You are on page 1of 57
: Capitulo 1] TECNICAS DE ANAL 9): DO MATERIAL QUALTEN Hye Anilise de contetido | | A EXPRESSAO MAIS COMUMENTE Usapy p | gro tratamento dos dados de uma pesqui | lie de Contetido. No entanto, a €xpressao significa mais do queum procedimento técnico. Faz parte de uma hist6ric; qatedrica e pratica no campo das investigacdes sociais, Para Bardin, a Andlise de Contetido pode ser definida como: ‘ara represen. (ualitativa é Ang. ‘a bus- Um conjunto de técnicas de anilise de comunicagao visando obter, por procedimentos sistematicos ¢ objeti- vos de descricao do contetido das mensagens, indicado- tes (quantitativos ou nao) que permitam a inferéncia de conhecimentos relativos as condicées de producao/recep- Sao destas mensagens (Bardin, 1979, p. 42). | Ou seja, andlise de contetido diz respeito a téenicas de | Pqulsa que permitem tornar replicdveis e vilidas inferéncias | ‘he dados de um determinado contexto, por meio de Bro | “dimentos especializados e cientificos. im comum, as defi- "Oss tesaltam © processo de inferéncia. nicas de andlise de material qualitative técnicas 304 A Andlise de Contetido, como ‘Conic ce tray ssui a mesma ldgica das metodologia: a % dos, oe que busca a interpretacao cifrada do material de et pease Berelson, um dos Primeiros leSticos da ana. se de contetido nos Estados Unidos, assim a define: ‘AMento de a 2 Wantitariy, uma técnica de pesquisa mdtica e quantitativa do contetid e tendo por fim interpreta-log Para descricag obj jetiva, Siste. ‘0 manifesto das Comunicacses (Berelson, 1952, p. 1g ). Historicame nte a Anilise de C do entre 0 Tig Ontetido classica tem oscila- or da supost ‘a objetividade dos numeros ea fecundidade da subjetiy; ‘i a atual 0 de discurso, anteriores a a! Aan; ‘lise léxica Constitui u por i formant, ™ tipo de estudo do vocabulario de um in Plicacao de méto. ensie los estatisticos visando a averiguar ova ae ‘0 feitos dimensionamentos dee Frases (essa pessot Arp “tensamente?) e também estudo da incidéncia aa aparece do nimero 8 que um vocdbulo ou um uma ik am i iderar que, mediante procedimentos ulate eee *bttpretar com rapide o Montante de palavras “™ vista explicar o universo total das informagoes 0 de vex, lexica peri, lisadas tendo qéenicas de aniline de material quatitgr alitative, h > Conter, 405 vic de Andlise de Contetido, A Ret6riea estuda as im fali ; : sora decd i as modali ue de expressio | ropria de uma fala persuasiva, A oui dal 08 enunciados de um texto, seu enc adeaneni MICA adcamento, © as anal isa orinais (UC validam 0 raciocinio, de Conterido . eee ee recente, Surgiu nos dos Unidos na época da Primeira Guerra Mundial, ‘dentro mpo jornali ico na Universidade de Colimbia, Dentre mes que jlustram a hist6ria do desenvolvimento des: cam-se Lasswell (1952), que fazia andlise de a il de imprensa € de propaganda desde 1915, Sua obi iene «pal propaganda Tecnique in the World War foi publicada em 1927. 0 trabalho de Lasswell teve como contexto um mo- ment historico de fascinio pelo rigor matematico como me- ida @ como parametro cientifico. Dessa forma, a Andlise de conterido, em sua origem, é vitima da pretensa objetividade que os ntimeros @ as medidas oferecem. Apartir da década de 1940, os departamentos de Ciéncias politicas das universidades americanas tornaram-se 0 locus de desenvolvimento das técnicas de Andlise de Contetido, tendo como material privilegiado as comunicacées provenientes da Segunda Guerra Mundial. Os investigadores visavam, dentre outros objetivos, a desmascarar os jornais e periddicos sus- peitos de propaganda considerada subversiva ou de carater nazista. Laswell continuava seus trabalhos sobre andlise de simbolos, A ele juntaram-se estudiosos das mais diferentes ‘reas: socilogos, psicdlogos, cientistas politicos. Os marcos distintivos da técnica desenvolvida nessa €poca foram as and- lses estatisticas de valores, fins, normais, objetivos e simbo- ls. A preocupacao da objetividade e da sistematicidade so- ae tendo como foco 0 rigor quantitativo, para se ee ao que os cientistas denominavam ‘apreensao oe gical ", numa critica permanente ea a leebon a Do ponto de vista me cee ° Peocupagoee ated ( 1952) sintetizaram e sistemal ee epistemoldgicas da época. Em The Analysis o) gf eb lise os 0! nica desta 306 téenicas de andtine de iateria, ore Communications Content (Berelson g, térios fundamentais entio exipi tifico foram assim resumide Ali, Nazar IOs para tex “Feld, Nifics (a) trabalhar com ‘a; (b) interropa 7 de coleta € dog Tesultades, aM verificac: { enfatizar a analise de freqiiénci de ¢ cientificidade; (e) ter po dade da anilise. Berelson (1952), Lazarsfeld (1952) et, Portanto importantes tedricos e cri lise de contetido. Neles, a obsessao pel, se confundem com os Pressupostos d, mes, seus trabalhos e influénci i atuais em relacio as Proposta: No periodo posterior A § nidas de maneira sistem atic dos procedimentos com codificadores que permit (c) 40 de fig a Como Titérig, de ope bilidade de Medir 4 pI 4S técnicag la Objetividade e 0 Positivi: S de tratamento dos egunda Guerra, a utili investe e algumas vezes se retira menos. No final tas nada ha que substitua as idéias brilhantes (Bardin, Pp. 20). A constatacao do cit, Cepcao tedrica e: lise qualitativa contetidos late uma meta e vir Substituir a in A partir d questio da ‘ado autor demonstra uma ¢ 'm relacdo aos modelos matematicos 7 € Se curva a importancia da compreensa ntes. Mostra que 0 rigor matematico junto com outras formas de validacao, mas™ luicdo e a busca do sentido das falas. 