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> re sais ° | ~ Inclusao Ls ( 4onstruindo uma sociedade para todos 0 de dezembro de 190 10 Brasil/printed ih Brazil fo, 2. Reabilitagio - — Novos avangos em esporte lazer ¢ incluso, Revita Naina de Reid, So Paulo, ano Il, n. 3, p. 8 mar /al 1998, - Bed. Sdo Paula: Prodef, 1967 Tafayette: Goodwill, 1996, ‘Mundial de Lazer e RecreagSo,em Cs =O evita da pessoa com defini ao laze, Paulo, 1980, TAYLOR, Galvin et al. Expanding awarouss of cratioe potentials worldwide, Sale Lake Gity: Brain Talent-Powers Press, [690, UNITED NATIONS, Disabled Praons Buletr, Nova Yor, vl, p. 2, 1995, WERNECK, Claudia. Veet ¢ gett? O direito de nunca ser questonado sobre © seu valor humano. Rio de Janeito: WVA, 2003. Sisedaeinusoe: Quem cabe no seu todas? Rio de Janeiro: WVA, 1999, Nagin maitre bonne na reed intusva, Rio de Janeiro: WVA, 1997 —; Un enige dfn? Rio de Janeiro: WVA, 1995, Mit pres av esos. 2.ed. Rio de Jancire: WVA, 1998, Mes amigo Down, em case. Rio de Janciro: WVA, 19940. — Meu anign Down, na ela, Rio de Janeiro: WVA, 1994, —: Mes anigy Dewy, na rus, Rio de Janeiro: WVA, 19940, itor: pacticipantes com def-citncia com participantes sem rereagZa. Trabalho apresentado Os novos paradigms Os conceitos sio fundamentais para o entendimen préticas soviais. Eles moldam nossas ages. E nos per analisar no:sos programas, servigos e politicas sociais, p conceitos arompanham a evolugao de certos valores éticos, aqueles cr: torno da pessoa com deficié imprescindve] dominarmos bem os conceitos inclusivista que possanios ser participantes ativos na construgio 4: sociedade que seja realmente para todas as pe independer ‘emente de sua cor, idade, género, tipo de neces especial e qualquer outro atributo pessoal ia. Porta’ A ciiag&o dos conceitos inclusivistas é, a rigor, rece: Titeratura es ecializada, porém suas raizes esto ligadas ao pi como sera verificado neste livro. Sio chamados inc porque abrangem valores que defendém a incluso. Sugar lentamente 2 partir dos conceitos que hoje poderiamos ¢ de pré-inclusivistas. Os conceitos inclusivistas foram lay partir de 191 por todos quantos participaram, em todos ds sociais, do dia-a-dia de pessoas com necessidades esp)»: ai resultantes, 2rincipalmente, de deficiéncias de varios tipo: ‘Mas eles continuam sendo debaticos entre pesto. Aesejam anolisar e conhecer melhor seus re A seguir, 0: principais conccitos pré-i Conceitos pré-inclusivistas Modelo médico da deficiéncia A Cooperativa de Vida Independente de Estocolme (Stil), que € o primeiro centro de vida independente da Suécia, afirma que “uma das razdes pelas qu: sssoas_deficientes estio -tsposlas 4 discriminacio € que os diferentes sio freqiientemente “Seslarados doentes.-Este modelo médico da deficiéncia nos desigha o papel desamaparado e passivo de pacientes, no qual somos considerados dependentes do cuidado de outras pessoas, incapazes de trabalhar, isentos dos deveres normais, levando vidas iniiteis, como esté evidenciado na palavra ainda comum ‘invélido’ (‘sem valor’, em latim)”. (Stil, 1990, p. 30). ‘Tio arraigado € o modelo médico da deficiéncia que, note- se, cle tem influenciado fortemente 0 discurso dos proprios defensores da causa das pessoas com deficiéncia. Por exemplo, a Declaragao dos Divetos das Pessoas Deficientes, aprovada em 1995, em seu artigo 7, diz o seguinte (grifo meu): «As pessoas deficientes tém direito a tratamentos médico, psicol6gico ¢ funcional, inclusive aparelhos protéticos ort6ticos, & reabilitagao fisica, A reabilitagdo social, a educagio, ao treinamento ¢ reabilitagio profissionais, & assisténcia, a0 aconselhamento, aos servicos de colocacio a outros servigos que lhes possbilitario desenvolver suas sapacidades ¢ habilidades ao méximo ¢ acelerarao o ‘proceso de sua iniegracdo ou reintegracae social». (United Nations, 1978). Dezoito anos apés a adogio dessa Declaragio pela Assembléia Geral da ONU, foi publicado um importante documento escrito por Agnes Fletcher ¢ traduzido para o portugués com o titulo Jdfias Prdticas em Apoio ao Dia Internacional das Pessoas Defcentes: 3 de Dezembro. Na pagina 10, Fletcher se refere a. essa Declaragao ¢ repete o referido artigo 7. Observe-se que 0 documento foi publicado por uma progressista entidade de pessoas 28 recrerecoee com deficiéncia, a Disability Awareness in Action (DAA), juntamente com a poderosa organizacao Disabled Peoples’ Interiational (DPI). | Fletcher explica o modelo médico da deficiéncia nos seguitites termos: «Tradicionalmente, a defictncia tem sido vista come um ‘problema’ | do indvlduo o por iss, o proprio individun teria que se adaptar & sociedade ou ele teria que ser mudado por profissionais através da reabilitagio ou curar. (1996, p. 7). Portanto, segundo este modelo, a pessoa deficiente & que precisa ser curads, tratada, reabilitada, habilitada eta. a jim de ser adequada 4 sociedade como ela maizres modifcagies> Sassaki, 1997) ico da deficiéncia tem sido responsével, ja da sociedade em aceitar a nécessidade ras ¢ atitudes para inchuir em seu seio as pessoas com deficiéncia e/ou de outras condigées atipicas para que estas possam, af sim, buscar 0 seu desenvolvimento pessoal, social, educacional ¢ profissional. E sabido que a sociedade sempre foi, de um modo geral, levada a acreditar que, sendo a deficiéncia um problema existente exclusivamente na pessoa com deficiéncia, bastaria prover-lhe algum tipo de servigo para solucioné-lo. Centros de reabilitagio vém, hé muitas décadas, desempenhando rigorosamente 0 papel de principal agente disseminador do modelo médico da defi Em'sua dissertagio de mestrado, a psicdloga ¢ ativista dos direitos das pessoas com deficiéncia Araci Nallin fez uma profunda andlise da pratica institucional no interior de um desses centros de reabilitacdo, Uma de suas conclusses: 8% por um lado, 0 discurso dominante em reabilitagao necesidade de se norementar as capacidadesrestantes 2 cutro lado, a sua andlise rela un enfoque na distirbi, nx doen, 29 e ri et hE e COKHRM OOOO OO saa nna deficiéacia. Eo modelo méétes aplicado d reabilitajao. Eristeo diagno, 0 tratamento ea ‘unt’, como se a complexa questo da fntagrapto social das pecseas deficentes pudesce ser resoleida por wma pera, uma prise, ou sea ldo gue fe.” (Nallin, 1994, p, O modelo médico da deficéncia, segundo Westmacott $90), “tenta ‘melhorar’ as pessoas com deficiéncia para adequé- s 205 padrées da sociedade. [..] E claro que algumas vezes itam, de fato, apoio fisico ou atenda as suas necessidades sobre suz. vida". (Ver 0 conceito de empoderamento no Capitulo 1) E Westmacott acrescenta que isso deve ser feito ‘com elas e no para clas’ Integragde social A idéia de integracZo surgiu para derrubar a prética da social a que foram submetidis as pessoas com deficiéncia Por varios séculos, A exclusfo ocorvia em seu sentido total, on as pessoas com deficiéncia eram excluidas da sociedade para juer atividade porque antigamente elas eram consideradas sem utilidade para a scciedade e incapazes para aracteristicas estas atribuidas indistintamente a todos que tivessem alguma deficiencia. Se algumas culturas simplesmente climinavam as pessoas com deficiéncia, outras adotaram a prética de internd tas em grandes instituigbes de caridade, junte com doentes e idosos, Essas instituigdes eram em geral muito grandes ¢ serviam basicamentt bara dar abrigo, alimento, medicamento e alguma atividade para Scupar o tempo ocioso (Sasaki, 1997, p, 1) As imstituigdes foram se especializando para atender As estoas por tipo de deficiéne continuou sendo praticada. 