propriedades Mecânicas:


Exemplos:
O comportamento mecânico de um material reflete
• Asa de avião
a relação entre a sua resposta ou deformação a
• Eixo de um automóvel
uma carga ou força que esteja sendo aplicada.
• Vigas metálicas
Torna-se necessário conhecer as características do Algumas propriedades mecânicas importantes são
material e projetar o membro, de tal maneira que a resistência (LRT), a dureza, a ductilidade e a
qualquer deformação resultante não seja excessiva e rigidez.
não ocorra fratura.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

1.Introdução: 2. Ensaios:

Fatores a serem considerados: As técnicas de ensaio são padronizadas. O


estabelecimento e a publicação dessas normas
• A natureza da carga aplicada padrões são frequentemente coordenada por
• Duração da sua aplicação (tempo) sociedades profissionais.
• Condições ambientais
ASTM_ American Society for Testing and Material.

1
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

3. Tensão e Deformação 3. Tensão e Deformação

Se uma carga é estática ou se ela se altera de uma Carga aplicada: TRAÇÃO, COMPRESSÃO e CISALHAMENTO.
Normalmente são feitos à temperatura ambiente.
maneira relativamente lenta ao longo do tempo e é
aplicada uniformemente sobre uma seção reta ou
superfície de um membro, o comportamento mecânico
pode ser verificado mediante um simples ensaio de
tensão-deformação.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

4. Ensaio de Tração 4. Ensaio de Tração

Uma amostra é deformada, geralmente até sua fratura,


mediante uma carga de tração gradativamente
crescente ao longo do eixo mais comprido de um corpo
de prova. Figura 1 – ilustração esquemática de como uma carga de tração
produz um alongamento e uma deformação linear positiva.
F - Carga ou Força (tração)
lo - comprimento original antes de qualquer carga a ser aplicada.
Normalmente, a seção reta é circular, porém corpos de
l - comprimento após a deformação.
prova retangulares também são usados.
Ao – Área da seção reta original antes da aplicação de qualquer
carga.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

4. Ensaio de Tração 4. Ensaio de Tração

Observação: Máquina de Ensaio de Tração:

• Esse ensaio leva vários minutos para ser executado e É projetada para alongar o corpo de prova a uma taxa
é destrutivo. constante além de medir contínua e simultaneamente a
carga instantânea aplicada (com uma célula de carga)
• A carga-deformação são dependentes do tamanho da e os alongamentos resultantes (usando o
amostra. extensômetro)
RESULTADO - Carga ou força em função do
alongamento.

2
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

4. Ensaio de Tração 5. Tensão


σ = F / Ao
Tensão de Engenharia

σ = Tensão de engenharia
MPa (SI) – N/ mm2 - 1MPa = 106 Pa - Pa = N/m2 ou psi = libras força
por polegada quadrada (EUA)

F = Carga instantânea aplicada em uma direção


perpendicular a seção reta da amostra.
Newton (N), Libra-força (Lbf) ou Quilograma-força (Kgf)

Ao = Área da seção reta original antes da aplicação de


qualquer carga.
Figura 2. Representação esquemática do dispositivo usado para
mm2 , m2 , cm2 ou pol2
ensaio de tensão-deformação.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

6. Deformação 7. Ensaio de Compressão


Є = ∆l/ lo
Deformação de Engenharia
Um ensaio de compressão é conduzido de uma
Є = deformação (não possui unidades, mas pode ser
expressa em %). maneira semelhante à de um ensaio de tração, exceto

lo = Comprimento original antes de qualquer carga pelo fato de que a força é compressiva e o corpo de

ser aplicada. (comprimento inicial) prova se contrai ao longo da direção da tensão.


li = Comprimento instantâneo. (comprimento final)
∆ l = Alongamento da deformação ou a variação no Por convenção uma força compressiva é

comprimento a um dado instante, conforme referência considerada como sendo negativa, o que produz uma

ao comprimento original. tensão também negativa.

∆ l = li - lo

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Ensaio de Compressão 8. Ensaio de Cisalhamento

Figura 3 – Ilustração esquemática de como uma carga de Figura 4 – Representação esquemática da deformação de
compressão produz uma contração e uma deformação linear cisalhamento γ.
negativa.

3
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

9. Ensaio de Torção Exercícios


As forças torcionais produzem um movimento de rotação em torno
do eixo longitudinal de uma das extremidades do membro em
relação à outra.

Figura 5 – Representação esquemática da deformação torcional.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

6. Deformação Elástica 6. Deformação Elástica

Deformação elástica E σ=ExЄ Deformação elástica E σ=ExЄ


σ = Tensão Lei de HooKe Lei de HooKe

(níveis relativamente baixos) Quando maior for o módulo, mais rígido será o material
E = Constante de proporcionalidade ou menor será a deformação elástica.
= módulo de elasticidade
= módulo de Young Exemplos:
(GPa ou psi) 1GPa = 109 Pa = 103 Mpa
Magnésio - 45 GPa (6,5 x 106 psi)
1GPa = 109N/m2= 103 N/mm2
Tungstênio - 407 GPa (59 x 106 psi)
Є = deformação elástica (sem unidade ou %)

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

6. Deformação Elástica 6. Deformação Elástica

Deformação elástica E σ=ExЄ E σ=ExЄ


Lei de HooKe Lei de HooKe

É o processo de deformação no qual a tensão e a


deformação são proporcionais.
A deformação elástica, em uma escala atômica é
Tensão

Descarga manifestada como pequenas alterações no


Coeficiente angular = Módulo de elasticidade espaçamento interatômico e na extensão de ligações
Figura 6 – Diagrama
esquemático tensão- interatômicas.
Carga deformação mostrando a
deformação linear para ciclos
Deformação
de carga e descarga.

