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Medida e Forma em Geometria Comprimento, Area, Volume e Semelhanga Elon Lages Lima Dosvo SOCmDADE Beast inn Sara aenoTeaves PO ConvENIO. tes SURO Rag Copyright ©, 1991 by Elon Lages Lima 2000027 0F3/ maa j 5 0-244. 66.5 Eee jorr Diagramacio compile ‘GRAFTEX ComusicasSo Visual Riode facia Contetido 1. Comprimento 1. Medida de um segmento 2, Nota histories. 3. Exercicios 2. Area ‘Area do quadrado e do retangulo. ‘Area do paralelogramo e do triangulo 3. Definigao geral de area Nota historiea Um comentario de Proclus Bxercicios methanga e Areas Introdugio | A definigao de semethanga © Teorema Fundamental ‘Semelhanga de tridngulos 5. Semelhanga no eirculo Relagio entre semelhanga e érea Area do circulo e comprimento da circunferéncia Nota histérica Exercicios » SONORA ShE D ogewee S < folume 1. Nogio intuitiva de volume 2. Volume de um bloco rotangular. 3. Dofinigdo geral de volume 4, Principio de Cavalieri 5. Volume de um cone 6. Volume da esfera 17. Area do cilindro, do cone e da esfera 8. Nota histérica 9. Sobre o ensino de dreas e volumes 10.Bxercicios n 18 21 31 37 43 43 Ba 5B 61 62 or 70 5 8 9 86 59 91 Prefacio “A primeira egra do ensino & saber oque se devo ensinar. A segunda, ¢ saber um pouco ‘mais do que aquilo que se deve ensinar™ George Polya Bote livinho é uma re-edieo, modificada e bastante ampliada, de ‘outro que eserevi hd 20 anos ¢ que foi publicado, em sucessivas ‘mpressées, pela SEM, A reformulegao consiste no aeréscimo de um novo eapftulo, ‘vériaa notas historieas, novos exereicios ¢ uma revisdo geral do ‘texto, Ela foi feita com vistas a0 curso de treinamenta para profes- sores do sogundo grau, cuja primeira fase ocorreu em janeiro de 1991, sob 0 patroeinio de VITAE, ‘Agradego & paciente © perspicaz eslabaragio de Carlos Isnard Alciléa Augusto © Eduardo Wagner, vigilantes defensores da lareza e da eorresto, A cles se deve uma consideravel melhora ns ‘qualidade da apresentasio. log Lages Lira Introdugaéo Etimologicamente, geometria quer dizer medide da terra. Fata denominagio groga¢ jutifiads polo historiador Herédoto (oéeulo Gqinto A.C), que stibui aos egipcios a origem dessa ciénca, Segundo ele, imposto que pagavam os proprietavios de terra no gllo era diretamente proporcional & dee de cal lte. As cheias dio Nilo muitas vezes fariam desaparecer parte das terras dos agricultores. Entdo os cobradores de impusto do faras tinham que recaleular cada area a fim de que a cobranga fesse ajustada ‘Também era preciso, para efetes de comérco, que se soubesse calealar volume de cada depésito de gro, ‘Assim, 0 edleulo do dreas e volumes ¢ um assunto milenar, caja importancia ce revclou muita endo, mesmo em eivilizagtes or ganiradas de modo simples er rela aos padres atuais Descobertas histricasrecentes revelaram que os eanihecimmen- tos matemsticos dos babilénios (enominagio genériea para os diversos povws que, durante 3000 anos, euparam sucessivamente ‘ Mesopotdmia, regio aproximadamente corespondente ao Iraque de hoje) cram mais extensos e avangados que 0 dos egfpios. Isto & partiealarmente verdadeiro em Algebra e nos eslelos numérico, ras também ocorre em Geometria, onde além de conhecerem as freas ¢ volumes de figures geométrcas simples, os babilnios, sabiam resolver problemas envolvendo a relagdo de Pitagors, que Theo era familar mil anos antes dos pitagorios. Portanto, quer no Egito quer na Babilonia, reas e volumes so as primeiras nogtes geomeluicas a despertarem o interesse do omem. Deve-se entretanto ressalter enfaticamente que, para esses povos precursores da Geometria, esta ndo era organizada nos mol- det e padrées légicos modernos. A idéia de que as sfirmagies precisam ser demonstradas ainda no havia oeorrido. Nos mais en- tigos dgcumentos babilénicos e egipcios (que datam de aproximada- mente’1700 A.C.) hé apenas enunciados de problemas, e regras apresentadas sob forma de receitas para resolver esses problemas, Segundo se acredita, a partir de referénciss feitas por his- toriadores da época, a8 primeiras demonstragies matematicas devem-se a Tales, que viveu no sexto séeulo A.C. A partir dat durante 800 anos os gregos cultivaram ¢ aperfeigezrem, eom brilho invulgar, a Geometria organizada dedutivamente, eom axioms, definigdes,teoremnas, coroliios ete. Esve modelo foi adotado poles geragdes subsoquentes e 6 assim que até hoje a Matemitica é estraturada. Um compindio sistemético de Geometria deve portanto comogar com uma lista de conceites primitives, nBo definides (ligados a nopies geométriens, que tém a ver com espago ¢ forma) € outra lista de proposicies primitivas, ou axiomas, onde so enun- ciados, sem demonstracio, fatos relativos a esses conceitos. Bm Seguida so introduzidas as definigtes e fo demonstrados tecremas, 08 quais fazem afirmapées