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ACIDENTES E COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS A EXODONTIA DE TERCEIRO

MOLAR: REVISÃO DE LITERATURA


Karollayne Alves da S. Paiva, e-mail: karollaynepaiva@outlook.com,
https://lattes.cnpq.br/6591484237602098

RESUMO
A extração cirúrgica do terceiro molar é um procedimento que, embora bastante frequente, é considerado invasivo
e é frequentemente realizado em indivíduos jovens e saudáveis, muitas vezes inexperientes em cirurgias desse
tipo. Além disso, os terceiros molares têm o potencial de causar complicações e afetar a saúde bucal, o que justifica
a recomendação para a sua extração. (Queiroz RR; 2001). Qualidade de vida é um conceito multidimensional -
biopsicossocial - e os instrumentos usados para medi-la - fundamentalmente baseados em questionários -
experimentaram importantes desenvolvimentos metodológicos na última década ( Colorado-Bonnin M,
Valmaseda-Castellón E, Berini-Aytés L, Gay-Escoda C., 2006). Alguns cuidados, um planejamento pré-operatório
meticuloso e a habilidade do cirurgião dentista são essenciais para reduzir a ocorrência de acidentes e complicações
durante ou após o procedimento. Os acidentes e complicações mais comuns são: hemorragias; alveolites; dor;
edema e trismo; injúria ao nervo alveolar inferior; infecções abrangendo espaços fasciais; injúrias em dentes
adjacentes; fratura óssea da tuberosidade maxilar e/ou da mandíbula; comunicações bucossinusais; problemas
periodontais em dentes adjacentes, e deslocamento de dentes para regiões anatômicas nobres (Oliveira LB,
Schmidt DB, Assis AF, Gabrielli MAC, Hochuli-Vieira E, Pereira Filho VA., 2006).

PALAVRAS-CHAVE: Extração; Terceiros molares; Complicações; Cirurgia oral;


Planejamento pré-operatório.

ABSTRACT
Surgical extraction of the third molar is a procedure that, although quite common, is considered invasive and is
often performed on young, healthy individuals, who are often inexperienced in surgeries of this type. Furthermore,
third molars have the potential to cause complications and affect oral health, which justifies the recommendation
for their extraction. (Queiroz RR; 2001). Quality of life is a multidimensional concept - biopsychosocial - and the
instruments used to measure it - fundamentally based on questionnaires - have experienced important
methodological developments in the last decade ( Colorado-Bonnin M, Valmaseda-Castellón E, Berini-Aytés L,
Gay-Escoda C., 2006). Some care, meticulous pre-operative planning and the skill of the dentist are essential to
reduce the occurrence of accidents and complications during or after the procedure. The most common accidents
and complications are: hemorrhages; alveolitis; pain; edema and trismus; injury to the inferior alveolar nerve;
infections spanning fascial spaces; injuries to adjacent teeth; bone fracture of the maxillary tuberosity and/or
mandible; oral communications; periodontal problems in adjacent teeth, and displacement of teeth to prime
anatomical regions (Oliveira LB, Schmidt DB, Assis AF, Gabrielli MAC, Hochuli-Vieira E, Pereira Filho VA.,
2006).

KEYWORDS: Extraction; Third molars; Complications; Oral surgery; Pre-operative planning.

1. INTRODUÇÃO
Os terceiros molares costumam irromper posteriormente em relação aos outros dentes,
normalmente entre os 17 e 26 anos de idade. Sendo os últimos a surgir, podem encontrar
restrições ou obstáculos em seu espaço de erupção, o que aumenta a probabilidade de
desenvolver uma anomalia de erupção (GLÓRIA, et al., 2018). A extração cirúrgica de um
dente impactado é um procedimento rotineiro na odontologia, especialmente quando se trata
dos terceiros molares (ALVES-FILHO, et al., 2019).
É de suma importância realizar um planejamento cirúrgico detalhado, com base em uma
avaliação clínica, física e radiográfica quando se considera a extração do terceiro molar. A
análise de radiografias panorâmicas ou tomografias computadorizadas permite a determinação
do grau de complexidade e a classificação do elemento dentário (FERRAZ, et al., 2019). As
razões para a indicação da extração podem abranger diversos fatores, tais como necessidades
ortodônticas, extensa cárie dentária, reabsorção radicular, lesões no nervo alveolar inferior,
pericoronarite, problemas periodontais, necessidade de reabilitação protética, presença de
dentes impactados, ocorrência de cistos e/ou tumores, ou mesmo fins profiláticos.
Assim, a classificação dos terceiros molares impactados é determinada com base na
quantidade de osso que os cobre no ramo mandibular e na profundidade em que estão
localizados em relação à altura do segundo molar adjacente (Teixeira, et al., 2018). Os terceiros
molares também podem apresentar diferentes posições, incluindo vertical, mesio-angular,
disto-angular, horizontal, invertida, bem como posições em língua-versão ou vestíbulo-versão
(Winter, 1926). Acidentes e complicações podem surgir tanto durante a cirurgia quanto após o
procedimento (SAYED, et al., 2019).
As complicações mais frequentemente associadas à extração do terceiro molar incluem
parestesia, cavidade seca, infecção, hemorragia e trismo. Além disso, podem ocorrer danos
iatrogênicos ao segundo molar adjacente e fratura mandibular iatrogênica (SANTOCH, 2015).
A extração do terceiro molar oferece uma série de vantagens, que incluem a prevenção de cárie
e doença periodontal, o alívio da dor, a facilitação da realização da cirurgia, e a prevenção de
situações patológicas, bem como da reabsorção radicular do segundo molar (LEE et al., 2015).