1.8 Segregacao institucional ia cra a de proves, dentro das instimigdes, todos os servigos possiveis ja que a sociedade nao cei ber pessoas com deficiéncia nos servicos existentes na comunidade. A década de 60, por exemplo, testemunhou 0 30 ges especializadas, tais como: escolas esp: bilitacZo, centros de reabilitacio, oficinas prot’ de trabalho, clubes sociais especiais, associagdes despr cespeciais. Mai: ow menos a partir do final da década de movimento 2ela integragio social comegou a procurar deficiéneia nos sistemas sociais gerais teve, como molas propulsoras, certos principios ¢ respr processos, ¢:1¢ examinaremos a seguir: Normalizag&o. O principio da normalizagio i como pressuiposto bisico a idéia de que toda pessoa portad deficiéncia, especialmente aquela portadora de deficié temo direit: de experienciar um estilo ou padirio de vi mal & sua prépria cultura.” (Mendes, 1994) » a de normalizar estilos ou padrées de vi ido com a nogio de “tornar normais as j deficientes" (Jénsson, 1994, p. 67; Brasil, 1994, p. 22 ¢ 37, Na década de 70, a normalizagio passou a signi processo de- normalizar servigos e ambientes (Wolfensber Mendes, 1994) e “condigées de vida — naturais ou f set humano” (Jonsson, 1994, p. 67) ou ainda “oferec-: 20 Portadores le necessidades especiais, modos e condigée: igria.o me's semelhantes possivel &s formas e condigSe « do resto dz. sociedade” (Brasil, 1994, p. 22). Segundo M. (1997b, p. 120), “a normalizagio visa tomar acessveis as socialments desvalorizadas condigfes e modelos de vida ar de um dado meio ou sociedade”. Em outras palavras, isto significa criar, para } atendidas em instituigdes ou segregadas de algum out populacdo :m geral, Fica evidente que se trata de eriar um. —moradia, escola, trabalho, lazer etc. — separado embora muito parecido com aquele em que vive qualquer outra pessoa. Mainstreaming. Adentrando a década de 80 & avangando um pouco mais na tentativa de integracio, por exemplo, na rea da educacio especial, desenvolveu-se 0 principio Ge mainstreaming, termo que na maioria das vezes tem sido utilizado sem tradugio ¢ que significa levar os alunos o mais possivel para os servigos educacionais dispontveis na corrente principal da corhunidade. Para a especialista Nancy Mills Costa (in Werneck, 1995, p. 176), 0 mainstreaming “pode ocorrer em classes regulares, durante 0 almogo, em matérias espectficas (como misica, artes, ‘educagio fisica) ¢ em atividades extracurriculares”, o que ji é um significative avango em diregao & integraco, O seguinte exemplo apresentado por Robertson et al. (1995, p. 1) nos ajuda a ver um outro Angulo desse processo: “No pastado, 0 mainstreaming consistia. em colocar estudantes [com deficiéncia] em classes comuns, principalmente classes académicas, para finalidades instrucionais. Com freqiiéncia, 0 mesmo estudante era colocado em varias classes. Por exemplo, esse estudante poderia estar colocado na aula de matemética da 3* série, na aula de leitura da 2* série € na aula de educagao fisica da 4" séric, Assim, ele nunca pertencia realmente a nenhuma turma.” Mas, pelo merios, ele estudava numa escola comum, embora se tratasse de uma simples colocagao fsica dele em varias salas comuns. E sabemos que a pratica do mainstreaming correspondia ao que hoje consideram -gragio de criangas ¢ jovens que conseguem acompanhar aulas comuns sem que 2 escola tenha uma atitude inclusiva. De certa forma, essa pratica estava associada ao movimento de desinstitucionalizacéo. Vemos, por conseguinte, que tanto 0 principio da normalizagdo como 0 processo de mainstreaming foram importantes elementos na aquisicio de conhecimentos ¢ experiéncias de integragio que, mais tarde, abriram caminho para o surgimento do paradigma da inclusio ¢ da equiparagao de oportunidades. (Ver mais pormenores sobre educacio inclusiva no Capitulo 5) 32 De um modo geral, podemos dizer que, en) jovimento, a prética da integragio social teve maior impulso @ ir da década de 80, com o surgimento da luta pelos direitos as pessoas com deficiéncia. ‘Todavia, diante das novas fronteiras conquistadas © das xperiéncias acumuladas, uma boa parte da comunidade cadémica, algumas instituigdes sociais ¢ organizacoes ‘yanguardeiras de pessoas com deficiéncia comecaram — por volta fina] dos anos 80s e inicio da década de 90 — a perceber € a ‘isseminar o fato de que a tradicional pratica da integracdo social info s6 era insuficiente para acabar com a discriminagée que havia ® ‘ontra este segmento populacional, mas também cra muito pouco fois. para propiciar a verdadeira participagdo plena com igualdade de oportunidades. Pois a integraco social, afinal de contas, tem consistido saat no esforgo de inserir ha sociedade pessoas com deficiéncia que * alcangaram um nivel de competéncia compativel com os padrdes sociais vigentes. A integragio tinha ¢ tem o mérito de pessoa com deficiéncia na sociedade, sim, mas desde que “* de alguma forma capacitada a superar as barreiras : programéticas e atitudinais nela existentes. Sob a dtica dos dias Ge hoje, a integracao constitui um esforco unilateral tfo somente da pessoa com deficiéncia ¢ seus aliados (a familia, a instituigio cspecializada ¢ algumas pessoas da comunidade que abracem @ causa da inserco social), senda que estes tentam torné-la mais Aceitdvel no seio da sociedade. isto reflete o ainda vigente modelo médico da deficiéncia. Hoje entendemos que a tao almejada, 2 to defendida pritica da integracio social ocorria e ainda ocorre de wrés formas mn 1. Pela insergdo pura ¢ simples daquelas pesso: deficiéneia que conseguiram ou conseguem, por méritos pessoais profissionais préprios, utilizar os espagos fisicos e sociais, bem como seus programas e servicos, sera nenhuma modificagio por parte da sociedad, ou 33 seja, da escola comum, da empresa comum, do clube comum ete. Fela insergdo daquelas pessoas com deficiéncia que hecessitavam ou necessitam alguma adaptacio especifica no espago fisico cotaum ou no procedimento da atividade comum a fim de poderem, s6 enti, estudar, trabalhar, ter lazer, enfim, conviver com pessoas nao-deficientes, Pela insereio de pesso: separados dentro dos. especial junto & comunid comum; setor separado clentro de uma empresa comum} hordrio exclusive “para essoas deficientes num clube comum etc. Esta forma ce integracdo, mesmo com todos 0s méritos, ndo deixa de ser segregativa. com deficiéncia em ambientes smas gerais, Por exemplo: escola ; classe especial numa escola Nenhuma dessas formas de integragio social satisfaz Plenamente os direitos de todas as pessoas com deficiéncia, pois a integragio pouco ou nada exige da sociedade em termos de odificagéo de atitudes, de espacos fisicos, de objetos e de priticas sociais. No modelo integrative, a sociedade, praticamente de >ragos cruzados, aceita receher pessoas com deficiéncia desde que estas sejam capazes de: + moldar-se aos requ los servigos especiais separados (Classe especial, escola. especial