You are on page 1of 21
Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Dimensionamento de uma estrutura de contencao em muro reforcado com geossintético ing of a retaining structure in a wall reinforced with geosynthetics Dimensionamiento de estructura de contenci nen muro reforzado con geossintéticos ‘Receid’15/06/2001 |Revisad: 200062021 | Aceito: 21062021 | Publicado: 091072021 Elton Douglas Galino Gomes ‘ORCUD pe one or 9000-0005-0155.-0858 ‘Universidade Federal de Peano, Brasil ‘Eun sndoaglswpe hota en Fabiola de Souza Gomes ‘ORCID:bpsoreid org 0000-0002-8701-3810 ‘Serena Estacal ds Sands de Pemarsbaco, Bes snail: fbolagemes74@amai.com ‘Maria Isabela Marques da Cunha Vieira Bello ‘ORCID: pened oe 0000-0005-3072-7835 ‘Univeriade Fedoral de Pemambuc, Brad Email: abslamerbelio@hstmad eam Talysson da Silva Medeiros ORCID: tps org10000-0001-7112-5588 ‘Universidade Fadorsl de Pema, Breed ‘Ennai: avesoa medeuoe Quipe tr Martha Maria Bezerra Santos ‘ORCUD pened 9000-0001. 7330-5030, ‘Universtiade Federal de Pemambce, Bra Email martha dezera pe Silvio Romero de Melo Ferreira ‘ORCID: psc. ong 0000-0002-5760-1494 ‘Universidade Fedosi de Pemambes, Bresl ‘Esmail:aviomreum@ulpe or Resume Aproveitar reas de taludes com inclinagdes acentuadas ¢ grandes alturas muitas vezes significa adotar solugdes mais elaboradas, como a aplicagao de geossintéticos em muros reforeados. Este artigo apresenta o dimensionamento de um. muro reforgado com geossintético para estabilizacio de uma encosta localizada na area do Reservatorio do Jordao, Recife — Pemambuco, com objetivo de alterar 0 projeto inicial de contenczo em muro de gabito do mesmo talude. O dimensionamento do muro reforgado ¢ realizado considerando os critérios na anslise da estabilidade externa e interna dda estrutura, sendo também indicada a proposta de alteracao no projeto inicial de drenagem superficial para que @ cstabilidade da encosta. Na anilise da estabilidade externa, verificou-se um comprimento do reforgo de 5,86 m, que atendia tanto ao fator de seguranca ao deslizamento como ao tombamento. Na anilise da estabilidade interna pelo étodo de Jewell (1991) obteve-se um comprimento de reforco de 5.28 m. Adotando-se entio o maior comprimento de reforgo entte os resultados das analises obedecendo os comprimentos minimos exigidos em todos os critérios de estabilidade. Os resultados obtidas mostraram que o nmro reforcado com geassintético para estabilizacao da encosta Laser Eletro ¢ os parametros geotécnicos ¢ geamétricos envolvidos foram adequades ao projeto, senda uma solugio segura para faces dos muros ou taludes mais verticalizados, Palavras-chave: Andlise de estabilidade: Geossintéticos: Reforco. Abstract ‘Taking advantage of embankments with steep slopes and great heights often means adopting more elaborate solutions, such as the application of geosynthetics in reinforced walls. This article presents the dimensioning of a wall seinforced swith geosynthetic for stabilization ofa slope located in the area of the Jordio Reservoir, Recife - Pernambuco, in order to alter the initial design of containment in gabion wall of the same embankment. The dimensioning of the reinforced wall is carried out considering the criteria in the analysis of the extemal and intemal stability of the structure, and the proposal for alteration in the initial surface drainage project is also indicated so that the slope stability. In the analysis of extemal stability, there was a reinforcement length of 5,86 m, which met both the slip aud tip safety factor. In the analysis of intemal stability using the Jewell method (1991), a reinforcement length of 5,28 m was obtained. Then, adopting the longest reinforcement length among the results of the analyzes, obeying the minimum lengths required in all stability criteria, The results obtained showed that the wall reinforced with geosynthetic for stabilization of the slope 1 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Laser Electro and the geotechnical and geometric parameters involved were adequate tothe project, being a safe solution for faces of the walls or more vertical slopes. ‘Keywords: Stability analysis; Geosynthetics; Reinforcement, Resumen. Aprovechar areas de pendiente con pendientes promunciadas y grandes alruras a menudo significa adoptar soluciones is elaboradas, como la aplicacién de geosintéticos en muros reforzados. Este articulo presenta el dimensionamiento dde un muro reforzado con geosintético para la estabilizacién de un talud ubicado en el drea del Embalse de Jordao, Recife - Pernambuco, con el fin de alterar el diseio inicial de contencion en muro de gaviones del mismo terraplén. El dimensionamienta del muro armado se realiza considerando los criterios en el anilisis de la estabilidad externa e intema de la estructura, y también se indica la propuesta de alteracién en el proyecto de drenaje superficial inicial para que la estabilidad del talud. En el anilisis de estabilidad exterior, se encontrd una longitud de refuerzo de 5,86 m, que cumplio tanto con el factor de seguridad para deslizamientos como para vuelco. En el andlisis de estabilidad interna mediante el metodo de Jewell (1991), se obtuvo un longitud de refuerzo de 5,28 m. Luego, adoptando la longitud de refuerzo mis larga entre los resultados de los anilisis, obedeciendo las longitudes minimas requeridas en todos los eriterios de cstabilidad. Los resultados obtenidos mastraron que el muro reforzado con geosintético para estabilizaci6n del talud Laser Electro y los parimetros geotéenicos y geométricos involuerados fueron adecuados al proyecto, siendo una soluicién segura para paramentos de los muros o tahides més verticals. Palabras clave: Analisis de estabilidad: Geosintéticos; Reforzamiento. 