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DIARIO OFICIAL DA UNIAO Publicado omy 11/11/2022 | Edigd0: 214 Sogo: 1 | Pagina: 20 rgio: Ministéro do Desenvolvimento Reglonal/Gabinete do Ministro PORTARIA N° 3.242, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2022 Aprova as diretrizes para a criacdo, a instituicdo e a atualizagio do Cadastro Territorial Multifinalitario - CTM, nos municipios brasileiros, © MINISTRO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL, SUBSTITUTO no uso das atribuigdes que lhe foram conferidas pelos incisos | ¢ II do paragrafo Unico do Art, 87 da Constituigao Federal, tendo em vista o disposto no Art. 29 da Lei n. 13.844, de 18 de junho de 2019, e no Art. 1° do Anexo | do Decreto n. 11065, de 6 de maio de 2022, resolve: Art, 1° Aprovar as diretrizes para a criacdo, a instituigdo ¢ a atualizagao do Cadastro Territorial Multifinalitatio - CTM, nos municipios brasileiros, na forma do Anexo desta Portaria, Art 2° Revogar a Portaria n. S11, de 7 de dezembro de 2009, do Ministério das Cidades. ‘Art. 3° Esta Portaria entra em vigor em uma semana apés a data de sua publicagao. HELDER MELILLO LOPES CUNHA SILVA ‘ANEXO Diretrizes para a criagdo, a instituicdo e a atualizacdo do Cadastro Territorial Multifinalitario - CTM, nos municipios brasileiros, CAPITULO | - DISPOSIGOES GERAIS Art. 1° © Cadastro Territorial Multifinalitario (CTM) @ constituido pelos dados do cadastro territorial associados aos dados dos cadastros tematicos. §1° O cadastro territorial ¢ 0 inventario oficial e sistematico das parcelas do municipio. § 2° Os cadastros tematicos so gerenciados por diferentes érgaos ptiblicos ou privados compreendem conjuntos de dados relacionados as parcelas sobre aspectos estruturais, tais como: sociais, ambientais. habitacionais @ nao habitacionais, redes de infraestrutura, equipamentos, tributarios, entre outros, Art, 2° © cadastro territorial deve ser a base geométrica de todos os cadastros tematicos do municipio. Pardgrafo Unico. © municipio deve estabelecer mecanismos que possibilitem parcerias institucionais para atingir 0 fim descrito no caput. Art, 3° © modelo de Cadastro Territorial Multifinalitario articula o cadastro territorial com os cadastros tematicos através de sistemas de informagdo que tornam interoperaveis as bases de dados _geoespaciais e alfanuméricas de diversas instituicdes. CAPITULO II - DA PARCELA E DOS OBJETOS TERRITORIAIS Art. 4° A parcela € a representacéo de uma porcdo territorial de extenséo continua, S40 ‘elementos da parcela: | - as coordenadas dos vértices de limite vinculadas ao sistema geodésico brasileiro; Il 0 cédigo de identificagao Unico, inequivaco e estavel: I-08 direitos individuais e coletives que a originam; & IV-- 0s identificadores que possibilitem 0 relacionamento com os cadastros tematicos. Art, 5° Para fins de aperfeicoamento do cadastro territorial, a parcela pode ser caracterizada como certificada ou nao certificada 5 1° Parcela certificada & aquela cujos limites foram obtidos com apoio geodésico ¢ com precisao estabelecida em norma especifica, representando os limites legais ou de fato para que torne possivel leva-la a registro, 5 2° As acées de retificagaode parcelamento (loteamento @ desmembramento) e de remembramento do solo deverdo ser consideradas nos processos de atualizagao do cadastro territorial, gerando parcelas certificadas. § 3° A parcela certificada deve passar por um processo que assegure a nao sobreposicao e que nao haja lacunas entre parcolas certificadas limitrofes. § 4° Parcela nao certificada é aquela oriunda das bases de dados geoespaciais existentes ou delimitada por métodos de levantamento que nao resultem em preciso posicional compativel com a definida em norma especifica § 5° Parcelas certificadas © nao certificadas devem integrar a base cadastral. 5 6° As parcelas certificadas devem progressivamente substituir as nao certificadas. Art, 6° Objetos territoriais so considerados nos cadastros tematicos para identificar direitos, restrigdes ou responsabilidades sobre as parcelas Paragrafo Unico, Objetos territoriais correspondem a espacos bi ou tridimensionais relacionados 20 territério em cujos limites ou localizagao ocorram condi¢ées homogéneas. CAPITULO Il - DOS DADOS CADASTRAIS Art. 7° So dados cadastrais a representagao e caracterizacao das parcelas e dos objetos territoriais, § 1° Em relacdo as parcelas, os dados cadastrais correspondem aos vertices de limites, que definem a identiicagao posicional. a geometria do poligono e aos atributos alfanuméricos § 2° Em relacdo aos objetos terrtorias, os dados cadastrais correspondem a representagio ‘espacial e aos atributos alfanuméricos dos diferentes temas. ‘Att. 8° Os vertices de limite das parcelas devem ser definidos por coordenadas nas mudangas de direcdo e de confrontacao ‘Art. 9° Na parcela certificada, os vertices de limite devem receber codificagao. ‘Art. 10. A parcela nio certiicada nao gera vertices codificados, sendo definida pela geometria © localizagao de suas feigdes § 1° E admissivel indicar, provisoriamente, por meio de ponto, as parcelas € objetos territoriais ‘que no forem passiveis de definigdo. § 2° A estruturagao ou