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POU Co Te) SISTEMAS See ‘5 EDICAO REVISTA E ATUALIZADA. ww Fav ISBN — 85.225.0492.X Copyright © Jaco Nicolau Diteitos desea edigfo reserados 8 EDITORA FGV Praia de Botafogo, 190 — 14 andar 2250-900 — Rio de Janciro, RJ — Brasil ‘Tels: 0800-21-7777 — 21-2559-5543 Fax: 21-2559-5532 tive be Printed in Breil Todas os diteitas reservados. A reprodusSo nio autoriada desta publicasSo, na rodo ou em parte, consticu violgso do copyright (Lei n® 5.988), (Os canestos emitidos nese live so de nein responsblidade do autor 5*edigio revista eatualizada — 2004 Revisko 08 Onucivats: Maria label Penna Buargue de Almeida EDITORAGAO ELETRONICH: FA Editoragio BlewSnica Revisko: Fatima Caron e Matiflor Rocha (Cara: Studio Cresmerackes Fichacalogrifiscaborad pla Bbliotece ‘Mato Henrique Simonsen/EGY Tcl bibigaa 1 Ste etn 1 Fundaeo Gea Vargas I Ti. cop — 324 Sumario Preficio 7 Introdugdo 9 Capitulo 1 — Sistemas majoritérios 17 Armaioria simples 17 O sistemade dois turnos 24 O voto alternative 26 (Os sistemas majoritérios nas eleigbes presidenciais 29 Capitulo 2 — A representacio proporcional 37 O voro tinico transferivel 38 A teptesentagio proporcional de lista 42 Capitulo 3 — Sistemas mistos 63 O sistema misto de superposicio 64 O sistema misto de correcéo 67 Capitulo 4 — 0s efeitos dos sistemas eleitorais 77 ‘A fragmentagio partidéria 80 As maiorias unipartidétias 82 A desproporcionalidade entre votos ¢ cadeiras 82 A tepresentagio das mulheres 83 Referéncias bibliogréficas 87 ‘Anexo A — Cédulas eleitorais 91 ‘Anexo 8 — Férmulas para distribuicdo de cadeiras no sistema proporcional de lista 99 Anexo C — Os indices mais utilizados nos estudos eleitorais 103 Fracionalizacio (F) 103 Neimero efetivo de partidos (N) 105 Volatilidade (V7) 107 Desproporcionalidade (D) 110 Prefacio ra edigdo deste liv foi publicada em 1999. Na apresenta- «fo afirmei que dois motivos tinham-me estimulado a redigi-lo. O primeiro era uma avaliagao pessoal sobre a necessidade de publicar no Brasil livros introdutérios sobre temas especificos da ciéncia pol ca. O segundo, um certo incbmodo com a cobercura, em geral con- fusa ¢ imprecisa, da imprensa quando tratava do tema dos sistemas cleitorais e da reforma politica. Cinco anos depois meu diagnéstico sobre a necessidade de publicagio de livros introdutérios de ciéncia, politica néo mudou. Mas minha avaliacéo sobre o segundo tépico é menos pessimista. Tenho a impressio de que tanto as andlises dos articulistas quanto as matérias sobre sistemas eleitorais ¢ reforma politica melhoraram. Esta nova edigio de Sistemas eleitorais esti muito modificada em relagio as anteriores: alguns paises foram acrescentados e outros retirados. Os dois primeiros capitulos foram bastante modificados ¢ 0 capitulo 3 foi praticamente reescrito. Um novo capitulo, sobre os efitos dos sistemas eleitorais, foi acrescentado, Um texto contendo alguns {indices utilizados nos estudos eleitorais, publicado originalmente na coletinea O sistema partidério brasileiro (org. Olavo Brasil de Lima Js FGV, 1997), foi revisto, atualizado e colocado como um dos ane- x08 do livro. Na verdade, a nova versio acabou ficando bem diferente dda primeira. Acredito que mais precisa, mais detalhada na explicagio dos modelos mais complexos e — espero — mais fécil de ler. Quando escrevi a primeira edicéo dest comentétios preciosos de José Giusti Tavares, Paulo Tafner ¢ Charles Pessanha. A eles gostaria de agradecer mais uma vez. Vitor Peixoto auxiliou na montagem do banco de dados analisados no capitulo 4; a cle também meu agradecimento. Introducao Em geal, as regras eletorais nao devem ser pensadas como uma panactia para rodos os male, Mas no devemes rubestimar sua influéncia (Rein Taagepera) Quem tem alguma duivida sobre a importancia dos sistemas elcito- is basta conversar com um politico. Ele sabe mais do que ninguém {que as regras para computar votos ¢ transformé-los em poder fazem diferenga. Que cada uma dessas regras cria uma rede de incentivos © desestimulos, tanto para os eleitores quanto para aqueles que se aven- turam na disputa de um cargo eletivo. ‘Vejamos um exemplo, Hoje existem duas regras diferentes para de prefeitos. Nas cidades com populagéo inferior a 200 mil pura ¢ decidida em um tinico turno pelo sistema de ‘maioria simples. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores haa pos- lade de disputa de um segundo turno, caso nenhum dos candi- datos receba mais de 50% dos votos. As eleigbes realizadas de acordo com diferentes regras estimulam um comportamento diferenciado dos ditigentes partidétios e dos eleitores. No sistema de um tinico curno a tendéncia € que menos candidatos concorram, pois 0s p dos rém apenas uma disputa para negociar as aliangas, ¢ os eleitores utilize com mais freqUéncia o voto itl (deixar de votar no candida- co preferido para vorar em outro com mais chance de vitéria). No sistema de dois turnos, mais candidatos concorrem no primeiro tur- no, pois hi possibilidade de que aliancas ejam fetas entre o primeiro € 0 segundo turn, ¢ menos eleitores tendem a utilizar 0 voto Uti Em todas as eleigbes ha regras previamente definidas para dis- tribuir os cargos em disputa, Um partido com um determinado percentual de votos terd diferente fragio de poder, de acordo com 0 sistema eleitoral utilizado. Por exemplo, em uma eleicio realizada se- gundo 0 método proporcional, um partido que tenha recebido 10% dos votos provavelmente teria algo préximo desse percentual de ca- deiras no Legislative. Mas em uma disputa pela regra majoricéria di- ficilmente esse partido elegeriao seu representante, Por isso, compre- ender como cada uma dessa regras funciona é fundamental. ‘Mesmo assim, raramente um eleitor comum conhece em deta- Ihes as minticias técnicas do sistema eleitoral adorado em seu pais. ‘Sio poucos os cidadios brasileiros que sabem que é ¢ como se cal- ccula o quociente eleitorala ser utilizado para estabelecer quantas cadei- 12s caberio a cada partido no Legislativo. Da mesma forma, dificil- ‘mente passaria pela cabeca desse eleitor que em outras democracias 0 procedimento para a escolha de representantes pode ser completa- mente diferente daquele utilizado em seu pais. Certamente ele catia surpreso ao saber, por exemplo, que em Israel os eleitores votam em tuma lista de candidatos de todo o pafs, que na Espanha néo se vora «em nomes, mas apenas na legenda, que na Franga existem dois curnos nas eleigées para deputados, que na Alemanha um partido sé poders estar representado no Parlamento se receber pelo menos 5% dos vo- tos, ou que na Suécia uma parte dos votos é apurada nas regiGes e 2 outra nacionalmente. O sistema cleitoral é 0 conjunto de regras que define como em uuma determinads eleigfo o eletor pode fazer suas escolhas ¢ como os izados para serem transformados em mandatos (ca- /0 ou chefia do Executive) ( sistema eleitoral nio esgota as normas que regulam as leis cleitorais de uma democracia. Existe uma série de outros aspectos que sio importantes numa eleicio: quais sio os eleitores aptos a vyoros so contal votar; se 0 voto é obrigatério ou facultativo; os critérios para apre- sentagio de candidatos; as normas de acesso aos meios de comuni- cagio; os mecanismos de conerole dos gastos de campanha ¢ acesso 20 fundo partidério; as normas para divulgagio de pesquisas: as re- gras da propaganda eleitoral. Este livro dedica-se exclusivamente & andlise dos sistemas eleitorais, deixando de lado a legislasio que regula as eleigdes. item muitas maneiras de classificar os mais utilizada é segundo a formula eeitoral utilizada, ou seja, como 10s votos dados em uma eleicao séo contados para fins de dstribuico das cadeiras disputadas. A partir da fSrmula, podemos agregar os sis- temas cleitorais em duas “grandes familias arepresentagSo majorité- ria € a representagio proporcional. (Os sistemas majoritérios tm como propésito garantir a eleigéo do(s) candidato(s) que obtiver(em) mais votos. Os sistemas propor- 5 Os sistemas propor- cos plurinominais para Steed, 1985. 4 Rae, 1967. 5 0 termo uninominal me parcru 0 mas propiad para desigar os sxemas de M = 1, que aparecem na lteeereintermaconal coma snglemember dic. Os dso pluronominas(nula-member diss) soos que lege mais de um represenante (31> D rro0ucho garantir um resultado minimamente proporcional, porque a fSrmula proporcional utiizada em distritos uninominais acaba funcionando ‘como uma disputa majoritéria, (O miimero de representantes tem um impacto sobre a maior ou ‘menor proporcionalidade quando se comparam os voros eas cadeiras de.ada partido em uma eleigfo. A razio € simples: com mais cadeiras em disputa, um pequeno partido aumenta suas chances de obter re- Presentagio, Por exemplo, um partido com 5% dos votos provavel- ‘mente no elegeria ninguém num distrito com M= 10, mas garanti- sla um representante num distrito com M = 25. — | como o desenho dos distritos eletorats afeta arepresentacio | Anda que nfo sejam atbutos de um sistema eletoral, dls aspects | igados 20 desenho dos distritos eleitorais tém influéncia sobre 2 representacSo dos partidos no Legislative, O perimeiro dees € a manipulagdo do desenho das fronteirs de um distrito com ointuto de favoreer ou prejuicarcertos candidatos. Essa prética ficou Nos sistemas de maioria simples, um partido obtém mais de 50% das cadeiras no Legislative por um dos dois caminhos: 63% por meio de ‘maiorias manufaturadas e 37% por incermédio de maiorias naturais."