1. Introdugio ‘Movimentos de uma massa de solo cansam, em quase todos os anos, problemas a sociedade ao prejudicar edificagdes, meio ambiente e, sobretudo, a populacao, que é afetada diretamente pela perda de vidas humanas. No Brasil, a combinagao da alta pluviosidade com o relevo € a ocupagao desordenada da terra em determinadas regides favorecem a instabilidade das encosta, Ao considerar as informagSes georreferenciadas dos iiltimos 20 anos que pudessem desencadear 0s movimentos de massa, a suscetibilidade alta ou muito alta de movimento de massa das regides Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, ¢ de 8%, 14%, 12 € 40% respectivamente, Nessa estimativa foi considerado a geologia, geomorfologia, pedologia € wegctagio come fatores influentes ¢ foi constatado uma forte relagio entre a suscetibilidade dos movimentos de massa ¢ a declividade das regides (IBGE, 2019). Na cidade de Recife (PE), 05 principais pontos de instabilidade sio os morros e encostas, regides ocupadas principalmente pelas camadas menos favorecidas da populacio (Gomes, Guera & Anastacio, 2012). Santana (2019) afirma que € ocupagio dos morros na cidade de Recife apresenta ligagto com @ exclusto social, devido a negagto do espago urbano a populagdo de baixa renda, que atualmente ocupa os morros em éreas de risco a eventos danosos, como o deslizamento, Ressalta também que essa transferéncia da comunidade mais vuluerivel ainda esté ocorrendo com intensidade. Essa ago antropica foi estudada por Pedrosa, Almeida ¢ Lafayette (2020) cm uma encosta da cidade de Olinda (PE), onde a area de cobertura vegetal reduzin de 32.461,58 m? para 14.480 uy (reducdo de $5,40%) desde 0 ano de 1975 atéo ano de 2018. Para o mesmo periodo, a area de mancha urbana cresceu de 13764,48 m? para 30688 my? (crescimento de 122,954). Os autores constatam também que as a¢des antrépicas que mais intensificam os impactos nessa rea so 0 uso e ocupacio do solo, esgoto lancado diretamente, reduglo da cobertura vertical e cortes no terreno. Isso aumenta a probabilidade de ocorrer a instabilidade do solo, reducto da biodiversidade e de acorréncia da erosio, afetanda a qualidade de vida da populacio local. Para garantir a seguranga dessa populagto, hé diferentes obras que possibilitam a estabilizagao e diversos elementos. influenciam na eseolha da solugao mais adequada. Tanto na fase de projeto quanto na fase de execugao, a topografia é um dos fatores importantes, no intuito de trazer responsabilidade, velocidade ¢ simplicidade & obra. (Castro-Moreira & Vélez-Gilees, 2014), Assim, uma mudanga na topografia da regio pode ocasionar a elaboragtio de novos projetos de estabilizagaio ou até mesmo a alteragdo de antigas solugdes jé adotadas. A estabilizagto de encostas ¢ possivel por meio de retaludamento, protegdo superficial, drenagem, estabilizacdo de 2 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 blocos, métodos que nio exigem estruturas de contencio, Entretanto, em alguns eases seri nevessério a construcdo da contenctio, ‘que pode ser feito por meio de umuros de arrimo de solo cimento, pedra-rachio, concreto, gabito, bloco de conereto articulado ou solo-pucu, Também ha estruturas feitas com terra anmada, micro-ancoragem, solo compactado ¢ reforyado, cortina atirantada solo grampeado (Alheiros et al., 2003). ‘Um muro de solo reforeado, mais especificamente,é caracterizado pela implantacao de reforgos, materiais com elevada resisténcia 4 trac, no interior de um macigo de solo compactado (Gerscovich, 2010). Em macigos de solos reforeados, a inclusio de materiais geossintéticos como elemento de reforco do material de aterro propicia uma redistribuigo global das tensBes e deformagdes, permitindo a adogto de estruturas com face vertical (muros) ou macigos ingremes (taludes), com menor volume de aterro compactado (Vertematti, 2015), Gerscovich (2010) cnumera diversas vantagens na utilizacdo de uma estrutura de solo reforeado, como: adogdo de faces ddos muros ou taludes mais verticalizados, execugao de obras em locais de dificil acesso, custo competitivo, mio de obra nio- especializada, equipamentos simples, grande velocidade de execugio, possibilidade de agradivel acabamento da obra (caracteristica estética), tolerancia a recalques de fundaedes, entre outras. A possibilidade de utilizacao do solo local como um dds principais materiais para a construcio da estrutura de contencao & a caracteristica mais vantajosa, sendo quase que obrigatoria ‘a avaliacio de sua viabilidade como solucio a ser adatada, Segundo Ehrlich ¢ Becker (2009), todas as verificagées de estabilidade realizadas para um muro de peso tradicional, como destizamento, tombamento, capacidade de carga das fundagdes e estabilidade global, precisam ser consideradas na elaboragao do projeto. Além delas, é necessirio avaliar 0 equilibrio intemo (tenses nos reforgos). Este artigo apresenta 0 dimensionamento de um muro reforeado por geossintéticos para estabilizagao de um talude do reservatorio do Tondo, localizado em Recite-PE. Este local eve sua topografia alterada com 0 devorrer dos anos devide a erostio do terreno, de forma que 0 objetivo do trabalho é alterar 0 projeto inicial de contencto em muro de gabitio do mesmo talude, considcrando os critérios de seguranga na anilise da establidade externa ¢ interna da estrutura. 