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fe} 2 ATOMOS, MOLECULAS E ions Othe ao redor e observe a grande variedade de cores, texturas e outras propriedades dos matetais ue o cercam — as cores de um jrdim, a textura do tecido da sua roupa, a solubilids- cde do acicar em uma xicara de café, ou a beleza ea complexidade de um geodo, assim como ‘© representado na imagem da pagina seguinte. Como podemos explicar a variedade impressio- nante e aparentemente infinita de propriedades dos materials que compdem nosso mundo? O ‘que torna os diamantes transparentes e duros? Um cristal grande de cloreto de sédio, o sal de cozinha, se parece um pouco com um diamante, mas é frig e se dissolve facilmente na agua, que explica essas diferencas? Por que o papel quelma e a agua apaga 0 fogo? As respostas 2 todas essas perguntas estdo nas estruturas dos dtomos, que determinam as propriedades fisicas e quimicas da matéria. Embora os diferentes tipos de matéria presentes no mundo variem muito com relagao a suas propriedades, tudo é formado a partir de cerca de 100 elementos e, por isso, tudo também 6 originado a partir de cerca de 100 tipos de étomos quimicamente diferentes. De certa forma, cesses diferentes dtomos siio como as 26 letras do alfabeto, que se juntam em diferentes combi- nagGes para formar o imenso mimero de palavras de uma lingua. No entanto, que regras deter- minam as maneiras pelas quais os étomos e combinam? Como as propriedades de uma subs- Uncia se relacionam com os tipos de dtomos que a compde? O que & na verdade, umm tomo, & ‘o que faz-com que os toms de um elemento sejam diferentes dos toms de outro elemento? Neste capitulo, apresentaremos a estrutura bisica dos stomos e discutiremos a forma- Ho de moléculas e fons, oferecendo assim uma base para que a Quimica seja explor profundamente nos proximos capitulos, 2.1 | TEORIA ATOMICA DA MATERIA, Desde os primérdios, filésofos espe um sobre a natureza do “ mental do qual © mundo ¢ feito. Demécrito (460-370 a.C.) e outros antigos filssofos ‘2regos diziam que © mundo material é composto por mindsculas particulas indivisiveis, que cles chamavam de atomos ¢ Aristotel que signi indivisiveis, e a nogao “atOmica” da matéria 4quais a filosofia aristotélica dominou a cultura ocidental. ca “indivisivel”. Mais tarde, no entanto, Platao -s formularam a nocao de que, definitivamente, nao poderiam existir pa ‘ou de lado por muitos séculos, durante os O QUE VEREMOS 2.1 | Teoria atomica da matéria Comecaremos este capitulo com um breve histérico da nocao de tomo —a menor parte da materia 2.2 | Descoberta da estrutura atémica Em segui- da, estudaremos alguns dos principais experimentos que levaram a descoberta dos elétrons e a0 desenvol- vimento do modelo nuclear do étomo. 2.3 | Visio moderna da estrutura atémica Exploraremos a estrutura moderna do étomo, incluin- do as ideias de numero atémico, nimero de massa e isétopos. 2.4 | Massas atomicas Apresentaremos o conceito de ntimero atémico e como ele se relaciona com as massas de étomos especificos. 2.5| Tabela periédica Examinaremos a organizacso, da tabela periddica, na qual elementos sao dispostos em ordem crescente de niimero atémico e agrupados de acordo com similaridades quimicas. 2.6 | Moléculas e compostos moleculares Discu- tiremos os conjuntos de étornos denominados molé- culas e como esses compostos sao representados por formulas empiricas e formulas moleculares. 2.7 | fons e compostos idénicos Aprenderemos que os tomos podem ganhar ou perder eléirons para formar fons. Também abordaremos 0 uso da tabela periédica para prever as cargas dos ions e as formulas empiricas dos compostos iénicos. 2.8 | Nomeacao por nomenclatura Estudaremos © processo sistemditico utilizado para dar nome as substancias, chamado de nomenciatura, e como ela aplicada a compostos inorganicos 2.9 | Alguns compostos organicos simples Apre- sentaremos a Quimica orgénica, a Quimica do carbono CORTE TRANSVERSAL DE UM GEODO Um geodo é uma massa de matéria mineral (geralmente contendo quartzo) acumulada lentamente na parede interna de uma rocha oca e mais ou menos esférica, Eventualmente, cristas per- feitos podem se desenvolver no centro de um geodo, As suas cores dependem da composigdo que apresenta. Agu, gata se cristaizou durante a formacao do geodo. a |. Quimica: CIENCIA CENTRAL ‘A nogio de dtomo ressurgiu na Buropa durante 0 s¢- ‘culo XVI. No momento em que os quimicos aprenderam a medir a quantidade de elementos que reagiam com ou- tros para formar novas substancias, © terreno tomou-se {ctl para 0 estabelecimento de uma teoria atdmica que ligava a ideia de elemento ao étomo. Essa teoria surgiu «partir do trabalho de John Dalton, no periodo de 1803 a 1807. A teoria atémica de Dalton bascou-se em quatro postulados (ver Figura 2.1). ‘A teoria de Dalton explica vérias leis de combinagio ‘quimica que ficaram conhecidas nessa época, ineluindo lei das proporgdes constantes ~~ (Seg30 1.2)," que se baseava no postulado 4: Em um dado composto, os mimeros e 0s tipos relati- ‘vos de ftomos so constantes. Essa teoria também explica a lei de conservacio de massa, baseada no postulado 3: ‘A massa total dos materiais presentes depois de uma reagdo quimica € igual & massa total dos materiais presentes antes da reagio, Uma boa teoria explica fatos conhecidos € também prevé novos. Dalton usou sua teoria para deduzir a lei das proporcdes miiltiplas: Se dois elementos A e B sio combinados para formar ims de um composto, as diferentes massas de B que podem ser combinadas com uma dada massa de A ‘guardam entre si uma relagdo de mimeros inteiros e pequenos. Podemos ilustrar a lei das proporgdes miltiplas par- tindo do exemplo da dgua e do persxido de hidrogénio, sendo ambos constituidos pelos elementos hidrogénio oxigénio, Na formagio da agua, 8,0 g de oxigénio sto combinados com 1,0 g de hidrogénio, Na formagao do per6xido de hidrogénio, 16,0 g de oxigénio combinam- -se com 1,0 g de hidrogénio. Assim, a razio entre as massas de oxigénio por grama de hidrogénio dos dois compostos € 2:1, Usando a teoria atémica de Dalton, concluimos que 0 perdxido de hidrogénio contéin duas vvezes mais étomos de oxigénio por étomo de hidrogénio do que a égua ‘Teoria atdmica de Dalton @: 2. Tados 08 ato stomo de oxigenio 108 de so di OQO por meio de reac Feagoes quimicas, 1. Todo elemento é composto por partculas extremamente pequenas chamadas de étomos. a dado elemento si idénticns, porém os toms de entes dos étomos de todos os outros elementos 3. Os dtomos de um elemento nio podem ser convertidos em stomos de outro elemento eas; domos nio podem ser eriados ou destrufdos em oriscrio@ Q e Nitrogénio 4. Os compostos so formados quando somos de n ‘elemento se combinam; um dado composto sempre tem 0 mesmo nimero rlativo e 0s mesmos tipas de stomos, SM Elemento eee m elemento @ DQ vv is de un NO ‘Compostos 0 simbolo somelhante& wna pequena corente = que precede a rferEncia seo indica wm elo de conceit pai Figura 2.1 Teoria atémica de Dalton.” join Oston (1766-184) fho de un pobre cello ngs comazou a esinar coma dae de 2 anes, Passo a mapa de sua dae Manchest ondefopoesor ano da excl seeundria quato do ensna supra Seu grande nteresse por meteorcagjaolevou a estudar os gases, depos a Quimica e, por fm, a teaia atten, Agesar de sua crige hue, Dalton conqustou em vida una ba putas ro mo cent. * Dalton, John, “Atomic Thoory”, 1844, presenta anterior. Reflita (0 composta & contém 1,333 g de origénio por grama de car- bono, enquanto 0 compasto B contém 2,666 g de oxigénio por rama de carbon, (a) Esses dadosilustram qual lei da Quimica? (b) Se 0 composto A tem um nimero igual de dtomos de oxi- Ggénio e de carbono, o que podemos conduir sobre 2 com- pasicdo do composto 8? 