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todo o mundo ¢ aos movimentos sociais que mailitam
Jexto 11 Nazis «on-line»
‘A Internet tem um enorme potencial para a luta
contra 2 discriminaclo, pelo que € simplesmente
cerrado entrar a pés juntos no debate centrando-o no
‘uso que os militantes do édio racial fazem ou podem
fazet das ferramentas cletrOnicas no mundo globali-
zado, Seria como comegar ¢ acabar a discussio da
importancia das redes vidrias Himitando-a & avaliagio
do comportamento dos loucos do volante.
‘Averdade € que, 86 no espago a que pertencemos,
foram dados nos Glkimos meses bons passos no sen-
‘ido de tsér mais e melhor a Net para realizar os obje-
tivos que justificaram a criagio do Observatério
Europea contra 0 Racismo ea Xenofobia (btp:/Jenme.
aint). A rede de informardo Raxen, gerida pelo
Observatério, fornecera novas armas aos cidadios de
uso. inteligente da Internet para defesa ativa e pela
positiva de uma causa essencial.
\Nada disto significa que devamn ser subestimados
os petigos decorrentes dos usos perversos que as redes,
globais também propiciam: (.)
'No novo contexto, as ONGS e os cidadios podem
interagir com os poderes piblicos muito mais facilmente,
havendo exemplos notiveis de «ativismo antirracista»
‘coroado de sucesso. Quando a Ligue Internacionale con-
trele Racsme etT Antisémitisnte €a Union des Etudiants
Juifs de France pediram ao Tribunal de Grande Instincia
de Paris que proibisse 0 Yahoo de incluir objetos nazis no
seu servigo ruidial de leildes, abriu-se um debate darié
cador que, lentamente, ajudou a decantar conceites ¢ @
visibilizar as fronteiras entre 0 possivel e oimpossivel,
contra a barbétie, constituinde um bom exemplo de
sto 13. Governar a Internet
‘As caracteristicas da Internet parecem convertéla
‘num meio adverso a missfo de um direito ede institi-
Ges reguladoras de base territorial concebidos por €
para uma sociedade assente em bers tangiveis. N3o
surpreendentemente, a sua emergéncia fezse acompa-
‘nhar por um debate sobre a forma mais adequada de a
regular, Houve quem encarasse a Internet como um
espaco natural de liberdade, rebelde a qualquer tipo de
normatividade externa e apenas compativel com regras
e institugbes geradas no seu préprio sci isto & com
‘uma autorregulagio, Nzo demorou, no entanto, 2 a-
rmarse a convicsio da necessidade e da validade, tam-
‘nit ai, dos principios ¢ regras reconhecidos pels
sociedades democraticas ¢ da responssbilidade dos
Fstados de 08 defenderem sob pena de serem postos
em cquse valores como a ordem piiblica eas liberdades
fandamentais dos cidadios.
‘Ateotia ea prticatendem, no obstante, pensar a
regulacio da Intemet & luz do conceito de governangs,
cenvolvendo tim mista de control estatal, de cooperaczo
{internacional e de autorregulagéo. A Internet tem propi-
ciado, incusivamente, orecureo a ura método de regula-
go inovador. a comregulacto (ver “Uma instituicso
Original: o Férum des Droits sur Intemet’).
‘A Internet constitu hoje, de facto, um espago orga-
nizado ¢regulado & escala internacional. No plano wni-
versal, 2 sua regulaclo recai fundamentalimente na
fesfera técnica (protocolos de Internet rogldos pela
Internet Assigned Numbers Authority (JANA); nomes
de dominio sob a égide da Intemet Corporation for
‘Assigned Names and Numbers (ICANN). & no plano
europe que se tem ido mais longe na regulagto da uti-
Tizagdo da rede nas esferas econdmica e socal
ob
2
et Mogaes (200), Hom Seplen~Cenasdo Vida no Craps
‘ston, Quta ites, pp. 285-286
4
‘A regulagio da Internet pela Unio Europeia
‘A agio reguladora da Unio Furopeia no que 1es+
peita a ‘Sociedade da informacio", incuindo as
“autoestradas da informacio", tem sido pautada por