8 anos 1950, e sobretudo na década de 1” Analise de Conteado ressurge, desta Ve” scnicas de andlise de material qualitaty “ oy 307 pate mais aberto e diversificado. A Antr deo ogiae 8 psicologia juntam-se a Psicanilise, Opologia, a je ma retomada de problematicas anterio eosormaliss .;, No plano epstemolégico, confrontamn qua- de comunicagao: (a) 0 modelo “instr, duas e ponto de vista: numa es : ortante nao é 0 contetido manifesto da imensane : fendia Berelson) mas © que ela expressa facns ao 9 e as circunstancias em que se da; (b) 0 modelo te. gentacional que da relevancia ao contetido lexical do dis- ja proposta é fazer uma boa anilise, focalizando a idade € O sentido das palavras. de vista metodolégico, a polémica entre a abor- dagem quantitativa ea qualitativa na analise do material de co- municaga0 sempre existiu. Em relagao ao primeiro tipo de abordagem, predominaram as idéias de Berelson, Lazarsfeld e Lasswell, acrescidas de novas formas de procedimento, todas elas buscando “medidas” pata as significagdes, como critério de centificidade (Osgood et al., 1957). Os pesquisadores que buscam a compreensao dos signifi- cados no contexto da fala, em geral, negam € criticam a anilise de freqiténcia das falas e palavras como critério de objetivida- alcance meramente dee cientificidade e tentam ultrapassar © tescritivo da mensagem, para atingir, mediante a inferéncia, uma interpretagdo mais profunda. eee varios fatores vieram a alimentar © debate a vem j tedrica, A informatica e a semidtica a0 duas areas 4 ° influenciando definitivamente as modalidades de oe Ment 0 dos dados de comunicagao. Varios softwares passaramn tas quantita 2 atual; War Fa ee 8S qu com maior rigor técnico as propos as Em todos 0S “Ongr Jo XX. E ° 7 isa qualita' nde como de Do ponto as pacar no inicio do sécuX nee ann POstos pg € locais sobre pesqui fille de coment See oe novidades instrument isi 40 a8 Dro tetido. De outro lado, também ten inte Postas compreensivistas Pat andlise 428 ll a} qualitativo anstie de mate je ane genie a ginamismo nos estudos de Sign 4 if novo 2 0s reveland do uso e do d - bolo, intencl to. A discussa0 sobi + A hermenéutica como a arte da compreensdo ‘A hermenéutica funda-se na compreensao. Ela é conside por Gadamer (1999), um dos maiores estudiosos do to, como um movimento abrangente e universal do mento humano. E é vista por esse autor, de forma mais do que a que abrange a experiéncia cientifica e origina processo de intersubjetividade e de objetivacao humai compreensao, diz Gadamer, contém a génese da conscié hist6rica, uma vez que significa a capacidade da pesso% mana — e no caso o pesquisador — de se colocar no lug outro (que é 0 “tu” do passado, ou o “diferente de mim Presente, mas com o qual eu formo a humanidade). A hermenéutica ocupa-se da arte de compreender ae ——— a Por mim num sentido ba Se irae 7 al ay entrevista, documento, live temporal é o oe pee hermenéutica, a pn sado eo futuro, ou ents : ce © encontro entre da vida atual mediada ° ‘ iferente e a diversidade de ada pela linguagem que pode ser tran ensivel, permitindo chegar a um entendim tecnicas de analise de material alitativo pleto © nuns F 429 un compl ca Cotal), ou inte anspar ) y na col 23), SUSDArente, ant |mpasse NA COMUNICACAO, Por isso, ag ; ee levan- 80, aS idéias de alte. aa e ° “a ral emendime to € ANOKO de mal-ente i tes universais LANLO NO CAMO cientifico pills vidla o enw! 5 Cién | on sadamer, madade ¢ Me todo Como Ciencias do espirito (1999, p, 15 ea m uma heranga humanista que as di ing d " i eee cn eda pri: i, chamada ‘ciéncia moderna”. No centro de sua elaboragio 30 de compreende adamer vai mais alé “i p amer vai mais além das Cién- est nogao . jais e Humanas, incluindo toda a experiéncia cientifi pjeto de compreensao: ndido sao Pos ¢omo no mundo ico do pens: : F rr 7 nciado ba ; nei mento hermencutico & de Humanas ¢ Sociais, nominadas pot adas por We an Ve inistt «q.como ol ‘Jo filoséfica, A presente investigacao coloca uma que: o compreender. E nao a coloca unicamente a ma-das ciéncias do espirito; € sobremodo nao a coloca so- mente 4 ciéncia e a suas formas de experiéncia — essa in- vestigagao coloca a questao hermenéutica ao todo da experiéncia humana de mundo e da praxis da vida (1999, p. 16). assim cha- Para Gadamer, compreender "jamais € apenas um com portamento subjetivo frente ao objeto dado, pois esse movi- mento pertence ao ser daquilo que é compreendido” (1999, 0.19): compreensao é, em principio, entendimente © com- Dreender significa entender-se uns com os outros. Assim, uma fides centrais que fundamenta a hermenéutica de que os hey humanos, na maioria das vezes s¢ entendem ou fave uovimento interior e relacional para se porem oa ie 8m oes s6 se transforma numa trea pa beat ‘nee no entendimento, um estran = eee Wa aparar atm Pergunta: “A necessidade de uma Mer “ce, pois, com o desaparecimento do comp Por si, ™esmo” (Gadamer, 1999, P- 287): de analise de material qualitativo 330 tect Quais do as tilhas do compreender? Gadamer comega por acdo: esclarece que nao € buscando a ik alavras ¢ discursos dizem muito Mais quis dizer. E num raciocinio di . um exercicio de neg. tencio do autor, pois as P. do que quem © escreveu let. co, comenta que, embora muitos tenham pretensio de dizer mais do que realmente dizem, ¢ importante ter em conta que cada individualidade € uma manifestagio do viver total ¢, © se refere, ao MesMO teMpo, ao que portanto, a compreer €comum, por meio de operagdes de comparacao; € ao que é especifico, como