referentes aos abjetos seométricas, quer primitives quer definides. Este livro, entretanto, nfo feito assim. Ele nfio tem inicio no comopo (por uma questdo de prineipo.... Nosso objetivo é estudar a noo de medida em Geometria sob seus aspectos uni, bi e tridimensional, isto &, medida de segmentos de rela (comprimento), de figuras planas (Grea) e de figuras sélidas (volume). Veremos como a medida dos abjetos geométricas esta fortemente relacionada com a idéia de niimero real e como, na realidade, a deseaberta dos riimeros irracionais se deu na Geometria e no na Aritmética ou nna Algebra, Mostraremos como os teoremas e os eonceitos basicos da Geometria sto nevessérics para o estudo das drets ¢ dos volumes. Acompanharemos a evolugio e revelaremos as origens das Jdeias fundamentais da Geometria. Faremos uma revisio da nogio de semethanga desde o principio « a aplicaremos repetidamente no estado das reas e dos volumes. E concluiremos com uma apresentagio, na linguagem ¢ no estilo do séealo vinte, de resul- tadosobtidos por Arquimedes no segundo séeulo AC. ¢ emonsizados por meio de métodos deseabertos por Cavalieri no sécalo dozessete Mais explicitamente, o ivro consta de quatro eapitules, exjo ‘contesidos passamos a descrever sucintamente. ‘© Capitulo 1 trata da medida de um segmento de rela. Nele se rmostra que o processo de comparar um segmento arbitrério com ‘outro fixado como unidade conduz aos diversos tipos de niimeros resis positivos:interos, racionaise irracionais. A nopSo de segmen- tos incomensuréveis & explicada e, no final, uma breve nota hhistériea doscrove como os matematioos gregos enfrentaram a questdo da incomensurabilidade. ‘0 Capftalo 2 aborda @ nogdo de dren de uma figura plana. So deduaidas as formulas usuais para as éreas dos poligoncs mais simples ¢ 6 apresentada a defii¢do geral de érea de uma figura plana, Na deduglo das formulas para as éreas do quadrado e do retangulo€ feita uma distingdo cuidadosa entre os casos em que o8 lados sio comensuriveis ou ineomensuréveis com a unidade de comprimenta tdotada, O capitulo termina com ume nota histéria, ra qual se conta como as dreas sto estodadas nos Elementos de Buelides. Como subproduto desse relato, € apresentada a demonstragio dada por Buclides para 0 Teorema de Pitagoras ¢ é caclaresida @ razio da sua escolhs do argumento, & luz da Aiscussio feta no Capitulo 1 © Capitulo 3 contém uma expesigdo da teoria da semelhanga, «que ocupa um lugar central na Geometria Buclidiana. A definiggo de semelhanga ¢ dada ‘comme il faut’, € desenvolvida de modo a conter a abordagem tradicional e & aplicada para dar uma dedugao simples e conceitual da firmula para a rea do circulo, Mostra-se que 0 miimero x, definido como a rea do um eiveulo de raio 1, € também a ruzéo entre 03 eomprimentos du eircunfordncia ¢ do sea Aiametro, No Snal do capital 6 feita uma erbiea resumida sobre 0 snimero x 0 tivro termina, no Capitlo 4, com 9 estido dos volumes dos slides geométricos. E dada a definigio geral de volime © si0, Aleduzidas as formulas para os volumes dos séldos mais conhe- ‘dos. O principal instrumento de trabalho utlizado é o Principio ‘de Cavalieri, com o qui se obtém, de modo simples ¢ elegante, 0s vvohumes dos sélidos que tém faces inclinadas, como prismos « pirdmides, ou sldos “redondos", como cilindros, eons eeaferas. O 1aso sistemético do Principio de Cavalieri vita os argumentos tradicionais, que requerem explicitas passagens ao limite, mesmo para slides retilineos, como pirdmides de bases poligonsis. As ‘reas das superficies do ciindro, do cone e da eafera so estudadas da forma eléssica. Como de praxe, 0 capitulo terming eom um ‘esbore histério da evolugao das idéias nee apresentadas, com des- ‘aque para as contibuigdes de Arquimedes ¢ Cavalier 0s eonhecimentos que admitimos do leitorsfo, em verdade, ’bem modesto Supomos essencialmente que ele conheja o8 3 casos clsscos de igualdade (melhor ditendo “wongraéncia”) de ‘ridngulos, algo sobre retas paralels, como por exemplo a igual dade de dngulos com lados paralelos ou perpendicuares, 0 pos- tulado de Eucides, segundo o qual por um ponto dade fora de ama Teta passa uma unica paralela a essa reia eo teorems de que 8 soma dos ingulos internos de um tridngulo vale 2 retos. Todas essus coisas sfo bom difundidas. Em tado caso, seo leitorprevsar refiescar sua meméria, minha recomendapio 6 rever esses asvun= tos no livro de Joo Lucas Barbosa, citado na lista de referencias, so im deste volume. Depois de eada capitulo deste iro, hi uma lista de exertion propostos. Apenas dois ou trés deles trazem ilustragbes. Os dese- thos das figuras geométrieas slo parte importantssima para & compreensio, a fixagio ea imaginagdo crativa, Por isso considera fundamental que o leitor, por si sé, desenhe a figura a parti do ‘enaneiado do