* Quais seriam as vancagens de um governo unipartidério com maloria absoluta de cadeiras no Legislative? Nos paises parlamenta- ristas com representagio majoritéria o controle dos eleicores sobre a natureza do governo a ser formado & maior, pois 0 voto no partido Vitorioso significa provavelmente o voro no governo desse partido, Por exemplo, um eleitor que tivesse vorado no Partido Trabalhista nas eleigBes bricinicas de 2001 saberia que os trabalhiscas ceriam alta Probabilidade de formar um governo sem a necessidade de aliancas Parlamencares. Com isso, pata o eletor sera mais fic acompanhar 2s politicas implementadas pelo governo zo longo do mandato, bem como Seu voto para recompensar e punir esse governo em ‘ermos partidérios. Nos palses parlamentatists com representacio roporcional o gabinete tipico é o de coalizdo. Nesse caso, o eleivor {que vora em um determinado partido cerd menos controle das nego- 1): 0 voto em blaco individual, 0 vato em bloco portidério e 0 voto dnico néo-transfervel. Atualmente, nenhuma Camara dos Deputados de patses democrticos é eleta por um desses métodos. No voto em bloco individual cada partido pode apresentar 0 mesmo niime- ro de candidatos que o de cadeiras em disputa. 0 eleitor pade votar em tantos nomes quantas forem as cadeiras do distrito, com a possibilidade de votar em candidatos de diferentes partidos. 0s nomes mais votados so eleitos. As eleicdes para o Senado do Brasil, quando so renovados 2/3 das cadeiras,utilizam esse sistema. [A sequnda variagdo do sistema de maiora simpl Aistritos eletorais de mats de um representante, 6 o voto em bloco part dério. Os partidos apresentam uma lista de candidates, conforme o n- mero de cadeiras do distrito. 0 eleitor dé um Gnico voto pare uma das tas. 0 partido mais votado elege todos os representantes do distito. Esse sistema 6 utilizado na escotha dos delegatos 20 colégio eleitoral que elege o presidente dos EUA, (uta possibiidade de aplicagao da regra majortériaem distritos de mais de um representante é o sistema de voto nico nao-tronsfervel* Cada partido pode apresentar até 0 mesmo nimero de candidates que o de cadetras do distrito eleitoral, mas o eleitor pode votar somente em um | | conte 1S Alguns aucoresclassifcam 0 sistema de voto nico nio-eranferfel como semiproporcional, por aumentar a probabildade de representagio de pequenot patids (por exemplo,Liphar, 1994 e Sartori, 1994), Seguindo o pardmetro efinido na incrodusto,casifio os ssemaselecorais por sua nares ¢nl0 por seus efets, por iso considero o sistema de voro nico néo-transferivel uma ve rant da representagio majorite ome; os mais votedos individualmente sio eleitos, Nesse sistema, 0 | rei dos pn eon apenas ioe | Ste armenia: epi de dpe ds vat eee. Un | Partido pode apresentar muitos candidatos e corer o rsco de no elege nenhum, caso a dispersdo dos votos entre eles seja muito grande. Como © sistema ndo permite a transferéncia de votos de um candidato para outro, em certas situagdes um partido pode perder votes; iss0 ocomre {quando um partido apresenta um nimero reduzido de candidatos e estes recebem votagdes muito superiores & necessiria. 0 sistema de voto nico ‘nBo-transferivel foi uilizado no Japlo entre 1946 e 1992, Lo eR eee 0 sistema de dois turnos Os sistemas de dois surnos, quando utilizados nas eleigbes para a Cimara dos Deputacos, guardam caracteristicas semelhantes com 0 sistema de maioria simples: 0 pais & dividido em districos eleitorais uninominais; cada partido pode apresentar um candidato por distri- (0; 05 eleitores podem votar em um tinico candidato. A principal diferenca é a exigéncia de que um dos concorrentes obtenha a maio- ria absolura (mais de 50%) dos votos, Caso isso nao ocorra, os can- didatos mais vorados disputam uma nova eleigio. O sistema de dois turnos ¢geralmente empregado nas eleigées para o Executivo (ver “Os sistemas majoritérios nas eleig6es presidenciais”, mais adiante neste capitulo), mas a Franca e o Mali utilizam-no nas leigSes par- Jamentares. ‘A Franga ¢ dividida em 555 distros eleitorais uninominais (cada tum com cerca de 70 mil eleitores). Um partido apresenta um candi- dato por distrito ¢ 0 candidato que recebe a maioria absoluta dos votos esté eleito. Quando isso no acontece, uma nova eleiczo (se- gundo turno) ¢ realizada uma semana depois. No segundo curno, podem concorrer todos os candidatos que receberam mais de 12,5% do otal de vows dos eleitores inscricos. E interessante observar que, como existe a possibilidade de mais de dois candidatos dispurarem o segundo turno, um depurado pode se eleger com menos de 50% dos voros. Entretanto, ¢ redu- zido 0 niimero de distritos no qual mais de dois candidatos dis- puram o segundo turno, Nas eleigées de 1993, por exemplo, em apenas 15 diseritos (3% do total) houve uma dispura entre trés candidatos." Uma caracteristica singular das eleig6es Francesas ¢ a auséncia de cédula eleitoral oficial. O eleitor recebe uma cédula — que deve conter 0 nome ea filiagéo do candidato, mas pode ter outras infor- ‘mages, como slogans de campanha e informagGes sobre o candidato — do partido de sua predilegio e a deposita na cabine oficial (Figu- 12 A-2, no anexo A). ‘Assim como os defensores do sistema de maioria simples, os adeptos do sistema de dois turnos enfatizam as virtudes dos distri- ‘08 uninominais: garancia de representago de comunidades no Par- amento e maior capacidade de controle da atividade do represen- ante, Mas eles acreditam que o sistema de dois curnos tenha oucras vantagens, ‘A primeira € garantir que 0s candidatos serfo eleiros com vora- Ges expressivas. Como vimos, no sistema de maioria simples € possi- vel que um candidato, mesmo tendo recebido uma voragao reduzida, scja cleito em um distrito. O sistema de dois turnos assegura que © clcito tenha mais de 50% dos votos (quando apenas dois candidacos dispuram o segundo curno), ou voragao expressiva (quando mais de dois candidatos concorrem no segundo turno). ‘A segunda vancagem é 2 tendéncia a favorecer os partidos mais moderados, em detrimento dos partidos que se posicionam nos ex- ‘tremos do espectro politico; um partido extremista tem mais dificul- dade de fazer aliangas entre o primeiro € o segundo turnos para ober apoio dos partidos mais moderados. Nas cleigbes para a Cimara dos Deputados (Assemblé Nationale) dois partidos tém sido frequente- '6Golde, 1993. 26 mente sub-representados: o Partido Comunista Francés (esquerda) 4 Frente Nacional (extrema direita). Nas eleig6es de 1993, por exem- plo, os comunistas receberam 10% dos voros e ficaram com 6% das cadeiras, enquanto a Frente Nacional, apesar de cer obtido 13% dos votos, ndo elegeu nenhum depurado.”” A vit6ria obtida por maioria absoluta no distrito no garante que no Ambico nacional um partido obterd mais de 50% da repre- sentagio parlamentar. Nas nove eleigées com o sistema de dois tur- Nas duas eleigBes em que um partido obteve mais de 50% de cadei- 135, ele o fex por intermédio de maiorias manufaturadas: em 1968, 0s gaullistas (arual RPR) receberam 38% dos votos e 60% das ca- deiras; em 1981, 0 Partido S ‘com 57% das cadeiras. isca, com 37% dos voros, ficou 0 voto alternative Uma outra versio de sistema majoritério € 0 voto alternative, utilizado nas eleig5es para a Camara dos Depurados (House of Representatives) da Austrdlia, desde 1918. O voto alternativo ga- ante que todos 05 eleitos receberso maioria absoluta dos votos sem necessidade de realizar uma nova eleicio. O segredo é a utilizacio de um método de transferéncia de votos dos candidatos menos vo- tados para outros, A Austeilia ¢ dividida em 148 distritos eleitorais uninominais (cada um deles com cerca de 79 mil tores). Cada partido apre- eS ee ee " Fareel, 1997551. "8A eleigo de 1986 ndo foi levada em consideragio, pois uilizouo sistema pro. porcional Mackie e Rose, 1991, senta um candidato por distrito, Mas no lugar de dar um tinico voto para um determinado candidato, o eleitor tem que ordenar 108 candidacos; ao lado de cada nome é colocado um ntimero de acordo com a preferéncia do eleitor: 1, 2, 3, 4 (Figura A-3 no ane- x0 A). O voto s6 é considerado valido se o eleitor ordenar todos os candidatos. candidato que recebe mais de 50% dos voros em primeira preferéncia é eleito. Nas situagées em que isso no ocorre hi um sis- cema de transferéncia