et * acompankhar os procedimentos tradicionais (de trabalho, escolarizago, convivéncia social etc.) ‘ * contornar 0s obsticulos existentes no meio fisico (espago urbano, edificios, transpo-tes etc); + lidar com as atitudes d'scriminatérias da sociedade, resultantes de estereétipos, sreconceitos ¢ estigmas (Sassali, 1995a; Amaral, 1994, p. 18, 35-37, 40), ¢ individuais (2luno, trabalhador, unidor ete.) com autonomia, mas com independéncia. Conceitos inclusivistas Autoncmia, independéncia e empoderamento Ambora sejam sinénimas segundo os di convencionais, as palavras ‘autonomia’ ¢ ‘independ significaclos diferentes dentro do movimento de pe deficiénsia. Smtonomia é a condigéo de dominio no amb e social, 2reservando ao maximo a privacidade c a di deficient#s fisicos o deslocamento 0 mais autdnomo espago fisico” (Mantoan, 1997c, p. 147). ciéncia pode ser auténoma para descer de atravessar uma avenida e circular dentro de um edificio podem ser modificados e desenvolvidos. Independéncia é a faculdade de decidir sem ‘epend de outr:s pessoas, tais como: membros da familia, p especializados ou professores. Uma pessoa com defici ser mais independente ou menos independente em no s6 da quantidade ¢ qualidade de informacie estivere:a dispontveis para tomar a m da sua sntodeterminacde e/ou prot numa determinada situagio, Esta situagio pode ser pessoal (quando envolve a pessoa na privacidade), social (quando ocorre Junto a outras pessoas) e econdmica (quando se refere as finan dessa pessoa), da{ advindo @ expressio ‘independéncia ema, social ou econémica’, Tanto a autodeterminacio como a prontidio ara decidir podem ser aprendidas ¢/ou desenvolvidas. E quanto ‘mais cedo na vida a pessoa tiver oportunidades para fazer isso, melhor. Porém, muitos adultos parecem esperar que a independéncia da crianga com deficiéncia ira ‘ocorrer de repente depois que ela crescer, Autonomia e independéncia. Assim, uma pessoa com eficiéncia poderia nao ser totalmente auténoma, por exemplo num certo ambiente fisico, mas ao mesmo tempo ser independente na decisio de pedir ajuda fisica a alguém para superar uma barreira arquiteténica ¢ na decisio de orientélo sobre como restar essa ajuda. Ou numa situagio social fechada onde varias essoas esto conversando, uma pessoa com deficiéncia poderia no ser suficientemente auténoma, digamos, por nfo dominar as regras sociais daquele grupo especifico; porém, sendo independente, ela saberia tomar uma deciséo que a deixaré & vontade no meio daquelas pessoas. Jé em outros ambientes, essa mesma pessoa poderia agir com autonomia e independéncia, simultaneamente. eS Em relatério sobre atividades em varias regiées do mundo, a que representantes de 24 organizagées de pessoas ia se reuniram em Bruxelas em outubro de 1994 ¢ salientaram “a importancia da autonomia, da liberdade de escolha ¢ da vida independente” (United Nations, 1995b, §11)..Na reunizo internacional, realizada em 1992 no Canada sob o patrocinio da ONU peritos em sua maioria pessoas com deficiéncia aprovaram estratégias para implementar o Programa Mundial de Agio Relativo as Pessoas com Deficincia, dentre as quais a extensio de servigos de reabilitagdo baseada na comunidade que levem pessoas com deficiéncia “a independéncia ¢ autonomia” (United Nations, 1992a, § 71, letra i). 36 i Empoderamento significa «0 processo pelo qual uma pessoa, ou um grupo de pessoas, usa o seu poder pessoal incrente 4 sua condiggo — por exemplo: deficiéncia, género, idadc, cor — para fazer escolhas ¢ tomar decisdes, assumindo assim o controle de sua vida» (Sasaki, 1995b). Neste sentido, independéncia e empoderamento so conceitos interdependentes. Nio se outorga esse poder as pessoas; o poder pessoal esta cada ser humano desde o seu nascimento. Com freqliéncia acontece que a sociedade — familias, instituigdes, profissionais etc. — nfo tem consciéncia de que a pessoa com deficiéncia também possui esse poder pessoal (Rogers, 1978) e, conseqiiéncia, essa mesma sociedade faz escolhas e toma decisées por ela, acabando por assumir o controle da vida dela. que o movimento de vida independente vem exigindo € que seja reconhecida a existéncia desse poder nas pessoas com, deficiéncia ¢ que seja respeitado o direito delas de usé-lo como © quando bem lhes aprouver. Neste caso, estamos empoderando essas pessoas, ou seja, descobrindo ¢ facilitando 0 seu empoderamento. Quando alguém sabe usar‘ seu poder pes dizemos que ele é uma pessoa empoderada, (Ver mais sobre vi independente na ilhima seco deste cap O uso das palavras ‘empoderamento’ ‘empoderar’, ‘empoderando’ comum na literatura mundial, tendo side movimento das pessoas com deficiéncia (por ex., Dart, 1992. D’Aubin, i Ratzka, 1990, p. 10-12; Lord, 1991; Sassaki, 1995c, 1995b; Mitter, in United Nations, 1995a; United Nations, 1995d, 1992b, p. 2, 1992a, § 71, letra j; Nagbes Unidas, 1996; Awareness in Action, 1994, p. 4; Pedlar et al., 1996) ¢ agora estendido ao campo do gerenciamento de recursos humanos (por ex., Marins Filho, 1995; Blanchard et al., 1996; Katzenbach et al., 1996; Mills, 1996; Sibiger, 1997; Scott & Ja ) Na literatura é encontrado o termo enous tradutores j traduzem come ‘empoderame: ‘fortalecimento’ ‘potencializagio’ e até ‘energizagio ‘empowerment’, ‘empoderado’ esté se tornando | i na WW te de ke te de ee le le de etm bx oh kb brasileiros também utilz em portugues, enquan lternadamente, esses quatro termos Preferem a palavra em inglés, Equiparagio de oportnidaces 0 processo mediante 0 qual os sistemas Gime @ mit fice, a habitat ¢ 0 wansporte os seizes socnis¢ dh, as oportanidades de educagto¢ rabalh, « a vide cular Includes as instalagte:espotvase de recreagd, sda fetus cessivis para todos. @ remopto das barreires que Inpedam a plena partciparto das pessoas defcentes em todas tetas Gras permiindo-lies astm alcangar una qualidade de vida igual 3 de ouras pessoas» (Driedger & Enns, 1987, p.2-3) Uma definigdo semel Mundial de Apto Relat 3, Gerais da socedads, tais thante onsta do documento Programa Fessoas com Deficitneia, adotado em Geral da Organizacio das Nacdes (ONU), através da resolucis 37/52 e publicado em 1963 iguas oficiais da ONU, Diz este documento: «Equiparasto de oportnidades significa o proceso através do quel — tis como 0 ambiente fico 5 06 serizes socials e de satis, balin, a vida cultwrale social, Inchindo as instalagtesesportcas erie ara todas.» (United Nations, 1983, mas sobre a Equiparagio de oaks para Pesvas com Defctncia, que traz a seguinte 0 termo ‘equiparasao de oportuidlades’ significa o, to qual os diversos sistemas da saciedade ¢ do ambien, tervigos, atvidades, informagdes e documentagta, Asponiveis para todas, particular mente para pessoas ‘Nagées Unidas, 1996, § 24) Mais adiante, esse documento acrescenta que ‘Pessoas com deficitncia sto membros da sociedade vle permanecer em suas comunidades locas, Elas apoio que necesita dentro das estruturascomuns de ed ‘mprego ¢ servigas sociaio» (§ 26). 