4
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

6. Deformação Elástica 6. Deformação Elástica


Módulo de elasticidade representa uma medida da E = Constante de proporcionalidade
= módulo de elasticidade
resistência à separação de átomos adjacentes, isto é,
= módulo de Young
as forças de ligações interatômicas.
(GPa ou psi)
Módulos de elasticidade são caracteristicamente
maiores para os: Figura 7 – Gráfico
esquemático de
> > tensão-deformação
com cálculo do
módulo de
Temperatura Módulo de elasticidade
elasticidade.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

Exercício 7. Deformação Plástica

É uma deformação
permanente e não
recuperável, com
deformações acima de 0,005.

Figura 8 – Comportamento tensão


deformação típico para um metal,
mostrando as deformações
elásticas e plásticas

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Deformação Plástica 7. Deformação Plástica

A partir de uma perspectiva atômica, a deformação


plástica corresponde a quebra de ligações com os Sólidos cristalinos Escorregamento de planos.
átomos vizinhos originais e em seguida formação de (ver vídeo de empescoçamento)

novas ligações com novos átomos vizinhos, uma vez


que um grande número de átomos ou moléculas se
move em relação uns aos outros; com a remoção da Sólidos não cristalinos Escoamento viscoso.

tensão, eles não retornam às suas posições originais.

5
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Deformação Plástica 7. Deformação Plástica

Para projetos em geral é desejável conhecer o nível de Tensão limite de escoamento σ e (MPa ou psi)
tensão onde a deformação plástica tem início, ou onde Quando o ponto P (limite de proporcionalidade) não
ocorre o fenômeno de escoamento. pode ser determinado com precisão, uma linha reta é
construída paralelamente à porção elástica da curva
tensão-deformação, a partir de uma pré-deformação
específica, geralmente de 0,002.

σ e - é a tensão que corresponde à interseção dessa


linha (tracejada) com a curva tensão-deformação.
Veja figura 9!

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Deformação Plástica 7. Deformação Plástica

Tensão limite de escoamento σ e Tensão limite de escoamento σ e

σe
T
e
σe
n
s
ã
o

Figura 10 – Comportamento tensão-deformação esquemático


Figura 9 – Tensão que corresponde à interseção da linha encontrado em alguns aços que apresentam o fenômeno do limte
(tracejada) com a curva tensão-deformação. de escoamento superior.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Deformação Plástica 7. Deformação Plástica

Tensão limite de escoamento σ e (MPa ou psi) A magnitude da tensão limite de escoamento para um
metal representa uma medida da sua resistência à
Região elástica não linear - definir a tensão limite de deformação plástica. As tensões limites de escoamento
escoamento como sendo a tensão necessária para podem variar desde 35MPa para o Alumínio de baixa
produzir uma determinada quantidade de deformação resistência, até mais de 1400MPa para aços de
igual a 0,005. elevada resistência mecânica.
(e = 0,005) Alumínio = 35MPa
Aço elevada resistência = 1400MPa

6
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Deformação Plástica 7. Deformação Plástica

Limite de resistência à tração Limite de resistência à tração

Após o escoamento, a tensão necessária para


continuar a deformação plástica em metais aumenta
até um valor máximo, o ponto M, e então diminui até a
fratura do material, no ponto F.

Figura 11 – Comportamento típico da curva tensão-deformação de


engenharia até a fratura do material, ponto F.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

7. Deformação Plástica 7. Deformação Plástica

LRT – Limite de resistência à tração (MPa ou psi) é LRT – Limite de resistência à tração (Mpa ou psi)
a tensão no ponto máximo da curva tensão- Na tensão máxima, uma pequena constrição, ou
deformação de engenharia. pescoço começa a se formar em algum ponto
determinado. Esse fenômeno é conhecido por
Este ponto corresponde à tensão máxima que pode ser “empescoçamento”, e a fratura ocorre enfim nesse
sustentada por uma estrutura que se encontra sob pescoço.
tração, se essa tensão for aplicada e mantida, o Resistencia à tração:
resultado será uma fratura. Alumínio = 50MPa
Aço elevada resistência = 3000MPa

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

LRT – Limite de resistência à tração (MPa ou psi) Limite de ruptura (MPa ou psi)
Após o encruamento (endurecimento) o material resiste Continuando a tração, chega-se à ruptura do material,
mais à tração, exigindo uma tensão maior para se que ocorre num ponto chamado limite de ruptura (C).
deformar.
Note que a tensão no limite de ruptura é menor que no
Nessa fase, a tensão começa a subir, até atingir um
limite de resistência
valor máximo, chamado de limite de resistência à
tração, representado pelo ponto B na curva.