2.2 | DESCOBERTA DA ESTRUTURA ATOMICA Dalton tirou suas conclusdes a respeito de stomos ‘com base em observagdes quimicas feitas em laboratério. Ao assumir a existéncia dos dtomos, ele pode explicar as Ieis das proporgdes constantes c a lei das proporgies miil- tiplas. No entanto, nem Dalton nem aqueles que vieram depois de seu trabalho ser publicado tinham qualquer evi déncia conereta da existéncia dos stomos. Hoje, porém, podemos medir as propriedades de dtomos especificos ¢ até mesmo capturar imagens deles (Figura 2.2), A medida que os cientistas desenvolveram métodos para investigar a natureza da matéria, 0 étomo, suposta- mente indivisivel, comegou a mostrar sinais de que é uma estrutura mais complexa. Hoje, sabemos que ele & com- posto de particulas subatdmicas, Antes de resumirmos faremos uma breve apresentago de algumas das prineipais deseobertas que CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS EONS | 45 Figura 2.2 Superice do silico. imagem fl dada por ume ténicachamada mkoscopi de relamento com yard, Usando um computador, carol adidonada imagem pra ajuda na ds {Gio de suas caraceristcas, Cada estera vermetha & Um atomo desc nos levaram a esse modelo. Veremos que parte do tomo composta por particulas eletricamente carregadas, algu- ‘mas com carga positiva e outras com carga negativa. Ao discutirmos o desenvolvimento do modelo atomico atwal, lembre-se de que: particulas com a mesma carga se repe- lem, enquanto particulas com cargas opostas se atraen. RAIOS CATODICOS E ELETRONS Em meados do século XIX, cientistas comegaram a cestudar a descarga elétrica em um tubo de vidro quase desprovido de ar (Figura 2.3). Quando uma alta tensio {oj aplicada aos eletrodos no tubo, produiu-se radiaga centre 0s eletrodos. Essa radiagio, chamada de raios ca- t6dicos, foi originada no eletrodo negativo (cétodo) deslocou-se para o cletrodo positive (Anodo) . Embora os raios nio pudessem ser vistos, sua presenga foi detectada, pois eles faziam certos materiais fluorescer, ou emitit luz, RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Com base na figura, como podemos deduzir que os étomos migram do cétodo para 0 &nodo? rtd ‘Os elrons se desiocam do citode negativo para © fnod postwo. Figura 2.8 Tubo de raios catadicos, ‘© tubo contém uma tela fuorescente {que mostra 0 caminho dos ras eat5dicos, 46 |. Quimica: CIENCIA CENTRAL rimentos mostraram que campos elétricos ou magnéticos causavam desvios dos rains catédicos, com- portamento condizente com 0 fato de se tratar na verdade de um fluxo de cargas eléiricas negativas. O cientista bri- tinico J. J, Thomson (1856-1940) observou que os raios ccatédicos sio iguais, independentemente da identidade do material que compée o edtodo. Em um artigo publicado em 1897, Thomson descreveu 0s raios catédicos como correntes de particulas carregadas negativamente. Neste artigo, considera-se que esta descrita « descoberta do que -ou conhecido como o elétron, ‘Thomson construiu um tubo de raios eatédicos no ‘qual 0 Anodo tinha um orificio pelo qual um feixe de elé- trons poderia passar, Placas eletricamente cartegadas & ‘um {ma foram posicionados perpendicularmente uo feixe de elétrons, e uma tela fluorescente foi colocada em uma as extremidades (Figura 2.4). O campo elétrico des- viou os raios em uma diregao, e © campo magnético, na rego oposta, Thomson ajustou as forgas dos campos de modo que os efeitos pudessem se anular, permitindo que ‘5 eléirons percorressem uma trajet6ria retilinea em dire- ‘Gio a tela, O conhecimento das Forgas resultantes nessa reta possibilitou que ele chegasse ao valor de 1,76 108 ccoulombs” por grama, para a raziio entre a carga elétrica do elétron ¢ sua massa Reflita ‘Thomson observou que os raios catbdicos produzidos no tubo se comportavam de maneira idéntica, Independentemente do metal utiizado no cdtode, A que conclusae podemos dhegar com essa observacio? Depois que a razao entre a carga e a maysa do elktron foi determinada, medir qualquer uma dessas quantida- des permitia que os cientistas calculassem a outra, Em 1909, Robert Millikan (1868-1953), da Universidade de Chicago, conseguiu medir a carga de um elétron realizan- do o experimento descrito na Figura 2.5. Ble, entéo, cal- culou a massa do eléiron, utilizando seu valor experimen- tal para a carga, 1,602 X 10 C, e a razio de Thomson centre a carga ¢ a massa do elétron, 1,76 10° Clg: 1,602 x 10" 1.16 105C/g Massa do eléiron = 9,10 x 107g Esse resultado est de acordo com 0 valor atualmen- te adotado para a massa do eléiron, que & de 9,10938 10-* g, Esse valor é cerca de 2.000 vezes menor do que 0 da massa do hidrogénio, o dtomo mais leve, RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA. Se ndo fosseaplcado nenhum campo magnetic, vocéesperara que o fee de elétrons fosse desviado para cima ou pare baixo pelo campo elétrico? (Os campos eltrico © magnética Cargas eletricamente cearregadas “Camino dos eletons Tubo desprovido de ar (O fee de edtrons nfo & desviado seas forcas dos capos elétrico e magnético © anularem perfetamente, Figura 2.4. Tubo de raios catédicos com campos elétrico e magnético perpendiculares, 0s sos catiicos (lezen) ariginam-se no citos eso aceleratos em regio ao ano, qu te uno no centr, Un fee esto de elton avavessao foe ainge a tela fuoresceme 0 coulomb (C) € a uidade do St para a carga eléuica CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS EONS | 47 RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA ‘As massas das gots de6leoseiam alterads signfcativemente por queisquerelétrons que se acumlasser sobre eas? Orificio na placa Fonte de raios X. Figura 2.5 Experimento da gota de éleo de Milikan para medir a carga do elétron,Pequenasgotas de so sto boifadas sore placaseetriament caregadas. As gots alsrvem eléons extras dvi &inaiag por aes Xe cam, Goias deseo Visio mire ot too . t Placaseleiricamente carregadas ‘asim, caregadasnegatvament,Mlikan diy caro a varacio da tnsio entre as placasaftou 2 vlcidade da queda das gots A art dsses dads, acloua carga negata ras Goas Uma vez que acaga em qualquer gota ea sempre un rmtipl into de 1,602 < 10", Nilkandedura que esse valor crespodia carga de um nico elévor, RADIOATIVIDADE Em 1896, o cientista francés Henri Becquerel (1852 -1908) descobriu que compostos de urdinio emitem espon: taneamente radiagio de alta energia. Essa emissio esponti- nea de radiagio & chamada de radioatividade. Inspirada pela descoberta de Becquerel, Marie Curie (Figura 2.6) € seu marido, Pierre, comegaram a realizar experimentos para idemtficar e isolar a fonte da radioatividade no com- post © contTuitan que eran vs diwinuy de urd. Outro estudo sobre a radioatividade, realizado pelo cientista britanico Emest Rutherford, revelou trés tipos de radiagio: alfa (a), beta (B) € gama (7). Os caminhos percorridos pelas radiagdes ee Bi so perturbados por um campo elérico, embora em diregdes opostas; a radiagdo y no & afetada pelo campo (Figura 2.7). Rutherford (1871-1937) foi uma figura muito importante nesse rfodo da ciéneia at6mica. Depois de trabalhar na Univer- sidade de Cambridge com J. J. Thomson, ele foi para a Universidade