problema. Bssa tarefa ¢ parte do exerecio. Mesmo ‘que ndo eonsiga resolvé-lo de todo, o desenho jé é um resultado positivo [Bm alguns exere(eos, ha apenas um enunciado, sem nenhum pedido explicite, como “prove”, “mostre” ete. Aereseente osse podido montalmente. "Nao € demais repetir que uma atitude passiva na apren- ‘dizagem leva a um conhecizento incomplete, inseguro e efémero Para entender as diversas facetas do assunto, ganhar confianga ¢ gravar de modo permanente aquilo que se aprendeu 6 necesséria a experiéncia, repetida varias veace, de transformar interrogates fem afirmagbes (até mesmo - se possfvel - exclamagées). E preciso duvider, questionar, indagar, conjeturar, Procurar eaminhos, ima- ginar eonstrugses, peequisar intereanexses, forgar 0 raciocinio, e xercitar a mente, Ease proceaso é muito pareeido com aquele que se usa para desenvolver a muscolatura, em casa, na praia ou nas academias de gindstica. O principio é © mesmo. F a eoncluséo é igual: farer exerefios. Temos pois que repetir aquilo que todo autor de texto matematico diz no sua introduslo: os exercicios fazem parte integrante do ivr. ‘0 lado histérico das eniaas aqui tratadas é um dos seus aspec- tos mais relevantes, nio apenas porque ilustra e ameniza a apren- dizagem, como também porque ajuda a entender a evolugio das ‘déias e 0 seu significado atual. As notas histéricas que apresen tamos sio inevitavelmente breves, Bsperamos que elas despertem © interesse e agucem a curiosidade do leitor para leituras mais sub: stancials. Os livros de Aaboe, Boyer e Struik, citados na Iista de referénciae bibliogréficas, afo o que hé de melhor em lingua por- tuguesa sobre o assunte, 1. Comprimento 1. Medida de um segmento Indicaremos com osimbolo AB a medida do segmento de reta AB.A redida, ov comprimente, AB é um nimero que deve exprimir auantes vezes 0 segmento AB contém um segmento u, fxado Previamente, que se conveneionou tomar come unidade de omprimento, ot como samen uritaro. ‘Aexplicagho que demos acima ¢ bastante ilustrativa para se vir do sugestio, mas nto serve como uma verdadeira éefinigto rmatemétien porque ¢ demasiadamente vagn. No exté claro 0 sg. rifled dn expressio “0 niimero de vezes que o aegmento AB fontém o segmento x". Usando essa ida vaga come gui, vamos ‘ver como se pode chegar a uma dofinigio precisa do comprimento aeAB. Comeramos fixando um segmento de reta u, que chamaremos de sgmento wnitdria. (Ow uniéade de comprimento,) Por dfinigio, @comprimente dew sre igual a1. “Taos os segmentos de rein congrocntes defn) ocomprimento 1 Dado um segmento de rela AB, se exstir um_ponto intermeditrio C(atuado em AB) tal que on segmentos AC ¢ CB Sejm congroentes au, entio o comprimenta de AB seré 2 Escreveremosentéo AB ~AC + CB =2 Mais gerelmente, dado um numero intere positive n, x6 for ossvel bier RY pontonintermedirios A, A2, wu Anct 0 s0¢- 1 terdo (ainda por Pee eereeE mento AB, de tal modo que 06 n segmentos AL, AtA2, on An-tB sejam todos congruentes a0 segmento unitério 1, entdo ¢ com primentodeAB seré n. Escroveremos neste caso: Bay + Aida + = +B =n, — Fas eS Aa A AaB Para descrevor esta situagko, diremos que AB = n porque AB se decompée em n sogmentos de reta justapostos, todos de com- primento I Estes si0 06 segmentos de reta cujos comprimentor. stl ‘imeros inteiros. Quando AB = n (n inteiro) 6 natural dizer que ‘AB contém n veres 0 segmento unitdrio u E facil conseguir um segmento AB que nio contém o segmento tunitério wv um miimero inteiro de wezes, Por exemplo, 0 segmento AB pode ser menor do que 0 segmento unitério u. Neste caso, a medida AB nio pode ser um nimero inteiro, Como definir entfo 0 ‘comprimento de AB? Fagamos inicialmente uma hipétese. Suponhamos que, embora AB no contenha u um nimero inteiro de vezes, exista entretanto tum segmento menor, w, tal que w esteja n vezes contide em u em vezes eontido em AB, sendo m en nuimeros intros. © segmento w é 0 que se chama um submultiplo comum de AB eu, Neste enso, dizemos que 0s segments AB e u sfo et Fig. 2-0 segmeniuntiro vconiém Ses osegnenls © wera AS eal Sree aga RB 88, ——— 4 a rt ‘Machin de wmeognorts 3 ‘comensuraveis. Como w estén vezes contido em w, é natural dizer (que a medida de w é 1/n ¢, portanto, que o comprimento de AB é m vvezes Un, ou seja, AB = m/n, Em resumo: fixado 0 segmento unitdrio u, 0 comprimento de ‘um segmento AB é um numero racional m/n quando existe um ‘segmento w que esteja contido n veres em w e m vezes em AB. [Neste caso, w chama-ae um submultiplo comum de AB e w, e estes dois segmentos se dizem comensurdveis. [Na prética, como nossos olhos (ou mesmo os instrumentos rais delicados’ de aferigdo) tam um limite de porvepgdo (ou precisio), sendo ineapazes de distinguir dois pontas que, embora distintas, achem- 0, Entio vale também flex) = f(s) para 18 how quaisquer ¢ > 0 ¢ x >0 reais. Para a demonstragio desta afirmagdo, veja liveo “Meu Professor de Matematiea”, pagina 164, 2. Area do paralelogramo e do triangulo Da area do retdngulo, passo-se faciimente para a area do paralelogramo. Um paralelogramo é um quadrikitero ne qual 0s Jados opostos sio paralelos. Quando se toma um lado do paralelogramo como base, chama- te altura do paralelogramo a um segmento de perpendicular que liga a base ao lado oposto (ou ao seu prolongamente). 