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fe} 1 INTRODUGAO: MATERIA E MEDIDAS Neste livro, a Quimica € vista como a ciéncia central, Isso releteo fato de que muito do {que se passa no mundo envolve Quimica. As transformacBes que produzem as cores brihantes das folhas das drvores no outono, a energia elétrica que alimenta um telefone celuay a de- terioragdo de alimentos submetidos 8 temperatura ambiente e as diversas maneiras com que ‘osS0 corpo utiliza os alimentos consumidos so exemplos cotidianos de processas quimicos. Quimica é 0 estudo da matéria e das transformagdes pelas quais a matéria passa. A ‘medida que avancar em seu estudo, vocé verd como os principios qufmicos atuam ent todos ‘os aspectos das nossas vidas, desde atividades cotidianas, como a preparacio de alimentos, Aat6 0s processos mais complexos, como aqueles realizados no meio ambiente. Utilizamos principios quimicos para compreender uma série de fendmenos, do papel exercido pelo sal «em nossa dieta a0 funcionamento de uma bateria de Iitio. Este primeiro capitulo oferece uma visio geral a respeito do significado da Quimica ‘© da funcao dos quimicos. Adiante, a seco O que veremos apresenta a organizacio do capftulo algumas das ideias que serdo consideradas. 1,1 | ESTUDO DA QUIMICA ‘A Quimica esté no centro de muitas transformagdes que ocorrem no mundo que nos rodeia e explica uma infinidade de diferentes propriedades da matéria. Para entender como surgem essas transformagies e propriedades, € preciso olhar bem abaixo da superficie de nossas observagbes cotidianas, APERSPECTIVA ATOMICA E MOLECULAR DA QUIMICA ‘A Quimica € 0 estudo das propriedades ¢ do comportamento da matéria. A matéria é0 ‘material fisico do universo, ito é, € tudo aquilo que tem massa ¢ ocupa lugar no espago. A ropriedade ¢ qualquer caracterfstica que nos permita reconhecer um determinado tipo de ‘matéria¢ distingui-1o de outros tipos. Este texto, seu corpo, 0 ar que vocé respira ¢ as roupas ‘que veste so exemplos de matéria. Observamos uma enorme variedade de matéria no mun- 4o, mas inimeros experimentos mostram que toda matéria éfeita de combinagOes de cerca de 100 substincias chamadas elementos. Um dos nossos principais objetivos serd relacionar O QUE VEREMOS 1.1 | Estudo da Quimica Comegamos este capitulo ‘com uma breve descricao sobre 0 que ¢ a Quimica, (© que os quimicos fazem e por que ¢ util aprender Quimica. 1.2 | ClassificagSes da matéria Em seguida, va- mos examinar algumas dassificagdes fundamentais da matéria, como a distincdo entre substéncias puras emisturas e entre substancia simples e composta. 1.3 | Propriedades da matéria Consideraremos, entéo, as diferentes caractersticas, ou propriedades, utiizadas para distingui, identifica e separar substan- Gas, diferenciando as propriedades quimicas das fisicas. 1.4| Unidades de medida Destacaremos que mui- tas propriedades dependem de medidas quantitativas [AS BELAS CORES que as Srvores e suas folhas adquirem durante 0 outono aparecem quando deixam de produzir lorofila, que garante a cor verde as fothas durante o ve- ‘Fo. Parte da cor que vemos na imagem se desenvotveu 20 longo de todo 0 verdo, e outras se deserwolvem & medida ue a clorofila desaparece por causa da acéo da luz solar. a oe que envolver nimeros e unidades. As unidades de ‘medida utilizadas em toda a ciéncia so as do sistema métrico. 1.5] Incerteza nas medidas Veremos que a incer- teza inerente a todas as grandezas & expressa pelo numero de algarismos significativos utilzados para apresentar a medida. Algarismos significativos tam- bbém expressam a incerteza associada aos célculos que envolvem grandezas. 1.6 | Andlise dimensional Reconhecemos que as unidades, bem como os numeros, so submetidas aos Célculos e que obter as unidades corretas para 0 resul- tado do calculo ¢ uma maneira importante de verificar se ele esta correto. 4 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL as propriedades da matéria com a sua composigao, ou seja, ‘com 9s elementos particulares que ela contém. A Quimica também fornece uma base para compre- ender as propriedades da matéria em termos de dtomos — particulas fundamentais quase infinitamente pequenas ‘da matéria, Cada elemento é composto por um tinico tipo de dtomo. Veremos que as propriedades da matéria se re- ferem tanto aos tipos de étomo contidos nela (composi- ‘¢do) como aos arranjos desses stomos (estrutura). ‘Nas moléeulas, dois ou mais stomos se unem adqui- rindo formas especificas. Ao longo deste capitulo, voce vera molSculas sendo representadas por meio de esferas colori- as, que ilustrardo a maneira com que os étomos esto liga- dos (Figura 1.1), A cor é uma forma conveniente de dis- tinguiros étomos de diferentes elementos. Por exemplo, note ‘que as moléculas de etanol e etilenoglicol na Figura 1.1 tem iterentes composigdes € estruturas. A do etanol possum omo de oxigenio, representaco por uma esfera vermelha, ia do etilenoglicol tem dois étomos de oxigénio. Mesmno diferengas aparentemente pequenas na com- posigio ou na estrutura das moléculas podem resultar em profundas diferencas de propriedades. Por exemplo, va~ mos comparar 0 etanol e etilenoglicol, que, na Figura 1.1, parecem ser bastante semethantes. O etanol¢ 0 cool ‘encontrado em bebidas como cerveja e vinho, a0 passo ‘que © etilenoglicol é& um liquide viscoso usado como an- ticongelante em automsveis. As propriedades dessas duas substincias, assim como suas atividades bioldgicas, dife- rem em muitos aspectos, O etanol é consumido em todo 0 ‘mundo, no entanto, nunca se deve consumir etilenoglicol, porque extremamente t6xico. Um desafio para os qui cos € modificar a composicao ou a estrutura das moléeu- Jas de uma maneira controlada, criando novas substaneias com propriedades diferentes. Por exemplo, a aspirina, ilustrada na Figura 1.1, foi sintetizada pela primeira vez em 1897, em uma tentativa bem-sucedida de melhorar um produto natural extraido da casea de salgueiro, que vinha sendo utilizado hé anos para aliviar a dor. ‘Toda transformacdo no mundo observivel — éa ebu- ligdo da égua as transformagdes que ocorrem quando nos- sos corpos lutam contra virus invasores — tem seu furda- mento no mundo dos étomos e das moléculss Assim, A medida que avangarmos no estudo da Qui: mica, estaremos lidando com dois reinos: 0 reino macros- cépico, dos objetos de tamanho comum (macro = gran- de}; € 0 reino submicrosedpico, de étomos e moléculas. Fazemos nossas observagdes no mundo macrosc6pico, mas, para entendé-lo, devemos visualizar como étomos, € moléculas se comportam no nivel submicroseépico. A Quimica é a ciéneia que busca compreender as proprieda- des e © comportamento da matéria, estudando as proprie- dades e 0 comportamento dos stomos e das moléculas. Reflita (a) Quantos elementos existem aproximadamente? (b) Quais sao as particulas submicroscépicas que constituem a materia? RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Qual molécula da Figura 1.1 tem a maior quantidade de dtomos de carbono? Quantos étomos ha nesta molécula? o"@ @: Oxigénio eo ‘Agua tao! ew %& Digxido de earbono Eiilenogticol Aspiring Figura 1.1 Modelos moleculaes. As esfras em branco pretoevermthotepresentam atomos de hikogénin catbono e aig espectnaments POR QUE ESTUDAR QUiMICA? A Quimica esta no centro de muitos teresse pilblico, como a melhoria da assis 10 de recursos naturais, a protegio ao mei Diente ¢ o fornecimento da energia necessaria para manter 1 sociedade funcionando, Com a Quimica, descobrimos € temos continuamente methorado fiirmacos, fertilizantes € pesticidas, phisticos, paingis solares, LEDs e materiais de construgio. Também descobrimos que algumas substi ccias quimicas so potencialmente prejudiciais & savide ou a0 ambiente. Isso significa que devemos nos certificar de que 0s materiais com os quais entramos em contato sio seguros. Como cidadiio e consumidor, é interessante que vocé entendla 0s efeitos, tanto positivos quanto negativos, Energia (Os puns salares sto compostos de sic tatado, Tecnologia ‘Os LEDs do ngs lp ering dks (Bodos erisores de) 1o formados de element come pi, ade e fsforo, ON quien CAPITULO 1 INTRODUGAO: MATERIA E MEDIDAS | que 0s produtos quimicos podem ter, além de ser impor- {ante que tenba uma visto equilibrada a respeito dos usos ue se pode fazer deles. Talvez voce esteja estudando Quimica porque essa disciplina € parte essencial do seu curriculo. Sua espe- cializagio pode ser em Quimica, ou em Biologia, Enge- hacia, Farmicia, Agricultura, Geologia ou algum outro campo. Sendo assim, a Quimica & central para garantir uma compreensio basica dos prineipios dominantes de ‘muitos campos relacionados 8 cigneia, Por exemplo, nos sa relagio com 0 mundo material levanta questées basicas 4 respeito dos materiais que nos cercam. A Figura 1.2 ilystra como a Quimica é central para diversos dominios, da vida moderna ‘Obiho do vagi-lume ta de ura reacio Medicina ‘Coneciores tubos para procedmentos médeos Como as injecdes intravenosas Ho fetos de patce J alta ressténca aataques quimicos ‘Figura 1.2 Quimica é central para entendermos © mundo que nos ceca. A Qui niliarizadas com produtos quiiicos doméstices, paticularmen- te aqueles utilizados na cozinba, como os mostrados na Figura 1,3. Entretanto, poucos percebem a dimensio © a importancia da indistria quimica, As vendas mundiais de produtos qurmicos udos nos Estados Unidos totalizam aproxima- es de délares por ano, As vendas de produtos sm tudo que nos