contribuicao peculiar de cada autor. Ainda no exercicio de nega¢ao, 0 autor diz que compreender nao é contemplar, pois a auto-alienagao na contemplacao nao apro- xima o investigador da realidade historica. Da mesma forma, acrescenta que compreender nao € um mero captar da vonta- de ou dos planos que as pessoas fazem, pois nem 0 sujeito se esgota na conjuntura em que vive, nem o que ele chegou a ser foi apenas fruto de sua vontade, inteligéncia e personalidade. Schleiermarcher (2000), um dos autores seminais da her- menéutica, assinala que 0 traco essencial do compreender é 0 fato de que o sentido do peculiar é sempre resultante do con- texto e, em ultima andlise, do todo. E Gadamer assim se ex pressa, a partir dos textos de Schleiermarcher: Ja que o todo, a partir do qual se deve compreender © individual, nao pode ser dado antes do individual, Cal o compreender é sempre mover-se nesse circulo, e por tanto é essencial o constante retorno do todo as partes ¢ vice-versa. A isso se acrescenta que este circulo esta sempl® se ampliando, j4 que 0 conceito do todo ¢ relativo, ©! integracdo em contextos cada vez maiores afeta sempre E s eee se 1999 também a compreensao do individual (Gadamer 1 p. 297). sutica wl Gadamer e Schleiermacher aplicam hermeneut! it is descricdo dialética polar, com a qual descrevem wentleas Ue amaise de ryay A talitatives un | interna € as mMultiplas poss bilidades de inte (la sensiio de um autor ou de i Ipretagdo ¢ videnci ‘dimento me 'Merpreta pode VEZ DOr todas, Dey na que o Mvestigador dey, 1% itor melhor do que ele Proptio teri er U oe compreende, tentando desvendar do wr” pnsciente Para ele. | cons MN texto, | OO E um, Proc ente fechado: nada do que an, en, nico © “nica i ee see ser en " > uma vez 86 e¢ de uma y Jo dew ui nUo dessa ¢ buscar enten Mt se Compreendi- ¢ d © que ficou ine SA IMeTSAO NO texto de um autor pode -onsiderada melhor quando explicita televancias (Schutz, eeu acrescenta conhecimento novo, pois, diz Cadamer le nao deveria se esquecer de que ‘he e vocacionado de Gadamer en: ninguém & ae 1a obra. |. ..| No momento em oo itor se converte em intérprete, converte-se em seu pro- or” (1999, P- 300). prio ae de qualquer realidade constitui um exercicio refle- : i A liberdade humana, no sentido de que os aconte- xivo sor eeuem e se condicionam uns aos outros, media- cimentos S€ . ulso original: a cada momento pode comegar dos por um 0. cs nao existe determinacao total dos aconte- algo novo. o aay estdo ai “por causa” do outro ou ee eeaincnie na sua realidade. Os acontecimentos ceo i ida cotidiana sio governados por uma pro- historicos ou Ca Vi a da qual as pessoas nao sao comple- funda conjuncao intern medida em que sao penetrados dentes, na isso, junto da liberdade esta tamente indepen por ela de todos os lados. Por essidade. ‘i e jd se for- Oconee de nid di respite 20 mou, que néo pode ser desfeito ¢ pasel AN \oda atividade emergente do sujeito eee 1978) denomi- Patamar, que os outros autores como sn nexos com 0 que tam o plano das determinacoes, eee arbitrariamente, advém. Mas esse nexo nao deve ser toma rminada e nado Porque ele se construiu de uma maneira dete ir de , istorica), a partir “eoutra (dentro de uma especificidade histor ) 2 téenicas de andlise de material qualitative um conjunto de multiplas possibilidades. A esse elo que amal. gama 0 presente com o passado e com o futuro os antropdlo. gos denominam cultura de um povo, de uma nacio, de uma classe, de uma época. Sao as determinacdes que os marxistas reconhecem como pano de fundo da realidade social eda historia (Marx, 1984); filésofos como Ortega y Gasset deno- minam circunstancias da biografia (1987) e Sartre (1978) cha- ma de possivel social, condicionante da liberdade de escolha, Dilthey (1956) adiciona 0 conceito de forga ao de liberda- de, para falar de um impulso que move ou de uma Projecio do sentido na acao. Para esse autor, a nocao de for¢a ocupa um lugar central na explicagao das ciéncias do espirito. Diz que na forga se acham unidas interioridade e exterioridade, numa unidade tensa. Toda forca s6 existe na sua exteriorizacao, mas € mais que a exteriorizacao, na medida em que significa uma disponibilidade interior da infinitude de vida. Através da ex- periéncia do limite, da pressao e da resisténcia, o individuo se da conta da propria forca. Porém, o que experimenta “nao sao as duras paredes da facticidade. Como ser hist6rico, expe- rimenta também realidades hist6ricas, e essas sao sempre, a0 mesmo tempo, algo que o sustenta e espaco onde da expres- sao a si mesmo” (1956, p. 281). Em outras palavras, nesse espaco © sujeito realiza a objetivacao de sua vida. Assim, i categoria forga representa o elemento da interioridade e da li- berdade: tudo poderia ser diferente se cada individuo que age de uma forma atuasse de outra. Por isso, conclui Dilthey: forca que faz a biografia e a historia nado é um movimento mecanico, vem da vida interior e sé passa a existir quando ¢ objetivada. 