6. No prdlyams B00, ara uma rere do par Case ABO separ CE {essa paaisgrano. Se ansoons cua Perera © rd CDa A, wanes 9 = LD lava Evcetconans, co AB CD so pa, ‘GE CE. ou was aras va abate AB ir omesno compen. Poderamos 'y cans oo eDcons bse. Enzo HY Depend a ACe BD sta ua a, iba 8 eo a0. € ce qa Vr peck wremesee compenan ue as ara eas 20am A, iageaeee 3 ‘Seja ABDC um paralclogramo, euja érea S queremos caleular, sabendo que sua base AB tem comprimento 6 e sua altura DE tem comprimente a. Fa, 7.0 mine AED, oa ‘eave bc rms pb> banleogane, ij tea Soe (ec cur mas do ingle cobs anes ‘et, omar um ere se « tmsscowuaa Amadori sdotege 18 © paralelogramo ABDC esta eontido num retangulo de base b+e e altura a. Como vimos, a drea desse retingulo 6 (b+oa=ba+ea. Por outro lado, 0 retingulo ¢ formado pelo paralelogramo dado mais dois tritngulos que, juntos, formam um relangulo de érea co. Portanto ba + ea =S +a, donde S = ba Assim, a rea de um paralelogramo¢ igual ao produto do com- primento de qualquer uma de suas bases pelo comprimento da al tara corespondente Bin particular, vemos que 0 produto do comprimento de aualquer base de um paralelogramo pelo comprimento da altura correspondente éconstante (no depende da base esclhida. ‘Yemos também que, dades as retas paalelas » o segmento AB sobre r, tds os parlelogramos ABDC, eam Ce D sobre a eta 4 tama mesma frea. Faga uma figura iastrando esse fto) a fea do paralelogramo, passe-se imedisiamente para a fren do trtngul, pois todo Ueitngulo ¢ a melade de um paralelogramo, Mais precisamente, dado um titngulo ABC, cuja. aren Aesejamos ealealar, tragamos, pelos vérvces Ce B, respectiva: mente, paralelas aos laos AB ¢ AC. Betas reias se encontram no ponte D e fornecem um paralslograme ABDC, Tomemos a altura CE deste paralelogramo. Se AB ~ b e CE = a, eabemos quo a érea de ABDC = ba. Ora, 0s tridngulos ABC © BCD sto eongruentes (Gém um lado comm compreendido entre dis ngulos igus), logo Fi. 8. Osis ABC BC 9 Span oc ore i ogo Mm a mesma dre. oc 20 boa ‘tm a mesma Grea, Portanto, érea de ABDC # 2 x (érea de ABC) © por consoguinte Ito se exprime dizendo que a drea de um tritngulo ¢ a metade 4o produto de uma base pela altura correspandente. ‘Num tridngulo, temos 3 escolhes para a base b e, portanto, 3 cscolhas para a altura a. Seja qual fora escolha, 0 produto ba seré ‘© meso, pois, em cada easo ele fomece o dobro da dren do teiangulo. ‘Sejam res retas paralelas ¢ & um numero real positiv. Seque-se da formula acima que todos os triéngulos ABC com vértice A sobre r, base BC sobre s e BC = b, vem a mesma 4rea (Paca una figura lustrando esta afirmagéo.) Para um poligono qualquer, o processo de calcular sua érea ‘consiste em subdividilo om triangulos, paralelogramos ou ‘quaisquer outras figuras eujas dreas sabemos caleular. A dren do poligono procurada seré soma das dreas das figuras em que 0 decompasemos. Por exemplo, seja ABDC um trapézio. Isto significa que AB e CD sto paralelos. Escrevamos AH = bs, D = be ¢ chamemos de o a distancia centre as parslelas AB ¢ CD, isto , 0 comprimento de qualquer per- pendicular ligando um ponte da reta AB a um ponte da reta CD. D Fa anshogetdsta 21 A diagonal AD decompse 0 trapézio nos trifmgulos ABD & ‘ACD, com bases bi ¢ by respectivamente, e mesma altura a. A area do trapézio ABDC & a soma das éreas desses dois tritngulos, logo sreadeanne a8 tab Assim, a area do trapézio 6 igual A semi-soma das bases vezes ura, Observagi. 0 método acime utilizado para ealevlar areas de paralelogramos, triingulos e trapézios (cortar e deslocar) pode ser ‘analisado de forma interessante e divertida. Veja. “Poligonos fequidecomponiveis’, na Revista do Professor de Matematica, ‘numero 11 (1987), pagina 18, 3. Definigdo geral de area Nos pardgrafos anteriores, mostramos que se pode associar a enda poligono P um aimero real ndo-nogative, chamado a drea de P, ‘com as seguintes propriedades: 1) Poligonos congruentes tém éreasiguais, 2) Se P um quadrado com lado unitério, entéo. srea de P = 1 8) Se P pode ser deeomposto como reunio de n poligenos Py, n» Pa tais que dois quaisquer deles tém em comum no ‘méximo alguns lados, entio a rea de P 62 soma das éreas dos Pi Segue-se de 2) que se 0 poligono P estd contido no poligono Q entio a drea de Pé menor do que a drea de Q. So observarmos bem, notaremos que as formulas