das cédulas do candidaro menos vorado, que & eliminado, para os outros. Se apés esta transferéncia um candidato obtiver maioria absoluta ele estard eleito. Se no, uma nova rodada serd realizada, novamente transferindo as cédulas do candidato me- 1nos vorado para os outros. O processo ¢ interrompido quando um dos nomes atinge a maioria absoluta. A tabela 2 apresenta o processo de transferéncia em um dis- «rico eleitoral (Hinkler) da Austrélia, nas eleig6es para a Camara dos Deputados em 1998. Como nenhum candidato recebeu mais de 50% das primeiras preferéncias, a candidata com menos voros (Cindy Rolls) foi eliminada ¢ os 309 votos (cédulas) que ela rece- beu foram para os outros. Como apés a primeira distribuigo ne- hum dos candidatos recebeu maioria absoluta, foi necessério re- alizar mais uma rodada de transferéncia: 0 candidato Ray Pearce foi climinado ¢ os seus 1.187 votos (cédulas) foram transferidos para os outros. Observe que nessa fase o candidato transfere tam- bém as cédulas que ele recebeu na primeira rodada: nesta situa- ‘slo, 0 que conta sio as preferéncias seguintes assinaladas na cédu- la, O processo foi reperido mais duas veres para transferir 0s 2.235 vvotos de Lance Hall ¢ 0s 14,410 de Marcus Ringuet. Ao final, Paul Neville foi eleito com 36.423 voros. E interessante observar que © candidato cleito nfo recebeu a maioria das primeiras preferéncias « s6 passou para a primeira posigéo quando o candidato Marcus nado. Ringuet foi Alito o 36.423 35.933 cn 48877 45.533 Teaset- i concen 14.410 Eliminado 27.546 30.400 Trarsre- tv +987 se $807 2.235, Eliminado 3 cewracin 26.039 29.413 13.969 Tabela 2 sistema de voto alternative: distrito de Hinkler (Queensland), Tease 223 4353 iminado 4169 4442 2 26.516 29.060 87 13.800 1.793 comean es para a Camara dos Deputados, 1998 eleig Toansre- 5 439 “8 +61 nc | +16 309 Fliminada ” 26.471 29.021 139 1.677 Resultado de uma eleigio com o si 13.739 (Partido Teaalhista) Ray Pearce (Partido Democrata (Conseth Eleitoral os Cidaddos) (Partido Nacional) Australano) Chery Dorron (Nacio Unica de Hanson) (Partido Vere) Wareus ror Paul Neville Lance Hall Cindy Rotts Fonte: Fal, 20158, processo de transferéncia do sistema de voto alternativo difi- cculta a eleigio de candidatos com force rejeicio, mesmo que estes recebam uma boa votagio em primeira preferéncia, Por isso, os part- dos colocados no excremo do espectro partidétio tém chances muito ais reduzidas de eleger seus representantes. ( sistema de voto alternativo adotado na Austrdlia garante que © candidato eleito no distrto tena alta representatividade, mas nao climina as distorgbes entre a votacio ¢ a representaco dos partidos na Camara dos Deputados. Nas eleigbes de 1996, por exemplo, os dois maiores partidos receberam vorag6es similares, mas ficaram com tum niimero de cadeiras muito diferente: 0 Partido Teabalhista rece- beu 39% dos voras em primeira preferéncia ¢ ficou com 33% das cadeiras, enquanto 0 Partido Liberal, com 39% dos votos, obteve 51% das cadeiras® Os sistemas majoritérios nas eleicdes presidenciais ‘A formula majoritéia é utilizada para a eleigio de presidentes de diversos pases. Israel € 0 tinico pats que elege o primeiro-miniscro por eleigio popular" O quadro 1 apresenta o sistema eleitoralutili- 2ado para a cleicéo presidencial em 31 paises. Nos EUA, o presidente nfo é eleito diretamente, mas sim por um colégio eleitoral. Na Boli- via, a Camara dos Deputados escolhe entre um dos dois candidatos ‘ais votados nas eleig6es populares. Mas em todos os outros paises 0 presidente € escolhido exclusivamente pelo voto popular. O sistema mais utilizado € 0 de dois turnos, que estabelece um patamar minimo de votos para a vitéria no primeiro curno; caso nenhum candidato atinja esse pacamar, uma nova elei¢io ¢ realizada com apenas os dois mais vorados no primeiro cumno, 2Mackerrase MeAllies, 1997. 2" Israel lege dizetamente o primeiro-minsto pela primeira vex nas elegbes de 1896, O sistema adorado ¢ de dois euros: se nenhum candidto recebermaicria sbsolura dos voto na lego, ser elizado um novo pleizo com os dois andida- 10s mais vordos. Sobre o sistema de nel, vee Asher (1996). 30| Quadro Sistemas eleitorais para eleigdes presidenciais Ss eae pte no wae ase 0 sean00 Pais ‘roa Tum PME 052 COEDS Hats ozs Argentina Deis turnos Um eanciato receber mais de 45 (01 pelo menos 40%, com 10 pon fusteia Um candidato receber mais de 50% Benin Um candidato receber mais de 50% Bal Bra Dots turnos Um candidato receber Bulgéria ovis turnos Um candidato receber ni Doisturnos Um candidatoreceber mais de 50% Coréia do Sul Maria simples Costa Rice Um candidato receber mais de 40%, Salvador Um candidate receber mais de 50% Eslovéquie Dols turos Un candidato receber mais de 50% ua Os eleitoreselegem elogades que eleger 0 presidente Fitpinas ——_atorla simples Finléndia Dots turos [Um candidato receber mais de 50% Franca Dots turnos Um candidato receber mais de 50% Honduras Matoria simp Tanda oto alternative Madagascar Dots turnos Um candidato receber mais de 50% Mali Dojs tumos Um candidato receber mais de 50% Mexico Maioria simples Mocambique Dats turnos Um candidato receber Nicarégua Un candidato receber (04 pelo menos 35%, com 5 pontos percentuais a mais do que segundo ‘roe, "UR BARE C5 Sars NEAT HA WAS Dois tumnos Um eandidato receber Dots tumas Un candidato receber m Suenos Un candidato receber mais de 50% uenos Um eandidatoreceber mais de 50% Rissia Dots turnos Um candldatoreceber mais de 50% Taiwan Natori simples Uerdnia Dots turnos Um candidate receber mais de 50% Uruguai Dots turnos Venezuela Maiora simples Fonte 8 002 Os BUA elegem o presidente por intermédio de um colégio leitoral,e ndo diretamente, como outros paises. Atualmente, 0 colé- gjo eleitoral é composto de 538 representantes (delegedos).” O nic ‘mero de delegados de cada estado no colégio é 0 mesmo que a soma de seus senadores e representantes na Camara dos Deputados. Em de nomes que serio os cada estado, os partidos selecionam uma representantes nas eleigbes do colégio eleitoral Com excegio dos estados do Maine e do Nebraska," 0 sis- ado em cada estado é 0 voto em bloco partidé- leitoral dos BUA, ver Edwards I], Waterberg ¢ Lineberey, (2000:326-327) ae 0 Distrito de Coldmbia tem rts delegados no colégio eletor 24No Maine eno Nebraska, o candidto a presidente mas voado em cada disco letra lege um dlegado. O candidato mais voado no estado elege dis dleacos. delegados no colégio eleioral,e 0 candidato mais vorado Id elege 0s 54 nomes de seu partido. Observe que no importa o percen- tual de voros: 0 candidato vitorioso elege todos os representantes, Os delegados ndo sio obrigados a vorar no candidato do partido, mas slo raros 0s casos em que isso nfo acontece. Os delegados encontram-se nos seus estados no més de dezembro do ano da cleigao c enviam seus votos para o vice-presidente (que é também presidente do Senado). Os voos so contados em janeiro do ano seguinte na abercura dos trabalhos do Congresso. Caso nenhum dos candidatos obtenha maioria absoluta dos votos dos delega- dos, a Cimara dos Deputados tem a liberdade de escolher entre os {és nomes mais vorados nas eleigbes. O sistema de escolha do presidente dos BUA dé peso demasia- do aos grandes estados (Califérnia, Texas, Nova York, Michigan, Penslvania, Flétida, Ulinois ¢ Ohio) na campanha. Como a regra cotabelece que 0 candidato mais vorado conquista todos os delega- dos, hé maior incentivo para concentrar os recursos eleitorais (weiculagio de programas na TV, visitas) nesses estados, sobretudo quando a clei¢do est muito disputada, Outro aspecto importante do sistema do colégio eleicoral nor- te-americano é que 0 candidato eleito pode no ter maioria nas ur- ‘as. Isso aconteceu quatro vezes na histéria dos EUA, a tltima em 2000: George W. Bush obreve cinco cadeiras a mais do que Al Gore (271 2.266), embora tenha perdido as eleigBes populares por cerca de 500 mil voros.s O sistema de maioria simples ¢ utilizado nas eleigbes presi- denciais do México, Filipinas, Veneauela, Coréia do Sul, Honduras ¢ Taiwan. A mesma critica feita ao sistema de maioria simples uti- lizado nas eleigbes para a Cimara dos Deputados — a possibilida- de de um candidato ser eleito com um percentual reduzido de vvoros — também se aplica 20 caso das eleigbes presidenciais, Nas cleigées para presidence da Venezuela em 1993, por exemplo, 0 candidato Rafael Caldera foi cleico com 31% dos voros, mas seus adversérios obtiveram votag6es muito préximas as dele: 24%, 24% © 21%. O sistema de dois tunos & 0 mais utilizado nas eleigées presi- denciais: Austria, Benin, Brasil, Bulgéria, Chile, Republica Dominicana, El Salvador, Franga, Finlandia, Madagascar, Mal Mocambique, Polénia, Portugal, Roménia, Russia, Eslovéquia, ccna e Uruguai. Em todos esses paises a regra ¢a mesma: os part dos apresentam um candidato nas eleig6es presidenciais;caso um deles receba