cerca, Mi pessoas esto .cEuticos somam mais 180 bilhies de d6lares. A indistria {quimica emprega mais de 10% de todos os cientstas¢ en rose € uma das que mais contribu para a economia dos EUA, QUIMICA E INDUSTRIA QUIMICA lades de produtos quimicos industri 0° sada ano. A Tabela 1.1 li ‘ia quimicas que slo produzidas em maior volume tos Es Unidos. Note que todas elas servem como matérias-primas para ide de fins, incluindo a produgto e o processamento de metais, plisticos, fertilizantes, Quem so os quimicos e o que eles fazem? As pessoas que graduadas em Quimica assumem diversas fungées na indistria, no governo e na universidade. Os que vo para a indistia taba Tham em laboratérios, desenvolvendo novos produtos (pesquisa € tas diversas substi: tados 5 6 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL {desenvolvimento}; analisando materiis (controle de qualidadey; ‘ou auxiliando os clientes na utilzago dos produtos (vendss € servigos), Aqueles com mais experiéncia ou teinamento podem se tomar gerentes ou diretores. Os quimicos como forga de ta bualho cientifica so pegas-chave em govesnos (ins ais de sai departamentos de energia e agéncias de proteyio ‘ambiental empregam quimicos) € universidades. Além disso, uma _graduago em Quimica prepara pessoas que queiram desenvolver uma careira em ensino, medicina, pesquisa biomédica,ciéncia da trabalhos associados ao meio ambiente, vendas tée éncias reguladoras governamentais e direito de patentes, talmente, os quimicos desempenham trés papsis: (1) produzem novos tipos de matéria: materais,substincias ou com> binagies de substincias com propriedades desejadas; (2) medem 88 propriedades da mari; ¢ (3) desenvolvem modelos que expli- ‘cam e/ou preveem as propriedades da matéria, Um quimico, por ‘exemplo, pode trabalhar em um laboratério, buscando descobrir novos firmacos, Outro pode concentrarse no desenvolvimento de instrumentos que mecam as propriedades da maria ico. Outros quimicos podem, ands wilizar materiais e métodos cexistenes para entender como os poluentes se deslocam no meio ‘ambiente ou com os medicamentos so provessades no corpo, Por nivel at ‘Figura 1.2 Substineias quimicas comuns si0 ‘encontradas em produtos de uso domeéstco ‘outro quimico i desenvolver uma teora, escrever um e6digo ‘computacional e executae mulagdes de computador que sjudario A empresa qui ‘mica coletiva 6 urna mistura rca de todas essas aividades ‘acntender como as moléculas se movem e reage ‘Tabela 1.1 Principals substancas quimicas produzidas pela indstria quimica dos EUA* Principais usos finals FeriizentesfebricarBo de produtos quimicos Prasticos anicongelante Papel cent, ago Presticos Feriizantes Alvejantes,plstios,puricacdo de qua Fertcantes Producéo anual Substancia quimica Férmula _(bilhOes de libras) Acido sulfirico. 350, 70 ftleno He 50 cal a0 45 Propileno GH 35 ‘Amoniaco Nis 18 Cloro ch a ‘Acido fstérico 1,005 20 Hidroxido de sodio NaOH 16 Produgdo de aluminio, sabao 1.2 | CLASSIFICACOES DA MATERIA. ‘Vamos comegar nosso estudo de Quimica examinan- do duas formas fundamentais de classificar a matéria. A matéria ¢ tipicamente caracterizada por: (1) seu estado fi sico, no caso, gas, liquido ou s6lido; ¢ (2) sua composigao (substincia simples, composta ou mistura). ESTADOS DA MATERIA Uma amostra de matéria pode ser um gas, um Iiquido ‘ou um s6lido, Essas tr8s formas, chamadas de estados da matéria, diferem em algumas de suas propriedades ob- servdveis. Um gas (também denominado vapor) nao tem. volume ou forma fixos; preenchendo uniformemente 0 recipiente que ocupa, Um gas pode ser comprimido para * Dados de Chemical & Eng ering News, 2 de jullo de 2007, pp. $7, 60, American Chemicat Society; dados on cupar um volume menor, ou expandit-se para ocupar um volume maior. Um liquide apresenta um volume espe- co independente do recipiente que ocupa, assumindo sua forma, Um sélido tem forma e volume definidos. Os liquidos e os s6tidos nao podem ser comprimidos de ‘maneira considerivel As propriedades dos estados da matéria podem ser analisadas do ponto de vista molecular (Figura 1.4), Em um gés, as moléculas estio afastadas umas das ou- tras € se deslocam a altas velocidades, colidindo repe- tidamente umas nas outras © contra as paredes do re~ cipiente, Quando um gis € comprimido, a quantidade de espago entre as moléculas diminui e a frequéncia de colisdes entre elas aumenta, mas o tamanho e a forma das moléculas nao sio alterados. Em um liquido, as mo= 1ede US. Geological Survey RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Em que estado da agua as moléculas esto mais afastadas umas das outras? Vopor de gua ‘Figura 1.4 0s tr estados fisicos da Agua — vapor de agua, Agua Higuidae geo, Veros os estadslgid eld, mas so poderos ene aro estado gasso (vapor), Na iusto, as setasvermehas mostam que os tvs estados da mati se corvertem um no outa CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | 7 Iéculas esto mais proximas umas das outras, mas ainda se mover rapidamente. O movimento répido per ‘que as moléculas desiizem umas sobre as outras; assim, tum liquido flui com facilidade, Em um s6lido, as mo- Jculas se mantém fortemente unidas, normalmente em arranjos definidos nos quais as moléculas podem oscilar apenas ligeiramente sem sair de suas posigdes. Assim, as distincias entre as moléculas sio similares nox estados liquido ¢ s6tido, mas esses dois estados diferem quanto 2 liberdade de deslocamento das moléculas. Mudangas de Cemperatura e/ou pressio podem levar & transformagao de um estado da matéria para outro, como ilustram os processos de fusio do gelo ou de condensagao de vapor de dgua. SUBSTANCIAS PURAS A maioria das formas da matéria que encontramos — ‘0 ar que respiramos (gis), a gasolina utilizada nos carros (iquido) ea calgada sobre a qual eaminhamos (s6tido) — no sio quimicamente puras. Podemos, no entente, sepa rar essas formas de matéria para obter substincias putas. ‘Una substineia pura (normalmente chamada apenas de substncia) & @ matéria que tem propriedades especificas ‘© uma composigio que nio varia em diferentes amostras. A Ggua destilada ¢ 0 sal de cozinha (cloreto de s6dio) so ‘exemplos de substincias puras. Como vimos, as substincias podem ser simples ou ‘compostas. As substiincias simples sio aquelas que nio podem ser decompostas em substincias mais simples. Em nivel molecular, eada substincia simples é compos- @ apenas de um tipo de tomo [Figura 1.5 (a e by}. RESOLVA COM AJUDA DA FICURA Qual &aciferenca entre as moléculas de uma substancia composta e as moléculas de uma substancia simples? (b) Moléeulas de uma substincia simples (a) Atomos de um elemento ‘Apenas um tipo de tomo constitul um elemento @ uma substincia simples. (e) Moléculas de uma substincia composta, (a) Mistura de substineias simples € um composto ‘Compostos devem ter pelo menos dois tpos de stomos, Figura 1.5 Comparacio molecular entre substincias simples compostos e misturas. |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Cite duas diferencassigificatvas entre a composicao da crosta terreste @a do corpo humano. Aluminio 15% Ferro Outros Calcio. 34% Crosta terrestre Outros 1% /* Hidrogénio 10% Corpo humano Figura 1.6 Abundanca relativa de elementos.” Percentage da mass de elementos na costa terest incindooceancseatmosera ¢ no corpo uae, ‘Tabela 1.2 Alguns elementos comuns ¢ seus simbolos. Catvono—€ Aluminio Al Cobre Cu (¥e cuprum) Fluor ‘Bromo «Br Ferro ‘Fe de ferum) Hidrogénio H Céio Ca Churnbo Pb (de lumbum) odo 1 Cloro—Ch_ Metco ‘Hg (de fycargyru) Nitogénio N Hélo He PotssioK (de dalium) Originio 0 Lito Pata Ag (de argentum) Fostoro P Magnésio Mg Sta Na (de nami) Emote S$ Silcio _Si_Estanho_ Sn (destannum) As substneias compostas (ou simplesmente compostos) sio substincias formadas por dois ou mais elementos; contendo dois ou mais tipos de étomos [Figura 1.5 (©). A aua, por exemplo, & uma substancia composta por dois elementos: hidrogénio e oxigénio, A Figura 1.5 (d) mostra uma mistura de substancias, As misturas sio combina- es de duas ou mais substancias em que cada substincia ‘mantém a sua identidade quimica. ELEMENTOS Atualmente, conhecemos 118 elementos, embora suas respectivas abunancias variem bastante. O hidrogénio cons- titwi cerca de 74% da massa da Via Lactea, ¢ 0 hélio 24%. No planeta Terra, apenas cinco elementos — oxigénio, sli- Cio, aluminio, ferro e célcio — representam mais de 90% da crosta terrestre (incluindo os oceanos ¢ a atmosfera) © somente ts — oxigénio, carbono ¢ hidrogénio — represen- tam mais de 90% da massa do corpo humano (Figura 1.6), A Tabela 1.2 lista alguns elementos comuns, junto com os sfnbolos quimicos utilizados para design: © s{mbolo para cada elemento consiste em uma ou duas letras, sendo a primeira maidscula. A maior parte desses simbolos deriva dos nomes dos elementos em ingles, mas, emalguns casos, eles derivam de nomes com outra origem estrangeira (expressas na diltima coluna da Tabels 1.2) ‘Vocé precisara saber esses simbolos e aprender outios que aparecerao ao fongo do texto, ‘Todos 0s elementos conhecidos e seus simbolos estio listados na contracapa inicial deste livro em uma tabela conhecida como tabela periddica, Na tabela periddica, 08 elementos estio dispostos em colunas, de modo que aque~ les que tém propriedades semelhantes fiquem proximos tum do outro. Essa tabela sera descrita com mais detalhes na Segd0 2.5 €, no Capitulo 7, estudaremos as proprieda- dos de repetigio porisdica dos