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Artigo Revisão de Literatura
Artigo Revisão de Literatura
RESUMO
A extração cirúrgica do terceiro molar é um procedimento que, embora bastante frequente, é considerado invasivo
e é frequentemente realizado em indivíduos jovens e saudáveis, muitas vezes inexperientes em cirurgias desse
tipo. Além disso, os terceiros molares têm o potencial de causar complicações e afetar a saúde bucal, o que justifica
a recomendação para a sua extração. (Queiroz RR; 2001). Qualidade de vida é um conceito multidimensional -
biopsicossocial - e os instrumentos usados para medi-la - fundamentalmente baseados em questionários -
experimentaram importantes desenvolvimentos metodológicos na última década ( Colorado-Bonnin M,
Valmaseda-Castellón E, Berini-Aytés L, Gay-Escoda C., 2006). Alguns cuidados, um planejamento pré-operatório
meticuloso e a habilidade do cirurgião dentista são essenciais para reduzir a ocorrência de acidentes e complicações
durante ou após o procedimento. Os acidentes e complicações mais comuns são: hemorragias; alveolites; dor;
edema e trismo; injúria ao nervo alveolar inferior; infecções abrangendo espaços fasciais; injúrias em dentes
adjacentes; fratura óssea da tuberosidade maxilar e/ou da mandíbula; comunicações bucossinusais; problemas
periodontais em dentes adjacentes, e deslocamento de dentes para regiões anatômicas nobres (Oliveira LB,
Schmidt DB, Assis AF, Gabrielli MAC, Hochuli-Vieira E, Pereira Filho VA., 2006).
ABSTRACT
Surgical extraction of the third molar is a procedure that, although quite common, is considered invasive and is
often performed on young, healthy individuals, who are often inexperienced in surgeries of this type. Furthermore,
third molars have the potential to cause complications and affect oral health, which justifies the recommendation
for their extraction. (Queiroz RR; 2001). Quality of life is a multidimensional concept - biopsychosocial - and the
instruments used to measure it - fundamentally based on questionnaires - have experienced important
methodological developments in the last decade ( Colorado-Bonnin M, Valmaseda-Castellón E, Berini-Aytés L,
Gay-Escoda C., 2006). Some care, meticulous pre-operative planning and the skill of the dentist are essential to
reduce the occurrence of accidents and complications during or after the procedure. The most common accidents
and complications are: hemorrhages; alveolitis; pain; edema and trismus; injury to the inferior alveolar nerve;
infections spanning fascial spaces; injuries to adjacent teeth; bone fracture of the maxillary tuberosity and/or
mandible; oral communications; periodontal problems in adjacent teeth, and displacement of teeth to prime
anatomical regions (Oliveira LB, Schmidt DB, Assis AF, Gabrielli MAC, Hochuli-Vieira E, Pereira Filho VA.,
2006).
1. INTRODUÇÃO
Os terceiros molares costumam irromper posteriormente em relação aos outros dentes,
normalmente entre os 17 e 26 anos de idade. Sendo os últimos a surgir, podem encontrar
restrições ou obstáculos em seu espaço de erupção, o que aumenta a probabilidade de
desenvolver uma anomalia de erupção (GLÓRIA, et al., 2018). A extração cirúrgica de um
dente impactado é um procedimento rotineiro na odontologia, especialmente quando se trata
dos terceiros molares (ALVES-FILHO, et al., 2019).
É de suma importância realizar um planejamento cirúrgico detalhado, com base em uma
avaliação clínica, física e radiográfica quando se considera a extração do terceiro molar. A
análise de radiografias panorâmicas ou tomografias computadorizadas permite a determinação
do grau de complexidade e a classificação do elemento dentário (FERRAZ, et al., 2019). As
razões para a indicação da extração podem abranger diversos fatores, tais como necessidades
ortodônticas, extensa cárie dentária, reabsorção radicular, lesões no nervo alveolar inferior,
pericoronarite, problemas periodontais, necessidade de reabilitação protética, presença de
dentes impactados, ocorrência de cistos e/ou tumores, ou mesmo fins profiláticos.
Assim, a classificação dos terceiros molares impactados é determinada com base na
quantidade de osso que os cobre no ramo mandibular e na profundidade em que estão
localizados em relação à altura do segundo molar adjacente (Teixeira, et al., 2018). Os terceiros
molares também podem apresentar diferentes posições, incluindo vertical, mesio-angular,
disto-angular, horizontal, invertida, bem como posições em língua-versão ou vestíbulo-versão
(Winter, 1926). Acidentes e complicações podem surgir tanto durante a cirurgia quanto após o
procedimento (SAYED, et al., 2019).
As complicações mais frequentemente associadas à extração do terceiro molar incluem
parestesia, cavidade seca, infecção, hemorragia e trismo. Além disso, podem ocorrer danos
iatrogênicos ao segundo molar adjacente e fratura mandibular iatrogênica (SANTOCH, 2015).
A extração do terceiro molar oferece uma série de vantagens, que incluem a prevenção de cárie
e doença periodontal, o alívio da dor, a facilitação da realização da cirurgia, e a prevenção de
situações patológicas, bem como da reabsorção radicular do segundo molar (LEE et al., 2015).