maioria absoluta dos votos,é eleito; do contrério, um segundo turno é realizado com apenas os dois candidatos mais vorados. Na Bolivia, um candidato também precisa receber mais de 50% dos vo- tos para vencer no primeiro turno, mas a disputa do segundo turno é feica de forma indireta: a Camara dos Deputados escolhe um entre 0s dois mais vorados. A vantagem do sistema de dois turnos, quando apenas dois candidars pacicipam do segundo curno, & que o presi dente é sempre eleito com o apoio de mais da metade dos eleitores ‘que foram as urns. ‘A Argentina, a Nicardgua ea Bolivia adotam variances parti- culares do sistema de dois turnos. Na Argentina, para um candi dato se eleger no primeiro curno ele tem de satisfazer uma das seguintes condigées: receber pelo menos 45% dos voros, ou rece- ber pelo menos 40% dos votos, com uma distincia de pelo menos 10 pontos percentuais em relacf ao segundo colocado. Na Nica- gua, um candidato é vitorioso no primeiro turno se obtiver pelo ‘menos 35% dos yoros, com mais de cinco pontos percentuais em relagio ao segundo colocado, 25 Noni, 200461, Landmann, 1995, 34) No Brasil, entre 1945 e 1965, os chefes do Executivo (presidente, ‘overadoreseprefeitos)eram escolhidos pelo sistema de maria simples, Os presidentes eleitos nesse periodo receberam as seguintes votagées {em pereentual dos votos validos): Eurico Gaspar Outra, 55%; Getil ‘Vargas, 49%; Juscelino Kubitschek, 36%; Jénio Quadros, 48% A Consttuigao de 1988 optou por duas regras eleitorais diferentes, 0 residente, os governadores e os prefeitos de cidades com mais de 200 iil eleitores séo eleitos pelo sistema de dois turnos; para no haver Segundo tumo, um candidato tem de receber mais de 50% dos votos no Primeiro tuna. Os prefeitos de cidades com menos de 200 mil eleitores ‘80 eleitos por maforia simples. Nias eleigbes presidenciais de 1989, Fernando Collor de Mello obteve 31% dos votos no primeio turno e 53% no segundo, Nas eleicdes de 1994 e | | de 1998 ndo houve necessdede de um segundo turno, ois Femanda Henrique Cardoso recebeu, respectivamente, 54% e 53% dos votos. Em 2002, Lui Inécio Lula da Sitvarecebeu 46% dos votos no primeiro tuo © 61% no segundo, | No sistema de dois curnos, ocasionalmente um candidao que tena chegado em segundo lugar no primeico turno acaba vencen- do no segundo, Nas eleigdes para presidente de Portugal em 1986, or exemplo, o candidato Diogo Freitas do Amaral foi o mais vota. do no primeira turno, com 46% dos voros, 0 segundo colocado, Mirio Soares, obteve 25%, No segundo turno, Matio Soares foi eleito com 51% dos votos.” Um fator decisivo na dispuca em dois urnos ¢ a posicdo ideolégica e 0 grau de rejeigdo dos candidatos Se passaram para o segundo turno: candidatos de partidos que ‘ocupam os extremos do espectro partidario e que tém alto indice de ® Mackie « Rose, 1991:376. tejcigio encontram mais dificuldades quando participam da dispu- 12 do segundo turno. ji . © padeto de coaiato dos pacidos em uma lego presdencial é também influenciado pelo sistema eleitoral adorado. Na férmula de saiotia simples, os partidos tendem a fazer aliangas antes das elei- {96es; com isso, muitos partidos pequenos nfo chegam sequer a apre- sentar um candidaro, Na formula de dois turnos, os pequenos parti- dos tém mais incentivos para apresentar seus candidatos, pois podem fazer aliangas com 0s maiores no segundo turno. A expectativa € que as eleigbes sejam disputadas entre um atimero maior de candidatos no sistema de dois turnos do que no de maioria simples. Capitulo 2 A representacao proporcional [Noo vejo por que os sentimentos eos insereses gue organizam os bomens segundo localidades seriam os inicos que se julgasem dignas de representagdo, ou por que individuos que tim outros rentimentoseintereses @ que emprestam ‘mais valor do que aos geogrdficos a ees se Limitasem como principio tinico de elanifcagao politic (oha Seuare Mil) A f6rmula proporcional tem duas preocupagies fundamentais: asse- {gurar que a divesidade de opinises de uma sociedade eseja rfl ‘no Legislaivo e garantir uma correspondéncia entre 0s votos recebi- dos pclos partidos e sua representagio. A principal vireude da repre- sentagio proporcional, segundo seus defensores, estaria em sua capa cidade de espelhar no Legislativo todas a preferénciase opiniges re- levantes existentes na sociedade. O inspirador dessa concepcio foi o lider politico francés Mirabeau, que, durante a Constitute de Provenga, em 1789, defendeu que a fungio do Parlamento era refleti © mais fielmence possvel as feigbes do eleitorado, ral como um mapa eproduz 38 geogrfcos de um cevitéio (Os sistemas proporcionais procuram garantir uma eqlidade ma- temética entre os voros ¢ as cadeiras dos partidos que dispuraram uma eleigio, Por exemplo, um partido que recebesse 159% dos voros ficatia com um percentual de representagio préximo a 15%. Este € em miniatura os diferent 38 Casts, 1980. uum dos argumentos tradicionalmente mobilizados pelos defensores da representaco proporcional, embora, na prética, a maior ou me- ror correspondéncia (proporcionalidade) entre votos e cadciras de- penda de uma série de farores. Atualmente, a representacio propor cional ¢ largamente utilizada na Europa (Aust Dinamarca, Irlanda, Espanha, Finlandia, Grécia, Noruega, is Sulga, Suécia ¢ Trg América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, El Salvador, ) « em alguns paises da Aftica (Aftica Honduras, Nicarigua e Urugs do Sul, Benin e Mogambique). xistem duas variantes de representacio proporcional: 0 voto ‘nico ransferiveleo sinema de lista. O voto sinico mansfrtvel tem como ito garantit que as opiniSes relevantes da sociedade (abrigadas 8) estejam no Parlamento. O sistema de lea procu- as do Parlamento utilizando os partidos como uunidade fundamental. No primeiro caso é calculada uma quota de votos que cada candidato deve atingir para ser representado, No se- gundo, é calculada uma quota que cada partido deve atingis. 0 voto dnico transferivel (O jutista Thomas Hare publicou, em 1859, 0 livro Tratado so- dre eleigdo de representantes, parlamentar e municipal, que teve grande impacto sobre 0 debate politico de meados do século XIX. Nessa obra foi apresentada uma das primeiras propostas sistemiéticas para o funcionamento da representacio proporcional, ou personalizada, como preferia Hare.” Para ele, o propésito fundamental de um siste- ‘ma eleitoral era assegurar a representagio das opinies individuais, ¢ nao das comunidades ou partidos politicos. Por isso, os veriam tet a mais ampla possibilidade de excolha nao s6 de partidos, res de- )p6s em 1855 uma Firma ue nfo tere tanto impacto no debate ral propor ropes. ional semelhan ‘mas, sobretudo, de seus representantes individuais. Hare achava in- concebivel que as opinides dispersas pelo pats nao estivessem repre- sentadas no Parlamento somente porque nfo estavam confinadas 2 uma drea geogrifica. (O modelo de representacio proposto por Hare recebeu o apoio centusiéstico de John Stuart Mill. Em O governo represensativo, obra de 1861, Mill defendeu a introducio do sistema eleitoral proposto por Hare como forma de viabilizar 0 governo representative moder- no. Mill riicava o sistema eeitoral majoritétio em vigor na Inglater- 1, por apenas & representagio das comunidades e nfo permitir que o snto chegassem 20 Parlamento. Ele acreditava que 0 clevar 2 qualidade dos parlamentates britinicos: ‘Acualmente, conforme todo mundo admite est se ornan- do cada vez mais dftcil a qualquer um que s6 possui talento « cardcer conseguir entrar para a Casa dos Comuns. Os ini- os individuos que conseguem se elegersf0 0s que possuem. influéncia local, que abrem caminho por meio das despesas cexageradas ou que, a convite de rés ou quatro negociantes cou advogados, si enviados por um ou dois grandes partidos dos clubes de Londres como homens cujos voros © pode contar em rodas as circunstincias. Pelo sistema do st. Hare, 0s que nfo gostassem dos candidatos locais, ou que fo. conseguissem eleger o candidato local de sua preferén- cia, ceriam a faculdade de encher a cédula com uma escolha de todas as pessoas de reputagio nacional, constanesd de candidatos, oom eujos prineipios politicos simpatizassem. jar a representagio iticos de rema proposto por Hare poderia sistema eleitoral proposto por Hare foi o embriio do que ‘mais carde seria conhecido como 0 voto tinico transerivel, embora na versio original as cleig6es devessem ser realizadas em um tinico discri- to nacional, e no em pequenos distritos © voto tinéco rransfrtveléutilizado nas eleigbes para a Cimara Baixa da Iclanda desde 1921. O pais € dividido em 41 discritos clei- torais (com uma média de 67 mil eleitores por distrito), cada um deles elegendo és, quatro ou cinco representantes. Um partido pode apresentar um nimero de candidaos igual & magnitude do discrito. Por exemplo, em um distrito com trés representantes na (Camara dos Deputados, 