McGill, em Montreal, no Canadé, onde fez pesquisas sobre a radioatividade que o levaram a receber ‘© Prémio Nobel de Quimica em 1908, Um ano antes, em 1907, ele havia retornado & Inglaterra e se tornado mem bro do corpo docente da Universidade de Manchester, ‘onde fez seus famosos experimentos de espalhamento a particula a, descritos a seguir. Rutherford mostrou que os raios a e 8 consistem em Pparticulas que se movem rapidamente, Na verdade, as particulas B sio elétrons que se move em alta velocida- de © podem ser consideradas equivalente radioativo dos raios cat6dicos, Elas sio atrafdas por placas carregadas positivamente, As particulas a tém uma carga positiva e slo atraidas por placas negativas, Em unidades de carga do elétron, as particulas B tém carga I—e as partfculas a, ‘carga 2+. Cada particula a tem uma massa cere de 7.400 vezes maior que a de um elétron. A radiagao goma & uma io de alta energia semelhante aos raios Xs porém no é composta por particulas ¢ nio tem carga. Figura 2.6 Marie Sklodowska Curie (1867-1934), En 1903, Hew Bacquetel Mani Cure e seu mario, te, ) EXERCICIO RESOLVIDO 2.4 Como calcular a massa atémica de um elemento a partir da abundancia isotopica O cloro encontrado na natureza é constituide de 75,78% de C1 (massa atémica 34,969 una) ¢ 24,22% de Cl (massa atomica 36,966 wna). Calcule a massa atOmica do coro, SOLUGAO- Podemos calcular a massa atOmica multiplicando & abundancia de cada isstopo por sua massa atGmiea, e, em seguida, somar esses produtos, Uma vez que 75,78% = 0,7578€ 24,22% 2422, temas: Massa at®imica = (0,7578) (34,969 wma) + (0,2422) (36,966 uma Essa resposta faz sentido, uma ver que o valor da massa atOmica, que é, na verdade, a massa atOmica médi est entre as massa dos dois is6topose mais prdximo do valor de CI, ois6topo mais abundante Para praticar: exercicio 1 ‘A massa aidmiea do cobre, Cu, es listada como 63,546. Com base neste dado, qual das frases a seguir ndo éverdadeira? {@) Nem todosos cmos de cob tém o mesmo nimero de ekrons () Todos os dtomos de cobre te 29 prstons no nileo (6) 0s isétopos dominantes do Cu sio "Cu e Cu, (4) Ocobre é uma mistura de pelo menos dois isétopos (€) Onimero de elétons nos dtomos de cobee éindependente «da massa atmiea Para praticar: exercicio 2 Sao encontrados trés is6topos de silfeio na natureza: *Si (92,234), massa atémica 27,97693 uma; Si (4,68%), massa atGimica 28,97649 wma ¢*Si(3,09%), massa atémica29,97377 uma. Calcule a massa atémica do silico. © (© modo mais preciso de se determina massas at6micas 6 por meio do uso do espectrometro de massa (Figura 2.11), Uma mostra gasosa ¢ introduzida em A e bombardeada por um fluxo de eletrons de alta energia em B, As colisdes destes elétrons com ESPECTROMETRO DE MASSA 6s dtomos ou moléculas do ws produzem particulss carregadas positivamente, chamadas de “ons, que so entdo acelerados em itegdo a uma rede carregada negativamente (C). Depois que os fons passam pela rede, eles encontram duas fendas, que permi- 54 |. Quimica: CIENCIA CENTRAL {em a passagem de um estreito feixe de fons, Esse feixe passa, ent, entre os polos de um sma, que 0 desviam, em uma traje~ (ria curvilinea, Para fons com a mesma carga, a magnitude dos Ldesvios depende da massa — quanto maior for a massa do fon, menor 0 desvio. Os fons sao, assim, separados de acordo com suas massas. Com a variagio da intensidade do campo magnéti- 0 04 com o aumento da tensio na rede, o detector pode selecio- tar fons de diferentes massas, © gritico da intensidade do sinal no detector versus a massa dos fons é chamado de espectro de massa (Figara 2.12). Anélises esse espectro formecem tanto as massas dos fons que aleangam fo detector quanto suas abundncias relativas, obtidas a pati das Intensidades do sinal. Conhecer a massa atOmica ea abundincia de cada isstopo permite-nos calcular a massa atémica de um elemento, como mostra o Exercicio resotvide 2.4. Hoje, os espectrometros de massa s0 amplamente utlizados para identificar compostos quimicos e analisar misturas de subs- ‘incias. Toda e qualquer molécula que perde eléwrons pode ser quebrada, formando uma gama de fragmentos carregados po- sitivamente, O espetrémetro de massa mede as massas desses Fragmentos, produzindo uma “impressio digital” quimica da molécula © dando pistas sobre como os étomos estavamn liga ddos na molécula original. Assim, um quimico pode utilizar essa ‘éenica para determinar a estrutura molecular de um composto intetizado ou identificar um poluente no ambiente. 1s relacionados: 2.27, 238, 2.40, 2.88, 2.98, 2.99 Rede de accleragio font Sot oO Yer Deweror Filamento “Y) \ \ 3 ‘aquecido 3 3 vei Ae Feixe de z Amostre fons Fenda Z LO \ —poskives \ Feixede _—-Bombade vécua _Separaglo dos fons J. elérons com base em difeengas Mas 36 37 3 ioniranes de massa Massa atmica (una) ‘Figura 2.11 Espectrdmetro de massa tomo de Cl si intoduidos ene jonzados para {omar ions CI, que atravessam um campo magnétio0s cainhos dos fons dos dis istops de C yu cexpandiu durante 0 infcio do século XIX, foram feitas ten- tativas para encontrar padres de regularidade no comporta- ‘mento quimico, Esses esforgos culminaram no desenvolvi- mento da tabela periddica, em 1869. Teremos muito a dizer sobre esta ferramenta nos préximos capitulos, mas, por ser to importante e ttl, voce ja deve comegar a se familiarizar ‘cla, Voce vai entender rapidamente que a tabela periédica € a ferramenta mais importante que os quéicos tatilizam para organicar dados quémicos ¢ lembrar-se deles. Muitos elementos apresentam fortes semelhangas com ‘outros, Os elementos Iitio (Li), s6xio (Na) € potéssio (K) so todos metais macios e muito reativos, por exemplo. Os ‘elementos hélio (He), nednio (Ne) e argdnio (Ar), por sua i Tealivos, J4 que na tabela periddica os elementos estio dispostos em ordem erescente de nimero (omico, suas propriedades quimicas ¢ fisicas apresentam tum pado de repetigio, ou periddico. Por exemplo, cada tum dos metais macios e reativos — Iftio, s6dio e potéssio — vein imediatamente depois de um dos gases nao reati- vos — helio, nednio e argdnio, respectivamente —, como mostra a Figura 2.13, A organizagdo dos elementos em ordem crescente de rngimeto at6mico, com elementos que apresentam proprie- dados somothantes colocados n verticais, & C0 nhecida como tabela periédica (Figura 2.14). A tabela mostra o miimero atémico € © simbolo atémico de cada elemento, ¢ a massa atOmica é também muitas vezes for- necida, como neste exemplo do potissio: 19<—}— Natmero atomico K<—|— Simbolo atdmico 39,0983 «| — Massa atomica Vooé pode notar sutis variagdes entre tabelas peridi- cas de um livro para outro, ou entre a que foi apresentada na sala de aula © a que esté neste livro. Essas vasiagdes sio simplesmente uma questdo de estilo ou relacionadas a informagbes espectticas que foram incluidas ou entanto, nio ha diferengas fundamentais. As linhas horizontais da tabela periédica so cha- madas de perfodos. O primeiro periodo € composto por apenas dois elementos: hidrogénio (H) ¢ helio (He). O se undo € 0 terceiro perfodos tém oito elementos cada um, CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS & IONS RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Se F € um nao metal rativo, que outro(s) elemento(s) mostrado(s) Naimero atémico a --5 ‘bolo H ep - - | és nto seativo Gis nao reativo Metal reativo aqui voc® também espera que seam) um nao metal reativo? 