2. OBJETIVO
O objetivo desta revisão de literatura é analisar de forma abrangente os acidentes e
complicações que podem ocorrer durante e após a exodontia dos terceiros molares.
Pretendemos avaliar e sintetizar as principais descobertas e conclusões de estudos anteriores
relacionados a esse tópico, proporcionando uma visão detalhada das complicações
frequentemente encontradas nesse procedimento cirúrgico. Além disso, visamos identificar os
fatores de risco, técnicas de prevenção e abordagens de gerenciamento que têm sido sugeridos
na literatura para minimizar tais complicações. Esta revisão tem como propósito fornecer
informações essenciais aos profissionais de odontologia, a fim de aprimorar a qualidade da
assistência prestada aos pacientes que passam por exodontias de terceiros molares, e, assim,
melhorar o conhecimento e as práticas clínicas nessa área.
3. METODOLOGIA
Para conduzir esta revisão de literatura, realizamos uma pesquisa abrangente nas bases
de dados acadêmicas, incluindo PubMed, Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO),
Google Academico. A pesquisa foi conduzida até setembro de 2021, e foram utilizados os
seguintes termos de busca: "terceiros molares", "extração de terceiros molares",
"complicações", "acidentes", "exodontia", "exodontia de terceiros molares", "cirurgia oral", e
"risco cirúrgico". Foram incluídos na revisão os artigos que tratavam das complicações e
acidentes associados à exodontia de terceiros molares. Os estudos selecionados eram
provenientes de revistas científicas revisadas por pares, e estavam disponíveis em inglês,
espanhol e português. Foram excluídos os artigos que não abordavam diretamente as
complicações e acidentes da exodontia de terceiros molares, assim como aqueles que eram
relatos de caso, cartas ao editor e estudos com amostras muito pequenas, que não apresentavam
dados substanciais para análise. Além disso, a análise dos artigos selecionados se baseou nas
informações disponíveis na literatura existente, e a qualidade dos estudos individuais pode
variar.
4. REVISÃO DE LITERATURA
Os dentes frequentemente se tornam impactados devido à discrepância entre o
comprimento total do arco ósseo alveolar e o comprimento total da arcada dentária. Isso resulta
na falta de espaço para a acomodação adequada dos dentes com erupção tardia. Estudos indicam
que os terceiros molares são os elementos dentários mais propensos à inclusão e impactação,
uma observação que se aplica a uma parcela significativa da população (OLIVEIRA, et al.,
2015). A etiologia da impactação dentária, particularmente na arcada inferior, pode ser
resultante de uma combinação de fatores. Isso inclui a presença de dentes adjacentes, ossos ou
tecidos moles densos que se sobrepõem, tamanho da mandíbula inadequado, levando à falta de
espaço para a erupção adequada do dente, trajetos anômalos de erupção, posicionamento
anormal do germe dentário, desenvolvimento assimétrico das raízes entre os elementos dentais
e a presença de lesões patológicas associadas (PASSI, et al., 2019).
4.1 TERCEIRO MOLAR: CLASSIFICAÇÕES
A classificação dos terceiros molares inferiores, conforme preconizada por Pell e Gregory,
baseia-se em dois critérios distintos:
Classe II: Esta classificação é aplicada quando o dente está parcialmente dentro do
ramo ascendente.
Classe III: A Classe III é atribuída quando o terceiro molar se localiza completamente
dentro do ramo ascendente da mandíbula.
B: é aquela na qual a superfície oclusal do dente não irrompido está entre o plano
oclusal e a linha cervical do segundo molar C: a superfície oclusal do dente não irrompido
está abaixo da linha cervical do segundo molar (DIAS-RIBEIRO, et. al. 2017).
5. DISCUSSÃO
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
LEUNG, Y. Y., CHEUNG, L. K., & SAMMAN, N. (2005). Antibiotics and oral contraceptives
in female Chinese patients undergoing surgical removal of mandibular third molars. Journal of
Oral and Maxillofacial Surgery, 63(11), 1602-1607.
RENTON, T., SMEETON, N., & MCGURK, M. (2006). Factors predictive of difficulty of
mandibular third molar surgery. The British Journal of Oral & Maxillofacial Surgery, 44(1), 1-
5.
XIANG, X., et al. Impacto da fibrina rica em plaquetas na recuperação da cirurgia do terceiro
molar mandibular: uma revisão sistemática e meta-análise. BMC oral health, v. 19, n. 1, p 163,
jul. 2019..
PASSI, D., et al. Estudo de padrão e prevalência de terceiro molar mandibular impactado
entre a população da Região da Capital Nacional de Delhi com a classificação proposta
mais recente de terceiro molar mandibular impactado: um estudo retrospectivo. Jornal
nacional de cirurgia maxilofacial, v. 10, n.1, p 59-67, jan. 2019.
VETTORI, E., et al. Fatores que influenciam o início das complicações intra e pós-operatórias
após a exodontia dentária: pesquisa retrospectiva em 1701 pacientes. Antibiotics (Basel, Suíça),
v. 8, n. 4, p 264, dez. 2019.