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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA UNESP - Campus de Bauru/SP Departamento de Engenharia Civil e Ambiental 2117 - ESTRUTURAS DE CONCRETOI FUNDAMENTOS DO CONCRETO ARMADO Prof. Dr. PAULO SERGIO BASTOS (wwwp.feb.unesp.br/pbastos) BaurwSP Set/2023 APRESENTACAO Este texto tem o objetivo de servir como notas de aula na disciplina 2117 - Estruturas de Conereto I, do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia, da Universidade Estadual Paulista - UNESP, ‘Campus de Baury/SP, Encontram-se publicadas no YOUTUBE nove videoaulas da apostila, no canal “Paulo Sergio Bastos” No texto encontram-se os conceitos iniciais diversas informagdes que formam a base para o entendimento do projeto e dimensionamento das estruturas de conereto, 0 conhecimento dos fundamentos do conereto estrutural é primordial para o aprendizado das disciplinas posteriores de Conereto Armado e Concreto Protendido, existentes no curso de Engenharia Civil, Em linhas gerais o texto segue as prescrigdes contidas na norma NBR 6118/2023 (“Projeto de estruturas de concreto”), para 0 projeto ¢ dimensionamento dos elementos estruturais de concrete. Nesta disciplina — © na 2123 Estruturas de Conereto Il — serio utilizadas diversas apostilas, disponibilizadas no enderego wwwp.feb.unesp.br/pbastos, em “Disciplinas Lecionadas’ Ao longo do curso de Engenharia Civil o estudante cursaré trés disciplinas de estruturas em Concreto Armado ¢ uma de Conereto Protendido, com a possibilidade de cursar outras disciplinas optativas. As quatro disciplinas obrigatérias apresentam os conteiidos mais importantes e comuns do dia a dia das atividades do Engenheiro Estrutural, e ao final do curso o estudante estard apto a iniciar suas atividades no ramo do projeto estrutural de concreto, Criticas ¢ sugestées serio bem-vindas a fim de methorar o texto. SUMARIO 1. INTRODUGAO. 4 1.1 Conceitos de Concreto Armado e Concreto Protendido 1 1.2 Fissuragdo no Concreto Armado 5 1.3. Histérico do Concreto Armado, 6 1.4 Aspectos Positivos e Negativos das Estruturas de Concreto, 7 1.5 Principais Normas. 8 Teste seu conhecimento 9 Referéncias 9 MATERIAIS 1 2.1 Composigio do Concreto aa 24.4 Cimento 12 2.12 Agregados. 14 213 Agua 15 2.2. Massa Especifica do Concreto 16 2.3. Resisténcia do Concreto & Compressio, 16 2.4 Resisténcia do Concreto a Traco 7 2.5 Resisténcia do Concreto no Estado Multiaxial de Tenses 20 2.6 Médulo de Elasticidade do Concreto 20 2.7 Coeficiente de Poisson e Médulo de Elasticidade Transversal do Concreto 22 2.8 _ Diagrama Tenso-Deformago do Concreto a Compressao 23 2.9. Diagrama Tenso-Deformacio do Concreto & Traci, 26 2.10 Deformagdes do Concreto 26 2.10.1 Deformacao por Variagao de Temperatura 26 210.2 Retracio 27 2.10.3 Fluéncia 28 2.1 Acos para Armadura Passiva 29 211 Tipos de Superticie 29 211.2 Caracteristicas Geoméivicas 30 2113 Diagrama Tensio-Deformacdo 33 241.4 Soldabilidade 35 2115 Arames 36 2116 Telas Soidadas 36 2.11.7 Armaduras Prontas. 36 Teste seu conhecimento 38 Referéncias 39 FUNDAMENTOS 3.1 Requisitos de Qualidade da Estrutura e do Projeto 3.2 Durabilidade das Estruturas 3.2.1 Mecanismos Preponderantes de Deterioragaio do Concreto 3.2.2 Mecanismos Preponderantes de Deterioracao da Armadura 3.23 Mecanismos de Deterioragao da Estrutura, 3.24 Agressividade do Ambiente 3.25 Cuidados na Drenagem 3.26 — Qualidade do Concret 3.2.7 Espessura do Cobrimento da Armadura 3.28 Detalhamento das Armaduras, 3.29 Controle da Fissurag3o, 3.3. Seguranga e Estados-Limites 3.3.1 Estados-Limites Ultimos (ELU). 3.3.2 Estados-Limites de Servico (ELS) 3.3.3. Verificagéo da Seguranca 3.4 Resisténcias Caracteristica e de Célculo, 341 Resisténcia Caracteristica, 34.2 Resisténcia de Calculo 3.43 Coeficientes de Ponderagao das Resisténcias 3.4.3.1. Estado-Limite Ultimo (ELU) 3.4.3.2 _ Estado-Limite de Servico (ELS) 3.5 Ages nas Estruturas de Concreto Armado 3.5.1 Ages Permanentes 35.1.1 Diretas 3.5.1.2 Indiretas 35.2 Ades Varidveis, 86 35.21 Diretas 35.2.2 Indiretas 3.5.3 Ades Excepcionais, 35.4 Valores Caracteristicos das Ages 3.5.4.1 _Agdes Permanentes 3.5.4.2 _AgGes Varidvels 35.5 Valores Represents 3.5.6 Combinagées de Ages 3.5.6.1 Combinagbes Ultimas 3.5.6.2 Combinacées de Servico 3.5.7 Valores de Célculo e Coeficientes de Ponderaglo das AgBes. 3.5.7.1 Estado-Limite Ultimo (ELU) 3.5.7.2 Estado-Limite de Servigo (ELS) 3.6 Estddios de Célculo 3.7 Domi 37.1 Reta 3.7.2 Dominiot 37.3 Dominio2 3.7.4 Dominio3 3.7.5 Dominiod 3.7.6 Dominio 4a 3.7.7 Dominios 378 Retab 9 3.7.9 Determinagio de Kain © Xin Teste seu conhecimento Referéncias de Cobrimento s de Deformacées 41 41 42 42 42 43 43 44 44 45 te 47 a7 48 49 50 50 50 52 53 53 54 54 54 54 55 55 87 57 57 58 58 58 58 58 60 60 61 a 62 63 64 65 66 66 67 67 68 68 70 a ELEMENTOS ESTRUTURAIS 4.1 Classificagio Geométrica dos Elementos Estruturais 44 412 413 414 414 414, 4.1.4, 415 4.16 417 418 Elementos Lineares Elementos de Superficie, Elementos Tridimensionais, Laje Laje Maciga Lajes Lisa e Cogumelo Laje Nervurada Viga Pilar Tubulo e Bloco de Fundacao Sapata Teste seu conhecimento Referéncias 72 R n 2 n 74 75 76 7 73 82 85 88 89 89 Cap. 1- Introdueio 1 CAPITULO 1 1. INTRODUCAO © concreto é um material composto, constitufdo por cimento, Agua, agregado mitido (areia) ¢ agregado gratido (pedra ou brita). © concreto pode também conter adigSes e aditivos quimicos', com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades bésicas. © concreto é obtido por um cuidadoso proporcionamento,? que define a quantidade de cada um dos diferentes materiais, a fim de proporcionar ao conereto diversas caracteristicas descjadas, tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. De modo geral, na construgo de um elemento estrutural em Conereto Armado, as armaduras de ago so previamente posicionadas dentro da forma (molde), e em seguida o concreto fresco é langado para preencher a forma e envolver as armaduras, ¢ simultaneamente 0 adensamento vai