7 A necessidade, que se opée a liberdade, 6 0 poder dau? que sobrevém e o poder dos outros atuando, como um on prévio desde o comeco da atividade livre. A necessidade a muitas coisas como impossiveis, restringe a agdo a0 oa ou seja, aquilo a que o sujeito esta aberto. Mas, dialetica” isa te, a necessidade procede da liberdade ¢ a liberdade P* genicas de analise de material qualitative an 44 yela, Do ponto de vista Logica, a necessidade € hig LW é ipo ji respeito au modo de ser historicn © nag de ; > se : algo so que se fornou tealidade jac. pode ser 4 nature O que vitae, na verdade, livre, mas a liberdade nels ara as er encontta, em cada caso, sua dimiticag 1) y al GIO NO sto & nas circunsGincias em que in atuar. A 4 na historia apenas uma represer » imper as concepgoes dos que atuasn yalmente, OS planos e na forga viva que se atualiza nos acontecimentos, Vos 9 momento histrico-efeitual (Gadamer, 1999), do mes modo que 0 individuo, ¢ finito e nunca conseguird abran. asentido total € definitivo das coisas leitura serd vesn- y possivel, 8° dara sob o olhar do presente ¢ serd guiada interesses. A finitude do cosm- iéncia hist6rica do sor quest0es, pressupostos ¢ as limitagdes da con areender representa a mvestigador (ou de qualquer sujeito) e é uma forma de auto- conhecimento. Qual €a matéria-prima sobre a qual se exerce 0 compre- eager? O ato do entendimento, mais que um desvendamen- 1p da verdade do objeto, é a revelacao do que “o outro” (0 *tu’) coloca como verdade. O modo como vivenciamos uns aos outros, [Eerie isso que forma um universo verdadeiramente hermenéu- tico, no qual nao estamos encerrados com barreiras in- tansponiveis, mas para o qual estamos abertos (Gada- mer, 1999, p. 35). sug eeoria basica, ° chao das ciéncias compreensivas, éo Sentido ae expressao cuja origem se encontra em Vico e cujo Mento ae loba nao apenas a capacidade universal de pensa- 9 do que eee todas as pessoas, mas também 0 senti- Neo despido den a comunidade. “O senso comum € um "do por ‘ode de qualquer reflexio, comumente esperimen- la uma ordem, por todo um Povo, POF toda uma su bernie nagav, ou por todo o género humana Fste & 0 artigo 12 do céebre texto Do Estab cfpios, com que fildsofo do século sido, se insurgia contra a “contabilizagzo propostas quantitativistas, ¢ contra a sua Vico, é assumido por Gadamer como um saber para o verdadeiro e para 0 correto, que b vel e pratico e se apdia em vivéncias € n: Ges racionalistas. fssa definicZo pode termos de outros estudiosos, como € 0 caso de seu trabalho Common-sense and Scientific Interpret. man Action (1982). Diz Gadamer, referindo-se ao ass: FE um conhecimento positivo que o sé! transmite. |. . .| Também nao € assim, em absolute qe tal saber contenha apenas um valor reduzido de verdace |. . .| Ele serve para nos guiar nos afazeres comuns d2 842 quando nossa faculdade racional nos deixa no es¢ (1999, p. 69). O conceito de senso comum ira sendo retomado semp™ historia da ciéncia. Num dos seus livros que se chama !n7™* ¢do a uma Ciéncia Pés-Moderna, editado em 1989, Boaven® Santos (1989) faz uma pormenorizada dissertagao de co em varios momentos histéricos de seu desenvolvimen> * ciéncia trata dessa problematica, ora dando énfase a s©%* - pectos positivos ou negativos, segundo o grau de rac mo com que 0 método cientifico é tratado. De um lado um grupo que opde mundo da vida a mundo racional € tifico, pondo na expresso senso comum a carga des das referéncias sobre pré-conceitos. £ 0 caso de Due em As Regras do Método Socioldgico (1978); e de Ma™ & é em A Ideologia Alema (1984). Nesses autores, enso com considerado como juizo leigo, ignorante ou falsa onal spetl taza com Canscanet téenicas de anise de material qualita alitative eas coisas, devendo ser derrubado ¢ ve 4 je da ciéncia. Outros autores recupera, yids a -onceito «anto COMO Matéria-prima d. ¢ Ncido pela objeti- M a Positividade ~ la investigaca . lo bé '8a¢do empi- : bém como fonte de criatiy) PI ica, mas | te de criatividade, como expres- Gunnar Myrdal, em Objectivity in Social Research (1969); mpson em The Voice of the Past: Oral History (1978); a em The Definition of Situation (1970); Schutz, ecm ygreserise and Scien ic Interpretations of Human Action (1982). Nastia positividade, senso comum € tratado como um génio da ilu prdtica, que leva ao ajustamento em relacao 4 tealidade, jo meio social, contendo, Portanto, um valor pratico-moral, sendo originado e lapidado na propria cotidianidade, o senso comum permite © deslocamento de uma pessoa para 0 ponto de vista da outra, por meio de uma atitude compreensiva. Um eeiro grupo de autores problematiza o conceito, nele en- contrando pélos de positividade e de negatividade em rela- cio 4 construcao cientffica da realidade social. E 0 que se lé em Gramsci na obra Concep¢do Dialética da Histéria (1981); em Weber em A Objetividade do Conhecimento nas Ciéncias e na Po- Itica Social (1974); em Granger, em Pensée Formalle et Science de LHomme (1967). Da mesma forma que senso comum, outra idéia importan- tepara a atividade compreensiva trazida por Gadamer (1999) éade vivéncia, Esse autor observa que, diferentemente do ter- no vivenciar que é mais antigo, vivéncia surge no século XIX, carregando 0 sentido de imediaticidade com que é abrangido algo real. Vivenciar é diferente de ouvir falar, de deduzir ou de i um termo que vem da literatura biogrdfica e foi pri- a desenvolvido por Dilthey (1956), significando configne Ns de sentido e unidades de sentido que sao re-interpreta ig, aidades pensadas”, fazendo parte da ieee cis aoe Mas vivencia nao é sinonimo de “co! , Outre me €a vida mesma. slise hermenéu- fica g Sn Mo que compée o campo da analise inte "Polo. Denomino simbolo ao que vale, nao som sam thor mas, Vo tecnicas de anslise de material qualitative por seu conteudo, mas por fazer uma mediagéo comunica. cional, por existir como um “documento” e “uma senha” que permitem aos membros de determinada comunidade se iden. fificarem, A importincia de um simbolo esta em sua funcio re. presentativa de algo visivel e invisivel, refletindo, ao