para as éreas ‘do quaiirado, do rotangulo, do paralelograme, do tritngulo ¢ do trapézio, que obtivemos acima, foram todas dedusidas a partir des- ‘tas 3 propriedades 2 he Bntretanto, nfo demos ainda uma definigie geral para a érea de uma figura plana, Em particular, nfo sabemos como obter a rea do cfreulo, da elipse, et. ‘Vejamos agora como se define a rea de uma figura plana F abitréria, ‘A rea da figura plana F deve ser um nimero real néo- negativo, que indiearemos com a(F) Ele ficard bem determinado se cconhegermos seus valores aproximados, por falta ou por excess0. (Os valores de a(F) aproximados por falta slo, por defini, ax reas dos poliganos P contides em F. Os valores de a(F) fapreximados por exeesso slo as areas dos poligonos ” que contém F. Por eonseguinte, quaisquer que sejam os poligunos P contido em FheP (contendo F), o mimero a(F) satifaz as desigualdades aP)S0(P) saiP). Por simplicidade, em ver de considerarmos poligonos quaisquer, imitaremos nosea atengéo aos poligonos retangulares, para os quais é mais féeil eslealar a rea ‘Um poligono retangular € a reunio de vérios retingulos jus- tapostos (isto & dois desces retingulos tém em comm no maximo 10. Ua tape Freya), oreo pain ecard \mpnignaP.Aseace Pe una roa pt alg a 2 ana oma pes, aa aieater ipl ine 20 um lado). A érea de um poligono retangular é a soma das dreas dos retdngulos que o eompiem. ‘Ainda pera maior simplicidade, limitaremos nosaa atengio a poligonos retangulares contidos ne figura F cuja area desejamos ealeular, Em outras palavras, consideraremos apenas valores aproximados por falta para o ndmero real a). Assim, definiremos a drea da figura F como 0 mimero real cujas aproximagées por falta so as areas dos poligonos retan- gulares contidos em F. elite len qu, para toe poligne rtangu tem-86 P, contide em a) < a(P. Além disso, dado qualquer mimero 6 M1 requerendo que (iP) =P, ‘onde P = (, y) e P’= (ax, by). Prove que uma figura F qualquer do plano M16 transformada por fnuma figura F exja érea 6 igual aad ‘vores a arva de P., 10, Como no exercicio anterior, eonsidere um sistema de einos cortogonai_ne plano I. Prove: 8) Que o ponto P= (1,3) pertence ao eirculo C de centro Oe raio se, © somente se, x? + 21, ') Que a funeo do exercicio anterior transforma o cireulo C na figura £ formada pelos pontos P= x,y) tais que ef ges. 11. A figura E do exervicio 10 chama-se uma elipse cujos cixos medem 2a ¢ 2b. Suponha a 26. Os pontas A=(-e, 0) € A’=(, 0), com c= Va?—6%, chamam-se focos da elipse, Prove que 0 ponto P= (x,y) pertence a elipse co, e somente se, PA + PA < 2a. ache 28 Conclua que a area da elipse de eixos 2a © 26 ¢ igual Area do efreulo de raio 1 ab veres a 12, A drea do quadrado inserito num circulo 6 igual & metade da rea do quadrado eircunscrito no mesmo cireulo. 18, Prove que as trés medianas de um tritngulo 0 decompdem em seis tritngulos menares com dreas igu 14. Prove que 06 pontos médios dos lados de um quadrilstero qualquer slo 08 vertices de um paralelogramo cuja érea éa metade da frea do quacrilstero dado. 1B. Sejam W, X, ¥-e Z pontos situados sobre eada um dos quatro Jados de um retangulo. Suponha que o segmento WX seja paralelo ‘as bases desse retangulo, Mostze que o quadrilatero que tem W, X, ‘YeZ como vertices tem drca igual a metade da érea do retangulo. 16, Sejam A, B, C e D vertices consecutivos de um poligono com m lados. Pelo ponto B, trace uma paralela & diagonal AC. Seja E a intersegio dessa paralela com o prolongamento do lado DC. ‘Substitua os lados AB, BC e CD por AK e ED. Mostre que assim se ‘obtém um poligeno eom n ~ 1 lados, de mesma drea que o anterior. Proasign, até concluir que ee pode construir geometrieamente um tringulo com mesma érea que um poligono convexo dado. 17, Calcule a drea do hexagono regular de lado 1 18, Num tridinguloisésceles de base 6 e dois lados iguais a 1, seja.a ‘altura balxada 2 partir de um dos vértiees da base, Mostre que se tem b2a2-2ina Conelua dat que se fy € © comprimento do lado de um poligono rregalar de n lados inserito num eireulo de raio 1 entio t= 2- VET. 30 fone 18, Un ring eg tam ees de cnprinnin te pared rized tingle tongs dogo oa eat ‘Mroena de compra sil ques pages a Sitomldde dca segmena wire puis moan ice cinpimni tne gue x—(-1 VIFEVL, Conn dt oe f= bn 0 comprinento didn de polo tsuneo dee Sresnartn coel da de Lane 44 NESE V/Ln 3. Semelhanga e Areas 1. Introdugaio A nogao de semelhanga corresponde & idéia natural de “mudanca de escala’, ato €, ampliagdo ou redugio de uma figura alterando seu tamanho sem modifiear suas proporgles, No estudo tradicional da Geometria, o onceito de semelhanca, prineipalmente de triangulos, ocupa um lugar bem destaeado. Os livros em geral definem triangulos semelhentes como aqueles que ‘tem ‘Angulos iguais © lados homélogos proporcionais’. Esta