sendo feito. Apés a cura e 0 endurecimento do conereto, a forma & retirada e assim origina-se a pega de Concreto Amado, As estruturas de concreto so comuns em todos os paises do mundo, caracterizando-se pela estrutura preponderante no Brasil. Comparada a estruturas com outros materiais, a disponibilidade dos materiais constituintes (concreto © ago) ¢ a facilidade de aplicagio, explicam a larga utilizagdo das estruturas de conereto, nos mais variados tipos de obras, como edificios de pavimentos, pontes e viadutos, reservatdrios, barragens, pisos industriais, pavimentos rodovidrios e de aeroportos, paredes de contengao, obras portudias, ccanais, et. 1.1 Conceitos de Concreto Armado e Concreto Protendido Os materiais empregados nas construgdes da antiguidade eram a pedra natural (rocha), a madeira e 0 ferro, E muitas daquelas construgées perduram até os dias de hoje, como pontes e castelos. ‘Um bom material para ser utilizado em uma estrutura € aquele que apresenta boas caracteristicas de resisténcia e durabilidade. Nesse sentido, a pedra natural apresenta muito boa resisténcia 4 compressdo 30 MPa), Figura 2.5. Paises curopeus adotam corpos de prova cibicos, com arestas de dimensdo de 15 ou 20 em. © ensaio para determinar a resistencia caracteristica & compressio é feito em uma prensa hidréulica na idade de 28 dias a partir da moldagem, conforme a NBR 5739 (Figura 2.6). A resisténcia em idades diferentes de 28 dias pode também ser requerida, A estimativa da resisténcia média 4 compressa (f.x3), comespondente a uma resisténcia fy; especificada, deve ser feita como indicado na NBR 12655 (NBR 6118, item 8.2.4) “A evolucdo da resistencia @ compressdo com a idade deve ser obtida por ensaios especialmente executados para tal. Na auséncia desses resultados experimentais, pode-se adotar, em cariiter orientativo, os valores indicados em 12.3.3.” (NBR 6118, item 8.2.4). Em fungdo da resisténcia caracteristica do concreto 4 compressio (f.,), a NBR 8953 classifica os concretos nos grupos I¢ II. Os concretos normais sdo designados pela letra C, seguida do valor da resisténcia caracteristica, expressa em MPa, como: Grupo I: C20, C25, C30, '5, C40, C45, C50; 255, C60, C70, C80, C90, C100. ‘maior ou menor capacidade do concrete dese deformar sob a agdo da sua propria massa, * Estado plistico: conereto no esiado fresco, Retragio: diminuigdo do volume de pastas de cimento, argamassas e coneretos devida prineipalmente & perda de gua, sem que gxista qualquer tipo de earepamento (DINIZ et al. 2011) © Retrasio plistica: “deve-se d perda de digua na superficie do concreto ainda no estado plastica." (DINIZ. et a, 2011). Ow ‘redugio do volume do cancreto fresco, devida d secagem répida do concreto fresco, quando a taxa de perda de dgua da superficie excede a taxa disponivel de dgua exsudada (nas lajes.” (MEHTA e MONTEIRO, 2014) © Retracdo hidréulia (ou por secagem): retracéo associada & perda de umidade para 0 meio ambient, Cap. 2- Materiais 17 Figura 2.5 — Corpos de prova eilindricos 15 x 30cm e 10x 20 em para determinagao da resisténcia a compressao de concretos (Fotografia de Obede B. Faria. Figura 2.6 — Corpo de prova cilindrico em ensaio em prensa hidréulica para determinagao da resisténcia di compressao do concreto (Fotografia de Obede B. Faria). NBR 8953 também define os coneretos C10 € C15, mas que nio se aplicam para fins estruturais. A verso de 2023 da NBR 6118 aplica-se aos concretos dos dois grupos de resistencia, excluido 0 C100. Durante décadas do século passado foi muito comum a aplicago de concretos com resisténcias & compressio (f) de 13,5, 15 e 18 MPa. Na década de 90 passaram a ser mais comuns os concretos de resisténcia 20 25 MPa. A versio de 2003 da NBR 6118 passou a exigir concretos com resisténcia de 20 MPa ou superior para as estruturas de Concteto Armado, ficando 0 concreto C15 destinado somente as cestruturas de fundagdes ¢ de obras provisérias. A elevacdo da resisténcia para o valor minimo de 20 MPa objetivou aumentar a durabilidade das estruturas. Em fune3o da agressividade do ambiente na qual a cestrutura esta inserida, concretos de resisténcias superiores ao C20 podem ser requeridos, como apresentado no capitulo seguinte. 2.4 — Resisténcia do Concreto a Tragdo A resisténcia do concreto a tragdo varia entre 8 © 15 % da resisténcia a compresséo (MEHTA c MONTEIRO, 2014). © conhecimento da resistencia do conereto a trago € uma importante caracteristica desse material, particularmente na determinagao da fissurago (momento fletor de primeira fissura © verificagio da abertura da fissura), no dimensionamento de vigas a forga cortante ¢ na resisténcia de aderéncia entre o concreto ¢ a barra de ago, UNESP, BaurwSP 18 Sto trés os tipos de ensaio comumente realizados para a determinagao da resisténcia do concreto a tras: tracio direta, tragdo indireta e traco na flexio, O ensaio de tragdo direta € mais dificil de ser executado, porque exige dispositivos especiais (garras metilicas) e prensa universal, capaz de aplicar forga de tragdo. Os censaios de trago indireta ¢ tragio na flexdo surgiram buscando contornar essas dificuldades, ¢ 0 resultado serve como pardmetro para a estimativa da resisténcia & tragio direta, como permitida pela NBR 6118 A resisténcia & tragio indireta (f,,.) & determinada no ensaio de compressio diametral, prescrito na NBR 7222, desenvolvido por F.L. Lobo Cameiro na década de 50, sendo o ensaio conhecido mundialmente por Brazilian test ou splitting test. © ensaio consiste em comprimir longitudinalmente o corpo de prova cilindrico 15 x 30 em segundo a direcdo do seu didmetro, como mostrado na Figura 2.7. Quando as tensdes de compressio (oi) s40 aplicadas no corpo de prova, ocorrem ao mesmo tempo tensdes de tragdo («1) perpendiculares na diregdo diametral, horizontais, que causam o rompimento do corpo de prova, separando-o em duas partes, Essas tensdes de tragdo s3o chamadas tensées de fendilhamento™, . 