mesmo tempo, uma idéia do real e sua expressao fenoménica. Ou seja, simbolo & a intima unidade da imagem e do significado que nao anula a tensao entre o mundo das idéias e 0 mundo dos senti- dos, A compreensao simbélica deve ser entendida como parte da ocorréncia, da formulagéo e do sentido de todo enunciado, Com [lusserl (1980), a hermenéutica aproxima-se da fe- nomenologia. Essa corrente de pensamento afasta-se da idéia de investigacgdo do “ser” numa abordagem filos6fica essencia- lista para ir 4 busca de compreensao de como as coisas se apre- sentam e acontecem nos modos subjetivos de viver. O “mun- do da vida”, tal como pensado por Husserl é, ao mesmo tempo, um mundo pessoal (no qual se juntam tradi¢ao e pro- jeto de futuro) e um mundo comunitdrio que contém a co- presenca dos outros com os quais se vive em intersubjetivida- de. Sio dois os termos centrais do pensamento de Husserl: intencionalidade e significado. O primeiro quer dizer dirigit-se para, visar alguma coisa: “a consciéncia é intencionalidade" 0 que significa: “toda consciéncia é consciéncia de |. . .| ¢ todo objeto é apreendido em sua relagao com a consciéncia” (1980, p. 56). O segundo pode ser traduzido como a concepcao de que os objetos sio compreendidos de uma certa maneira sub- jetiva pela consciéncia que lhes dao maior ou menor relevan- cia. Dessa forma, a fenomenologia nao concebe a subjetivida- de em oposicao a objetividade, porque esses dois termos esto em correlacao: 0 sujeito que realiza, objetiva-se em sua ajo" e seu produto é sua propria subjetivacao. A ingenuidade do discurso que fala da objetividade = wilde, 8 que deixa totalmente fora da questao a subjetiv id ao . in qual experimenta e conhece e € a unica que prowl teenicas de andlise de material qualita ivo 337 maneira verdadeiramente concteta; a j a ingenui idade do ¢. i- entista da natureza e do mundo em geral te 0 fato de que todas as verdades que ae cego para objetivas, €e mesmo o Préprio mundo cee como substrato de suas formulas, é a sua propria « eo €o de vida (Husserl, 1980, P. 16). ‘Onfiguracdo £m sintese, compreender implica a Possibilidade de in- terpretar, de estabelecer relagdes e extrair conclusées em todas as direcdes. Mas compreender acaba sempre sendo compreen- der-se. A estrutura geral dessa forma de abordagem atinge sua concrecéo na abordagem histdrica, na medida em que ai se tormam operantes as vinculacGes concretas de costumes e tra- digdes e as correspondentes possibilidades de seu futuro. Mas compreender significa também e sempre estar exposto a erros eaantecipacées de juizos. A compreensao sé alcanca sua ver- dadeira possibilidade quando as opinides prévias com as quais seinicia uma relacao nao sao arbitrarias. Existe realmente uma polatidade entre familiaridade e estranheza e nela se baseia a ‘arefa da hermenéutica, buscando esclarecer as condigoes sob aS quais surge a fala. * A dialética como a arte do estranhamento e da critica Na historia da dialética, caracterizam-se duas fases. A a e desde os pré-socraticos até Hegel; € 2 moderna, de i aE og dias de hoje. A dialética antiga que vem do pensamento re é busca da re, chegou a se constituir como um método de : Verda spostas, para taze' ‘t i fy pomiisde de a * falsas da realidade. Senifcay 'congruéncias das ace bina ane a arte do didlogo ou a arte 4¢ "Classi - de Separar, distinguir as coisas & Matig n as idéias para melhor analisa-las, discutir, mas tamM- m genero & espécie como demonstra vn reenicas de anslise de matetial qualitatiy, gregos, 0 debate iniciava-se pela definigao do tem, : tuntas, respostas € outras indagacées, até idéia mais clara sobre o ass 4. Sey que UNO ta, Os historiadores de Socrates comentam We ele cog ssa estratégia para obter a confissdo de ignoray seus interlocutores, com base nas contradicées que tavam na apresentagao de idéias. Em Platao, a dialé metodo de passagem de um conhecimento sensive] conhecimento racional. Em Aristoteles, significa a ded, parte de premissas formuladas sobre opinides Prova pensamento estoico, dialética é sindnimo de légica fo No Ocidente, ao longo de toda a histdria da fil conceito de dialética assumiu muitos significados, fr mente nao relacionados ao seu sentido original. No XI, 0 filésofo Abelardo retomou o sentido grego da n dialética como o método adequado para formular dé criticas. Mas em Descartes, que viveu do final do sé até a metade do século XVII e é considerado 0 filé: fundamentos da ciéncia moderna e pai do racionalis mérito do conjunto de toda a sua obra, mas sobretu: Discurso do Método, escrito em 1636 (Descartes, 1980), tica 86 aparece referida como légica falsa e inadequada Feto uso da razao. Mais tarde, Kant mostrou, em Critica da Razdo Pura que as idéias e os principios da razio levam a cont quando sao usados como transcendentes. Schleie (2000), um dos filésofos da hermenéutica, recupera a S40 da dialética como método de conhecimento, r do seu sentido na filosofia de Platao. Para Schleierm dialética é uma regra que serve a todo entendimento, que se constitui como uma arte de conduzir o discurs? produzir uma Tepresentacao verdadeira de um assum Pauta. com Hegel em A Fenomenologia do Espirito ¢ 1813 (1980) que a dialética recebeu tratamento mais am recnicas de anal ede Material Walitativg jo em trés dimensdes: Ontol6 ai, : ” 4 partir de entio, 0 CONCH Passe fice sdfica, sendo abordado em Watios semti nai : sferemtes CONOLADES: (a) a dialeticn dane dS OM sum ¢o mesmo; (b) a dialstica da eee oF : esseneiy enquanto aparencia de si mesmo: (ce) Vessencia ¢ A dialetica do con cia; (d) a dialetic - 9 conceito € a unidade de ser ¢ essén da esséncia, ¢ do conceito: transtormar-se 5 7 ‘ em ou : pcesso dialetico na esfera do Proprio ser, ne ngels, a dialética esta Presente na de articulagio das partes num todo e como processo. desenvolvimento dessas partes. Ela anifesta-se no conhe- nto como forma de pensar a histéria da natureza eda za humana das quais sio abstraidas as leis da dialética: orte COMO Momento essencial da vida, a negagao da vida mo contida na propria negagio da morte, de forma que a vida seja sempre pensada com relacdo a seu resultado neces #0, 0 qual esta sempre contido nela, em germe, em forma corte” (Engels, 1952, p. 37). Por isso, a dialética & a forma ma como a realidade se desenvolve, pois no universo tudo émovimento e transformagao e nada permanece como &, Hegel onsiderado um fildsofo idealista, pois coloca a primazia idéias na construgao da realidade. Segundo sua filosofia, 2 origem o universo seria a idéia materializada e, antes de qualquer coisa, um espirito pensou o mundo. Mas 0 espirito £0 universo se encontram em movimento dialético. No marxismo, a dialética transformou-se numa maneira dinimica de interpretar 0 mundo, os fatos histéricos e eco- *Smicos, assim como as proprias idéias, sob a égide do mate: “alismo histérico, Mam apoiou-se nas idéias de Hegel relativas 1 tealidade, como * Perene movimento universal ¢ ao constante processo de | :{Sormacio, mas o fez invertendo os termos da nies | Bs eer, { presente como método ba “autor. Em Marx, a dialética esta presente com . | “2nsformago do real que por sua vez modifica a p cia do as idéias, Todos os grandes pensadores m ente arxistas de- 340 técnicas de analise de material qualitativo senvolveram uma reflexao sobre a dialética. Mencionarei ape- nas alguns, buscando compor as idéia tedricas que vieram a se tornar a espinha dorsal do método do materialismo dialé- tico, e remeto o leitor ao capitulo onde trato especificamente do marxismo. : Para o marxismo, a realidade é um todo dinamico, em permanente desenvolvimento, em. unidade de contrarios, cujo conhecimento € um processo de conquistas de verdades rela- tivas, como parte de uma verdade unica e absoluta. A dialética é 0 estudo da oposi¢ao das coisas entre si. Metodologicamen- te, ela se traduziria numa forma de abordagem: desvendar as | relacdes miultiplas e diversificadas das coisas entre si; explicar o desenvolvimento do fenémeno dentro de sua propria logi- ca; evidenciar a contradicao interna no interior do fenédmeno; ; compreender o movimento de unidade dos contrarios; traba- ; Ihar com a unidade da anilise e da sintese numa totalizagio das partes; co-relacionar as atividades e as relacGes. Assim, do ponto de vista marxista, a dialética se constitui num processo infinito de revelacao de novos aspectos e cor- relac6es; processo incessante de busca de aprofundamento do conhecimento humano; movimento de encontro da coe- xisténcia da causalidade com formas mais complexas de inter- dependéncia, de reproducao e de passagem da quantidade para a qualidade. Em sintese, a grande contribuicgdo marxista a dialética é, primeiro, inverter, teoricamente e na sua aplicacao pratica, a visio hegeliana de primazia do pensamento sobre a acao na construcdo da realidade, valorizando a historicidade, e a tela- ao entre a base material e as representacoes da realidade. Na pratica de andlise dos materiais qualitativos, essa abordagem colabora para o entendimento de que nao existe ponto de vista fora da historia, nada é€ eterno, fixo e absoluto, portan- to, nao hé nem idéias, nem instituigées nem categorias estati- cas. S40 os seguintes os principios com os quais 0 método dialético trabalha: Wenicas de anatise de ae Mater, » Cada coisa é um Proceso se. Cada ser (pessoa, ’ Isto & par $e ido Ale} i ee inating on? March. i submetido a lei interna a Stituicag anja 4M tog esl . do movin” Mimaig . jssado, Mas est em plena Tealizaca imento, ae * Plantas) 7s idéias transformam-se “ACAO. Ag g eM sig &M Virtud, ‘aS, 9 odinamismo. © das leis internas t 4 AS de sey «HA um encadeamento i] s : a forse tansformou numa goiaba ue se trance, on X™Plo, a ree que um dia morreré, Tecompondo o ard em aryg. ‘tai cid mentos vitais de mudancas, Mas ee on dos outro, nem a mesma ArVvore, Pols Os processos se dig em espiral i ii iral e na de forma linear nem circular, 0 que vem é uma ne e nao 88, po- ma mera Tepeticao. al qu, aut Processos, s mo. derd ou Nao acontecer, mas nunca sera up * Cada coisa traz em si sua contradicdo, sendo in. transformar-se em seu contratio. O vivo marcha Paraa mote porque vive; a felicidade contém a dor que vird e assim por diante. Segundo a concepgao de Hegel, uma coisa é ao mes- mo tempo ela prépria e seu contrario. Qualquer coisa que se concretiza € apenas um Momento, uma sintese de sua afirma- gio e de sua negacao. A quantidade se transforma em qualidade. Nos processos de transformacao, as mudangas sao quantitativas e conco- mitamente qualitativas. A superacao do dualismo ae lidade e qualidade expressa-se no fato de que toda ae a Comporta sempre certos limites quantitativos e ee ne seja, sob o Angulo da dialética, as qualidades ae a "za fixa e estavel que lhes sao atribuidas nas ae sn Sicas da fisica e da légica. S40 estados ea or mudangas eas, em transformacao incessante motivad ‘iatetica fete etiores, Assim, a oposicao entre coe = dis- wane a uante ae sualidade esta as © no interior da qualidade. tidade em si mest Pesente nas quantidades, sendo a quan forma i