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ADAUTO LOURENCO INI A MAO DE DEUS NA CRIACAO GENESIS —_—__ - G&S). CAPITULO 1 ‘No princfpio Deus criou os céus e a terra. 2Fra a terra sem forma e vazia; trevas cobriam a face do abismo, e o Espirito de Deus se movia sobre a face das Aguas. aDisse Deus: “Haja luz”, e houve luz. 4Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. sDeus chamou a luz dia, e as trevas chamou noite. Passaram-se a tarde e a manha; esse foi 0 primeiro dia. ®Depois disse Deus: “Haja entre as 4guas um firmamento que separe Aguas de Aguas”. 7Ento Deus fez o firmamento e separou as Aguas que estavam embaixo do firmamento das que estavam por cima. E assim foi. 8Ao firmamento Deus chamou céu. Passaram-se a tarde e a manha; esse foi o segundo dia. SE disse Deus: “Ajuntem-se num 6 lugar as aguas que esto debaixo do céu, € aparega a parte seca”. E assim foi. 2A parte seca Deus chamou terra, e chamou mares ao conjunto das 4guas. E Deus viu que ficou bom. “Entao disse Deus: “Cubra-se a terra de vegetacdo: plantas que déem sementes e Arvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies”. E assim foi. 12A terra fez brotar a vegetacdo: plantas que dao sementes de acordo com as suas espécies, e arvores cujos frutos produzem sementes de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom. '3Passaram-se a tarde e a manhi; esse foi o terceiro dia. uDisse Deus: “Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de sinais para marcar esta~ Ges, dias e anos, *se sirvam de luminares no firmamento do céu para iluminar a terra”. E assim foi. ‘*Deus fez os dois grandes lu- minares: 0 maior para governar o dia e o menor para governar a noite; fez também as estrelas. 17Deus os colocou no firmamento do céu para iluminar a terra, 8governar o dia e a noite, e separar a luz das trevas. E Deus viu que ficou bom. 1Passaram-se a tarde ea manhi; esse foi o quarto dia. 2eDisse também Deus: “Encham-se as dguas de seres vivos, e sobre a terra voem aves sob o firmamento do céu”. 2Assim Deus criou os grandes animais aquéticos e os demais seres vivos que povoam as Aguas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom. “Entao Deus os abengoou, dizendo: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham as 4guas dos mares! E multipliquem-se as aves na terra’. 23Passaram-se a tarde e a manha; esse foi o quinto dia. 24E disse Deus: “Produza a terra seres vivos de acordo com as suas espécies rebanhos domésticos, animais selvagens e os demais seres vivos da terra, cada um de acordo com a sua espé- cie”. E assim foi. Deus fez os animais selvagens de acordo com as suas espécies, os rebanhos domésticos de acordo com as suas espécies, e os demais seres vivos da terra de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom. 2Ento disse Deus: “Faga- mos 0 homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhanca. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos ani- mais que se movem rente ao chao”. 27Criou Deus o homem a sua imagem, & imagem de Deus 0 criou; homem e mulher os criou. 28Deus os abencoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem- -se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se mo- vem pela terra”. 29Disse Deus: “Eis que Ihes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, ¢ todas as Arvores que dao frutos com sementes. Elas servirao de alimento para vocés. E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si félego de vida: a todos os grandes animais da terra, a TEXTO BIBLICO GENESIS - CAPITULOS 1 E 2 todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chao”. E assim foi. 31E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-se a tarde e a manha; esse foi osexto dia. CAPITULO 2 1 Assim foram conclufdos os céus e a terra, e tudo o que neles ha. 2No sétimo dia Deus ja havia concluido a obra que realizara, e nesse dia descansou. *Abencoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criagdo. 4Esta 6 a histéria das origens dos céus e da terra, no tempo em que foram criados: Quando o Senhor Deus fez a terra e os céus, Sainda no tinha brotado nenhum arbusto no campo, € nenhuma planta havia germinado, porque o Senhor Deus ainda nao tinha feito chover sobre a terra, e também nao havia homem para cultivar o solo. 6Todavia brotava agua da terra e irrigava toda a superficie do solo. 7Entéo o Senhor Deus formou 0 homem do po da terra e soprou em suas narinas o félego de vida, e o homem se tornou um ser vivente. 8Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Eden, para os lados do leste; ¢ ali colocou o homem que formara. 90 Senhor Deus fez nascer entao do solo todo tipo de drvores agradaveis aos olhos e boas para dlimento. E no meio do jardim estavam a Arvore da vida e a drvore do conhecimento do bem e do mal. .WNo iden nascia um rio que irrigava o jardim, e depois se dividia em quatro. "O nome do primeiro é Pisom. Fle percorre toda a terra de Havila, onde existe ouro. 20 ouro daquela terra é excelente; 14 também existem o bdélio e a pedra de 6nix. 130 se- gundo, que percorre toda a terra de Cuxe, é 0 Giom. 40 terceiro, que corre pelo lado leste da Assfria, 6 0 Tigre. Eo quarto rio é 0 Enufrates. O Senhor Deus colocou 0 homem no jardim do Eden para cuidar dele e cultiva-lo. ‘SE 0 Senhor Deus ordenou ao homem: GENESIS 1 E 2 “Coma livremente de qualquer érvore do jardim, 17mas nfio coma da drvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente vocé morrera’. '8Ento 0 Senhor Deus declarou: “Nao é bom que o homem esteja 9; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda’. ‘8Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, 0 Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome. **Assim o homem deu nomes a todos os rebanhos domésticos, as aves do céu e a todos os animais sel- vagens. Todavia no se encontrou para 0 homem alguém que 0 auxiliasse ¢ lhe correspondesse. %Entdo 0 Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com came. #Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele. *Disse entiio 0 homem: “Esta, sim, é oss0 dos meus ossos carne da minha car- ne! Ela sera chamada mulher, porque do homem foi tirada’.*sPor essa razdo, o homem deixard pai e mae e se uniré A sua mulher, e eles se tornardo uma s6 carne. 50 homem e sua mulher viviam nus, € ndo sentiam vergonha. “LEMBREM-SE DAS COISAS PASSADAS, DAS COISAS MUITO ANTIGAS! EU SOU DEUS, ENAO HA NENHUM OUTRO; EU SOU DEUS, ENAO HA NENHUM COMO EU. DESDEO INICIO FACO CONHECIDO 0 FIM, DESDE TEMPOS REMOTOS, O QUEAINDA VIRA.” ISALAS 46.9-10 CAPITULO I A BIBLIA EA HISTORIA A Biblia é um livro baseado em relatos histéricos. Ela possui também analogias, pardbolas e figuras de linguagem, contudo, o seu contetido é voltado para a historia: a historia do univ do planeta Terra, dos grandes impérios, das civilizagGes, judeu, do ser humano. Sua mensagem historica é relevante ndo somente pelo con- tetido preciso e altamente didatico, mas pela relevancia do seu autor: 0 Deus que nao pode mentir. A histéria nela escrita é auténtica e verdadeira, nao pos- suindo 0 menor traco de distorgao. O que foi relatado na Biblia é exatamente 0 que aconteceu. Tais afirmacées soam estranhas para a maioria das pessoas do Século XXI, principalmente pela credibilidade que é dada ao contetido histérico encontrado nos livros. A reconstrucao da historia humana, que conhecemos através da literatura, nada mais é que uma somatéria de interpretacdes, que procura ter a menor possibilidade de contradigées & medida que é apresentada numa linha continua de tempo. Fssas interpretagdes baseiam-se em descobertas feitas por pesquisadores, classificadas como: achados arqueolégicos, acha- dos paleontolégicos, descobertas geolégicas, ¢ registros feitos por pessoas que presenciaram os eventos descritos ou que rece- beram a informagao por meio de outras fontes. Para melhor compreensio, esclareceremos cada um desses tipos de descobertas. ‘A arqueologia nos auxilia a conhecer as civilizagdes que vi- veram no passado. GENESIS 1 2 Muitas descobertas foram feitas sobre essas culturas, seus habitos, suas linguagens, suas escritas, assim como detalhes de eventos histéricos de cada uma delas. Uma descoberta importante da arqueologia foi a Pedra de Rosetta, traduzida por Jean-Francois Champollion em 1822. Essa esteia (pedra com inscri¢Ges) foi produzida pelos sacerdotes de Ménfis, no Egito, no ano 196 a.C., como um decreto home- nageando o rei Ptolomeu V Epifanes, que reinou o Fgito entre 204-181 aC. Ela ocupa uma posicéo fundamental na compre- enso e interpretacao tanto da escrita quanto da cultura egipcia. A paleontologia nos auxilia a conhecer a vida que existiu no planeta Terra no pasado. Dentre as descobertas feitas pela paleontologia temos os fésseis vivos de plantas e animais que viveram no passado e cujos descendentes existem ainda hoje no nosso planeta. Esses fésseis nos mostram que a evoluedo nao teria ocorrido, pois as formas de vida atuais sio iguais 4s encontradas fossilizadas. Portanto, elas nfo sofreram mudancas ao longo do tempo. Encontramos fosseis de javalis, hienas, tigres, elefantes, antilopes e de muitos outros animais iguais aos atuais A geologia nos ajuda a conhecer como foi o planeta Terra no passado. Nas descobertas feitas pela geologia encontramos evidéncias relacionadas as catdstrofes que o planeta Terra j4 experimentou. Essas evidéncias sto marcas que foram deixadas na crosta ter- restre, resultantes de erup¢des vulcdnicas, terremotos, tsunamis, impactos de meteoritos, inundagGes e mudangas climiticas. Os registros historicos feitos por meio de cartas e documen- tos de povos do passado, permanecem guardados em museus bibliotecas como evidéncias de eventos, realizagdes, guerras, conquistas e tratados que ocorreram. Todas essas descobertas contém informagées relacionadas ao passado. Mas para que a histéria seja estabelecida, todas elas A BIBLIA EA HISTORIA precisam ser agrupadas de tal maneira que os eventos histéricos nelas contidos possam aparecer corretamente numa linha cont/- nua de tempo. A Biblia Nao Interpreta a His ‘Assim, a historia que temos nada mais é que a narrago cria- da pela percepedo daqueles que interpretaram esas descobertas. Independentemente de cada descoberta avaliada, nenhum historiador esteve presente quando 0 evento aconteceu. E. mes- mo que estivesse presente, o que ele escreveria seria apenas uma interpretagdio baseada no seu ponto de vista e na sua percepsao. Portanto, tudo o que é apresentado como historia, nada mais é que uma interpretacdo. Essa interpretagao talvez esteja correta ou talvez nao. ia historia relatada pela Biblia é diferente. Ela nao esta li- mitada a capacidade dos autores biblicos, nem a sua percep¢ao da realidade. O relato historico da Biblia originou-se integralmente no Deus que esteve presente em cada momento da historia, 0 qual nunca esteve preso ao espago ou mesmo ao tempo, ou ainda a uma viséo pessoal limitada da realidade associada aos eventos. ‘A Sua visio de cada evento sempre foi completa, perfeita e sem a menor distor¢io. Nesse aspecto, a Biblia é tinica, sendo totalmente diferente de todos os demais livros histéricos. A Biblia Descreve a Historia Toda descrigio, seja de um fato, evento, situagao, ou até mesmo de um objeto, sempre dependerd da capacidade daquele que faz. a deseri Nao é dificil perceber que quanto maior a limitag&o da ca- pacidade daquele que faz a descri¢do, menor seré a perfeigio e a precisio final da descrigio. Mas se a capacidade daquele que faz a exposicao for 26 GENESIS 1 E 2 ilimitada, a descrigio feita ser perfeita e precisa. f justamente esse 0 caso da Biblia. Deus nao possui nenhuma limitagio, nem mesmo na utili- zacio de instrumentos humanos faliveis, para colocar em forma escrita os seus pensamentos. Ele esteve presente, pessoalmente, em cada evento descri- to, podendo observ-los do melhor ponto de vista disponivel, vendo-os no contexto de todos os demais eventos que ocorriam simultaneamente ao redor do mundo, sem nenhuma distorgao que comprometesse a fidelidade da descricao feita. Sua capacidade ao descrever um evento especifico baseava- -se no seu conhecimento prévio de todos os demais eventos relacionados a esse em particular, tanto quanto 4s suas conse- quéncias futuras. Portanto a Biblia oferece a verdadeira historia. Tudo o que ela relata ocorreu no tempo e no espaco: numa hora especifica, de um dia especifico, de um més especifico, de um ano especttico, num lugar especifico. A Historicidade da Biblia O médico ¢ historiador Lucas escreveu de forma muito deta- Ihada (locais, datas e nomes de pessoas) os eventos relacionados a historia da primeira vinda de Cristo (evangelho de Lucas), bem como sobre o inicio da Igreja (livro de Atos). As primeiras linhas do evangelho escrito por ele demons- tram 0 rigor ténico que ele utilizou para produzir uma obra digna de confianga. Muitos ja se dedicaram a elaborar um relato dos fatos que se cumpriram entre nés, conforme nos foram transmi- tidos por aqueles que desde 0 infcio foram testemunhas oculares e servos da palavra. Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde 0 comeco, e decidi escrever-te um A BIBLIA ¢ a historia relato ordenado, 6 excelentissimo Teéfilo, para que tenhas a certeza das coisas que te foram ensinadas, (Le 1.1-4) O que Lucas fez. é exatamente 0 mesmo que todo historia- dor atual faz. A diferenga entre o que Lucas escreveu e 0 que os historiadores tém escrito é que ele escreveu sob a orientacio do Espirito Santo de Deus. (2'Tm 3.16-17; 2 Pe 1.20-21) B verdade que, dentro dos relatos histéricos registrados na Biblia, encontram-se eventos miraculosos - como a passagem pelo Mar Vermelho, a ressurreiggo de Cristo e muitos outros. Embora esses relatos possam oferecer um questionamento cien- tifico, tal questionamento, por si s6, nao é suficiente para colocar em diivida a veracidade da histéria relatada pela Biblia. Também € verdade que a Biblia trata de relatos histéricos considerados futuros, dentro da perspectiva de tempo em que eles foram escritos. Esses relatos sio considerados proféticos. No entanto, existem centenas de profecias biblicas que ja se realizaram. Todas elas testificam a favor da veracidade histérica biblica. ‘A profecia de Isaias 45.1 6 um exemplo extremamente re- levante da autoridade histérica das Escrituras Sagradas, mesmo quando ela trata da historia futura. O texto, escrito por Isaias por volta do ano 680 aC., fala do aparecimento de Ciro, que unificaria os Medos e os Persas, conquistaria Babilénia e liber- taria o povo de Israel do cativeiro babilénico. O decreto de Ciro libertando 0 povo de Israel foi promulgado no ano 598 a.C., cerca de 140 anos apés a profecia de Isafas. E importante notar que 0 nome especifico de quem promulgaria o decreto foi mencionado. Nio existe uma raziio cientifica, seja ela empirica, légica ou proposicional, pela qual a historicidade biblica deva ser questio- nada. A quantidade de citagdes histéricas - civilizagdes, povos, lugares, situagdes, contextos e personagens citados pela Biblia = que se encontram amplamente documentados pelos historia- dores atuais, atestam claramente para a credibilidade do registro GENESIS 1 B2 histérico biblico. O nimero de 100% de acerto no cumprimento das suas profecias a torna tinica e completamente incomparavel. A Biblia é um livro historicamente correto, preciso, supe- riormente consistente e coerente. A Biblia e as Citagées Historicas A Biblia no aborda o desenvolvimento histérico de todos 0s povos. Ela concentra-se mais com Israel. No entanto ela trata com grande clareza e precisio da ori- gem de todas os povos até 0 ponto do estabelecimento de cada um deles na superficie da Terra (Gn 10 e 11). A Biblia também trata dos grandes impérios que a humanidade conheceu, como o hitita, egipcio, assirio, babilénico, medo-persa, grego e romano. A Biblia nao abrange, no seu relato, todas as possibilida- des histéricas de todos os povos. No entanto, ela é totalmente completa e impareial no seu tema central, desenvolvido em suas paginas. Os eventos descritos na Biblia ocorreram em lugares geogra- ficos especificos, em épocas especificas, e podem ser verificados pela arqueologia, geografia, geologia, astronomia e linguistica. Muitos lugares sio conhecidos, tanto pelos seus nomes originais quanto pelos atuais. Muitos povos ¢ civilizagdes sio conhecidos na histéria moderna pelos mesmos nomes. Reis e Kideres politicos citados na Biblia sio figuras encontradas nos livros de historia) Muitos eventos foram relatados por outros povos em seus registros histéricos. A evidéncia da importancia do registro histérico biblico pode ser vista através de algumas descobertas importantes, ba- seadas exclusivamente no relato biblico. Nesses casos, nio havia nenhuma outra fonte de informacdo. Vejamos algumas. A Biblia fala do rio que nascia no jardim no den e que se di- vidia em quatro bragos, formando assim quatro rios. Dois desses quatro rios continuam com os mesmos nomes: 0 rio Tigres e 0 A BIBLIA EA HISTORIA Eufrates (Gn 2.10-14). Em 1996, a revista Biblical Archaelogy Review publicou um artigo por James A. Sauer, com o titulo “The River Runs Dry: Creation Story Preserves Historical Memory” (“O Rio Secou: Narrativa da Cria Preserva Meméria Histérica”).1 Nesse artigo,a pesquisa do Dr. Farouk El-Baz, da Universidade de Bos- ton é citada. A descoberta, que também foi anunciada em outras midias, foi a do Rio Kuwait (Wadi Al-Batim ou Rimah-Batim), que existiu entre 3.500 e 2.000 a.C., na regiao onde hoje é a Ara- bia Saudita. Esse antigo rio foi considerado pelos pesquisadores como sendo o Rio Pison, mencionado em Génesis 2. Algo que chamou a atencdo dos pesquisadores foi a frase “Ele percorre a terra de Havila, onde existe ouro. O ouro daquela terra é excelente...” Existe somente um lugar na Ardbia onde o ouro continua sendo extraido desde os tempos antigos: a regiiio de Mahd edh-Dhahab, conhecida como o “Bergo do Ouro”. Essa regifio fica cerca de 200 km de Medina, a cidade sagrada mais importante para os muculmanos depois de Meca. Justamente por essa regio passava o antigo rio Kuwait. Antes das descobertas arqueolégicas do Século XIX, as quais levaram A constatagio da existéncia da civilizacao hitita, somente o Velho Testamento da Biblia fazia mengao a esse povo. Segundo 0 relato biblico, 0 povo Heteu jé existia desde a época de Abraao (Gn 23.3-18), até o rei Davi (1 Sm 26.6; 2 Sm 11.3- 12.10), habitando numa érea que cobria parte do oriente médio. Em 1884, William Wright descobriu um monumento com a seguinte inscri¢ “Povo de Hattusa”. As ruinas da cidade de Hattusa foram escavadas em 1906, por Hugo Winckler, revelan- do a escrita cuneiforme utilizada por essa civilizacio (mais de 10.000 tabletes), seus instrumentos de guerra, seu estilo de vida e seu relacionamento com outros povos da antiguidade (como tratados com os egipcios). 1 shines A. Sauer, “The River Runs Dry: Creation Story Preserves Historical Memory”, Biblical Archaeology Review, July/August (1996), pp. 52, 55 € 64 GENESIS TE 2 A importincia e a relevdncia que a civilizacdo hitita possuiu no pasado, descritas pela Biblia, sio as mesmas encontradas pela arqueologia moderna. Antes dessa descoberta ter ocorrido, a proposta que prevalecia era tendenciosamente contra a Biblia: “se os heteus verdadeiramente tivessem existido, nenhum dos seus reis poderia ser comparado a qualquer um dos reis de Jad.”? Muitas outras descobertas - incluindo detalhes arquiteténi- cos, localizagdes especificas, dimensSes e nomes - encontradas ao longo do registro histérico biblico, so amplamente documen- tadas como verdadeiras pela comunidade cientifica das areas da arqueologia, geologia, geografia, paleontologia, astronomia e linguistica. £ importante ressaltar aqui que o ensino biblico é verdadei- 10, coerente e preciso, no somente no seu conterido histérico, como em todas as demais areas, a tal ponto de podermos afirmar gue a ciéncia demorou milhares de anos para descobrir aquilo que a Biblia jé vinha ensinando hé muito tempo. Um exemplo foi o estudo feito pelo médico David I. Match, publicado pela wobhn Hopkins University School of Medicine, que constatou que todos os animais descritos em Levitico 11 e Deu- terondmio 14 como sendo impuros (néo deveriam ser usados como alimento), foram considerados téxicos para a saiide hu- mana, e, todos os animais descritos como limpos (que poderiam ser usados como alimento), nao ofereceriam nenhum potencial t6xico. A correlagio encontrada foi de 1 00%!8 A Biblia é confidvel por estar correta em todas as propostas que ela faz e nfo apenas em suas propostas teolégicas, como pensam algumas pessoas. 2 Archibald Hemry Sayce, The Hittites: The Story of aForyotten Empire, Queens College, Oxford, October 1888. Introdugio, 3 David 1. Macht, “An Experimental Pharmacological Appreciation of Leviticus XI and Deuteronomy XIV", Bulletin ofthe History of Medicine, Johns Hopkins University School of Medicine, 1953, Volume XVII, N° 5, p. 444-450, A BIBLIA EA HISTORIA A Cronologia Biblica A Biblia é um livro baseado em datas referentes a historia humana. Nela encontramos genealogias (como as de Gn 5 e 11) e datas especificas de eventos (como a construcao do templo por Salomfo em 1 Rs 6). £ possivel assim construir uma cronologia biblica. Por exemplo, seguindo a cronologia encontrada na genealo- gia de Génesis 5, podemos calcular 0 ano que o dilivio ocorreu. Basta somar a idade que Noé tinha quando o dilivio ocorreu, com a idade de nascimento do primeiro filho de todos os seus antepassados. A lista obedeceria 0 seguinte formato: Adio tinha 130 anos quando Sete nasceu. Portanto, toma-se 130 anos para Ado. Sete tinha 105 quando gerou a Enos. Portanto, toma-se 105 para Sete. E assim por diante. Fazendo-se essa adi¢ao temos: 130 (Adio) + 105 (Sete) + 90 (Enos) +70 (Caind) + 65 (Ma- alaleel) + 162 (dhrede) + 65 (Enoque) + 187 (Matusalém) + 182 (Lameque) + 600 (Noé - ano do dilitvio) = 1.656 anos. Portanto, 0 diltivio correu no ano 1.656 da historia humana, a partir do ano da criagdo de Adio. Mas para que esses célculos tenham algum valor, torna-se necessirio assegurarmos que as idades descritas estfio corretas. Segundo o relato de Génesis 5, os seres humanos pré-diluvianos viviam entre 900 e 1.000 anos. Seria possivel, do ponto de vista da ciéncia, que essa longe- vidade fosse verdadeira? ‘A resposta é sim. Podemos explicar como isso seria possivel. Para isso vamos avaliar duas areas de interesse. és, seres humanos, somos compostos por pequenas célu- las. Células morrem. Mas antes de morrerem elas se duplicam, dando origem a novas células. Assim, a longevidade est ligada ao proceso de duplicagio celular. 32 Dentro do niicleo de cada célula existe 0 que chamamos de cromossomos, que sao estruturas organizadas do DNA (acido desoxirribonucleico). No DNA fica guardada a informagio ge- nética de cada organismo vivo. O ser humano, por exemplo, possui 23 pares de cromossomos: 23 foram herdados do pai e 23 da mae. Nas extremidades de cada cromossomo existe um telémero. Ses de informacao genética, sendo que a cada divisao celular, uma repetigao é “deletada”. Por- Os telémeros so pequenas repeti tanto, o niimero de repeti¢des presentes num telémero determina quantas vezes uma célula poderé ser duplicada. Uma célula ndo se duplica mais quando o seu telémero jéfoi utilizado até o final. Portanto, os telémeros sio os responsdveis pelo processo de envelhecimento no nivel celular e determinam um limite para a longevidade de um organismo.