elementos. COMPOSTOS ‘A maior parte dos elementos pode interagir com outros para formar compostos. Por exemplo, quando gas hidro~ génio reage com o gas oxigénio, os elementos hidrogénio Oxigénio se combinam para formar 0 composto égua. Por outro lado, se submetermos a gua a uma corrente elétrica, ela pode ser decomposta novamente em seus elementos Figura 1.7), A gua pura independentemente de sua origem, € composta de 11% em massa de hidrogénio e 89% de massa de oxigénio. Essa composigdo macrose6pica cor- responde & composi¢do molecular, que consiste em dois tomos de hidrogenio ligados a um tomo de oxi © Circular 285 do U.S. Geological Survey [Pesquisa Geoldpica dos BUA], US Department of the Interior (Ministcio do Interic dos EVA CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | 9 RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Como os volumes relativos do gs coletados nos dois tubos esto relacionados ao nimero relativo de moléculas de gs nos tubos? Gés oxigénio, O3 Gs hideogénio, Hy Figura 1.1 Eletrlise da agua. & aqua € decomposta em seus elementos components, hidrogéioe oxignio, quando una cotente eltica pase por ela, O volume de gis hidrogénio, recohido no tubo de ensaio& diet, &o dobro da volume de gis cnigéni, Atom de oxigénio {escreve-se 0) Moleula de égua {escreve-se H:0) 0s elementos hidrogénio ¢ oxigénio existem, natu- ralmente, como moléculas diatOmicas (com dois étomos): Como ¢ possivel ver na Tabela 1.3, as proprieds. des da agua e dos gases hidrogénio oxigénio nao tem ‘qualquer semethanca. O gis hidrogénio, 0 gis oxigenio e «gua slo substancias independentes, uma consequéncia ‘da singularidade de suas respectivas moléculas, ‘A observagio de que a composicdo elementar de um ‘composto & sempre igual é conhecida como lei das pro- porgées constantes (ou lei das proporgdes definidas). O ‘quimico francés Joseph Louis Proust (1754-1826) anun- ‘ciou essa lei pela primeira ver.em tomo de 1800, Embora cela seja conhecida hi 200 anos, algumas pessoas ainda acreditam que existe uma diferenca fundamental entre ‘compostos preparados em laboratério ¢ seus correspon- dentes encontrados na natureza, Entretanto, sob deter- rminadas condigdes, um composto puro apresenta com- posicio e propriedades idénticas, independentemente da fonte, Tanto os quimicos quanto a natureza wilizam os ‘mesmos elementos e operam sob as mesma leis, Quando 0 |. Quinaica: A CIENCIA CENTRAL ‘Tabela 1.5 Comparacio entre agua, gis hidrogénio e gis oxigénio. Agua idrogénio Oxigénio Estado fio” Uaido Gis Gis Temperatura de ebuligio woo 253°C 18°C Densidad! 1.0009 084g 133g. c No Inflamave Nio sim A temperatuta ambiente e & press aimonférca dois materiais diferem em composigo ou propriedades, cles sio formados por diferentes compostos ou diferem {quanto a pureza. Reflita 0 és hidrogénio, 0 g8s oxigénio e a agua so formados por moléculas. Por que a dgua é considerada uma substancia corn posta e os gases hidrogénio e oxigénio, substéncias simples? MISTURAS ‘A maior parte da matéria que encontramos consiste ‘em misturas de diferentes substincias. Em uma mistu- ra, cada substincia mantém sua identidade quimica e propriedades. Em oposigZo & substincia pura, que, por definigdo, tem uma composigao fixa, a composigao de uma mistura pode variar, Uma xieara de café adogado, por exemplo, pode conter pouco ou muito agticar. As substincias que constituem uma mistura so chamadas de componentes da mistura, Algumas misturas nfo possuem composigio, pro- priedades e aparéncia iguais em todas as suas partes. Rochas e madeiras, por exemplo, apresentam textura & aparéncia varidvel em qualquer amostra tipica. Tais mis- turas sao heterogéneas [Figura 1.8 (a)]. As misturas tuniformes sao denominadas fhomogeneas. Oar & uma mistura homogénea de nitrogénio, oxigénio e quantida- des menores de outros gases. O nitrogénio presente no ar tem todas as propriedades de nitrogenio puro, porque nto a substincia pura como a mistura contém as mes- ‘mas moléculas de nitrogénio. Sal, agticar e outras subs tincias se dissolvem em dgua, dando orig. tras cas [Figura 1.8 (b)]. Misturas homogéneas sto chamadas de solugdes. Embora o termo solucdo evogue a imagem de um liquido, as solugdes poem ser sélidas, liquidas ou gasosas A Figura 1.9 resume a classificagio da matéria em substincia simples, substancia composta ¢ mistura a Figura 1. ©) Misturas (a) Vutos mattas comunsinclindorochas, so misturas heterogneas Na fotografia vemos o granite, que € uma mistura heterogénea de doxdo de sili eoxidos de outro metal. (b) As misturas homagéneas sao chamadas de soles Muitassubstncias, incind o sblido ‘ul mostedo[sulfato de cobel], dssolem-se em agua, dando origem aslucBes sim CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | Figura 1.9 Classificagdo da matéria Toda rmatria pura &dassifiada,esencidmente como substénla simples ou compost ‘Tem mais de um tipo de sitomo? NAO. sim OBE Como distinguir substdncia simples, substincia composta e misturas “Ouro bran contém ouro e um metal “braneo”, como 0 pao. Duas amostas de ouro branco diferem quanto ds quantdades relativas de ouro ¢ palidio, Ambas as amostras sio uniformes em composicao, Consulte a Figura 1.9 para classificar 0 our branco. SOLUGAO| ‘Uma ver que o material éuniforme em toda a sua extensto, ele € homogéneo, Como as composigbes das duas amostrasdife- rem, ele no pode ser um composto, O ouro branco deve ser entio, uma mistura homogénea, Para praticar: exercicio 1 (Qual das seguintes alterativas & a descrigio correta de um corte cibico extraido de dentro de wma maga? (a), ‘Tratase de um composto puro. (b)_Tratase de uma mistura homogénea de compostos. (©) ‘Tratase de uma misturaheteropénea de composts. (4) Luma misturaheteogénea de substincas simples €com- posts. (©) Lum nico composto em diferentes estados Para praticar: exercicio 2 ‘A aspirina & composta de 60,0% de earbono, 4.5% de hidro- ‘genio e 35.5% de oxigénio em massa, independentemente de sua origem, Consulte a Figura 1.9 para classficar a aspirina, 1.3 | PROPRIEDADES DA MATERIA Cada substincia tem propriedades especificas. Por exemplo, as propriedades listadas nia Tabela 1,3 permi- tem distinguir 0 g4s hidrogénio, o gas oxigenio e a égua As propriedades da matéria sio classificadas como fisicas ‘ou quimicas. AS propriedades fisicas podem ser obser- vadas sem que sejam alteradas a identidade e a composi- «do da substincia, incluindo cor, odor, densidade, ponto de fusio, ponto de ebulicdo © dureza, As propriedades ‘quimicas descrevem como uma substancia pode se trans- formar, ou reagir, para formar outras substincias, Uma propriedade quimica comum ¢ a inflamabitidade, ou seja, a capacidade que uma substancia tem de queimar na pre~ senga de oxigénio, ‘Algumas propriedades, como a temperatura e © pon- to de fusio, sio chamadas propriedades intensivas. As propriedades intensivas nio dependem da quantidade ‘da amostra a ser analisada e sio particularmente titeis na ‘quimica, porque muitas delas podem ser utilizadas para identficar substincias. 14 as propriedades extensivas ‘dependem da quantidade de amostra, assim como a massa ‘© 0 volume, por exemplo. As propriedades extensivas es- tio relacionadas & quantidade de sulbstincia, Reflita Quando dizemos que o chumbo é um metal mais denso que © aluminio, estamos falando de uma propriedade extensiva ou intensiva? R |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL TRANSFORMAGOES FISICAS E QUIMICAS ‘As transformagoes pelas quais as substincias passam sio fisicas ou quimicas. Em uma transformagio fisica, a substincia tem sua aparéncia fisica alterada, mas a com= posigio permanece igual, Isto é, a substincia continu sendo a mesma antes ¢ depois da transformaciio. A eva- poragao da égua é uma transformagio fisica, por exemplo. Quando a égua evapora, ela muda do estado liquid para ‘© gasoso, mas é ainda composta de moléculas de ‘gua, ‘como mostra a Figura 1.4. Todas as mudangas de estado (por exemplo, do estado liquido para 0 gasoso, ou do Ii- quido para o s6lido) sao transformagdes “as. Em uma transformacio quimica (também denomina- <éa reagio quimica), a substnciaé convertida em outra qui- micamente diferente. Quando 0 gés hidrogénio queima no ar, por exemplo, ele sofre uma transformagao quimica, por- ‘que liga-se 20 oxigénio para formar a dgua (Figura 1.10) AAs transformagdes quimicas podem ser draméticas. A seguir leia o relato de Ira Remsen, autor de um texto po- palar de quimica, publicado em 1991, no qual ele descreve suas primeiras experiéneias com reagdes quimicas. A rea- «fo quimica que ele observou é mostrada na Figura 1.11. Durante a leitura de um livro didético de Quimica, de- Parci-me com a afirmagao “o acido nitrica age sobre 0 ccobre” e decidi ver o que isso signifieava. Apés localizar uum poueo de scido nha de aprender o que as palavras “agi sobr nhecimento, estava até mesmo disposto a saerifiear uma das poucas moedas de cobre que tinha em minhe posse. Cologuei uma delas sobre a mesa, absi a gatrala com © r6tulo “écido nitico", verti um pouco do Kquido na moeda e me prepatei para fazer uma observagio. Mas 0 que era essa coisa maravilhosa que vi? A moeda jf tinha se modificado, e nao foi pouca a mudanga, Um liquide “Figura 1.10 Uma reagav quimica ‘Figura 1.11 A reagdo qulmica entre uma moeda de cabre e @ acid nitrca. dssolugo do cob resulta em una Solucao azukesverseada: ‘0ghs cstanho avermelhade produzido & dixdo de nivogéni, azul-esverdeado espumou e exalou vapores sobre a mo- eda © a mesa, © ar tornou-se vermelho escuro. Como poderia imerromper esse processo? Tentei fazer isso pe~ gando a moeda e a jogando pela janela, Aprendi outro fato: deido nitrico age sobre os dedos. A dor me levou a ‘outro experimento no premeditado. Passei os dedos nas sminhas calgas e descobri que Seid nftrico age sobre as calgas, Esse foi o experimento mais impressionante que {if realizei, Digo isso agora ainda com entusiasmo. Foi uma revelagdo para mim, Claramente, a siniea maneira «de aprender a respeito desses tipos notaveis de ago ¢ ver 6s resultados, experimentare trabalhar no laboratGrio.” Reflita Qual dessas transformacdesé fisica e qual é quimica? Expique. (2) As plantas produzem acicar a partir de didxido de carbono e éoua (b) © vapor de aqua no ar forma orvatho. (©) Um ourives derrete uma pepita de ouro ea estca para for- mar um fio, Figura 1.12. Separagéo por filtrago. mstue de um sido om um lui ¢ ftada. 