2b-- ca >-- 12 ---17 -al Mg > Gis ndo reativo Met Metal reativo reativo Figuya 2.13 A organizaclo dos elementos de acordo com seu numero atomic revela um padrao periodico de propriedades ss padre a base da tabela parca, Periodos — inias horwortas. s Tlementos orgarizados em 18 1 2A Zordem crescente de niimera| [Linha em forma de ya | 2 a _atémico. -escada divide os metais 16 _17_| He ota see ear i ile Ae a2]. 7 se oe m 8p TT Na | Mg) 3 4 5 6 7 8 9 wo\ s | cl] ar “AR se eg ea es ays | 8 K | Ca/ Se | Ti| V | Cr | Mn| Fe | Co | Ni | Cu Se | Be | Kr sorbet = naa) seas | as | a =| st Dee eRe se RP LE 6 55 | 56 mM | 72 | 73 | 74 | 75 | 76 | 77 | 78 | 79 84] 85 | 86 ARIPRRR RBBB + (ES — peer es eae eal eal eae eae Fe [a [te] [oe Se [oe | ie [ie [oe | ae | oe | |e | 8 Mens ==) | Bi metatoides La | ce | pr | Na | Pm | sm | Eo Tp | Dy | Ho | Er | tm | Yb xiomens MARa5P oop or | 92 | 95 | x) 95 | 96 | 97 | 96) oo | 100 tor [on elma e Rs eels le eee Pigura 2.14 Tabela periddica dos elementos. ‘Os quarto e quinto periods contam com 18 elementos. 0 sexto perfodo tem 32 elementos, mas, para que a ta bela caiba em uma pagina, 14 deles (ntimeros atémicos 57-70) aparecem na parte inferior. O sétimo perfodo est incompleto, mas também tem 14 de seus membros em uma linha na parte inferior. As colunas verticais slo os chamados grupos. A for- ma pela qual os grupos sio classificados é de certa ma- neira arbitréria, Trés sistemas de classificagao sio de uso comum, dois dos quais sio mostrados na Figura 2.14. O conjunto de classificagao localizado na parte superior da tabela, que tém designagdes A e B, amplamente uti zado na América do Norte, Nesse esquema, algarismos romanos sio utilizados com mais frequéncia que os aré- bicos. O grupo 7A, por exemplo, & muitas vezes classi ccado como VILA. Os europeus utilizam uma convengio semelhante que numera as colunas de 1A a 8A, ¢ de IB 8B, dando assim o rétulo 7B (ou VIIB), em vez de 7A, para o grupo que comega com o fitior (F). A fim de elim nar essa confusao, a Unido Internacional de Quimica Pura € Aplicada (IUPAC) convencionou a numeragao dos gru- pos de I a 18, sem designagdes.A ou B, conforme a Figura 2.14. Usaremos a convengio norte-americana tradicional, ‘com algarismos ardbicos ¢ as letras A e B. | 55 56 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL Os elementos de um grupo geralmente apresentam similaridades nas propriedades fisicas e quimicas. Por exemplo, os “melais para cunhagem” — cobre (Cu), rata (Ag) e ouro (Aut) — fazem parte do grupo IB. Esses ‘elementos 10 menos reativos que a maioria dos metais, motivo pelo qual eles tém sido tradicionalmente utilizados ‘em todo © mundo para fazer moedas, Muitos outros grupos na tabela periddica també estio listados na Tabela 2.3, Nos Capitulos 6 & 7, veremos que os elementos de ‘um grupo tém propriedades semelhantes porque posse ‘a mesma estrutura de elétrons na periferia de seus sto- mos. No entanto, no precisamos esperar até Ii para fa zer um bom uso da tabela periddica; afinal, quimicos que ngo sabiam nada sobre elétrons desenvolveram a tabela! Podemos usé-la, assim como eles, para correlacionar os ‘comportamentos dos elementos ¢ consultar diversos da- dos quimicos. @ ‘Tabla 2.9 Nomes de alguns grupos da tabelaperiddica, Grupo Nome Elementos TA Metals aleainos UN, Rb Cs, Fr 2A Metais acalinoterosos Be, Mg, Ca, Sr Ba, Ra 6A Cakeogtrios 0,5,Se,Te, Po TA Halogtnios FCB, At 8A Gasesnobres(ou gases raros) He Ne, A Ky Xe, in O ecidigo de cor da Figura 2.14 mostra que, exceto pelo hidrogénio, todos os itens no lado esquerdo © no mneio da tabela sao elementos metalicos, ou metais. To- dos os elementos metélicos compartilham propricdades caracteristicas, como brilho e alta condutividade elétrica e térmica. Além disso, todos, exceto o merctirio (He), so sélidos & temperatura ambiente. Os metais sio separados dos elementos niio metalicos, ou no metais, por uma linha diagonal em forma de eseada, que vai do boro (B) ao astato (AN), Observe que o hidroxénio, apesar de esta do lado esquerdo da tabela, é um ndo metal, A tempe- ratura ambiente, alguns no metais so gasosos, outros sélidos, e um € liquido, Os nao metais geralmemt dife rem dos metais com relaglo 2 aparéneia (Figura 2.15) © outras propriedades fisicas. Muitos dos elementos que se enconiram préximos da linha que separa os metais dos, nao metais tem propriedades desses dois tipos de ele mentos € sdo frequentemente chamados de metaloides, Reflita O coro ¢ um halogénio (Tabela 2.3). Localize esse elemento na tabela periddica (Figura 2.14). (a) Qual &0 simbolo deste elemento? (b)_Em que periodo e em que grupo o elemento esta laalizado? (6) Qual é0 seu numero atdmico? (a) Oelemento é um metal ou um nao metal? CULT AaM 00 QUE SAO FEITAS AS MOEDAS: © cobre, a prata eo oure foram muito wilizados para fazer moe dia, as moedas n wlequado para eu combinago de metais (chamada de liga), deve ser resis corrosio, Ele tambén precisa ser forte o suficiente para resistir a0 uso e ainda ter uma consisténcia que permita a impressio ‘com precisio. Alguns metas que poderiam ser usados na produ io de boas moedas — como o manganés (Mn) — nao servem, pois dificultam a impressio, Um tereeira critéio considerado & o valor do metal utilizado na cunhagem no deve ultrapassar © valor nominal da moeda. Por exemplo, se hoje as moedas de ‘um centavo fossem feitas de cobre puro, © metal valeria mais {que uma moeda de um centavo, convidand, assin a derreter as moedas para ganhar 0 valor do metal, As moedus de um centavo atuais s2o feitas, principalmente, de zinco com revestimento de cobre, Uma das ligas tradicionais usada para a cunhas ‘uma mistura de cobre e niquel, Atualmente, apenas a moeda de 5 centavos de d6lar americano ¢ feita com essa liga, chamada {de cuproniquel, que consiste de 75% de cobre ¢ 25% de nique ‘A moeda moderna de | délar americano, muitas vezes chamada {de d6lar de prata, no contém nenhuma prata, sendo constitu’ m de mocdas Fotogafa de uma meds de 1 dala 6 sve cm Imagens de expresicertes dda de cobre (88,54), zinco (6,06), manganés (3,54) e nfquel 2,0%), Em 2007, 0 Congresso dos Estados Unidos eriow umn nova série de moedas de 1 délar que homenageia seus ex-pre- sidentes, Essas moedas nio foram bem recebidas ¢ 0 estoque delas encalhou, de modo que o secretirio do Tesouro dos EUA precisou suspender sua produgio em dezembro de 2011 CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS & IONS RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Determine duas maneiras pela quals os metais mastrados na Figura 2.15 diferem dos néo metais com relacéo a sua aparénca geal Metais Ferro (Fe) Cobre (Cu) Alumfnio (AD) vey oa my Prata (Ag) Chumbo (Pb) Ouro (Au) ‘Figura 2.15 Exemplos de metaise n3o metas. Nato ee _ i. ee (By) ps" = ° EXERC! Kop trey fiver) Como usar a tabela periédica Dos elementos B, Ca, F, He, Mge P, selecione os dois que mostram mais similardades em rlagdo as sus propriedades quimices€fsicas SOLUGRO Os elementos do mesmo grupo da bela perédica sto mals propensos a exibir propiedad semethanes. Assim, espert- fos que 0 Ca eo Mg Sejm mas precios porque et80 no ines grupo (2A, mets latino terosos Para praticar: exercicio 1 len Thantes? Para responder a esse questionamento, em qual dos ‘elementos a seguir ela deve focar sua atengio? (a) 0, (b) As, (©) Se, (@) Cr, () P 10 no metélico podem ter comportamentos seme Para praticar: exercicio 2 ‘Uma bioquimica que esté estudando as propriedades de cer- tos compostos