atualizagio da base cadastral por meio de levantamento em massa no ‘excluia implementagao de procedimentos de certiicagao de parcelas. Art. 1 As parcelas devem ser vinculadas a Rede de Referéncia Cadastral Municipal ou, na inexisténcia desta, a pontos do Sistema Geodésico Brasileiro ou que tenham sido transportados a partir deste para o municipio. Pardgrafo Unico. A Rede de Referéncia Cadastral Municipal é compreendida pela infraestrutura de apoio geodésico e topogratico,vinculada ao Sistema Geodésico Brasileiro ‘Art. 12, 0 cadastro territorial deve adotar o sistema de coordenadas ¢ a orientacdo quanto & definicdo da projecio cartografica, estabelecidos em normas especificas. ‘Art. 13, © Cadastro Territorial Multifinalitario deve conter os dados necessaries @ gosto territorial, observando a estruturagdo de metadados conforme preconizado pela Infraestrutura Nacional de Dados Espacials INDE) CAPITULO IV - DA AVALIAGAO DE IMOVEIS Art, 14, © valor cadastral deve ser estimado para todos os iméveis que integram 0 Cadastro Territorial Multifinalitario, Art 15. As avaliagdes de iméveis devem ser baseadas, sempre que possivel, na analise de precos praticados no mercado imobiliaro. Art 16. A avaliacdo de iméveis ¢ um proceso técnico baseado em métodos capazes de estimar ‘valor de mercado dos iméveis. Art.17. 0 objetivo dos trabathos de avaliacao de iméveis para fins tributarios é estimar o valor de mercado, de forma a assegurar a equidade, a isonomia, a justica fiscal e a justica social Art, 18, Os valores dos imévels estimados para fins fiscais devem ser atualizados, no maximo, a cada quatro anos. ‘Art. 19. © desempenho das avaliacées de iméveis realizadas para fins fiscais deve ser monitorado por meio do nivel e do grau de uniformidade das avaliagSes, calculados para uma amostra de dados representativa na qual o valor cadastral é comparado com os precos de mercado dos iméveis. Paragrafo Unico. 0 nivel e © grau de uniformidade das avaliagdes poderdo também ser calculados para grupos de iméveis clasificados segundo 0 uso, tipo (terrenos vazios, casas, apartamentos, entre outros), localizagao ou outras classes de interesse, Att, 20, Os municipios podem criar 0 Observatério do Mercado Imobiliario ou utilizar bases de dados existentes para subsidiar 0 monitoramento do desempenho das avaliagées, a atualizacao e a revisso dos valores cadastrais. 5 1° 0 observatério do mercado imobiliério € um sistema de informagao aberto, destinado coleta e armazenamento continuo de dados de mercado, incluindo: pregos de transacées imobiliarias, ofertas, aluguéis, custos de construcio, avaliacées prévias e indicadores relacionados ao setor imobiliaro. § 2° A formagao da base de dados do observatério do mercado imobilidrio deve ser, preferencialmente, de responsabilidade de diferentes atores, 5 3° As principais fontes para formacao da base de dados do observatério incluem: declaracdes de compradores e vendedores, imobiliarias, corretores, agentes financiadores de iméveis, cartérios, entre outras. CAPITULO V - DA GESTAO Art 21, A muttifnalidade 6 atingida através de um processo evolutivo, aberto, de integracio ‘gradativa e de interoperabilidade entre diferentes atores @ dados tematicos ao longo do tempo. Art. 22. A gestio do Cadastro Territorial Multiinaitario € de competéncia e responsabilidade da ‘Administragae Municipal Art, 23, € da algada da Administragdio Municipal a constituigao de uma equipe técnica local devidamente capacitada, composta por membros das diferentes unidades administrativas eventualmente das empresas de servigos urbanos, objetivando fiscalizar a aplicagéo dos padroes cadastrais, manter a integridade e atualizar 0s dados Paragrafo Unico Os municipios poderéo formar consércios com outros Municipios a fm de atender as disposigées do caput Art 24. A Administragdo Municipal deve estabelecer intercdmbio sistematico de informacées com 0s servicos notariais @ registrais, a fim de manter atualizados os dados sobre a situagao juridica dos imoveis. Art, 25, O Cadastro Territorial Multifnalitario deve fornecer informagées necessarias a implementagao das politicas publicas, Art. 26. A Administraco Municipal deve estabelecer mecanismos adequados de seguranca, integridade e de preservacao do histérico dos dados. Art, 27. A Administracéo Municipal deve fomecer informagées do Cadastro Territorial Multifinalitario aos cidadaos, observando as restricdes legals vigentes. CAPITULO VI - DO MARCO JURIDICO Art, 28 © Cadastro Territorial Multfinalitario integra o patriménio publico, vinculando-se aos principios da moratidade, publicidade e eficiéncia Art, 29, Esta Portaria atende ao disposto no artigo 5°, inciso Xxill,€ artigos 30, 156, 170, inciso II, © 182 da Constituigao da Republica Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, fazendo cumprir a autonomia municipal, a funcao social ¢ ambiental da propriedade © da Cidade, a responsabilidade territorial dos municipios, observando o que prescrevem a Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001, e Lei ‘Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000. Este cortedo no substulepubicadona vers coricada,

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