0 quid passa pel tro de papel oséido fica tid no papel Solugio de gua sal CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | SEPARAGAO DE MISTURAS Pode-se separar uma mistura em seus componentes a0 considerar as diferencas de suas propriedades. Por ‘exemplo, os componentes ferro © ouro de uma mistura heterogénea de limalhas de ferro e ouro podem ser se- parados pela cor. Uma abordagem menos tediosa seria usar um ima para atrair a limalha de ferro. Podemos também levar em conta uma diferenga quimica impor tante entre esses dois metais: muitos dcidos dissolvem 0 ferro, mas ndo 0 ouro, Assim, se adicionarmos um dcido apropriado a mistura, ele i dissolver o ferro, deixando intacto © ouro macigo. Os dois podem, entio, ser sepa: rados por filtracdo (Figura 1.12). Podemos também utilizar outras reagdes quimicas, as quais serio apresen- tadas mais & frente neste livro, para transformar 0 ferro dissolvido novamente em metal. ‘Um método importante de separacio dos componen- tes de uma mistura homogénea &€ a destilagio, processo baseaclo nas diferentes capacidades das substancias para formar gases. Por exemplo, se fervermos uma solugdo de sal ¢ égua, a égua evapora, formando um gas, ¢ 0 sal per manece no recipiente. A égua gasosa pode ser reconverti ‘da em liquido ao entrar em contato com as paredes de um condensador, como mostra a Figura 1.13, As diferentes capacidades das substincias para aderit superficies de sélidos podem também ser usadas na sepa- ragio de misturas. Essa capacidade & a base da cromato- ‘grafia, técnica representada na Figura 1.14. PA agua condensa 6, em) seguia, 6 coletada em um recipiente, | Condensador a ‘Aqua fia entra Agua pura no recipientede coleta ApS a evaporaio da dgua, resta cloreto de sédio puro, Figura 1.13 Destilagdo,Apareho para separar os companertes de una soluclo de does de sido (Gua slgaday ‘Remsen, la, The Principles of Theoretical Chemisiy, 1887. B 14 | Quimica: A CIENCIA CENTRAL RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA A separacio dea, b, ec na Figura 1.14 & um process fisco au quimico? 1 " m Sovente ? istura de 0 eg ae o 2 Adorvente (eu acto | Fira de Corpsanab ems ee ei adsonidos em diferentes ‘graus ra fase sida cestacionina. LJ ow Figura 1.14 Separagao de trs substancias utiizando cromatografia em coluna. 1.4 | UNIDADES DE MEDIDA Muitas propriedades da matéria so quantitativas, isto é, associadas a ndimeros, Quando um ntimero repre- senta uma quantidade medida, as unidades dessa quanti- dade devem ser especificadas. Dizer que 0 comprimento de um lipis € 17,5 nao significa nada. Por outro lado, a representagio do mimero com suas unidades de medida, no caso, 17,5 centimetros (em), caraeteriza de maneira axlequada 0 comprimento do objeto. As unidades utiliza- das para medidas cientficas sao as do sistema métrico. Desenvolvido na Franga, no final do século XVIII, © sistema métrico ¢ usado como sistema de medida na aioria dos paises. Os Estados Unidos, por tradiglo, uti- lizam o sistema inglés, embora 0 uso do sistema métrico tenha se tornado mais comum (Figura 1.15), ) De onde vem 0 conhecimenta cientifico? Como ele ¢ adquitido? ‘Como sabemos se & confidvel? Como os ciemistas contribuem para ele ou 0 modificam? Nao hid nada misteriovo a respeito de como os cientistastrabs> ham, sendo necessirio lembrar que o conhecimento cientifico & ‘obtido por meio de observacbes da natureza, Um dos prineipais ‘objetivos do cientista ¢ organizaressas observacdes,identitican- {do pauroes e regularidades, fazendo medidas e associando um Conjunto de observagdes a outro, O proximo passo & perguntar Figura 1.15 Unidades do sistema métrco, Meidas que uzun oi tema mético so cada vez mas comurs ns stads Unidos, coma na exer lo da lta dereligeate em que ovolune inpesso st arto na uidade Ingles (oncasliquias fox) como no sistema mévic milives, ml) 0 METODO CIENTIFICO por que a natureza se comporta da maneira que observames, Para responder a essa questo, o cientista constt6i um mode- lo, ou hipétese, que visa explicar as observagbes, Inicialmente, a hipotese tende a ser meramente tentativa © erro. Pode haver ‘mais que uma hipotese razodvel, Se a hipotese estiver correta, entio certos resultados e observagies deverio se seguir a partir dela, Dessa forma, as hipdteses podem estimular 0 planejamen- to de experimentos que nos possibilitardo aprender mais sobre sistema estudado, A eriatividade cientifica entra em jogo na claboragdo de hipéteses que sugiram a realizagao de bons ex- perimentos, que irdo analisar @ natureza do sistema sob novo onto de vista A medida que mais informagdo ¢ reunida, as hipdteses iniciais so reavaliadas. Eventualmente, apenas uma se destaca como a mais consistente em relagéo a um conjunto de evidéncias acu muladas. Comegamos, entio, achamar essa hipétese de teoria, ‘ou seja, um modelo que permite a realizado de previstes & que explica todas as observagies disponiveis. Geralmente, & teoria é coerente com outras teorias, talvez maiores ¢ mais {gerais. Por exemplo, uma teoria sobre o que corre dentro de ‘um vulefo deve ser coerente com teorias mais geras, referentes 4 transferéncia de calor, A quimica a altas temperaturas e assim por diante. Lidaremos com muitas teorias & medida que prosseguirmos neste livro. Algumas delas foram tesladas diversas vezes e se mostraram coerentes com as observagdes. No entanto, nent ma teoria pode ser absolutamente verdadeira, Podemos trata ‘como se fosse absolutamente verdadeira, mas sempre haverd 4 possibilidade de que algum aspecto dela esteja errado, Um ‘exemplo famoso ¢ a teoria da relatividade de Einstein A teoria ‘da mecnica de Isaac Newton produziu resultados to precisos ‘para o comportamento meciinico da matéria que milo houve ob- {egdes a ela até o inicio do século XX. Contudo, Albert Einstein mostrou que a tcoria da natureza do espago ¢ do tempo, ela- ‘orada por Newton, estava incorreta, A teoria da relatividade «de Einstein representou uma mudanga fundamental na maneira ‘como pensamos 0 espace ¢ 0 tempo. Ele previu onde poderiam ser encontradas excegbes as previsbes basendas na teorin de Newton, Embora apenas pequenos desvios da tearia de Newton tenham side previstos, eles foram observades. A teoria da rela lividade de Einstein tornou-se aceita como @ modelo correto, Porém, para a maioria das situagdes, as leis do movimento de Newton sio suficientemente precisa 0 processo global que acabamos de considera, ilustrado na Figura 1.16, 6 chamado de método cientgico. Contudo, nio existe um inico método cienifico a ser seguido, Hé muitos fato- res envolvidos no avango do conhecimento cientifico. Aqi Unica exigencia invaidvel é que nossas explicagoes sejam coe~ rentes com as observagies, sendo bascadas exclusivamente em fendmenos naturais. CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | ‘Quando a natureza se comporta de cera maneirarepetidas ve- 2s, s0b todos 0s tpos de condigdes diferentes, podemos resume «esse comporamento em uma lel elentifea, Por excmplo, tem sido observado repetdamente gue, em uma rea gum, no ‘corre transformagto na mass total dos materia reagents em comparagio aos materiaisformados; essa observase ¢chamada leide conserva da massa. E imporante diferencia toric li ionic, lei cientifia¢simplesmente uma declrago do que sempre acontce, com 0 melhor do nosso concimento. A (e0- tia, por sua vez, é uma explicagdo para o que acontece. Se desco- brits que tm sino ¢ verdad, ent devemosconsiderar ‘que 8 eoria subjacent ela est equvocada de guna mancira. Exereieios relacionados: 1.60, 142 ‘Figura 1.16 Ométodo centifico. 