+ Sabemos assim que a longevidade de um organismo estd diretamente relacionada com a estrutura dos telémeros. Mas como explicar uma longevidade tao grande, como a encontrada em Génesis? As células daqueles individuos nao morriam? Nao podemos afirmar categoricamente que ndo morriam. No entanto, a ciéncia conhece mecanismos celulares que tornam as células praticamente imortais. Infelizmente os mecanismos conhecidos sao utilizados por células cancerigenas que, basica- mente, so células que “esqueceram” como morrer.5 © que queremos mostrar aqui é que existem mecanismos celulares, conhecidos pela ciéncia, que permitem uma grande longevidade das células, resultando assim uma grande longevi- dade dos organismos (por exemplo, seres humanos) formados por essas células. 4 Shampay., Scostak. LW. and Blackburn.I.H, (1984) DNA sequences of telomeres main- tained in yeast. Nature, 310154157. 5 Robert G. Fenton and Dan L. Longo, Hrrisorts Principies of Intemnaé Medicine, Ch. 69, “Cancer cell biology and angiogenesis", p. 454. A BIBLIA BA HISTORIA Um segundo ponto esté na informagio forecida pelas ge- nealogias de Génesis 5 11. As idades ali descritas oferecem uma informagao valiosa para verificacao. Uma anélise matemitica ajuda a ver um padréio muito interessante. Observe 0 que acontece no grafico entre Adao e Noé, e de- pois entre Noé e José. & dbvio que 0 grafico esta dividido em duas partes. Qual o significado dessas partes? Qualquer matematico - mesmo um que nao conhecesse absolutamente nada sobre a Biblia - ao examinar esse grafico perceberia que alguma coisa teria acontecido durante a vida desse tal Noé” que teria afetado a longevidade dos seus descendentes. O que procuramos demonstrar com isso é que a informacdo no grafico é relevante. Percebemos que de Adio até Noé a longevidade permaneceu praticamente a mesma. Isso é representado pela reta. Mas de Noé até José a longevidade diminuiu. Precisamos analisar agora a informagio contida na segunda parte do grafico, entre Noé e José. Queremos saber se as idades relatadas seriam reais ou nao. GENESIS IB 2 Néo vamos entrar nos detalhes matematicos aqui, mas ape nas queremos usar uma analogia como exemplo. Tmaginemos uma situacio envolvendo uma doenca contagiosa. ‘Vamos supor que temos um grupo de pessoas que sejam susceptiveis a um determinado virus. Vamos imaginar que desse grupo, algumas pessoas foram infectadas pelo virus. Agora, imaginemos que todas as pessoas do grupo tém contato umas com as outras. A primeira pergunta é: 0 que aconteceria com esse grupo a0 longo do tempo? Todos seriam infectados pelo virus. A segunda pergunta €: como isso aconteceria ao longo do tempo? Os individuos desse grupo seriam gradativamente infec- tados pelo virus. Se fizéssemos um grafico ilustrando o resultado da segunda pergunta - como os individuos seriam infectados gradativamen- te ao longo do tempo - ele seria praticamente idéntico com a segunda parte do nosso grafico que vai de Noé até José. O que isso significa? Que as idades registradas para todos os descendentes de Noé, desde o seu filho Sem até José, obedecem a um padrio muito conhecido pela matemética. Essas idades teriam de ser idades reais. Elas nao poderiam ter sido escolhidas aleatoriamente.® Vemos que, embora a longevidade descrita nos primei- ros capftulos de Génesis no seja a longevidade dos seres humanos atuais, nao existe uma razfo cientifica para que essas idades relatadas no livro de Génesis nao possam ser aceitas como verdadeiras. Esse mesmo tipo de averiguacdio pode ser aplicado a todas as narrativas historicas feitas pela Biblia. A riqueza de detalhes ea precisio descritiva eliminam qualquer possibilidade de erro, 6 Para os que tém apreciacdo pela matemética, principalmente estatistica, procurem des- cobrir qual é 0 coeficiente de confianca da curva representada pela segunda parte do srifico, A idade de cada individuo encontri-se no eapftulo 11 de Géi ABIBLIA 6 a historts tornando cada relato biblico digno de confianga e de estudo. No entanto, a Biblia deixa claro que Deus possi duas ma- neiras especificas de datacdo. Essa dualidade na datacdo, considerada por alguns como inconsisténcia, é utilizada para criticar a veracidade histérica da Biblia. Na verdade, elas expressam algo muito além do que uma imensa imaginacdio humana conseguiria produzir. exemplo principal é referente a data da construcdo do templo por Salomao. A pergunta é: Em que ano Salomao come- cou a construir 0 templo? A primeira vista, a resposta parece ser bastante simples. Basta ler o texto de 1 Reis 6.1: “Quatrocentos e oitenta anos depois que os israelitas sairam do Fgito, no quarto ano do rei- nado de Salomao em Israel, no més de zive, 0 segundo més, ele comegou a construir o templo do Senhor.” Parece nao haver a menor sombra de divida sobre a data do inicio da construgio do templo por Salomao: 480 anos desde a saida do Egito. Mas uma pequena avaliagéo histérica, desde a saida do povo do Egito até o infcio da construcdo do templo por Salomfo, nos levaria 4 compreensio da seguinte ordem de eventos: perfodo do povo no deserto + periodo dos juizes + periodo do reinado de Saul + periodo do reinado de Davi + trés anos do reinado de Salomao (sendo que ele iniciou a cons- trucdo no quarto ano do seu reinado, ele teria reinado por trés anos inteiros). Existe um texto no Novo Testamento que nos oferece todas essas datas. O texto é um relato da pregacao de Paulo numa sina- goga da cidade de Antioquia, da Psidia: E suportou os seus costumes no deserto por espaco de quase quarenta anos. E, destruindo a sete nagées na terra de Canaii, deu-lhes por sorte a terra deles. E, depois disto, GENESIS Ea por quase quatrocentos e cingiienta anos, Ihes deu juizes, até ao profeta Samuel. E depois pediram um rei, e Deus thes deu por quarenta anos, a Saul filho de Quis, homem da tribo de Benjamim. B, quando este foi retirado, levantou- -lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coracao, que executara toda a minha vontade. (At 1318-29 - JFARC) ‘Temos agora todas as datas, exceto a duracio do reinado de Davi, que pode ser encontrada em 2 Sm 5.4, “Davi tinha trinta anos de idade quando comegou a reinar, e reinou durante qua- renta anos.” Fazendo uma pequena adigao da duragao de cada periodo temos: periodo do povo no deserto: 40 anos (At 13.18) perfodo dos juizes: 450 anos (At 13.20) periodo do reinado de Saul: 40 anos (At 13.21) periodo do reinado de Davi: 40 anos (2 Sm 5.4) Somando esses quatro periodos temos 570 anos. Basta adi- cionar a esse valor os trés anos referentes ao tempo que Salomao ja havia reinado antes de comecar a construir o templo. Assim, 0 periodo de tempo completo, desde a safda do povo do Egito até o inicio da construgao do templo, seria de 573 anos! Agora, temos duas datas diferentes para 0 inicio da constru- Go do templo: 480 anos, segundo o relato no livro de 1 Reis e, 573, segundo o relato em Atos. £ importante relembrar que, quem est dando 0 relato em Atos é o proprio apéstolo Paulo (verso 16). Ele possufa todas as credenciais para falar, com autoridade, sobre esse assunto: A BIBLIA EA HISTORIA Se alguém pensa que tem razGes para confiar na came, eu ainda mais: circuncidado no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, a tribo de Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto a Lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto a justica que ha na Lei, irrepreensivel. (Fp 3.4-6) Paulo nio errou no seu relato. Nem tao pouco o autor de 1 Reis errou no seu relato. Vocé deve estar pensando: Existe uma diferenga de 93 anos e vocé est me dizendo que ninguém errou? Correto! Ninguém errou. Deus revelou as duas maneiras diferentes pelas quais Ele conta 0 nosso tempo. Vamos procurar responder uma segunda pergunta muito relevante dentro do contexto das Escrituras Sagradas: Desde a saida do Egito até o inicio da construcao do templo, quantos anos os Israelitas serviram a Deus? Talvez, vocé esteja perguntando: O que isso tem a ver com a diferenga? A resposta 6: Tudo! No Salmo 90.12, Moisés pediu o seguinte ao Senhor: “Ensi- na-nos a contar os nossos dias para que 0 nosso coragao aleance sabedoria.” Obviamente, Moisés no est pedindo por uma capacidade matematica para adicionar um dia apés o outro para que soubes- se quantos dias (ou anos) ele ja tinha vivido. Moisés queria que Deus 0 ensinasse a contar os dias de um modo diferente do convencional. Mas que modo seria esse? O exemplo que estamos estudando esclarece. Voltemos & pergunta: Desde a safda do Egito até 0 inicio da construgéo do templo, quantos anos os Israelitas serviram a Deus? Encontraremos a resposta estudando a vida do povo de Isra- el desde a sua saida do Egito até o inicio da construgao do templo por Salomio. Durante esse perfodo, 0 povo de Israel passou por varias batalhas, foi derrotado em algumas e venceu outras. Mas nao é isso que estamos procurando. Queremos saber quanto tempo 0 povo de Israel serviu ao Senhor Deus. Podemos colocar essa pergunta de uma outra maneira. Por quanto tempo Israel, como nacao, embora habitando na terra prometida, nao serviu ao Senhor Deus? Essa resposta nao é dificil de ser encontrada na Biblia. Basta examinar 0 livro de Juizes. Nele, descobrimos que, por cinco vezes, Deus permitiu que fossem subjugados e servissem a um outro “senhor”. E muito interessante fazer a somatéria dos anos nos quais isso aconteceu. £38 serviram aCusi-Risatain | 8anos 3.14 serviram a Eglon 78 anos h43 serviram a Jabim 30 anos L61 serviram aos Midianitas 7 anos b134 serviram aos Filisteus qo anos Quantos anos 0 povo de Israel serviu a um outro Senhor enquanto habitava na terra prometida? 