2. OBJETIVO
O objetivo desta revisão de literatura é analisar de forma abrangente os acidentes e
complicações que podem ocorrer durante e após a exodontia dos terceiros molares.
Pretendemos avaliar e sintetizar as principais descobertas e conclusões de estudos anteriores
relacionados a esse tópico, proporcionando uma visão detalhada das complicações
frequentemente encontradas nesse procedimento cirúrgico. Além disso, visamos identificar os
fatores de risco, técnicas de prevenção e abordagens de gerenciamento que têm sido sugeridos
na literatura para minimizar tais complicações. Esta revisão tem como propósito fornecer
informações essenciais aos profissionais de odontologia, a fim de aprimorar a qualidade da
assistência prestada aos pacientes que passam por exodontias de terceiros molares, e, assim,
melhorar o conhecimento e as práticas clínicas nessa área.
3. METODOLOGIA
Para conduzir esta revisão de literatura, realizamos uma pesquisa abrangente nas bases
de dados acadêmicas, incluindo PubMed, Biblioteca Eletrônica Científica Online (SCIELO),
Google Academico. A pesquisa foi conduzida até setembro de 2021, e foram utilizados os
seguintes termos de busca: "terceiros molares", "extração de terceiros molares",
"complicações", "acidentes", "exodontia", "exodontia de terceiros molares", "cirurgia oral", e
"risco cirúrgico". Foram incluídos na revisão os artigos que tratavam das complicações e
acidentes associados à exodontia de terceiros molares. Os estudos selecionados eram
provenientes de revistas científicas revisadas por pares, e estavam disponíveis em inglês,
espanhol e português. Foram excluídos os artigos que não abordavam diretamente as
complicações e acidentes da exodontia de terceiros molares, assim como aqueles que eram
relatos de caso, cartas ao editor e estudos com amostras muito pequenas, que não apresentavam
dados substanciais para análise. Além disso, a análise dos artigos selecionados se baseou nas
informações disponíveis na literatura existente, e a qualidade dos estudos individuais pode
variar.

4. REVISÃO DE LITERATURA
Os dentes frequentemente se tornam impactados devido à discrepância entre o
comprimento total do arco ósseo alveolar e o comprimento total da arcada dentária. Isso resulta
na falta de espaço para a acomodação adequada dos dentes com erupção tardia. Estudos indicam
que os terceiros molares são os elementos dentários mais propensos à inclusão e impactação,
uma observação que se aplica a uma parcela significativa da população (OLIVEIRA, et al.,
2015). A etiologia da impactação dentária, particularmente na arcada inferior, pode ser
resultante de uma combinação de fatores. Isso inclui a presença de dentes adjacentes, ossos ou
tecidos moles densos que se sobrepõem, tamanho da mandíbula inadequado, levando à falta de
espaço para a erupção adequada do dente, trajetos anômalos de erupção, posicionamento
anormal do germe dentário, desenvolvimento assimétrico das raízes entre os elementos dentais
e a presença de lesões patológicas associadas (PASSI, et al., 2019).
4.1 TERCEIRO MOLAR: CLASSIFICAÇÕES
A classificação dos terceiros molares inferiores, conforme preconizada por Pell e Gregory,
baseia-se em dois critérios distintos:

Classificação em Relação ao Ramo Ascendente da Mandíbula:

Classe I: Nessa classe, a coroa do terceiro molar, em seu diâmetro mesiodistal,


encontra-se completamente à frente da borda anterior do ramo ascendente da mandíbula, ou
seja, está inteiramente fora do ramo mandibular.

