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Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo

PJe - Processo Judicial Eletrônico

27/03/2024

Número: 5009081-83.2023.8.08.0000
Classe: AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão julgador colegiado: 4ª Câmara Cível
Órgão julgador: 031 - Gabinete Des. Convocado MARCOS VALLS FEU ROSA
Última distribuição : 16/08/2023
Valor da causa: R$ 1.320,00
Relator: MARCOS VALLS FEU ROSA
Processo referência: 0003364-82.2010.8.08.0049
Assuntos: Assistência Judiciária Gratuita
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ANA IRAILDES FILETE DE MELO (AGRAVANTE) LUANA BARBOSA PEREIRA (ADVOGADO)
FRANCISCO FABRE DE MELO (AGRAVANTE) LUANA BARBOSA PEREIRA (ADVOGADO)
ELGICA FILETTE BUSATO (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
EDIMAR FILETE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
MARIA LUCIA BRUSCO (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
EUVALDES FILETE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
RITA DAS GRACAS CARNIELLE FILETE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ALAIR JOSE FILETI (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
MARIA MADALENA BERMOND FILETI (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ALMIR FILETE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ANA DALVI FILETTE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
LEONILDO FILLETTE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ANA DA PENHA GUISSO FILETTI (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ANCELMO FILETO (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ALTAIR FILETE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
ISABEL BETINI FILETE (AGRAVADO) BERNADETE DALL ARMELLINA (ADVOGADO)
NELIA FILETE BETINI (AGRAVADO) JOSE VICENTE GONCALVES FILHO (ADVOGADO)
ANCELIA FILETI (AGRAVADO) JOSE VICENTE GONCALVES FILHO (ADVOGADO)
MARIA DO CARMO FILETE GALAVOTTI (AGRAVADO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
78117 26/03/2024 13:14 Acórdão Acórdão
74
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PODER JUDICIÁRIO

PROCESSO Nº 5009081-83.2023.8.08.0000
AGRAVO DE INSTRUMENTO (202)
AGRAVANTE: ANA IRAILDES FILETE DE MELO e outros
AGRAVADO: ELGICA FILETTE BUSATO e outros (16)

RELATOR(A):MARCOS VALLS FEU ROSA

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EMENTA

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO – LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA POR


ARBITRAMENTO – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA – DECLARAÇÃO DE POBREZA –
PRESUNÇÃO DE VERACIDADE – PRECEDENTES DO STJ – AUSÊNCIA DE PROVA
SUFICIENTE PARA REJEITAR A BENESSE – RECURSO PROVIDO.

1. Conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça, a simples afirmação de declaração de


pobreza goza de presunção de veracidade, e, portanto, o indeferimento do benefício da
assistência judiciária gratuita depende de provas suficientes para afastar a referida presunção.

2. O benefício da assistência judiciária gratuita é faceta instrumentalizadora do direito


constitucionalmente tutelado de amplo acesso à justiça, que permite àqueles que não tem
condições de litigar em razão da necessidade de pagamento de custas judiciais, a possibilidade
de obter do Poder Judiciário a solução para os seus conflitos.

3. Recurso provido.

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ACÓRDÃO

Decisão: À unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso, nos termos do voto do


Relator.
Órgão julgador vencedor: 031 - Gabinete Des. Convocado MARCOS VALLS FEU ROSA

Composição de julgamento: 031 - Gabinete Des. Convocado MARCOS VALLS FEU ROSA -
MARCOS VALLS FEU ROSA - Relator / 008 - Gabinete Des. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE
OLIVEIRA - DAIR JOSE BREGUNCE DE OLIVEIRA - Vogal / 010 - Gabinete Desª. ELIANA
JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA - ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA - Vogal / 012 -
Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ - ROBSON LUIZ ALBANEZ - Vogal
VOTOS VOGAIS
008 - Gabinete Des. DAIR JOSÉ BREGUNCE DE OLIVEIRA - DAIR JOSE BREGUNCE DE
OLIVEIRA (Vogal)