9g anos! Isso nao é coincidéncia! Estamos vendo um exemplo singular de como 0 Deus que conta a histéria, conta também o tempo das nossas vidas. O periodo de tempo que os judeus habitaram na terra pro- metida foi de 573 anos, desde a saida do Egito até o inicio da construcao do templo por Salomio. No entanto, durante esse periodo, 480 anos eles serviram ao Senhor. Os outros 93 eles tiveram de servir aum “outro senhor”? Essas duas maneiras de contar o tempo so bem comuns, 7 Esws cfleulos aparecem no livro Os Mimerms na Biblia, Moisés, os mimeros e nds, pelo Dr. Christian Chen, pp. 134-35, Bditora Elo. A BIBLIA EAHISTORIA Nos as usamos com frequéneia, mas nfo com a preciséio que o Senhor Deus as usa. Dizemos que j4 trabalhamos por vinte anos, por exemplo. Isso nao significa que gastamos cada momento desses vinte anos trabalhando. Esse exemplo do povo de Israel demonstra como Deus esta completamente comprometido com a verdade histérica, até nos menores detalhes. Esse tipo de comprometimento é algo constante em todos os relatos histéricos narrados na Biblia. Portanto, nao deveriamos ficar surpresos se uma nova des- coberta histérica for exatamente como a Biblia narrou. Afinal, ela contém a verdadeira histéria, contada pelo Deus que nao pode mentir. GENESIS E A HISTORIA Como ja vimos, a Biblia é um livro histérico, repleto de re- feréncias histéricas como nomes, lugares e datas. Sua narrativa 6 precisa e veridica. Portanto, sempre serd compativel com as evidéncias histéricas encontradas pela arqueologia, geologia, geografia, astronomia, linguistica e outras éreas afins Nao deveria ser dificil para a humanidade aceitar a verda- deira histéria das origens, narrada pelas Escrituras Sagradas. Mas isso geralmente no acontece. Muitas pessoas nao encontram dificuldade para aceitar as datas relacionadas com Génesis, a partir do capitulo 12, com a narrativa sobre Abraio e a origem do povo judeu. Mas as datas biblicas que antecedem a esse capitulo séo outra hist6ria, prin- cipalmente quando comparadas com as longas datas propostas pela hist6ria e pela ciéncia. Por exemplo, nao é dificil calcular quando Abraao teria nas- cido, levando-se em conta as genealogias dos capitulos 5 e 11 de Génesis. Utilizando 0 mesmo método para obter o ano do dilivio a partir da criacdio de Adao, chegariamos ao ano do nascimento de Abraao: 1.948.1 Segundo a datacao tradicional judaica, ele teria vivido de 1.812 21.637 aC. Basta fazer uma pequena adicdo para chegar a data da cria- cao de Adao, 1.948 + 1.812 = 3.760 a.C.! 1 Todos os célculos eronolégicos nesse livro utilizam o texto hebraico masorético, que & a versio universal da Tard: para o judaismo modemo e a fonte oficial de tradugZo para o Antigo Testamento da Biblia, tanto para protestantes como para catélicos. GENESIS 1 Ea Uma segunda soma nos daria 0 tempo desde Adio até hoje, 3.760 + 2.011 = 5.71 (0 qual é 0 ano judeu referente ao ano de 2.011 A.D.). Ha Quanto Tempo? Vocé acha que somente cerca de seis mil anos teriam passa- do desde Adio até os nossos dias? Como saber com preciso 0 tempo em que algo teria ocorri- do? A resposta no é tio simples. Podemos afirmar que tudo é uma questo de f6. Veja o exemplo. Ha quanto tempo voeé nasceu? Basta olhar na sua certidio de nascimento. Certo? O fato 6 que vocé nao sabe. Vocé acredita na data colocada na sua certidao de nascimento. Vocé acredita que cla é verdadeira. E é somente isso 0 que vocé pode fazer. Nao existe uma maneira de voltar no tempo para comprovar a data do seu nascimento. Vocé simplesmente acredita que a sua certiddo de nascimento expressa de forma verdadeira a informacio nela contida. Vocé acredita num pedago de papel! Mas, por quais razdes vocé acredita nela? Que evidéncias vocé tem que a sua certidao de nascimento expressa a verdade? ‘Talvez, vocé munca tenha pensado assim! Tmaginemos uma outra situagio um pouco mais interessan- te relacionada ao pasado. Imagine que tudo 0 que existe no universo, incluindo vocé, sua familia, seus amigos, a sociedade onde se encontra, a cidade, © pais, 0 mundo onde vocé mora, tudo, incluindo a sua certidéo de nascimento, tivessem sido criados cinco minutos atrés, Voeé diria que isso nao € possivel. Por que nao? Ese isso realmente aconteceu? Em outras palavras, tudo 0 que existe, incluindo vocé e a sua certidio de nascimento (independente da data, do dia e do genesis ¢ a historia local que nela aparece), no teriam mais que cinco minutos de existéncia, embora vocé encontrasse um mundo ja formado ao seu redor, com casas acabadas, estradas prontas, arvores dando frutos, pessoas idosas, e tudo mais. Vocé e todos os demais seres humanos vivos jé foram criados, com a meméria de um pasado que nunca teria existido. Tudo teria apenas cinco minutos de existéncia! Até mesmo esse livro que vocé estd Iendo! Talvez vocé esteja pensando: “Nao tenho tempo para esse tipo de leitura!” Espere um pouco! Os que pensam dessa forma nfo entenderam ainda 0 quio dificil é responder a pergunta feita. Qualquer pessoa ou historia- dor deveria estar consciente disso. Tente achar uma maneira de provar que 0 mundo nfo foi criado ha cinco minutos! Como, entio, saber quanto tempo atras algo teria acontecido? © que temos certeza é que nao podemos saber exatamente ha quanto tempo algo teria ocorrido, a menos que alguém que nao mentisse estivesse 14 e nos contasse. Essa seria a tinica possibilidade real. A Biblia, que foi escrita pela inspiragao do Deus que nao pode mentir, que fez o mundo e que esteve presente no momento que a natureza veio a existéncia, afirma que o mundo foi criado ha seis mil anos. Por que isso nao seria histérico e verdadeiro? A Origem da Historia A historia teve de ter um inicio, pois ela trata do universo, que teve um inicio, do planeta Terra, que teve um inicio, da hu- manidade, que teve um inicio, de todas as coisas criadas, as quais tiveram um inici A origem da histéria esta associada 4 origem da natureza (do universo ¢ da vida). Antes da natureza existir, nao poderia haver GENESIS 1E 2 hist6ria. Antes do universo existir, ndo poderia haver historia. Antes da vida biolégica inteligente existir, nao poderia haver uma narrativa histérica, pois tal relato necessita ser produzido por inteligéncia. ‘A humanidade conheceu grandes historiadores ao longo da sua histéria. Um dia eles foram tao reais quanto eu e voc’. Hoje, todos eles fazem parte da hist6ria que estudamos. Um dia os historiadores atuais também farao parte da historia. Nenhum historiador presenciou o que aconteceu antes dele como também nio presenciard aquilo que vier a acontecer depois dele. Assim é a hist6ria que estudamos nos livros. Mas a historia narrada pela Biblia é diferente. O seu autor ja existia antes mesmo que qualquer evento his- térico houvesse acontecido. Sua longevidade sera sempre maior que 0 tempo utilizado pela historia humana ou pelo universo. Para escrevé-la, ele no necessitou estar na histéria, nem fazer parte dela, Contudo, Deus entrou na histéria através das suas muitas intervengdes ¢, mais plenamente, através da pessoa do seu Filho amado. Isso faz que a narrativa hist6rica da Biblia se torne ainda mais relevante. Ha estabelece uma base sélida para todas as demais narra- tivas historicas. Na fisica nés diriamos que a narrativa hist6rica da Biblia oferece um plano de referéncia ideal, preferencial e tinico para o estabelecimento de todas as demais narrativas. Assim, a origem da historia sempre estar relacionada a revelagao feita pelo Deus da Biblia. A Origem da Civilizagao Na ciéncia moderna costuma-se diferenciar entre a origem. da civilizagio e a origem da humanidade. Segundo muitos es- tudiosos, a humanidade teria surgido (baseados na teoria da gbnosts ea hist Grin evolugio) em algum lugar no continente afticano. Atualmente, alguns pesquisadores trabalham com a possibilidade da humani- dade ter surgido em algum lugar no Oriente (Asia). No entanto, a grande maioria dos historiadores concorda que o Crescente Fértil, na regitio da Mesopotimia, localizada no Oriente Médio, foi o berco da civilizacao. A narrativa biblica diz que tanto a origem da humanidade quanto a origem da civilizacdo ocorreram no Crescente Fertil. ‘A origem da humanidade se deu no jardim no Aden, o qual era regado por um rio que se dividia em quatro bragos: 0 Pisom, o Giom, o Tigre e o Eufrates. No Capitulo I fizemos mengao desses quatro rios. © jardim no Eden estava localizado no Oriente Médio. (Veja 0 mapa no ‘Apéndice 1.) O relato biblico aponta as montanhas do Ararate como a regio geografica onde Noé e sua familia se estabeleceram apés 0 dilivio. Portanto, a origem da civilizago que conhecemos hoje, nada mais é que a narrativa dos relatos histéricos dos descen- dentes de Noé. GENESIS IE 2 Somos informados pela Biblia que a origem da civilizagio pés-diluviana, se deu na Mesopotamia - na planfcie de Sinar. Nes- sa regio, foi construfda a Torre de Babel, onde ocorreu a divi das linguas e a disperso dos povos por toda a superficie da Terra, Portanto, quando os livros de histéria tratam da Mesopota- mia como 0 berco da civilizagio, eles esto certos até um certo ponto, pois eles esto procurando reconstruir a histéria da civili- zacio que se formou apés o dilivio. Mas a verdadeira histéria da civilizagfio deveria tratar também da civilizagio que existiu sobre todaa Terra antes do dilitvio. io A Civilizagao Pré-Diluviana £ importante afirmar que os nossos antepassados pré-dilu- vianos ndo foram os supostos homens das cavernas. Os homens das cavernas apareceram depois do diliivio e no antes. Ao estudarmos a civilizago_pré-ditluviana, pereebemos que a sua historia foi interrompida abruptamente pelo diliwvio. Portanto, 0 que podemos aprender sobre a civilizagio pré- -diluviana é proveniente do registro paleontolégico (fosseis) e dos primeiros capitulos de Génesis (4 a 6 principalmente). Embora pareca pouco, € 0 suficiente para que tenhamos uma ideia correta desses nossos antepassados. Ao examinarmos 0 registro paleontolégico fica evidente a abundancia da flora e da fauna pré-diluviana. Algumas espécies de animais e plantas encontram-se extin- tas. As que ainda existem no planeta sao um remanescente dos tempos pré-diluvianos. ‘A narrativa biblica afirma que a civilizacdo pré-diluviana foi muito inteligente. Sabemos que varios fatores contribuiam para esse alto grau de inteligéncia. Um fator primeiro foi a inteligéncia inicial dada por Deus. Percebe-se isso na tarefa que ele deu a Adio, dar nome a todos os animais. genfsis ea historia Um segundo fator muito importante foi o contato direto com o Deus da criagdo. Muito do conhecimento sobre as coisas criadas foi transmitido diretamente por Ele. Um terceiro motivo muito importante, esta ligado a longevi- dade. A maioria dos pré-diluvianos chegou a viver quase mil anos. Alguém que vivesse tanto tempo aprenderia muito durante a sua vida, Essa pessoa teria presenciado varios ciclos encontrados na Terra e no espaco sideral. Ela teria aprendido sobre a duracao do ano e das estagGes, sobre os ciclos de crescimento das plantas, dos animais, e dos proprios seres humanos. Ela certamente teria observado 0 movimento dos corpos celestes por mais tempo que qualquer astrénomo moderno. Por exemplo, existe um minimo de dois e um imo de cinco eclipses solares para cada ano do calendario. Isso significz que um pré-diluviano, que tivesse vivido mais de 900 anos, teria tido a oportunidade de ver no minimo 2.000 eclipses solares, dos quais cerca de 500 teriam sido eclipses totais, sendo os demais eclipses parciais, anulares ou hibridos. Além desse tipo de informacio, vindo por meio da obser- vaco, havia o conhecimento repassado ao longo da vida pelos antepassados. Imagine 0 quanto Adio teria aprendido durante a sua vida (930 anos), além de tudo o que ja havia aprendido diretamente de Deus durante os anos que viveu no jardim no Eden, antes de pecar! Imagine o quanto seus filhos (Caim, Sete e os demais) aprenderam com ele. Agora, imagine 0 que os netos de Adio aprenderam com seus pais e av6. Nao é dificil imaginar que a humanidade pré-diluviana lo o desenvolvimento de muitas teenologias poderia ter al gue conhecemos hoje. Tubalcaim (Gn 4.22), por exemplo, foi artifice de todo ins- trumento cortante de ferro e bronze. O processo de produgo do ferro, desde a extracio até a GENESIS 1 E 2 obtencao do produto final, é altamente tecnolégico. Uma pessoa que nfo tivesse conhecimento sobre 0 minério de ferro (hematita, Fe,0,), ao deparar-se com ele, nfo daria o menor valor. Uma pessoa que nao tivesse conhecimento tecno- légico nao saberia como extrair o ferro do minério de ferro. O processo quimico nao é tao simples assim, e é conhecido como “smelter”. Observe uma pequena parte da quimica das muitas etapas enyolvidas no processo de obtencao do ferro: Etapai: —3Fe,0, +CO-»2 Fe,0, +Co, Etapa2: Fe,0, +CO -*3 FeO +Co, Etapa3: FeO +CO -*Fe+Co, Tubalcaim, a oitava geracdo dos descendentes de Adio pela linhagem de Caim, sabia o que era minério de ferro e como ex- trair o ferro dele. Nao sabemos quantos anos Adio tinha quando Tubalcaim nasceu. Mas se fizermos uma comparacéo com os descendentes de Sete, encontraremos Matusalém como a oitava geracdo. He nasceu quando Adio tinha 687 anos. Podemos concluir que, setecentos anos apés Adao ser criado e oitocentos anos