Classe II: Esta classificação é aplicada quando o dente está parcialmente dentro do
ramo ascendente.

Classe III: A Classe III é atribuída quando o terceiro molar se localiza completamente
dentro do ramo ascendente da mandíbula.

Classificação em Relação ao Plano Oclusal:

Classe A: Essa classificação é utilizada quando a superfície oclusal do terceiro molar,


o siso, está no mesmo plano oclusal do segundo molar. Isso significa que esses molares estão
alinhados no mesmo plano em relação à oclusão dentária.

B: é aquela na qual a superfície oclusal do dente não irrompido está entre o plano
oclusal e a linha cervical do segundo molar C: a superfície oclusal do dente não irrompido
está abaixo da linha cervical do segundo molar (DIAS-RIBEIRO, et. al. 2017).

O desenvolvimento inicial do terceiro molar inferior ocorre em uma posição horizontal.


À medida que a mandíbula cresce, a angulação do dente passa de horizontal para mesioangular
e, finalmente, verticaliza-se. A falha na rotação da posição mesioangular para a vertical é a
causa mais comum da impactação dos terceiros molares. O segundo fator mais significativo é
a relação entre a dimensão mesiodistal do dente e o comprimento da mandíbula, bem como a
inadequação do espaço no processo alveolar anterior em relação à margem anterior do ramo, o
que impede a erupção correta do elemento dentário em sua posição apropriada (HUPP, et al.,
2015). A extração de dentes impactados se torna mais desafiadora com o avanço da idade.
Portanto, é responsabilidade do cirurgião-dentista não recomendar a permanência de um dente
impactado a menos que ele esteja causando problemas significativos. Atrasar a extração desse
dente até que ocorram mudanças no sistema estomatognático pode resultar em um aumento na
incidência de complicações, incluindo morbidade tecidual local, perda ou dano de dentes e osso
circundante, bem como o potencial de lesões em estruturas vitais vizinhas.
Além disso, adiar a remoção de dentes impactados até que eles causem problemas ao
longo da vida do paciente aumenta significativamente a complexidade e os riscos cirúrgicos.
Isso se deve ao fato de que o paciente pode desenvolver condições sistêmicas
comprometedoras e ao aumento da densidade óssea na área circundante. Em consonância com
a filosofia da odontologia, a prevenção de problemas é fundamental, e a remoção oportuna de
dentes impactados é muitas vezes a abordagem mais segura e eficaz (HUPP, et al., 2015).

4.2 INDICAÇÕES DE EXODONTIA DE TERCEIRO MOLAR

As indicações para a remoção de terceiros molares podem estar relacionadas a


diversos fatores, tais como: necessidade ortodôntica, falta de espaço na arcada
dentária, extensão de cáries, impactação dos dentes, problemas periodontais,
presença de dentes retidos sob próteses dentárias, ocorrência de pericoronarite,
reabsorção radicular, comprometimento do nervo alveolar inferior, e, em casos
mais graves, a presença de cistos ou tumores (ANTUNES, 2014). No entanto, a
decisão de realizar a exodontia deve ser embasada em uma análise da relação
custo/benefício, justificando a intervenção quando se trata de condições
patológicas como reabsorção radicular, cáries, cistos ou pericoronarite
(NORMANDO, 2015).

Em termos gerais, a ordem da impactação dos dentes é frequentemente inversa


à ordem de erupção. Os terceiros molares inferiores são os dentes mais comumente
impactados, seguidos pelos caninos e molares superiores (HUPP et al., 2015). Em
casos nos quais o dente não tenha erupcionado completamente e ainda esteja
coberto pelo opérculo gengival, o paciente pode frequentemente apresentar
episódios recorrentes de pericoronarite, que é uma infecção dos tecidos moles que
envolvem a coroa de um dente parcialmente erupcionado. Essa patologia é mais
prevalente nos terceiros molares impactados. Entretanto, a remoção do dente não é
recomendada até que a sintomatologia da pericoronarite seja adequadamente
tratada (SCHROEDER et al., 2011).

4.3 COMPLICAÇÕES DURANTE O PROCEDIMENTO

1 Hemorragia: Hemorragia é uma complicação que pode ocorrer durante a cirurgia


ou após a extração do terceiro molar. Ela geralmente resulta de uma manipulação
inadequada dos tecidos moles circundantes e da falta de controle da hemostasia,
resultando em hemorragias e perturbações nas funções sensoriais. Além disso,
pode afetar estruturas fora da cavidade bucal, como os lábios e a face, acarretando
implicações estéticas (VULCANO, 2017). Para prevenir hemorragias, é essencial
o uso de técnicas cirúrgicas apropriadas, como a identificação e cauterização de
vasos sanguíneos, além do uso de compressas hemostáticas.