Figura 12 – Gráfico esquemático Figura 13 – Gráfico esquemático tensão


tensão - deformação com limite de deformação com ponto C (tensão de
escoamento bem definido e ponto B ruptura).
(LRT).

7
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

CONCLUSÃO
7. Deformação Plástica
Inicialmente o encruamento compensa a diminuição da
área da seção reta transversal, e a tensão de Para fins de projeto qual a tensão serve de parâmetro?
engenharia continua a aumentar com o aumento da Por quê?
deformação.  Tensão limite de escoamento.
 Tensão limite de resistência à tração.
Eventualmente, atinge-se um ponto onde a diminuição
____________________________________________
da área da seção reta do corpo de prova é maior que o
____________________________________________
aumento da carga de deformação proveniente do
____________________________________________
encruamento.
____________________________________________
____________________________________________

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

A partir do comportamento tensão-deformação em tração para a


amostra de latão mostrada na figura, determinar:

a) O módulo de elasticidade.
b) A tensão limite de escoamento a um nível de pré-deformação de
0,002.
c) A carga máxima que pode ser suportada por um corpo de prova
cilíndrico com um diâmetro original de 12,8 mm.
d) A variação de comprimento de um corpo de prova originalmente
com 250 mm que é submetido a uma tensão de tração de 345MPa.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

8. Def. Elástica X Def. Plástica 9. Comportamento dos materiais

Figura 14 – Comportamento tensão x deformação dos Polímeros


e Metais.

8
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

10. Comparação dos materiais 11. Ductilidade

Representa uma medida do grau de deformação


plástica que foi suportado até a fratura.

Pequena ou nenhuma deformação plástica

Material frágil

Figura 15 – Comportamento tensão x deformação de materiais


com comportamento frágil, plástico e elastomérico.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

11. Ductilidade 11. Ductilidade


Temperatura Ductilidade
Temperatura Materiais se tornam frágeis Importância:

• Indicação do grau segundo o qual uma estrutura irá


se deformar plasticamente antes de fraturar.

• Especifica o grau de deformação permissível durante


operações de fabricação.
Figura 16 – Representação esquemática do comportamento
tensão - deformação em tração para materiais frágeis e dúcteis
carregados até a fratura.

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

11. Ductilidade 12. Resiliência

É a capacidade de um material absorver energia


T
e quando ele é deformado elasticamente e depois com o
n
s descarregamento, ter essa energia recuperada.
ã ?
o
T
e
n
Deformação s
ã ?
o

Deformação

9
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

12. Resiliência 13. Tenacidade

Representa uma medida de um material em absorver


energia até sua fratura.
Para que um material seja tenaz, ele deve apresentar
tanto resistência como ductilidade.

T
e Ductilidade Tenacidade
n
s
ã ?
Figura 17 – Representação esquemática da resiliência para o
materiais metálicos e materiais cerâmicos.
Deformação

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

14. Dureza 14. Dureza Escala de Mohs

É uma medida da resistência de um material a uma


deformação plástica localizada (por exemplo, uma
pequena impressão ou um risco).

Dureza de Risco Escala de Mohs

Dureza de choque ou ressalto Dureza Shore

Dureza Brinell
Dureza de Penetração Dureza Vickers Dureza de Risco Escala de Mohs
Dureza Rockwell

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

14. Dureza Shore 14. Dureza

Dureza Brinell
Dureza de choque ou ressalto Dureza Shore Dureza de Penetração Dureza Vickers
Dureza Rockwell

10
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

14.1 Ensaio Brinell HB 14.1 Ensaio Brinell HB

Dureza de Penetração Dureza Brinell Dureza de Penetração Dureza Brinell

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

14.2 Ensaio Rockwell HR 14.2 Ensaio Rockwell HR

Dureza de Penetração Dureza Rockwell

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

14.2 Ensaio Rockwell 14.2 Escalas do Ensaio Rockwell

Dureza de Penetração Dureza Rockwell

11
30/1/2012

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

14.3 Ensaio Vickers 15. Fatores de projeto/ segurança

As propriedades mecânicas medidas (bem como


outras propriedades dos materiais) não são grandezas
exatas e precisas, no sentido de que irá sempre existir
alguma dispersão para os dados medidos.

Dureza de Penetração Dureza Vickers

Ciência e Tecnologia dos Materiais Ciência e Tecnologia dos Materiais

15. Tensão de Projeto 15. Tensão Admissível


σt = Tensão de trabalho.
σp = N’ x σc σe = Limite de escoamento. σt = σe / N’
σp = Tensão de projeto. N’ = Fator de Projeto .
N’ = Fator de Projeto (> que 1).
N depende de vários fatores:
σc = Tensão Calculada (com base na carga máxima
• Questões econômicas. N = superdimensionamento
estimada).
• Experiência prévia.
• Situações estáticas Folgas de Projeto • Precisão com que as forças mecânicas e as
para proteção
• Materiais dúcteis contra falhas. propriedades dos materiais podem ser determinadas.
• Risco de vida.

12

You might also like