3m todas estas definigées, igualdacle de direitos, conforme con: O principio de direitos iguais implica que as n vada um ¢ de todos sta de igual importincia iucesridades devem ser utilizadas como base para 0 las comunidades ¢ que todos os recussos precisam 3 ‘le tal modo que garantam que cada pessoa tenha ‘gual de partcipagao.» (§ 25) § fundamental equipararmos as ‘oportunidad: todas a: pessoas, inchtindo aquelas com det ‘acesso a todos os servigos, bens, ambientes construi naturaic. em busca da realizago de seus sonhos ¢ & popul igo geral. implicito o nas Normas: Inclusi 0 social Joneeitua-se a inclustio social como o a socied ide se adapta para poder gerais, jessoas com necessidades estas se preparam para assumir seus pa incluso social constitu, entio, um proc pessoas, ainda excluidas, ¢ a sociedade buscam, em equacionar problemas, decidir sobre solugdes ¢ efetivar a equiparacao de oportunidades para todos. (Sassaki, 1997, p. 3) ] i (Os praticantes da inclusdo se baseiam no modelo social | dadeficiéneia. (Ver outras consideragies sobre este modelo mais adiante). Para inchuir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender as necessidades de seus membros. O esenvolvimento (por meio da educagio, reabilitacdio, qualificagao profissional etc.) das pessoas com deficiéncia deve ocorrer dentro do processo de incluso e no como um pré-requisito para estas pessoas poderem fazer parte da sociedade, como se clas “precisassem pagar ‘ingressos’ para integrar a comunidade” (Clemente Filho, 1996, p. 4) A pritica da indlusfo social repousa em princfpios até ‘entio considerados incomuns, tais como: a accitagao das diferengas individuais, a valorizagfio de cada pessoa, a convivéncia dentro a diversidade humana, a aprendizagem através da cooperacio. ‘A diversidade humana € representada, principalmente, por origem nacional, sexual, religido, genero, cor, idade, raga e deficiéncia. No entender de alunos e professores do Instituto de Diversidade Estudantil, da Universidade de Minnesota, nos EUA, a sociedade pessoas, o que transforma esses atributos em “tentéculos da copressao humana” (Kolucki, 1995). A inclusio social, portanto, é um processo que contribui para a construgio de um’novo tipo de sociedade através de ‘tcansformages, pequenas ¢ grandes, nos ambientes fisicos (espagos internos © externos, equipamentos, aparelhos ¢ utensilios, mobiliério e meios de transporte) e na mentalidade de todas as | pessoas, portanto também da propria pessoa com necessidades especiais. Em varias partes do mundo, jé ¢ realidade a pratica da incluso, sendo que as primeiras tentativas comegaram por volta de 1987. © processo de inclusio vem sendo aplicado em cada 40 tem usado esses atributos pessoais como critérios para separar sna social. Assim, existe a incluso na educagéo, no lazer, no transporte etc. Quando isso acontece, podemos falar em educagio Jnchsiva, no lazer inchusivo, no transporte inclusivo ¢ assim por ante Uma outra forma de referéncia consiste em dizermos, Por exemplo, educagio para todos, lazer para ‘todos, transporte para todos. 3 Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem = nclus&o, mais cedo se completarda construgao de ume verdadeira sociedade para todos — 2 sociedade inclusiva, (Ver outros detalhes sobre este assunto no Capitulo 9) Da integragao @ incluso Enquanto processos sociais, a integragio ¢ a incluso S80 ambos muito importantes. O que todos desejamos € atingit a mete de uma sociedade inclusiva. Para tanto, contudo, o proceso de integragio social terd uma parte decisiva 2 cumpris cobrindo siruagées nas qusis ainda haja resiténcia contra a adocio de medidas inclusivistas, De fato, nem todas as pessoas com deficiencia ja modificada, pois algamas esto necessitam que a sociedade s .smo. Mas as outras pessoas aptas a se integrarem nela assim me as com necessidades especiais nfo poderdo patticipar plena ¢ igualmente da sociedade se esta nio se tomar inclusiva 10 século 20 para 0 21, estévamos vivendo Na passagem di fase de transigio entre a integragdo ¢ a incluso. Portanto, compreensivel que, na prética, ambos os processab socials co- feistam por mais algum tempo até que, gradativamente, @ integragde esmacga ¢ 2 inclusio prevalega. Notese que, 7 simpésio sobr ia Intelectual: Programas, Politicas ¢ Planejamento para o Futuro”, realizado pela ONU, 0 Peter Mitder, da Universidade de Manchester, Reino Unido, diss: diante dos 275 participantes internacionais: “Inclusio ¢ a chave (Miter, in United Nations, 19958, p. 2). ae ae, COE et ts E, os dois termos sejam falados ¢ diferentes pessoas, a saber; '0s com diversos sentidos por * Algumas pessoas utilizam as palavras imtegragio © incluso, jé em conformidade com a moderna terminologia da inchusio social, ou seja, com sentidos clstintos — a integragao significando ‘insergao da pessoa com deficiéncia preparada para conviver na sociedade’ ¢ ® incluso significando ‘modificago da sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar sou desenvolvimento e exercer a cidadanis’, + Outras pessoas integragio total ou pl primeiro termo s termos imtegragao ¢ na, da seguinte forma: o *gracac) com o sentido de ‘nsergfio da pessoa com deficiéncia preparada para conviver na seciedade’ © © segundo termo (integracdo total) correspondendo ae moder: conceito de incluso sem, Ho entanto, usarem a palav-a ‘incluso’. Este é o caso da maioria dos trabalhos académicos, cientificos ou téenicos Publicados até aproximadaraente 1994, ano em que saiu © Primeiro documento internacional que aborda extensamente 0 conceito de inchisio — a Declaragio de Salamanca (Unesco, 1994, ecigao em inglés), Mesmo apés apublicacao desse documento em portugués (199¢e 1967), muitas pessoas continuarain ndo usando 0 vocdbule “nclusio’ até os dias de hoj= pelo motivo explicado nq referencia biblografica “Unesco, 19946", no Capitulo 5 Ainda outras pessoas ut integrase, tanto mum sentido como noutro (de fegrasio © de incluso), nunca usando os termos so" ¢ “integracio total iow plena) igam apenas a palavra Ha também pessoas que utilizam indistintamente os ‘mos antegragio, integragao total (ou plena) ¢ inclusde, ou seja, como se fossem sin6nimos, todos na fase de transi¢ao, € também inevitével que 4 dinica coisa — ‘insergfo da pes sa com ficando uma tinica coisa erg iciéncia preparada para conviver na sociedad Mesmo a ONU vem utiizando — por en em seu documentos, Por exempl, x ‘nae onal das Pessoas com Deficiéncia, 0 item I d HVGNS. 1995/4 (24/3/98), do Secretrio-Ceral a 1¢ a proclamagio desse Dia tem trés objetivos (grifo qu dois v Comemorar no dia 3 de decembro 0 aniversério. p Astonbla Goa, do Prgrama Wa de Ast Passoas com Defcitncias fi ded Assegurar a continua promodo de assunto f odo foterior Dead ds gies Unidas re Lificincia ¢ promover a integragto de pessoas com dl ienticagto na populaya Promover uma crescenteconsientizazto na popu ‘ fee serem obtidos pelos individuas e pela so. ivepragia de pessoas deficientes em cada aspecto dav onimica ¢ politica.» (United Nations, 1995b) vvezes, quando aparentemente Be eed ONU usou o termo plena inte ans 3 88 (Ge 16/12/92), 48/99 (United N © 49/152 (de 7/2/95) tém o mesmo titulo: ‘Eat ron Integzacia de Pessoas com Defiiéncia na Soci: Continuo Programa Mundial de Acio» (grifo meu). io 49/153, encontramos a seguinte afirm: responsabi Assembléia Geral] Reiterands @ resp ice arama ses ao barra 2 plana inteoragda ¢ partcipardo de pessoas com def woloime sciedade ¢ para apoiar seus esforros no desensolvimen Bayan caer noe peat >. (Unit 11195c) (grifo meu) incluso também ve) se Pr outro lao, a palavra imekuso tambéan ves emprega: cada ver mais nos documentos da ONU. Pot “aresolugdo 48/95 (de 27/7/93) intitul x intitula-se (grifo meu): «lnclusio Ba ¢ See de Pessoas com Deficiéncia em Todos (08 Aspectos ciedade ¢ o Papel de Lideranca das Nages Uni : a das Nagdes Us Sentido» e nela aparecem as seguintes referéncias nee a + «fA Assembléia Geral] Conicte de tensficades : 0 ue esfirg sido necessérios para se atingir 0 ree os direitos Jeumanos Indust € ee fla inert om icin : paar © papel exsencal das Nagtes Unidas e da Comissto ensobrimento Socal no frovimento de Kidranyae orietagto Positiva para incentivar transformagies de émbita mundial, ‘ptiparando oportunidades,promavenda independénciaeassegurando sia industi plenas de todas as pessoas com deficiéncia . sgh ‘0 Secretério-Geral para manteraintegridade ea identdade de rgranas res a esas dns, incindao Pando luntéro das Nagdes Unidas sobre Defitnia, afi de promover @ equiparasao de oportunidades ¢ a plena incluso de pessoas co Aefcitncia na sociedade;(..) 