2. Metodologia Segundo Peteira etal (2018), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pela coleta de dados nmméricos, com medigoes de arandezas ¢, por meio da metrologia, tem-se mimeros com respectivas unidades, gerando dads que podem ser tratados ‘matematicamente. Dessa forma, a presente pesquisa tem natureza quantitativa, pois hé uma quantidade de dados que devem ser informados antes de iniiar o dimensionamento, como por exemplo a altura H do muro, 0 peso 0 peso especifico y, 0 Angulo de aito 0 do solo, Além disso, em um projeto de dimensionamento de muro reforcado com geossintéticos, & nevessitio a escolha do geossimtético com caracteristicas de resistencias que melhor se adapta as condigdes presentes na probleniitica com suas especiticagies. A primeira etapa do trabalho consiste na apresentagio das caractersticas da érea de estudo como topografi, geologia, perfil geotécnico. Todas as informacdes obtidas nesta etapa estdo apresentadas no Projeto Executivo de Estabilidade das Encostas dio Reservatério do Jondio (COMPESA, 2017) ‘A segunda etapa da pesquisa consiste em avaliar a proposta de estabilizacdo e respectivas andlises de estabilidade que foram apresentadas no Projeto de Contensao da Encosta da Laser Eletro (PROJETEC, 2013). [Na terceira etapa foram avaliados os resultados da investigagao e controle tecnologico das possiveis jazidas de solos ¢ rochas para uso em solugdes de contengao e pavimentagao das vias de acesso. Na quarta etapa € realizado dimeasionamento do comprimento dos reforgos € so apresentados os resultados da verificagto de estabilidade externa e interna do dimensionamento do muro reforgado por seossintético, considerando os fatores de seguranca adotados na literatura Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 E por fim. sto apresentados os resultados da caracterizagto dos materiais das Tazidas, tratando em paralelo sobre as obras de estabilizacdo dos taludes e aterros das vias de acesso. Também sto expostos 0 resultados das verificagdes de cstabilidade extema ¢ interna do talude, no que diz respeito ao dimensionamento das estruturas de solo reforgado. Ademais, & indicado a proposta de alteracao no projeto inicial de drenagem superficial para que a estabilidade da encosta da Laser Eletro se ‘mantenha eficiente conforme os resultados apresentados. 2.1 Caracterizagio da rea ‘A direa de estudo esté localizada no bsitro do Jordio, Recife-PE, constituida de duas encostas denominadas Encosta Vila Nestle e Encosta Laser Eletro (Figura 1), Figura 1 - Area de estudo, Fonte: Google Fasth (2018) ‘Na Encosta Laser Eletro (érea central da pesquisa), foram tomadas trés segdes transversais, denominadas LEO1, LEO2 € LEO3 (Figura 2), no qual, as principais caracteristicas das segdes podem ser anzalisadas na Tabela 1. A mesma figura apresenta ‘uma visto geral da drea de estudo e a localizagaio das seqdes analisadas no projeto, evidenciando as grandes inregularidades nas superficies da encosta em relagio as suas alturas e as inelinagdes de face, devido ao avangado processo de erosto. Figura 2 - Localizagio das segbes analisadas na encosta da Laser Eletro. ENCOSTADALASERELETRO ae this “uo, ® oe Ke ‘ Fonte: PROJETEC (2013) Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 ‘Tabela 1 - Principais caracteristicas geométricas das segdes analisadas. Encosta Secao Altura (m) | Inclinagao mséxima na face LEO 29,670 Tear 24" LE 02 38,058 62° 58° 25 Laser Eletro LE 03 30,146 72 48" 16" ‘Valor Medio 32,62 71° 09" 22” Fonte: PROIETEC (2013). A anilise da geologia do local revela que a area esté localizada na Formago Barreiras, caractetizada por sedimentos areno-argilosos nfo consolidados, de origem continental. As sondagens realizadas na crista da encosta da Laser Eletto apresentam um perfil geotéenico composto inicialmente por uma camada de silte argiloso pouco arenoso, rijo, amarelo a vermelho. Logo abaixo encontra-se uma espessa camada de silfe arenoso, compacto a medianamente compacto, avermelhado variegado; sendo que, cm alguns pontes, essa camada apresenta-se intercalada por camadas de silte argiloso, duro a rijo © vermelhado. O 1 d*gua nao aparece nas sondagens executadas. 0 perfil geotécnico tracado perpencicularmente a crista da encosta da Laser Eletro (Figura 3), apresenta uma camada de silte argiloso, rijo, vermelho variegado. Imedistamente abaixo verifica-se uma camada de silte arenoso, compacto a ‘medianamente compacto, avermelhado variegado. Em alguns pontos, observa-se uma camada areia média e fina, compacta, variegada, com espessura de até 9,0 m. Nao foi observado o nivel d"’igua nos furos de sondagem, Figura 2 - Perfil gcotéenico tragado perpendicularmente a crista da encosta da Laser Eletro. Fonte: Autores (2021), 2.2 Proposta de Estabilizacao do Talude A anilise de estabilidade do talude natural (Figura 4), resultou em um fator de seguranga de 1,03. Segundo a NBR. 1682/2009, para que a encosta tenha um nivel de seguranga contra danos materiais, ambientais ¢ vidas humanas baixo, o fator de seguranga minimo deve ser de 1,20, conforme pode ser visto na Tabela 2. Dessa forma, o talude natural nfo apresenta as condigdes minimas de seguranga preconizadas, sendo necessério uma intervengao para estabilizi-lo, Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOT: http://dx.doi.org/1 33448/rsd-v10i8.17217 Figura 4 - Anilise da Estabilidade do talude natural Fonte: Autores (2021), ‘Tabela 2 — Fatores de seguranca minimos para deslizamentos. vel de seguranga contra | Nivel de seguranca contra danos a vidas humanas anos materiais ¢ ambientais “Alto Medio Baixo Alto 15 1s 14 Medio 15 14 13 Baixo ia 13 12 Fonte: NBR 11682 (2009). ‘Uma proposta de estabilizacdo apresentado no Projeto de Contencao da Encosta da Laser Eletro (PROJETEC. 