de enxofre (S) presentes no corpo se faz a seguinte pergunta: compostos que contém residues de outro Localize 0 Na (s6dio) ¢ © Br (bromo) na tabela peridiica. Dé ‘© nimero atOmico de cada um € os classifique como metal, rmeialoide ou n8o 0 2.8 | MOLECULAS E COMPOSTOS MOLECULARES Mesmo que 0 tomo seja a menor espécie represen tativa de um elemento, apenas os gases nobres so encon: trados na natureza na forma de dtomos isolados, Grande parte da matéria & composta por moléculas ou fons, Nesta sega, analisaremos as moléculas e, na Se¢ao 2.7, 0s fons, MOLECULAS E FORMULAS QUIMICAS Virias substincias simples sio encontradas na natu- reza na forma molecular — dois ou mais étomos do mes mo tipo ligados entre si, Por exemplo, a maior parte do ‘oxigénio no ar é composto por moléculas que contém dois tomos de oxigénio. Como vimos na Segdo 1.2, represen mos esse oxigénio molecular com a formula quimica (0p (leia-se “6 dois”). O miimero subscrito indica que dois Gtomos de oxigénio estio presentes em cada molécula. Por sua vez, uma molécula composta por dois étomos & ‘chamada de motécula diatmica oxigénio também existe em outra forma molecular ‘conhecida como ozénio, Moléculas de ozdnio sio cons- tituidas por tr8s dtomos de oxigénio, cuja formula qui- mica é Os. Embora 0 oxigénio “normal” (O,) ¢ 0 0z6nio (04) sejam ambos compostos unicamente por étomos de ‘oxigénio, cles apresentam muitas propriedades fisicas ‘quimicas diferentes, Por exemplo, 0 O2 ¢ essencial para a Vida, jd 0 05 € t6xico; 0 O> & inodoro, enquanto 0 O3 tem ‘um cheiro intenso e pungente. s elementos que normalmente sio encontrados na forma de moléculas diatOmicas sio 0 hidrogénio, o oxige- nio, 6 nitrogénio e os halogénios (Hp, 3, N2, Fp, Ch, Bry 1). A excegdo do hidrogenio, os elementos que consti- tuem essas substincias simples diatmicas estio agrupa- dos no lado direito da tabela peridica. | 37 58 |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL Compostos constituides por moléculas com mais de tum tipo de dtomo so chamados de compostos molecu- lares. Uma molécula de metano, por exemplo, consiste ‘em um tomo de carbono e quatro atomos de hidrogénio €, portanto, é representado pela férmula quimica CHy. A falta de um niimero subserito no C indica um étomo de por molécula de metano, Na Figura 2.18, sio mos- tradas virias moléculas comuns de substincias simples ¢ ‘compostos. Observe como a composigiio de cada uma das substincias ¢ dada por sua formula quimica. Também é possivel notar que essas substincias so compostas ape- ws por elementos nio metilicos. Grande parte das subs- tancias moleculares que iremos encontrar contém apenas indo metais, FORMULAS MOLECULARES E EMPIRICAS As frmulas quimieas que indicam © nimero real de ‘itomos de uma molécula sdo chamadas de formulas mo- lecutares — por exemplo, as formulas na Figura 2.16 sao formulas moleculares. Ja formulas quimicas que dao ape- nas 0 ntimero relativo de dtomos de cada tipo em uma mo- Iscula s2o chamadas de frmulas empfrieas. Os nimeros subscritos em uma formula empirica sao sempre as meno- res razes possiveis de niimeros inteiros. A formula mole ‘cular para o perdxido de hidrogénio & 30>, por exemplo, cenquanto a férmula empirica desse composto HO. A f6r- ‘mula molecular do etileno & CoHg, e a formula empfrica € CH, Para muitas substincias, as formulas molecular € ‘empirica slo idénticas, como no caso da digua, H,0. ‘Sempre que conhecemos a frmula molecular de um ‘composto, podemos determinar sua formula empfrica, No centanto, © contririo nao & verdadeiro, Se conhecermos apenas a formula empirica de uma substincia, no po- deremos determinar sua formula molecular, a menos que ajam disponibilizadar mair informager. Eto, por que EXERCICIO RESOLVIDO 2.6 6s quimicos se preocupam com as formulas empiricas? Como veremos no Capitulo 3, certos métodos comuns de andlise de substineias conduzem somente & férmula empirica. Uma vez que a formula empirica é eonecida, experimentos adicionais podem fornecer a informagio necesséria para converter a formula empirica em molecu- lar, Alm disso, hé substncias que néo existem como mo- Iculas isoladas. Quando lidamos com essas substinc temos de confiar nas formulas empiricas ® @ Agua, HO Perdido de hidrogénio, HO, Mondxido de ‘earbono, CO Di6xido de carbono, COy o®@ Metno,CH, —_Bileno, CsHy Figura 2.18 Modelos moleculares. Observe como as fmulas quinics foe rele mpl ewagpniom ec rma Como relacionar férmulas moleculares e empiricas Escreva as fOrmulas empiricas para (a) glicos, substincia também conhcida como dextrose — formula molecular Cet:04 (b) 6xido nitroso, substine: utlizada como anestésico e popularmente chamada de “gas do riso” — formula molecular N:0. SOLUGAO. (a) Os nsimeros subscrtos de uma férmula empirica sio menotes razies de nimeros intiros. As menores razbes so obtidas por meio da divisio de cada niimero subscrito pelo maior fator com: ‘assim, a féemula empirica resultante da glicose & CHO. Uma vez que 0s nimeros subscritos em N30 jé so os nimierosinteitos mais baixos, a formula empirica para 0 ‘xido nitroso ¢ igual a sua férmula molecular, N2O. nesse caso, 0 niimero 6, Sendo b) Para praticar: exercicio 1 Quais so as f6rmulas molecular e empirica dessas substin- cas? (a) C03, COs, (b) C40, CO, (€) CO2, CO», (@) C403, ).(€} C20, CO;, Para praticar: exercicio 2 0 didxido de tetrcarhono & um didxido de carbono instivel, {que apresenta a seguinte estrutura molecular Determine a formula empirica do decaborano, cuja formula molecular é B gHis Reflita Considere as quatro seguintes formulas: SO, BH, CH, CHO. Qual dessas pode ser (a) somente uma férmula empirica, (b) Somente uma formula molecular, (€) uma formula molecular ou uma férmula empirica? REPRESENTANDO MOLECULAS A formula molecular de uma substincia resume sua ccomposigo, mas nio mostra a forma como os dtomos es- {Go ligados na molécula. Uma férmula estratural apre~ senta quais dtomos estao ligados entre si, como nos exem- plos a seguir: H i PX 7 noun H Agua Peréxido de hidrogénio— Metano 5 ditomos sao representados por seus simbolos qui- micos, e as linhas so usadas para indicar as ligagdes que Uma formula estrutural geralmente nio desereve @ geometria real da molécula, isto é, os Angulos reais das ligagoes entre os étomos. A formula estrutural pode ser descrita como um desenho em perspectiva (Figura 2.12) para representar a forma tridimensional. Os cientistas também contam com véirios modelos para ajudi-los a visualizar as moléculas, Os modelos de bola e vareta mostram dtomos como esferas e ligagdes como varetas, Esse tipo de modelo tem a vantagem de representar com preciso os Angulos das ligagdes entre os itomos em uma molécula (Figura 2.17). Por vezes, os simbolos quimicos dos elementos sio colocados sobrepostos as bolas, mas frequentemente os ‘itomos sao identificados simplesmen- te por cores, Reflita Responda com base na formula estrutural do etano: H It a HOH (a) Qual a formula molecular do etano? (b) Qual &a formula empirca do etano? (©) Que tipo de modelo molecular mostraria mais claramente (0 nguios de ligagdo entre os étomos? CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS EONS | 59 Um modelo de preenchimento espacial representa como seria uma molécula na qual os étomos tivessem seu tamanho ampliado (Figura 2.17), Esse modelo mos tra 0s tamanhos relatives dos dtomos, embora os angulos de ligagdo entre eles, os quais ajudariam a definir sua ‘geometria molecular, so