You are on page 1of 11
Scientia PLENA VOL. 13, NUM. O1 2017 ‘www scientiaplena org. br doi: 10.14808/sci.plena.2017.012718 Uma abordagem metodoldgica do ensino sobre Energia Edlica no Ensino Médio A methodological approach to teaching on wind energy in high school FAR. dos Santos"; LM. Gomes': .G.S.L. Junior*: R. M. Gester!: LM.Gomes. Jimior! “Faculdade de Fisica/Insttuto de Ciéncias Exatas/Licenciatura em Fisica, Universidade Federal do Sule Sudeste do ‘ard, CEP 68507-390, Marabd~ Pard: Brasit 2 Faculdade de Fsica/Insttuto de Ciéncias Exatas/Programa Nacional de Mestrado Profisional em Ensino de Fisica, ‘Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pard, 68507-590, Marabé ~ Pard, Brasil ‘aldenest2014@gmail.com (Recebido om 18 de dezemtro de 2016; aceito en 05d janeiro de 2017) Este artigo trata do ensino aprendizagem de Fisica no Ensino Médio, utilizando a energia edlica como tema geredot. £ feta uma discussio visando conscientizar os alunos acerca da maudanca climslica ¢ 0 uso sustentivel das fontes de energiasrenovavels. O tema da energia ebica no contexto das fontes renovaveis de energia foi abordado em duas escolas do Ensino Médio na cidade de Marabé, estado do Par, onde foram ministadas aulas expostivas ¢ realizados experiments reais ¢ vrtuis envolvendo 0 assunto et «qustio. Foram feitas avaliagdes buscando mensurar 0 nivel de compreensto do tema por parte dos discenes com resultados bastante signicativos Palavras-chave: energia elica, experimentos reais e vitals, ensino de Fisica This paper deals with the process of teaching and learning of Physics in high school, using wind energy as the generating theme. A discussion is held to educate students about climate change and the sustainable use ‘of renewable energy sources. The wind energy topic in the context of renewable energy sources. was, approached in two high school in Marabé City, Para State, where lectures were given and made real and ‘virtual experiments involving the subject in question. Evaluations were made to measure the level of ‘understanding of the subject by students with very significant results. ‘Keywords: wind energy, real and virtual experiments, physies teaching, 1. INTRODUCAO. Nos dias atuais, tem havido um @HiiGiONCOMGeRNCMGanemanGAepORNeHeEED consequentemente da producao em todo o planeta — s4o diversos os fatores relacionados 4 essa busca incessante por energia, que é proveniente das mais variadas fontes. tanto renoviveis quanto fo renovivels, Dentre os diversos fatores citados, iii creer sociedade que demandamn na prod bastante sigificativa de enerza que, aliados a0 tment Ga populacao munl 36 tendet a asrvar ainda mais 0 quaito da necesita cade ver maior de enersin Tema recorrente em discussées em todo o globo, para a maiotia dos paises, investir em fontes renovaveis de energia que primem pela sustentabilidade significa a salvacao do planeta de um apocalipse climatico eminente. Nesse sentido, investir em energia renovavel é mitigar pela redugao da emissio de gases, como o gis carbonico (CO2), e que resultem em novas opgoes para a geragao de energia elétrica de uma forma mais limpa e eficiente. o12718—1 FAR, dos Santos etal, Scientia Plena 13, 012718 (20 Nesse_contexto. & imprescindi ja principalmente no que diz respeito & preservacao do ambiente, afinal de contas, ¢ 0 meio ambiente que propicia as diversas fontes de energias a0 ser humano. Desse modo, é fundamental apresentar no Ensino Médio, estudos sobre as diversas fontes de energias renovaveis. Assim, os alunos, através de pesquisas, apresentagdes ¢ exposigdes, simulagdes © experimentos, poderdo apropriar-se ainda mais de conhecimentos inerentes a conscientizacao dos beneficios do uso das energias renovaveis. Por outro lado, no Brasil o ensino-aprendizagem de Fisica é muito deficiente e passa por inimeras dificuldades. Pode-se destacar, por exemplo. os modelos de ensino empregados por muitos professores, os curriculos escolares muito extensos, carga hordria muito pequena, dentre varios