7 7 Figura 2.7 — Resisténcia do conereto d tragdo determinada por ensaio de compressio diametral, (FONTE: SUSSEKIND, 1985) ‘A resisténcia do concreto a trac indireta por compressio diametral é determinada pela equacao: Eq.2.1 's indicadas na Figura 2.7. A NBR 6118 (item 8.2.5) permite estimar a r tragdo por compresstio diametral: sténcia a tragio direta (f.) como 90 % da resisténcia & f= 0.9 fatsp Eq.2.2 A resist cia A tragHo na flexao (f.,), determinada conforme a NBR 12142, consiste em submeter uma viga de conereto simples a0 ensaio de flexo simples, como mostrado na Figura 2.8 ¢ Figura 2.9. A viga & submetida a duas forgas concentradas iguais, aplicadas nos tergos do vao. Em normas estrangeiras so ‘encontradas outras configuragdes para 0 ensaio, com corpos de prova e vaos diferentes dos preseritos pela norma brasileira * Tensses de fendilhamento sio as tensBes de traglo transversais que surgem quando so aplicadas forgas de compresso em um ‘volume de conereto. Originam o esforgo de fendilhamento e as fissuras de fendilhamento, que podem ser combatidas pela armadara de fendilhamento, Cap.2- Materiais 19 Diagrama de tensées 1 een Figura 2.8 ~ Resistencia do concreto @ tragao determinada por ensaio de tragio na flexio. (FONTE: SUSSEKIND, 1985). Quando a tensio de tragio atuante na viga alcanga a resisténcia do concreto a tragdo na flexdo © provoca uma fissura, geralmente posicionada entre as forgas aplicadas, imediatamente ocorre a ruptura da viga. A resisténcia 4 tragao na flexio corresponde & tensdo aplicada na fibra mais tracionada, no instante da ruptura, sendo avaliada pela equacao: Eq.23 Figura 2.9 - Ensaio de resisténcia a tracdo na flexio. ‘A resisténcia a trago maxima na flexdo ¢ também chamada médulo de ruptura. A es resistencia a tragao direta em fungao da resisténcia a tragdo na flexo é dada por (NBR 6118, item 8.2.5): f= 0,7 fixe Eq.24 Na falta de ensaios para determinagio dos valores das resisténcias fa. € far, a resist@ncia média A tracio direta pode ser avaliada em fungo da resisténcia caracteristica do concreto 4 compressio (f.,), por meio das expressdes (NBR 6118, item 8.2.5): a) para coneretos com fy 50 MPa 3 fax Eq.25 com fayn € fy em MPa, Sendo os valores minimo (Fea) € MAxiMo (fer) Para a Tesi dados por: Fatcict = 057 Laan Eq. 2.6 wo = 13 Foam Eq. 2.7 UNESP, BaurwSP 20 b) para coneretos com f., > 50 MPa Fae = 2,12 In [1 + 0,1 (fee + 8)] Eq. 2.8 com finn © fy em MPa, Sendo fa; > 7 MPa, a Eq. 2.5 a Eq. 2.8 podem também ser usadas para idades diferentes de 28 dias. 2.5 Resisténcia do Concreto no Estado Multiaxial de Tenses Conforme o item 8.2.6 da NBR 6118, estando o concreto submetido as tensdes principais 03 > 6 > 01 , deve-se ter: 012 few Fq.29 os 50 MPa 1 ya 215.10 a, fee 4125 Eq. 2.12 10 J i ¢ fy em MPa. O médulo de clasticidade secante a ser utilizado nas analises eldsticas de projeto, especialmente na verificagdo de Estados-Limites de Servigo, pode ser obtido pelo método de ensaio da NBR 8522 e 8522-2 ou estimado pela expressio: E,, = 04 Ey Eq. 2.13 sendo: oj =08+0,24%<10 80 Segundo a NBR 6118, “Na avaliagéo do comportamento de um elemento estrutural ou segao transversal, pode ser adotado médulo de elasticidade tinico, & tragao e & compressao, igual ao madulo de elasticidade secante E.,. No célculo das perdas de protensao pode ser utilizado em projeto o médulo de elasticidade inicial F.,.” ‘0 médulo de elasticidade inicial em uma idade menor que 28 dias pode ser avaliado pelas expressdes: a) para concretos com fy $50 MPa res f, fa Eg. 2.14 hk ) para coneretos com fi, > 50 MPa Fy at Eq. 2.15 z 4. L fox B4lt)= Eq (t) = estimativa do médulo de elasticidade do concreto em uma idade entre 7 dias e 28 dias; fyj= resisténcia caracteristica do concreto 4 compresséo na idade em que se pretende estimar 0 médulo de icidade, em MPa 2.7 Coeficiente de Poisson e Médulo de Elasticidade Transversal do Concreto Ao se aplicar uma forga no concreto surgem deformagées em duas diregSes, na diregdo da forga e na diregdo transversal & forga. A relagdo entre a deformacdo transversal ¢ a deformagao longitudinal é chamada coeficiente de Poisson (v), que segundo a NBR 6118 (item 8.2.9), “Para tensées de compressio menores que 0,5 foe tensdes de traciio menores que fis, 0 coeficiente de Poisson v pode ser tomado como igual a 0,2", isto &v= 02 Cap. 2 - Materiais 23 © médulo de elasticidade transversal (G.) & determinado tendo-se 0 coeficiente de Poisson. Para pegas no fissuradas e material homogéneo a expresso de G €: Ee GT Eq. 2.16 A NBR 6118 (item 8.2.9) especifica que 0 médulo de fungio do médulo de elasticidade secante: sticidade transversal (G.) pode ser tomado em Eq.2.17 2.8 Diagrama Tensdo-Deformagao do Concreto a Compressao ANBR 6118 (item 8.2.10.1) especifica que pata “tensdes de compressiio menores que 0,5 f-, pode-se admitir uma relagao linear entre tensoes e deformagées, adotando-se para médulo de elasticidade o valor secante”, dado pela Eq. 2.13 Para andlises de segdes transversais de pegas de Concreto Armado no Estado-Limite Ultimo, a NBR 6118 (item 8.2.10.1) indica © diagrama tensio-deformagdo 4 compressio com valores em fungo da classe do concreto, como segue. a) para concretos de classes até C50 O diagrama simplificado & composto por uma parébola do 2° grau que passa pela origem e tem seu vértice no ponto de abscissa 2 ~ 2 % € ordenada 0,851. fas € de uma reta entre as deformacdes 2 %o © 3,5 %o (F..)s tangente a parabola e paralela ao eixo das abscissas (Figura 2.14). A equago da parébola do 2° gra 85n. fed fi Eq.2.18 Fen) com fi sendo a resisténcia de célculo do concreto a compressio (a definigdo de fiz sera vista adiante), © ‘_ com os seguintes valores: a) 1,0 para f < 40 MPa; b) (40/f,,)! para fy. > 40 MPa. 0,85. fea ec = 2 a feu = 3,5 %o Figura 2.14 — Diagrama tensiio x deformagiio a compressiza idealizado para concretos de classes até C50. UNESP, BaurwSP 24 diagrama ¢ uma idealizagao de como 0 concreto se deforma (encurta) sob tensdes de compressio, Para a deformagdo de encurtamento de até 2 %e (2 mm/m) a lei de variagdo é de acordo