muitas vezes mais dificeis de serem visualizados nesse modelo do que no modelo de bola e vareta, Tal como no modelo anterior, as identida- des dos étomos so indicadas por uma determinada cor, mas eles também podem ser marcados com 0 sfmbolo do elemento, RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Qual modelo mostra de maneira mais eficaz 0s anguios entre as ligacées fitas por um étoma central, ode bola evareta ou 0 de preenchimento espacial? CHy Férmula molecular i ia a ida Sy) rman | omer a estratural ligagao em que os representa una Atoms esta0 no ligagdio em que ental da ig. Desenho em perspectiva Modelo de bola e vareta Modelo de preenchimento espacial Figura 2.11 Representagbes diferentes da molécula de metano CH) Fora esta, desenho em perspec, modelo dela evareta,€ ola de preenchimento espacial, 60 |. Quimica: CIENCIA CENTRAL 2.7 | {ONS E COMPOSTOS IONICOS O miicleo de um étomo ndo pode seralterado por meio de processos quimicos, mas alguns stomos podem facil- mente ganhar ou perder eléirons. Se os elétrons so remo~ vidos on adicionados a um ‘tomo, forma-se uma particula ccarregada, chamada fon. Um fon com carga positiva & um ction; um fon carregado negativamente & um dnion. Para ver como fons sio formados, considere o tomo de sédio, que tem 11 prétons e IT elétrons. Esse étomo perde facilmente um egtron. O cétion resultante em 11 protons € 10 elstrons,o que significa que ele tem carga liguida de 1+: Up: He PS a Ie <= leon ‘tomo de Na fon Na ‘A carga liquida de um fon é representada por um nii- mero sobrescrito. Os sinais de +, 2+ € 34, por exemplo, representam a carga Iiquida resultante da perda de um, dk € trés elétrons, respectivamente. Os sinais sobrescritos =, 2-e 3 representam cargas liquidas resultantes do ganho de um, dois ¢ ts elétrons, respectivamente, Por exemplo, ‘ocloro, com 17 protons ¢ 17 elétrons, pode ganhar um elé- tonem 8, produzindo 0 on CT 7p Me Tp" Ie i letron ‘tomo de C1 ch Em geral, os diomos de metal tendem a perder elé- trons pare formar cétions, ediomos de ndo metal endem 4 ganhar elétrons para formar dnions. Assim, compostos ‘nicos costumam ser metais ligados a ndo metas, como o NaC Alm dos fons simples, como Na* e CI, existem os fons poliatémicos, como NH," (ion aménio) e SO,” (fon sulfato), 0s quais consistem em étomos ligados como em uma molécula, mas que carregam uma carga liguida po- sitiva ou negativa, Os fons poliatmicos sero discutidos, na Segio 2.8 E importante perceber que as propriedades quimicas, dos fons so muito diferentes das propriedades quimi- cas dos stomos dos quais 0s fons derivam, A adigio ou 4 remogio de um ou mais elétrons produz uma espécie arregada com comportamento bastante diferente do seu {tomo ou grupo de dtomos associados. COMO PREVER CARGAS IONICAS Como pode ser visto na Tabela 2.3, 08 elementos do grupo 8A sio chamados de gases nobres, representando elementos quimicamente nio reativos e que formam pou cos compostos. Muitos dtomos ganham ou perdem elé= trons para acabar com o mesmo mimero de elétrons que © xs nobre mais préximo deles na tabela periddica, Pode: mos deduzir que 0s dtomos tendem a adquirir as configu- rages eletrOnicas dos gases nobres porque elas sio muito estiveis. Elementos préximos podem obter essas mesmas configuragdes estaveis perdendo ou ganhando ekirons. Por exemplo, a perda de um elétron de um tomo de s6dio deixa-o com 0 mesmo niimero de etrons que un tomo de nednio (10), Da mesma forma, quando o cloro ganha tum elétron, ee fica com 18 elétrons, o mesmo niinero de Como escrever simbolos quimicos para ions Dé o sfmbolo quimico, incluindo sobrescrits para indicaro ndmero de masa, para (a) 0 fon com 22 prtons, 26 néutons e 19, eléons; (b) 0 fon de enxofre, que tem 16 néutrons¢ 18 eetrons. SOLUGAO. (a) © niimero de protons ¢ o niimero atimico do elemento A tabela periddica ou uma lista com 0s elementos indica que o elemento de nimero atdmico 22 € 0 titinio (Ti). 0 nimero de massa (protons + néutrons) desse is6topo de Utdnio € 22 + 26 = 48, Uma vex que 0 fon tem us prd- tonsa mais que elgions, ele tem uma carga iguida de 3+ ce édesignado "1", A tabela periddica mostra que o enxofie (S) tem ntimero ‘atGmico 16, Assim, cada étomo ou fon de enxotre con- {gm 16 protons. Sabemos que o fon também tem 16 néu- trons, significando que © mimero de massa € 16 + I 32, Como 0 fon tem 16 protons e 18 elétrons, sua carga Tiguida ¢ 2~ eo simbolo do fon ¢ 5? ) Em geral, vamos nos concentrar nas eargas Ifquidas dos fons e ignorar seus miimeros de massa, a menos que as cireunstincias imponham que especitiquemos um deter- minado is6topo. Para praticar: exercicio 1 Em qual dos seguntes elementos © ndmero de prdtons€ enor gue © nimero de eltrons? (a) Tb PP (€) Mn, () Sey? (oce® Para praticar: exercicio 2 ‘Quantos protons, néutrons ¢ eléirons tem o fon Se? elétrons do argOnio, Essa simples observagio sera til de agora em diante para explicar a formacao dos fons. No Ca- pitulo 8, veremos uma explicagio mais detalhada, quando dliscutiremos as ligagbes quimicas A tabela peridédica € muito stil para consultar ear _zas idnicas, especialmente de elementos & esquerda e dircita da tabela. Como mostra a Figura 2.18, as ca {gas desses fons se relacionam de maneira simples com EXERCICIO Como prever a carga iénica FFaga uma previsio da carga esperada para o fon mais estivel de bitio e para 0 fon CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS EONS | 61 suas posigdes na tabela periédica: os elementos do grupo 1A (inetais alcalinos) formam fons 1+ os elementos do grupo 2A (alcalino-terrosos) formam jons 2+, os elemen- tos do grupo 7A (halogénios) formam fons I~, ¢ 0s ele- mentos do grupo 6A formam fons 2~. Como observado no Para praticar: exercicio I do Exerctcio resolvido 2.8, muitos dos elementos de outros grupos ndo obedecem a ‘essas regras simples, estavel de oxigenio. SOLUGAO Vamos considerar que 0 bitio e oxigénio formem fons com © mesmo niimero de elétrons que o stomo do ss no- bre mais préximo deles na tabela periddica, Consultando & tabela, vemos que o bario tem mimero atémico 56, Neste caso, gas nobre mais préximo é 0 xendnio, de mimero at0- mieo 54, 0 birio pode adquitir uma configuragdo eletrénica estével de 54 elétrons ao perder dois eléirons, formando © cation Ba? 340 oxigénio tem niimero atdmico 8, O gis nobre mais prbxi- ‘mo 0 nednio, de nimeroat6mico 10, O oxigen pode adgui- rir essa configuragioeletinica estivel ganhando dois elétons assim, formar 0 inion O° Embora seja dtl saber que muitos fons possuem a coafiguragio ‘letrdnica de um gis nobre, muitos elementos, especialmente ‘0s metas, formam fons que no tém a configuragio eletnica de um gs nobre, Use a tabela peridiea da Figura 2.14 para ‘determinar quais dos seguintes fons tém configuragao eletnica ‘de.um gis nobre e quais no tém essa mesma configuragio. Para ‘aqueles que apresentam, indique a configuragio de gas nobre ‘conrespondente: (a) TH”. (b) Mn**,(e) Pb**,(@) Te™. (€) Zn. FFaga uma previsio da carga esperada para 0 fon mais estivel de (a) alumsnio e (b) for RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Os fons mais comuns para a prata, 0 zinco e 0 escéndio sao Ag’, Zn2* e Sc?