outros problemas. Destacam-se ainda a falta de motivagio dos alunos, o fato de que professores da disciplina nao utilizam uma metodologia de ensino adequada para a aprendizagem dos alunos. além. é claro, do elevado ntimero de alunos que concluem o ensino fundamental sem praticamente nenhum dominio sobre contextualizar as ciéncias com o seu cotidiano. Dessa forma. ara o egresso, o Ensino Médio revela-se totalmente aquém de sua realidade Hoje. toma-se indispensivel que o ensino de Fisica esteja em consonfincia com novas tecnologias, pois diante de tanta interatividade que circula docentes, discentes. escola e a sociedade em geal, vé-se a necessidade em se utilizar desses instrumentos tecnolégicos como recurso auxiliar no ensino e na aprendizagem. a exemplo. as simulagdes virtuais e experimentos com uso de laboratério didatico de aprendizado. ‘Assim, este artigo apresenta uma abordagem para o ensino de Fisica no Ensino Médio uitizando como QQ snodo qxe'o docente possa a partir deste tema tio atual, trabalhar de forma mais significativa e envolvente conceitos como enetgia, eletromagnetismo. dinfmica dos fluidos, dentre outros. Associado a isso, utilizou-se recursos didatico-metodologicos como simulagoes interativas no software PHET® [1], apresentagdes de ‘videos e uma atividade experimental 2. FUNDAMENTACAO TEORICA 21. Um breve historico ‘A enereia & fundamental para a manutengao da vida. Ela é todo aqulo que observével ¢ compreensivel no Universe pelo bomem. sirtieine © que anda nio se pode conpreender ot mensurar, como € 0 caso da energia ou materia escura. Aliés, os fisicos costumam definir energia como sendo a capacidade de se realizar trabalho, porém tao importante quanto o conceito de nergia é a existéncia dela em todo o Universo e nas mais variadas formas [2] entre as formas de enerias tenovivels destacamese a enersiaeica, a ener solar e a5 eas ental hidreltcas,Essas Tones apresentamn a possibldade de stem ilizadas em ena ow grande escala, desde que exist tuna police govermamental que incentive sua lizacao. Do @GRORIERISICONEEIIAD a energia célica é devida as massas de ar em movimento, ou ja, através do movimento cinético dos ventos. Ela existe em abundancia em algumas regides do neta. O seu aproveitamento ocorre por intermédio da conversio de energia cinetica de mnslag’io em energia cinética de rotagtio, com o emprego de turbinas edlicas, denominadas de jrogeradores. Charles Bruch. em Clevelend. no estado de Ohio, em 1888, inventou o primeiro cata-vento destinado 4 geragao de energia elétrica. Ele fornecia uma poténcia de 12 KW em cotrente continua, ¢ a energia produzida era armazenada em baterias para alimentar 350 lampadas incandescentes [3] ‘No Brasil. o primeiro aerogerador em operagao comercial foi instalado em 1992. Este também foi o primeito em operagdo na América do Sul, instalado no arquipélago de Femando de Noronha, ¢ foi resultado de tina paccera cate © Qi. Companhia Energética de Pernambuco [3]. ‘A partir desse ponto, estabeleceu-se um marco uacional no desenvolvimento dos aerogeradores e consequentemente na produgio em larga escala de energia elétrica advinda desse recurso natural, principalmente em regides do pais desvinculadas e nao atendidas pela distribuigdo de energia elétrica do Sistema Integrado Nacional. FAR, dos Santos etal, Scientia Plena 13, 012718 (2017 Segundo YAMAMOTO et al. (2015) @. o Brasil possui uma capacidade instalada de 6,79 GW e no final de 2019 serao 17,70 GW. Isso significa que a projec da producao de energia eélica contribuira significativamente para o aumento da matriz energética nacional. Atualmente, 0 pais, tomou-se o 4° pais no ranking mundial de expansao de energia edlica. Conta com 360 usinas edlicas instaladas e € 0 10° em capacidade mundial instalada ‘Nos sub-t6picos seguintes serio apresentados 0s conceitos fisicos da indugio magnética € energia e poténcia fenomeno da indusao magnética foi descoberto na Inglaterra em 1830 pot Michael Faraday. Ele descobriu que um campo magnético