antes do diltivio ocorrer, j4 havia uma civilizagéo com um alto grau de conhecimento tecnolégico. Em Génesis 4 percebemos algumas das caracteristicas tecnolégicas dessa civilizagdo: haviam cidades (v. 17), agropecuaria (v. 20) entretenimento em forma de instrumentos (v. 21) e tecnologia em forma de mineragao, siderurgia, metalurgia e processos ma- nufaturados (4.22). Assim, 0 avango tecnolégico que ocorreu nos 1.656 anos que antecederam o dilivio foi algo simplesmente impressionante! A Civilizagao Pés-Diluviana Exatamente neste ponto, é possivel que muitos perguntem génesis © historia © seguinte: Por que entéo, quanto examinamos as civilizagdes antigas por meio do registro arqueolégico, nao encontramos tal desenvolvimento? A regposta é simples: 0 dilivio. Apenas Noé e sua familia sobreviveram ao diltvio. Deles vieram todas as civilizagGes antigas. Noé e seus filhos, provavelmente, nao dominavam toda a tecnologia existente na época. Seria como hoje. Eu e vocé conhe- cemps e usamos celulares, micro-ondas, computadores, mas niio sabemos como fazé-los. Se todos aqueles que dominam esas tecnologias morressem, nés nao as terfamos mais, Todo conhecimento tecnoldgico que Noé e seus filhos do- minavam, foi repassado para as geracdes futuras apés o dilivio. © que eles nao dominavam - apenas usavam - perdeu-se com os que pereceram no diltivio. Com a confusio das linguas na Torre de Babel (regido da Mesopotimia) e a dispersio dos povos pela face da Terra apos 0 dilavio, ainda mais conhecimento tecnolégico foi perdido. Este fator de dispersdo pode ter sido uma das razdes prin- cipais pelas quais algumas civilizagdes antigas possuiam um conhecimento tecnolégico tao avancado e outras no. ‘As que retiveram 0 conhecimento repassado por Noé e seus filhos (conhecimento tecnolégico ou descrigéo de tecnologia), tornaram-se as civilizagdes do passado com grande desenvolvi- mento na ciéncia, tecnologia e arte. Dentre elas podemos citar os sumerianos (Mesopotamia ~ atual Iraque) com a linguagem escrita e a engenharia (cons- trugio de zigurates) e os harappeanos (vale do tio Indo - atual PaquistZio) com complexo planejamento urbano, saneamento, engenharia hidrdulica, e técnicas avancadas de tratamento dentario2 2 Coppa, A., et. al. (2006-04-06). “Early Neolithic tradition of dentistry: Flint tips were surprisingly effective for drilling tooth enamel in a prehistoric population”. Neture 440 (7085):755-756 GENESIS 1 E 2 Kas civilizagées que no retiveram o conhecimento tecno- logico repassado por Noé e seus filhos sio as que possivelmente deram origem aos chamadbos “povos primitivos”. Podemos perceber que a regio da Mesopotamia e arredores (onde a Torre de Babel foi construida), mesmo apés a dispersio, continuou sendo um centro de conhecimento tecnolégico, gra- cas A quantidade de povos que permaneceram na regio. Muitos povos que se formaram com a divisio das linguas, devido a pro- ximidade e contato, compartilhavam tecnologia. Basta estudar as genealogias dos capitulos 9 a 11 de Génesis, para ver quais foram os povos que se originaram dos descenden- tes de Noé e onde eles habitaram. Hoje, eu e vocé, que lemos essas paginas, podemos refletir sobre 0s nossos antepassados, criados a imagem e semelhanga de Deus: homens e mulheres, jovens, criangas e idosos que so- nharam como nés, planejaram como nés, edificaram como nés, viveram como nés, estudaram como nés, e agora séo apenas parte de uma hist6ria esquecida, que, nao fosse o relato biblico, jamais terfamos conhecimento. Penso que eles nao cairam no esquecimento por acaso. O abandono da verdade fez que isso acontecesse. Todos eles se tor- naram imiteis para Deus. Toda a civilizagao pré-diluviana desenvolveu-se numa so- ciedade violenta (Gn 4.23-24), corrompida e mA (Gn 6.5), a tal ponto de nfo ser encontrado nela nenhum justo que andasse com Deus, a nao ser Noé (Gn 6.8-9) - perceba que Noé nasceu apenas 126 anos apés a morte de Adio, o primeiro homem criado. Seria muito provavel que eles se ensoberbeceram das suas muitas realizagdes assim também como nés nos ensoberbece- mos das nossas. Corremos hoje o mesmo risco que eles correram. © desfecho da nossa histéria parece que ser igual ao da histéria deles: “E, como foi nos dias de Noé, assim sera também avinda do Filho do homem.” (Mt 24.37-38 e Le 17.26) GENESIS E A CIENCIA Génesis (substantivo): origem, fonte, raiz, inicio, comego, desenvolvimento, formulagao, propagagio. Ciéncia (substantivo): corpo de conhecimento ou informacdo, drea de estudo, disciplina. Ciéncia no significa o estudo das origens. Mas existem dreas da ciéncia que estudam as origens - como a cosmogonia (estudo sobre a origem do universo). Uma das fungdes da Ciéncia é procurar desvendar os mis- térios relacionados com o surgimento (génesis) da vida e do universo. E para tanto, ela trabalha com uma quantidade limita- da de evidéncias, mais as limitagdes da capacidade de raciocinio e légica que todo cientista possui para interpretar corretamente essas poucas evidéncias. Mesmo assim, os nossos livros cientificos esto repletos de afirmagées relacionadas 4 “génesis” do universo, da vida, do ser humano e das civilizagées. Precisamos esclarecer aqui que a ciéncia é limitada, e, por- tanto, no tem condicdo de explicar ou mesmo verificar todas as coisas. Por exemplo, a ciéncia nao possi condigdes para verificar a existéncia do céu ou do inferno. Isso nao significa que ambos nfo existam. Fla apenas nao tem ferramentas para verificar se eles existem ou nao. Assim, precisamos conhecer as limitagdes da ciéncia e 0 propésito do livro de Génesis. © Propésito de Genesis A Biblia tem como propésito basico que as pessoas conhe- cam a verdade. Para tanto, oferece um conhecimento da verdade que seja abrangente a todas as dreas da experiéncia e do conhe- cimento humano. A veracidade da narrativa biblica também faz parte desse propésito geral. O Deus que a escreveu deixa claro que 0 seu re- lato 6 completamente fidedigno. Em Isafas 41.22-23 lemos 0 seguinte: ‘Tragam os seus idolos para nos dizerem o que vai aconte- cer. Que eles nos contem como eram as coisas anteriores, para que as consideremos e saibamos o seu resultado final; ou que nos declarem as coisas vindouras, revelem-nos 0 futuro, para que saibamos que eles sio deuses. Facam al- guma coisa, boa ou ma, para que nos rendamos, cheios de temor. Deus, nesse texto, claramente desafiou os adoradores dos falsos deuses ({dolos), a levarem alguma evidéncia de que seus fdolos fossem de verdade, E as evidéncias seriam: (1) contar como eram as coisas anteriores (contar a historia passada) e, (2) declarar as coisas vindouras (contar a historia futura). Deus da Biblia faz os dois. © propésito da narrativa de Génesis é oferecer ao leitor um conhecimento veridico sobre a origem do universo ¢ da vida. Esse objetivo ¢ atingido em dois capitulos, utilizando ape- nas duas caracterfsticas importantissimas: (2) uma narativa que nao seja cheia de detalhes para que © leitor nao fique perdido, e (2) uma narrativa que nao seja tio geral para que o leitor nao fique confuso. Em outras palavras, 0 Autor foi preciso e conciso, nao faltan- do no texto detalhes cientificos. Pelo contririo, eles aparecem de forma relevante e na quantidade certa para estabelecer e esclare- cer 0 que foi narrado. Qualquer pessoa versada em ciéncia pode perceber que o texto de Génesis oferece uma riqueza de detalhes cientificos que sio perfeitamente compativeis com as descobertas jé feitas. No entanto, precisamos compreender que o objetivo pri- meiro do livro de Génesis nao é ensinar ciéncia, mas apresentar uma narrativa histérica fiel e verdadeira. Isso pode ser visto na maneira como o livro apresenta a nar- rativa da criagaéo do universo e da vida. Introducdo: Génesis 1.1 Criagao: Génesis 1.2-2.3 Criagdo do ser humano: Génesis 2.4-25 Deus poderia ter escrito apenas 0 verso 1 do primeiro capi- tulo e jd pulado para o capitulo 3. Ficaria praticamente assim: “No principio Deus criou os céus e a terra. Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou 4 mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Nao comam de nenhum fruto das arvores do jardim’?” Talvez vocé esteja pensando porque Deus nao escreveu o inicio do livro de Génesis dessa maneira. ‘A resposta esta na metodologia que Deus usa para ensinar 0 ser humano. He ensina o geral, depois volta ¢ trabalha os deta- Ihes necessarios para que a compreensio seja clara. Observe a metodologia: Génesis 1.1 resumo da criagao de todas as coisaSI Génesis 1.22 2.3 explicacdo detalhada de como elas foram criadas. Génesis 1.26-28 resumo da criaco dos seres humanos. Génesis 2:4-25 explicagdo detalhada de como os seres humanos foram criados. GENESIS 1 E 2 Os detalhes sio acrescentados para esclarecer 0 resumo e evitar qualquer interpretago errada do que foi proposto: uma narrativa histérica, fiel e verdadeira sobre a origem do universo e davida. 0 Proposito da Ciéncia A melhor maneira de conhecermos 0 propésito da ciéncia é termos uma definigdo pratica do que é ciéncia. “Ciéncia é 0 conhecimento do significado da realidade e esse conhecimento pode ser dividido em varios tipos e significados da realidade... Ciéncia é composta de discerni- mento por parte daquele que tem capacidade de conhecer, significado por parte dos objetos que ele conhece, e com- preensto por meio do intelecto, que serve como meio de pensamento. Ela nfio é uma mera colegio de fatos no relacionados e verificados experimentalmente. Ela é conhecimento estruturado e essa estruturacéo vem do desenvolvimento natural da propria mente.”+ Colocando de forma simples, ciéncia ¢ a forma de expres- sarmos a nossa percepeao da realidade, seja ela do presente ou do passado. Assim, 0 propésito da ciéncia é 0 de discernir as evidéncias, dando um significado a cada uma delas, para que haja uma com- preensio da realidade presente ¢ passada. Por exemplo, quando um cientista usa uma equagii, ele es- pera que essa equacéio seja uma expresso da realidade, ou seja, que a velocidade calculada da queda de um objeto pela equacio soja igual a velocidade real. A ciéncia espera que através de uma determinada teoria seja 1 bhn F. McCarthy, The Science ofHistorical Theology: Elements ofaDefnition. TAN Books & Publishers, Inc, 1991, pp.g7.41. genesis © a ciencia expressa, 0 mais fielmente possivel, a realidade que essa teoria tenta descrever ou demonstrar. Teoria, Realidade e Verdade ‘Mas o que seria a realidade? No contexto cientifico, realidade 6 sinénimo de verdade. E sobre essa suposta verdade proposta pela ciéncia que precisamos questionar. Vamos ilustrar a razo do questionamento. Se eu The mostrasse a foto de um lago de Aguas limpidas e cristalinas e The perguntasse: Onde tem Agua tem... Qual seria a sua resposta? Vida! Essa sua resposta, embora dada pela maioria das pessoas, nao 6 uma resposta que expressa a realidade. Mas, por que nao? Onde tem agua tem vida! Isso no é verdade. Onde tem Agua tem agua! Essa é a verdade cientifica! Onde tem Agua, PODE ter vida. Essa é uma proposicio cientifica. Existe uma diferenca muito grande entre as duas coisas que acabamos de mencionar: uma, é verdade ¢ expressa exatamente a realidade (onde tem Agua, tem Agua), a outra, ndo expressa a realidade (onde tem agua, tem vida) devido a possibilidade de nfo haver vida nenhuma naquela égua. Da mesma maneira, muitas pessoas, incluindo pesquisa~ dores, cientistas, professores e leigos, confundem realidade cientifica com possibilidade cientifica. Quando estudamos as propostas cientificas que falam das ngens, nao estamos estudando uma realidade cientifica, mas shn, uma