0 partido pode apresentar até trés candida- os. A maneira do voto alternativo, os eleitores podem ordenar suas preferéncias na cédula, assinalando o niimero 1 20 lado do nome de sua primeira preferéncia, 2 ao lado da segunda, ¢ assim sucessiva- mente, independentemente do partido de cada candidato (figura Ac4, no anexo A). processo de apuragio do sistema de voto tinico transf Le bastante complexo. O primeiro passo ¢ calcular uma quota (voros/ cadciras +1) em cada distrito." O candidato cujos votos em primei- ra preferéncia atinjam ou ultrapassem a quota é declarado leito. Sal~ vvo se todas as cadeiras do distrito tiverem sido preenchidas dessa ma- neira, 0 processo de transferéncia das cédulas ¢ acionado, Inicialmente, os votos em excesso (acima da quota) do(s) candidato(s)eleico(s) sio transferidos. Vejamos como se daria o pro- cesso de transferéncia em uma elei¢io hipotética com quatro candi- datos (A, B, Ce D) e quota igual a 12. O candidato A, com 18 vores, setiaeleito ¢ os seis votos recebidos acima da quota seriam transferi- dos, Digamos que as segundas preferéncias dos eleiores de A se dis- tribuissem da seguinte maneira: nove voros para 0 candidato B, seis para C e trés para D. Como os votos sio alocados proporcionalmen- te, 05 seis votos seriam distribuidos assim: «és para B, dois para Ce tum para D. A diivida é quais cédulas seriam transferidas? Na Ilanda, BT Na lands € ucliada a quate Droop (ver anexo B). as que estio na parte superior da pilha so retiradas ¢ transferidas pata as pilhas dos outros candidatos. Quando nao hé votos em excesso, ou estes nfo sto suficientes para que outros candidatos atinjam a quota, outro processo de trans- feréncia é utilizado: 0 nome com menor ntimero de primeiras prefe- réncias é eliminado seus votos sio transferidos para outros candida- tos ~ esse processo € scmelhante ao utilizado na apuragdo do voto alternativo (ver capieulo 1). Os dois processos de transferéncia (dos ‘votos em excesso dos candidatos eleitos ede eliminagéo do candidaro menos votado) so utilizados sucessivamente até que todas as cadei- ras do distrito sejam preenchidas. voto dinico transferivel permite um grau de escolha no en- contrado em qualquer outra variante de sistema eleizoral. Os eleivores podem votar em candidatos de diferentes partidos ¢ ainda ordené-los de acordo com sua predilegéo, Outra vantagem do voto nico trans- ferivel, quando comparado com o sistema proporcional de lista aber- ta, € que o eleitor rem controle sobre a naturcza da transferéncia de seu voto: na lista aberta um voro pode ajudar a eleger um candidate para o qual nao se tem simpatia; no voto sinico sransferivel a transfe- réncia dos votos ¢ feita exclusivamente para os nomes especificados pelo eleitor. ‘A inexisténcia de uma agregacio de voros dos candidacos de jum mesmo partido ¢ a auséncia de uma quota para distribuir as cadeicas entre os partidos revelam que o propésito fundamental do voto sinico transferivel nfo & garantir uma proximidade aritmética centre 0s voros ¢ as cadeiras dos partidos. © propésito desta versio de representagio proporcional é assegurar que as opini8es relevan- ces da sociedade estejam recratadas no Congresso. Segundo os de- fensores do voto tinico transferivel, oeleitor teria a opgio de priorizar uma série de escolhas que em muitos casos “atravessam” os parti- dos: decerminadas quest6es (ecologia, direitos humanos, combace & violéncia, por exemplo); prioridade a candidatos da mesma frea ea 1 RePnEsenagho PeavoRcionst 4a representantes de segmentos sociais especificos (mulheres, jovens, grupos étnicos, por exemplo). A representacéo proporcional de lista Até 05 anos 70 do século XIX, as principais erticas as diversas vyers6es de sistema eleitoral majoritério em funcionamento nos paises curopeus derivavam dos argumentos apresentados nas obras de ‘Thomas Hare e John Stuart Mill. Na década seguinte, o belga Victor D'Hondt propés uma nova forma de levar a efeito a representacso proporcional, baseada no pri tum sistema el ir a representagio das opiniSes da dade expressas pelos partidos p do apresentaria uma lista de candidatos para as eleigdes, ca distribui- (fo das cadeiras em disputa seria feita de acordo com os votos dados em cada lista parcidasi, A conferéncia internacional sobre reforma eleitoral, realizada nna Bélgica em 1885, na qual estiveram presentes delegados de diver- 505 palses da Europa, adotou o sistema apresentado por D'Hondt como modelo de representasao proporcional, As resolugbes da confe- séncia foram: A Conferéncia Internacional sobre Representacio Propor- cional, convocada pela Associacio Reformista Belgae reu- nida em Ancuéspia nos dias 7, 8 ¢ 9 de agosto de 1885, resolve: 1. que o sistema de eleigses por maioria absoluta viola a liberdade do eleitor, provoca fraudee cortupsio, c pode dar uma maioria de cadeiras para uma minoria do eletorado; 2. que‘ representagdo proporcional €0 tinico meio de asse- gurar poder para uma real maioria do pais, e uma voz efeci- va para as minorias,e exata representagio para todos os gru- s. Na sua proposta, cada par pos si 3. que, embora as necessidades particulares de cada pals e- jam reconhecidas,o sistema D’Honde de lista com adotado pela associagio belga, é um avango considerivel cem relagio aos sistemas propostos anteriormente ¢ consti- tui um meio eficiente e pritico de atingir a representagdo proporcional. ‘A Bélgica foi o primeiro pais a adotar a representagso propor- cional de lista nas eleigBes para a Camara dos Depurados, em 1899, Nas duas primeiras décadas do século XX, outros paises cextimulo para a adogéo da representacio proporcional. Em alguns palses, como a Dinamarca e a Suécia, ela foi defendida pelos partidos conservadores, que temiam ser prejudicados pela adocio do suftégio universal, Em outros, como a Alemanha ea Itilia, ela foi patrocinada pelos partidos socialisas, que eram os grandes prejudicados pela me- (© mecanismo para a distribuicgo de cadeiras do sistema pro- nal de lista € aparentemente bem simples: cada partido (ou latos; os votos de cada lista proporcionalmente a votagao obtida pela lisas as cadeirassio ocu- padas por alguns dos nomes que compéem a lista. Na prética, porém, cinco aspectos afetam a representacio proporcional de lista e tornam seu funcionamento um pouco mais complexo: 44) © a cléusula de exclusio; © as regras para a escolha dos candidatos da lista A formula eleitoral No sistema proporcional de lista € necessério utilizar alguma fécmula para distribuir as cadeiras de cada disttico entre os partidos. As formulas eleitorais podem ser divididas em dois grupos: maiores médias, que utilizam um divisor, e maiores sobras, que utilizam quo- cas ‘As férmulas de maiores médias dividem os votos recebidos pe- los partidos por mimeros em série. Feita a diviséo, os partidos que obtém niimeros mais altos véo ocupando sucessivamente as cadeiras dispuradas. As trés fErmulas mais utilizadas so a D'Hondt, a Sainte- Lagué'e a Sainte-Lagué modificada, Elas se diferenciam por conta da seqliéncia de divisores empregados. A formula D'Honde ¢ empregada em 18 palses que utlizam a representacio proporcional de lista (quadro 2): 0s votos dos partidos do divididos pela série 1,2, 3,4, 5 etc. A fSrmula Sainte-Lagué opera com uma série de niimeros impares (1, 3, 5, 7 etc.) ¢ € uilizada ape- ras no sistema misto da Nova Zelindia, A férmula Sainte-Lagué modificada diferencia-se da original apenas no primeiro divisor, que cm ver de 1 € 1,4 (1,4, 3, 5, 7, 9), © € utilizada na Noruega ¢ na Suécia. O anexo B mostra os detalhes de célculo dessas firmulas. As trés fSrmulas de maiores médias produzem resultados dife- rentes para a representagdo dos partidos. A frmula D'Hondt dé um bonus para 0 partido mais votado do distrito ¢, por isso, é a menos proporcional quando se comparam os votos ¢ as cadeiras dos part dos. A férmula Sainte-Lagué.produz os resuleados mais proporcio- eee 34 Para uma des sa desas e de outrasfSrmulas de wslinagfo mais nis. A Saince-Lagué modificada, ao aumentar 0 divisor de 1 para 1,4, diffculea 0 acesso dos pequenos partidos & distribuiggo de cadei- ado menos proporcional do que o obtido na 125, 0 que gera um res versio original. As férmulas de maiores sobras operam em dois estégios. O pri- ieiro €0 célculo de uma quora que seré utilizada como denominador da voragio de cada partido: quantas quotas um partido atingir, eantas cadeiras ele elegerd. Geralmente, apés a divisio dos votos de cada parti- do pela quota algumas cadeiras nfo slo preenchidas. O segundo esté- gio é a distibuigio dessas cadeiras restantes, que itSo para os partidos ccujos votos mais se aproximam do valor da quota (maiores sobras). A principal distingio das formulas de maiores sobras concerne 420 céleulo da quota. O total de voros pode ser dividido pelo mimero ras mais 1 (quota ‘A quota Hare € utilizada na Dinamarca, na Costa Rica, em Honduras, em El