Aefinigdo se estende literalmente para poligonos. Entretanto, em muitas situagdes, gostariamos de dizer que duas figuras so semelhantes embora elas néo sejam poligonos. Por exemplo, a foto ampliada de uma pessoa ¢ semelhante & figura que esté no filme antes da reprodugio; as imagens na tela de um cinema ado semelhantes a da pelicula que esté tendo projetada ¢ uma bola de gude 6 semeThante a uma bola de bilhar. ‘Nos exemplos acima, como em muitos outros, nfo podemos aplicar a definigdo de semelhanga comumente encontrada nos li- ‘ros porque nd hi angulos nem lados para eomparar. Mesmo num curso de Geometria, a maneira mais natural de cbter a formula da érea de um circulo comegs com a observacto de que dois cireulos quaisquer slo figuras semelhantes. Mas tal observagio 56 pode ser feita se contarmos com uma definisao de semelhanga que nio se baseie em fngulos ¢ dos pois estas coisas ae caer ara eee eee ‘A Geometria que se estuda hoje nas escolas provém de um livro extraordindrio, intitalado “lementos", escrito ha vorea de 2.900 anos por um professor da Universidade de Alexandiie chamado Euclides. Desde entio, os Elementos de Buclides foram ublicados em mais de um milhar de edigdes, naa mais diverses Lnguas, antigns e modernas. Até recentemente ainda eram usados nas escolas da Buropa. Os textos atuais de Geometria que o subst? ‘tem sto todos modelados nessa obra imortal, onde pela primeira ‘Yet se organizou, de modo sistemstico e com refinado bom gosto, ‘conhecimento matematico da época. ‘Muitas vezes, ao pereebermos deficéncias ou impropriedades no tratamento de certos topicos om compéndios de hoje, recorremos ‘as origens, consultendo Euclides para ver como as idéias nasceram, Que diz Euclides sobre semelhanca? ‘Os Elementos séo organizados em treze livros. O Livro VI é dedicado a nocio de semelhanca, Ele abre com a seguinte definigao “Figuras retlineas semelhantes sfo aquelas cujos ngulos s¢0 iguais © 08 lados que compreendem angulos iguais $80 propor, No Livro XI, onde comera a ser estudada a Geometria no epaso, ocorre nova definigéo: * chamam-se figuras sélidas seme. Thantes as figuras limitadas por um niimero igual de figuras planes emelhantes” ‘Numa sinies outra ocasido Eucides fala em figuras semelhan- ‘es ndo limitadas inteiramente por lados retos ou faces planas. no Livro Itt, dedicado ao estudo do etrculo. Ali, dois segmentae de freulo so chamados semelhantes quando os Angslos centrais neles inserites G0 iguais. Mas esta ¢ uma definigio isolada ¢ specifica. Serve apenas para provar que dois segtmentos semelhan. ‘es que subtendem cordas iguais sio congruentes. E 0 aasunto morre af, ‘Mas no ¢ preciso recuar tanto assim. Ha muito tempo que se conheoe a definigao eorreta e geral de semelhanga, Ela & extrema. mente simples e permite que se desenvolva toda @ teori termente, Nossos livros. didéticos poderiam — ado Mcaaeinsicbeoeb daca (_urse vntagen, Assim facendo,evitariam um iran soni, bw cual cd una definigo vide epenae para pligonoe enqvane f inaior parte dos exemplos com que nee dzperamue ose en ondra neve eater ' ‘Faremos a seguir, de forma resumida, uma apresentagao do ‘topico “semelhanga” sob 0 ponto de vista que julgamos mais ade- aad 2. A definigao de semelhanga Sejam F e F figuras, do plano ou do espago, ¢ r um aumero real positivo. Diz-se que Fe F sto semelhantes, com razdo de semeThanga r, quando existe uma eorrespondéncia biunivoca o:F > F, entre 08 pontos de F e os pontos de F, com a seguinte propriedade: se X, ¥ so pontos quaisquer de Fe X= 6X), ¥" = oY) ado seus correspondentes em F ‘entdo XY = 1 KY. A correspondéneia biunivoca «: FF", com esta propriedade de multiplicar as distancias pelo fator eonstante r, chama-se uma semelhanca de razto r entre F e F. Se X'= o(X), di-se que os pon tas Xe x30 homélogos. Evidentemente, toda figura ¢ semelhante a si prépria, pois a fangio identidade c:F > F” éuma semelhanga de razio 1 8 4 Semana be ‘Também, se F ¢ semelhante a F entdo F & semelhante a F pois, dada uma semelhanga 6: 7+ F* de razio r, a fungdo inversa 71: F + F 6 uma cemelhanga de rasko 1/r, “Tem-se ainda transitividade: se F 6 semelhante a Fe F 6 ‘semelhante a F” entéo F é semelhente a F’. Com efeite, se o:F-+F 0 0':F > F” sto semelhangas, de razses r e r’ respee- fivamente, entéo = fangio composta oo:F+P" 6 uma semelhanga de razio r’ ‘Uma semelhanga de razéo 1 chama-se uma isometria, Portan- ‘0, uma isometria o:P-> F 6 uma eorrespondéneia biunsvoca tal ‘que, para quaisquer pontos X, Y em F, a distancia de X’=o(8) & ¥’=o() 6 igual a distdncia de X a Y. Quando existe uma ieometria entre as figuras F e F, dia-se ‘que estas sto congruentes. Um exemplo simples de figuras semelhantes € dado por dois. ‘segmentas de reta arbitrérics AB e CD. Se CD = r. AB, podemos definir uma semelhanga ¢:AB—CD, de