2 + «Em cooperazao com Pulser Membres, agtcias do sitona das Nasies Unidas, organizagtes ndo-governamentise outrasogéncias Apropriadas, extender a asistencia tonicae dissemina iformayies «fim de realgar a responsabilidade dos Paises-Membros. no cesenvotvimente, implementagia ¢ avaligas de seus esfongos ara uipararoprtridadesepropiciar apna inch sail de pessoas > com defini.) + «Reafirma que os assuntas de equipa fr raja de oportunidadese plena lncio snide pens com defini serdo wma parte importante lo processo preparatirio e agenda final da Cigula Mundial de Desenvolvimento Social a ser ralizada na Dinamarca em 1995». (United Nations, 1993b) ere F voacto social da deficiéncia lo social da deficiencia, os problemas da pessoa especiais nao esto nela tanto quanto estio na ‘a sociedade € chamada a ver que ela cria ‘problemas para as pessoas com necessidades especizis, causando- jhés incapacidade (ou desvantagem) no desempenho de ‘papéis sociais em virtude de: + seus ambientes restritivos; « suas politicas discriminat6rias e suas atitudes preconceituosas que rejeitam @ minoria e todas as formas de diferencas; is padrdes de normalidade; s inacessiveis do ponto de vista + seus pré-requisitos atingiveis apenas pela maiozia supostamente homogénea; + sua quase total desinformagio sobre deficiéncias ¢ sobre direitos das pessoas que tém essas dé + suas préticas discriminat6rias em mt arquiteténicas, progra ‘comunicacionais e atitudinais para que as pesso possam ter acesso ads servigos, lugares, informacbes ¢ bens necessérios a0 seu desenvolvimento pessoal, social, educacional ¢ profissional Fle:cher (1996, p. deficiéncia “focaliza sociedade e nio as pe formulado por pessoas co: também por profissionais hhumanos ¢ a equiparacio de oportunidades.» ie wt 6.9.9 6 SSA ALS SSESS ISS i Lae Jig Para Westmacot diz que so as ati ! Recessitam mudar” les d Eem meados da déca: que a comunidade como u A atual discussio sobre cia nos remete para “Impedimento (i anormalidade da eatimica, mae Salta (resultonte de em uma atividade de toma mpairment) — Qualeuer perda ou piioligica, fiiolégica ou ©) — Qual impedime nto) da eae maneira, ins com wanincia, considerada normal idade (handles) — Ung Percebe-se na definicd ma 2 defini mengio A sociedade ae Essa Classificagio foi deficientes sem consultar o en essoas com deficigncia, ida por especialistas nao- incipiente movimento das Por sua vee, od 4 1 © doctumento Vormat snr tes para Pessoas com Defictinei e @ Equiparayan de rmava que vicituia, aprovado pela ONU em ge i $961, “v modelo social da deficigncia | Sodedade © © nosso ambiente que | da de 80, Clemente Filho jé afrmava 4 mn todo deveri "cessidades especiais de og ePrender a ajustar-se 4 pa eciais de seus cidados com deficiéncis, (1966, 4 “Alums usudrios ém expressado preacypagao no sentido Chissifiagao, na definigto da palavra ‘incapacidade’, ser considerada médica demais e centrada demais no inci talsaz possa no esclarecer adequadamente a interago entre c cw expectatioas da sociedade e as habilidades da pessoa. ‘Unidas, 1996, p. 13) De: 1980 a 1991, surgiram muitas sugestées e criivas as definigSes, > que levou a OMS a realizar, a partir de 199 anuais pura efetuar uma revisdo da Classificagio, com a participagio de lideres dos movimentos de pessoas com a. Na de 1994, a seguinte definicio foi proposta para o .capacidade: ‘Eo resultado de wma interago entre uma pessoa com au deficincia e 0 ambiente social, cultural ou fico” Plecek, 1995) funcional dade; uma sobre a dimensio social ¢ uma ambiente. Foi também concordado que particularme: ia] nos chamamos, levando em consider variagées linglisticas.” (p. 3) ‘A nova classificaco internacional das deficiéns estar corsluida em 1998 para ser submetida & aprov Assembléia Geral da ONU em 1999. (Keer & Placek, 1 foi aprovada em 2001, com 0 nome Classifcapao Tn Pincionaliiade, Deficitnciae Sade (CIF), através de resolucio ia da Organizagio Mundial de Saide, Tdelizmente, a publicagio oficial, em Kingua po: deste importante documento traduziu o termo “ (Geficiéncia) como “incapacidade”, o que contribui para confundir © leitor brasileiro. Comegando pelo titulo ( cago Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Sate), 2 tradusaio se estende pelo corpo do texto, onde termos que constam jo original em inglés, ais como “persons with disabilities” e “sign language”, foram traduzidos como “peésoas incapacitadas” ¢ “Tinguagem de sinais”, respectivamente (CIE, 2008), Em 2001, a Organizagio Mundial de Saiide (OMS) Publicou a Classificagéo Internacional de Funcionalidade, Daiciéncia e Satide (CIF). O documento foi claborado ao longo Ge seis anos (1995-2000) de profundos estudos,rigorosos testes de campo e continuas alteragéés, processo no qual estiveram presentes 0s varios centres de colaboragio da OMS, diversas organismos governamentais © organizagées ndo-governam fnalmente aprovado por unanimidade na 54* Assembléia da OMS om 22 de maio de 2001 (World Health Organisation, 2001), A importéncia da CIF reside no fato de que ela permite que os interessados na questio da deficiénci ‘simples declaragio p fos” para as “acdes de implementagdo desses direitos traduzides em lei e politicas piblicas”. Na CIF, cada deficiéneia é apresentada em stins trés ddimensées ou facetas: impedimento (problema de funcidnalidade Ou estrutura no nivel do corpo), limitagées de atvidade (problemas de capacidade no nivel pestoal para executar agdes e tarefas, Simples ou complexas)e restrigées de participacio (problemas que una pessoa.enfienta em seu envolvimento com situagées de vida, causados pelo contexto ambiental e social onde essa pessoa vive) A GIF serve a pelo menos cinco tipos de aplicagio: em intervenes clinicas, em estatisticas, cm desenvolvimento de Politicas sociais ¢ em educagéo, Por abranger os principais dominios da vida humana (lar, familia, educagio, emprego ou traball idades sociais e comunitarias ete.) 48 pelos programas ou servigos dispo: Rejeigao zero Inicialmente, a rejeigdo zero, ou exclusio zero, consistia em ndo rejeitar uma pessoa, para qualquer finalidade — por exemplo: emprego, terapia ou educacio — com base no fato de que dla possuia uma deficiéncia ou por causa do