com a parébola do 2° grau. Apés 2 %o 0 concreto sofre um encurtamento plistico até o valor maximo de 3,5 %o, ou seja, considera~ se que 0 méximo encurtamento que o concreto possa softer seja de 3,5 %o (3,5 mmm). A tenso maxima de compressio no concreto é limitada pelo fator 0,85n¢, isto resisténcia dada por fi , € sim um valor reduzido, no cilculo das pecas nao se considera a maxima a) para concretos de classes C55 até C90 © diagrama simplificado ¢ composto por uma paribola que passa pela origem e tem seu vértice correspondente a deformagao 2 e ordenada 0,851, fy, e de uma reta entre as deformagdes £2 € fy (Figura 2.15). G, 0,85n¢fea 2 feu Figura 2.15 ~ Diagrama tensdo-deformagao a compressio idealizado para concretos de classes C55 até C90. ‘A equagao da parabola é: 6, = 0.85. fea) 1-| Eg. 2.19 natasasa| 22 Eq. 2.20 100 £42 = 2,0 %o + 0,085 Mo (fa — 50)°** Eq. 2.21 feu 035% Eq. 2.22 A NBR 6118 (item 8.2.10.1) também apresenta um diagrama alternativo no caso de se fazer a andlise estrutural como nao linear, para compressio simples de curta duragio. No caso de cargas de longa duracdo os efeitos da fluéneia devem ser convenientemente considerados. ‘A origem da deformagio 2 %» é exposta a seguir, Na Figura 2.16 so mostrados diagramas © x € de concretos de diferentes resisténcias. Na Figura 2.16a as curvas foram obtidas em ensaio com velocidade de deformacio constante (¢ = ete) ¢ na Figura 2.16b com velocidade de carregamento constante € Quando a deformagao € controlada durante o ensaio & possivel determinar a curva além do ponto de resisténcia maxima, isto é, o trecho descendente da curva. No ensaio com carregamento constante o corpo de prova rompe ao alcangar a resisténcia méxima, O que é importante constatar na Figura 2.16a ¢ na Figura 2.16b & que a resisténcia méxima é alcangada com deformagGes de encurtamento que variam de 2 %o a 2,5 %o, independentemente da resisténcia & compressfo do concreto, Nota-se também na Figura 2.16a que cconeretos de menor resisténcia apresentam maior curvatura e menor rigidez.até a resisténcia maxima, Cap. 2 - Materiais 25 A deformacao maxima de 3,5 %o (para concretos até o C50), é convencional e foi escolhida entre valores que podem variar desde 2 %o para segdo transversal com a linha neutra fora da segdo transversal, até S %o para segGes triangulares. A deformagdo iiltima de 3,5 %o indica que nas fibras mais comprimidas a maxima deformagio de encurtamento que 0 concreto pode sofrer é de 3,5 mm em cada metro de extensio da pega Convenciona-se que, ao atingir esta deformagio, 0 conereto estaria na iminéneia de romper por ‘esmagamento. MPa MPa Oe Ge 1 fe lie = 50 50 50 40 fe= 90 40 = _ e= fe= 38 30 30 = ol} 10 ‘| 10 I yy o 1 2 3 4 5 6 o 1 23 (%o) (%e ) 4) velocidade de deformagito constante, b) velocidade de carregamento constante. Figura 2.16 — Diagramas ox « de concretos com diferentes resisténcias (FONTE: LEONHARDT e MONNIG, 1982). A origem do fator 0,85 encontrado no diagrama o x ¢ da Figura 2.14 ¢ explicada a seguir. A Figura 2.17 mostra diagramas 6 x € de um concreto ensaiado com velocidades de deformagdo controlada (¢ = cte). O tempo decorrido entre o inicio do ensaio e a ruptura tedrica do corpo de prova foi variado desde 2 min até 70 dias, com tempos intermedisrios de 20 min, 100 min ¢ trés dias. O diagrama mostra também a linha descendente de ruptura dos corpos de prova. A andlise das curvas permite observar que, conforme aumenta 0 tempo de aplicagdo do carregamento, menor é a resisténcia do concreto, Entre os tempos de 2 min e 70 dias por exemplo, ocorre uma diminuigao de quase 20 % na resisténcia do concreto carregado durante 70 dias Esta caracteristica apresentada pelo concreto foi chamada de efeito Riisch, isto & quanto maior é 0 tempo de carregamento para se aleangar a ruptura, menor é a resisténcia do concreto. Ou, em outras palavras, 0 efeito Risch é a diminuigao da resisténcia do concreto com 0 aumento do tempo na aplicacao da carga. . 1. 2 8 4 6 8 7 BE, (te) Figura 2.17 - Diagramas tensdo-deformagdo do conereto com variagiio no tempo de carregamento do corpo de prova (FONTE: SANTOS, 1983). UNESP, BaurwSP 26 Para levar em conta o efeito Riisch as normas acrescentaram o fator redutor de 0,85 na tenstio maxima fia que pode ser aplicada no concreto, O fator 0,85 funciona como um fator corretivo, dado que a resisténcia de calculo fig é determinada por meio de ensaios de corpos de prova cilindricos em ensaios de compressao que tém a duragdo em tomo de 2, 3 ou 4 minutos, enquanto que nas estruturas de concreto 0 carregamento aplicado durante toda a vida itil da estrutura, ou seja, durante muitos anos. 2.9 Diagrama Tensao-Deformagao do Concreto a Tragdo Segundo a NBR 6118 (item 8.2.10.2), para 0 concreto nao fissurado pode ser adotado o diagrama tensio- deformagio bilinear de tragdo mostrado na Figura 2.18. A deformagdo maxima de alongamento & 0,15 %o, € ‘0 médulo tangente inicial (E.) pode ser calculado como aretg (F). Ong Ft 0,9 fees 0,15 %o Figura 2.18 - Diagrama tensdo-deformagao bilinear de tragao. 2.10 Deformagées do Conecreto 0 concreto, sob ago dos carregamentos ¢ das forgas da natureza, apresenta deformagées que aumentam ou diminuem o seu volume, podendo dar origem a fissuras, que, dependendo da sua abertura e do ambiente a que a pega esti exposta, podem ser prejudiciais para a estética e para a durabilidade da estrutura. As principais deformagdes que ocorrem no concreto sdo as devidas & rettagdo, a deformagdo lenta e a variagdo de temperatura, como serio descritas a seguir. 