u ‘ jdade. Essa !0P" itati- 2 qualidade do objeto ou da realidact forma 0 qualit “ender a realidade em proceso de 342 técnicas de andli ndo gerada no seio da mudanca qi no plano do pensamento, a falsa meteu a pratica cientifica moderna, na qual o quanti abeleceu de forma hegeménica, colocando todas smo plano (portanto nao as disti ferenciando) € considerando que a realidade se esgot expressao matematica. Mas também busca ultrapassar cao contraria, que sé restringe 4 compreender a reali nas nas suas expressdes va, ser superar, se esti lidades no me’ qualitativas. nenéutica e dialética 0 didlogo estabelecido por mas e Gadamer (1987) a respeito da Hermenéutica e veio beneficiar as discusses sobre métodos em Ciéi ciais, uma vez que esses dois autores buscaram forma tivar a praxis de produgao de conhecimento. Referin dos autores a respeito desse tema, anco do + Articulacdo entre herm A partir dos anos 1960, cussao ptiblica reafirma a importancia que deram para 0 av. mento, dizendo que a filosofia nao pode omitir-se go com as Ciéncias Sociais e Humanas, pois sao elas tituem a base da filosofia hermenéutica: “sem 0 dial as ciéncias humanas, a filosofia se torna vazia” (1987, O movimento contrario de aproximacao das ciéncias humanas do pensamento filoséfico também é cut pena de os métodos dessas ciéncias se transformarem ras técnicas, como chamam atencéo Adorno & Hol quando fazem a critica da sociologia americana posi A investigacao social empirica toma equivom 0 epifenomeno, o que o mundo fez de nos com pria realidade. Seu método ameaca tanto fetich assuntos quanto se degenerar em fetiche, 0U sel car as questées de método acima das questoes ig do (1979, p. 219). taza com Canscanet técnicas de andlis *€ de materia, Walitaty, para stein trabalhar dentro d¢ ' ;ah6ticO “significa um esforco de proc? he ©" jencias sociais, Mas OS proprigg Proce nen 6 Gqura a ameaca da selvagem atomiyars @ g conhecimento” (1987, p. 129), 1.50 z eneutica € a dialética devam reduzir- Fe de tratamento de dados. y 2 Moviment, to eNtos, Centifi. 105 procedime 40 significa que 4 sea um, ‘a simples, 4 as, 1 a ” POF possibiy; reor Ayte ibilitaren 7 ‘| pexi0 que se funda na Praxis, © casamento dag du: numa «| gens é fecundo na conducao do Processo, ao m, aS abor- smo tem- po compreensivo € critico de estudo da Tealidade social rmenéutica oferece as balizas : 4 het omunicacao entre os 5 i * Compreensao do sentido da ¢ eres humanos; parte da lin. rreno com izaca + guage como O te 1 ; am de Tealizacao da intersubjeti- yidade e do enten' imento; | ‘az a critica das pretensées do flu. minismo que leva a ciéncia moderna a crer na isencdo do possivel dos pré-juizos, colocando-se fora do mundo da vida; investe nas possibilidades da comunicacdo, mas as considera em seu processo finito, marcado pela historia e pela cultura e, filosoficamente, propGe a intersubjetividade como o chao do proceso cientifico e da acdo humana. Por tudo isso, sob a 6tica hermenéutica, entender a reali- dade que se expressa num texto é também entender o outro, éentender-se no outro, movimento sempre possivel, por mais dificil que parega a primeira vista. No entanto, concordando ‘om uma das leis da dialética, para a hermenéutica, tal como pena por Gadamer (1999), a compreensao 80 ¢ possivel ; ; i as- eatanhamento, pois a necessidade do entendimento nas a an ; rOpria ing 0 fracasso da transparéncia da linguagem ¢ “ if i ‘01 - : ‘ivi e - “mpletude e finitude humana. Assim, a atividade he Meutica se we ho, entre a inter- sub;.. -© Move entre o familiar e o estranno, — Ubietividad, . ebra da possibilida- de les le do acordo ilimitado e a qu Se acordo, nig eas da postura hermenéutica podem ling, "4 Partir de Gadamer (1999); Habermas viMPayo (2002): ser assim ie (1987); Stein yn técnicas de andlise de material qualitative » O investigador deve buscar, ao maximo, com dad toricos e também pela “empatia” 0 contexto de seu t entrevistados e dos documentos que analisa. 9 “dis sempre expressa um saber partilhado com outros e Mm; pela tradicao, pela cultura e pela conjuntura. + O pesquisador que analisa documentos Passa atuais (biografias, material de entrevistas, textos Oficiai para entendé-los, necessita adotar uma postura de pelo que dizem, supondo que, por mais obscurida apresentem a primeira vista, sempre terao um teor de lidade e de sentido. Assim, como interprete, é seu d a sério o documento que tem 4 frente. + O investigador nao deve buscar nos textos uma essencialista, mas o sentido que o entrevistado (aut grafado) quis expressar. Assim, 0 investigador sé est con-dicdes de compreender o contetido significativo quer documento (termo usado aqui no sentido amy fizer o movimento de tornar presente, na interpretaga zoes do autor. Por outro lado, na interpretacao nunca ma palavra, o sentido de uma mensagem ou de uma de estard sempre aberto em varias dire¢6es, por causa d achados do contexto ou das novas perguntas que sao ladas. + Toda interpretacdo bem conduzida é acompanhi expectativa de que, se o autor estivesse presente ou realiza-la, compartilharia dos resultados das andlises. Gi (1999) exige mais: recuperando o pensamento de vati Tes como Dilthey (1956) e Schleiermarcher (2000), di interpretacao deve ir além de quem escreveu 0 texto, autor quando o elaborou nao tinha consciéncia de ud Permite ser lido nele sobre seu tempo e sobre seus Coe Como praxis interpretativa sao os seguintes 0 cam hermenéutica: * buscar as diferencas e as semelhancas entre 0 “ do autor e o contexto do investigador; ecnicas de