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ARQUITETURA CONTEMPORANEA Uma historia concisa Diane Ghirardo Tradugdo: Maria Beatriz de Medina 166 ilustragdes, 40 em cores, Martins Fontes ae fa pnd in emit ne opi 86, The a ad ‘Capit 0 50 rr rn aera. ‘So Pt pape ene Teton evs da dg Jeter nt Cor ras re smite artes eam een (Cioran de Lira es ogc cpr a ein Dae Ce 4 tg Man Bat eine." a Main Sen gre | AnpictnmdaraSrl202 Age pemema a {pega pr S30 TA Todas os dios des ei para Bras servo ua Conse Ramat, 10130 0152500 So Pano SP Brasil Te 11) 32413677 Fas (1) 31056867 i: ifomartisfonter combo mato com he INTRODUCAO DA MARGEM AO CENTRO petiodo posterior a 1965 abriu caminho para uma abordagem dda arquitetura que veio a ser conhecida como pos-modernismo, de inicio nos Estados Unidos e depois em todo o mundo industrializa- do. O pés-modernismo & um conceito diversificado e instivel que tem denotado abordagens na qual civis e for- ‘gas armadas j4 ndo se distinguem, o armamento sofisticado quase nao tem papel algum a desempenhar e pequenos grupamentos infor- mais, como miticias ou grupos tribais, substituem o Estado. E difi- cil lidar com essas guerras e dar-Ihes fim através de negociagies, porque jé nao existe a autoridade central No dominio da filosofia e da ciéncia politica, 0 pés-modernis- mo também pode remeter a epistemologia ou a modos determina dos de reflexdo e conhecimento, ou mesmo a earacterizacdes espe- cificas da economia politica e das condigdes sociais do final do século XX. O fato de ser uma categoria instivel é uma de suas ca- racteristicas inerentes em estética ¢ epistemologia, uma vez que os teéricos do pés-modernismo Ihe atribuiram a rejeigao da possibil dade de unidade de forma ou ideologia. A definigdo do significado 2 ARQUITETURA CONTEMPORANEA, de pés-modernismo varia entre os campos ¢ até entre os autores. Na rquitetura, suas conotagdes mudaram consideravelmente entre 1970 e 1995. E digno de nota que poucas idéias da economia polit ou da sociologia passaram para a arquitetura, especialmente as do ‘equivalente econdmico € social do pés-modemismo, isto & 0 pos- {fordismo (ver adiante, p. 37), Em vez disso, no tiltimo quarto de sé- lo teotias do conhecimento e da estética, vindas de outras disci- plinas, infiltraram-se na arquitetura praticamente sem relac: ‘outras Forgas talvez mais importantes, Nesses campos, o pés-modernismo apresenta caracteristicas eo- smuns, tais com da modernizagao do inicio do século XX tendiam a obscurecer di- feerengas locais, regionais ¢ étnicas, o pés-modernismo concentra- se precisamente nessas diferencas e traz para primeiro plano o que fora marginalizado pelas culturas dominantes, Talvez isto seja mais bem exemplificado pela énfase renovada nos estudos étnicos feministas, com a finalidade de dar atengdo a vozes que tradicional- ‘mente nao tém sido ouvidas. Em outras disciplinas, ha variantes do p6s-modernismo que causaram impacto na arquitetura, como 0 pos- estruturalismo e a desconstrugdo, que discutirei mais adiante nesta Introdugao, Na arquitetura, em geral, 0 pés-modernismo & compreendido como fendmeno estilistico. Em primeiro lugar, porém, deveria ser entendido no contexto daquilo a que © movimento se opés e, em segundo lugar, daquilo que afirmou. O préprio termo pos-moder- smo indicava a distingdio que os entusiastas da nova abordagem pretendiam fazer no inicio da década de 70: uma arquitetura diferen- te © sucessora do modernismo, que muitos ja comegavam a consi Os melhores registros acat smo observam Frampto meiros polemistas favordveis ao pos-modernismo e contririos ao ‘movimento moderno apresentaram uma caricatura daquilo a que se ‘opunham, ou seja, a elaboragdo formal do modernismo e suas pre intRoDUucAO 3 missas sociais e politicas subjacentes. Ficariam isentos desta critica (GMBH gu¢ muitos parece transcender os piores fracassos do modernismo da década de 60 nos Estados Unidos, sobretudo a fetichizagio da estrutura e da tecnologia. Majestosamente localiza- do defronte ao Oceano Pacifico, o Instituto Salk demonstrou toda a ‘gama de interesses formais de Kahn: sistemas mecinicos e de ser- vigo integrados e instalados em andares separados entre os labora- trios, a explorago de “vazios positivamente expressos”. Kahn re pondeu ao programa relativamente simples com a proposta de uma divisio espacial de fungdes, com eseritrios isolados dos lborto- rios para estudo e pesquisa solitaria e s Deixou clos e visiveis os aspectos funcionais do. programa 20 mesmo tempo que celebrava o local ¢ seu tratamento virtuosistico do conereto armadbo. © movimento moderno teve seu florgscimento mai giv. o maior prestigio historico nas décadas entre as duas Guerras co e atin- 4 ARQUITETURA CONTEMPORANEA, Mundiais, quando nasceu com um espirito de renineia ao velho ‘mundo, um compromisso de se voltar para as necessidades habita- cionais das massas © um entusiasmo de explorar o poteneial arqui- tet5nico de matetiais e tecnologias muitas vezes desprezados pela ‘gcragio anterior. Exigiu a energia de arquitetos talentosos e dedica- dos em toda a Europa, embora representasse as idéias de um grupo de arquitetos relativamente marginal e socialmente homogéneo e $6 resultasse em uma quantidade modesta de edificios.. Embora marcadas por énfases diversas — de um lado, o determi nismo tecnol6gico ¢, de outro, a idéia de auto-expressio estética — as idéias de muitos arquitetos modernistas mantiveram, como cons- tante basica, a crenga no poder da forma para transformar o mundo, ainda que geralmente vinculada a alguns objetivos amplos ¢ vagos de reforma social. Os arquitetos acreditavam de forma apaixonada que a falta de moradias e outros problemas sociais poderiam ser resolvidos com o uso das superficies lisas, polidas a maquina, e do racionalismo estrutural da arquitetura moderna. Esses pressupostos

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