2.10.1 Deformacio por Variagio de Temperatura Todo material tem um coeficiente chamado “coeficiente de dilatagdo térmica” (o,.), com 0 qual se pode calcular variagdes de volume ¢ de comprimento de pegas fabricadas com aquele material. O coeficiente define a deformacdo correspondente a uma variagdo de temperatura de 1° C. No caso do Conereto Armado, para variagdes normais de temperatura, o valor para d.. recomendado é de 10°/°C (NBR 6118, item 8.2.3), Na verso de 1980 da NBR 6118 era permitido dispensar-se a variagZo de temperatura em estruturas de concreto interrompidas por juntas de dilatacdo a cada 30 m, no maximo (Figura 2.19). A NBR 6118 atual nao traz essa petmissdo, sendo o problema tratado mos itens 1.4.2.1 e 11.4.2.2 A junta de dilatagdo ¢ uma separagao real da edificagdo e da estrutura em blocos independentes, e quando convenientemente espagadas permitem que a estrutura possa ter variagdes de volume de forma menos restritiva, Em estruturas de edificagdes de pequeno porte (casas, sobrados e galpdes por exemplo) a simplificagdo da NBR 6118 de 1980 (juntas de dilatagdo no maximo a cada 30 m de comprimento da estrutura em planta) pode ser analisada pelo projetista quando do célculo manual da estrutura Cap. 2 - Materiais 20 hota de igo Figura 2.19 ~ Separagdo da estrutura por juntas de dilatagao, 2.10.2 Retragio Define-se retragiio como a diminuicdo de volume do concreto ao longo do tempo. A principal causa da retragio & a evaporagdo da égua ndo utilizada nas reagdes quimicas de hidratagdo do cimento, chamada retragio hidréulica. [importante salientar que a retragdo do concreto ocorre mesmo na auséncia de ages ‘ou carregamentos externos, e se caracteriza como um fenémeno complexo ¢ natural do material, sendo dividido para estudo conforme sua origem. Para a hidratagio de 100 g de cimento so necessérias 26 g de égua aproximadamente. Ocorre que para proporcionar a trabalhabilidade requerida, geralmente a quantidade de gua utilizada maior que a necessétia (relagdes a/c > 0,40). Para o equilibrio de umidade do concteto com o ambiente, a Agua nio utilizada nas reagdes quimicas de hidratagdo do cimento evapora, configurando esse fenémeno a principal causa para a diminuigo de volume do concreto, a denominada retra¢io hidréulica (ou retragdo por secagem). Outras causas de retragdo sto: retragiio quimica - decorre do fato das reagdes de hidratagio do cimento cocorrerem com diminuig&o de volume; retragio por carbonatacio — componentes secundérios do cimento reagem com 0 gas carbénico presente na atmosfera, levando também a uma diminuigdo de volume do concreto (DINIZ et al., 2011). Essas causas de retrago sZo menos intensas que a retragdo hidréuliea e se restringem basicamente ao periodo de cura do concreto. Em pecas submersas ocorre a expansiio da pega, fendmeno contrario ao da retragdo, decorrente do fluxo de gua de fora para dentro da pega, em diregdo aos poros formados pela retrago quimica Nas estruturas mais comuns e de pequenas espessuras, 0 fenémeno da retragdo & considerado praticamente concluido no periodo de dois a quatro anos. Para pegas de espessuras maiores que 1,0 m, este periodo pode atingir até quinze anos. Os fatores que mais influem na retrago sdo os seguintes: a) composigao quimica do cimento: os cimentos mais resistentes ¢ os de endurecimento mais rapido causam maior retracdo; b) quantidade de cimento: quanto maior a quantidade de cimento, maior a retragao; ) gua de amassamento: quanto maior a relagdo agua/cimento, maior a retragao; 4) umidade ambiente: 0 aumento da umidade ambiente dificulta a evaporagdo, diminuindo a retragdo; ) temperatura ambiente: 0 aumento da temperatura aumenta a retragdo; 4) espessura dos elementos: a retrago aumenta com a diminuigdo da espessura do elemento, por ser maior a superficie de contato com o ambiente em relago ao volume da pega, possibilitando maior evaporacao, Os efeitos da retrago podem ser diminuidos tomando-se cuidados especiais em relagdo aos fatores indicados acima, além disso, o que é muito importante, executando uma cuidadosa eura, durante pelo menos os primeiros sete dias apés a coneretagem da pega. Cura do concreto so os cuidados que devem ser tomados no periodo de endurecimento do concreto, visando impedir que a égua evapore e o cimento no seja corretamente hidratado, Uma solugdo muito empregada e eficiente em vigas e outros elementos é a utilizagio de uma armadura, chamada armadura de pele, composta por barras finas colocadas préximas as superficies das pecas. Segundo a NBR 6118 (item 8.2.11), em casos onde nao é necesséria grande precisdo ¢ as tensd menores que 0,5f, relativamente ao primeiro carregamento, 0 valor final da deformagio especi UNESP, BaurwSP 28 retragdo do concreto (eq) pode set obtido na Tabela 8.1 da norma. Deformagdes especificas mais precisas devidas a retragdo podem ser calculadas segundo indicagdo do Anexo A da norma.™! 2.10.3 Fluéncia A retragio © a expansio sto deformagées que ocorrem no conereto mesmo na auséncia de carregamentos externos. A fluéncia (¢..), por outro lado, € a deformagio no concreto provocada pelos carregamentos extemos, que ocasionam tensdes de compressio. Define-se fluéneia como o aumento da deformago no concreto ao longo do tempo quando submetido & tensées de compressio permanentes e constantes. Sao as deformagbes ¢4. da Figura 2.20, tempo Figura 2.20 - Deformagao imediata (6) ¢ luéncia (é) A deformagao que antecede a fluéncia & chamada deformagio imediata (¢.), que & aquela que ocorre imediatamente apds a aplicacao das primeiras tensoes de compressao no concreto, devida basicamente & acomodacdo e compactacao dos cristais que constituem a parte sélida do concreto. ‘A Figura 2.20 mostra o efeito da fluéncia® e da deformago imediata com a idade do conereto. Em um tempo t, do concreto ou do elemento estrutural surge a deformagdo imediata ao se aplicar o primeiro carregamento que origina tensdes de compressio, 0 que normalmente ocorre quando se retiram os escoramentos das peas. A partir deste instante, o carregamento inicial, além de se manter, geralmente tem ‘outros carregamentos acrescidos (cargas de construgio, revestimentos, pisos, ages varidveis, etc.), que fazem com que novas deformagGes surjam, somando-se & deformacdo imediata inicial, ou seja, ocome a ‘luéneia do conereto ao longo do tempo de vida da pega. A deformagio total da pega em um certo tempo é a soma da deformacao imediata com a fluéncia até aquele tempo. Apés alguns