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Proferir voto escrito para acompanhar
010 - Gabinete Desª. ELIANA JUNQUEIRA MUNHOS FERREIRA - ELIANA JUNQUEIRA
MUNHOS FERREIRA (Vogal)
Proferir voto escrito para acompanhar
012 - Gabinete Des. ROBSON LUIZ ALBANEZ - ROBSON LUIZ ALBANEZ (Vogal)
Acompanhar
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VOTO VENCEDOR

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 5009081-83.2023.8.08.0000

AGRAVANTES: ANA IRAILDES FILETE DE MELO e FRANCISCO FABRE DE MELO

AGRAVADOS: ELGICA FILETTE E OUTROS

RELATOR: DES. CONVOCADO MARCOS VALLS FEU ROSA

VOTO

Conforme anteriormente relatado, trata-se de agravo de instrumento interposto por ANA


IRAILDES FILETE DE MELO e FRANCISCO FABRE DE MELO contra a r. decisão inserida no
ID 28416236, proferida pelo MM. Juiz de Direito da Vara Única de Venda Nova do Imigrante que,
nos autos da liquidação de sentença por arbitramento requerida em face de ELGICA FILETTE E
OUTROS, revogou o benefício da assistência judiciária gratuita outrora deferido aos agravantes.

Nas razões apresentadas no ID 5716619, os agravantes sustentam, em síntese, que (i) não
possuem condições de arcarem com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento,
conforme afirmado na declaração de hipossuficiência e comprovado pela declaração do Imposto
de Renda; e (ii) “não merece acolhimento suscitar hipotética condição de custear às expensas da
lide, tão somente, devido ao fato de a parte estar representada por advogado particular e/ou ter
adiantado honorários periciais em situação pretérita, valor este que foi custeado pelos seus filhos,
com muito sacrifício e dificuldade, com o único intuito de adiantar um processo que está em curso
há mais de 10 anos, sem qualquer solução”.

Com arrimo nestes argumentos e sustentando a existência dos requisitos previstos no Código de
Processo Civil, requerem o recebimento do recurso, com a concessão de tutela antecipada
recursal para determinar a suspensão dos efeitos da decisão recorrida. No mérito, pleiteiam a
confirmação da concessão da gratuidade.

O pedido liminar foi deferido na decisão constante no ID 5753361.

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Contrarrazões apresentadas nos IDs 6041014 e 6042236.

Pois bem.

Conforme precedentes do Superior Tribunal de Justiça, a declaração de pobreza goza de


presunção de veracidade, e, portanto, o indeferimento do benefício da assistência judiciária
gratuita deve ser adequadamente fundamentado, a partir de provas suficientes para afastar a
referida presunção.

Neste sentido, vejamos:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL.


GRATUIDADE DA JUSTIÇA. DECLARAÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA. PRESUNÇÃO
JURIS TANTUM. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS.
INADMISSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7/STJ. AGRAVO DESPROVIDO.

1. A declaração de pobreza que tenha por fim o benefício da gratuidade de


justiça tem presunção relativa de veracidade, podendo ser afastada
fundamentadamente. Jurisprudência deste STJ.

2. Agravo desprovido.

(STJ, AgInt no AREsp 914.811/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,


TERCEIRA TURMA, julgado em 04/04/2017, DJe 10/04/2017)

(AgInt no AREsp 990.935/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado
em 16/03/2017, DJe 22/03/2017)

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 544 DO CPC/73) - AÇÃO DE OBRIGAÇÃO


DE FAZER COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL -
INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - DECISÃO
MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECLAMO, EM RAZÃO DO
ÓBICE DA SÚMULA 7 DO STJ. IRRESIGNAÇÃO DA PARTE AUTORA.

1. A presunção de pobreza, para fins de concessão dos benefícios da


assistência judiciária gratuita, ostenta caráter relativo, podendo o magistrado
indeferir o pedido de assistência se encontrar elementos que infirmem a
hipossuficiência do requerente. Encontra óbice na Súmula 7/STJ a pretensão de
revisão das conclusões do acórdão na hipótese em que, apreciando o conjunto
probatório, para fins de concessão da gratuidade de justiça, as instâncias
ordinárias não se convencem da hipossuficiência da parte, cuja declaração goza
de presunção relativa de veracidade nos termos da jurisprudência desta Corte
Superior.