Salvador e no Benin. A Droop € empregada na Afiica do Sul, na Rept Em resumo: 1. quota Hate = voros/cadeiras; 12 quota Droop = voros/cadeiras + 1. As formulas eleitorais no Brasil favoreceu demasiadamente 0 partido mais votado em cada estado. Em | luge calelaa-se a quota Hare (conhecia na legistagéo como | 99 Erertamente falando, esa € a quota Hagenbach- Bischof A quota Droop origi ral & (amero de voros/nimero de cadeiras + 1) + 1.A diferenga é tio pequena _que, 8 mancca de oueros autores, consider’ as duas como quota Droop. Ver Blais. «eMassicoce (2002:67). Aividindo-se 0 total de votos de 2s votos em branco pelo nimero de cadsiras do distrito, ‘A quota funcionava como cldusula de excluséo, ou seja, um partido que | ao recebesse pelo menos o mesmo nimero de vatos da quota nBo poderia receber as cadeiras no distrito, As cadeiras no ocupadas na primeira | ‘alocacéo (sobras) eram destinadas exclusivamente para o partido mais votado no distrito eleitora. partidos (ou | A partir de 2950, houve uma ateracso nas reqras para distrbuigSo das | obras. A votacéo de cada partido passou a ser dividida pelo nimero de cadeiras que ele obtivesse na primeira alocagdo (pelo quociente eleitoral | mais 1. Por exemplo: um partido que recebesse seis cadeiras tera seu \votos divididos por sete, As cadeirasndo alocadasna primeira distribuiglo | ‘riam para os partidos com as maiores médias. Esse sistema funciona na ica como a formula O'Hondt de meiores médias alteragdo: desde 1998 os votos em branco deixaram de ser contabilizados | | : ‘no calcul do quociente el ‘A magnitude (M) dos distritos eos niveis para a alocacéo de cadeiras No capitulo 1 vimos que a representagio majo a, em geral, cm distros uninominais, enquanto a proporcional no pode sé-lo, A razio é simples: com apenas uma cadeita alocada s6 é possivel garantir a representacéo de um dos concorrentes. Dito de outra maneira, a férmula proporcional utilizada em um districo uuninominal funciona, na pritica, como um sistema majoritétio (0 mais vorado leva tudo). ‘A magnitude de um di oral & um dos aspectos mais importantes para garantir que os resultados de uma eleicio sejam pro- porcionais. Quanto maior a magnitude, mais fécil é para um partido obter representagdo. Por exemplo, em um distrito com M = 5 um partido que receber 15% dos votos nao elegerd nenhum representan- te; em um disttico com Mf= 10, este partido elegerd pelo menos um representante. Por isso, quanto maior a magnitude, maior tende a ser « proporcionalidade quando se compara o percentual de voros com 0 de cadeiras dos partidos. A Cimara dos Deputados da maioria dos paises & composca de representantes eleitos em diversos distritos eleitorais. Cada di ‘quase sempre esté associado as subunidades tertitoriais (provincias, estados, arrondissements, regides, cant6es) de um pats, Em Portugal, pot exemplo, a Camara dos Deputados (Assembléia da Repiiblica) é composta de 20 distros, 0 menor elegendo trés, 0 maior 56 deputa- dos; o célculo para distribuiio das cadeiras € feito em cada um desses locais. Além de Portugal, mais 14 paises utilizam exclusiva- mente os distritos locais para distribuir as cadeiras entre os partidos (ver quadro 2) A configuracio dos distr cional dos partidos. Nos paises em que a Camara dos Deputados ¢ composta predominantemente por distritos de baixa magnitude, ‘0s pequenos partidos tém menos chances de obter representagio ¢ 4 proporcionalidade tende a ser menor, Nas democracias nas quais os grandes distritos eleitorais sio predominantes, os pequenos par- tidos tém mais chances de eleger representantes ¢ a proporcion: dade tende a ser maior. Um caso extremo € 0 de paises como Israel locais afeta a representacdo na- ¢ Holanda, que co distrito eleitoral Além dos distrtos locais, alguns pafses adotam formas mais complexas de alocagio de cadeiras, com a presenca de um ou mais ios superiores so utilizados com trés 1 agregar as sobras apés a primeira rodada de alocaglo nos distritos locals; 36 Blaise Masicore, 2002-46-49. 48 O corrigit as distorgbes produaidas nos distritos locais; © alocar parte das cadciras de maneira independente dos distrtos locas. Os distritos superiores para agregacio das sobras sio utilizados na Republica Teheca, na Roménia ¢ na Grécia. O primeiro passo é uciizar uma quota para distribuir as cadeiras dos distitos locais. As cadeiras néo alocadas nessa fase sio agregadas no nivel superior e dis- tribuidas com base no somatério das sobras dos disttitos locais. Este mecanismo tende a aumentar as chances de representacio dos peque- ‘nos partidos, pois eles podem agregar os voros conquistadas em di- vers0s distritos loais. Alguns paises utilizam um distrito superior — composto por tum niimero de cadciras extras — com 0 propésito de coztigir as discorgdes entre votos ¢ cadeiras produzidas nos distritos locais. Um 0 superior corretivo € utilizado na Bélgica, Dinamarca, Norue~ ga, Suécia, Austria ¢ Aftica do Sul. ‘A Camara dos Deputados da Noruega (Storting) tem 175 ca- deiras: 135 ocupadas pelos representantes de 17 distritos locais e 40 uilizadas para corregio, O procedimento de distibuiggo de cadeiras segue estes passos © primeito, as cadeiras dos distritos locais so distribufdas entre os partidos de acordo com os votos recebidos em cada dis © a seguis, 0s votos recebidos pelos p somados nacionalmente; 2. as cadeiras totais (175) slo distribuidas entre os partidos segundo 4 vorasio recebida por eles em todo o pais; © compara-se a distribuicio resultant do prt terceiro; iro passo com a do @ a8 40 cadeiras corretivas so alocadas de modo a garantir uma alta proporcionalidade entre voros e cadeiras no émbito nacional.” 57 Mackie e Rose, 1991:509, E inceressante norar que cada distrivo local recebe as cadeiras extras de acordo com o peso de seus voros no resultado final das elei- «bes nacionais, Néo hé uma lista de candidatos que concorrem 20 distrto corzetivo, mas uma simples operago matemstica para tomar o sistema mais proporcional. Em uma terceira op¢io, os representantes do distrito superior so eleitos independentemente dos representantes eleitos nos di tos locais. A Cmara dos Deputados (Sejm) da Polénia ¢ composta por 460 cadeiras: 361 eleitas em distritos locas ¢ 69 distribufdas de acordo com a votagio nacional dos partidos. Esse sistema também ¢ utiliaado na Nicardgua e em El Salvador. Quadro 2 Ceracteristicas dos patses com representacio proporcional de lista Fema Ni vusre- — Coucagko Tio oF aus foro suo ne gos aN USA Aca do Sul Droop HS isi superior Fechada coretive Argentina Donat Fechata usta Oondt Flxivel Belgien DWondt_ Distrito superior Sim Fleet conetivo Benin Hare MS_—_—Disritos Leas Fechada Brasil DHondt__—istitos cats Sim_——_—Abeta Bulgin 'Hondt_——Dstrtos eels Sim_——_Fechada chile Donde sim Abeta Costa ica Hare MS Fechada Dinamarca Hare MS_—_Disrito superior Sim_——_‘flexel corretiva 50 Pats Salvador Espanha Finlandia Gr Holand Honduras Israel Mocanbique Nicarégua Nomvega Polénia Portugal Repabtica Teheca Republica Dominicana Roménia Suécia Sutge Turquia Uruguat Faux Hore MS D'Hondt D'Hondt Droop MS O'Honat Hare ms D'Hondt D'Hondt are MS Sainte-Lagué ‘modifcada D'Hondt D'Hondt Droop MS D'Hondt D'Hondt teLagué modificada D'Hondt D'Hondt D'Hondt iver rata sr supa o¢ cosas Distrito superior independente Distrito locais Distritos locals Distrito superior agrega as sobras Distrito anico nacional Distrtos locais Distrito nico nacional Distritos lacais Distrito superior independente Distrito superior corretivo Distrito superior ‘ndependente Distritos locals Distrito superior agrega as sobras Distritos locais Distrito superior ‘agrega as sobras Distrito superior comretivo Distrtos locais Distrito locais Distritos locais Fontes: Baise Massote, 20024049; Rae, 200. Coucagio sim im Sim Sim Tio ve Fechada Fechada Aberta Rexivel Fexivel Fechada Fechada Fechada Fechada Fechada Aberta Fechada Rexivel Fechada Fechada Flexivel Livre Fechada Fechads A cléusula de excluséo Como vimos, a magnitude ¢ a férmula eleicoral sao farores decerminantes para a representacéo dos pequenos partidos. Mas algumas democracias adotam uma cliusula de exclusio, um me- canismo que afeta de maneira mais explicica a representacio dos partidos. A cléusula de exclusio determina que um partido s6 poderd obter representacio caso receba pelo menos um determi- nado contingente de votos. Por exemplo, em Israel um partido precisa obter 1,5% dos votos nacionais para participar da dist buicéo de cadeiras da Camara dos Depurados. A cldusula pode também ser adorada somente nos distritos locais. Na Espanha, uum partido precisa receber 3% dos votos do distrito para garantie uma cadeira propésito da cliusula de exclusio é dificultar o acesso dos mentado, que afetaria a governat rimero relevante de partidos fica abaixo do patamar definido pela cléusula, © bénus para os maiores partidos ¢ ampliado ea proporcio- nalidade é reduzida. ‘Atualmente, a