anos considera-se cessada a fluéncia, o que & expresso pela fluéncia no infinito (e....). A fluéncia do conereto é muito importante no projeto das pegas protendidas ¢ na determinagdo de flechas nas vigas ¢ lajes: Os fatores que mais influem na flué a) idade do concreto quando a carga comega a agir; b) umidade do ar - a deformagao é maior ao ar seco; ©) tensio que a produz - a fluéncia & proporcional & tensdo que a produ7; 4) dimensdes da pega -a fluéncia é menor em pecas de grandes dimensdes. Da mesma forma que a retrago pode-se reduzir a fluéncia utilizando armadura complementar, Como no calculo da retragio, 0 coeficiente de fluéncia final (9) pode ser obtido na Tabela 8.1 da NBR 6118, ¢ de forma mais precisa conforme seu Anexo A. As formulagies © os eéleulos da deformago por retrapo e por Nuéncia do concreto serio estudados na disciplina 2139 — Conereto Protendido, A ftuéncia também é por vezes denominada deformacdo fenta na NBR 6118, especialmente no Anexo A. Cap. 2 - Materiais 29. 2.11 Agos para Armadura Passiva Os vergalhies de ago utilizados em estruturas de Conereto Armado no Brasil so estabelecidos pela NBR 7480. Na NBR 6118 os a¢os so apresentados no item 8.3. io classificados como barras ou fios. As barras sio os vergalhdes de diémetro nominal 5 mm ou superior, obtidos exclusivamente por laminago" a quente. Os fios so os agos de didmetro nominal 10 mm ou inferior, obtidos por trefilagdo™ ou proceso equivalente, como estiramento ¢ laminagao a frio. © aco € um material metélico produzido em usinas siderirgicas, constituido de ferro com adigao de até 2 % de carbono. A adigdo de outros materiais, como mangenés, niquel, enxofre,silicio, ete, proporciona a ecifieas diferentes em fungio do tipo de aplicagio, Os agos para Conereto fabricados com teores de carbono entre 0,4 ¢ 0,6 % (MORAIS e REGO, 2005). Conforme 0 valor earacteristico da resisténcia de inicio de escoamento (f,.), as barras sto classificadas nas categorias CA-25 e CA-50 e os fios na categoria CA-60. As letras CA indicam Concreto Armado ¢ 0 niimero na sequéncia indica o valor de f,., em kgf/mm’ ou KN/em’. Os agos CA-25 ¢ CA-50 sao, portanto, fabricados por laminagio a quent, eo CA-60 por teflag afro, ‘A conformagdo final dos vergalhdes CA-25 & CA-S0 feita com a laminagdo de tarugos de ago aquecidos, consistindo um processo de deformagdo mecénica, que reduz.a segdo do tarugo na passagem por cilindros paralelos em rotago, em gaiolas de laminagdo. Os tarugos sio fabricados na usina siderirgica, a partir de sucatas e ferro-gusa. A obtencdo dos vergalhGes CA-60 ocorre a partir do fio-méquina (fio de aco), por trefilagdo a frio, processo de conformagdo mecénica que reduz o fio-méquina na passagem por orificios calibrados, Por indicagio da NBR 6118 (item 8.3) os seguintes valores podem ser considerados para os agos de armadura passiva: a) Massa especifica: 7.850 kg/m b) Coeficiente de dilatagao térmica: 10°/°C para intervalos de temperatura entre — 20°C e 150 % ©) Médulo de elastividade: E, = 210 GPa (210,000 MPa) na falta de ensaios ou valores fornecides pelo fabricante. Os agos CA-25 e CA-50 podem ser considerados como de alta ductilidade e os agos CA-60 podem ser considerados de ductilidade normal (NBR 6118, item 8.3.7). 241.1 Tipos de Superficie A superficie dos fios e barras pode conter nervuras (saliéncias ou mossas*), entalhes, ou ser lisa (Figura 2.21). A capacidade de aderéncia entre 0 concreto ¢ 0 ago depende da rugosidade da superficie do ago, sendo medida pelo coeficiente de aderéncia (n;), como indicado na Tabela 2.3 Tabela 2.3 ~ Valor do coeficiente de aderéncia ny (NBR 6118, Tabela 8.2) Categoria do ago mm CAS 1,00 CASO 2,25 CA-60 1,00 © Laminagio: processo de deformago mecdnica que reduc a segdo do tarugo através da passagem por dois cilindros paralelos em otagio (MORAIS e REGO, 2005), % Trefilagio: processo de conformagio mectnica a frio que reduz o fio-méquina através da passegem por orficios calibradas denominados de matrizes ou fieitas (MORAIS e REGO, 2003). A configuragio e geomeisia das saligacias ou mossas dever saisfazero especificado nas Soydes 9 © 23 da NBR 6118. UNESP, BaurwSP 30 4) lisa; b) nervurada; o) entathada, Figura 2.21 ~Tipos de superficie dos acos para concreto armado (FONTE: Arcelor-Mittal) 2.11.2 Caracteristicas Geométricas As barras sio geralmente fornecidas no comércio em segmentos retos com comprimento de 12 m, com tolerdncia de até 9 % (Figura 2.22 e Figura 2.23). Permite-se a existéncia de até 2 % de barras curtas, porém de comprimento ndo inferior a 6 m. Também sdo fornecidas em bobinas ¢ rolos, quando utilizadas em grandes quantidades, embora ndo existam para todos os didmetros (Figura 2.24, Figura 2.25 ¢ Figura 2.26). 4) flo CA-60 em vergathao reto @= 5mm nerwrado bj armazenamento de vergalhies retos em fibrica de pré- (Fonte: hitps:/Moja.arcelormittal.com.brivergalhao- ‘moldados de conereto (Fonte: Marka Pré-Moldados - ca60-5-00-nervurado-reto-12-metros/p): Fotografia do Autor). Figura 2.22 ~ Bxemplos de vergalhaes em barras retas Cap. 2 - Materiais 31 a) vergathéo reto CA-25 (Fonte: 5) vergathiio reto CA-50 (Fonte: ‘https://mais.gerdau.com.bricotacao/construcao/constru _https://mais.gerdau,com. bricotacao/construcao/vergalhao- cao-civibvergathao-ca-25): 8850). Figura 2.23 ~ Exemplos de vergalhies em barras retas 4) rolos de aco (Fonte: Marka Pré-Moldados - Fotografia bj vergalhdes em harras retas ¢ em rolos (Fonte: do Autor) Marka Pré-Moldados - Fotografia do Autor). Figura 2.24— Exemplos de acondicionamentos de acos em fabricas de pré-moldados. (Fonte uaps://mais.gerdau.com.bricotacao/construcao/construcao- (Fonte: Marka Pré-Moldados - Fotografia do Autor) civil/vergathao-ggS0-carretel/) Figura 2.25 ~ Exemplos de acondicionamentos de acos em forma de rolos. UNESP, BaurwSP 32, (Fonte: Marka Pré-Moldados - Fotografia do Autor) (Fonte: Sendi Pré-Moldados — Fotografias do Autor) Figura 2,26 ~ Exemplos de acondicionamentos de agos em forma de roles, ‘Todas as barras nervuradas