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[0 de artios54 Lei n.* 32/2006, de 26 de Julho (versio actualizada) PROCRIAGAO MEDICAMENTE ASSISTIDA Contém as seguintes alteracées: = Lei n.° 59/2007, de 04 de Setembro Lei n.? 17/2016, de 20 de Junho = Lei n.® 25/2016, de 22 de Agosto + Lei n.* 58/2017, de 25 de Jutho Lei n.* 49/2018, de 14 de Agosto = Lei n.? 48/2019, de 08 de Jutho + Lei n.° 72/2021, de 12 de Novernbro + Lei n.* 90/2021, de 16 de Dezembro SUMARIO Procriagdo medicamente assistida AAssembleia da Repiiblica decreta, nos termos da alinea c) do artigo 161." da Constituicio, 0 seguinte: ‘CAPITULO I Disposicoes gerais Artigo 1. Objeto Apresente lei regula a utilizagao de técnicas de procriacdo medicamente assistida (PMA). 1 -A presente lei aplica-se as seguintes técnicas de P 4) Inseminagao artifici b) Fertitizacao in vitro; «) Injecao intracitoplasmatica de espermatozoides; 4) Transferéncia de embriges, g4metas ov zigotos; €) Diagnéstico genético pré-implantacao;, ) Outras técnicas laboratoriais de manipulacéo gamética ou embrionaria equivalentes ou subsidirias. 2-- Apresente lei apiica-se ainda as situagdes de gestacao de substituicdo previstas no artigo 8.* Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versbes anteriores deste artigo: diplomas: - 1" versio: Lef n.* 32/2006, de 26 de Lei n.° 25/2016, de 22 de Agosto Julho Artigo 3. Dignidade e néo discriminag3o, 1 ~As técnicas de PMA, incluindo as realizadas no ambito das situacdes de gestacao de substituic devem respeitar a dignidade humana de todas as pessoas envolvidas. 2.- E proibida a discriminacao com base no patriménio genético ou no facto de se ter nascido em resultado da utilizacao de técnicas de PMA. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: - 1" versio: Lef n.* 32/2006, de 26 de = Lei n.* 25/2016, de 22 de Agosto Julho Artigo 4.* Recurso & PMA 1+ As técnicas de PMA sio um método subsidiario, e néo alternativo, de procriacao, 2.- Autilizacao de técnicas de PMA s6 pode verificar-se mediante diagnéstico de infertilidade ou ainda, sendo caso disso, para tratamento de doenca grave ou do risco de transmissao de doencas de ‘origem genética, infecciosa ou outras. 3 - As técnicas de PMA podem ainda ser utilizadas por todas as mulheres independentemente do diagnéstico de infertilidade. Contém as alteragées introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: = 1" versao: Let n.* 32/2006, de 26 de * Lei n.* 17/2016, de 20 de Junho Jutho Artigo 5.° Centros autorizados e pessoas qualificadas 1 -As técnicas de PMA, incluindo as realizadas no Ambito das situacdes de gestaco de substituicao previstas no artigo 8.*, s6 podem ser ministradas em centros publicos ou privados expressamente autorizados para o efeito pelo Ministro da Saude. 2.- Sao definidos em diploma préprio, designadamente: 2) As qualificagdes exigidas as equipas médicas e ao restante pessoal de sade; b) 0 modo e os critérios de avaliacao periddica da qualidade técnica; ) As situagdes em que a autorizacao de funcionamento pode ser revogada, Contém as alteragées introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: = 1" versao: Let n.* 32/2006, de 26 de Lei n.* 25/2016, de 22 de Agosto Julho Artigo 6.° Beneficiarios 1 - Podem recorrer as técnicas de PMA 0s casais de sexo diferente ou os casais de mulheres, respetivamente casados ou casadas ou que vivam em condigdes andlogas 8s dos cénjuges, bem como todas as mulheres independentemente do estado civil e da respetiva orientacao sexual, 2.--As técnicas s6 podem ser utilizadas em beneficio de quem tenha, pelo menos, 18 anos de idade desde que nao exista uma sentenca de acompanhamento que vede 0 recurso a tais técnicas. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes __Versdes anteriores deste artigo: diploma: 1° versio: Lei n.° 32/2006, de 26 de Lei n.® 17/2016, de 20 de Junho Julho Lei n.* 49/2018, de 14 de Agosto 2° versio: Lei n.° 17/2016, de 20 de Junho Artigo 7.* Finalidades proibidas 1 = E proibida a clonagem reprodutiva tendo como objetivo criar seres humanos geneticamente id€nticos a outros. 2.~-As técnicas de PMA ndo podem ser utiizadas para conseguir melhorar determinadas caracteristicas nao médicas do nascituro, designadamente a escotha do sexo. 3 - Excetuam-se do isposto no numero anterior os casos em que haja risco elevado de doenca ‘genética ligada ao sexo, e para a qual nao seja ainda possivel a detecao direta por diagnéstico ‘genético pré-implanta¢ao, ou quando seja ponderosa a necessidade de obter grupo HLA (human leukocyte antigen) compativel para efeitos de tratamento de doenca grave. 4--As técnicas de PMA nao podem ser utilizadas com o objetivo de originarem quimeras ou hibridos. 5 - E proibida a aplicago das técnicas de diagnéstico genético pré-implantacao em doencas. multifatoriais onde o valor preditivo do teste genético seja muito baixo. Contém as alteracées introduzidas pelos seguintes Versoes anteriores deste artigo: diplomas: 1" versio: Lei n.° 32/2006, de 26 de ~ Lei n.* 17/2016, de 20 de Junho Juitho Artigo 8.° Gestagio de substituicao 1 = Entende-se por ~gestacio de substituigao~ qualquer situacko em que a mulher se disponha a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a crianga apos 0 parto, renunciando aos poderes e deveres préprios da maternidade. 2- Acelebracio de negocios juridicos de gestacao de substituigao s6 é admissivel a titulo excecional ‘e com natureza gratuita, nos casos de auséncia de itero, de lesdo ou de doenca deste érgio ou outra situacdo clinica que impeca de forma absoluta e definitiva a gravider da mulher. 3 Agestante de substituigao deve ser, preferencialmente, uma mulher que ja tenha sido mae, sem prejuizo das concretas circunstancias do caso o poderem imped. 4- Agestacao de substituicao s6 pode ser autorizada através de uma técnica de procriagao medicamente assistida com recurso aos gametas de, pelo menos, um dos respetivos beneficiarios, nao podendo a gestante de substituicao, em caso algum, ser a dadora de qualquer ovécito usado no cconcreto procedimento em que é participante. 5 - Acelebragao de negécios juridicos de gestacao de substituigao carece de autorizagio prévia do Consetho Nacional de Procriacao Medicamente Assistida, entidade que supervisiona todo 0 pracesso, a ‘qual é sempre antecedida de audigao da Ordem dos Médicos e da Order dos Psicélogos e apenas pode ser concedida nas situagdes previstas no n.* 2 € desde que observadas as disposicées contratuais, previstas non." 13. 6 - 0 pedido de autorizacao prévia para a celebracao de contratos de gestacdo de substituicao é apresentado através de formulario disponivel no sitio eletrénico do Consetho Nacional de Procriaco Medicamente Assistida, que cria 0 respetivo modelo, subscrito conjuntamente pelos beneficiarios e pela gestante de substituicao, devendo ser acompanhado da seguinte documentacdo: 2a) Identificacao dos beneficiarios da gestante de substituicao; b) Aceitagio das condigdes previstas no contrato de gestacio de substituigso por parte dos beneficiarios e da gestante de substituicao; «¢) Documentacio médica, com origem no centro de PMA no qual as técnicas de PMA necessarias & cconcretizacao da gestacao de substituicao serao efetuadas, destinada a comprovar que estao preenchidas as condicées previstas nos nos 2 € 4; 4) Declaracao do diretor do centro de PMA no qual as técnicas de PMA necessérias & concretizagao da ‘estacao de substituicao serao efetuadas, aceitando a concretizacao nesse centro dos tratamentos a Fealizar. 