2. Agravo interno desprovido.

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É isso, ainda, o que se pode extrair da redação dos §§ 2º e 3º do art. 99 do CPC/15, in verbis:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na
contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. [...]

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos


que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade
, devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a comprovação do
preenchimento dos referidos pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente


por pessoa natural.

Analisando os autos, verifico que os agravantes requereram os benefícios da assistência


judiciária gratuita na petição inicial do processo originário e juntaram declaração de
hipossuficiência financeira, em observância aos preceitos do artigo 98 e seguintes do CPC, sendo
deferida a gratuidade.

No curso da demanda, o magistrado singular, em que pese o deferimento da benesse,


determinou a intimação dos recorrentes para arcarem com o pagamento dos honorários perito, no
valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Após a manifestação dos requerentes, o magistrado singular determinou que os agravantes


comprovassem os requisitos necessários à manutenção do benefício, oportunidade na qual foi
juntado aos autos a Declaração de Imposto de Renda, indicando serem aposentados e possuírem
renda mensal de R$ 1.212,00 (mil, duzentos e doze reais).

Depois da manifestação dos requeridos, o magistrado singular revogou a gratuidade nos


seguintes termos:

“Intimados os requerentes à luz do pronunciamento de ID 27112930, ou seja, para


comprovarem sua alegada hipossufi-ciência, apenas trouxeram aos autos sua
declaração de imposto de renda, em que é omitido o direito patrimonial discutido nos
autos, ou seja, trata-se de um documento sem verossimilhança, notadamente porque
são preenchidos por declaração do próprio contribuinte que, a bem da verdade, não
representa sua real situação patrimonial.

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Corroborando com isso, surgem oportunas as assertivas descritas no ID 27956213,
onde os adversos vem afirmar que os requerentes são proprietários de imóveis rurais
produtivos, e o núcleo familiar tem rendimentos regulares pelo trabalho, sendo
capazes inclusive de recolher honorários periciais na ordem de mais de R$ 5.000,00.

Portanto, o fato de serem aposentados apenas é um plus à situação financeira


confortável que ostentam e completamente dispare daqueles sujeitos realmente
pobres desse país que, segundo dados mais recentes do IBGE, graficamente estão
muitíssimo distantes da situação dos requerentes.

Os autores, no particular, além de serem pessoas no gozo de suas faculdades


ordinárias, não demonstraram qualquer comprometimento de renda e ainda litigam em
litisconsórcio, isto é, a plêiade de legitimados ativos são capazes de ratear/dividir os
custos e riscos do litígio, de modo a tornar diminuto e até irrelevante o impacto do
litígio na garantia do mínimo existencial.

O silêncio, neste particular, muito é revelador sobre a inexistência de prova cabal que
possa se corroborar com a declaração de hipossuficiência, tornando-a um documento
vazio e sem lastro concreto na situação financeira ordinária dos autores.

Verifico que, se realmente os requerentes fossem hipossuficientes sobre o aspecto


econômico, apresentariam comprovantes de suas inscrições no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal, nos termos do Decreto n.º 6.135/2007,
regulamento em que está explicitamente definido o conceito de ‘família de baixa renda’
para os benefícios de assistência social, dentre os quais reputo poder se inserir a
justiça gratuita.

Vale destacar que, estando eles em litisconsórcio, o TJES entende facilitado o


recolhimento das custas processuais, e, por isso, inviável o deferimento da justiça
gratuita na hipótese em comento (EdCl no AgInt na APL 0015235-
82.2017.8.08.0011).Os requerentes possuem suas respectivas fontes de renda, as
quais, em conjunto, a meu sentir, os permite pagar as despesas iniciais do processo,
levando-se em conta, ainda, a possibilidade de parcelamento, nos termos do §6º do
art. 98 do CPC.

(...)

Não vislumbro qualquer argumento capaz de chancelar tal pleito, tendo em vista
comprovado que, havendo litisconsórcio, cada parte possui plena condição de arcar
com as custas.

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Por isso, à luz de tudo quanto exposto, revogo o benefício deferido aos autores.”

Em que pese a ausência de juntada do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
Federal, ao menos neste primeiro momento, entendo que, de fato, os recorrentes não têm
condições de arcarem com o pagamento das custas processuais sem prejuízo de seu sustento.