devem apresentar marcas de laminago em relevo, identificando 0 produtor, a categoria do aco e o didmetro nominal (Figura 2.27). A identificagdo de fios e barras lisas deve ser feita por ‘etiqueta ou marcas em relevo. Figura 2.27 ~ Barra nervurada CA-50 = 25 mm (Fonte: Marka Pré-Moldados - Fotografia do Autor) Os didmetros ($ em mm) padronizados pela NBR 7480 so os indicados na Tabela 2.4, que mostra a massa, a area e 0 perimetro nominal. Embora todos os vergalhdes produzidos no Brasil por diferentes ‘empresas sidertirgicas atendam as exigéncias da NBR 7480, podem existir algumas particularidades prprias nos produtos de cada empresa, como forma de fornecimento, tipo de superficie, soldabilidade, didmetros existentes, etc., por isso os catélogos dos fabricantes devem ser consultados. Cap. 2 - Materiais 33 Tabela 2.4~ Caracteristicas geométricas nominais dos fios ¢ barras (NBR 7480). Didmetro (mm) Massa Area Perimetro Fios Barras (kg/m) (mm) (mm) 24 = 0,036 45 75 34 : 0.071 9.1 10,7 38 = 0,089 3 19 42 i 0,109) Bg 13,2 46 zi 0.130 16.6 145 5 5 0.154 19.6 175 35 : 0.187 23.8 6 : 0.222 283 - 63 0.245 312 4 : 0.253 32.2 7 5 0302 385 8 8 0,395 5053 9S = 0.558 70.9 10 0 0.617 78,5 : 125 0.963 122.7 16 1578 201.1 : 20 2.466 3142 7 22 2,984 380,1 i 25; 3.853 4909 : 32 6313 804.2 5 40 9.865, 1256.6 24113 Diagrama Tensio-Deformasio Os diagramas tensdo x deformagdo (6 x e) dos agos laminados @ quente (CA-25 ¢ CA-S0) ¢ trefilados a frio (CA-60) apresentam caracteristicas diferentes. Os agos CA-25 ¢ CA-50 apresentam patamar de escoamento bem definido (Figura 2.28a), e a resisténcia de inicio de escoamento (f,) fica bem caracterizada no diagrama, 0 que ndo ocorre nos agos CA-60 (Figura 2.28b). Por este motivo, nos agos CA-60 a resisténcia de escoamento é convencional, sendo escolhida a resistencia correspondente a deformagdo residual de 2 %o Isto significa que, se 0 ago for tensionado até o valor de f, ¢ esta tensdo for completamente retirada, 0 ago ndo voltaré ao seu estado natural pré-tensio, pois restard nele uma deformagdo de 2 %e, chamada deformacao residual ou permanente. wpa} Ruptura Patumat de Kars | fy " Regime elisico-| Regimepléstico} —Enemmamento | bo) 02%) ona Tinesr t ! 4a) CA-25 e CA-50, 6) CA-60. Figura 2.28 ~ Diagrama tensao-deformacao com e sem patamar de escoamento A Figura 2.29 mostra 0 diagrama tensfio-deformagio de ago CA-S0 soldavel padrio ¢ de CA-50 de alta resisténcia de um fabricante brasileiro. UNESP, BaurwSP 34. Figura 2.29 ~ Diagrama tensio-deformacao de aco CA-50 soldével padrio e de alta resistencia de um fabricante (Fonte: file://C:/Users/UNESP/Downloads/CASOSAR-CMYK pdf) De acordo com a NBR 7480 os vergalhdes devem atender as caracteristicas mostradas na Tabela 2.5, onde fx & a resisténcia ao escoamento, fy € a resisténcia & tragdo, e € a deformagdo na ruptura e 6 € 0 didmetro da barra ou fio. Tabela 2.5 — Propriedades mecdnicas dos agos na tracdo, valores minimos (NBR 7480), . fy fou ey em 10 Categoria | cupay | (May We) $ CA-25 250, 1,20 f, 18 CA-50 500, 1,10 fy 8 CA-60 600, 1,05 f, 5 O diagrama tenso-deformagio (c x ¢) ¢ os valores da Tabcla 2.5 devem ser obtidos em ensaios de tragdo realizados segundo a NBR ISO 6892-1, porém, a NBR 6118 (item 8.3.6) permite, para eélculo nos Estados- Limites de Servigo e Ultimo, utilizar o diagrama x € simplificado mostrado na Figura 2.30, para os agos ‘com ou sem patamar de escoamento.”* O diagrama é valido para intervalos de temperatura entre — 20°C e 150 °C e pode ser aplicado para tragdo e compressio. ‘A deformagdo Ultima (c) & limitada a 10 %o (10 mm/m) para a tragdo (deformagdo méxima de alongamento, ver Figura 17.1 da NBR 6118), © no caso de compressio a deformagdo maxima de encurtamento depende da resisténcia do concreto & compressio, sendo 3,5 %s para os concretos do Grupo 1 (para os concretos do Grupo 2 ver Eq. 2.22). O médulo de elasticidade do ago (E,) € dado pela tangente do Angulo a,, assumido pela NBR 6118 como 210.000 MPa. Considerando a lei de Hooke (6 = ¢ E) no trecho clistico, a deformagdo de inicio de escoamento do ago (é33 ~ valor de céleulo™) correspondente A tens inicio de escoamento ¢ dada por: jo de f, ae Eq. 2.23 A deformagao de inicio de escoamento de céleulo (¢,e) & 1,04 %e para 0 ago CA-25, 2,07 %a para 0 CA 50 © 2,48 %e para o CA-60. Quaisquer deformagées menores que a de inicio de escoamento resultam em tensGes menores que a maxima permitida no ago (fa), caracterizando um subaproveitamento ou uso antiecondmico do ago (ver Figura 2.30), por isso, geralmente procura-se aplicar a tensio maxima permitida s) % © valor de fy para os agos sem patamar de escoamento ¢ o valor da tensio correspondente & deformagio permanente de 0,2 % (NBR 6118, tem 83.6), *'0 valor de cileulo, indieado pelo subserito d, esti apresentado no Cap. 3 - Fundamentos. Cap.2- Materiais 35 Os Figura 2.30 - Diagrama tensdo x deformagao para acos de armaduras passivas ‘com ou sem patamar de escoamento. 2.11.4 Soldabilidade Os fabricantes brasileiros fornecem agos para Conereto Armado com caracteristicas de soldabilidade, como os de categoria CA-25 ¢ CA-60, na forma de barras e de rolos. O ago de categoria CA-S0 é fabricado na forma soldavel ou ndo soldavel. Quando soldavel a letra $ aparece gravada na superficie da barra, sendo chamado CA-S0 $ (Figura 2.31). O CA-50 soldavel é apresentado, conforme o fabricante, na forma de rolo com diémetros de 6,3 a 12,5 mm, ou em barras retas com didmetros de 6,3 a 32 mm (BATISTA; CAUDURO © BALLESTEROS, 2007). A soldagem entre barras permite a eliminagio de arames para a unido de fios e barras, e garante uma armadura montada de melhor qualidade. Emendas de barras também podem ser feitas com solda, A soldagem & um processo comum em armaduras para estruturas pré-moldadas, produzidas em indastrias de pré-fabricados® de conereto. A soldagem ndo é comum em obras de pequeno porte, ¢ ndo é recomendada em ambiente de obra, pois, os pardmetros que interferem no proceso de soldagem devem ser controlados. No