andlise de mater; tial qi ual xplorar as definicdes de situa 4 itative oh >m em andlise permite. © do ay 345 ing! age! . ese! ec ape vail! Essa defini, h que 4 Muitas e sit r desvenda-la e compreenda vezes Uacio ndé-la, p, » Cabend, + Pay lo a a eisundo ct cotiianidade onde ge pent oh janet? da andlise, pois €0 tinico node ; {so compreensae ou do estranhamenty do con. , intersubjetlvay por isso, € também 0 my, Fi da com; ® supor & compartilhamento entre 9 ndo objetivo, jor (poraue compreender é sempre compreender-se) , investiga. ul postutar perguntar “por que” e "sob que condi out de jito da linguagem’ que eae entender cria determing ce "i uacoes yaloriza determinadas coisas, atribui ao ae ieponsabilidades a certos atores sociais e, em sintese, on as ase € SE posiciona de tal maneira e nao de outra; * Expres + buscar entender as coisas e os textos “neles mesmos" distinguindo 0 processo hermenéutico do saber técnico Am ¢abora um conjunto de normas para analisar um discurso; dh lingiistica, Cujo objetivo é a reconstrucao do conjunto de regras que subjazem a linguagem natural; da fenomenologia, to da forma de vida e da ica determinasse 0 ser positivista que estabe- Oricos @ OS de fora da nta de forma explicita aia linguagem € tomada como sujei inicio, como se a consciéncia lingitisti material da praxis vital; e do objetivismo lece uma conexado ingénua entre os enunciados te tidos factuais, como se fosse possivel haver verda' Praxis; , * apoiar toda a reflexao sobre determinada sealdet is ° contexto historico, partindo ao rule e pes “Stigador-intérprete e seu “gujeito” de ° Sco cultural: “t20 expressdes de seu tempo © de s ui espace ; ‘ ‘em Habermas Em telack. = as, tess : A ase em lt 7) "acdo a dialética, assinalare! on aif renciagoes as Deng, Stein (1987) as aproximagoes 7° rem scar entares: lem 4 n ni 48 duas abordagens S¢ comp com jem Mao, ressaltar suas potencial dade téenicas de analie de imateri . il ialitatiye, » em primero Iugar, enquanto a Hermeneiyj, | reensi i i ‘ sencialmente a compreensao, a dialética CStaDElecg u | | : TF de critica. Haber expr ' Metenciagin , "10, afin que a razao humana pode mais que Simplesmen ender ¢ interpretar. Hla possui uma forga trans Ihe permite exercer critica © superar prejuizos: le Cy COndeny . 5: "\ mesing que compreende, esc larece © reting, também contesta @ cia” (Habermas, 1987, p. 20). A estrutura do Signiticad sente na linguagem, na qual a hermenéutica se, para a Logica dia do mundo real. Habermas (1987) realiza uma Titica va do campo compreensivista, que vai da hermenéutica 4 menologia ¢ a etnometodologia, dizendo que esses tip abordagem ignoram a totalidade da vida social. Pois esac, dagens se mover num espaco de comunicacao restrita cotidiana como se esse universo contivesse a totalida processo sécio-histérico e cultural. Habermas (1987) Gadamer, dizendo que ele se esquece de que o cont tradicéo nao é apenas o espaco da verdade, mas tamb: falsidade fatica, pois € atravessado por interesses e pel léncia. Argumenta que, a seu ver, o mundo se compée balho, poder e linguagem, portanto, a linguagem que esse mundo estd marcada e limitada pelo cariter ideol das relacdes de trabalho e poder: ica €apenas um dos fatores na total Linguagem é também meio de dominacao e de social. Serve as relacdes de violéncia organizada. Na da em que as legitimacdes nao manifestam a rela violencia, cuja institucionalizacao possibilita, e na mt €m que isso $6 se expressa em legitimacées, a lin também é ideoldgica (Habermas, 1987, p. 21). * O marxismo reafirma que toda a vida humana € $0! es Sujeita as leis historicas, raciocinio no qual a logica i is : ca se aproxima da fundamentagao hermenéutica de Gat tecnicas de analise de materigt ov Walitatiy © volt a trib en a 0 [di 347 au 100 anos, NAO 86 acharg 98 esqui ; <() ou es SO achara que uimg 4 900 We essa hig ! aqui pore nesse MEI CEMPO ele sabe mais ou sn Velh, ~ Fontes Mais corret: Hint a, nor 48 fo! aMente, mas ele “tpreta me. jambem que moyen de 1960 liam ‘le adminis giver porque as pessoas estavam MOtivad, = de Modo 5es, Por OULFOS Pressupostos ¢ bons Por out, (1999: P- 138). UUOS interes. ara ler a historia d, Se as fonte; Assim, © exercicio dialético considera como fund. _, ga comunicagao as relacdes sociais historicamente tren icas, antagonicas e contradit6rias entre classes, ee qlturas. OU seja, entende a linguagem como um a je comunicagao € de dificuldade de comunicacio, pois ses nificantes, Com significados aparentemente iguais ae ‘odos, escondem e expressam a realidade conflitiva das desi- gualdades, da dominacao, da exploracao e também da resis- ‘snciae da conformidade. Uma andlise compreensiva ancora- dona her-menéutica-dialética busca apreender a pratica social empitica dos individuos em sociedade em seu movimento cntraditério. Portanto, tendo em conta que os individuos vendo determinada realidade pertencem a grupos: classes e “gmentos diferentes, sao condicionados pot tal momento ‘istérico e por isso, podem ter simultaneamente interesses aleivos que os unem e interesses especificos due ae - @ 0s contrapoem. Sendo assim, 4 orientacio a aa g (ualquer andlise diz que € fundamental ae mo- Mens poses nos produtcs soca pd his- lies institui¢Ges) buscando, na S diferenciacoes ne,’ UMplicidade com seu temP% ce onto € 28 tals 48s, ae cimen" lace Ua Contribuicao a vida, ao conhe Ges, set" g dos © 5 base métodlo ba * En % , anto a hermenéutica busc4 @ g.) OOI = = i “eg , nPTeensao na tradicao © na li wid "ttoduz na compreensa0

You might also like