*. Voce colocaria esses fons em quais posicbes da tabela a seauit? Qual desses ions tem o mesmo nlmero de elétrons de um ods nobre? la TA8A aa 4a sa oa[It]9 Ne lar sfo|* x [oe] Ise far] 8 [50 on é fn 5 Figura 2.18 Cargas previstas de alguns fons comuns. serve que inh vemelha {ue die metas de ndo metas também separa cits de anions. © hcrogeio fms tanto Tons + quanto fons 1 COMPOSTOS IONICOS ‘Uma grande parte da atividade quimica envolve a transferéncia de elétrons de uma substancia para outra, A Figura 2.19 mostra que, quando 0 sédio elemen- tar reage com 0 cloro elementar, um eléiron passa de uum tomo de s6dio para um tomo de cloro, formando © fon Nat e 0 fon CI, Uma vez, que objetos de car- gas opostas se atraem, os fons Na* e CI” se ligam para formar 0 composto cloreto de sédio (NaC), mais co- nhecido como sal de cozinha, que é um exemplo de composto idnico, ou seja, um composto formado por citions e dnio e |. Quimica: a CIENCIA CENTRAL g He tomo de Na pt Perde um 118 elgiron 7p: Ite Ganka um elétron Atomo de C1 fon Cl ‘Figura 2.19 Formagdo de um compostoionico.tasfrénci de um elétron de um atone de Na para um dtm de Cle @ formagio deum on Nat eum fon CI ses ions so dspostos em rede na cre de sii sie, NaC Poddemos dizer se um composto ¢ idnico (formado por fons) ou molecular (formado por mokéculas) com base em sua composicdo. Em geral, os cétions si fons de met € 05 dnions sio fons de nao metais. Consequentemente, ‘os compostos ibnicos, como © NaCl, costumam ser com= binagdes de metais ¢ ndo metais. Em contrapartida, 0s compostos moleculares sao geralmente formados apenas por nao metais, como em H;0. Como identificar compostos iénicos e moleculares Qual destes compostos voed espera que sejam idnicos: N;O, NajO, CaCl, SF,? SOLUGAO| Consideramos © Na:0 € © CaCl; compostos inicos porque io compostos por um metal combinado com um no metal Consideramos 0 N:0 e 0 SF, eompostos moleculares, pois si compostos apenas por ndo metas Para praticar: exercicio 1 Quais destes compostos so moleculares: CBry, FeS, PiOy, PFS? Os fons em compostos idnicos estao dispostos em cestruturas tridimensionais, como no caso do NaCl, mos- trado na Figura 2,19. Uma ver que nfo ha nenhuma “mo- Ieula” isolada de NaCl, podemos escrever apenas a fér- mula empfrica dessa substincia. Isso se aplica & maioria «dos compostos idnicos. Podemos escrever a férmula empirica de um compos- to idnico se soubermos as cargas dos fons. Uma vez que ‘0s compostos quimicos sio eletricamente neutros, os fons «de um composto idnico sempre ocorrem em uma propor ‘io tal que a carga total positiva ¢ igual A carga total ne- ¢gativa, Assim, hd um Nat para um Cl” no NaCl, um Ba?" para dois CI” no BaClp, e assim por diante, Considerando esses e outros exemplos, voce pode ver ‘que, se as cargas do cftion e do Anion sio iguais, o ni mero subserito em cada fon é 1. Se as cargas diferirem, Para praticar: exercicio 2 Explique por que as seguintesafrmagoes esto sempre covets (a) Todo composto de Rb com um nio metal ¢ idnico. (b) Todo composto de nitogénio com um halo é molecule (©) composto MeKra ni existe (€) O Nac o K sio muitos semelhantes nos compostes que formam com no metas (€) Em um compost idnico,o iio (Ca) estar na forma de um fon de carga dupla, Ca carga de um fon (sem sinal) serd 0 mimeto subserito do outro fon, Por exemplo, 0 composta idnico formado a partir de Mg (que forma fons Mg") e N (que forma fons N* é Mg Mg Reflita Com base na formula de uma substancia, vocé pode deterrinar se ela 6 idnica ou molecular na natureza? Por qué? t ETc ND ELEMENTOS QUIMICOS NECESSARIOS PARA ORGANISMOS VIVOS ‘Os elementos essenciais para a vida estio destacadlos em cores ha Figura 2.20. Mais de 97% da massa da maioria dos orga- nismos ¢ constituida de apenas seis desses elementos — oxig@- nio, earbono, hidrogénio, nitrogtnio, 6sloro e enxofre. A éaua 6 composto mais comum nos organisimos vivos, responsavel por, pelo menos, 70% da massa da maioria das eshulas. J nos ‘componentes sslidos das estulas, 0 carbono ¢ o elemento mais predominante em massa. Os stomos de carbono so encontra- dos em uma grande variedade de moléculas orgnicas, ligadas 2 ‘outros étomos de carbono ow a étomos de elementos diferentes, ‘Todas as proteinas, por exemplo, contém o seguinte grupo car- banico que se repete nas moléeulas, ns @.. ti] Be CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS EONS | 63 RE um tomo de H ov uma combinagio de sto- J mos, como CH Asm disso, 23 outros elementos so encontra- | dos em vitios organismos vivos. Cinco so fons necessitios em tx os organismos: Ca? Mg", K* ¢ Na’, Os fons efleo, por exemplo, so necessrios para a formago dos ossos ea transmissio de si- nais no sistema nervoso, Muitos outros elementos sionecessérios ‘em quantidades bem pequenas e so chamados de olfgoelemen- tus, Por exemplo, tragos de cobre sio necessirios ra dicta dos setes hummanos para auxiliar na sintese de hemoglobia. Exercicio relacionado: 2102 3A 4A 5A 64 7A|He| NalMel 35 4B sp op 78/39 K [ea] se] i Rb] Sr] Y HH 05 scis clementos ssencias mais abundantes ‘Figura 2.20 Elementos essenciais vida [outros cinco ciementos essencias mais abundantes Ei Elementos necessérios apenas em quantidades teago" ® Cy songer) Como util ar carga iénica para escrever férmulas empiricas de compostos iénicos Esereya a formula empirica do composto formado pelos fons (a) AL" € Cr, (b) Al** € O° -€ (€) Mg** © NO} . soni, (a) ‘Tis ons CI” sio necessérios para anular a carga de um fon AF, assim a formula empirica € AIC (b) ois fons AI** sio necessérios para equiibrar a carga de tnés fons O. Uma razio 2:3 6necessétia para que a carga Posiiva total de 6+ seja anulada pela carga negativa total de 6-. A formula empirica € 03 (6) Dois fons NOs” so necessérios para equiibrar a carga de tum Mg**, produzindo 0 Mg(NOj)>. Observe que a fér- mula para o fon politmico, NO; , deve ser colocada en- tne parénteses, de modo que fique claro que © 2subscrito aplica-se a todos os stomos do fon. Para praticar: exercicio 1 Para os seguintes compostos inicos formados com S*, qual ‘a f6rmula empirica para o fon postivo envolvido? (a) Mn, (b) FeaSs,(€) MoS, () KS, (€) AgsS. Para praticar: exercicio 2 Bscreva a formula empirica para © composte formado por (a) Nat e PO,™, (b) Zn** © SO,*, (€) Fe! e COs, 2.8 | NOMEACAO POR NOMENCLATURA Os nomes e as formulas quimicas de compostos sto ‘© vocabulirio essencial da Quimica. sistema utilizado para nomear substincias ¢ chamado de momenclatura quimiea, 0 termo nomenclatura deriva das palavras lati- nas nomen (nome) e calare (chamar). Hé mais de 50 milhdes de substincias quimicas conhecidas. Nomear cada uma delas seria uma tarefa cextremamente complicada se cada um ti independente de todas as outras, Muit N- do RT: Quumtdadestago so quantidads extemamente poquenas detectaas em certo ambiente ou amesta, da ordem de micrograms po ito ct |. Quimica: CIENCIA CENTRAL importantes conhecidas ha tempos, como a égua (H30) € a amOnia (NHa). tém nomes tradicionais (chamados de ‘nomes comuns), Para.a maioria das substancias, no entanto, ‘contamos com wm conjunto de regras que determinam wm nome informative e exclusivo para cada uma delas e que ‘expressam, por sua vez, a composigio da substincia. ‘As regras para a nomenclatura quimica sio baseadas na divisio das substincias em categorias. A principal di- visio € entre compostos orginicos ¢ inorgiinicos. Com- postos orgénicos geralmente contém carbono € hidrogé- nio em combinagio com oxigénio, nitrogénio ou outros elementos, Todos 08 outros sio compostes inorgdnicos. Quimicos do passado associavam compostos orginicos @ plantas e animais, e compostos inorganicos & matéria nao viva do mundo, Embora essa distinggo nao seja mais per. tinente, a divisao dos compostos em orginicos e inorgani- ‘cos continua sendo itil, Nesta segao, vamos aprender as regras basicas para nomear trés eategorias de compostos inorganicos: compostos iénicos, compostos moleculares © dcidos. RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Quais propriedades das duas substancias, apresentadas na Fi- ura 2.21, que diferem: fisicas ou quimicas? ith, —_—— ‘Figura 2.21 lons diferentes do mesmo ele- mento tem propriedades diferentes. nbes 2 substanelas mostadass80 composts de fro. A substinca & esquerda & 0 FeyOs, que contin ‘ons Fed" ee. sbstincia a deta 60Fe:0,, que con- ter ions Fe NOMES E FORMULAS DE COMPOSTOS. IONICOS Como jd vimos na Segio 2.7, compostos idnicos ge- ralmente consistem em fons de um metal combinados ‘com fons dle um ndo metal. Os metais formam os eétions € os no metais, 0s Anions. 