2013), foi a construgao de nmro em gabito com base na cota +24 e topo na cota +27. A obra foi executada da estaca 7 +5 m até o final (estaca 15+5 m). Para o trecho do muro entre as estacas 0 a 70 m, o projeto também previa muros em gabiao com altura de 3.0 me taludes acima do nmuro com inclinagao tipica de 1V:1,5H e banquetas a cada dez metros de desnivel, conforme Figura 5. ara afericio das condicionantes do projeto, foi realizaca wna nova topografia realizada pela COMPESA (2017) na rea eos perfis do terreno, Observon-se que para o trecho inicial as cotas do terreno atual estavam em cota inferior & cota utilizada xo projeto original, o que demandava a implantago de muros mais altos, com até 6,6 m de altura livre como esti presente na Figura 6, Para essas alturas a solueo em gabido mostrou-se inadequada pela grande base necessiria para a estabilidade, o que implica em um grande consumo de gaiolas de gabido e de enrocamento para o seu preenchimento. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Figura 5 - Secdo transversal estaca 4+5 m do projeto original com gabido de 3,0 m de altura na base. a —Ft Bee eeeses tn) Fonte: PROJETEC (2013) Figura 6 - Secio transversal estaca 4+5 m com perfil original e perfil revisado. 10% en) Fonte: COMPESA (2017), Segundo Vertermatti (2004), levando em consideragao que quao maior for o muro, maiores sero as tensdes presentes na estrutura ¢ de modo geral, as geogrelhas sio mais propicias para resistir a estas tensdes, apresentando certa vantagem econdmica para muros com alturas superiotes a 4,0 m. Nessa perspectiva, a técnica mais adequada para essa contengao € 0 solo reforcado com geogrethas e face em tela metilica eletrosoldada galvanizada e enrocamento. Assim, o talude da Laser Eletro recebeu uma modificagio no projeto, o qual em parte do mesmo receberd uma contengto por um sistema quadratum composta por grade em L preenchida por pedra rachina ¢ envolvida por manta associado a uma geogrelha no aterro. A Figura 7 mostra a seco transversal estaca 4-5 m com muro em solo reforgado com 6,6 mde altura. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Figura 7 - Seco transversal estaca 4+5 m com muro em solo reforgado com 6,6 m de altura syeeseses “os oO 6 ws wm ww Se 0 Fonte: COMPESA (2017), 2.3 Investigacao de jazidas e controle tecnolégico dos aterros para uso em solucio de contencao e pavimentacao das vias de acesso Foram realizadas as prospeccdes geotécnicas em 2 (dois) possiveis locais de empréstimo de material préximos a érea estudada, a fim de verificar se 0 material atendia as especificacdes dos projetos de pavimentacao das vias de acesso ¢ dos taludes do Reservatdrio do Jordao: Jazida 1 localizada na encosta a0 lado da Laser Eletto (Figura 8) e Jazida 2 localizada na encosta a0 lado da Vila Nestle (Figura 9). Figura 3 - Coleta de amostra na encosta a0 lado da Laser Figura 4 - Coleta de amostra na encosta ao lado da Vila Eletro (Jazida 1). Nestle (Jazida 2). Fonte: ITEP (2017), Fonte: ITEP (2017) osteriormente, foi realizada uma prospecsio geotéenica na Jazida no lado oposto a BR-101 para uso como material de ‘empréstimo nas obras de estabilizagio dos taludes. Os servigas de caracterizagao e compactago do solo foram realizados no Laboratério de Geotecnia - LGE do ITEP, abedecendo as recomendacdes das Normas Brasileiras (ABNT, 2016) e Normas do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), O controle de execugio do aterro se fez através da verificagao em campo da densidade in sita e da umidade, devendo estes apresentarem resultados similares ao obtides no Proctor Normal, seguidos de um Grau de Compactagae acima 100%, contorme especificagao no Projeto. No campo realizou-se essa verificagao através da determinagio da densidade in situ pelo uso 8 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 do frasco de areia e da determinagtlo da umidade pelo método do Speedy. Caso no momento da verificagdo ocorram resultados discordantes a0 especificado ¢ aconselhado medidas de corregto, ¢ a liberacdo da camada acontece apés os resultados apreseatareia conformidade ao esperado. 2.4 Dimensionamento de Estruturas de Solo Reforgado © dimensionamento de estruturas de solo reforcado & geralmente dividido em duas etapas: anélise de estabilidade extema e interna da estrutura. Na verificacao da estabilidade extema, considera-se o comportamento do conjunto similar ao de lum muro de gravidade, Neste caso, deve-se considerar a possibilidade de quatro mecanismos cldssicos de instabilidade dessas estruturas de conteneto: deslizamento da base, tombamento. inequacdo da capacidade de carga das fundagdes e ruptura global. Avruptura extemia pode ocorrer quando as solicitagdes impostas ao reforgo sio superiores aquelas que ele pode suportar cou quando ha escorregamento do reforco na massa do solo por insuficiéncia de ancoragem, 2.4.1 Estabilidade Externa ara determinar os empuxos do solo (E), que a massa do solo nao reforcada exerce na massa reforcada, & possivel utilizar as teorias