15 UNIDADES DO SI Em 1960, chegou-se a um acordo internacional que determinava uma escolha especifica de unidades métri- «cas para uso em medigdes cientificas, Essas unidades escolhidas sao chamadas de unidades do SI, do fran- €@s Systeme International d’Unités, Esse sistema tem sete unidades basicas, a partir das quais todas as outras unidades sio derivadas (Tabela 1.4), Neste capitulo, consideraremos as unidades basicas para comprimento, massa ¢ temperatura. ‘Tabola 1.4 Unidades bisieas do SI. Quantidade fisica Nome da unidade Abreviacéo Massa Quilograma kg Comprimento Metro m Tempo Segundo sou seg Temperatura kelvin K (Quantidade de materia Mal mol Comet eétrica Ampire Aouamp Intensdade luminasa Candela od 6 |. Quimica: CIENCIA CENTRAL Reflita ‘A-embalagem de uma limpada fluorescente para um abajur de mesa indica a luz resutante em lumens, in. Qual das sete unidades do SI vacé espera que estea presente na detnigdo de um limen? Com as unidades do SI, os prefixos so utilizados para indicar fragbes decimais ou miitiplos de vérias uni- ades. Por exemplo, o prefixo mili representa uma fra- go 10-*, um milgsimo, de uma unidade; um miligrama (aig) correspond a 10~* gramas (2); um milimetro (mm) corresponde a 10~* metros (m), ¢ assim por diante, A ‘Tabela 1.5 apresenta os prefixos comumente encontra- 4dos na Quimica. Ao utilizar unidades do SI solucionar problemas ao longo deste capitulo, voc’ deve se sentir confortével quanto a notagao cientifica. Se voc’ nio es- tiver familiarizado com a notagao exponencial ou deseja rever comio ela funciona, consulte 0 Apendice A.1 Embora unidades que nio fazem parte do SI estejam ccaindo em desuso, algumas ainda sio utilizadas eotidiana- mente porcientstas. Sempre que encontrarmos uma unidade {que nfo seja do SI no capitulo, a unidade do SI também ser fommecida. Vamos discutir como converté-las na Sega0 1.6. ‘Tabola 1.5 Prefixosutlizados no sistema métrico ¢ as unidades do I. Prefixo Abreviagao —_Significado Feta P 10% Tea T 10 Giga 6 10° Mega M 108 Kilo k 10? bec d 10" cent © 107 Mi m 107 Micro we 10% Nano n 109 Pica p 10? Femto f 10" ato 10" Zepto z 107" Reflita Quantos pg ha em 11mg? COMPRIMENTO E MASSA A unidade bisica do SI de comprimento & 0 metro, distncia um pouco maior que a de uma jarda. A massa* & a medida referente & quantidade de material em um objeto. A unidade bisica do SI de massa € 0 quilograma (ke), igual a cerca de 2,2 libras (Ib), Essa unidade bisica ¢inco- ‘mum, pois requer um prefixo, quilo, em vez de somente a palavra grama, Obtemos outras unidades de massa com a adigio de prefixos & palavra grama, TEMPERATURA. A temperatura, una medida relacionada a quentura ou 2 frieza de um objeto, € uma propriedade fisica que determina a ditegio do fluxo de calor. O ealor sempre fui espontaneamente de uma substincia com uma tempera tura mais elevada para outra com temperatura mais baina Exempla Tpetawatt PW) = 1 105 wats? ‘terawatt (TW) = 1 10! wats oigawatt (GM) = 1 108 watts ‘megawatt (MW) = 1 108 watts Thlowatt KW) = 1 10? wats 1 decent (AM) = 1 10" mate ‘eantwatt (aN) = 1% 10-%yatt 1 iat (mW) = 110-3 watt A microwatt (ui) = 110% watt ‘ ranowatt (nN) = 110-9 watt ‘ pcowart (pi) = 1 10-7? wat Vemowatt (WW) = 1% 10-5 watt J attowatt (a) = 110° watt 1 zepomatt (aN) = 110° watt 0 watt (WW) & 3 unidade do SI da poténcia, que @ 2 taxa em que a energia € gerada ou consumida, A unidade do SI de energia€o joule (1 kg: mist 1W= 1s, Peta grega mu, MMuitas vores, massa peso so considerados i Potém isso et incorreto, © peso de un objeto representa forg exercida sabre a massa ‘por meio da gravida. No espago, onde as forgaspravitacionas so muito fracas, um asironauta pode no er peso, mas &impossvel que ele no tena massa. A mass doastronauta no espugo & 4 mesma que ele tem na Tera CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | 17 Como utilizar prefixos do SI Qual €o nome da undade igual a (a) 107 gramas, (b) 10° segundos, @) 10 motos? SOLUGAO| Podemos encontrar 0 prefixo relacionado a cada poténcia de 1dezna Tabela 1.5: (a) nanograma, ng; (b) microssegundos, us; (6) milimettos, mm, Para praticar: exercicio 1 Qual dos seguintes pesos woc€ considera apropiado para indic caro peso em uma halanga de banheiro comum? (a) 20% 107 mg, (b) 2.500 ug, (6) 5 10-* kg.) 4 108 eB, (55% 10" dg. Assim, 0 influxo de calor que sentimos quando tocamos um objeto quente indica que 0 objeto esta a uma tempera tura mais elevada que a nossa mio, Geralmente, as escalas de temperatura empregadas na ciéncia so Celsius € Kelvin. A escala Celsius foi, inicialmente, desenvolvida com base na atribuicdo de 0°C para o ponto de congelamento da agua e de 100°C para 0 ponto de ebuligéo da dgua ao nivel do mar CFi- gura 1.17). A eseala Kelvin & a escala de temperatura do SI, € a sua unidade SI € o Kelvin (K), Zero na escala Kel- vin representa a temperatura mais baixa que se pode Para praticar: exercicio 2 (a) Quantos picbmetros ha em 1 m? (b) Expresse 6.0% 10° m utilizando um prefixo para substituir a poténcia de dez. (€) Utilize a notagao cientfica para expressar 4,22 mg em _gramas. (@) Utilize a notagio decimal para expressat 4,22 mg em grams, atingir, 0 zero absoluto, Na escala Celsius, 0 zero ab soluto tem o valor de ~273,15 °C. As escalas Celsius e Kelvin tém unidades de mesma dimensao, isto é, um Kelvin possui a mesma dimensao que um grau Celsius. Assim, as escalas Kelvin e Celsius esto relacionadas dda seguinte forma’ K="C+273,15 way © ponto de congetamento da gua, 0°C, corresponde 273,15 K (Figura 1.17) Observe que nif usam0so sina de grav ©) para tomperaturas na esata Kelvin, RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Verdadeito ou falso: 0 “tamanho” de um grau na escala Celsius o mesmo que o “tamanho” de um grau na escala Kelvin 5 é 8 g 3 3 2 2 —orct ff — sort — sevsconsa Figura 1.17 Comparagdo das escalas de temperatura Kelvin, Celsius e Fabrenhelt B |. Quimica: CIENCIA CENTRAL ) EXERCICIO RESOLVIDO 1.3 Como converter unidades de temperatura A previsio do tempo informa que a temperatura chegari a 31 °C. Como determinar essa temperatura (a) em K e (b) em °F? SOLUGAO. (@) Utilizando a Equagio I.1, mos K=31 +273 =304 K. (b) Utilizando a Equagio 1.2, temo: Para praticar: exercicio 1 525 K (assumindo que as amostras nilo estdo em contato com o ar) (a) bismuto, Bi; (b) platina, Pt; (e) selénio, Se; (€) clei, Ca; (© cobre, Cu, Para praticar: exercicio 2 Com base no site Wolfram Alpha (disponivel em: ) ou outra referéncia, determine quais destes elementos quimicos estariam no estado liquido O etilenoglicol, principal ingrediente dos anticongelantes, con- gela a -I1,5 °C. Qual é 0 ponto de congelamento desse com- posto em (a) Ke (b) °F? A escala de temperatura utilizada nos Estados Uni- dos € a escala Fahrenheit, que nio costuma ser empre- zgada na ciéncia, A gua congela a 32°F e ferve a 212 °F. As escalas Fahrenheit e Celsius estio relacionadas da seguinte forma sc= Ser —32) ov r= 2 C= 5 (F- 32) ou F= 5 11.2) C) +32 UNIDADES DERIVADAS DO SI As unidades bas ' do SI sio utilizadas para formu- lar unidades derivadas. Uma unidade derivada ¢ obtida por multiplicagio ou divisio de uma ou mais unidades biisicas, Comegamos com a equagio que define uma quan- tidade ¢, em seguida, substituimos as unidades basicas adequadas. Por exemplo, a velocidade ¢ definida como a razio entre uma distancia percorrida e o tempo gasto. As- |. unidade do SI para a velocidade & uma unidade de- rivada — mvs, leia-se “metros por segundo” —, represen tando a unidade do SI para distancia (comprimento), m, ividida pela unidade do SI para tempo, s, Duas unidades derivadas comuns na Quimica so de volume e densidade. VOLUME © volume de um cubo ¢ igual ao seu comprimento ele- ‘ado a0 cubo, comprimento", Assim, a unidade derivada de volume € a unidade do SI de comprimento, m, elevada 3 ter- ceira poténcia, O metro ctibico, m’, 60 volume de um cubo ‘que mede | m em cada extremidade (Figura 1.18). Uni- ddades menores, como centimetros ctibicos, ou em* (usa-se também cc), sd0 frequentemente utilizadas em Quimic ‘Outra unidade de volume empregada € 0 litr (L.), que equi- vale a um decimetro cibico, ou dm’, ¢ ligeiramente maior {que um quarto, Lembramos, que o litto ¢ a primeira uni de do sistema métrico com que nos deparamos que nao & uma unidade do SI. H 1,000 mililitros (mL) em ur ltr, | mL temo mesmo volume que I em": | mL.= 1 em’, Os instrumentos utilizados mais frequentemente em Quimica para medir o volume esto ilustrados na Figura 1.19. RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Quantas garrafas de 1 L so necessarias para atmazenar 1m? de um lquido? |: on Tem Tom Figura 1.18 Relagbes de volume, Um oto ‘em ca extemidade meindo | m ocupa un volume de um meto cli, 1m? Cada meto cbco equal a 1.000 do. Um vo contin 0 ‘mesma volume que um decimeto cic, 1TL= 1 dr Cada decimetociico conti 1.000 centmetosebicos, 1 cn? = 1.000 cn? Un centimevocibico¢ igual aun mitra, Vem= 1m, Seringas, buretas e pipetas medem quantidades de iquido com mais precisdo que os cilindros graduados. Hi 0s baldes volumétricos sio utilizados para armazenar volumes espectficos de um liquido. CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | Estes equipamentos medem x A pipeta mede (O balio volumétrico volumes varisveis um volume armazena unt ao: especttico volume especitico 1 ‘mL 100 3 ot = 4 80 5 70 a5 46 50 a 40 48 30. Z| 20 Torneira ge 10 para, controlar © fluxo do Cilindro graduado ering liguido Bureta Pipeta Ballo volumético Figura 1.19 Vidrariavolumétrca comumente utiizada em laboratérios. Reflita {ual das sequins quanidaes representa uma medida de vo- lume: 15 mé; 2,5 10? m?; 5,77 Us? Explique. DENSIDADE A densidade ¢ definida como a quantidade de massa de uma unidade de volume de uma substincia: Densidade = ™88' (131 volume Goralmente, as densidades de sélidos ¢ liquids sto expressas em gramas por centimetro eibico (gfem’), ou gramas por mililitro (g/mL). As densidades de algumas substincias comuns estdo listadas na Tabela 1.6, Nao é Por acaso que a densidade da ‘gua é 1,00 g/mL: 0 grama foi originalmente definido como a massa de | mL de égua ‘uma temperatura espeeifica, Uma vez que a maioria das substincias tem seu volume alterado quando & aquecida ou resfriada, as densidades dependem da temperatura, «que por sua ver deve ser indicada quando as densidades slio informadas. Se a temperatura no ¢ indicada, consi- deramios que a substincia esté a 25 °C, aproximadamente ‘© Valor da temperatura ambiente normal. ‘Tabola. 