proposta cientifica. Alguns consideram a proposta evolucionista das origens GENESIS I Ba como sendo uma narrativa histérica, veridica e fidedigna do que realmente teria acontecido. Nada estaria mais longe da verdade! A cada nova descoberta cientifica, 0 contetido do conheci- mento é alterado. Algo que esté em constante transformacdo ndo pode ser considerado como verdade, pois poder se tornar em algo total- mente diferente a qualquer momento. Realidade, no contexto biblico, também significa verdade, a verdade dos fatos, dos eventos, das pessoas, das situagdes, dos resultados. Realidade, no contexto biblico, é algo objetivo e niio subjeti- Yo, que possa mudar com o tempo. Isso é facil de perceber. Toda realidade biblica esta funda- mentada em Deus, 0 qual é a realidade final. Se Deus nao existisse, nada existiria! ‘Tudo existe porque Deus existe! Por outro lado, a Biblia nao trabalha com teorias (possibili- dades), mas com a realidade. A ciéncia é totalmente dependente de teorias. A Biblia nao! Nao existem teorias sobre isso ou sobre aquilo na Biblia. O que existe so fatos! Deus nao trabalha com teorias. Nés seres humanos é que trabalhamos com teorias. Portanto, existe uma grande diferenca entre o relato hist6- rico proposto pela ciéncia e a narrativa hist6rica biblica. O Criacionismo Cientifico ‘A ciéncia pesquisa evidéncias para compreender a realidade. A ciéncia busca a verdade constantemente. Muitos pensam que toda proposta cientifica sé pode ser naturalista ou evolucionista. Nao é verdade. Existem proposta cientificas que sao criacionistas. -ENESIS EA CIENCIA Essas propostas nao est&éo baseadas em literatura religiosa Elas também nao esto baseadas em crenga ou supersti¢ao. Elas trabalham com evidéncias. Talvez vocé esteja pensando: Evidéncias de Criacao? Quais seriam as evidéncias que Deus teria criado o mundo? Primeiramente, precisamos deixar claro que nao é possfvel provar que Deus criou o mundo. Portanto, tentar provar que Ele criou o mundo nfo poderia ser uma proposta cientifica. Quem disse que nio 6 possivel provar que Deus criou 0 mundo foi Ele mesmo: “Pela fé entendemos que o universo foi formado pela pala- vra de Deus, de modo que 0 que se vé nao foi feito do que € visivel.” Hebreus 11.3 Veja o que 0 texto diz: Pela fé! Se for pela fé, logicamente nao pode ser por meio de evidéncias. Mas antes que vocé chegue a conclusdes erradas, vamos estabelecer duas coisas muito importantes. A primeira é: 0 universo foi criado! O texto de Romanos 1.19-20 nos informa que, por meio das coisas criadas (a natureza), qualquer pessoa chegaria a conclusio que existe um Deus invisivel, com poder eterno e na- tureza divina, ou seja, um ser que vai além da natureza, um Deus transcendente. pois 0 que de Deus se pode conhecer é manifesto entre cles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criago do mundo 0s atributos invisiveis de Deus, seu eterno poder © 88 natureza divina, tém sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens sio indesculpaveis;” Uma conclusio ébvia, ao examinarmos a natureza, é que ela foi criada. O no dbvio seria dizer que ela surgiu espontaneamente. Portanto, a nossa intui¢do, baseada na observacdo de tudo o que existe ao nosso redor, diz que a natureza foi criada. A segunda é: o universo foi criado! Nao houve aqui um erro tipografico. A segunda é: 0 univer- so foi criado! Vocé diz: Kigual a primeira! Sim e nao! ‘A nossa intuigio diz que a natureza foi criada. As leis da natureza e os processos naturais afirmam a mesma coisa. Veja um exemplo simples, usando as leis da termodinamica. ‘A primeira lei diz que “a energia do universo é constante, portanto, a sua entropia tende sempre para um méximo. Isso significa que a quantidade de energia existente no universo nao pode ser aumentada, nem diminuida. Sendo assim, a sua capa- cidade de desorganizacio (entropia) sempre estard no limite maximo. ‘A segunda lei diz que a entropia aumenta 4 medida que 0 tempo passa.” Isso significa que a natureza tende a se desorgani- zar 4 medida que o tempo passa. Mas, se 4 medida que o tempo passa a natureza tende para a desorganizacao, isso significa que a natureza no passado foi mais organizada do que ela é hoje. Quanto mais distante no passado alguém pudesse viajar, mais organizada ele deveria encontrar a natureza. Chegando ao inicio, ele encontraria uma natureza extrema- mente organizada ou extremamente desorganizada? A resposta é obvia: extremamente organizada! Qual processo natural teria produzido uma natureza, logo no seu inicio, perfeitamente organizada? Resposta: nenhum! Portanto, processos naturais nao teriam trazido a natu- veza 4 existéncia. Ela foi criada! Nao existe outra possibilidade cientifica! genesis © a ciencia Assim, é possivel demonstrar cientificamente que a nature- za (0 universo e a vida) foi criada. $6 nao é possivel demonstrar cientificamente quem ou 0 qué a criou, ou ainda, como ela foi criada. Assim funciona 0 cria Ele nao se baseia em propostas religiosis ou escritos religiosos. He apenas afirma, baseado em evidéncias que o universo e ‘ionismo cientifico. a vida, com a complexidade neles encontrada, nao teriam vindo & existéncia por meio de processos naturais ¢ leis da naturezz Por isso é que dissemos que nao é possivel provar cientifica- mente que Deus criou o mundo. Mas podemos provar cientificamente que 0 mundo foi cria- do! Se no podemos provar que Deus criou o mundo, como fica a narrativa de Genesis sobre a criagao? O Criacionismo Biblico Embora nfo possamos provar cientificamente que Deus criou 0 mundo, isso nao significa que Ele nao o criou. Precisamos analisar a questao. Estamos tratando aqui com duas afirmagdes. A primeira é que 0 mundo foi criado. A segunda é que Deus criou o mundo. Mas como saber se ambas seriam realmente verdadeiras? A primeira é um pouco mais simples. . vimos nas paginas anteriores. A segunda é um pouco mais complexa. Vamos partir da seguinte suposigao: Se Deus criou 0 mun- do, Ele teria deixado evidéncias disso. Um artista é reconhecido pelas suas obras. Um escritor também é reconhecido pelas suas obras. 2 Uma abordagem mais detalhada sobre 0 Criacionismo Cientifico aparece nos livretes esctitos pelo autor, entitulados: A Igreja e o Criacionismo, Bvidéncias de Criacdo, Sinais de Inteligéncia ¢ 0 Criacionismo Cientifieo. GENESIS 1 E 2 Deixamos uma assinatura nossa em tudo o que fazemos. Nem sempre essa assinatura é visivel. Mas cla é detectavel. Se isso nao fosse verdade, seria muito dificil prender um criminoso. As evidéncias que ele deixou testificam que foi ele quem cometeu ocrime. A mesma coisa acontece na natureza. O criador deixou evidéncias na sua criagio. Vejamos quais sao: Primeiramente, precisamos ver quais sio as caracteristicas que diferenciam o Deus da Biblia de todos os demais. Existe uma que é a principal. O Deus da Biblia é tritino. Nao sio trés deuses, mas um tinico Deus em trés pessoas: 0 Pai, o Filho e o Espirito Santo. Note que a Biblia nao é politeista (muitos deuses). Hla é monotefsta (um s6 Deus). Essa caracteristica do Deus da Biblia 6 peculiar: trés em um! Vejamos agora as caracteristicas da natureza. A natureza existe no tempo e no espago. © tempo existe na seguinte forma: passado, presente e fu- turo (trés em um). O espaco existe na seguinte forma: largura, altura e profun- didade (trés em um). A natureza é constituida de matéria (atomos). Atomos existem na seguinte forma: protons, néutrons e elétrons (trés em um). Protons e néutrons existem na seguinte forma: trés quarks (trés em um). ‘As formas de vida se baseiam em informacdo genética. Essa informagdo genética aparece codificada no DNA através de se- quéncias de pequenas letras quimicas (A - adenina, T - timina, C - citosina, G - guanina). Essas sequéncias so divididas natu- ralmente em cédons. Cada cédon possui trés letras (trés em um). Apenas mais um exemplo para vocé pensar: quantas pernas um banquinho precisaria ter para ser estavel? Trés! FeNvEN wa ateseRE Poderiamos continuar mencionando muitos outros exem- plos encontrados na natureza, mostrando que ela é base trés (trés em um). Vocé teria alguma divida sobre quem teria sido 0 Criador da natureza? Espero que ni Por que, entdo, a origem do universo e da vida nao poderia ser exatamente como descritas na narrativa biblica? Por que essa narrativa no seria a narrativa da verdadeira histéria do universo, da vida e do ser humano? Seria por falta de evidéncias cientificas ou hist A resposta nfo é tio dificil assim! CAPITULO IV »GS>-- GENESIS EA TEOFUA DA EVOLUCAO A teologia do Século XX foi marcada pelas muitas tentativas de harmonizago entre os ensinamentos das Sagradas Escrituras € as propostas cientificas. Essas tentativas de harmonizacdo aparecem nas areas da sociologia - com a teologia da libertago; nas areas da economia - com a teologia da prosperidade; nas dreas da psicologia - com a psicologia crista, e em muitas outras 4reas do conhecimento cientifico. Na drea das ciéncias bioldgicas, essa tentativa aparece sob a forma de evolucionismo tefsta. ‘A Biblia nao contém erros cientificos, portanto, ela é per- feitamente compativel com as descobertas cientificas, havendo sempre uma harmonizacao natural. Mas nao ¢ assim com as teorias cientificas. Quando nao existe harmonia entre a proposta biblica e uma determinada teoria cientifica, muitas pessoas, infelizmente, desconfiam da Biblia ou da sua interpretacdo literal, em vez de desconfiarem da ciéncia. Muitos nao pereebem que 0 conhecimento cientifico muda. Emnuda muito rapidamente. Como exemplo, observe os livros textos utilizados nas uni- versidades. Eles se desatualizam com uma velocidade tal que, sujtas vezes, nem mesmo os professores conseguem manter-se em a tiltima verso. A Biblia, por outro lado, nunca precisou passar por nenhu- ma atualizacdo. O que foi escrito ha dois mil anos continua tio verdadeiro hoje quanto quando o texto foi escrito originalmente. Isso é impressionante! ‘A humanidade tem um tinico livro cujas afirmacées foram, sao e sempre serao verdadeiras: a Biblia. Sabemos que a afirmagdo que acabamos de fazer nao é acei- tapela grande maioria das pessoas. A Teoria da Evolugao Antes de desenvolvermos um estudo sobre a proposta evolutiva e 0 livro de Génesis, precisamos esclarecer algumas confusdes e interpretacdes erradas, principalmente quanto a teoria da evolucdo. Embora tendo se tornado um icone do conhecimento cientifico, a teoria da evolugdo nado expressa coerentemente as descobertas cientificas. Comecemos pela proposta feita por Charles Darwin no seu livro A Origem das Espécies. Darwin trata nessa sua obra, sobre a origem da variedade das formas de vida e no sobre a origem da vida. He procura explicar como seria possivel, para todas as espécies, evoluir de um ancestral comum por meio de processos naturais. He propée a selegio natural, a qual é um proceso natural observavel, como 0 fator evolutivo principal. Entretanto, a seleggo natural atua somente na seleco do que ja existe. Ela nfo produz as possibilidades para que a escolha seja feita. Entio, 0 que produz essa quantidade de possbilidades para que a selegio natural possa escolher apenas “alguns dentre tantos”? Talvez vocé queira oferecer a resposta tradicional: os bilhées de anos de variagées e adaptacées teriam produzido as possibilidades. genesis ea teoria da evolucao ‘A resposta est errada! Tempo (bilhées de anos) e processos naturais (variacdes e adaptac6es) sao duas coisas diferentes. Deixe-me colocar de outra forma a pergunta que fizemos: Que tipo de variagdes e adaptagdes teria produzido as novas possibilidades, das quais algumas teriam sido