maioria dos paises que utiliza o sistema propor- cional de lista emprega uma cldusula de exclusio (ver figura 2). Oiro paises cém cléusulas nos distritos locais, seve no ambito nacional, ¢ Grécia, Polonia, Suécia e Roménia combinam clfusulas locaise na- cionais. E interessante observar que o Brasil também utiliza uma cliusula de exclusio nas eleigées para a Camara dos Deputados (o que opera em cada um dos distritos locais: ela quociente eleitoral varia de 1,4% em Séo Paulo 2 12,59% em Roraima ¢ em outros pe- quenos estados. Figura 2 Cléusulas de exclusio nos sistemas proporcionais de lista As coligagées* Em alguns paises (Brasil, Bulgétia, Bélgica, Chile, Dinamarca, Israel, Grécia, Polénia e Suécia) os partidos podem se unir (coligat) para disputar a cleicao para o Legislativo (ver quadro 2). Nessesc3s0s, 6s partidos mantém sua autonomia organizacional e apresentam uma lista prépria de candidacos nas eleigBes, mas tém os voros agregados para efeito do calculo das cadeiras ‘As coligacbes ampliam as chances de os pequenos partidos ob- terem representagio. Um partido que sozinho teria dificuldades de atingie 0 patamar minimo de votos exigido para a cleigio de um re- presentante pode se beneficiar da soma de seus votos com os de ou- tros partidos. [Nos palses que permitem coligacio, 0 processo de dstribuigéo de cadeiras ocorre em duas fises. Na primeira hé a distribuiglo das cadeiras do distritoeletoral entre 0 partidos as coligagées. Na segunda as cadei- ras conquistadas por uma coligacSo sio dstribuidas entre os partidos que a compuseram: cada partido recebe um niimero proporcional & conti buigdo que deu para 2 votagio tora da coligacSo, Por exemplo, imagine aque dois partidos coligados (A e B) receberam 10 cadeiras, Como o par tido A contribuiu com 60% dos votos da coligacio ele elegeria 60% das cadeiras (sts). As outras quatro itiam para o partido B. 2) ol myc dope Sea plea ha quanto para coli 4 ado 4 quota no ditto: Trquia da ota nacional: uti rondsements da pron ig ot ma pt ): Gea etna iste: Bast aa coatires) (ver acim) Romania ra celles) (ver acina):Polénia — iss dare coal (er sbi): Greco 2 (tanto para partidos. (er abe? Romén Eslov onal Nerves (1 praca 1 ra pr cies ep 1) tonal (ver acina) 12% no dst local (ver aca): Subci 7 da votago nacional 3 de votaczo nacional 0 nacional (ae 5% da otagbo nacional (6% racial | e nad de wotoson Si da votac 1.5% da votagio nacional: ae sd voto 5% da votago nacional tao is, 2 pe oi [6d vtagho ni 5 da vtacio nacional: Mocambique 3 da votago distal: Epa der —F 50% da quota ditt Costa ica “> 10% da votado nacional e tendo slang 5% da vta + 4 da votagio nacional (er abso): Sueia > od a /—* Teno ctido uma cde lca ou 4 /—> 33% da quota en 20 manos um dos /—+ 36 do litera no dst: Ax + Tendo acangado a quota no di + 4% da vlog nacional: Bugis —+ Fedo abtio ura ada eal \+ 49 da vetagio ou [+ 0.67% da votagbo nacional Paes Banos U— SS " mate alto 7 palsessSusciay Romenia Para obter uma cadetra em ni GtecasPoléniae Romania Para obter uma cadeira focal GtecasPoldniae ‘As coligagées nas eleides parlamentares do Brasil Nas duas fases de eleigies democriticas (1945-64) e (pés-1985), as coligagBes foram permitidas nas eleigdes parlamentares. A singulardade do Brasil & que ndo existe mecanismo de calculo intracoligacdo, ou sea, 8 palsestsueciar | No 10pies 9 pater ‘ica do Sl estado, Finn, Wonras, tad, Mearigu,PortsatRepicn omnia, Sug eUrgual 34 No Brasil o cermo colignsso passou a designar a aliangas eletoraiscelebradas centre of partidos, Tal pritica € conhecida ma literatura internacional por apparenterent, er francs, ou cartel, em inglés. Existe uma elgusula de exclusio? Fonte als e Masts, 2002352 as caderas conquistadas pela coligagdo ndo so distribuidas proporcion mente & contribuiggo que cada partido deu a votagao final Para eleger um representante, um partido tem de garar suficientes para posiconar-se entre os primeiros da somum que pequenos partidos, quando coligados com os maiares apresentem um nlimeroreduzido de candidatos e concentrem seus recursos le campanha para que estes tenham votacéo expressiva, A cambinacho de coligasto com a possible deo eletorvotar na legends, tl come acre no rai, produ estado curs, Ao votar | na legends, quando partido de sua preerénciaestécaigado, 0 elitor | ato guane que seu voto aude a slayer expciamente um rome do seu parc Na prtc, ese voto &canailizado apenas paa dein o total de ade obtdo pla clad, Como sao escolhidos os candidatos d ista Os procedimentos vistos anteriormente (formulas, tipos de dis- tusula de exclusio e coligagées) resolvem um problema: quantas cadeiras um partido receberd, Mas néo resolvem outro: quem, de cada partido, ocupard essas cadeiras. Por isso, o sistema proporcional ne- cessita de critérios para distribuir entre os candidatos de cada lista as cadeiras conquistadas pelos partidos. A principal distingao nas regras para seleco de candidatos no sistema de representagio proporcional é0 grau de influéncia dos par- tidos comparado a0 dos eleitores. No sistema de lista fechada os par- tidos definem antes das eleigBes o ordenamento dos candidates, ¢ os cleitores podem apenas vorar numa das listas. Outros modelos per- mitem algum tipo de intervengio do eleitor na definigéo dos candi- datos eletos (voto preferencial).” Nos sistemas de lista aberta¢ lista 290 terme vow preferencal designs os sistemas nos quaisoeleitor pode vorarem tum (ou mais) eandidacos) da lista paridéra re slo 0s cleitores que definem quais nomes da lista serdo eleitos. ‘caso mais complexo € 0 da lista flexivel, no qual os partidos apresen- ita de candidatos em ordem de preferén pode escabelecer preferéncia para candidatos espectficos. Lista fechada A lista fechada € 0 sistema mais usado entre as novas democra- Porcugal, Mocambique, Espanha, Turquia, Uruguai, Colombia, Costa Rica, Affica do Sul e Paraguai. Nesse modelo, os partidos decidem {es a ordem em que os candidatos aparecerso na lista O cleitor vora em um dos partidos e nao pode expressar preferéncia por um determinado candidato da lista. As cadiras que cada partido receber sero ocupadas pelos primeiros nomes da lista. Por exemplo, tum partido que obtém trés cadeiras id ocupé-las com os trés primei- ros candidatos da lista. Um modelo da cédula da Affica do Sul éapresentado no anexo A (figura A-5). Observe que o eleitor pode apenas vorar num dos parti dos, que sio identificados por simbolos e pela foto das lideranas. A lista fechada permite que o partido tenha controle do perfil dos parlamentares que sero eleitos e, assim, certos grupos dominan- tes no partido se beneficiem colocando seus quadros entre os primei- 10s nomes da lista. Mas, em outrassituag6es, & possvel que haja um equillbrio entre os varias segmentos do partido e a lista fechada con- te, por exemplo, com significatva participagio de mulheres €repre- sentantes de minorias étnicas, Nas eleig6es parlamentares da Aftica do Sul cealizadas em 1994, a lisa fechada garantiu a eleigdo de um Legislativo diversficado em vermos étnicos (negros de diversas etn, indianos ¢ brancos) ¢ com 25% de representacio feminina. ‘Aprincipal desvantagem da lista fechada ¢a impossibilidade de 05 eleitores influenciarem a escolha de represencantes individuais. Se 49 Reynolds, 1997. tum eleitor tiver preferéncia por um determinado partido, mas no pelos nomes que encabecam a lista, ele nfo terd como favorecer um. determinado candidato. Lista aberta No sistema de lista aberta cabe exclusivamente aos eleicores a igfo dos nomes dos candidatos que ocupario as cadeiras con- del nos quais 0 procedimento & 0 mesmo: cada partido apresenta uma lista de candidatos néo-ordenada ¢ o eleitor vora em um dos nomes;, 05 votos recebidos pelos candidatos da lista sfo somados ¢ para definir © ntimero de cadeiras conquistadas pelo partido; estas sero ocupadas pelos candidatos mais votados. Na Finlandia, na Polénia ¢ no Chile, para vorar em um determinado partido o eleitor ‘em necessariamente de vorar em um dos seus candidatos. Por essa rao, a lista aberta cende a “personalizar” a escolha eleitoral mais do que nos modelos de lista fechada e flexivel. Na Finlndia, por exern- plo, 4096 dos cleitores dio mais importincia & escolha de um nome do que & de um partido. Na lista aberta os partidos t&m fortes incentivos para atrait no- mes de liderangas ¢ personalidades com “alta popularidade”. Como a bancada final de um partido depende do somatério dos votos que cada candidato conquista individualmente, quanto mais nomes ex- pressivos 0 partido si para favorecer a eleigio de uistar tantos voros quanto outros nomes com force apelo eleitoral ‘Uma das principais criticas softidas pela lista aberta é que ela «stimularia 2 competigio entre os candidatos de um mesmo partido, imaiores as chances de eleger uma bancada itados lerangas partidérias incapazes de con- ificativa. Por outro lado, 0 partido tem