1.6 Densidades de algumas substancas 225 ‘Substancia Densidade (g/cm’) a 001 Madeira balsa 0,16 etal 079 Aqua 1.00 Etilenoglicol 1,09 Acar e mesa 159 Sal de mesa 216 fero 19 ura 1932 s termos densidade e peso so confundides em al- guns momentos, Uma pessoa que diz que o ferro pes ‘mais que 0 ar provavelmente tem a intengo de dizer que ‘0 ferro tem uma densidade maior que 0 ar, uma vez que 1 kg de ar tem a mesma massa que 1 kg de ferro, mas © ferro ocupa um volume menor, garantindo a ele, portanto, ‘uma densidade mais elevada, Se combinarmos dois iqu ‘dos que niio se misturam, o menos denso iré flutuar sobre ‘0 Kiquiddo mais denso. OEE onan Determinando e utilizando a densidade para determinar o volume e a massa (a) Calcule a densidade do meretrio, considerando que 1,00 x 10° g ocupa um volume de 7,36 em, (b) Calcule o volume de 65.0 g de metanol liquido (éleool de madeira), sabendo que sua densidad ¢ 0,791 g/mL, (©) Qual 6 a massa em gramas de um cubo de ouro (densidade = 19,32 gfem'), se o comprimento do cubo for 2,00 em? 19 20 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL SOLUGAO (@) Como emos amass 0 volume, a Equagto 13 resulinem: massa _ 1,00 10? Densidade = Mee 13,6 gfem* volume 7. (b) Resolvende a Equaglo 1.3 para o volume e, em seguida, utlizando os mimeros de massa e densidads forneeidos, ‘obiém-se: 650. 8-322 mL ensidade Volume = ae 0,791 gin. (©) Podemos calcular a massa a partir do volume do cubo e de sua densidade, O volume de um cubo € dado pelo seu ‘comprimento elevado a0 cub: Volume = (2,00 em)? = 2,00)" em’ = 8,00 em? Resolvendo a Equagio 1.3 para a massa e substituindo 9 volu- sme ea densidade do cubo, temos: Massa = volume * densidade: (8.00 em*y(19.32 gem’) 155¢ Para praticar: exercicio 1 A platina, Pt, 6 um dos metais mais raros. A produgo mundial \desse elemento 6 de apenas 130 toneladas ao ano, aproxima- ddamente, (a) A platina tem uma densidade de 21,4 gfcm?. Se ladrGes fossem a um banco com 0 intuito de roubar patina utilizando um pequeno caminho com capacidade de carga smdixima de aproximadamente 410 kg, com quantas barras de | L do metal eles poderiam fugit? (a) 19 bacras,(b) 2 barras, (€) 42 barras, (d) 1 barra, (e) 47 barra. Para praticar: exercicio 2 (@) Caleule a densidade de uma amostra de 374.5 g de cobre, considerando que seu volume é de 41,8 em’. (b) Um estudan- te precisa de 15,0 g de etanol para um experimento, Sabendo aque a densidade do etanol é 0,789 g/mL. quantos mililites do liquido sio necessérios? (¢) Qual é « massa, em gramas, de 25,0 mL de meresirio (densidade = 13,6 g/mL)? t cea QUIMICA NA MiDIA o central em Uma ver que & Quimica ocupa uma posigio nossas vidas, reportagens que envolvem essa temitica sempre sparecem nos jomais, Algumas delas anunciam avangos no de- senvolvimento de novos firmacos, materiaise processos. Outras bordam energia, meio ambiente e questées de seguranca pibli ‘ca. Ao estudar Quimica, vocé iri desenvolver as habilidades ne- ‘cesstias para compreendet melhor a importancia dessa ciéneia ra sua vida, Aqui, estdo resumos de algumas histérias recentes ‘em que & Quimica desempenha um papel importante ‘Energia limpa obtida a partir de celulas a combustivel. Nas Ccélulas a combustivel, a energia de uma realio qutmica & con- vertida diretamente em energia eletrica, Embora tenham sido reconhecidas hd algum tempo como fontes poteneialmente va- Tiosas de energia elétriea, seu custo tem impedido que sejam utilizadas de maneira ampla. No entanto, avangos tecnol6gicos locaram as células a combustivel em e s de energia elétsica situagbes eriticas, Elas sio especialmente valiosas na sustenta- ‘gio de centros de dados que consomem grandes quantidades de ‘energia elética, que, por sua vez, deve ser absolutamente contié- vel. Por exemplo, a falta de energiaeldrica em um grande centro ‘de dados de uma empresa como a Amazon, 0 eBay on a Apple poderia ser desastrosa para a empresa e para os seus clientes, ‘O eBay acertou, recentemente, os detalhes da construgio da prsi- ‘ima fase do seu principal centro de dados em Utah, nos Estados Unidos, onde serfo utilizadas células a combustivel de estado slide como fonte de energia elétrica, Fabricadas pela Bloom Energy, uma startup do Vale do Silico, localizado na regio de Sto Francisco (BUA), essas eélulas so. grandes dispositivos \dustrials que (2m, aproximadamente, 0 tamanho de um refti- gerador (Figura 1.20). O prédio do eBay utiliza biogés, que cconsiste em metano ¢ outros gases combustiveis provenientes de aterros sanitérios e fazendas. O combustivel & misturade com 0 oxigénio, passando por um dispositivo especial de estado sido ve produ eletric produzida perto do centro de dados, a transmissio de energia elétiea da fonte para o consumidor é mais eficiente, Em compa ragio aos sistemas elétricos de backup empregados no pasado, ‘anova fonte de energia seré a fonte primdria de energi © itd ‘operar 24 horas por dia, todos os dias do ano. © prédio do eBay em Ulan tem 4 maror instalagdo de celula a combustivel utli- Uiria nio elétrica dos EUA. Ela gera 6 megawatts de energia, 0 suficiente para abastever cerca de 6.000 casas, Regulamento de gases de efeito estufa. Em 2009, a Agéncia de ‘io Ambiental — EPA (Environmental Protection Agency) dos Estados Unidos assumiu 6 compromisso de re io de gases de efeito estufa, de acordo com as disposigdes da Lei do Ar Puro, Gases de efeito esta sio substincias com 0 poder de alterar 0 clima global devido a sua capacidade de re- ter radiagio de ondas longas na superficie da Terra, Entre esses gases esto incluidos o diéxido de earbono (C02), o metano (CH,) € 0 6xido nitroso (N20), bem como outras substircias. A Aecisio da EPA foi contestada nos tribunals por vérios estados, organizagdes industriais e grupos conservadores. Em julho de 2012, a EPA obleve uma grande vitéria: o tribunal federal de apelagies do Distrito de Columbia apoiou a posigio da agen. cia, Esse caso ¢ interessante, tanto por eausa dos fundamentos da politica da EPA que foram questionados, quanto pels forma come o tribunal respondeu a isso. Os requerentes angumentaram que a EPA baseou suas decisdes indevidamente nas avaliagdes do Paine! Intergovernamental sobre Mudanga do Clima, IPCC mergovernmental Panel on Climate Change), do Programa ale. Uma ver que a elericidade esti sendo [Americano de Pesquisa em Mudangas Climsticas Globais e nos relatérios do Conselho Nacional de Pesquisa, em ver de citar as descobertas de programas especificas de pesquisa publicadas na literatura especializada, O Tribunal respondeu que “nao faz diferenca se grande parte das evid8ncias cientificas consistiam Principalmente de ‘sineses" de estudos e pesquisas espectficas, assim que a ciéncia funciona, A EPA nao precisaré provar no: vamente a existéncia do tomo toda vez que abordar uma ques: tio cientifiea”®, Esse € politica socal er do outros ;portante exemplo da interagdo entre a eigncia e a nossa sociedade complexa e moderna. Quan eressesaléi dos puramentecientticos estio envol- vidos, questées sobre a credibilidade e a objetividade da cigncia Anestesia, Por volta da década de 1840, vetiticou-se que cer tas substincias, particularmente o éter, 0 cloroférmio e 0 éxido nitroso, podiam induzir um estado em que o paciente ni tinha consciéneia da dor corporal. E possivel imaginar como essas novas descaberta foram recebidas com alegria por pessoas que precisariam passar por uma cirurgia que, de outra forma, seria inguportavelmente dolorosa, A palavra anestesia foi sugerida por Oliver Wendell Holmes Senior em 1846, para deserever © estado em que uma pessoa nio tem conscifneia de todo 0 seu ‘corpo ou de uma parte especifica dele, Com o passar do tempo, ‘05 quimicos conseguiram identificar certos compostos orgini- sito anestésico sem serem muito Wxicos ‘608 que prodluziam ‘A cada ano, mais de 40 milhbes de pacientes da Amériea do Norte passam por procedimentos médicos que exigem aneste sia, Os anestésicos utilizados hoje so, na maioria das vezes, injetados na corrente sanguinea, em vez de inalados na forma de is. Virias substincias orginicas 18m sido identificadas como anestésicos efieazes, Embora 0s anestésicos modernos sejam, geralmente, bastante seguros, eles devem ser administrados com ‘cuidado, uma ver que poxlem afe guinea e 6 funcionamento do coragio, Todas as drogas tém um Indice terapéutico, sendo este a razio entre a menor dose que rapeutica dese a respiraglo, a pres seria fatal e am dose que produz 0 efeito ti CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA EMEDIDAS | 21 Figura 1.20 Células a combustivel de ‘estado solido, fabricadas pela Bloom Energy. jado, Naturalmente espera-se que o indice terapéutico para toda droga seja 0 maior possivel. Anestésicos costumam apresentar {indices terapenticos baixos, o que significa que eles devem s administrados com cuidado e monitoramento constante. A mor te do artista Michael Jackson em junho de 2008, decorrente de uma overdose de propofol, anestésico amplamente utilizado (Figura 1.21), € um exemplo de como tais medi dem ser perigosos quando nio sio administrados eortetamente 0 propofol deixa o paciente inconsciente muito rapido € afeta nentos por sau respirago. Assim, seu uso deve ser monitorado com al por um anestesiologistatreinado, Apesar de terem sido feitas n tas pesquisas, ainda no ests ‘claro como os anestésicos funcionam verdadeiramente. O fato de espécies, desde