classicas de equilibrio limite. Na Figura 10, apresenta-se um macigo reforgado e 0s esforgos nele atuantes (peso proprio, sobrecargas e empuxo de terra), Segundo Vertematt (2015), nesta sitaagao, admite-se que o macigo reforgado possa ser construido com um solo diferente do restante do aterro. Os célculos so conduzidos considerando-se a face do muro como sendo vertical. © fator de seguranga ao deslizamento FS, ¢ determinado pela razio entre a forga resistente mobilizada na base do muro a forga devida ao empuxo ative de terra, E (Bquagao 1). F5q= (DAL Aw 5 w E em que: y 0 peso especifico do solo; H € a altura do muro em andlise; @ &0 Angulo deatcto do solo em andlise; qé a sobrecarga uniformemente distibuida sobre a area analisada: ¢ L, comprimento do reforyo. Figura “Tn” 2. Fonte: Alves (2017), ‘No qual as forcas anteriormenterepresentadas & 0 peso proprio do solo (W1 € W2), 0 empuxo ativo atuante (E) 0 brago de alavanca em relagio a base da estrutura(b) ¢ as cargas ql q2 sepresentam possivels camregamentos de futuras estrutures. © cempuxo E é calculado pela Equagao 2. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Q cem que: E é 0 empuxo ativo: y € o peso especifico: H é a altura do muro em anilise; @ ¢ 0 angulo de atrito do solo em analise: © ka € 0 coeficiente de empuxo de terras no estado ativo, obtido pela Equagtio 3 w-e(se 9) ® © comprimento de reforco L, pode ser calculado pela Equagio 4. FSjXE 1G Hea); @ no qual: q € a sobrecarga uniformemente distribuida sobre o terrapleno; FSg ¢ o fator de seguranga contra o deslizamento a0 longo da base do muro (= 1.5): Vs ¢ 0 peso especitico do solo reforcado: H € a altura do muro reforgado: 0; € o angulo de atrito entre a base do macigo reforcado ¢ 0 solo de fundagdo; ¢ E € o empuxo ativo. 0 fator de seguranga ao tomibamento FS, € definido pela razao entre 0 momento estabilizante proporcionado pelo peso do muro ¢ 0 momento contrétio a estabilidade do muro, gerado pelo empuxo do solo E, determinado pela Equaclo S. Neste caso, pode-se determinar a largura da massa reforcada, de modo a se garantir a estabilidade ao tombamento do muro (Equagto 6). (Ha) <0" FS, 2Ex ye " 6) BFS 6 e expansio < 4 para o corpo do talude. Quadro 1 - Resumo dos materiais da Jazida 1 € 2 i] 3 4 . gai x Ze BRE 8 < ees ae 2 5 = g8 get 3 4 E g g ge B53 EiglEls/sle 2 : g aes 2 g Ele ¢ slelg)a)S)#) = oe g a 5 2) Ea |3 4 5 ZB) 4a¢|2 El as/3-|2/¢ 2 ria | mean cosa] * ) 22/22) 2 | 2 £2 | 3 & 3*|5 308 [Or | of [381 | 28S [TE 34,70 | 240 470 st 309-for for} 289 176 fs 37.60 [31.90 0 so 310-| or | 02 [37.5 | 236 13.9 35.60 | 22.20 020 mS zis [oi foi [271 Piss | 88 341 | 263 16 io [1 307 304 [184 | 12.0 379 [295 07 102 2 [or ert 00 | 00 | 00 0.0 [00 00 va a Poa 8s 3153 | 28.43 782 ie 213 ae 00 | 0.0 | 0.0 28,90 | 29.50 7,00 | 2046 8.0 31 0 217 * 0,00 | 0,00 | 0,00. ILS 32.5 | 2109 7.8 | 176 | 0 239 [2 [02 [48.1 [174 [30.7 ai | 98 02 | isis [183 | 173 d40-[or Por P24) 152 P72 323 [196 oa | 1ssi| 1a | 6 [16 3s2-- [or [242 [00 [oad] 323 [ si6 [al 12) is | 93 Die Dt * RG 217 - Material classificado como BGS (pé de pedra e brita) *** RG 211 - Material da Jazida 1. #2 RG-212 - Mistur de 75% do solo natural (RG 211) +25% de po de peda. #5#RG-213 - Mistur de 50% do solo natural (RG 211) + 50% de po de per Fonte: Autores (2021), B Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 (© material de empréstimo uilizade nas obras de estabiizagio dos taludes (Quadro 1 - Registro 282) reve resultado que atendeu a0 especificado no projeto executive, o qual define como parimetros: Compactagdo Proctor Normal de CBR > 2 ¢ expausio <4 para 0 corpo do telude e paca caumada final, CBR > 6 ¢ expansio <2, conforme DNIT —ES 108 (2009). No talude da Laser Eleto, as anlises das resultadas se nortearam conforme o Manual de Pavimentacao (DNIT. 2006) ‘ qual descreve para sub-base granulometricamente estabilizada o CBR deverd ser > 20% expansio < 1%, As camadas de sub- base foram sendo liberadas apés @ comprovacdo in si do grau de compactacdo de 100% (Proctor Intermeditio) e do teor de umidade na 6tima, Na execuclo das atividades de estabilizacto da talude ao lado da Laser Eletro observou-se mudanga do ‘material da Jazida 1, portanto foram necessérias realizar novas coletas de amostras para andlise do material, com a finalidade de verificar se as mesmas atendem as especificagBes do projeto executive. A anise desse novo material da Jazida 1 pode ser observado nos resultados dos Registros 219 (Quadro 1). Para. a exccusdo da camada de sub-base das vias de acesso foi uflizado os materiais estocados no canteiro (6 de pedra) «material proveniente da Jazida 1. Considerou-se duas misturas de solo e de po-de-pedra: Mistura 1 com 75% de solo e 25% de 1 de pecira (mistura escolhida) e Mistura 2 com 50% de solo e $0% de pé de pedra. Os dois tipos de misturas epresentaram Ye (Quadeo 1 = satisfatério a0 uso como sub-base, 0 qual foi comprovado pelos resultados de indices de suporte acima de 2 Rey tros 212 e 213), Na exectcdo da base foi uilizado o BGS (Brita Graduada Simples), coletado no eanteiro de obra. O estudo e a andlise cdo material basearam-se no Manual de Pavimentagao (DNIT, 2006), com CBR > 80% ¢ expansto < 0,5%. Os resultados da densidade seca méxima de 2109 kg/mm’ e teor de umidade na dtima de 7,8% (Quadio 1 - Registros 217), 3.1.1 Pardmetros Geotéenicos (Os parametzos geotéenicos empregados nas anélises de estabilidade correspondem aos valores obtidos a partir de ensaios de