2 Parestesia: A lesão do nervo alveolar inferior é uma complicação potencialmente


grave que pode resultar em parestesia, afetando a sensibilidade dos lábios, língua e
mucosa bucal. De acordo com a metanálise realizada por Cervera-Espert,et
al.,(2016), a lesão do NAI é uma complicação rara, mas séria da extração do
terceiro molar inferior. O autor consideraque a questão da lesão iatrogênica do
nervo alveolar inferior durante a remoção dos terceiros molares inferiores continua
a ser um problema clínico e médico-legal. A análise cuidadosa dos exames
radiográficos, como panorâmicas e tomografias, é fundamental para identificar a
relação entre o terceiro molar e o nervo alveolar inferior. Além disso, a técnica
cirúrgica deve ser executada de forma a minimizar o risco de lesões nervosas.

3 Cavidade Seca (Alveolite): A cavidade seca, ou alveolite, é uma complicação


dolorosa caracterizada pela inflamação do alvéolo após a extração. Isso geralmente
ocorre devido à exposição do osso e é uma das complicações pós-operatórias mais
comuns. Alguns métodos podem atenuar certas complicações pós-operatórias,
conforme explicado por Xiang Xu et al. (2019). Por exemplo, a aplicação de
fibrina rica em plaquetas demonstrou ser eficaz na redução da dor, do inchaço e na
diminuição da incidência de osteíte alveolar após a extração do terceiro molar. No
entanto, é importante ressaltar que essa abordagem não elimina por completo todas
as complicações, apenas as reduz. Portanto, a validação dos resultados atuais
requer novos estudos com amostras mais amplas e metodologias bem planejadas.
A prevenção da cavidade seca envolve cuidados pós-operatórios adequados,
incluindo enxágue com soluções antissépticas e a prescrição de analgésicos e anti-
inflamatórios, conforme necessário.

4 Trismo: O trismo, ou a limitação da abertura bucal, é uma complicação temporária


que pode ocorrer após a cirurgia. Pacientes podem experimentar dificuldade em
abrir a boca totalmente devido à inflamação dos músculos e tecidos moles da
região. A reabilitação inclui fisioterapia e exercícios orais para restaurar a função
normal. Essa complicação e frequente durante exodontia de terceiro molar, na
maioria dos pacientes ocorre no prazo de 48h após a cirurgia, a redução do trismo
ocorre após sete dias. Para evitar essa intercorrência no consultório odontológico,
as exodontias devem ser menos traumáticas e diminuir o tempo cirúrgico
(ANDRADE, et.al. 2016).

5 Fratura Mandibular Iatrogênica: Embora seja uma complicação rara, a fratura da


mandíbula durante a extração dos terceiros molares é uma situação grave. A
ocorrência de fratura do ângulo da mandíbula associada à remoção do terceiro
molar é uma complicação rara, conforme relatado por Woldenberg em 2007. Entre
as lesões ósseas acidentais, o ângulo mandibular é considerado uma área de maior
fragilidade, sendo uma das três regiões com maior risco de fratura mandibular.
Portanto, a presença de um terceiro molar incluso na mandíbula pode resultar na
diminuição da resistência óssea nessa área, uma vez que o dente não contribui para
a sua integridade estrutural (ROSA, 2019). A prevenção dessa complicação requer
habilidades cirúrgicas avançadas, bem como a identificação de fatores de risco,
como a fragilidade óssea.

5. DISCUSSÃO

A discussão em torno das complicações relacionadas à exodontia dos terceiros molares é