girinos a seres humanos, poderein ser rever: sivelmente imobilizadas é uma caracteristica quase universal da vida. A busca por mecanismos por meio dos quais isso pore ser feito é importante, pois ela nos leva no s6 ao descobrimento de anestésicos mais seguros, como também a ‘mais profunda do que chamamos de eonseténcia Figura 1.21 Propofol um anestésico. ‘Tribunal de Apelagdes do Distrito de Columbia, BUA, proceso n 09-1322, 2 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL 1.5 | INCERTEZA NAS MEDIDAS Dos tipos de niimeros sio encontrados em trabalhos ientificos: mimeros exatos (aqueles cujos valores. sho conhecidos com exatidao) € mimeros inexatos (aqueles ccujos valores tém alguma incerteza). A maioria dos n- meros exatos tem valores definidos. Por exemplo, hi exa- tamente 12 ovos em uma diiza; exatamente 1,000 ¢ em tum quilograma; e exatamente 2,54 centimetros em uma polegada. O namero 1 em qualquer fator de conversio, como 1m = 100 em, ov 1 kg = 2,2046 £, € um nvimero exato, Niimeros exatos podem também resultar da conta~ ‘gem de objetos. Por exemplo, podemos contar 0 niimero exato de bolas de gude em um frasco, ou 6 niimero exato de pessoas em uma sala de aula, Niimeros obtidos por medigdo so sempre inexa- tos. Isso ocorre porque 0 equipamento usado para medir ‘quantidades sempre tem limitagdes inerentes a ele erros de equipamento),além de existirem distingBes na forma ‘como pessoas diferentes fazem mesma medida (erros hhumanos). Suponha que dez estudantes com dez balan ‘determinem a massa de uma mesma moeda. As dez me- «digdes, provavelmente, irdo variar um pouco, por diver- sas razdes. As balangas podem estar calibradas de forma ligeiramente diferente, e & possfvel que haja diferengas na forma com que cada aluno 1é a massa no mostrador. Lembre-se: incertezas sempre existem quando se mede ‘quantidades Reflita Qual das seguintes quantidades & inexata? (a) Ondmero de pessoas em uma aula de Quimica, (b) Armassa de uma moeda (©) Omiimero de gramas em um quilograma. PRECISAO E EXATIDAO Os termos precisao e exatidao sio muitas vezes utili zados em discusses a respeito das incertezas de valores medidos. A precisiio ¢ uma determinagio de quio pri ximas medidas independentes estio umas das outras. J4 exatidio refere-se medidas independen- tes estio do valor correto ou “verdadeiro”. A analogia do dardo, exibida na Figuxa 1,22, ilustra a diferenga entre esses dois conceitos No laboratério, realizamos varias vezes um experi- mento € tiramos a média dos resultados. A preciso das medidas € frequentemente expressa em termos de desvio padrio, que reflete © quanto as medidas independentes diferiram da média, Passamos a confiar em nossos dados ‘quando obiemos, aproximadamente, © mesmo valor a ‘cada medida, isto é, quando 0 desvio padrdo & pequeno. A Figura 1.22 nos lembra, porém, que medidas precisas podem ser inexatas. Por exemplo, se uma balanga muito RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA ‘Como 0s dards estriam posicionados no avo, no caso de “uma boa exatido e uma baixa precisio"? Boa exatidio Boa preciso o Baixa exatidio Boa precisio o Bana exatidao Baina precisio Figura 1.22 Precistoe exatiao. Pode-se atingir uma alta preciso em uma balanga como esta, que possui uma preciséo de 0,1 sensivel estiver mal calibrada, as massas medidas terdo valores consistentemente altos ou baixos. Ou seja, elas serdo inexatas, mesmo se forem precisas. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS Suponha que vocé determine a massa de um centavo «em uma balanga capaz de medir com precisio de 0,001 g. Vooé poderia registrar uma massa como 2,2405 0.0001 g, veja que a notagio + (leia-se “mais ou menos”) express a ‘magnitude da incerteza de sua medigio, Em muitos traba- Ihos cientficos, utilizamos « notago + com a compreen- silo de que hd sempre alguma incerteza no tiltimo mimero registrado para qualquer quantidade medida. A Figura 1.23 mostra um temndmetro com sua coluna de liquido entre duas marcas da escala, Podemos ler certos niimeros da escala e estimar 0 incerto, Vendo que o liquide se situa entre as marcas 25 °C e 30 °C, estimamos que temperatura seja de 27 °C, mas nfo temos eerteza quanto 109°C 80°C wc ease Copan AION EC] portant, ince, CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | 23 40 segundo digito da medigdo. Essa incerteza significa que ‘essa temperatura é muito provavelmente 27 °C. e no 28 °C ‘0u 26 °C, mas nio podemos dizer que € exatamente 27 °C. ‘Todos os digitos de uma quantidade medida, incluindo aquele que ¢ incerto, sio chamados de algarismos signi- ficativos. Uma massa medida de 2,2 g tem dois alg mos significativos, ao passo que uma de 2,2405 g apre- senta cinco algarismos significativos. Quanto maior for © niimero de algarismos significativos, maior seréa precisio implicita na medida, Reflita ‘Ao utilizar uma balanga digital de banheiro norte:americana, ela forece 5 seguintes quatro leituras.consecutivamente 155,2; 154,8; 154,9; e 154, libres. Como voc8 registraria 0 seu peso em libras? ‘Figura 1.28 Incerteza¢ algaismossiguficativos ‘em uma medida, Como estabeler uma relagio entre algarismos significativos e incerteza de uma medida ‘Qual ¢ a diferenga existente entre os valores medidos 4,0 ¢ 4.00 g? SOLUGAO. ( valor 4,0 tem dois algarismos significativos, enquantoo valor 4,00 tem ts, Com essa diferenga, subentende-se que 4,0 uma ‘medida mais incerta, Uma massa informada como 4.0 indica «que a incertezaesté na primeira casa decimal, Prtanto,& massa esté mais prxima de 4,0 do que de 3.9 ou 4,1 g, Podemos repre- sentar essa incerteza registrando a massa como 4,0 40,1 g. 36 luma massa registrada como 4,00 g indica que a incerteza esté na segunda casa decimal. Nesse caso, ela esti mais prxima de 4,00 do que de 3,99 ou 4,01 g, ¢ podemos representé-la come 4,00 0.01 g. Sem mais informagies, nio podemos ter eertera se adiferenga nasincertezas das duas medidas reflete a preciso ca exatdo da medigo Para praticar: exercicio 1 ‘Mo Farah venceu a corrida de 10.000 metros nas Olimpiadas {de 2012, com um tempo oficial de 27 minutos ¢ 30,42 s. Com 0 rimero correto de algarismos significativos, qual foi a veloci- ‘dade média de Farah em m/s? (a) 0,6059 mis, (b) 1,65042 m/s, (€)6,0590064 ins, () 0.165042 mvs, (€) 6,626192 mi Para praticar: exercicio 2 ‘Uma amostra de eerea de 25 g de massa & pesada em uma ba- langa que apresenta preciso de + 0,001 g. Quantosalgarismos tivos devem ser informads para essa medigio? 24 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL Para determinar 0 niimero de algarismos significati- vos em uma medida, Jeia o niimero da esquerda para a ireita, contando os digitos e comegando pelo primeiro digito que nao € zero, Em qualquer medida registrada cadequadamente, todos os digitos diferentes de zero sao significativos. Uma ver.que os zeros podem ser utilizados ‘como parte do valor medido ou apenas para localizar 0 ponto decimal, eles podem ou nio ser significativos: 1. Zeros entre digitos diferentes de zero sao sempre si nificativos — 1.005 kg (quatro algarismos significati- ‘vos); 7,03 em (trés algarismos s 2. Zeros no inicio de um nimero nunca slo significa- tivos, eles simplesmente indicam a posigio do pon- to decimal — 0,02 g (um algarismo significativo); 0,0026 centimetros (dois algarismos significativos). 3. Zeros no final de um nimero sao significativos se 0 imero tiver casa(s) decimaltis) — 0,0200 g (trés al- garismos significativos); 3.0 centimetros (dois alga- rismos significativos) © problema surge quando um niimero termina com zeros, mas nao contém casas decimais. Nesses casos, ge~ ralmente considera-se que 0s zeros ndo sao significativos. ‘A notagdo cientifica pode ser uilizada para indicar se os zeros finais Sio significativos. Por exemplo, uma massa de 10.300 g pode ser registrada de modo que mostre trés, quatro ou cinco algarismos significativos, dependendo de como a medida ¢ obtida: 103% 10%g 3 algarismossgnficatves 1.030% 108g 4 algarismossignfcatvos 1,0300%10q _S algarismossignfcatvas Nesses niimeros, todos 0s zeros & dieita do ponto de- cimal sio significativos, correspondentes 8s regras | e 3. Fique atento para o fato de que 0 termo exponencial 10% rio aumenta o miimero de algarismos significativos. Peaeeo ebony none) Como determinar mimeros significativos apropriados CConsta em um mapa rodovidrio que o estado do Colorado (EUA) tem uma popula de 4301.261 habitants ¢ uma dra de 269.595 km?. A quantidade de algarismos signi parece haver de errado? 