cisalhamento direto realizados em amostras de bloces indeformados coletacos nas cristas das encostas, a uma profundidade de 2,00 m. Os ensaios foram executados com o solo na condigao de umidade natural ¢ na condigao saturada. As Tabelas 3 ¢ 4 apresentam 05 valores adotados nas anilises. Tabela 3 - Parimetros geotécnicos da encosta da Laser Eletvo, BLOCOT BLOCO2 BLOCO3 BLOCO4 Parimetro | Umidade —Condigio | Umidade — Condigio | Umidade —Condicio | Umidade — Condicio natural saturada | natural satur’ada | natural saturada_| natural saturada Coes xin) o 2 2 47 7 68 104 22 Angulo de 2 2 2 2 3 aro () 36 Pad 36 23 2 23 34 24 Fonte: ITEP (2017). ‘Tabela 4 - Parimetzos geotécnicos empregados nas anilises da encosta da Laser Eletro, ‘Valor médio ‘midade natural Condicao saturada Cocsio (Nim) 81 39 Parimetro Angulo de atrito (°) 33 Fonte: ITEP (2017). 4 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 3.2 Obras de aterro das vias de acesso A execuigdo das camadas de base das vias de acesso com uso do BGS foi controlada com a comprovacto in situ do grat de compactagdo de 100% (Proctor Intermediério) ¢ do teor de umidade na étima Todas a operagdes de terraplenagem dos aterros executados nas vias de acesso € na estabilizacao dos taludes da Vila Nestle e da Laser Eletro foram acompanhadas (lancamento, espalhamento, umidificagio, homogeneizaco e compactagio do aterro) (Figura 12 e Figura 13). Para execuedo das camadas do aterro foi utilizando o material proveniente da Jazida 1, com pariimetros atendendo ao especificado em projeto (CBR > 6 e expansio <4). Figura 7 - Acompanhamento do espalhiamento do material da Figura 8 - Compactacdo da iltima camada (Laser Eletro) Jazida 1 (Vila Nestle) Fonte: ITEP (2017) Fonte: ITEP (2017) 3.3 Dimensionamento das Estruturas de Solo Reforcado Para 0 dimensionamento, considerou-se a geometria do muro, os parémetros do solo e do geossintético e dos blocos, ¢ caracteristicas do rolo compressor. O muro de contengto é constituido de um aterro reforgado com geogrelhas de poliéster com resisténcia nominal de 55 kN/m, ¢ resistencia de projeto de 27,70 KNim (Fator de redugdo global de 1,98 conforme certficados fomecidos pelo fabricante da geogretha). 3.3.1 Determinacio dos comprimentos de reforcos © seossintético utilizado tem parimettos de reforeos de uma geogrelha flexivel, com coeficiente de interagtio solo/gcogrelha (Fy) igual a 0,80, sendo este obtido pelo abaco de Jewell (1991). © coeficiente de empuxo de terras no estado ativo (Ka) calculado foi 0.42 (Equagao 3), considerando o terrapleno horizontal e o atrito entre o solo eo muro, O valor do empuxo ativo sobre o muro foi de 183,71 kN’m, sendo a poropressio considerada mula para o célculo dos comprimentos de reforgo. Para o calculo do angulo de atrito de dimensionamento (¢"), foi uilizado 0 coeficiente de interagao solo/geogrelha de 0.80, resultando em $” = 19,60°, no qual, para atender um coeficiente de seguranga minimo contra o deslizamento de 1.50. 0 comprimento de reforgo (Lr) para o muro sem a aga0 de sobrecarga foi Ly = 5,86 m. Para o dimensionamento atendendo 20 critério de tombamento, considera-se um fator de segurancs minimo igual a2,0, 0 comprimento de reforgo (L) para o muro sem_ a acdo de sobrecarga foi L, ~ 3. Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Para a condicio de sobrecarga nula ¢ considerando © mesmo solo utilizado na estrutura reforgada ¢ no reaterro, pode- se caleular o comprimento minimo de reforgo para evitar simultaneamente o deslizamento eo tombamento, além de manter a 29 ma. base do muro totalmente comprimida, nesse caso, o comprimento de reforgo foi L, Na anilise da estabilidade interna pelo método de Jewell (1991), para o cdlculo do Angulo de atrito de dimensionamento (#°), foi utilizado-um fator de redugdo (f2) de 1,98 conforme certficados fornecidos pelo fabricante da geogrelha, resultando em ‘um Angulo de atrito de @ 2,67°. Com os parimetros geométricos do muro e o angulo de o angulo de atrito de dimensionamento (#°), obteve-se Ky = 0,43, L, = 5,28 m para garantir a estabilidade interna do macigo € L,= 3,30 m para garantir a estabilidade contra o deslizamento da base. Portanto adota-se o maior valor entre os comprimentos de reforco para a estabilidade interna, ou seja, comprimento minimo para esta andlise deverd ser 5,28 m, que n&o precisa ser corrigido uma vez que o coeficiente de ineragdo entre o solo e oreforga. F, = 0.80. No céleulo do coeficiente de empuxo de dimensionamento, considera-se uma geogrelba com resistéueia & trago Ty 55 kNim e coeficiente de interacdo Fy = 0,80, podendo ser adotado um espacamento de 0,76 m entre as camadas horizontais de reforco, de forma a atender a geometria do muro. ‘A Tabela 5 apresenta as verificagées de estabilidade externa (deslizamento, tombamento, tensdes na base ¢ capacidade de carga do terreno de fundagao), os fatores de seguranga adotados 0s respectivos comprimentos minimo de reforgo para tender a essas verifieagdes. Tabela 5 - Resultados da verificagao de estabilidade externa (fatores de seguranga e comprimentos de reforgo). VERIFICAGAO DEESTABILIDADE FATORESDE _ COMPRIMENTOS DE EXTERNA, SEGURANGA REFORCO (m) ‘Varificagho do deslizamento PS,= 150 Verilicagio de tombameato FS, ‘Varificagio das tensdes na base TS, ‘Capacidade de carga tereno de Fundacto FS 2.50 Fonte: Autores (2021), ara evitar simultane: mente o deslizamento, tombamento, manter a base do muro totalmente comprimida evitar © arrancamento do geossintético, o comprimento minimo dos reforgos devera set 5,86 m. A Figura 14 apresenta a seedo transversal ddo muro para a solucdo obtida, considerando todos os detalhes executivos da obra. 16 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Figura 9 - Arranjo dos reforeos no dimensionamento do muro. Fonte: Autores (2021). 