item 8.3.9 a NBR 6118 especifica algumas caracteristicas relativas soldagem de barras, como: “Para que um aco seja considerado soldével, sua composi¢ao deve obedecer aos limites estabelecidos na ABNT NBR 7480.” Sobre soldagem de barras consultar BATISTA; CAUDURO e BALLESTEROS (2007). (Fonte: htips:/iloja.arcelormittal.com brivergalhao- ea50-soldavel--nervurado-10mm/p) (Fonte: Sendi Pré-Moldados ~ Fotografias do Autor) Figura 2.31 ~ Vergathiio CA-50 soldével e operagdo de solda em maquina de fibrica de pré-moldados de concreto. * Conforme # norma de estruturas pré-moldadas (NBR 9062), existe uma diferenciagdo relativa aos termos pré-fabricado ¢ pré- ‘moldado, onde basicamente o préfabricado refere-se as pegas fubricadas com rigido controle de qualidade em todo o processo, ¢ prémoldado refere-se ds pegas produridas com menor ou menos rigido controle de qualidade. O termo pré-moldado & o mais utilizad, UNESP, BawrwSP 36 2.11.5 Arames ‘Quando as armaduras sdo cortadas ¢ montadas na prépria obra & comum de se fazer as amarragbes entre as barras ¢ fios com arames recozidos, geralmente duplos ¢ torcidos ou trangados, no didmetro de 1,25 mm (arame BWG 18), Figura 2.32 e Figura 2.33. Pode ser usado também o arame BWG 16, com didmetro de 1,65 mm, em fio tnico. Nas amarragdes de tabuas e das formas de madeira em geral é comum a utilizagao do arame recozido BWG 12, com didmetro de 2,76 mm, adquirido geralmente em quilos, 4) Arame recozido trancado (Fonte: tps: //loja.arcelormittal.com.briarame- rrecozido-trancado-1-24mm1kgip), by detathe da armarracdo de barra CA-50$ com arame recozido (Fonte: Marka Pré-Moldados - Fotografia do Autor). Figura 2,33 ~ Uso de arame recozido trangado, 2.11.6 Telas Soldadas Um produto muito atil nas obras ¢ que leva & economia de tempo ¢ mao de obra so as telas soldadas, assim chamadas por terem as barras soldadas entre si ntos encontros (nds). Existem virias telas soldadas padronizadas, com variagdes nas distincias € nos didmettos dos fios, geralmente CA-60 (Figura 2.34), Constituem-se uma solugdo pritica e répida para armagao de lajes, pisos, pavimentos de pontes, calgamentos, piscinas, elementos pré-fabricados, tubos, etc., sendo cada vez mais empregadas na construgdo civil, pelas caracteristicas de agilidade, qualidade e desempenho das armaduras (BATISTA et al., 2007), 2.11.7 Armaduras Prontas Atualmente, alguns fabricantes de agos fornecem também armaduras prontas para aplicagdo, como armaduras de colunas, que, além de colunas, podem ser aplicadas também em vigas € cintas, com as barras ongitudinais soldadas nos estribos. Existem algumas dimensées e diametros padronizados pelos fabricantes, que devem ser consultados previamente, O corte e dobramento de barras e fios nas mais variadas formas, conforme o projeto, também é feito industrialmente pelos fabricantes (Figura 2.35 e Figura 2.36). As treligas metélicas para aplicagdo principalmente em lajes pré-fabricadas serdo apresentadas quando da descri¢ao deste elemento. Cap. 2- Materiais 37. Figura 2.34 ~ Tela soldada (FONTE: Arcelor-Mitial). i 4) armadura soldada para coluna (Fonte: ps:/loja.arcelormittal.com.br/aco-para- construcao/coluna); 1) estribo (Fonte: https:/loja.arcelormittal.com.br/aco- ‘para-construcao/estribo). Figura 2.35 ~ Armaduras prontas UNESP, BaurwSP 38, ©) vergathao cortado e dobrado (Fonte. @) estribo (Fonte: tps: //mais.gerdau.com.bricotacao/construcaowvergalha hips:/imais,gerdau.com.bricotacao/construcao/construcao -cortado-e-dobrado/); -civillestribo-nervurado/) Biocos e) armadura para bloco (Fonte: hups:/tbrasil.arcelormital.com/files/produtos-catalogos/98bb40a3-7870-48b0-9682-4a6e3Sedb486) Figura 2.36 ~ Armaduras prontas Teste seu conhecimento 1) Qual a composi¢do do concreto simples? O que sio adigdes ¢ aditivos? 2) Definir pasta, argamassa e concreto simples. 3) Definir 0 que é o cimento Portland, 4) Definir pedtisco e as britas 1 e 2 5) Qual a importancia da égua no concreto? 6) Quais os valores a considerar para a massa especifica do concreto simples ¢ do Concreto Armado? 7) Quais as resisténcias & compressio especificadas aos concretos pela NBR 8953? 8) Como sio os ensaios de tragdo indiretos para determinagdo da resistencia do conereto a trago? 9) Quais as equagdes indicadas pela NBR 6118 para a resistencia a tragdo direta? 10) Definir médulo de clasticidade, Como sao determinados os médulos tangente na origem e secante? 11) Desenhar o diagrama o x e de céleulo do concreto a compressa. 12) Explicar o que é o Efeito Riisch. 13) Definir o que é retragdo do conereto ¢ os tipos de retracao, 14) Quais solugdes podem ser adotadas para diminuir os efeitos da retragdo? 15) Por que a retragdo & maior no inicio e se estabiliza com o passar do tempo? 16) 0 que é deformagao imediata do concreto? 17) Definir que € fluéncia do concreto? 18) Qual a definigdo para barras e fios? 19) O que indicam as notagdes CA-25, CA-S0 ¢ CA-60? 20) Quais os tipos de superficie existentes para os agos e quais os valores de 1)? Cap. 2 - Materiais 39, 21) Quais os diametros e éreas nominais das barras? 22) Como se configura o diagrama o x ¢ de céleulo dos agos passivos recomendados pela NBR 6118? 23) Considerando o valor 7, = 1,15, qual é 0 valor de célculo da deformagdo de inicio de escoamento (¢43) do ago CA-50? Quais as tensdes de calculo correspondentes as deformagdes de ealculo de 1,5 e 5 %o? 24) Considerando 0 valor ¥, = 1,15, como € calculado 0 valor mumérico do médulo de elasticidade do ago CA-50? 25) Quais as caracteristicas das telas soldadas? Pesquisar nos fabricantes! Referéncias ARCELOR-MITTAL. Arames Recozidos. Catilogo, 2014. https://www-belgo.com.briprodutos/construcao_civil/arames_recozidos'pdffarame_recozide pdf ASSOCIACAO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND, Guia bdsico de utilizagio do cimento Portland, Boletion Téenico— BY 106. Sio Paulo, ABCP, 2002, 27p ASSOCIACAO BRASILEIRA DE NORMAS de prova. NBR $738, ABNT, 2016, 9p. 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