grau de severidade dessa deficiéncia (Alonso & Rio, [19917]). Mais tarde, o conceito ppassou a abranger as necessidades especiais, independentemente de suas causas. Desta forma, o conceito de rejeigdo zero vem revolucionando a pratica das instituigdes assistenciais, habituadas a utilizarem critérios de elegibilidade que excluem pessoas cujas deficiencias ou necessidades especiais no possam ser atendidas , 0 que & l6gico pela ética tradicional. Aluz do principio da exclusio zero, porém, as instituigdes so desafiadas a serem capazes de criar programas e servigos internamente e/ou de buscd-los em entidades comuns da comunidade a fim de melhor atender as pessoas com deficiéncia. As avaliagées (sociais, psicoldgicas, educacionais, profssionais cic.) devem trocar sua finalidade tradicional de diagnosticar e separar pessoas, passando para a moderna finalidade de oferecer pardmetros em face dos quais as solugSes slo buscadas para todos sta tendéncia mundial traz de volta a verdadeira jes — servir as pessoas, E nfo o contrario — Pessoas tendo que se ajustar as instituigdes. Este conceito foi, primeiramente, introduzido dentro do procedimento de emprego apoiado e, com o tempo, passou a ser utilizado também em outras areas de atendimento as pessoas com deficiéncia, ampliando assim a abrangéncia da accitagio frente A diversidade. “Comunidades que rejeitam a riqueza da diversidade continuam a colocar todos nés em risco: pessoalmente € internacionalmente”, nos advertem Forest & Pearpoint (i Mantoan, 1997a, p. 141). (Mais detalhes sobre a exclusio zero ¢ © emprego apoiado encontram-se no Capitulo 2) THOTT PAGS i Pas i BP PRIA, ane He 0 q I ‘Vida Independente O conceito de vida inderendente compreende movimento, serviges, equipamento, contos, programas e processo” ‘80 aos quais as figuris centrais sio os cidadfos con, féencia que se libertaram 01 esto em vias de se ibertar da lade institucional ou familiar Sassaki, 1995c) tum dos alvos da e: mover 0 Programa Mundial de Acio Relativo as Pe Deficigncia, em especial “ centros de vida independ deficientes, 14 pelo ano 2001 na comunidade ¢ o exerci Pessoas com deficiéncia e as conduzam a um crescente empoderamento" (United Nations, 19928, § 70, letra 6085 com, ‘0 estabelecimento de programas e lente ¢ de organizacdes de pessoas 0, que: promovam a participagao plena io da autodeterminagao por parte das Viver com independéncia foi a essoas com deficiéneia muito severa fi da década de 70, quando elas ainda e. em instituigdes terminais ¢ ousras lit etal, colocadas p: ‘independénc: opsio mais arrojada que izeram nos EUA no inicio stavam isoladas, algumas iteralmente no fundo do Proprias familias, Por esta razio, a ‘fica mio-dependéncia em #eacional e/on familiar Sassaki, viver com independéncia quer dizer: 1995¢). Em outras palavras, ‘it eborturidades para toma deistes gue aftam a prépria vida, realizar atvidadss de prépria escolha. (..) Vida independente tem & ter com a autodeterminarar, E com o dircitoe a oportunidade ara seguir um deserrainado caminka, E significa tera tberdade de ilhar aprender das priprias fabas, tl qual fazem a8 pessoas ncdeficentes.” (LRU, 1990, p, 32) + participantes do movimento de vida independente, que Rasceu nos EUA cm 1972 ¢ no Brasil em 1988, causaran, um pnacto sem precedentes nas préticassociais até entio vigentes Ele foi pre Pelo movimnente pelos direitos das pessoas com é 50s ELA e em 1979 no Brasil em alicade de atendimento que as EUA, este movimento mudou o rumo leis pertinentes a este segmento_ pop) primeiry momento, havia dois sistemas distintos e tum lado, 0 dos centros de real vida inclzpendentes, assim possibilitando aos clientes com urr. bom nivel de independéncia e autonomia. txemplos de servigos de vida independente, is, so 0s seguintes: aconselhament informagio € encaminhamento, assistivo:, assessoria juridica, treinamento em habi indepenclente, envolvimento com a communidade, grupo Estes e utros servigos de vida independente ja foran com det:ilhes (Sassaki, 1995c, 2003 ¢ 2004), © estilo de vida independente é fundamé fio, pois com ele as pessoas com det ios dos bens ¢ servicos que ela oferece co: na de ccntribuintes ativos no desenvolvimento soci ro receptculo passivo de novos servigos espe: € sim umn consumidor consciente criativo. REFERENCIAS Miguel Angel Vi, RIO, Cristina J, £1 ample con apy posi idad Inhoral para personas con dicapacidad AMARA, Ligia A. Basaran / dina SASSAKT, Romeu Kazumi, Teat UNITED Nations. Hénld Prgramme ds S. Paula, S20 Paulo, 15 des, vo. Revita Neconal de Reciliate, 04, p. 46 ion concerning Disabled Pesons. Nowa ‘wadugfo ("Programa Mundial de ),fita do original em inglés por ancio, s/d. ¢ existe a publicagio, sade Aco Mundial para as Pessoas Sito Paulo, ano VIM, n, 40, set ou, ‘Yorks Uniced Nations, 1983. [He Ago Relativo ts Pessoas com Dei tummer e impressa pelo Centro di Portador de Deficiéncia (Cediped), em a educa “Aa instituigdes sem fins causa da sun dlferenga na sociedade na vida dos i Blas existem por causa deve ser esquecido. [..] Teremos de ex isso muitas vezes, para determinate ser refocalizada devido a mudangas dem porque devemos abansdonar algo que nai remultadas € consome recursos, porque uum objetivo.” (DRUCKER, 1995, p. $3) processo de incluso, exatamente por ser difer’ 1 JA tradicicnal pritica da’ integragio, desatia todos os educacion is, puiblicos ¢ particulares, em todas as modal Vases de desenvolvimento da educagio Fase de exelusio Nesta fase, nenhuma atengio educacional foi provida as pessoas com deficiéncia, que também no recebiam outros servigos. A sociedade simplesmente ignorava, rejeitava, perseguia ¢ explorava estas pessoas, enti consideradas ssuidas por maus espiritos ou vitimas da sina diabélica feitigaria.” (Jonsson, 1994, p. 61) Fase de segregarao institucional Exclufdas da sociedade ¢ da fa » pessoas com deficiéncia eram geralmente atendidas em instituigdes por motivos religiosos ou filantrépicos € tinham pouco ou nenhum controle sobre a qualidade da atengio recebida. Segundo Jonsson (1994, . 61), foi neste contexto que emergiu, em muitos paises em maioria religiosas, com consentimento govername nenhum outro tipo de envolvimento por parte do governo. Algumas dessas criangas passaram a vida inteira dentro das instituigdes. Surgiram também escolas especials, assim como centros de reabilitago ¢ oficinas protegidas de trabalho, pois a sociedade comegou a admitir que pessoas com deficiéncia poderiam ser produtivas se recebessem escolarizagii e treinamento profissional. Fase de integracio Esta fase via surgirein as classes especiais dentro de escolas comuns, 0 que aconteceu no por motivos humanitérios ¢ sim para garantir que as cxiangas com deficéncia ndo “interferissem no ensino” ou nio “absorvessem as energias do professor” a tal ponto que o impedissem de “‘instruir adequadamente 0 nimero de alunos geralmente matriculados numa classe” (Chambers ¢ Hartman, in Jonsson, 1994, p. 62). 