34 Analise da Estabilidade do Tatnde No Projeto de Contengao da Encosta da Laser Eletto foi realizada a analise de estabilidade entre as estacas zero e 70 mi, por meio do programa computacional GeoStudio 2021 R2, que considera o célculo da ruptura global por uso de métodes cldssicos de equilibrio limite. Os parametros geotécnicos utilizados nas andlises sto encontrados na Tabela 4e 4. ‘As anilises de estabilidade realizadas para a revisto do projeto entre as estacas zero e 7+0 m foram baseadas no projeto original, com as mesmas premissas, 0 mesmo programa computacional ¢ 05 mesmos pardmettos de resistencia para os solo. ‘A Figura 15 apresenta a secdo critica analisada correspondente a estaca 4+5 m com a geometria, altura livre de muro, taludes com bancadas, solos ¢ propriedades do reforgo. Figura 10 - Seeao transversal estaca 445 m analisada com geometria, materiais e reforgo, Fonte: Autores (2021), Wv Research, Society and Development, v. 10, n. 8, e14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 [Na Figura 16 apresentam-se as anélises realizadas para rupturas de diversas sitvagdes analisadas na se¢do transversal da estaca 445 m. A Tabela 6 traz um resumo acerca dos fatores de seguranca resultantes da anise de estabilidade externa € interna em cada consideragio de ruptura do talude. Figura 11 - Anilise de estabilidade. (8) Ruptura local no muro de contencto (FS = 2.20), (®) Rupturaintermediivia inferior no talude (FS = 1,86) on (©) Ruptura intermediéria no talude (FS = 1.73). (@) Ruptura intermediéria superior no talude (FS = 1,62), en ee (©) Ruptura global no talude (FS = 1,48). ee Fonte: Autores (2021). 18 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 Tabela 6 - Resumo dos resultados de verificagdo de estabilidade externa e interna, ESTABILIDADE EXTERNA. FATOR DE SEGURANCA Deslizamento FSe Tombamento Tensées na base Capacidade de carga terreno de fundagio ESTABILIDADE INTERNA, FATOR DE SEGURANCA Ruptura local no muro de contencio FS=220 Ruptura intermedidria inferior no talude FS= 186 Ruptura intermedidria no talude FS= 173 Ruptura intermedidria superior no talude FS= 1 Ruptura global no talude FS= 145 Fonte: Autores (2 D, 5 resultados obtidos nas anilises de estabilidade externa e interna do talude comprovam que. apés a constructo do immo reforgado com geossintético, a estabilidade da encosta Laser Eletro apresenta fatores de seguranga adequados a NBR 1682/2009 conforme a Tabela 2, garantindo o funcionamento e estabilidade do talude. 3.5 Drenagem Superficial Para que a estabilidade da encosta da Laser Eletro se mantenha eficiente conforme os resultados apresentados, deve-se considerar a importincia da drenagem na estabilizacio dos taludes, que tem a funglo de orientar as iguas impedindo a égua de sobrecarregar o talude on erodir 0 mesmo. Para isto, & necessério que o talude apresente um dimensionamento que suporte os fumros aportes d°gua, atendendo as precipitagdes de chuvas na cidade de Recife-PE. Desta forma, destaca-se 0 dimensionamento utilizado nas segdes modificadas do projeto, pois, por haver um aumento do muro, consequentemente presenta um dimensionamento inferior as demas partes do projet projeto original previa canaletas abertas em todas as banquetas e no topo da encosta com deseidas em degraus a cada 20 metros, As descidas eruzavam a contengtio na base da encosta e descarregavam em uma tubulagto enterrada prevista para ser ‘implantada junto a base do muro. Com a nova topourafia, apés as modificagdes e dimensionamentos realizados, a drenagem superficial seré adaptada as novas cotas da base do muro, no qual sio mais baixas nas estacas zero a 70 m do que © projeto original previa, o que impossibilitaré a drenagem da encosta em tubulagdo enterrada na frente do muro. Entretanto, optou-se por manter as canaletas abertas das bancadas e do topo da encosta, mas eliminar as descidas em ddegraus a cada 20 metros e prolongar as canaletas das bancadas até & estaca 7=0 m, onde sera feita uma descida em degraus finica até a parte inferior do muro que serd ligada na tubulagao projetada originalmente entre as estacas 7+0 me 15+5 m com ligagdo ao sistema existente e travessia da rodovia. Para garantia da eficitncia das drenagens nas bancadas foi feita uma adaptacdo nas cotas dos taludes ¢ bancadas de modo a criar uma declividade minima de 1% nas canaletas das bancadas cm diregdo a descida em degraus na estaca 7+0 m. Com essa inclinagio pela pequena area de contribuido dos taludes, as dimensdes das canaletas abertas nas bancadas poderio ser ‘mantidas, sendo necessério apenas o aumento da largura da descida d'agua em degraus daestaca 7+0 m, que agora recebe a dgua de toda a encosta desde a estaca zero até a 7+0 m. O trecho original em gabio jd executado nao sofrerd nenimuma modificacdo na terraplenagem e na drenagem. 