variando, gera um fluxo magnético variével com o tempo através de uma superficie limitada por uma espira de fio fechada e esta induz uma corrente nesse fio. Na realidade, Faraday, com a descoberta estava definindo forcas eletromotrizes e as correntes causadas por tais fluxos magnéticos variaveis [6] O fluxo magnético pode set definido como a quantidade de linhas de indugdo que atravessam, ‘uma deterniinada area A de uma espira imersa num campo magnético de indugao B, = B.A.cosO @ No SI, @ & dado em weber (Wb), B em tesla (T) e A em m*. @ € 0 Angulo entre os vetores Be A A variagdo de fluxo magnético (eq, 1) em um dado circuito produz uma forga eletromotriz induzida (fem), denotada por (©). A fem. numa espira & diretamente proporcional a0 fluxo magnético © que a atravessa e é inversamente proporcional ao intervalo de tempo At em que essa vvariagao ocorre (Lei de Faraday), Ag Ar onde € € dado em volts (V), no SI. O sinal negativo relaciona-se com a Lei de Lenz, a qual estabelece que em uma corrente elétrica induzida em um dado circuito, gera um campo magnstico que se opie a variago do fluxo magnético que indnziu a comrente. € @ ‘A energia envolvida no processo do movimento cinético do vento que é a energia cinética de ‘uma deterninada massa de ar m em movimento a uma velocidade ve é dada por: din? @ 2 ‘Aeq, (3) representa a energia cinética proveniente do movimento das massas ar envolvidas na producdo de Energia Eélica. A unidade de E no SI é 0 joule (3). ‘Sendo a vazito dada por. Ez Av=>Z = Av @ onde Z é dada em m/s (SD. Considerado a massa especifica p do fluido uniforme, pode-se escrever para a vaziio média, 2, = Ply = pv onde, p & dado em kgm’, no ST. Sabe-se que a massa especifica p & dada por. m p== a v ©) FAR dos Santos ta, Setentia Plena 13, 0127 7 ‘ Substitindo-se a expressao (6) em (3), obtém-se Ent ory =-pVy 7 2 @ No SL E é dado em joule (0). Sendo x=v4 e V = Ax, substituindo em (7), tem-se, Pet paveat pa Acesso em: 18 de nov. 2016, 2. Fukugita M, Peebles PIE. The Cosmic Energy Inventory. The Astrophysical Journal 2004, jm:616:63-668, doi: 10.1086/425155 Dutra R. Energia Eélica, Principio e Teenologias, Centro de Referéncia para Energia Solar e E6tica Sérgio de Salvo Brito. Sao Paulo: CRESESBICEPEL, 2008. Disponivel em: < hitp:/www.portal- energia.com/downloads/energia-eolica-prineipios-tecnologias pa Acesso em: 18 de nov. 2016. @ Yamamoto S, Fonseca E, Pisni F. Abeedlica, Boletim anual de geragio edtica, 2015. Boletim de dados julho = de 2008, Disponivel em: Acesso em: 18 de nov. 2016. @ Ministerio das Minas @ Energia, Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico Brasileiro, {internet] Disponivel em: Iit:/Awwas:mame, gav.br/documents/10584/3308684 Boletins=de+Monitoramentodo~Sistema~EI%C3 %eASuico+--Novembro-2016 pall75137aS0-4314-4e60-8043-TeftMbicS4f, Acesso em: 20 novembro 2016 Tiplet PA, Mosca G, Fisica: Bletricidade e magnetismo, Otiea. 5. ef Rio de Janeito: LTC: 2006 pt36. Piaget J. Genetic Epistemology. London: Columbia University Press: 1970. Moreira MA. Teorias de Aprendizagem. Sto Paulo: EPU: 1999. 195 p. FAR. dos Santos etal, Scientia Plena 13, 012718 (2017) un 9. Neves RDA, Damiani MF. Vygotsky ¢ as teorias da aprendizagem. UNItevista: 2006, 10. Vygotsky LSA. FORMAGAO SOCIAL DA MENTE. 4. ed. Sao Paulo: Martins Fontes: 1991. 90 p. 11 Priss, AR (6d). Teorias de aprendizagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto De Fisica Disponivel em:Urk: http:/Avww.fisica.net/monografias/Teorias_de_Aprendizagem pdf. Acesso em: 20 marco 2016. 12.Prata CL, Nascimento, ACA Objetos de Aprendizagem: uma _—_proposta de recurso pedagdgico. Brasilia: MEC, SEED; 2007. 154 p. ISBN: 978-85-296-0093-2. Disponivel en: bitp:/swww.0eies'ticlivro.pdf. Acesso em: 20 marco 2016, 13. BRASIL. PCN. Orientagoes Educacionais Complementares aos Parimettos Curticulares Nacionais. Brasilia: MEC; 2002, 14, Ausubel DP. Aquisisao e Retengao de Conhecimentos: Uma Perspective Cognitiva. Lisboa: Paralelo: 2003,

You might also like