1a Nesta fase, os testes de inteligéncia desempenbaram um papel relevante, no sentido de identificar e selecionar apenas as criangas com potencial académico. “Este elitismo, que ainda é defendido com freqiiéncia, serve para justificar a instituiggo educacional na rejeico de mais de um terco ou até a metade do nimero de criangas a ela encaminhadas. Tal desperdicio nao seria tolerado em nenhum outro campo de atividade.” (Unesco, in Jonsson, 1994, p. 62) Inspirada no lema do Ano Internacional das Pessoas Deficientes (“Participacio Plena e Igualdade”), to disseminado em 1981, uma pequena parte da sociedade em muitos paises comecou a tomar algum conhecimento da necessidade de mudar © enfoque de seus esforcas. Para que as pessoas com deficiéncia realmente pudessem ter participagio plena ¢ igualdade de oportunidades, seria necessério que no se pensasse tanto em adaptar as pessoas & sociedade e'sim em adaptar a sociedade as pessoas (Jonsson, 1994, p. 63). Isto deu inicio 20 surgimento do conceito de inclusio jé no final da década de 80. Fase de incluso Paises desenvolvidos, como os BUA, o Canadé, asim como a Espanha ¢ a Itélia, foram os pioneiros na implantagio de classes inclusivas e de escolas inclusivas. Com algumas excegBes (por ex. Creche, 1989; Unesco, 1988; Vitello, 1989), boa parte da literatura pertinente as préticas inclusivistas na educagio comeca a surgir na década de 90, basicamente relatando experiéncias que vim. ocorrendo a partir do final nos anos 80s aos dias de hoje (por ex., Andiews, Brand, Norris et al, 1995; Aucoin, Coleman & Caballero, 1996; Berrigan, 1995; Beaupré, in Mantoan, 1997, p. 162-166; Blanco & Duk, in Mantoan, 1997, p. 184-195; Cavalcans Je, Clark & Kerns, 1994; CBR, 18: F*, 1996; Coady & Deni Departament & Brunet, in M Ferguson, 19! tit ee owe let al, [1992]; Forest & Fearpoint, in Mantoan, 1997, farington, 1996; Ide, in Mantoan, 1997, p. 211. cusion Tateznational, 1995; Inclusion, 1993; Jonsson, Hana, 1996; Mantoan et al, 1997; MacCarthy, Mantoan, 1997, p, 44.5 Rafalowski-Welch, Luksa & Moltesky-Darby, 1994, joux, Revver & Pores, 1992; Robertson, Barousse & Squires, (1995), Rogers, 1995; Saint-Laurent, ix Mar toan, 1997, p. 67-76; Santos, 19972, 1997; Sassaki, 1996, 1995b, 1995a; Smith Solucionando, 1996; Seaub & Peck, 1995; Steenlandk,” 19956 $52; Unesco, 1996, 1994, 1994a, 1993b, 1993a; Werneck” 1997; Wills, 1994), Segundo Mantoan (1997), 2 inclusio “questiona nfo Somente as polticas¢a organizagin ds educagio especial e regular, mas também o concelto de mainstreaming. A nocio de inclusic instinal a-issergio cle uma forma mais radical, completa ¢ ‘rica. O voedbulo integragio ¢ abandonado, uma vez que o objetive é inclu 1m grupo de alunos que jé foram excluidos; a meta primordial da incluso é a de nko deixar ninguém no exterior co ensino regular, desde 0 comeco. As escolas inclusivas propde:n um modo de se constituir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos € que € estruturado em viride dessas necessidades, A. inclusdo causa uma mudanga de perspectiva educacional, pois 5 @ ajudar somente os alunos que apresentam Gificuldades na escola, mas apéia a todos: professores, alunos, Pessoal administrative, para que obtenkam sucesso na corrente ‘educativa geral.” (p. 143) ais de Educagio, tive a sistemas educacionais O Programa de Educagio Inclusiva de G © rograma Estadual de Educagao para a Dive: ctiva Inclusiva, inspirado em experigncias pi inback & Stainback; Salend) foi implement eprossegue sendo desenvolvicio na gestio 2 pelo Governo do Estado de Goids. Este Programa const: Projetos, 2 saber: Escola Inclusiva (projeto-chave, transi escolas cmmuns em inclusivas), Brevenic (em parceria Secretaria de Saiide na prevengio e detecgio pre defi Hoje (atencimento educacional em hospitais) Aries, na capital eno interior), Depende de Nis (pai lade: de comunicagio de alunos surdos ¢ cegos), De pe (desenvolvimento de alunos com indicios de aleas Ta Caminha: Juntos (interfaces com as Superintendén Educagio Infantile Ensino Fundamental, «parcerias com municipal: de ensino), Refazer (para alunos autistas) e de Referé:.cia (ressignificagéo das escolas especi No primeiro perfodo, 0 Programa foi realizado as seguintes »¢6e 1999 - Seasibilizagho. [1] Elaboracao do Programa de Educayo numa Perspectiva Inclusiva. [2] Real curso de Falucagio Inclusiva para 80 agentes multiplica ‘Transformagio das escolas especiais estaduais em Referéncis (UR). [4] Realizacio de seminarios region: ¢.ciclos de estudos sobre educago para a diversidad 20.000 pessoas. [5] Opgio por implantagio gradativa. para a es:olha das Gat comers re wy or regia, pela demanda, por escolas que possut: ae por! eee que tinham alunos com necessidades. encaminhdos para serem “integrados”) 2000 - In.plantagao. [1] Lanamento oficial do Prog: solenidad= com 2.000 pessoas ¢ presenca do Gov Secretarios Estaduais e representantes do MEG e outros érgaos oficiais, [2] Implantagao do Programa em 17 escolas da cay al (atingindo 320 professores, dos quais 125 com alg especializaco, € 6.800 alunos, dos quais 1.560 com deficiéncia) 38 do interior. [3] Implantagao de 13 classes hospitalares, sendo 10 na capital e 3 no interior (atendendo ao todo 3.500 alunos ¢ acompanhantes analfabetos). [4] Transformagio de 35 escolas especiais em URs (Sendo 1 em cada Subsecretaria Regional de Educaggo e 2 na capital), ficando com a Secretaria Estadual de Educagio toda a escolarizagio € com as URS os atendimentos em parceria com as Secretarias de Satide e de Assisténcia Social. {5] Estruturagao de Setores de Apoio a Inclusio (sete na capital ¢ 34 no interior), cada um composto de pedagogo, psicélogo, fonoaudiélogo, assistente social, intérprete da lingua de sinais ¢ instrutor da lingua de sinais. [6] Capacitagao continuada cursos, atingindo 2.100 profissionais). [7] Laboratérios Itinerantes: O Superintendente de Ensino Especial e sua equipe técnica (e as vezes, 0 consultor de educagio inclusiva) visitam todas as Subsecretarias Regionais de Educagio, envolvendo municipios circunscritos e suas comunidades escolares ¢ demais segmentos sociais, para uma troca de experiéncias, informagdes ¢ formagio para ofortalecimento da agio pela inclusao (houve 36 laboratérios, atingindo 25.000 pessoas). 2001 - Expansio. [I] Total de 315 escolas inclusivas, sendo 30 na capital ¢ 285 no interior, atingindo todos os municipios goianos (630 professores e 12.600 alurios). [2] Unidades de Referéncia. s de Apoio a Inclusio. [4] Capacitagio profissional (17 cursos atingindo 5. 100 profissionais). [5] Laboratorios itinerantes (nas 37 Subsecretarias Regionais, atingindo 28.000 pessoas). 