9 nessas duas quantidades parece ser razodvel? Em caso negative, 0 que SOLUGAO. [A populagio do Colorado deve variar diaviamente, & medi- da que as pessoas nascem, mortem, se mudam para morar no estado, ou vo embora para outos lugares. Desse modo, 6 mimero fornecido sugere um grat muito mais elevado de cexatdo do que & possvel. De qualquer forma, no sera vide ‘ve realmente conta ca individuo residente no estado a too ‘momento, Assim, o ndimero relatado sugere uma preciso con- sideravelmente maior do que é possvel. Um nimero de 4,3 rilhies refletiria melhor o que se sabe no momento a respeito da quantdade de haitanes de ur hgar. ‘Area do Colorado nfo varia a longo do tempo, eno a ques- to aqui 6 se a exatido das medidas 6 bem representada com seis alarismos signifcativos. Seria possvel ober tal exatiio uilizando uma teenolgia via slit, desde que a frontciras estabelecidas legalmente sejam conhecidas com a exit necesséria Quais dos seguintes mimeros que voce utiliza em sua vida so cexatos? (a) Seu niimero de telefone celular, (b) seu peso, (e) seu QL (@) o ndimero de sua earteira de motorist, e (e) a distancia que -voo8 percorreu ontem a pé. Para praticar: exercicio 2 1H 5.280 pés em uma mila, Seré que isso toma a milha uma distancia exata? EXERCICIO RESOLVIDO 1.7 Como determinar a quantidade de algarismos significativos em uma medida Quantos agarismos significativos hem cada um dos seguines nimeros,considerando que cada nimero & um valor medido? {a) 4,003, (b) 6,023 x 10°, (¢) 5.000. SOLUGAO. (a) Quatro; 05 zr0s sio algarismos signiicativos. (b) Quatro: 6 termo exponencial ndo aumenta a quantidade de algarismos ativos. (€) Um: eonsideramos que os 2210S no sio ativos quando ndo so mostradas as casas decimais no rndmero, Se o mimero tiver mais algarismos significatives, um pponto decimal deve ser empregado ou o nimero, escrito em notagio cientifica, Assim, © ndmero 5.000 tem quatro algaris- 'mos signffeativos, enquanto 5,00 X 10° tem tres, Para praticar: exercicio 1 Sylvia sente que pode estar com febre, Sua temperatura corporal normal ¢ 98,7 °F, Ela mede a temperatura corpo- ral com um termémetro colocado sob sua lingua, e obtém uum valor de 102,8 °F. Quantos algarismos signiticativos hi nessa medida? (a) Trés,o miimero de graus & esquerda do ponto decimal; (b) quatro, 0 nimero de digitos da valor medido; (€) dois, © niime- CAPITULO 1 INTRODUCAO: MATERIA E MEDIDAS | 25 +o de digitos da diferenga entre a leitura atual ¢ a temperatura corporal normal; (@) ts, 0 nlimero de digitos da sua tempera ‘ura corporal normal; (e) um, o mimero de dfgitos&direita da virgula no valor medio, Para praticar: exercicio 2 ‘Quanios algarismos significativos ha em cada uma das seguin- tes medlidas? (a) 3,549 g, (b) 2,3 X 10% em, e) 0.00134 m* ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS EM CALCULOS ‘Ao utilizamos grandezas medidas por meio de eéleu- los, a medida menos exata limita a certeca da grandeza calculada e, portanto, determina o nimero de algarismos significativos na resposta final. A resposta final deve set dada com apenas um digito de incerteza, Para acompa- nhar os algarismos significativos nos célculos, vamos utilizar frequentemente duas regras: uma para adiglo € subtragao, e outra para multiplicagao e divisio, 1. Para adigdo © subtragao, 0 resultado tem © mesmo iimero de casas decimais que a medida com o menor niimero de casas decimais. Quando o resultado tem mais do que 0 nimero correto de algarismos significa- tivos, ele deve ser arredondado, Considere 0 exemplo a seguir, no qual os digitos incertos aparecem coloridos: fstendmerolimtao 2042 ¢— duas casas decimals mimeo de algarsmos 1.322 es casas decimals signfcatvosnoresutado 83,1 €— uma casa decimal 104.842 ¢— anedondar para uma «asa decimal (104,8) Apresentamos 0 resultado como 104,8 porque 83,1 tem apenas uma casa decimal. 2, Para multiplicagdo © divisdo, 0 resultado tem 0 mesmo ntimero de algarismos significativos. que 4 medida com © menor mimero de algarismos sig- nifieativos. Quando resultado tem mais do que niimero correto de algarismos significativos, ele deve ser arredondado. Por exemplo, a rea de um retin- gulo cujos comprimentos de suas extremidades sto 6,221 e 5,2 em deve ser registrada com dois algaris- mos significativos, 32 cm?, mesmo que uma calcula- dora mosire que o produto tem mais digitos: Area = (6,221 em)(5,2 em) = 32,3492 em? => arredondar para 32 em? porque 5,2 tem dois * Seu profesor pode prefer ums poquens varlago da repr quando 0 dipito mai seguines ou apenas ‘enor, se © ioe fr impr, Assim, 47350; Observe que para a adigao e a subtragdo, as casas decimais sto contadas com 0 objetivo de determinar ‘quanios digitos devem ser registrados em wma resposta, 440 passo que para a multiplicacao e a divisao, 08 alga rivmos significatives sd contados para determinar ‘quantos digitos devem ser registrados em wma resposta. ‘Ao determinar a resposta final para uma quantidade calculada, considera-se que 08 mimeros exatos possuem tum niimero infinito de algarismos significativos. Assim. ‘quando dizemos: “existem 12 polegadas em um pé”, 0 riimero 12 € exato, e nao precisamos nos preocupar com ‘0 niimero de algarismos significativos, ‘Ao arredondar mimeros, fique atento para 0 digito mais a esquerda a ser removido: + Seo digito mais & esquerda for inferior a 5,0 numero anterior ndo deve seralterado, Assim, arredondat 7.248 para dois algarismos significativos resulta em 7 + Seo digito mais & esquerda for maior ou igual a 5, 0 nmero anterior deve sumentar em 1, Arredondar 4.735 para ttés algarismos significativos resulta em 44 € arredondar 2,376 para dois algarismos signii- cativos resulta em 2.4." Reflita Uma horta retangular tem 25,8 m por 18 m. Qual dessas di: menses precisa ser medida com maior exatiddo para que fr nega ume estimativa mals precisa da drea da horta? Quando um cdteulo envolve duas ou mais etapas e ‘as resposias das etapas intermedidrias sao registradas, ‘manienha pelo menos um mimero ndo significativo nas resposias intermedirias, Esse procedimento garante que pequenos erros de arredondamento em cada etapa no se acumulem, alterando o resultado final, Ao usar uma cal- culadora, voc@ pode digitar todos os mimeros, arredon- ‘dando somente a resposta final. Erros de arredondamento ‘cumulativos podem ser responsaveis por pequenas dife- rengas entre 0s resultados obtidos e as respostas forneci ‘das no livro para os problemas numéricos. senda er rmovi for exstamente 5, sem digtos guido de zeros, Uma peitica comum €arredondar para 0 préximo nimero maior, se esse niimero for pa, e pars 9 mimeo i arredondado pata 4,74; € 4.7450 também seria artedondado para 474, 26 | QuINMICA: A CIENCIA CENTRAL OES rey Como determinar o nimero de algarismos significativos em uma quantidade calculada © comprimento, a largura e a altura de uma pequena caixa medem 15,5: 27,3; ¢ 4 em, respectivamente. Calcule o volume da caixa, usando o nimero correto de algarismos significtivos na sua resposta SOLUGAO. ‘Ao determinar 0 volume, devemos usar a quantidade de al- sgarismos significativos que consta na dimensio com 0 menor riimero de algarismos significativos, que & da altura (dois al- arismos signitictivos) ‘Volume = largura X comprimento x altura (155 em)(27.3 em)(5.4 em) 2.285,01 em? =92,3 x 10cm? Se utilizarmos uma caleuladora para esse eéleulo, chegare- ‘mos 20 valor 2.285,01. Neste caso, devemos arredondar para dois algarismos significativos. Como © niimero resultante é 2.300, € melhor escrevé-lo em notaco cientifica, 2,3 X 10°, para indicar claramente que apresenta dois algarismos signi Para praticar: exercicio 1 Recentemente, Ellen adguiriu um carro novo hibrido € quer verifear a quilometragem dele com gasolina, Com © odd ‘metro mareando 1,047.8 km, ela enche o tanque. Quando 0 fodémetro esté marcando 2.115,3 km, ela precisa de 60,9 L, para encher 0 tanque novamente. Considerando que o tangue E enchido até o mesmo nivel nas duas vezes, como a guile ‘metragem com gasolina & methor expressa? (a) 17 kml. (b) 17,4 ki, (€) 17,5 knv/L, (4) 17,51 km Para praticar: exercicio 2 Uma atleta leva 10.5 s para corter 100,00 m. Calcule a veloci ddade média dela em metros por segundo e expresse o resiltado com o niiero correto de algatismos significativos. ERCICIO RESOLVIDO 1 Como determinar o nimero de algarismos significativos em uma quantidade calculada Um recipiente contendo um gis a 25 °C ¢ pesado, esvaziadoe, entio, novamente pesado, como mosira a Figura 1.24. Com base nos dados forecidos,calcule a densidade do gis a 25 °C SOLUGAO Para caleular a densidade, precisamos conhecer a massa € 0 volume do gis. A massa do gis éexatamente a diferenga entre 4 maase do recipients cheio © a masse dele vacio: (837,63 ~ 836,25) g= 1,38 g Quando sbieaios nimeros, dterminamos onimero de algars- :mos signifcativos no nosso resultado, contando as cass decimas «em cada quantidade, Nesse caso, cada quantidade tem duas casas decimais. Assim, a massa do gis, 138 g tem duas casas decimals, Usilzando 0 volume dado no enunciado, 1,05 X10" em’, e a definigdo de densidade,temos: massa 1388 108 X 10%em" 131 x 10 g/cm? = 0.00131 g/cm’ Densidade= oiame Na divisto, determinamos o nimero de algarismos signifi tivos que devem estar presentes no resultado contando quan- tos algarismos significativos existem em cada quantidade, Ha ués algarismos significativos na resposta, que eorrespondem ‘40 ndimero de algarismos significativos nos dois nimeros que formam a raz. Observe que, nesse exemplo, seguindo as re- gras de determinagao de algarismos significativos, obtivemos ‘um resultado no qual constam apenas tr algarismos signifi- catiyos, embora as massas medidas tenham cinco deles, Bomibeamento de gs —— MN Volume: 1,05 x 103 em? Massa: 837,63 g ‘Figura 1.24 Incerteza e algarismos signitictivos ‘em uma medigao. Massa: 836.25 Para praticar: exercicio 1 (Qual dos seguintes ndmeros foi arredondado corretamente para ter t@s algarismos significativos, como mostrado nos colche- tes? (a) 12,556 [12.500], (b) 4,5671 x 10 [4,567 x 10%), (€) 3,00072 [3,001], () 0,006739 [0,00674}, (e) 5.4589 x 10° [5.459% 10°], Para praticar: exercicio 2 ‘Se a medida da massa do reeipiente do Exercicio resolvido 1.9 (Figura 1.24) tivesse ues casas decimais antes e depois do bom- bbeamento do gis, a densidad do gis podera,entlo, ser calcula dda de modo a apresentar quatro algarismos significativos?

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