Em exame, vislumbro que os agravantes se qualificam como aposentados e conforme declaração


do imposto de renda, ambos auferem uma renda mensal de R$ 1.212,00 (mil, duzentos e doze
reais).

Diante desse quadro, me parece que o fato de terem conseguido juntar a quantia de R$ 5.500,00
(cinco mil e quinhentos reais) para o pagamento de anteriores honorários periciais, não tem o
condão, por si só, de revogar o benefício outrora deferido. Sobre esse ponto, calha acentuar que
os agravantes buscam a devolução de tal quantia, já que o perito não atendeu mais as intimações
no processo.

Ademais, calha acentuar que o valor indicado pelo novo perito alcança o montante de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais), ou seja, dez vezes maior do aquele depositado anteriormente
pelos agravantes.

Por fim, apesar de os agravados alegarem na origem que os recorrentes são proprietários de
terrenos rurais produtivos, não foi produzida nenhuma prova nesse sentido.

Tais circunstâncias, no meu modo de entender, são suficientes para a manutenção do benefício,
mormente porque requerido por pessoa física, cuja declaração goza da presunção de veracidade,
e, por não constar nos autos prova que, efetivamente, infirme a declaração prestada.

Como dito, a jurisprudência dominante indica que a presunção conferida à declaração de pobreza
deve ser infirmada com provas de que a parte não preenche os requisitos legais, ou mesmo com
os elementos dos autos, para o indeferimento do pedido, o que não ocorreu no presente caso.

Calha acentuar, ademais, que o benefício da assistência judiciária gratuita é faceta


instrumentalizadora do direito constitucionalmente tutelado de amplo acesso à justiça, que
permite àquele que não tem condições de litigar em razão da necessidade de pagamento de
custas judiciais, a possibilidade de obter do Poder Judiciário a solução para os seus
conflitos.

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Por derradeiro, somente a prova contundente e irrefutável seria capaz de mitigar a garantia
constitucional mencionada. Além disso, a parte contrária, caso queira, poderá oferecer
impugnação, nos termos do artigo 100, do CPC.

Pelas razões expostas, entendo que a decisão recorrida está em confronto com a jurisprudência
dominante dos Tribunais Superiores, pois inexistem provas suficientes nos autos que infirmem
a presunção de veracidade da declaração prestada, conforme precedentes já citados e os que
ora cito:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PESSOA JURÍDICA


EM REGIME DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
INDEFERIMENTO. NÃO COMPROVAÇÃO DA CONDIÇÃO DE MISERABILIDADE.
REVISÃO DO ENTENDIMENTO ALCANÇADO NA ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE.
ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ.

1. Hipótese em que a Corte de origem entendeu, com base nas provas constantes nos
autos, que não estava comprovada a incapacidade econômica.

2. O pedido de assistência judiciária gratuita pode ser indeferido, quando o


magistrado tiver fundadas razões para crer que o requerente não se encontra em
estado de miserabilidade. Precedentes.

3. Não é possível rever a conclusão do acórdão recorrido, no sentido de que não ficou
comprovado o estado de miserabilidade, apto a ensejar a concessão do benefício da
justiça gratuita, sem proceder-se ao revolvimento do substrato fático-probatório dos
autos, ante o óbice da Súmula nº 7/STJ.

4. Ademais, conforme jurisprudência do STJ, ainda que em regime de liquidação


extrajudicial, a concessão do benefício da justiça gratuita à pessoa jurídica depende
da demonstração da impossibilidade de arcar com os encargos processuais.
Precedentes.

5. Agravo Interno não provido.

(AgInt no AREsp 1240166/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA


TURMA, julgado em 20/09/2018, DJe 27/09/2018)

Firme a tais considerações, CONHEÇO do recurso, porquanto preenchidos os requisitos de


admissibilidade, para DAR-LHE PROVIMENTO, e, consequentemente, defiro o benefício da
assistência judiciária gratuita aos recorrentes.

É como voto.

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VOTOS ESCRITOS (EXCETO VOTO VENCEDOR)

Acompanho o voto de relatoria para dar provimento ao recurso.

Com o relator

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