2002 - Consolidagao. [1] Parcerias com muni implantagao de escolas municipais inclusivas, com 150 prefeituras indo do Encontro Estadual de Secreté lucagio, dos quais 136 assinaram 0 Termo de yeneficiando 256 professores ¢ 5.120 alunos municipais) € 45 pediram maior prazo para estudar a proposta de parceria 128 com o Estado. [2} Laboratérios Itinerantes, em 11 regides envolvendo 1.200 pessoas. [3] Cursos de capacitagio continuada, sendo 29 de Libras (atingindo 1.160 professores em todo estado), 5 de braile e sorobi (atingindo 200 professores) e 38 de mediagio de préticas pedagdgicas em educaco para a diversidade (em 37 Subsecretarias Regionais de Educacio, atingindo 1.900. professores ou cerca de 50 por curso). [4] Seminérios municipais para a implantagao do Programa, realizados por 128 prefeituras, envolvendo cerca de 200 pessoas por mu: 2 Encontro Nacional sobre atendimento educacional hospitalar (atingindo 1.200 participantes) e Encontros Estaduais e Regionais (com piblico variando de 200 a 600 participantes) [6] Quatro encontros, atingindo 2,800 pessoas. [7] Encontros Pedagégicos para fortalecimento da ado pedagégica das escolas, inclusivas, nas 37 Subsecretarias Regionais atingindo 8.600 pessoas, (abordando os temas: educac0 inclusiva, dificuldades de aprendizagem, dificuldades de comunicagio visual, dificuldades de comunicagao auditiva ¢ sindromes) Os aspectos positives e as limitagées Os expressivos nimeros produzidos pelo Programa refletem os aspectos quantitativos alcangados, muito significativos Giante do tamanho do Estado de Goids ¢ da sua populagao escolar. E oportuno mencionarmos aqui a qualidade dos eventos em prol da implementagao da educag&o inclusiva (empenho dos organizadores colaboradsres na’ montage dos eventos) qualidade da produgao dos professores, alunos, coordenadores, supervisores, diretores e outras pessoas no dia-a-dia das escolas inelusivas. processo inclusivo foi sempre acompanhado de r complementares tais como: = produzidos pelo Progr: Estadual (focalizando os principais temas da educacao icadores receberam REEGE EE 2BL de livros sobre educagio inclusiva entregue a todas as ias Regionais de Educago, cartazes de sensibilizacio € conscientizacao da comunidade, entre outros. As limitagdes ficaram por conta de vérios fatores, tas como: a grande extensio terri Setores de Apoio & Inclusio municipios ¢ da equipe técnica c:ntral para o interion, a escassez de tempo para se fazer tudo o que estava previsto, a escassex de recursos financeiros, a escassez e/ou falta de certos recursos bumanos em algumas regides clo estado. Apesar desses entraves, o Programa Estadual de Educagio para a Diversidade numa Perspectiva Inclusiva cumpriu as metas planejadas, conseguindo realizar a sensibilizagio, a implantagio, 2 expansio ¢ a consolidagio sem traums e propiciando motivos de orgulho’e satisfaco para milhares de pessoas. A incluso escolar e as inteligéncias miltiplas Na medida em que, inspirada nc paradigma da inclusio, a escola aceita todas as pessoas, uma divida pode ser lancada pelos que s&io contrérios & educagao incl: siva: “Uma crianga com deficiéncia mental ndo conseguiré act legas. vvai aprender tanto quanto cles, Ela ‘icaré para trés, Vai ficar marginalizada”. Este tipo de dlivida se justifica qu ando é feito por pessoas que ainda acreditam que o ser humano sé possui uma inteligéncia, iva, porém, tal situacio nao corre por uma simples razo: professores ¢ alunos saben que ali a teorla das inteligéncias miltiplas. Tedos os alunos iniciam a escolaridade sabendo quais das oito inteligéncias sfio as mais desenvolvidas em cada um. Todos os alunos estudam fazendo uso de suas melhores nc as tanto na sala de aula como fora dela. 130 sete inteligéncias, foi acrescentada a inte naturalista (Gardner, 2005, 2003, 2000, 1999, 1995, 1994) categorias de inteligencias mil Albrecht, 2096; Buzan, 2005; Edwards, 2005; Gazzanig Heatherton, 2005; Ballestero-Alvarez, 2004}: LOGICO-MATEMATICA: hat niim:ros efetivamente. VERBAL-LINGUISTICA: habilidade no uso da palavrs oval e/ov escrita, CORPORA L-GINESTESICA: habilidade no uso do corpo inclo para expressar idéias e sentimentos. MUSICAL: habilidade para ritmo, melodia, harmonia e misiza. INTERPES3OAL: habilidade de perceber ¢ compreencer 0 interior das outras pessoas. INTRAPESSOAL: habilidade de perceber € compre intetior de si mesmo. ‘VISUOES?ACIAL: habilidade para perccher e usar 0.1 visual e espacialmente. NATURALISTA: habilidade de reconhecer e¢ vsa1 >pro-iutivamente a fauna ¢ a flora. ESPIRITUSL/EXISTENCIALISTA: habilidade de fe percuntas fundamentais sobre o significado da exis éncia humana e de entrar em contato com T idade de usar raciocinn & da PICTOGRAFICA: habilidade de entender ¢ expressar idéias e sentimentos por meio de desenhos. POLITICA: habilidade de entender e praticar conceitos ¢ valores de cidadania ETICA/MORAL: habilidade de discernir os aspectos éticos € morais da conduta moral e de agir de acordo com a verdade ¢ a bondade. Assim, buscar © potencial nas identidades individuais significa descobrir talentos em todas as pessoas individualmente, partindo-se do pressuposto de que ninguém é tio severamente Prejudicado que nfo possua uma habilidade. Se a mais prejudicada das pessoas possui uma habilidade, entio todas as pessoas podem aprender, mas cada uma de uma maneira diferente das outras, As pessoas no possuem uma mesma ¢ tinica habilidade, como geralmente parecem supor os professores, pais ¢ terapeutas que insistem em classficar seus alunos, flhos ¢ clientes comparando- 05 uns com os outros nas produges que estes apresentam. Inteligéncias miltiplas e estilos de aprendizagem Pelo paradigma da inclusio, oferecemos uma educagio de qualidade sem excluir nenhum aluno, atendemos a diversidade humana presente no mesmo espaco escolar ¢, para isso, respondemos 2o estilo de aprendizagem e as mitliplasinteligéncias de cada aluno. , portanto, imprescindivel valorizarmos a nossa crenga de que “Todos poderio aprender se acolhermos os diferentes estilos de aprendizagem ¢ as inteligéncias miltiplas de cada aluno”. Os estilos de aprendizagem sao o modo como cada um de nés aprende melhor ¢ as inteligéncias miltiplas constituem as habilidades que podemos utilizar para aprender qualquer coisa ¢ realizar nossos objetivos. Hé uma estreita relacio entre estilos de aprendizagem c inteligéncias maltiplas. 132 Na postura tradicional, diagn6stica, ém que se busca saber quais so as dificuldades dos alunos, o professor fica na maioria das vezes sem saber quais estratégias de tantas limitagBes. Jd com a postura inclusiva, procurando saber ‘quais so as habilidades ¢ identificando o estilo de aprendizagem, ¢ as inteligencias méltiplas de cada aluno, 0 professor encontra bastante espago para garantir o sucesso dos alunos nas atividades escolares, Aplicasio das intelig@ncias miltiplas em todas as, disciplinas Educagio de qualidade € aquela que atende as necessidades de cada aluno, respeita o estilo de aprendizagem de cada aluno, propicia condigées para o atingimento de objetivas individuais utiliza as oito inteligéncias de cada aluno. Qualquer disciplina pode e deve ser 'desenvol utilizando todas as inteligéncias. O principio dessa utilizacio ¢ 0 mesmo: devemos envolver a pessoa toda de cada aluno. Sabemos de professores que sempre entenderam que a funglo deles é a de ensinar falando o tempo todo para os escrevendo na lousa para os alunos copiarem e dando dios al tarefas escritas para provar que entenderam a matéria dada, Trat se de uma abordagem muito limitada da aprendizagem, cujos resultados praticos sto desastrosos: alunos desinteressados na aula, alunos desmotivados para executar tarefas, alunos que acaban nfo aprendendo nada de relevante para sua vida etc. Por outro lado, quando o professor utiliza todas as cligéncias de cada aluno, ele est ampliando ao mesmo tempo co seu repertorio de estratégias de ensino ea gama de participacio positiva do aluno no processo de aprendizagern. Enfim, a idéia central da aplicagio da iltiplas no desenvolvimento de qualquer disciplina ‘incluir uma variedade mais ampla de métodos, materiais e

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