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ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS E BIOMECÂNICAS NA GESTAÇÃO

Professora: Camila Carolini Fukuda


Estagiário: Arielton Nunes de Lima
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS
ALTERAÇÕES CARDIOLÓGICAS
Aumento do volume sanguíneo (35 a 50%) durante a sexta semana de gestação, isso se da pela a necessidade de levar
mais oxigênio e nutrientes ao feto isso ocorre pelo aumento do plasma e das hemácias onde o plasma é gerado em
maior quantidade aumentando assim a FC entre 10 bpm a 15 bpm (normalidade 70 a 100 bpm).
O débito cardíaco pode chegar em 30 a 50 % isso por conta do aumento do miocárdio que gera maior força na
contração (Lei de Frank-Starling). A pressão arterial pode se manter ou aumentar, isso ocorre por conta da diminuição
da resistência vascular, devida ao leito vascular Utero-Placentario que contém grande quantidade de vasos sanguíneos
localizado na placenta que é um sistema de baixa resistência, baixa pressão e de auto fluxo de sangue. A progesterona
atua no relaxamento da musculatura lisa proporcionado a pressão arterial diminuída.
O débito cardíaco aumenta em 30 a 50%, com início por volta da 6ª semana e valor máximo entre a 16ª e a 28ª semana
(normalmente na 24ª semana). O débito cardíaco permanece próximo dos níveis de pico até depois de 30 semanas. Em
seguida, o débito cardíaco se torna sensível à posição do corpo. Posições que causam aumento uterino (p. ex., posição
deitada) que obstrui em parte a veia cava causam diminuição do débito cardíaco. Em média, o débito cardíaco diminui
levemente da 30º semana até o parto. Durante o trabalho de parto, o débito cardíaco aumenta mais 30%. Após o parto, o
útero contrai e o débito cardíaco permanece de 15 a 25% acima do normal, então diminui lentamente nas próximas 3 a
4 semanas até atingir os valores pré-gestacionais por volta da 6ª semana pós-parto.
A posição supina diminui o débito cardíaco, pois o grande volume do útero acaba comprimindo a veia cava inferior
diminuindo o retorno venoso (síndrome da hipotensão supina).

(Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS
A função pulmonar se altera nas gestantes, em parte pelo aumento da progesterona e em parte
porque o aumento uterino interfere na expansão pulmonar. Aprogesterona estimula o cérebro a
diminuir os níveis de dióxido de carbono (CO2). Para reduzir os níveis de CO2, o volume
corrente, o volume-minuto e a frequência respiratória se elevam, o que aumenta o pH
plasmático. O consumo de oxigênio cresce cerca de 20% para suprir o aumento metabólico
necessário ao feto, à placenta e a vários órgãos maternos. As reservas inspiratória e expiratória, o
volume e a capacidade residual e a PCO2 plasmática diminuem. A capacidade vital e a PCO2
plasmática não se alteram. A circunferência torácica aumenta em torno de 10 cm.
Ocorrem hiperemia e edema consideráveis do trato respiratório. Ocasionalmente, ocorrem
obstrução nasofaríngea sintomática e congestão nasal, as tubas auditivas ficam transitoriamente
obstruídas, assim como o tom e o timbre da voz mudam.
É comum haver dispneia moderada durante esforço e respirações profundas mais frequentes.

▪ (Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
A volemia aumenta proporcionalmente ao débito cardíaco, mas o aumento no volume de plasma
é maior (aproximadamente 50%, geralmente de cerca de 1.600 mL para um total de 5.200 mL)
do que a massa eritrocítica (aproximadamente 25%); assim, a hemoglobina (Hb) diminui por
diluição de cerca de 13,3 para 12,1 g/dL. Essa anemia dilucional diminui a viscosidade do
sangue. Em gestações gemelares, a volemia materna aumenta mais (perto de 60%).
O leucograma aumenta ligeiramente para 9.000 a 12.000/mcL. A leucocitose acentuada
(≥ 20.000/mcL) ocorre durante o parto e nos primeiros dias do puerpério.
As necessidades de ferro aumentam em um total de aproximadamente 1 g durante toda a
gestação e são maiores durante a 2ª metade da gestação — 6 a 7 mg/dia. O feto e a placenta
utilizam aproximadamente 300 mg de ferro e o aumento na massa eritrocítica materna requer
500 mg adicionais. A excreção é de 200 mg. A suplementação de ferro é necessária para prevenir
anemia, pois a quantidade absorvida da dieta e o recrutamento dos estoques de ferro (média de
300 a 500 mg) são geralmente insuficientes para suprir a demanda da gestação.
(Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES GASTROINTESTINAIS
Na evolução da gestação, o útero aumentado pressiona o reto e as porções inferiores do cólon,
causando constipação intestinal. A motilidade gastrintestinal diminui em decorrência dos níveis
elevados de progesterona que causam relaxamento da musculatura lisa. Pirose e eructações são
frequentes, possivelmente como resultado da demora do esvaziamento gástrico e do refluxo
gastroesofágico, em razão do relaxamento do esfíncter esofágico inferior e do hiato
diafragmático. A produção de ácido hidroclorídrico diminui; desse modo, é incomum o
surgimento de úlcera péptica durante a gestação e as úlceras preexistentes tornam-se menos
agressivas.
A incidência de doenças da vesícula biliar aumenta um pouco. A gestação afeta sutilmente a
função hepática, em especial o transporte de bile. Os testes de função hepática habitualmente são
normais, mas os níveis de fosfatase alcalina aumentam de modo progressivo durante o 3º
trimestre e podem chegar a 2 ou 3 vezes acima dos valores normais no parto; esse aumento
decorre da produção placentária dessa enzima e não da disfunção hepática.

(Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES URINARIAS
As mudanças da função renal acompanham as da função cardíaca. A taxa de filtração glomerular
(TFG) aumenta de 30 a 50%, com pico entre a 16ª e a 24ª semana, e permanece nesse nível até
próximo do termo, quando pode diminuir ligeiramente porque a pressão do útero sobre a veia cava
costuma causar estase venosa nos membros inferiores. O fluxo plasmático renal aumenta
proporcionalmente. Como consequência, o nitrogênio da ureia sanguínea geralmente diminui
para < 10 mg/dL (< 3,6 mmol/L de ureia), e o nível de creatinina diminui proporcionalmente para 0,5
a 0,7 mcg/dL (44 a 62 micromol/L). A dilatação acentuada dos ureteres (hidroureter) é causada por
influências hormonais (predominantemente por progesterona) e por obstrução decorrente da pressão
do útero aumentado nos ureteres, que também pode causar hidronefrose. No puerpério, o sistema
coletor urinário pode levar até 12 semanas para retornar ao normal.
Modificações posturais afetam a função renal, mais durante a gestação do que em outras situações;
isto é, a posição de decúbito dorsal aumenta a função renal e a posição ereta diminui a função renal. A
função renal também aumenta acentuadamente na posição lateral, especialmente quando deitado no
lado esquerdo; essa posição alivia a pressão do útero sobre os grandes vasos quando a gestante está
em decúbito dorsal. O aumento posicional da função renal é uma das razões pelas quais a gestante
necessita urinar com frequência enquanto tenta dormir.

(Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS
A gestação altera as funções da maioria das glândulas endócrinas, em parte porque a placenta produz hormônios e em parte porque a maioria
dos hormônios circula sob a forma de proteínas ligadoras e essas proteínas aumentam durante a gestação. A placenta produz a subunidade da
gonadotropina coriônica humana (beta-hCG), um hormônio trófico que, como os hormônios foliculoestimulantes e luteinizantes, mantém o
corpo lúteo e, portanto, previne a ovulação. Níveis de estrogênio e progesterona aumentam cedo durante a gestação porque o beta-hCG
estimula os ovários a produzi-los continuamente. Após 9 a 10 semanas da gestação, a própria placenta produz grandes quantidades
de estrogênio e progesterona para ajudar a manter a gestação.
A placenta produz um hormônio (similar ao TSH) que estimula a tireoide, causando hiperplasia, aumento de vascularização e moderado
aumento de seu tamanho. O estrogênio estimula os hepatócitos, causando aumento dos níveis de globulina ligadora dos hormônios
tireóideos; assim, embora os níveis da tiroxina possam estar aumentados, os níveis de hormônios tireóideos livres permanecem normais. O
aumento da função tireóidea pode se assemelhar ao hipertireoidismo, com taquicardia, palpitação, transpiração excessiva e instabilidade
emocional. Entretanto, o hipertireoidismo verdadeiro ocorre em apenas 0,08% das gestações.A placenta produz o hormônio liberador
de corticotrofina (CRH), que estimula a produção materna do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O aumento dos níveis de ACTH eleva
os níveis de hormônios adrenais, principalmente de aldosterona e cortisol, contribuindo assim para o edema.
O aumento de produção de corticoides e da produção placentária de progesterona causa resistência insulínica e elevação das necessidades
de insulina, da mesma forma que o estresse da gestação e, possivelmente, o aumento dos níveis de lactogênio placentário humano.
Insulínase, produzida pela placenta, também pode aumentar as necessidades de insulina, de tal modo que muitas mulheres com diabetes
gestacional desenvolvem outras formas mais evidentes do diabetes. A placenta produz MSH, que aumenta a pigmentação da pele durante a
gestação. A glândula hipófise aumenta cerca de 135% durante a gestação. Os níveis de prolactina no plasma materno aumentam em torno de
10 vezes. A elevação da prolactina está relacionada ao aumento da produção do TRH estimulado pelo estrogênio. A função primária da
elevação da prolactina é assegurar a lactação. Os níveis de prolactina retornam ao normal no pós-parto, mesmo nas mulheres que
amamentam.
(Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NO ÚTERO
O colo do útero, a secreção das glândulas cervicais aumenta, dando origem ao tampão mucoso, que servirá de
defesa contra a entrada de microrganismos na vagina.
A sua vascularização também aumenta e há edema, amolecimento (sinal de Hegar) e adquire uma cor
levemente azulada.
Na região vaginal e vulvar, a vascularização também aumenta, o que faz com que os tecidos fiquem levemente
edematosos e cianóticos (sinal de Chadwick).
A vagina se torna mais elástica, preparando-se para o parto, e há um aumento na secreção do corrimento
vaginal esbranquiçado e espesso. O pH ácido do corrimento vaginal protege contra muitas infecções, mas é um
meio de cultura para fungos. Isso faz com que infecções fúngicas (candidíase) sejam frequentes durante a
gravidez.
Até 7 semanas de gestação, aproximadamente, um dos ovários contém o corpo lúteo, que mantém a produção
hormonal permitindo que a gestação progrida até que a placenta seja a principal produtora de hormônios.
As mamas aumentam de tamanho, a pigmentação da aréola e do mamilo aumenta, e pequenas elevações
aparecem no mamilo (tubérculos de Montgomery), que são glândulas sebáceas hipertrofiadas. Além disso, a
rede venosa de Haller aparece e, a partir do 4º mês de gestação , é possível que a primeira secreção de leite
apareça.
(Sánchez, 2022)
ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS
O aumento dos níveis de estrogênio, progesterona e MSH
contribuem para as mudanças pigmentares, apesar de sua
patogênese exata ser desconhecida. Essas alterações incluem
Melasma (máscara gravídica), que são manchas de pigmento
acastanhado que cobre a testa e as proeminências malares
Escurecimento da aréola mamária, axila e genitais
Linea negra, uma linha escura que aparece na parte inferior
média do abdome
O melasma devido à gestação geralmente retrocede dentro de
um ano.
A incidência de angiomas aracneiformes, normalmente um
pouco acima da cintura, e de capilares dilatados com parede
fina, especialmente nas pernas, é maior durante a gestação.

(Artal-Mittelmark, 2022)
ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS NA GESTAÇÃO
A alteração postural da gestante modifica-se antes mesmo da expansão do volume do útero
gestante. Entretanto quando as modificações do corpo começam a acontecer ocorre uma mudança
involuntária da postura afim de sustentar o peso, o que provoca uma lordose da coluna lombas,
utilização de certos grupos musculares antes não usados, o que justifica as DORES CERVICAIS E
LOMBARES.
• Mamas aumentadas de peso e volume: peso sobre tórax.

• Alteração do centro de gravidade

• Lordose lombar.

• ↑ da base de sustentação: pés afastados.

• Escápulas projetadas para trás.

• Marcha anserina: passos curtose oscilantes.


Essa mudança na mobilidade das articulações atua na mudança da postura materna e de sua marcha.
(Internato em Ginecologia e Obstetrícia,2020).
ALTERAÇÕES MUSCULO ESQUELÉTICO
Alterações no sistema músculo esquelético são evidenciadas durante toda a gestação. Ocorre
relaxamento das articulações e ligamentos sacroilíacos e da sínfise púbica, com objetivo de
aumentar a cavidade pélvica e tornar o parto mais fácil.
A frouxidão dos ligamentos se da por conta da RELAXINA secretada pela placenta. Os
ligamentos da sínfise pubiana pode alargar até 4mm nas primíparas e 4,5 nas multíparas.
Ocorre o aumento da capacidade pélvica, favorecendo a disjunção sinfisaria e os movimentos
de mutação do sacro.
Outra alteração significativa que ocorre durante a gestação junto à alteração da pelve é a diástase
abdominal, que possui a função de distender as fibras musculares do abdome e colaborar ao
crescimento do bebê.

▪ (Duarte, 2018)
ALTERAÇÕES NO CENTRO DE GRAVIDADE
▪ O centro de gravidade da mulher desloca-se para frente, o que exige um realinhamento das
curvas da coluna vertebral. Isso provoca acentuação da lombar, gerando postura com
hiperlordose e curva cervicotorácia mais acentuada para auxiliar da distribuição no centro de
equilíbrio. A gestante também passa a exercer a marcha anserina, que se acentua no final da
gestação.

▪ (Duarte, 2018)
OBRIGADO A TODOS.

QUASE MORRI MAS PASSO BEM.

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