mecanismos 41 0 Bias € x excepo. Para mais deahes, ero boxe “A lista aberea no Bra Gallagher, Laver ¢ Mair, 2001:314, pritica que enfraqueceria os partidos na arena eleitoral. Como o ni- mero de candidacos é maior que o de cadeitas que 0 partido conquis- card, haveria uma disputa para ficar entre os primeitos da lista, A lista aberta no Bra 0 sistema de lista aberta € utilizado nas eleigSes para a Camara dos Deputados, assembléias legislativas e cimaras de vereadores desde as eleigdes de 1945. Até 1962, 0 voto era necessariamente dado a um candidato, j& que no exista a possibilidade de voto na Legenda. | o sistema de sta aberta em vigor no 8 | Diferentemente do que ocorre na Fin! | eletr base tem a opto devotarexusvamente em um partido {voto de Legenda). Nese case, voto € contablizado para a Ines no fet a ispta entre os candidates ugh das cad | a ata | outa snguaridade€ formacSo de uma Giea sta de candidates quando tes partidos exto calgads. Pela sistema en vigor no Br Canditatos mais votads, independentemente do partido 20 qual | seni, capo aan ta. que também permite colgagbes na elites partamentares, os partidos s unem apenas para # Cader, Con hi un dstibuigso proporional dese cali, osnomes mas vlads de cata pari (eno da cle | se legen 1 Difkrencemene do cletor de ours ples, obras nf defont orm uma cédula com rodos os candidstos, ssinalandoaquele de sua predileo, No Bra, ata srdogio da uma cletnia, 0 eeeor daha de escrever 0 nome ov o nimero de seu candidaco na cédula de papel (gura A6, no ancxo A). Por iso, José Giusti Tavares (1998) prefre casita sistema leon brasiere como wie ninanaleninando commer de oro preference de cada eleor.Ainda que eletor nfo se deftonasse om uma ia de candida na cfu depepl (agora na urna enc}, sic deapuragio seria ode lis, oro prev a denominaio lite aber, Na Polonia na Fi ado na Sufga, conhecido como lista livre, oferece ao eleitor um niimero maior de escolhas do que a lista aberca, Os partidos apresentam uma lista nio-ordenada de candidatos eo eleitor pode vorar em um partido ou em um ou ‘mais candidates. E permitido vorar em um nimero de candidacos igual & magnicude do distrito; por exemplo, num distrito com cin- co representantes o eleitor pode escolher até cinco nomes. Os clei- tores sufgos tém, ainda, a opcio de vorar duas vezes no mesmo can- didaco (acumulagio) ¢ de vorar em candidatos de diferentes parti- dos (panachage). O recurso 20 panachage € pouco utilizado: em elei- ‘6es recences, apenas 8% dos eleitores voraram em candidacos de partidos diferentes. No processo de apuraclo, os votos dos candidatos de cada lisca so somados ¢ 0 total é utilizado para distribuir as cadeiras entre os partidos — quando o voto é dado para o partido, cada candidato da lista recebe um voro, Os nomes com mais votos de cada lista ocupam as cadeiras conquistadas. Lista flexivel A lista flexvel oferece ao eleitor a possibilidade de intervir no cordenamento dos candidatos feito pelos partidos antes das eleigées. ‘Caso os eleitores concordem com a lista, eles voram no partido. Caso ‘Go concordem, podem indicar a preferéncia por determinados can- didatos, o que é feito de duas maneiras: ssinalando o nome da lista (Belgica, Holanda, Dinamarca ¢ Grécia) ou reordenando a lista se- gundo suas preferéncias (Austria, Noruega e Suécia). Na Bélgica, o eleitor assinala na cédula sua preferéncia por uum partido ou opcionalmente por um candidato (ver figura A-7 4 Marsh, 1985:368. do anexo A). O primeito passo para distribuir as cadeiras de um partido entre seus candidatos é calcular uma quota (0s voros rece- bidos sio divididos pelas cadeiras conquistadas mais 1). Os candi- datos que receberem um niimero de voros preferenciais superior & quota estardo eleitos. Como os votos dados 20 partido sio utiliza- dos? Eles sio inicialmente transferidos para o primeiro nome da ista até 0 valor da quota. Os votos partiddrios restantes sio trans- feridos para o segundo da lista até que esse também possa atingit a quota. O mecanismo € repetido até que todos os votos partidé- rios sejam transferidos. Embora cerca de metade dos eleitores bel- gas vorem em candidatos, raramente hi alreragio na ordem dos candidatos definida pelos partidos: em todas as eleigbes realizadas desde 1919, apenas 0,6% dos deputados garantiram a cleigio gra- gas a0 voro preferencial.” ‘Uma variante da lista flexivel ¢ utilizada na Austria, onde, em vez de vorar em um dos nomes, o eleitor pode reordenar a lista de candidatos de acordo com suas preferéncias. Caso 0 eleitor concorde coma lista ee vora no partido, Caso nfo concorde, ele pode escrever tum niimero (1, 2, 3, 4..) a0 lado de cada candidato, indicando sua preferéncia. O sistema de apuragio é feito por pontos: 0 candidato ‘ordenado em primeito recebe tantos pontos quantos forem os candi- datos da lista, 0 segundo candidato recebe um ponto a menos, o ter- ceizo dois pontos a menos exc. Quando os eleitores voram apenas na legenda, o mesmo sistema de pontuagao é aplicado, com o primeiro ‘nome da lista recebendo mais pontos. Os candidatos leitos sio aqueles {que conseguem obter mais pontos. © impacto do voto preferencial ina Austria € minimo, jé que menos de 1% dos eleitores deixa de vorar 1a lista do partido.’ 4 Gallagues, Laver e Mair, 2001:315. 4 Man, 1985:368, ta aberta ou sistema majoritério? © Chile utiliza um sistema proporconal de lista aberta em distritos de dois representantes. Cada partido (ou coalizdo) apresenta dois nomes, mas 0 eleitor pode votar em apenas um 0s votes dos dois candidatos de cada lista sio somados, 0 candidato | mais vatado do partido majortro fica com a primera cade. A seguir, -ndmero for maior do que a votagdo do segundo partido, o primero ficaré com a segunda cadeira; ou seja,o partido mais votado s6 recebe as duas cadeiras caso consiga pelo menos 0 dobro de votos do segundo colocado, Esse procedimento funcions da mesma maneire que a férmula DHondt. | Por utilizar distritos de baixa magnitude (M = 2), 0 sistema eleitoral do. | Chile € considerado majoritério por alguns autores. | A representagio € criticada sobretudo por duas raz6es. A pri- imeira a énfase demasiada na idéia de que as cleigées servem para representa, deixando de lado outra dimensio fundamental, a da for- ‘ago dos governos. A férmula proporcional rende a punir menos os equenos partidos ¢a produzir maior fragmentacio parlamentar. Nesse cendrio, difcilmente um tnico partido consegue maioria absoluta das cadeiras, ¢ precisa fazer aliangas pés-leitorais com outros parti- dos para governar. Além de produzir governos menos estéveis, esas coalizées muitas vezes afastam o governo formado das preferéncias definidas pelos elcitores nas urnas. Por exemplo, um partido de es- querda que precisa de apoio parlamentar de um partido de centro acabard tendo de implementar politicas mais moderadas, diferentes das apresencadas para os cleicores durante as eleigbes. Na realidade, a critica € menos a representagio proporcional e mais ao tipo de gover- 1no que ela tende a produzir (de coalizéo). A segunda critica ¢ feita menos & natureza da representagio pro- porcional ¢ mais a0 tipo de distro eleitoral adotado esse sistema. ‘Ao contrétio da representagio majoritiria, que, em geral, opera em distritos uninominais, os sistemas proporcionais exigem distrivos plurinominais. Para os criticos, a adogio de distritas eleicorais com ‘muitos representantes reduziria a capacidade de conexio dos el com seus deputados. Com muitos representantes eleitos no distrito, os eleicores teriam mais dificuldades para identificar 0 representante ¢ fazer uma avaliagio de sua atuagéo, seja para puniclo (caso nfo te- nha tido uma boa atuagio), seja para recompensi-lo (quando reve uma boa atuagio). Capitulo 3 Sistemas mistos Independentemente de o sistemas isos continuarem a proiferar ou no, eles agora aferecers a juno entre sistemas majoritdrioe¢ (proporionais come ops que deve ser considers quando o paesdeseshar on redesenba oes sisemas eta. La representa tema mudanga onda mental no pentament sore sizemas clitoris a redor do monde (Matthew Soberg Shugart e Martin P Waterberg) Sistemas mistos séo aqueles que utilizam simultaneamente aspectos dos dois modelos de representacio (proporcional e majo cleigdes para o mesmo cargo.” Em uma eleicSo para o Le combinages envolvem, de um de representagio proporcional (de lista ou voro de outro, uma variante do sistema majoricério — seja em distritos uninominais ccombinagdo mais freqiiente ¢ entre a representagio proporcional de lista o sistema de maioria simples. ‘Até 0 final dos anos 1980, apenas a Alemanha ¢ 0 México uti- lizavam sistemas leitorais mistos. Desde entio, ¢ crescente a popula- ridade da combinagio da representacio proporcional com a majo- Sobre os sistemas mises, ver Masscore ¢ Blais (19994341-366); Shugare e ‘Warremberg (2001:9-24); Masicore (200 ”),

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