7 - € proibido qualquer tipo de pagamento ou a doago de qualquer bem ou quantia dos benefici | gestante de substituicao pela gestacao da crianca, exceto o valor correspondente as despesas decorrentes do acompanhamento de saiide efetivamente prestado, incluindo em transportes, desde ‘que devidamente tituladas em documento proprio. 8 - Nao & permitida a celebracao de negécios juridicos de gestacao de substituicao quando existir uma relacao de subordinacao econémica, nomeadamente de natureza laboral ou de prestacao de servigos, entre as partes envolvidas, 9 Sem prejuizo do disposto no nlimero seguinte, a crianca que nascer através do recurso a gestacao de substituicio é tida como filha dos respetivos beneficiaries 10 -No tocante a validade e eficécia do consentimento das partes é aplicavel & gestacdo de substituigdo, com as devidas adaptacées, o disposto no artigo 14.*, com excecao do previsto no seu 1n.* 4 sobre o consentimento livremente revogavel, sendo que nos casos de gestacao de substituicao 0 mesmo pode acontecer, por vontade da gestante, até ao registo da crianca nascida, 11 = Os direitos e os deveres previstos nos artigos 12.° e 13.° so aplicdvels, com as devidas adaptagées, aos beneficidrios dos contratos de gestacao de substituicio, sendo 0s direitos e os deveres da gestante de substituicéo os que se encontram previstos nos artigos 13."-A e 13.°8. 12- (Revogado.) 13 -Acelebracdo de negicios juridicos de gestacio de substituicéo é feita através de contrato escrito, estabelecido livre mente entre as partes, supervisionado pelo Consetho Nacional de Procriacao Medicamente Assistida, onde constam, obrigatoriamente, entre outras, clausulas tendo por objeto: 4) As obrigacées da gestante de substituigao no que respeita ao cumprimento das orientagées médicas do obstetra que segue a gravider e da realizacio dos exames e atos terapéuticos por este ‘considerados indispensaveis ao correto acompanhamento clinico da gravidez, tendo em vista assegurar a evolucao normal da gravidez e o bem-estar da crianca; b) Os direitos da gestante de substituicao na participacao nas decisées referentes a escotha do obstetra que segue a gravidez, do tipo de parto e do local onde o mesmo tera lugar; ‘¢)O direito da gestante de substituigio a um acompanhamento psicalégico antes, durante apés 0 parto; 4) As obrigacies e os direitos da gestante de substituicio, tais como a possibilidade de recusa de se submeter a exames de diagnéstico, como a amniocentese, ou a possibilidade de realizar viagens em determinados meios de transporte ou fora do pais no terceiro trimestre de gestacio; €) Aprestagao de informagao completa e adequada sobre as técnicas clinicas e 05 seus potenciais riscos para a sade; 4) Aprestacao de informacao ao casal beneficiario e a gestante de substituigdo sobre o significado e as consequéncias da influéncia do estilo de vida da gestante no desenvolvimento embrionario e fetal; 8) As disposicées a observar sobre quaisquer intercorréncias de salide ocorridas na gestagao, quer a nivel fetal, quer a nivel da gestante de substituicao; h) As disposicGes a abservar em caso de eventual interrup¢io voluntaria da gravidez em conformidade ‘com a legislacao em vigor; 4) A possibilidade de denincia do contrato por qualquer das partes, no caso de se vir a verificar um determinada numero de tentativas de gravider falhadas e em que termos tal deniincia pode ter lugar; 3) Os termos de revogagao do consentimento ou do contrato em conformidade com a presente lei; Kk) A gratuitidade do negécio juridico e a auséncia de qualquer tipo de imposi¢io, pagamento ou

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