de extrema relevância na odontologia, uma vez que a extração desses dentes é uma prática
comum e essencial para muitos pacientes. Esta revisão de literatura destacou várias
complicações que podem surgir antes, durante e após o procedimento, enfatizando a
importância de abordagens preventivas, diagnósticos precisos e técnicas cirúrgicas adequadas.
As complicações são multifatoriais e estão relacionadas ao estado de saúde ou
hábitos do paciente, além de fatores sistêmicos e locais, afirmam Vettori,et al.,(2019) e
Alhobail,et al.,(2019). Um dos pontos-chave a serem considerados é a avaliação pré-operatória
minuciosa. Isso inclui a interpretação de exames radiográficos, como panorâmicas e
tomografias, que permitem uma análise detalhada da relação entre o terceiro molar e estruturas
anatômicas adjacentes, como nervos e vasos sanguíneos. Essa avaliação ajuda na identificação
de fatores de risco e na determinação das indicações para a exodontia. Ao estudar a literatura
cientifica, percebe-se que a prevalência dessas complicações declinou com o tempo, podendo
ser justificado pela maior capacidade dos cirurgiões em detectar os casos de maior
complexidade e previamente se prepararem para prevenir tais acidentes (ALVES-FILHO,et al.,
2019).
É importante reconhecer que a decisão de remover um terceiro molar deve ser baseada em
critérios clínicos bem fundamentados, especialmente em casos de patologias como cáries,
reabsorções radiculares, cistos ou pericoronarite. A abordagem preventiva, que envolve a
remoção oportuna desses dentes, é crucial para evitar complicações mais sérias no futuro. Para
Sayed,et al.,(2019), a prevenção de complicações cirúrgicas é mais bem realizada por um
planejamento pré-operatório aprofundado e compreensivo, seguido por uma execução
cautelosa do procedimento cirúrgico. Além disso, a revisão destacou a importância das práticas
cirúrgicas adequadas. O uso de instrumentos adequados e a aplicação de técnicas precisas são
fundamentais para minimizar o risco de acidentes e complicações.
Sendo assim, cuidados pós-operatórios, como enxágue com soluções antissépticas e
prescrição de medicamentos, são essenciais para a recuperação do paciente e a prevenção de
complicações, como cavidade seca e infecções (Leung, Y. Y., Cheung, L. K., & Samman, N;
2005). No que diz respeito a avanços na prática cirúrgica, a aplicação de fibrina rica em
plaquetas foi mencionada como uma estratégia para reduzir complicações pós-operatórias,
como dor, inchaço e osteíte alveolar. No entanto, é importante ressaltar que novos estudos são
necessários para confirmar a eficácia dessa abordagem (Khorshidi, H., Raoofi, S., & Bagheri,
R; 2019).
Em última análise, a discussão em torno das complicações da exodontia de terceiros
molares destaca a importância da odontologia baseada em evidências e da busca contínua por
melhores práticas clínicas. A segurança do paciente é primordial, e a prevenção de
complicações é o principal objetivo. Portanto, os profissionais de odontologia devem manter-
se atualizados com as últimas evidências e adotar abordagens individualizadas para garantir o
bem-estar dos pacientes submetidos a esse procedimento cirúrgico comum (Moraes, R. R.,
Rossi, A. C., Calvo, A. M., Medeiros, R. A., & Moraes, L. C; 2012).

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A remoção de terceiros molares é uma prática cirúrgica comum na odontologia,


mas que requer atenção cuidadosa devido às potenciais complicações e riscos
associados. Esta revisão da literatura destacou várias complicações que podem ocorrer
antes, durante e após o procedimento de exodontia dos terceiros molares.
Um dos principais pontos a serem enfatizados é a importância da avaliação pré-
operatória abrangente, que inclui a análise criteriosa de exames radiográficos, a
identificação de fatores de risco e a consideração das indicações clínicas para a remoção.
Além disso, a técnica cirúrgica precisa, o uso de instrumentos adequados e os cuidados
pós-operatórios desempenham papéis críticos na prevenção de complicações.
É essencial considerar a relação custo/benefício ao indicar a exodontia,
garantindo que ela seja realizada apenas quando necessário, principalmente para
remediar condições patológicas, como cáries, reabsorções radiculares, cistos ou
pericoronarite. A abordagem preventiva é fundamental, uma vez que atrasar a remoção
dos terceiros molares pode resultar em complicações mais graves, tornando o
procedimento cirúrgico mais complicado e arriscado.
As complicações, como hemorragia, parestesia, cavidade seca, infecções, trismo,
lesões iatrogênicas e fraturas mandibulares iatrogênicas, podem ser evitadas ou
minimizadas com a aplicação das melhores práticas clínicas e cirúrgicas.
No que diz respeito a avanços na prática cirúrgica, estudos têm explorado o uso
de abordagens terapêuticas, como a aplicação de fibrina rica em plaquetas, para reduzir
complicações pós-operatórias. No entanto, novas pesquisas com amostras maiores e
metodologias bem desenhadas são necessárias para validar esses resultados.
Em resumo, a exodontia de terceiros molares é uma prática que demanda
precaução e avaliação individualizada. A prevenção de complicações e a garantia da
segurança do paciente devem ser os principais objetivos, aliados a uma prática baseada
em evidências e à busca contínua por melhores abordagens clínicas e cirúrgicas. A
compreensão das complicações potenciais e a aplicação de protocolos adequados são
essenciais para garantir resultados positivos e a qualidade dos cuidados odontológicos.
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