1. Cations a. Cations formados a partir de dtomos de metal tam o mesmo nome que 0 metal: AP* jon aluminio Na* fon sédio Zn? fon zinco b. eum metal formar edtions com diferentes carga 4 carga positiva seré indicada por um algarisimo ‘amano enure parénteses apés o nome do metal: Fel ion fel uP fon cbr Fe fon feral) Cu? ion bret) Os fons do mesmo elemento que tém cargas diferentes apresentam propriedades e cores diferentes (Figura 2.21), A maioria dos metais que formam eétions com car gas diferentes si0 metais de transigdo, elementos locali zados no meio da tabela perisclica, do grupo 3B a0 grupo 2B (tal como indicado na tabela periddica na contracapa ial deste livro). Os metais que formam apenas um ction (somente uma carga possivel) so 0s dos grupos 1A € 2A, assim como o Al** (grupo 3A), ¢ dois fons de metais de transigio: Ag” (grupo IB) e Zn?* (grupo 2B). As cargas no so expressas quando nomeamos esses fons. No entanto, se voeé no tiver certera de que um metal forma mais de um eétion, use um numeral romano para indicar a carga. Um método mais antigo, porém ainda amplamente utilizado para distinguir fons de um metal com catgas diferentes, emprega as terminagies -0s0 e -ico junto & raiz do nome latino do elemento re Fe cur cu fon aiprico jon feroso fon aupros0 fon férico Embora esses nomes mais antigos sejam raramente utilizados neste livro, vocé pode encontri-los em outras: publicagies. ¢. Cations formados a partir de dtomos de nao me- tais tém nomes que terminam em ~io: NHa? lon amdnio 10" _fonhidénio Eyses dois fons so 0s tinicos desse tipo que vamos encontrar com frequéncia neste livr. (Os nomes e as formulas de alguns cétions comuns sio mostrados na Tabela 2.4 ¢ na contracapa final do livro, Os do lado esquerdo da Tabela 2.4 s20 0s fons monoatomicos, que no tem mais do que uma carga possfvel. Os do lado direito sio cations poliatomicos ou tions com mais de uma carga possfvel. O fon Hg)" € incomum porque, mesmo sendo um fon de metal, no é monatomico, Ble é chamado de fon meretirio(1), porque pode ser considerado dois fons Hg" ligados, Os ciitions que voce encontraré com mais frequéncie neste livro aparecem em negrito, sendo os mais importantes para voe8 aprender primeiro, ‘Tabela 2.4 Cations comuns* CAPITULO 2 ATOMOS, MOLECULAS EONS | 65 Carga Formula Nome Formula Nome 1 " fon hidrogénio Nay fonaménio uw fon tio at ion cobret) ou cuproso Nat jon sédio « fon potéssio cs lon eésio Ag’ fon prata prs Mg? fon magnésio Co ion cobalttt) car fon calcio Ga? fon cobre(t) ou caprico se ion estronco Fe jon ferro(t ou ferroso Batt lon bio Mn? fon manganésth ant fon zinco Haz!* ion merci! ou mercuroso cae jon cécmio Hg? ion mercirio(t) ou mercirico Ne fon nique) Po? fon chumbo(i) Sn* ion estanhot) e ap fon aluminio ion cromott) Fe jon ferro(t) ou férrico "rem ake oe Oks eo enrages pw Reflita (a) (b) tert of Por que para nomear 0 CrO usamos um nimero romano, txido de cromatl), e para nomear 0 CaO, éxido de cdlcio, no usamos um nimero romano? 0 que a terminac3o -io, do aménio, informa sobre a com- posicio do ion? Anions a. Os nomes dos dnions monoatdmicos so forma- dos ao substituir 0 final do nome do elemento pelo sufixo -eto ou -ido: ionhidieto 0 fon oxido fon nitreto Alguns anions poliat6micos também t&m nomes que iam com -et0 ou -ido: (on hidroxido CN" foncaneto 0; fon peroxido b. Anions poliatdmicos que contém oxigénio tém rnomes terminados em ato ou ito e so chamados de oxidnions. O sufixo -ato € utilizado para 0 oxi- Anion mats comum ou mais representative de um elemento, ¢ 0 sufixo -ito € uilizado para os oxid- nions que tém a mesma carga mas wn étomo de O a menos: Fon nitrato - Os Noy 30, fon salto NOs” fonnitito $03? _fonsulfito prefixos sto usados quando a série de oxidinions de tum elemento se estende a quatro membros, como ccorre com ‘08 halogénios. O prefixo per- indica um stomo a mais de O {que 0 oxidnion terminado em -ato; 6.0 sufixo hipo- indica tum étomo de O a menos que 0 oxifinion terminado em ~to: doy" ion perclorato (um &tomo de O a mais que o orato) los doy do" fon dorato ion dorito (um stomo de O 2 menos que o crato) ion hipocotito (um Stomo de 0 a menos que o clorito) Essas regras estio resumidas na Figura 2.22. 66 |. Quimica: CIENCIA CENTRAL RESOLVA COM AJUDA DA FIGURA Nomeie o anion obtido a partir da remo¢o de um tomo de oxigénio do ion perbromato, BrO,". Anion simples ‘Atomo +0 Oxifinions Oxiinion comum, ‘ou representativo Figura 2.22 Procedimento para nomear anions 4 primeira parte do nome d elements, como “ce” paso vo, 0 “sil para. emote, nai nas espags em banca Reflita Quais inforragées sdo transmitidas peas terminagGes eto, ato «ito no nome de um Bnion? A Figura 2.23 pode ajudé-lo a lembrar da carga e do mimero de sitomos de oxigénio em virios oxidnions, Observe que 0 C € 0 N, ambos elementos do segundo perfodo, tém apenas ts stomos de O cada, engunto os elementos do terceiro periodo, P, S e Cl, tém quatro ito- mos de O cada, Comegando pelo canto inferior direito da Figura 2.23, observe que a carga idnica aumenta dadireita para a esquerda, indo de I=, no caso do ClO,” pera 3 no caso do PO,*”. No segundo perfodo, as cargas tam- bbém aumentam da direita para a esquerda, indo de I~, no caso do NOy para 2~, no caso do COs? . Observe tam- bém que, embora 0 nome de cada Anion apresentado na Grupo 4 Grupo 5A, Grupo 6A, Grupo 7A ae Segundo perodo| 44, OOF, Nay aumeriam ca fon carbonato | fon nitrato direita pare & : POF SOF Cio; aque. Temes peso fon fostato fon sulfato | fon perelorato ‘Piiximo de quatro ftomos de O no terceir period. Figura 2.23 Oxldnions comuns. A compescio eas cargas dos exons comuns esto tlaionadas 8 locallago dls na tabla price, Pion giyer Ree ‘Como determinar a formula de um oxianion a partir do seu nome Com base na férmula do fon sulfato, determine « rmula do (a) selénio estdo ambos no grupo 6A ¢ formam oxiinions anlogos, 1 selenato ¢ (b) fon selenito, Vale lembrar que o enxofie e © SOLUGAO (a) A formula do fon sulfato € $0.2. O fon selenato ¢ andlo- ‘go ale e, portanto, sua formula é SeO,2”. (b) A terminago-ito indica um oxidnion com a mesma car 24 mas um domo de O a menos que o oxinion cores- ondent,cijo nome termina em aro. Asim, a frmula ‘para o fon selenito é Se? exercicio 1 ions recebeu um nome incorret? ( C1O}*,clorato, (b) 104°, periodato,(¢) SO; sufito (d) 10", iodato, (¢) Se, setenato. Para praticar: exercicio 2 A iérmula do fon bromato € andloga 3 férmula do fon clorato. Sendo assim, esereva a férmula dos fons hipobromito e bromito

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