selecionadas pelo processo da selecao natural? A resposta seria: Aquelas que forem vantajosas. Correto. E quais seriam essas variagGes e adaptacdes? Resposta: Somente aquelas que jé existissem codificadas no cédigo genético e pudessem ser expressas. © que acabou de ser dito é um fato cientifico comprovado por iniimeras experiéncias e publicagdes. Variagdes e adaptacées so expresses da informagdo gené- tica jé existente. O que nio existe codificado no DNA niio pode ser expresso. Note que variagées e adaptacdes so reais e fazem parte dos pro- cessos naturais. Mas elas no so a causa. A causa das variagées e adaptacées é a informacdo genética codificada. Bilhdes de anos nao poderiam fazer que uma caracteristica bioldgica aparecesse, se ela nao estivesse previamente e precisa- mente codificada no DNA. © processo basico é de transmissiio de informacdo genética de uma geracdo de individuos para os seus descendentes. O que 6 transmitido 6 a informacio genética j4 existente. Informagio genética que se expressa em estruturas e sistemas (como a estrutura dssea, pelos, escamas, unhas, sistema digestivo, res- piratério, e circulatério) e érgaos completos e complexos (como. asas, patas, coracao, pulmao e guelras) é repassada de uma gera- Go para outra. Um individuo que recebe informacdo genética que produz pata no ira repassar informagdo genética que produz asa. Isso é ‘ni fato cientffico. Mas nao poderia haver variagdes e adaptagdes quanto ao 66 GENESIS IE 2 tipo de pata ou de asi? A respostaé sim, Mas a informacéo ge- nética passada seria sempre a de pata com as possiveis va ou de asa com as possiveis variagées. Portanto, adaptacio e variagio nfo sio evidéncias de evolucio. Assim, muitos exemplos citados como evidéncias de evolu- ¢&o, tais como o desaparecimento dos dentes do siso (0 que néo tem nada a ver com evolucdo porque se trata de uma perda e nao do ganho de uma nova funcaio ou 6rgio) ou do apéndice como 6rgao vestigial (0 que ele nunca foi, pois o apéndice tem fungao especifica com o sistema imunol6gico e com a flora intestinal), 4o que interpretacdes erradas de evidéncias cientifi- cas e que sao opostas a evolucao e nao a favor dela. nada mais Plantas ¢ animais variam e adaptam-se, mas isso nao signi- fica que eles evoluem. Os seguidores de Darwin entenderam o problema. Tanto que a teoria que comecou como Darwinismo, passou para Neo- -Darwinismo, e tornou-se teoria Sintética. Independente da terminologia, a esséncia foi mantida: pro- cessos naturais teriam, ao longo de bilhdes de anos, produzido a variedade de espécies de organismos vives do planeta Terra, sejam os atuais ou os extintos, que sio encontrados no registro féssil. Ainda hoje algumas pessoas acreditam que Darwin propés que seres humanos teriam evoluido dos macacos. Existem mui- tos professores ensinando dessa forma. Isso nfo é verdade. Isso nfo é teoria da Evolugdo. A teoria da Evolugio nfo propde que seres humanos evoluiram dos ma- cacos, mas sim, que seres humanos e macacos teriam evolufdo de um ancestral comum. Se alguém perguntasse: Como foi isso possivel? Agora vocé ja sabe que nao foram os bilhdes de anos, nem as adaptagdes ou mesmo as variagées. Mas como isso teria sido possivel? GENESIS © teorta da evalugaa Resposta: Nao foi possivel, como nao € posstvel! Isso nunca aconteceu. Seres humanos sempre foram seres humanos, e isso desde o inicio. Qual a evidéncia? A resposta é a mesma: A informagiio gené- tica codifica no DNA. Seres humanos sempre produzirio seres humanos assim como invertebrados sempre produzirio invertebrados, peixes sempre produzirdo peixes, anfibios sempre produzirgo anfibios, répteis sempre produzirio répteis, aves sempre produzirio aves, e mamiferos sempre produzirio mamifferos, assim como jabuti- cabeiras sempre produzirao jabuticabeiras e mangueiras sempre produzirdio mangueiras. Isso é valido e verdadeiro para o presente, para o futuro também para o passado, Eas mutacdes? Mutacdes sao erros que ocorrem na codificagéo genéti Por isso existe um sistema de reparo do DNA! que corrige erros, deterioracdes e perdas da informacdo genética codificada. Segundo a teoria da evolucao, erros, deterioracdes e perdas de informagio genética teriam produzido formas de vida mais aptas a sobreviver que os seus progenitores. F exatamente isso que é proposto pela teoria da evolucio utilizando-se das mutagdes. Isso é impossfvel, pois 0 mecanismo de reparo é muito efi- ciente. Se ele nao existisse, a vida ja teria desaparecido da face da Terra ha muito tempo. Como o mecanismo de reparo do DNA teria vindo a existén- cia? Por meio de mutagdes? Por meio da evolucao? Obviamente, por nenhuma delas. Esse mecanismo faz. parte da sabedoria do Criador expressa no DNA das formas de vida. Processos naturais nao “sabem’” i i Osresultados das pesquisisna rea de reparo do DNA podem ser encontrados nas publicacées do. DNA Repair .bumad, conhecido anteriormente como Mutation Research - DNA Repair: 68 GENESIS IE 2 diferenciar entre certo ou errado, entre o que funciona do que nao funciona. Além das mutagées, existem outros mecanismos propostos pelos evolucionistas como fontes de mecanismos evolutivos: a recombinagio do material genético e o fluxo (ou escape) génico (que seria a transfer€ncia de genes de uma populagao para outra). E importante destacar aqui que fluxo génico s6 ocorre entre populagdes de uma mesma espécie e nfo entre espécies diferentes. Embora esses mecanismos sejam observados na natureza, todos eles esto limitados & quantidade de informacio genética previamente existente e como ess informacio genética é uti- lizada pelas formas de vida jé existentes e seus descendentes, ¢, portanto, nao teriam produzido os resultados esperados pela proposta evolucionista. O Principio Basico da Evolugao Muitos pensam que o principio basico da evolugao é a sele- cao natural. Ela, sem davida, é um dos prineipios fundamentais, como ja vimos. Mas nao é o prinefpio basico. O principio basico é este: Primeiramente, evolucdo significa mudanca ao longo do tempo. Nao qualquer tipo de mudanga, mas mudangas signifi- catives ao longo do tempo. Fssas mudangas deveriam indic: alteracdes fundamentais, quando comparadas as caracteristicas dos supostos progenitores. Por exemplo, se invertebrados nao pudessem passar por variagdes e adaptagdes suficientes para que seus descendentes se tornassem em vertebrados, evolugio nao poderia ocorrer. Em segundo lugar, evolugo nao poderia ocorrer em um finico e mesmo individuo ao longo da sua existéncia. Um peixe que nasceu peixe nfo se tornaria num anfibio ao longo da sua existéncia. Isso no seria evolugiio. Note que o caso da mudanga GENESIS ca teorta da evolucao da lagarta em borboleta é uma metamorfose, 0 que ndo é um processo evolutivo. Em terceiro lugar, evolucio, por definicdo, significa a sobre- vivéncia do melhor capacitado (ou adaptado). Formas de vida que nao estivessem em condigo de competir com as demais e sobreviver, certamente morreriam ao longo do tempo. Podemos usar 0 titulo original que Darwin deu ao seu li- vro como um resumo do que foi dito acima: “Sobre a Origem das Espécies por Meio da Selegdo Natural ou A Preservagéo das Ragas Favorecidas na Luta pela Sobrevivéncia’.2 O principio basico da evolucdio é a morte. O raciocinio é simples. Na proposta evolucionista, formas de vida precisariam dar lugar a outras formas de vida ao longo do tempo. Se isso nao ocorresse, evolucao nao poderia acontecer. Se todos os individuos de uma mesma espécie nunca mor- ressem, eles sempre estariam perfeitamente adaptados ao meio onde eles existem. Portanto, ndo haveria a necessidade de haver uma luta pela sobrevivéncia, nem da atuacgao da selegao natural, ainda que houves: variagdes, pois todas as formas variantes também estariam sempre perfeitamente adaptadas. Isso s6 nao ocorreria se 0 proceso fosse degenerativo - 0 que seria 0 oposto de um processo evolutivo. A teoria da evolugao depende da morte. Sem ela nao existe a menor possibilidade cientifica de ser feita uma proposta aceité- vel sobre uma teoria evolucionista. O Evolucionismo Teista ‘A proposta que procura harmonizar a ‘Teoria da Evolugao com o Criacionismo Biblico é conhecida como Evolucionismo Teista. Nao vamos citar aqui os nomes dos varios proponentes, a 2 Charles R. Darwin, On the Origins ofthe Species by Meas ofNotural Selection or The Preserve tion ofPavoured Races in theStruggle for Life, London, John Murray, Albemarle Street, 1859. GENESIS 1 E 2 no ser o de um dos mais conhecidos desse inicio do Século XI, que é o Dr. Francis S. Collins, ex-diretor do projeto genoma hu- mano e autor do livro “A Linguagem de Deus”.s Todos os tipos de propostas de Evolucionismo Tefsta, desde 0 final do Século XIX até hoje, tentam explicar como Deus teria usado a evolugao, tentando encaixar o registro fossil e a coluna geol6gica ao relato biblico. Portanto, todos os proponentes do evolucionismo teista tém de fazer uma leitura nao literal de Génesis 1, principalmente quanto a duracio dos seis dias da criaczo. Todos eles tém de admitir que a sequéncia evolucionista e a sequéncia biblica nfio se harmonizam naturalmente, ¢ que sempre haverd a necessidade de algum artificio nfio natural para que a harmonizagio possa “acontecer”. Mas independente do artificio utilizado para a suposta har- monizagio, existe uma incompatibilidade fundamental. A Incompatibilidade Fundamental ‘A teoria da evolucdo é incompatfvel com as leis da na- tureza. As leis da termodinamica afirmam claramente que o estado da natureza, tanto pontual quanto geral, 6 e sempre sera degenerativo. A teoria da evolucao também é incompativel com a sequén- cia de eventos de Génesis 1. Mas existe ainda uma incompatibilidade muito maior e mais fundamental entre a teoria da evolucao e as Escrituras Sagradas. Essa incompatibilidade esta relacionada com a esséncia da mensagem biblica, que 6 de redengdo e restauragiio, sendo ela aplicada nao somente aos seres humanos, mas também a natureza. 