rarao 7, fazendo cor- responder a eada ponto X do segmento AB o ponto 4° de CD tal que Ck =r Ax, Para mostrar que o ¢ realmente uma semelhanes, tomemos arbitrariamente os pontos XY em AB. Suponhamos a notagao es- ‘olhida de modo que X esteja entre A e Y. Entdo, pola definigéo de 6, segue-se que X" esté entre Ce ¥". Logo AP —r AR er, AYR) = 7. HY. Fig.2 Una snehanga eos 8 \ Sagmencs A CO Seo po Kea sees nas psa de Be ce A x, x Sesondgo asa dias esas ° Ceoqnerd. a c Aavhilodesaatangs 35 Outro exemplo simples de semelhanca pode ser dado mostran- do-se que duas semi-retas quaisquer § e S* séo figuras semelhan- ‘es. Com efito, sejam O e O' as origens de S e 5" respectivamente, Dado qualquer nimero positive r, definiremos uma semelhanga 0:8, de razto r,fazendo corresponder a cada ponto X em So ponto X’= ot) em $" tal que O%' =r. OX. A verifiagio de que c é vuma semelhanga se faz como scima. Anslogamente, duas retas quaisquer so semelhantes ‘Os exemplos acima slo praticamente os unicos que podem ser ados antes de provarmos o Teorema Fundamental, na seqio soguinte. Passaremos agora a examinar algumas propriedades das semelhangas Lema. Toda semelhanga transforma pontos colineares em pontes colineares. Demonstragio: Seja a: FF" uma semelhanga de razéo r. Dados trés pontos A, B, C em F tais que C pertenes ao segmento de rela AB, mostraremos que C’=6(C') pertence go segmento AB’, onde A’=0 (A) eB’ =0(B ). Com efeito, vemos AC + CB = AB, logo WC + OB =r. AC +1. CB =r.(AC + CB) =r. AB «dat conchuimes que C’pertence @ A°R” sgn de wis a ‘i F ‘atin ee gonie & Bmnoexea o citar ace Susans A) 8, si caeares, 38 Sentara ew ‘Teorema 1. Uma semelhanga 6: FF, de razdo r, transforma: 1) Pedo segmento de retacontido em F num segmento de reta contido em F 12) Um etreulo de rato a contido em F num etreulo de raio na contido em F 8) Pontos interiores a F em pontos interiores a F- 4) Pontos do contorno de F em pontoe do contorno de F, 15) Vertes de F em vértices de F (se F e F forem poltgonos) Demonstragio: 1) Dado o segmento de reta AB contido om F, seam A’=o(A) e B’=0(B). Para todo ponto C em AB, seu hhomslogo C’=G(C) pertence a A’B' em virtude do Loma, Reciprocamente, dado qualquer ponto Cem A‘B', tenes C'=0(C), onde C = @(C'). Como ot & uma semethanca, segue-se do Lema que C pertence a AB. Assim a semelhanca testabeloce uma eorrespondéncia biunivoea entre os pontas dos segmentos de reta AB e AB’ 2) 0 cireulo de centro O raio a, suposto contido em F, é a rreunito dos sogmentas de reta OX tais que OX = a. Sua imagem or 6 é a reunido dos sogmentos 0%, com O’=6 (0), tals que na, portanta é 0 circulo de centro 0” e raio ra Fad Opn Xe merc o0ptgono ? opens Vpaneos 2 eevee. OTememaFutanet 37 8) Um ponte X diz-se interior & figura F quando ¢ centro de algum circulo inteiramente contido em F. Seu homélogo X’=6(X) 6, pelo que vimos acima, o contro de um eirculo de raio ra, eontido em’. Portanto, X’€ ponto interior a F”. 4) Dirse que um ponto X pertence 20 contono da figura P quando X pertence a F mas nio é interior a F, ou seja, aenhur cireulo de centro X pode estar inteiramente eontide em F. Neste caso, X'=0(X) deve pertencer ao contarno de F pois se X° es- tivease no interior de F” ento, em virtude de 3), X=e!(X") também estaria no interior de F. 5) Suponkamos agora que F e F”sejam poligonos e que X seja uum vértice de F. Em partieular, X esté no contorno de F logo, par 4), seu homélogo X'= 6 (X) esta no eontarno de F. Se nio fesse vértice, 0 ponto X’ pertenceria ao lado A’B' de F, sendo diferente de A'm (A) e de B’=a(B). Entio X pertenceria eo lado AB de F, comX+A eX» B, logo Xndo seria vertice de F. Sea: FF 6 uma semolhanca quo transforma o segmento de reta AB, contido em F, no segmento A’B', contido em F, estes sog- rmentos te dizem homlogos, 3. O Teorema Fundamental ‘Sejam O um ponto do plano Il (oa do espago E) ey um mimero real positive, Ahomotetia de centro O e razko r é a fungi o:fl ~ 1 (on OB ~ E) definida do seguinte modo: (0) » O e, para todo ponto X #0, 01%) =X" 60 ponto da semireta OX tal que OF =r. OX. ‘Uma homotetia de razio 1 6 simplesmente a aplicagio iden tidade, Uma homotetia de centro O transforma toda reta que passa por O em si mesma. ‘Toda homotetia é uma correspondéncia biunivoca, euja inversa 6 ahomotetia de mesmo centro ¢ razdo 1/r. Duas figuras F ¢ F’ chamam-te homotétioas quando existe uma hhomotetia ¢ tal que oF) Um exemple de homotetia (de razto r>1) se obtém con. siderando 0 centro O como o foco de um prajetor de aides; Fé a imagem ampliada do slide F, que se ve sobre a tela. ‘Numa homotetia, os pontas 0, Xe X° so aempre colineares, nesta ordem se r>10u na ordem 0,X,X se 0 IY, definida por o(X) =X" = intersegio da semireta PX com o plano I, € a restrigdo a M1 da homotetia de centro P e razio r= PAVPA. De fato, sendo M1 ¢ M1’ paralelos, 0 segmento AX € paralelo a A’X’. Pelo ‘Coratério do Teorema 2, temos PXIPK = PAVPA = ‘0 Teorems 2 pode ser enunciado, um tanto vagamente, dizen- do-se que “figuras homotéticas sfo figures semelhantes, semelhan- temente digpostas”. Nota 1. Entre os textos de Geometria mais notaveis depois dos Blementos estao oa “Elements de Géométrie" de Legendre (1704), € as “Légons de Géométrie Elémentaire” de Hadamard (1898). Legendre dé a mesma definiedo de semelhanga de Euclides, enquanto que Hadamard define figuras semelhantes como aquelas que so congruentes a figuras homotéticas. Em termos mais precisos, Hadamard chama as figuras F e F* semelhsntes quando existe uma figura F*, congruente a F, tal gue Fe F” sio hhomotéticas. Do nosso ponto de vista isto € um teorems, segundo © qual toda semelhanga € composta de ums homotetia com uma isometria ‘A demonstraggo ¢ imediata: dada a semelhanga 6: FF, de raziio r, fizemos um ponto Oe consideremos a homotetia t, de centro Oo razio r. Seja Fa imagem de F por essa homotetia. A fang inversa +"! ¢ uma homotetia(portanto uma semelhanga) de raziio 1/r. Logo, a fanedo composta Loo !:F” + Fé uma isometria. Assim o=02°!4¢= ot é composta da homotetia + com a isometria 2. Portanto, a definieéo de semelhanga de Hadamard coincide Nota 2. A demonstragdo do Teorema 2 dada acima ¢ uma adaptacio do um argumento devide a Euelides, que jd consta no Livro VI dos Elementos. O uso de area na demonstragio evita repetir a consideragio de casos (Ccomensurdvel” vs “Incomensurdvel’)j6 feta quando ae deduziu a formula da area do quadrado, Os autores modernos (a partir de Legendre ¢ Hadamard) PERSE Ee rere tt incorrem nessa repetigio, utilizando duas vezes 0 teorema aritmético segundo o qual toda fungio creseente 10,4) — (0, ), tal que fin) = nfs) para qualquer n ¢ Ne qualquer x20, 6 da forma fix)=e-x. Vide, por exemplo, “Mu Professor de Matemética”, pags. 164 6 167. 4, Semelhanga de triangulos Mostraremes agora que nossa definiglo de semelhanga, quando aplicada a tritngulos, reduz-se definigdo tradicional. Teorema 3. Dols tridngulos semethantes tém angulos iguais ¢ ladop homsiogos proporcionais. Reeiprocamente, se dois triangulos ‘cumprem uma das tree condigées abaixo entao cles sto semelhantes: 4) Tem tados proporcionais; 1) Tem angulos iguais; ©) Tem um angulo igual compreendido entre lados proporcionais. eee « B o fe IX é ° B e Demonstragto: Saja ¢ : ABC —>A’B'C’ uma semelhanca de razio 7 entre os triangulos ABC ¢ A’B'C, com A’=o(A), B'=a(B) & C=C), Entéo, pela definiglo de semethanca, AH Semabanree Nees Jogo 05 tridngulos tém os Indos homélogos proporcionais, Para pprovar que os angulos sio iguais, suponhamos, a fim de fixar fdéias, que soja 0 0. (Isto significa que cles tém os lados roporcionais,) A homotetia de centro A e rardo r transforma ABC zo tridngulo A BC” eujos Iados medem ‘AC e BC=r.BC. AB°C" e #'B'C’ sio congruentes porque tém os lados iguais. Como AB‘C” ¢ semelhante a ABC, segue-se que ABC © ABC sto semelhantes. b) Sejam ABC e A'B'C’triéngulos tas que SASL, £BeLB ee £0220. Nas retas AB ¢ AC tomemos os pontos BY © C” respectiva- mente, de modo que AB” = AB’ e AC" = A’C’.Os trifngulos AB'C” © A’B'C’ sto congruentes porque tm um &ngulo igual (Z A= < A’ compreendido entre Tados iguais. Logo 2B"= 2 B', donde 2B =< BY. Concluise que as retas BYC” ¢ BC sho paralelas e dat Senhora deeper 45 0s triingulos AB“C” ¢ ABC sio semelhantes. Como AB'C” e A'B'C so congruentes, resulta que ABC ¢ A'B'C’ sao semelhantes ) Finalmente, suponhamos que 08 triangulos ABC e A'B‘C’ cumpram, 1 AC. ‘Novamente tomamos sabre as retas AB ¢ AC, respectivamente, os ppontos B” @ C” eom LAs, KBarBB e AB’ =XE ¢ AC'=4C. 0s triangulos AB“C” e A'BIC’ so congruentes, como no eas0 b). A hhomotetia de centro A e razio r transforma AB em AB” e AC em AC” porque HB oo WG =r.X0. Lago essa homotetia 6 uma semelhanga entre o triingulo ABC © 0 triangule AB"C”. Como AB"C" e A’B'C’ s8o congruentes, segue-se ‘que ABC eA'B'C’ sto semelhantes. Lembremos que dnguloé a figura formada por duas semi-retas que tém a mesma origem. Essas semi-rotas chamam-se os lados & sua origem comum chama-ce 0 vertce do angulo, ‘Assim, quando se diz que o ponto P pertence ao Angulo 2 A, {sto significa que P esté sobre um das lados desse angulo. (Podendo estar sobre ambos 0s lados, se 6 0 vértice.) Se 0s lados do Angulo so somi-retas opostas (isto 6, estio sobre @ mesma reta) entdo o Angulo chama-se raso Se o Angulo 2 A nko 6 raso, 0 vértice A é 0 vinico dos seus pos tos que nio pode ser interior a um segmento de reta contide num do lados de 2A. Corolério 1. Dots angulos semelhantes ato iguais, Evidentemente, basta considerar 0 caso em que os angulos nfo ‘so rator. Soja: 2 A < A’ uma semolhanga entre 0

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