19 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOF: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 4. Consideragdes Finais Este artigo apresentou um projeto de estabilizacdo de taludes do Reservatério do Jordio, localizado em Recife - Pemambuco, que contemplou as solugdes de contenco por muro de gabiiio e muros reforcados com geossintéticos. No projeta técaico original foi proposto a construcio de um muro de gabito para estabilizacio da encosta, entretanto observou-se que para o trecho inicial da encosta, as cotas do terreno estavam em cota inferior & cota utilizada no projeto original, ‘que demandava a implantagao de nmuros mais altos. Para essas almuras a solugao em gabiao mostrou-se inadequada pela grande base necessivia para a estabilidade, o que implica em um grande consumo de gaiolas de gabido e de enrocamento para 0 seu preenchimento, O dimensionamento do muro reforgado foi realizado considerando os critérios na anélise da estabilidade externa interna da estrurura. Auravés dos resultados obtides na anélise da estabilidade externa, verificou-se que 0 comprimento do reforgo a ser cconsiderado em projeto para atender tanto ao deslizamento, tombamento e capacidade de carga foi de 5,86 m e o comprimento inimo para atender a estabilidade intema do talude é 5.28 m. Portanto, adotou-se o comprimento de reforgo que atende a ambos - Para 0 projeto foi adotado um comprimento igual a 5,86 m. Os reforeos séo espagados igualmente de acordo com a geometria do muro, a uma distancia de 0,76 m de um reforgo para o outro. Considerando 0 quantitativo de geossintético (Geogrelha Fortrac $5-T) utilizado no novo projeto, estima-se uma area aproximada de 7.000,00 0s resultados obtides mostram que o muro reforgado com geossintético para estabilizactio da encosta Laser Eletro e 0s parimetros geotéenicos e geométricos envolvides foram adequades ao projeto, sendo uma soluedo segura para faces dos muros ou taludes mais verticalizados. Sugere-se para trabalhos futuros, realizar as andlises de risco e confiabilidade geotécnica, em conjunto com a avaliagio dos custos associndos a implementago do solo reforgado com geossintético para estabilizagdo do talude. Outra sugestdo comparar, a medida de dimensionamento e confiabilidade estrutural, a soluco em solo reforcado com geossintético proposto neste trabalho com uma solcio mista, ou seja, cortina ancorada e estaqueada com retaludamento. Agradecimentos s autores agradecem a Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), pela disponibilizacto dos dados de projeto para claboracio deste arti. Referéncias ABNT. (2016) ~ Associagio Brasilia de Normas Técnicas. NBR 6457/2016 — masa de solo: Preparagdo para ensaic de compactgioe encais de caracterzasco. ABNT. (2008) - Associago Brasilia de Nomas Técnicas NBR 116822008 — Fabia de Encosas Alhsios, MM, Souza, MA. A. Bitoun, J, Madsios, §. MGM, & Amorim Finior, WMA (2008). Manual de ocwpayae dos morroe da regido ‘nerropolana do Recie Programa Mao stor. Recife Fundagio de Desenvolvimcate Moxicial Alves, ¥.C. (2017), Projta de conten edrenagem em mre de arin com so de geositticoe, Taba de conclsdo de care (Grad (Civil) Universidade Faderal de Ubriinda. Uberandia. Bishop, A. W. (1955). The Use ofthe Shp Circle i the Stability Analysis of Eat Slopes. Georenigue 5 (1). 7-17. (Cestro-Moreia F.C. Vele-Gilees, MA. (2017) La mportincia de a fopografa em as ingens y arqutecture. Polo del Conocimient, 1071-1081. COMPESA. (2017) Contento, teraplanagom 2 Drenagem Superficial da etac 2ro&estaca 7-0. Cowpania Pernambueana de Sameamerta, [DNIT. 2006). Departamento Nacional de Infiaesrtura de Transportes, DNTT 2006 - Manual de pnimentarda, Ministirio dos Transportes. NIT. 2008), Departtnto Nacional de lftanstutura de Transportes DNIT~ES 1082009 -Terreplenagem~ darn Expeificago de Servi oe Transportes Ministerio 20 Research, Society and Development, v. 10, n. 8, €14210817217, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1 0i8.17217 huh, M, & Becker, L. (2009). Moos talus do solo refirado.Eltora Ofna ce Tests. So Pau Gecsope iuerational LTD. (2021), GeoStodio 2021 R2, mul Slope Gencovich, D.M 5 (2010), Eemunuras de Contengao: Mos de arimo, FEUERI, Rio do Sito. ‘Google Enth-Mapas (2018) hitpmapas eooe com Gomes, J H, Silva: L.doV., Guera, E.R. & Anastict,D.T. D.(2012).Ocupodto em Areas de Risco de Desizamento do Jenipapo, Recife, emeribuco Revises Brava dle Googapia Fisten 524-519. IBGE. 2019). Suscetbldade a Desizamentos do Bras: pmeira pronimacdo. Coordenag de Recursos Natwratse Estudos Ambien. Rio de aneto ITEP. (2017) Instineo de tecnologia de Pernambuco Jesvell, RA. (1991), Aplicanton of ised desin chars for steep reinfored lps. Geoexiles and Geomenbranes, 203-233, Meystbof|G. G. (1955), Induens of roughness of ban and ground-water conditions onthe ultimate bearing capacity of foundations. Getecinigu, 5 (3), 227 242 Palmira, EM, & Oni, 5A. R (2004). pliogbes em ergo —sterros sabre solos moles. n: Vertes, (EA) Merual Braslero de Geosséicos Sis Pauls Pedrosa, Ado A. Almeida, M_de, & Lefiyette, K PV. (2020) Risk analysis of hillside in Okinde-PE. Research Society and Development. 9 (1) e001 T9817 Perera, A.S, Shitsoks,D.M, Parca, FZ, & Shisuke, R 2018), Meadologia da pecquza comjica, UABNTEUFSM, PROJETEC. (2013) Andlses de Eusbiiade e Dimensionamento, Pojtos Técnicos LTDA Snfana 1 KR de. 19), Anslise Evolutva da Ocwpago dos Moros da Cidade do Recife. XVI Simpisio Nociona de Gengrafia Uiona ‘Spence, EE (1967). A method ofthe analysis ofthe stably of embenkament assuming pale inter-alide forex. GAotecinigue, 17,1126. ‘erzaghi,K., & Pack, RB. (1967). So mechanics in engineering practice Joh Willey & Sous. \Vertemati, 1. (2015). Manual brava de geossinncas Sto Palo,

You might also like