3 Francis S. Collins, A Linguayem de Deus, um Cientista A presenta Hoidéneias de que He Keis- te, Editora Gente, 2007 - ISBN-13:97885731 25290 genesis © a teoria da evolucio ‘A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida A inutilidade, nao pela sua propria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperanca de que a propria natureza criada ser libertada da escravidao da decadéncia em que se encontra, recebendo a gloriosa li- berdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. Romanos 8.19-22 ° texto claramente afirma que a natureza encontra-se em um estado de degradacdo (“..escravido da decadéncia em que se encontra...”) ¢ nao em um estado de evolugao. A afirmaciio bi- blica é que o estado da natureza é degenerativo e nao evolutivo. A Biblia afirma que a natureza foi submetida a essa situaco (“...submetida & inutilidade...”), no por sua escolha. Em outras palavras, a natureza encontra-se numa situagSo de degradagio por uma razio especifica, ¢ no por um simples processo ou lei natural. Um Problema Insoluvel Segundo as Escrituras Sagradas, a razio do nascimento, vida ¢ morte do Senhor -ksus pode ser resumida em um tnico versiculo: “Pois 0 salario do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senor”, (Rm 6.23) Através desse versiculo, percebe-se que a incompatibilidade se torna em um problema insoltivel. Como ja vimos, 0 principio bisico da evolugio é a morte. Sem ela, qualquer proposta evolucionista nfo subsistiria, Ela 6 fundamental para o evolucionismo. Mas qual é a origem da morte? Essa é uma pergunta que a Biblia responde claramente. A Rp GENESIS 1 E 2 origem da morte nfo esté relacionada a alguma falha do proje- to original feito pelo Senhor Deus, nem tio pouco relacionada a alguma falha de execugio do projeto de criagio por parte do Senhor Deus. ‘A origem da morte encontra-se na pessoa do Senhor Deus. Ele diz claramente ao homem, que ele havia criado no jardim no Eden, em Génesis 2.16-17: “E 0 Senhor Deus ordenou ao homem: “Coma livremente de qualquer drvore do jardim, mas nao coma da arvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente vocé morrera”. A expressio “certamente vocé morrera” traduzida literal- mente é “morrendo morrerds”. Através dessa declaracéio, o Senhor esté afirmando 0 que aconteceria com Adao no caso de uma desobediéncia. Essa de- claragdo nao se refere apenas a um ato, antes, a um processo que culminaria com a morte fisica. E foi justamente isso 0 que Adio experimentou em sua vida (Gn 3.17-195 5.4-5). Portanto, a morte teve uma origem. A morte, como processo, também teve um inicio. Esse inicio aconteceu justamente no julgamento feito por Deus com respeito A desobediéncia de Adio. Assim como Adio pecou, numa determinada hora, de um determinado dia, num determinado lugar, a morte também passou a fazer parte da histéria num determinado dia e numa determinada hora. A Biblia afirma que a morte entrou no mundo apés 0 pecado de Adio e Eva, e nao antes. Se a morte nao tivesse entrado no mundo, desde o princi- pio, entdo evolugdo nao poderia ter ocorrido. Se a morte tivesse entrado no mundo antes do pecado de ‘Ado, entao, ela nao poderia ser o salario do pecado. E se a morte nao for o salario do pecado, qual seria a razao da vinda de Cristo? Qualquer tentativa de harmonizagio entre a teoria evo- lucionista e as Escrituras Sagradas, sempre ind comprometer inteiramente uma das duas, fazendo que, uma ou outra, seja completamente falsa, nula ou absurda, Nao ha possibilidade de harmonizacao entre evolugdo © 0 relato biblico de Génesis! CAPITULO V GENESIS 1.1- O INICIO "Para mim, 6 comega com a compreensio de que uma in- teligéncia suprema trouxe o universo a existéncia e criou o homem, Nao € dificil para mim ter esta fé, pois um uni- verso organizado e inteligente testifica a favor da maior afirmacao jamais pronunciada: ‘No principio, Deus..."* Essa afirmacio, feita pelo Nobel de fisica de 1927, Arthur Holly Compton, revela aquilo que deveria ser simplesmente o Sbvio. Qualquer ser inteligente, ao estudar o universo, vera que a complexidade nele encontrada vai infinitamente além de qual- quer possibilidade de um surgimento espontaneo por meio de causas aleatérias. Uma Afirmagao Irrefutavel “No principio Deus criou os céus¢ a terra.” irrefutavel como esta. Nao existe nenhuma outra afirm Vocé leu corretamente! Essa afirmacao ¢ irrefutavel. Talvez vocé esteja pensando no BigBang ou em alguma outra teoria” sobre a origem do universo. Mas nao estamos tratando de teorias. Estamos tratando de uma tnica afirmagao totalmen- te irrefutavel: “No principio Deus criou os céus e a terra.” Deixe-me ilustrar 0 que significa uma afirmagao irrefutavel, usando as palavras de George F. R. Ellis, professor emérito do * Arthur H, Compton (10/09/1892 -15/0g/196a) - Prémio Nobel de Fisica, 1927 - Efeito Compton. 76 GENESIS IE Departamento de Matemitica e Matematica Aplicada da Univer- sidade de Cape Town, Africa do Sul: ... um Deus benevolente poderia, com facilidade organizar a criagdo do univers... de tal maneira que radiagdo suficiente pudesse viajar em nossa direcio, das extremidades do uni- verso, para nos dar a ilusio de um universo imenso, muito antigo e em expansio. Seria impossivel para qualquer outro cientista na Terra refutar esta visio do universo de forma experimental ou mesmo observacional. Tudo 0 que ele po- deria fazer € discordar da premissa cosmolégica do autor? O que o Dr. Ellis quis dizer de forma objetiva é: nao existe uma maneira empfrica de provar que 0 universo ndo foi criado por Deus, da maneira como foi descrito nas Escrituras Sagradas Tudo o que uma pessoa poderia fazer é discordar dessa afirma cao, mas nao refuta-la. Posso afirmar aqui, sem medo de errar, que qualquer teoria que tente explicar a origem do universo serd sempre uma teoria endo uma afirmacdo irrefutvel. Por exemplo, a teoria do Big Bang propée uma explicacao légica para a origem do universo ¢ para a complexidade que nele encontramos. Embora seja uma teoria amplamente aceita e con- siderada por muitos como a teoria mais abrangente e precisa apoiada por evidéncia cientifica e observagées, ela nfo 6 uma afirmagio - muito menos uma afirmacio irrefutavel. Nao existe uma tinica explicagdo aceitdvel, dentro da teoria do Big Bang (ou mesmo de nenhuma outra teoria naturalista tra tando da origem do universo), que possa explicar racionalmente como 0 universo teria vindo @ existéncia a partir de um estado totalmente caético e desorganizado. Uma das poucas explicagdes que procuram oferecer alg 2 George F.R. Hillis, “Cosmology and Verifiabili ed Society, 1975,16, p. 246. Quarterly soured ofthe Royal Astronom GENESIS 1.1 0 INICIO racional, aparece no livro de Stephen Hawking, O Universo Numa Casca de Noz: “Era de Planck. Leis da fisica estranhas e desconhecidas.”3 Por que Hawking usou essa terminologia? Porque as leis fisicas conhecidas, como as leis da termodi- némica e outras, afirmam categoricamente que 0 universo nao poderia ter vindo a existéncia como a teoria do Big Bang propie. Segundo essas leis conhecidas, todos os sistemas encontrados na natureza, naturalmente iro de um estado maior de organizacdio para um estado menor de organizagio, a medida que o tempo passar, Nao existe nenhuma lei que demonstre que, naturalmen- ‘te, um sistema possa caminhar na direc&o oposta, ou seja, do desorganizado para o organizado. O que Hawking e os demais cosmélogos atuais propdem é nada mais que um milagre. Observe que, a defini¢dio que temos para milagres é: leis fisicas estranhas e desconhecidas. Por exemplo, pelas leis fisicas conhecidas, 0 Mar Vermelho nao se abriria para a passagem do povo de Israel. Esse fato, do mar abrir, implica em leis fisicas estranhas e desconhecidas (ou um milagre). Vocé pode estar pensando: Esse argumento funciona tam- bém para o Big Bang\ Mas nao funciona! Quais evidéncias os naturalistas teriam que o milagre do Big Bang teria acontecido? No caso da Biblia, milhares de pessoas foram testemunhas oculares do evento. Embora sendo um milagre, testemunhas Presenciaram e puderam relatar aquilo que viram. Este no é 0 caso do Big Bang. Tempo, Espaco e Matéria A primeira frase da Biblia define a origem dos trés elementos 8 Ssphen Hawking, 0 Universo Numa Casa de Nez. (Editora Mandarim, 2001). p. 78. jros principais com os quais a Ciéncia trabalha: tempo, espa éria. Veja a ordem: “No principio (tempo) Deus criou os espaco) e a terra (matéria).” Sabemos que a “terra” do verso um nao € o planeta Terra pois no verso dois lemos que a terra estava sem forma e vazia. O planeta Terra tem uma forma. Nao existe até o presente momento nenhuma teoria cien tifica que possa explicar o aparecimento dessas trés entidades. Sendo que os trés encontram-se interligados, uma teoria que tente explicar o aparecimento de um deles deverd também explicar 0 aparecimento dos outros dois. Eles sio, por si mesmos, surpreendentemente estranhos e quase incompreensiveis. Imagine-se segurando uma pedra. Vocé estaria segurando o qué? Uma pedra é feita de pequenas particulas que nés chama- mos de dtomos. As suas maos também. Esses dtomos sio formados de particulas menores que chamamos de prétons, néutrons e elétrons. Desses, protons e néutrons sao feitos de particulas ainda menores. © que esta acontecendo para fazer que as particulas da pe- dra sejam s6 da pedra e as particulas das suas méos sejam s6 das suas maos? Um observador, com um microscépio muito possante, so- mente poderia ver quais particulas seriam as da pedra e quais seriam as da sua mo se houvesse um espago entre elas. Mas se © espaco existe, entao vocé nao poderia estar segurando a pedra. porque nao haveria contato! O tempo também nao é diferente. Por que o tempo nunca para? O que o faz avancar numa tinica direco? Qual a menor fragao de tempo possivel para que algo continue a existir? Talvez vocé esteja pensando que o tempo é algo perfeita mente compreensivel. Mas nao é. S6 conseguimos medir 0 tempo porque coisas esto mudando ao nosso redor (como os ponteiros GENESIS 11 - @ INrc10 ou 0s digitos do rel6gio, ou 0 nascer € 0 por do Sol). Mesmo que houvesse espaco e matéria, se nada mudase, um observador nao saberia dizer se 0 tempo estaria passando ou nao. Nesse caso, ele se tornaria a dinica referencia, fazendo que somente nele o tempo fizesse algum sentido. Antes do Antes O tempo é uma quantidade fisica fundamental - existem outras seis. Ele 6 usado para comparar sequéncia de eventos, ou a duracao desses eventos, ou ainda o intervalo entre esses eventos. Ele também é usado para medir variagdes de certas quantidades (como 0 movimento de um objeto, ou o seu deslocamento de um lugar para outro). Tempo implica diretamente em mudanca ou movimento. Sem isso néio podemos percebé-Io nem medi-lo. O movimento dos ponteiros de um relégio nos auxilia a medir o tempo. As osci- lagdes dos dtomos de Césium 133 nos permitem medir o tempo através de um relégio atémico. A rotacdo da Terra ao redor do seu eixo nos permite medir a duracao do dia, e, portanto, o tempo. O tempo nao é algo que pegamos e manipulamos. He é apenas medido e nao manipulado. Antes de Deus ter criado 0 mundo nao poderia ter havido 0 antes , pois nao haveria o que mudar. Nao havendo mudanga, nao haveria como medir 0 tempo! Percebemos assim que o tempo nao poderia vir a existéncia por conta propria, pois algo teria de ter mudado para que o tem- Po existisse. Se o algo” nao existia, o tempo também nao poderia existir. Somente com a criacdo do espaco e da matéria o tempo po- deria ter passado a existir. Veja como a nossa compreensio do significado do tempo é amplamente equivocada. Vocé deve se lembrar da pergunta: Quando Deus surgiu? GENESIS 1 E 2 Ou, quando Deus foi criado? Para responder 0 “quando” vocé precisa de tempo. E para ter o “tempo” vocé precisa de mudanga. Antes da criagio do mundo no havia nenhuma mudanca. Portanto, nao poderia haver tempo. Assim, nfo poderia haver um “antes” antes do “antes’, pois antes do “antes” s6 havia Deus. Ele nunca surgiu, nem foi criado! O tempo, sim! Deus e aCriagao O mistério da existéncia do Deus que se revela nas Escritu- ras Sagradas 6 algo por demais fascinante. Tudo o que conhecemos e experimentamos esta relacionado com 0 tempo, espaco e matéria. Nés nao sabemos 0 que é existir sem um desses trés elemen- tos bdsicos. Isso é assim porque nés nao somos “Deus”. Ele nao necessita de nenhum deles para existir. Eu e vocé nao conseguimos existir fora do que foi criado. Nos sé temos algum significado e existéncia dentro da criagaio e nao fora dela. Esse aspecto do Deus da Biblia 0 torna tinico e diferente de todos os demais deuses, os quais sfio apenas criagdes da imagi- nac&o humana. Deus no necessita de absolutamente nada de tudo aquilo que ele criou para a sua existéncia. Como vimos a pouco, tempo implica em mudanga. No en- tanto, 0 Deus que se revela por meio da Biblia diz que ele nao muda. Podemos dizer que essa é uma das razdes apresentada pela Biblia do porqué Deus nao est no tempo e nem faz parte das coisas temporais: Ele nunca muda! (Hb 13.8) Deus nao vé o futuro porque ele ni He est 0 tempo todo em todo o tempo: no passado, no presente eno futuro. esta preso ao tempo.

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